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Humanização do parto. Nasce o respeito
informações práticas sobre seus direitos
pr ocurador-geral de justiça
Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda
subpr ocurador-geral em assuntos institucionais
Fernando Barros de Lima
subpr ocuradora-geral em assuntos administrativos
Lais Coelho Teixeira Cavalcanti
subpr ocurador-geral em assuntos jurídicos
Clênio Valença Avelino de Andrade
corregedor-geral
Renato da Silva Filho
corregedor-geral substituto
Paulo Roberto Lapenda Figueiroa
ouvidor
Antônio Carlos de Oliveira Cavalcanti
secre tário-geral
Aguinaldo Fenelon de Barros
chefe de gabine te
José Bispo de Melo
caop saúde
Édipo Soares Cavalcante Filho
assessor ministerial de comunicação social
Jaques Cerqueira
pr oje to humanização do par to
Andréa Corradini Rego Costa
Clara Macedo Rossiter Gameiro
Evângela Azevedo de Andrade
Leonardo Xavier de Lima e Silva
Maísa Silva Melo de Oliveira (Líder)
Muirá Belém de Andrade
Riedja Mittiey de Oliveira Ramalho
Shirley Gonçalves do Nascimento Mondaini
Agradecemos a todas as famílias que autorizaram
o uso de suas imagens nesta campanha.
Humanização do parto. Nasce o respeito
informações práticas sobre seus direitos
Copyright© 2015 by mppe
É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que
citada a fonte.
or ganização
Assessoria Ministerial de Comunicação Social
Projeto Humanização do Parto
coordenação
Maísa Silva Melo de Oliveira
redação e edição
Andréa Corradini Rego Costa
Maísa Silva Melo de Oliveira
re visão técnica
Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna de
Pernambuco
Leila Katz, coordenadora da UTI Obstétrica do IMIP-Recife e
do Setor Aconchego - IMIP Recife
re visão or tográfica
Bruno Bastos
Jaques Cerqueira
pr odução executiva
Evângela Azevedo de Andrade
pr oje to gráfico
Leonardo MR Dourado
colaboração
Bruno Bastos
Izabela Cavalcanti Pereira
fotografia
Mateus Sá
apoio administrativo
Bruna Vieira
Cátia Fonseca
Marli Cruz
Bibliotecária: Rosa Dalva Rivera de Azevedo CRB-4/931
618.2
H918 Humanização do parto. Nasce o respeito : informações práticas sobres seus direitos /
Organização, Assessoria Ministerial de Comunicação ; Coordenação, Maísa Silva
de Melo de Oliveira ; Redação, Andréa Corradini Rego Costa e Maísa Melo de
Oliveira ; Revisão Técnica, Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna
de Pernambuco. -- Recife : Procuradoria Geral de Justiça, 2015.
34 p. ; il.
1. Medicina, Parto Humanizado. 2. Medicina, Tipos de Parto. 3. Gestante,
Informações Práticas. 4. Mulher, Direito Conquistado. 5. Violência Obstétrica. I. Título.
MPPE-BIB DDIR 618.2
ficha catalográfica
Recife, 2015
Humanização do parto. Nasce o respeito
informações práticas sobre seus direitos
O parto é um momento marcado pela importância
da chegada de uma nova vida. Mais que um evento
médico, é um acontecimento repleto de emoções e
significados.
Como atualmente a maioria dos partos acontece em
unidades de saúde, é necessário que a mulher, seus
familiares e o bebê sejam recebidos nesses serviços com
dignidade, promovendo um ambiente acolhedor e uma
atitude ética e solidária.
Nesse contexto, a humanização do parto é mais que
uma escolha. É um direito conquistado para que todas
as mães e bebês sejam respeitados no pré-natal, no
parto e no pós-parto, fazendo desse momento tão
especial uma experiência plena de respeito, cuidado e
acolhimento.
O Ministério Público de Pernambuco está trabalhando
para divulgar as informações sobre a humanização do
parto e promover o respeito aos direitos de todas as
pessoas envolvidas neste momento. Mulheres e famílias
bem informadas: este é o primeiro passo para tornar a
humanização do parto uma realidade em todo o Estado.
Esta cartilha apresenta os principais direitos relacionados
à humanização do parto. Esperamos que seja mais um
instrumento de cidadania para promover o respeito e a
dignidade do parto e nascimento no Estado de Pernam-
buco.
Apresentação
O que é a humanização do parto?
A humanização do parto é o respeito
à mulher como pessoa única, em um
momento da sua vida em que necessita
de atenção e cuidado. É o respeito, tam-
bém, à família em formação e ao bebê,
que tem direito a um nascimento sadio e
harmonioso. Humanizar é:
• acreditar que o parto normal é fisioló-
gico e que na maioria das vezes não
precisa de qualquer intervenção;
• saber que a mulher é capaz de
conduzir o processo e que ela é a
protagonista desse evento;
• conversar, informar a mulher sobre os
procedimentos e pedir sua autoriza-
ção para realizá-los;
• garantir e incentivar a presença a
todo o momento de um acompa-
nhante escolhido pela mulher, para
lhe passar segurança e tranquilidade;
• promover um ambiente acolhedor;
• respeitar cada mulher na sua indivi-
dualidade, levando em consideração
seus medos e suas necessidades;
• oferecer à mulher as melhores con-
dições e recursos disponíveis, para
que se sinta acolhida e segura nesse
momento tão especial;
• prestar assistência ao parto e nas-
cimento seguindo as evidências
científicas e os mais altos padrões de
qualidade, de acordo com as Normas
Técnicas e recomendações do Minis-
tério da Saúde;
• permitir o contato imediato do bebê
com a mãe logo ao nascer, e garantir
que permaneçam juntos durante
todo o período de internação.
Perguntas e respostas
A humanização do parto está focada no respeito às
escolhas da mulher, no direito a um atendimento digno,
respeitoso e sem qualquer tipo de violência. Os concei-
tos da humanização do parto devem estar presentes em
todos os locais de assistência à gestante: em um hospi-
tal público, privado, em uma casa de parto e até numa
residência. O que importa é que sejam adotadas práticas
que garantam o direito à informação e às escolhas da
mulher.
A humanização do parto é um direito da mãe e do
bebê?
Sim, é um direito garantido pela Lei mais importante do
nosso país, a Constituição da República, que estabelece
a dignidade da pessoa humana como fundamento. Daí
vêm os direitos humanos, dentre os quais se destacam o
direito à saúde, à não violência e à maternidade segura.
É também um direito garantido internacionalmente
pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que emite
documentos indicando normas de boas práticas para o
parto, e alerta para o risco de intervenções que, quando
feitas sem correta indicação, podem colocar em risco a
vida da mãe e do bebê.
Como devem agir as
unidades de saúde?
As unidades de saúde
devem oferecer à mulher
um ambiente acolhedor
e criar rotinas hospitala-
res que acabem com o
tradicional isolamento
imposto às mulheres.
Devem ainda proporcio-
nar à mulher as melhores
condições e recursos dis-
poníveis, para que se sinta
acolhida e segura. Isso
inclui prestar informações
claras sobre os procedi-
mentos a serem realizados
mediante consentimento
da mulher.
Como devem agir os
médicos e enfermeiros?
Devem agir de forma ética
e solidária, informando a
mulher sobre sua saúde,
evitando intervenções
desnecessárias e ouvin-
do sua opinião sobre os
procedimentos indicados,
de forma clara, respeitando seu saber e o conhecimento
do seu corpo. Os profissionais de saúde devem explicar
a finalidade de cada intervenção, seus riscos e as alterna-
tivas disponíveis. Com base nessas orientações, a mulher
tem o direito de escolher tratamentos ou procedimen-
tos que serão feitos em seu corpo. Devem dar apoio a
ela e aos familiares, monitorar o andamento do trabalho
de parto e os sinais vitais do bebê, além de prestar um
atendimento digno, respeitoso e sem qualquer tipo de
violência física ou psicológica.
A gestante tem direito a um acompanhante?
A Lei 8.080/90 determina que os serviços de saúde
são obrigados a permitir a presença, junto à mulher,
de um acompanhante de sua escolha durante todo o
período do trabalho de parto, durante o nascimento e
no pós-parto imediato, em todos os serviços de saúde
públicos e particulares. O acompanhante é a pessoa
escolhida pela mulher para estar ao seu lado em todos
os momentos do parto. Sua presença deve ser garan-
tida, seja mulher ou homem, seja a enfermaria coletiva
ou individual. As unidades de saúde precisam ter um
aviso, em local visível, informando sobre esse direito, e
são obrigadas a cumprir a lei em todas as circunstâncias.
Alegações como a privacidade das outras mulheres ou a
falta de roupa adequada para ingressar na sala de parto
ou centro cirúrgico, em caso de operação cesariana, não
são justificativas para o descumprimento da Lei.
Qual o papel das doulas?
A doula é uma profissional que acompanha e dá suporte
à mulher em trabalho de parto, ajudando a cuidar do
seu bem-estar físico e emocional. Ela acompanha a
família desde o pré-parto, orientando e ajudando nas
escolhas e também no trabalho de parto, colaboran-
do com o diálogo entre a mulher e os profissionais de
saúde. A doula também ajuda a encontrar posições mais
confortáveis para o trabalho de parto e propõe medidas
naturais que podem aliviar as dores. Ela não substitui o
acompanhante escolhido pela mulher, nem os profissio-
nais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto.
Quando o parto normal é indicado?
As mulheres, por sua própria natureza, sabem parir e,
sempre que o parto for de risco habitual, não precisam
sofrer intervenções desnecessárias. No parto normal,
o bebê sinaliza a hora do seu nascimento, avisando
quando já está maduro, pronto para vir ao mundo. No
trabalho de parto, a mulher pode e deve andar, ingerir
líquidos e alimentos leves e escolher a melhor posição
para parir, respeitando seu corpo e sua cultura. A recu-
peração é mais rápida, com menores índices de compli-
cações, como hemorragias e infecções. É indicado para
as gestações de risco habitual, e mesmo nas gestações
de alto risco, contanto que haja um acompanhamento
contínuo, as mulheres e os bebês podem e merecem
usufruir dos benefícios do parto normal.
Gestante de risco habitual é aquela que não apresenta características ou situações que aumentam a probabilidade
dela e/ou do bebê desenvolverem alguma complicação na gravidez, parto e pós-parto. Dentre estas, tem-se: compli-
cações graves em gestações anteriores, presença de doenças cardíacas, diabetes, HIV/aids etc.
Quando a cesariana é
indicada?
Há uma preocupação de
todo o sistema de saúde
do País quanto ao elevado
número de operações ce-
sarianas sem a indicação
correta, o que aumenta
os riscos para a mulher
e o bebê. Atualmente, a
maioria dos brasileiros já
nasce por cesariana (52%),
sendo que este número
chega a 88% no sistema
privado, enquanto que
a OMS recomenda 15%
como índice seguro. Não
há justificativa clínica para
um número tão elevado.
A cesariana é um recurso
que salva vidas quando
necessária, porém, sem a
indicação adequada, ex-
põe mães e bebês a riscos
maiores do que no parto
normal. A operação cesa-
riana se faz com indicação
médica por razão de risco
à saúde da gestante e/ou
do bebê.
São indicações de
cesariana: descolamento
prematuro da placenta
com feto vivo (fora do
período expulsivo); pro-
lapso de cordão; quando
o bebê está em posição
transversal durante o tra-
balho de parto; gestante
soropositiva para HIV; no
caso de ruptura de vasa
praevia ou ainda herpes
genital com lesão ativa
no momento em que se
inicia o trabalho de parto,
dentre outros.
Não são indicação de ce-
sariana: cordão enrolado,
bebê“grande”ou“pe-
queno demais”, idade da
gestante, seja adolescente
ou acima de 35 anos,
dentre outros.
Tricotomia: é a raspagem dos pelos pubianos. É consi-
derada desnecessária.
Episiotomia (episio ou pique): corte no períneo
(região entre a vagina e o ânus) feito com a intenção
de facilitar a saída do bebê; atualmente já se sabe que
a episiotomia rotineira pode causar mais danos do que
benefícios. Por isso, seu uso deve ser limitado.
Enema: é a lavagem intestinal. É incômoda e constran-
gedora para muitas mulheres, seu uso não traz benefí-
cios para o trabalho de parto. Não deve ser feita.
Proibição de ingerir líquidos ou alimentos leves du-
rante o trabalho de parto: segundo a OMS,“o trabalho
de parto requer enormes quantidades de energia. Como
não se pode prever a sua duração, é preciso repor as
fontes de energia, a fim de garantir o bem-estar fetal
e materno”. Em uma gestante de risco habitual, com
pouca chance de precisar de anestesia geral, a ingestão
de líquidos e alimentos leves deve ser permitida.
Manobra de Kristeller: é um empurrão dado na barriga
da mulher com o objetivo de levar o bebê para o canal
de parto. Esta prática pode ser perigosa para o útero e o
bebê, não havendo evidências de sua utilidade.
Alguns procedimentos são realizados de forma rotineira nos partos, mas devem ser
evitados, de acordo com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde:
Soro com ocitocina para acelerar o trabalho de
parto: a ocitocina é um hormônio produzido natural-
mente pelo corpo da mulher para ajudar no trabalho do
parto. É também conhecido como hormônio do amor,
importante para a ligação entre mãe e bebê. O uso da
ocitocina artificial apenas para acelerar o parto, sem
uma indicação correta, não é adequado para a saúde da
mãe e do bebê, podendo trazer riscos desnecessários.
Posição da mulher deitada de barriga para cima du-
rante o parto: é a posição mais desconfortável para a
mulher e prejudica o fluxo de sangue e oxigênio para o
bebê, além de dificultar o trabalho de parto, aumentan-
do a intensidade da dor durante as contrações e a du-
ração do trabalho de parto. As posições verticais, como
ficar em pé, de cócoras, de quatro apoios ou deitada de
lado facilitam o nascimento.
Revisão rotineira, exploração do útero ou lavagem
rotineira do útero após o parto: podem causar infec-
ção, traumatismo e choque. Deve-se primeiramente
examinar a placenta, para verificar se há alguma anor-
malidade e só então, caso necessário, realizar a revisão
do útero. Mais que isso, a mulher deve ser observada
cuidadosamente na primeira hora após o parto, para
acompanhar a perda de sangue e a contração uterina.
Procedimentos não recomendados
A humanização deve
ocorrer tanto no parto
normal quanto na ope-
ração cesariana?
Sim. A equipe que prestar
a assistência junto à
mulher e sua família deve
levar em consideração
diversos fatores, como a
saúde da mãe e do bebê
e os riscos envolvidos.
O importante é que a
mulher seja esclarecida
pelo profissional de
saúde quanto aos riscos
existentes, possibilitando
uma conduta adequada
e segura.
O bebê pode ficar
junto com a mãe após
o parto?
O alojamento conjunto
da mãe com o bebê é
uma regra muito impor-
tante e deve ser respeita-
da. Imediatamente após
o parto deve acontecer
o“contato pele a pele”,
quando o bebê que nasce
bem é colocado no colo
da mãe e permanece ali
durante a primeira hora
de vida, momento para
fortalecer o vínculo entre
mãe e bebê e estimular a
amamentação. O cordão
umbilical só deverá ser
cortado quando parar de
pulsar, para garantir que
o bebê receba uma dose
extra de oxigênio nos
primeiros momentos de
vida. Procedimentos de
rotina só deverão ser rea-
lizados após este contato,
exceto se houver indica-
ção clínica e nos casos
de mãe HIV positivo ou
outra indicação médica
com base em evidências
científicas.
91,7%
88%
70%
53,5%
52%
25,2%
26,6%
18,7%
5%
52% dos nascimentos
são por cesariana
88% dos nascimentos na rede
privada são por cesariana
70% das mulheres desejavam dar à luz
por parto normal no início da gravidez
Apenas 5% das mulheres tiveram par-
tos sem intervenções como cesariana,
episiotomia, manobra de Kristeller
Apenas 18,7% das mulheres
tiveram garantida a presença
contínua de um acompanhante
de sua escolha
Apenas 26,6% dos
bebês tiveram contato
pele a pele com a mãe
logo ao nascer
Apenas 25,2% das mulheres
tiveram acesso à alimentação
durante o trabalho de parto
91,7% dos partos nor-
mais foram na posição
deitada (litotomia)
53,5% das mulheres
sofreram episiotomia
Nascer no Brasil
A Pesquisa Nascer no Brasil revelou que muitas mulheres
não vêm tendo seus direitos respeitados no momento
do parto. Muitas até os desconhecem, dificultando a
identificação de situações de violação. O resultado da
pesquisa é um retrato da assistência ao parto praticada
atualmente no Brasil e da necessidade de um esforço
conjunto para mudar essa realidade:
O que é a violência
obstétrica?
É a violência cometida
contra a gestante e sua
família em serviços de
saúde durante o pré-na-
tal, parto, pós-parto ou
abortamento. Pode ser
verbal, física, psicológica
e até sexual. Infelizmente,
é mais comum do que se
imagina. Veja o quadro
a seguir com alguns
exemplos de violência
obstétrica.
• Impedir que a mulher
tenha um acompa-
nhante, exigir que
este acompanhante
seja uma mulher ou
restringir os horários de
acompanhamento.
• Condicionar a presença
do acompanhante à
autorização do médico
plantonista ou utilizar
frases como“essa lei não
vale aqui”.
• Não dar informações
claras sobre o estado
de saúde da mulher,
realizar procedimentos
sem explicar ou ouvir
sua opinião.
• Não oferecer opções
para alívio da dor.
• Impedir que a mulher
se movimente, beba
água ou coma alimen-
tos leves durante o
trabalho de parto.
• Deixar a mulher sozinha,
isolada ou trancada.
• Realizar exames de
toque vaginal repetidas
vezes, sob o pretexto de
“ensinar os estudantes a
realizar o toque”.
• Fazer piadas, dar bron-
cas, xingar ou impedir
que a mulher se expres-
se durante o trabalho
de parto. Frases como:
“Na hora de fazer
tava bom, porque tá
chorando agora?”;“Cale
a boca, você quer que
a criança nasça surda?”
são exemplos relatados
de violência obstétrica.
Exemplos de violência obstétrica
Essas atitudes
podem gerar
responsabilização
administrativa,
civil e penal
para os
profissionais.
No caso de aborto,
quais os direitos da mu-
lher no atendimento?
Nesses casos, se faz
necessário superar a dis-
criminação e a desumani-
zação do atendimento às
mulheres em situação de
abortamento, como por
exemplo a recusa da inter-
nação ou a longa espera
para atendimento. Em
situações de urgência ou
emergência, todo serviço
de saúde deve cuidar da
mulher de modo rápido,
respeitoso e de acordo
com as normas do Minis-
tério da Saúde. As regras
da Política de Humaniza-
ção do Parto se aplicam
integralmente aos casos
de abortamento, sendo
direito de toda mulher e
dever de todo profissional
de saúde.
O Código Penal (artigo
128, de 1940) prevê o
abortamento legal para
gestações resultantes
de estupro e para o caso
de risco de morte para a
mulher.
Direitos da gestante
O parto é um momento muito especial para a vida da
mãe, do bebê e de toda a família. Quando os direitos
do parto são respeitados, todos têm uma experiência
prazerosa.
Antes do parto:
• Ter acesso ao teste de gravidez, com garantia de con-
fidencialidade, na unidade de saúde.
• Realizar a primeira consulta pré-natal com até 120
dias de gestação (4 meses).
• Receber avaliação inicial imediata da saúde da mãe e
do bebê, para verificar se precisam de atendimento
prioritário.
• Ter acesso a, no mínimo, seis consultas de pré-natal,
de preferência: uma no primeiro trimestre, duas no
Direitos da Gestante
segundo trimestre e três
no terceiro trimestre
da gestação. Não existe
alta no pré-natal, a mu-
lher deve ser atendida
até o momento de seu
parto.
• Ter ambiente confor-
tável para a espera,
e atendimento com
orientação clara sobre
sua condição e proce-
dimentos que serão
realizados.
Exame Para que serve Quando
ABO-Rh Identificar tipo sanguíneo. Se a mãe tiver RH negativo e o bebê
positivo, ministrar a imunoglobulina evita problemas nas gesta-
ções futuras.
Na primeira consulta
Dosagem de Hemoglobina (Hb)
e Hematócrito (HT)
Verifica a presença ou não de anemia Na primeira consulta
Glicemia de jejum Se der igual ou maior que 85 e/ou tiver alguém com diabete
na família, deve fazer o Teste de Tolerância à Glicose (TTG), para
verificar diabetes gestacional.
Na primeira consulta.
Repetir na 30ª semana
VDRL Verifica a sífilis congênita Na primeira consulta
Repetir na 30ª semana
Urina - tipo 1 Investiga infecções. Na primeira consulta
Repetir na 30ª semana
Teste anti-HIV Busca evitar a transmissão do vírus na hora do parto. Na primeira consulta
Sorologia para hepatite B
(HBsAg)
30ª semana
Sorologia para toxoplasmose
(IgM)
Na primeira consulta
Exames de imagem (ultrasso-
nografia)
Só são previstos como obrigatórios em caso de gestação de alto
risco.
Pelo menos uma, no 2º
trimestre.
Veja quais exames devem ser realizados no seu pré-natal
No parto: toda gestante
tem direito de conhecer e
se vincular a uma ma-
ternidade para receber
assistência no âmbito do
SUS (Lei nº 11.634/2007).
Mulheres e recém-nas-
cidos não podem ser
recusados nos serviços e
tampouco“peregrinar”em
busca de assistência. Se a
unidade de saúde não for
adequada para o tipo de
atendimento necessário, a
gestante deverá ser assisti-
da até que sejam garanti-
dos o transporte seguro e
a transferência para outra
unidade adequada. Toda
transferência deve ser feita
após a garantia de um
leito, com atendimento
prévio e sob os cuidados
de um profissional de
saúde.
• Vacina antitetânica (dT),
contra hepatite B (se
não vacinada) e contra
gripe (durante as cam-
panhas).
• Avaliação do estado
nutricional da gestante
e tratamento dos distúr-
bios nutricionais.
• Prevenção ou diagnós-
tico precoce do câncer
de colo uterino e de
mama.
• Avaliação e acompa-
nhamento odontoló-
gico.
• Tratamento de possíveis
problemas da gestação.
• Classificação de risco
gestacional – deve
ser realizada na pri-
meira consulta e nas
seguintes, para diag-
nosticar precocemente
a gestante de risco e
proporcionar o encami-
nhamento adequado.
Além disso, os seguintes procedimentos
devem ser realizados:
• Privacidade para a mãe
e seu acompanhante.
• Possibilidade de se
movimentar, caminhar,
se sentar, o que facilita
o parto.
• Possibilidade de se
alimentar com líquidos
ou alimentos leves.
• Acesso a métodos para
alívio da dor durante
a evolução do parto,
desde massagens até a
analgesia.
• Realização da ausculta
fetal (ouvir os batimen-
tos cardíacos do bebê)
e o controle dos sinais
vitais da mãe, além dos
outros procedimentos
necessários.
• Escolha da melhor posi-
ção para o parto.
• Contato imediato do
bebê com a pele da sua
mãe logo após o nasci-
mento (se ela desejar),
colocando-o sobre a
sua barriga ou seios, de
bruços e coberto de
forma seca e aquecida.
O contato pele a pele
deve ser garantido
tanto no parto normal
quanto na cesárea, na
primeira hora de vida
e antes de qualquer
procedimento de rotina,
e não significa apenas
O contato pele a
pele verdadeiro
acontece quando a
criança fica no colo
da mãe pela pri-
meira hora de vida,
algumas vezes até
já se iniciando a
amamentação
nesse momento.
mostrar o bebê ou
encostá-lo rapidamente
no rosto da sua mãe.
• Corte do cordão um-
bilical apenas quando
pararem as pulsações
(de 1 a 3 minutos após
o nascimento).
• Estímulo da amamen-
tação na primeira hora
de vida.
• Realização dos proce-
dimentos de rotina no
recém-nascido apenas
após a primeira hora
de vida (pesar, medir,
vacinar etc.)
• Se a mãe for HIV positi-
vo, as regras do cordão
umbilical e da amamen-
tação não valem, para
evitar a transmissão do
vírus para o bebê.
Conheça as principais práticas
de humanização do parto
Sempre que não houver problemas clínicos,
elas devem ser respeitadas:
Após o parto:
• Alojamento conjunto
da mãe com o bebê
e seu acompanhante
desde o nascimento,
não devendo haver
“período de observa-
ção”no berçário sem
uma indicação clínica
concreta.
• Controle da luz, da
temperatura e de ruídos
no ambiente.
• Início da amamentação
ainda na primeira hora
de vida, sendo mantida
como única alimenta-
ção até o sexto mês do
bebê. Depois disso, o
bebê deve continuar
tomando leite materno,
junto a outros alimen-
tos, até os dois anos de
idade ou mais.
Em todos os
momentos (antes,
durante e após o
parto), a mulher
tem o direito da
presença de um
acompanhante.
O que é um Plano de
Parto?
O Plano de Parto é
um texto contendo as
escolhas da mulher para
o seu pré-parto, parto e
pós-parto. Pode ser feito
em forma de uma carta e
deve trazer suas preferên-
cias de forma clara para
orientar os profissionais
de saúde que acompa-
nharão o processo. Você
pode usar as informações
desta cartilha e outras
orientações, inclusive
médicas, para escrever
o seu Plano de Parto. O
texto deve ser elaborado
durante o pré-natal e
deve ser acompanhado
de orientações sobre
alimentação, exercícios
físicos e respiratórios
preparatórios.
O que são o cartão da
gestante e o partogra-
ma?
A Resolução 368 da
ANS determina que seja
fornecido o cartão da
gestante, um instrumen-
to com os registros das
consultas do pré-natal
que deve ser apresentado
nos estabelecimentos de
saúde durante a ges-
tação e quando entrar
em trabalho de parto.
Já o partograma é um
documento gráfico onde
o profissional de saúde
registra o desenvolvimen-
to do trabalho de parto,
incluindo a justificativa de
necessidade de opera-
ção cesariana e é parte
integrante do processo
para pagamento do
parto. A Resolução diz
ainda que, sempre que a
mulher pedir, devem ser
divulgadas as taxas de
cesariana dos profissionais
e serviços credenciados
pela operadora de saúde.
Essas ações têm o objeti-
vo de incentivar o parto
normal.
Tive meus direitos
violados. O que devo
fazer?
• Procure o Ministério
Público de Pernambuco,
por meio da Ouvidoria
ou da Promotoria de
Justiça da sua cidade. O
seu caso será apurado
a fim de que outras
mulheres não venham
a sofrer as mesmas vio-
lações, pois o MPPE vai
agir para que o serviço
de saúde cumpra com
as obrigações previstas
na lei e ainda poderá
apurar as condutas que
sejam definidas como
crime.
Ministério Público de
Pernambuco
www.mppe.mp.br
Central de Denúncias:
0800.281.9455
Ouvidoria: (81) 3303.1244
Pessoalmente: procure a
Promotoria de Justiça da
sua cidade. Os endereços
e telefones estão disponí-
veis no site.
• Procure a Defensoria
Pública ou a Ordem dos
Advogados do Brasil –
OAB, para ingressar com
ação judicial para repa-
ração de danos morais e
materiais.
Defensoria Pública
www.defensoria.pe.gov.br
0800.081.0129
OAB Pernambuco
www.oabpe.org.br
• Procure os Comitês de
Mortalidade Materna
e/ou de Mortalidade
Infantil de seu município
ou região.
• Procure a Ouvidoria
do Sistema Único de
Saúde.
Disque-saúde: 136
Os profissionais de
saúde devem agir de
forma ética e solidária,
informando a mulher
sobre sua saúde, evi-
tando intervenções
desnecessárias e
ouvindo sua opinião
sobre os procedimen-
tos indicados, de forma
clara, respeitando seu
saber e o conhecimen-
to do seu corpo.
Quem orienta Principais diretrizes
Organização das Nações
Unidas - ONU
Destaca, dentro dos Objetivos do Milênio, a necessidade de se alcançar: igualdade entre sexos e empode-
ramento da mulher; redução da mortalidade infantil; melhoria da saúde das gestantes.
Ministério da Saúde (Por-
taria/GM 569 - 2000) Pro-
grama de Humanização
do Parto e Nascimento
Ressalta que a humanização do parto é condição primeira para o adequado acompanhamento à saúde da
mulher e do bebê, compreendendo o dever das maternidades de receber com dignidade a mulher, seus
familiares e o bebê, o que requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde, a criação de
um ambiente acolhedor e a adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompa-
nhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias, que embora tra-
dicionalmente realizadas, não beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam
maiores riscos para ambos.
Agência Nacional de Vi-
gilância Sanitária (Anvisa)
– RDC 36/2008
Considera que parto e nascimento são acontecimentos de cunho familiar, social, cultural e fisiológico,
fortalecendo o compromisso com os direitos de cidadania e garantindo o acesso às informações sobre
saúde. Obriga todos os serviços de atenção à saúde da gestante a adotarem os preceitos de humanização
do parto, descrevendo detalhadamente as medidas necessárias para a adoção de boas práticas no atendi-
mento ao parto.
Lei 8.080/1990
Direito à Saúde
Dispõe que o direito à saúde alcança os direitos reprodutivos das mulheres e os direitos das crianças,
abrangendo o direito de acesso a técnicas e serviços de saúde que proporcionem atendimento digno e
seguro, durante a gravidez e o nascimento, à mãe e ao bebê.
As principais referências legais sobre o tema são:
Quem orienta Principais diretrizes
Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA)
Afirma que crianças e adolescentes têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de
políticas sociais que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso. Determina que os
estabelecimentos de saúde, públicos e particulares, são obrigados a manter o alojamento conjunto, ou
seja, possibilitar que o recém-nascido permaneça todo o tempo junto de sua mãe.
Ministério da Saúde –
Portaria 1.459/2011 (Rede
Cegonha)
É uma rede, criada no SUS, que promove o direito ao planejamento da reprodução (escolha de quando se
quer ter filhos) e à atenção humanizada na gravidez, parto e pós-parto.
Ministério da Saúde –
Portaria 371/2014
Assegura que o bebê deverá ser colocado imediatamente no colo da mãe após o nascimento (o chamado
contato pele a pele), devendo permanecer durante a primeira hora de vida, para fortalecer o vínculo entre
mãe e bebê e estimular a amamentação. Assegura também que o cordão umbilical só deverá ser cortado
quando parar de pulsar, para garantir que o bebê receba uma dose extra de oxigênio nos primeiros
momentos de vida. Procedimentos de rotina só deverão ser realizados após este contato, exceto se houver
indicação clínica.
Agência Nacional de
Saúde Suplementar -
Resolução 368/2015
Dispõe sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de
partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do parto-
grama, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde suplementar.
AMORIM, Melânia Maria Ramos de. Estuda, Melânia, Es-
tuda! 2012. Disponível em: <http://www.estudamelania.
blogspot.com.br/>. Acesso em: 19 mar. 2015.
BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitá-
ria. Resolução RDC nº 36, de 3 de junho de 2008. Regu-
lamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de
Atenção Obstétrica e Neonatal. Disponível em: <http://
www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/040608_1_
rdc36.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 569/GM, de 1 de
junho de 2000. Dispõe sobre o Programa de Humaniza-
ção do Parto e Nascimento no âmbito do Sistema Único
de Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de
junho de 2011. Dispõe sobre a Rede Cegonha no âmbi-
to do Sistema Único de Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 371, de 7 de
maio de 2014. Institui diretrizes para a organização da
atenção integral e humanizada ao recém-nascido no
Sistema Único de Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.820, de 13 de
agosto de 2009. Dispõe sobre os direitos e deveres dos
usuários da saúde.
DINIZ, C. S. G. O que nós como profissionais de saúde
podemos fazer para promover os direitos humanos
das mulheres na gravidez e no parto. Disponível em:
<http://www.mulheres.org.br/violencia/documentos/
cartilha_parto.pdf > Acesso em: 26 de jan, 2015.
FESCINA, R. et al. Saúde sexual e reprodutiva: Guias para
a atenção continuada da mulher e do recém-nascido
focalizadas na APS. Montevidéu – Uruguai: Centro
Latino-americano de Perinatologia / Saúde da Mulher e
Reprodutiva – CLAP/SMR, 2010. 256 p.
Referências
FÓRUM DE MULHERES DO ESPÍRITO SANTO E PARTO DO
PRINCÍPIO. Episiotomia - É só um cortezinho. Disponível
em: <http://media.wix.com/ugd/2a51ae_eb147c28c-
9f94840809fa9528485d117.pdf> Acesso em: 26 de jan,
2015.
FÓRUM DE MULHERES DO ESPÍRITO SANTO E PARTO DO
PRINCÍPIO. Episiotomia - Violência Obstétrica é Violência
contra a Mulher. Disponível em: <http://media.wix.com/
ugd/2a51ae_a3a1de1e478b4a8c8127273673074191.
pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015.
GRUPO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS – PROMO-
TOR DE JUSTIÇA ROSSINI ALVES COUTO. Roteiro para
atuação Ministerial, Atenção perinatal. Disponível em:
<http://www.saude.mppr.mp.br/arquivos/File/kit_aten-
cao_perinatal/roteiro_de_atuacao_atencao_perina-
tal_2012.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015.
NASCER NO BRASIL. Inquérito Nacional sobre parto e
nascimento. Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz.
br/portal-ensp/informe/site/arquivos/anexos/nasce-
rweb.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015.
SENA, Lígia Moreiras. Cientista que Virou Mãe: ser mãe
com (cons)ciência. 2014. Disponível em: <http://www.
cientistaqueviroumae.com.br/2012/08/mae-pesquisa-
dora-referencia-feminista-e.html>. Acesso em: 19 mar.
2015.
É direito da pessoa, na
rede de serviços de
saúde, ter atendimento
humanizado, acolhe-
dor, livre de qualquer
discriminação, restrição
ou negação em virtu-
de de idade, raça, cor,
etnia, religião, orienta-
ção sexual, identidade
de gênero, condições
econômicas ou sociais,
estado de saúde, de
anomalia, patologia ou
deficiência.
Portaria nº 1.820/09 do Ministério
da Saúde
ministério público de pernambuco
Rua do Imperador D. Pedro II, 473 – Santo Antônio, Recife, PE
CEP : 50010-240 – Tel: (81) 3303.1259 – 3303.1279,
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Cartilha HUMANIZAÇÃO do PARTO: NASCE o RESPEITO - MP PE

  • 1. Humanização do parto. Nasce o respeito informações práticas sobre seus direitos
  • 2. pr ocurador-geral de justiça Carlos Augusto Arruda Guerra de Holanda subpr ocurador-geral em assuntos institucionais Fernando Barros de Lima subpr ocuradora-geral em assuntos administrativos Lais Coelho Teixeira Cavalcanti subpr ocurador-geral em assuntos jurídicos Clênio Valença Avelino de Andrade corregedor-geral Renato da Silva Filho corregedor-geral substituto Paulo Roberto Lapenda Figueiroa ouvidor Antônio Carlos de Oliveira Cavalcanti secre tário-geral Aguinaldo Fenelon de Barros chefe de gabine te José Bispo de Melo caop saúde Édipo Soares Cavalcante Filho assessor ministerial de comunicação social Jaques Cerqueira pr oje to humanização do par to Andréa Corradini Rego Costa Clara Macedo Rossiter Gameiro Evângela Azevedo de Andrade Leonardo Xavier de Lima e Silva Maísa Silva Melo de Oliveira (Líder) Muirá Belém de Andrade Riedja Mittiey de Oliveira Ramalho Shirley Gonçalves do Nascimento Mondaini Agradecemos a todas as famílias que autorizaram o uso de suas imagens nesta campanha.
  • 3. Humanização do parto. Nasce o respeito informações práticas sobre seus direitos
  • 4. Copyright© 2015 by mppe É permitida a reprodução parcial desta obra, desde que citada a fonte. or ganização Assessoria Ministerial de Comunicação Social Projeto Humanização do Parto coordenação Maísa Silva Melo de Oliveira redação e edição Andréa Corradini Rego Costa Maísa Silva Melo de Oliveira re visão técnica Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna de Pernambuco Leila Katz, coordenadora da UTI Obstétrica do IMIP-Recife e do Setor Aconchego - IMIP Recife re visão or tográfica Bruno Bastos Jaques Cerqueira pr odução executiva Evângela Azevedo de Andrade pr oje to gráfico Leonardo MR Dourado colaboração Bruno Bastos Izabela Cavalcanti Pereira fotografia Mateus Sá apoio administrativo Bruna Vieira Cátia Fonseca Marli Cruz Bibliotecária: Rosa Dalva Rivera de Azevedo CRB-4/931 618.2 H918 Humanização do parto. Nasce o respeito : informações práticas sobres seus direitos / Organização, Assessoria Ministerial de Comunicação ; Coordenação, Maísa Silva de Melo de Oliveira ; Redação, Andréa Corradini Rego Costa e Maísa Melo de Oliveira ; Revisão Técnica, Comitê Estadual de Estudos de Mortalidade Materna de Pernambuco. -- Recife : Procuradoria Geral de Justiça, 2015. 34 p. ; il. 1. Medicina, Parto Humanizado. 2. Medicina, Tipos de Parto. 3. Gestante, Informações Práticas. 4. Mulher, Direito Conquistado. 5. Violência Obstétrica. I. Título. MPPE-BIB DDIR 618.2 ficha catalográfica
  • 5. Recife, 2015 Humanização do parto. Nasce o respeito informações práticas sobre seus direitos
  • 6.
  • 7. O parto é um momento marcado pela importância da chegada de uma nova vida. Mais que um evento médico, é um acontecimento repleto de emoções e significados. Como atualmente a maioria dos partos acontece em unidades de saúde, é necessário que a mulher, seus familiares e o bebê sejam recebidos nesses serviços com dignidade, promovendo um ambiente acolhedor e uma atitude ética e solidária. Nesse contexto, a humanização do parto é mais que uma escolha. É um direito conquistado para que todas as mães e bebês sejam respeitados no pré-natal, no parto e no pós-parto, fazendo desse momento tão especial uma experiência plena de respeito, cuidado e acolhimento. O Ministério Público de Pernambuco está trabalhando para divulgar as informações sobre a humanização do parto e promover o respeito aos direitos de todas as pessoas envolvidas neste momento. Mulheres e famílias bem informadas: este é o primeiro passo para tornar a humanização do parto uma realidade em todo o Estado. Esta cartilha apresenta os principais direitos relacionados à humanização do parto. Esperamos que seja mais um instrumento de cidadania para promover o respeito e a dignidade do parto e nascimento no Estado de Pernam- buco. Apresentação
  • 8. O que é a humanização do parto? A humanização do parto é o respeito à mulher como pessoa única, em um momento da sua vida em que necessita de atenção e cuidado. É o respeito, tam- bém, à família em formação e ao bebê, que tem direito a um nascimento sadio e harmonioso. Humanizar é: • acreditar que o parto normal é fisioló- gico e que na maioria das vezes não precisa de qualquer intervenção; • saber que a mulher é capaz de conduzir o processo e que ela é a protagonista desse evento; • conversar, informar a mulher sobre os procedimentos e pedir sua autoriza- ção para realizá-los; • garantir e incentivar a presença a todo o momento de um acompa- nhante escolhido pela mulher, para lhe passar segurança e tranquilidade; • promover um ambiente acolhedor; • respeitar cada mulher na sua indivi- dualidade, levando em consideração seus medos e suas necessidades; • oferecer à mulher as melhores con- dições e recursos disponíveis, para que se sinta acolhida e segura nesse momento tão especial; • prestar assistência ao parto e nas- cimento seguindo as evidências científicas e os mais altos padrões de qualidade, de acordo com as Normas Técnicas e recomendações do Minis- tério da Saúde; • permitir o contato imediato do bebê com a mãe logo ao nascer, e garantir que permaneçam juntos durante todo o período de internação. Perguntas e respostas
  • 9. A humanização do parto está focada no respeito às escolhas da mulher, no direito a um atendimento digno, respeitoso e sem qualquer tipo de violência. Os concei- tos da humanização do parto devem estar presentes em todos os locais de assistência à gestante: em um hospi- tal público, privado, em uma casa de parto e até numa residência. O que importa é que sejam adotadas práticas que garantam o direito à informação e às escolhas da mulher. A humanização do parto é um direito da mãe e do bebê? Sim, é um direito garantido pela Lei mais importante do nosso país, a Constituição da República, que estabelece a dignidade da pessoa humana como fundamento. Daí vêm os direitos humanos, dentre os quais se destacam o direito à saúde, à não violência e à maternidade segura. É também um direito garantido internacionalmente pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que emite documentos indicando normas de boas práticas para o parto, e alerta para o risco de intervenções que, quando feitas sem correta indicação, podem colocar em risco a vida da mãe e do bebê.
  • 10. Como devem agir as unidades de saúde? As unidades de saúde devem oferecer à mulher um ambiente acolhedor e criar rotinas hospitala- res que acabem com o tradicional isolamento imposto às mulheres. Devem ainda proporcio- nar à mulher as melhores condições e recursos dis- poníveis, para que se sinta acolhida e segura. Isso inclui prestar informações claras sobre os procedi- mentos a serem realizados mediante consentimento da mulher. Como devem agir os médicos e enfermeiros? Devem agir de forma ética e solidária, informando a mulher sobre sua saúde, evitando intervenções desnecessárias e ouvin- do sua opinião sobre os procedimentos indicados, de forma clara, respeitando seu saber e o conhecimento do seu corpo. Os profissionais de saúde devem explicar a finalidade de cada intervenção, seus riscos e as alterna- tivas disponíveis. Com base nessas orientações, a mulher tem o direito de escolher tratamentos ou procedimen- tos que serão feitos em seu corpo. Devem dar apoio a ela e aos familiares, monitorar o andamento do trabalho de parto e os sinais vitais do bebê, além de prestar um atendimento digno, respeitoso e sem qualquer tipo de violência física ou psicológica. A gestante tem direito a um acompanhante? A Lei 8.080/90 determina que os serviços de saúde são obrigados a permitir a presença, junto à mulher, de um acompanhante de sua escolha durante todo o período do trabalho de parto, durante o nascimento e no pós-parto imediato, em todos os serviços de saúde públicos e particulares. O acompanhante é a pessoa escolhida pela mulher para estar ao seu lado em todos os momentos do parto. Sua presença deve ser garan- tida, seja mulher ou homem, seja a enfermaria coletiva ou individual. As unidades de saúde precisam ter um aviso, em local visível, informando sobre esse direito, e são obrigadas a cumprir a lei em todas as circunstâncias. Alegações como a privacidade das outras mulheres ou a falta de roupa adequada para ingressar na sala de parto ou centro cirúrgico, em caso de operação cesariana, não são justificativas para o descumprimento da Lei.
  • 11. Qual o papel das doulas? A doula é uma profissional que acompanha e dá suporte à mulher em trabalho de parto, ajudando a cuidar do seu bem-estar físico e emocional. Ela acompanha a família desde o pré-parto, orientando e ajudando nas escolhas e também no trabalho de parto, colaboran- do com o diálogo entre a mulher e os profissionais de saúde. A doula também ajuda a encontrar posições mais confortáveis para o trabalho de parto e propõe medidas naturais que podem aliviar as dores. Ela não substitui o acompanhante escolhido pela mulher, nem os profissio- nais tradicionalmente envolvidos na assistência ao parto. Quando o parto normal é indicado? As mulheres, por sua própria natureza, sabem parir e, sempre que o parto for de risco habitual, não precisam sofrer intervenções desnecessárias. No parto normal, o bebê sinaliza a hora do seu nascimento, avisando quando já está maduro, pronto para vir ao mundo. No trabalho de parto, a mulher pode e deve andar, ingerir líquidos e alimentos leves e escolher a melhor posição para parir, respeitando seu corpo e sua cultura. A recu- peração é mais rápida, com menores índices de compli- cações, como hemorragias e infecções. É indicado para as gestações de risco habitual, e mesmo nas gestações de alto risco, contanto que haja um acompanhamento contínuo, as mulheres e os bebês podem e merecem usufruir dos benefícios do parto normal. Gestante de risco habitual é aquela que não apresenta características ou situações que aumentam a probabilidade dela e/ou do bebê desenvolverem alguma complicação na gravidez, parto e pós-parto. Dentre estas, tem-se: compli- cações graves em gestações anteriores, presença de doenças cardíacas, diabetes, HIV/aids etc.
  • 12. Quando a cesariana é indicada? Há uma preocupação de todo o sistema de saúde do País quanto ao elevado número de operações ce- sarianas sem a indicação correta, o que aumenta os riscos para a mulher e o bebê. Atualmente, a maioria dos brasileiros já nasce por cesariana (52%), sendo que este número chega a 88% no sistema privado, enquanto que a OMS recomenda 15% como índice seguro. Não há justificativa clínica para um número tão elevado. A cesariana é um recurso que salva vidas quando necessária, porém, sem a indicação adequada, ex- põe mães e bebês a riscos maiores do que no parto normal. A operação cesa- riana se faz com indicação médica por razão de risco à saúde da gestante e/ou do bebê. São indicações de cesariana: descolamento prematuro da placenta com feto vivo (fora do período expulsivo); pro- lapso de cordão; quando o bebê está em posição transversal durante o tra- balho de parto; gestante soropositiva para HIV; no caso de ruptura de vasa praevia ou ainda herpes genital com lesão ativa no momento em que se inicia o trabalho de parto, dentre outros. Não são indicação de ce- sariana: cordão enrolado, bebê“grande”ou“pe- queno demais”, idade da gestante, seja adolescente ou acima de 35 anos, dentre outros.
  • 13. Tricotomia: é a raspagem dos pelos pubianos. É consi- derada desnecessária. Episiotomia (episio ou pique): corte no períneo (região entre a vagina e o ânus) feito com a intenção de facilitar a saída do bebê; atualmente já se sabe que a episiotomia rotineira pode causar mais danos do que benefícios. Por isso, seu uso deve ser limitado. Enema: é a lavagem intestinal. É incômoda e constran- gedora para muitas mulheres, seu uso não traz benefí- cios para o trabalho de parto. Não deve ser feita. Proibição de ingerir líquidos ou alimentos leves du- rante o trabalho de parto: segundo a OMS,“o trabalho de parto requer enormes quantidades de energia. Como não se pode prever a sua duração, é preciso repor as fontes de energia, a fim de garantir o bem-estar fetal e materno”. Em uma gestante de risco habitual, com pouca chance de precisar de anestesia geral, a ingestão de líquidos e alimentos leves deve ser permitida. Manobra de Kristeller: é um empurrão dado na barriga da mulher com o objetivo de levar o bebê para o canal de parto. Esta prática pode ser perigosa para o útero e o bebê, não havendo evidências de sua utilidade. Alguns procedimentos são realizados de forma rotineira nos partos, mas devem ser evitados, de acordo com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde: Soro com ocitocina para acelerar o trabalho de parto: a ocitocina é um hormônio produzido natural- mente pelo corpo da mulher para ajudar no trabalho do parto. É também conhecido como hormônio do amor, importante para a ligação entre mãe e bebê. O uso da ocitocina artificial apenas para acelerar o parto, sem uma indicação correta, não é adequado para a saúde da mãe e do bebê, podendo trazer riscos desnecessários. Posição da mulher deitada de barriga para cima du- rante o parto: é a posição mais desconfortável para a mulher e prejudica o fluxo de sangue e oxigênio para o bebê, além de dificultar o trabalho de parto, aumentan- do a intensidade da dor durante as contrações e a du- ração do trabalho de parto. As posições verticais, como ficar em pé, de cócoras, de quatro apoios ou deitada de lado facilitam o nascimento. Revisão rotineira, exploração do útero ou lavagem rotineira do útero após o parto: podem causar infec- ção, traumatismo e choque. Deve-se primeiramente examinar a placenta, para verificar se há alguma anor- malidade e só então, caso necessário, realizar a revisão do útero. Mais que isso, a mulher deve ser observada cuidadosamente na primeira hora após o parto, para acompanhar a perda de sangue e a contração uterina. Procedimentos não recomendados
  • 14. A humanização deve ocorrer tanto no parto normal quanto na ope- ração cesariana? Sim. A equipe que prestar a assistência junto à mulher e sua família deve levar em consideração diversos fatores, como a saúde da mãe e do bebê e os riscos envolvidos. O importante é que a mulher seja esclarecida pelo profissional de saúde quanto aos riscos existentes, possibilitando uma conduta adequada e segura. O bebê pode ficar junto com a mãe após o parto? O alojamento conjunto da mãe com o bebê é uma regra muito impor- tante e deve ser respeita- da. Imediatamente após o parto deve acontecer o“contato pele a pele”, quando o bebê que nasce bem é colocado no colo da mãe e permanece ali durante a primeira hora de vida, momento para fortalecer o vínculo entre mãe e bebê e estimular a amamentação. O cordão umbilical só deverá ser cortado quando parar de pulsar, para garantir que o bebê receba uma dose extra de oxigênio nos primeiros momentos de vida. Procedimentos de rotina só deverão ser rea- lizados após este contato, exceto se houver indica- ção clínica e nos casos de mãe HIV positivo ou outra indicação médica com base em evidências científicas.
  • 15. 91,7% 88% 70% 53,5% 52% 25,2% 26,6% 18,7% 5% 52% dos nascimentos são por cesariana 88% dos nascimentos na rede privada são por cesariana 70% das mulheres desejavam dar à luz por parto normal no início da gravidez Apenas 5% das mulheres tiveram par- tos sem intervenções como cesariana, episiotomia, manobra de Kristeller Apenas 18,7% das mulheres tiveram garantida a presença contínua de um acompanhante de sua escolha Apenas 26,6% dos bebês tiveram contato pele a pele com a mãe logo ao nascer Apenas 25,2% das mulheres tiveram acesso à alimentação durante o trabalho de parto 91,7% dos partos nor- mais foram na posição deitada (litotomia) 53,5% das mulheres sofreram episiotomia Nascer no Brasil A Pesquisa Nascer no Brasil revelou que muitas mulheres não vêm tendo seus direitos respeitados no momento do parto. Muitas até os desconhecem, dificultando a identificação de situações de violação. O resultado da pesquisa é um retrato da assistência ao parto praticada atualmente no Brasil e da necessidade de um esforço conjunto para mudar essa realidade:
  • 16. O que é a violência obstétrica? É a violência cometida contra a gestante e sua família em serviços de saúde durante o pré-na- tal, parto, pós-parto ou abortamento. Pode ser verbal, física, psicológica e até sexual. Infelizmente, é mais comum do que se imagina. Veja o quadro a seguir com alguns exemplos de violência obstétrica. • Impedir que a mulher tenha um acompa- nhante, exigir que este acompanhante seja uma mulher ou restringir os horários de acompanhamento. • Condicionar a presença do acompanhante à autorização do médico plantonista ou utilizar frases como“essa lei não vale aqui”. • Não dar informações claras sobre o estado de saúde da mulher, realizar procedimentos sem explicar ou ouvir sua opinião. • Não oferecer opções para alívio da dor. • Impedir que a mulher se movimente, beba água ou coma alimen- tos leves durante o trabalho de parto. • Deixar a mulher sozinha, isolada ou trancada. • Realizar exames de toque vaginal repetidas vezes, sob o pretexto de “ensinar os estudantes a realizar o toque”. • Fazer piadas, dar bron- cas, xingar ou impedir que a mulher se expres- se durante o trabalho de parto. Frases como: “Na hora de fazer tava bom, porque tá chorando agora?”;“Cale a boca, você quer que a criança nasça surda?” são exemplos relatados de violência obstétrica. Exemplos de violência obstétrica Essas atitudes podem gerar responsabilização administrativa, civil e penal para os profissionais.
  • 17. No caso de aborto, quais os direitos da mu- lher no atendimento? Nesses casos, se faz necessário superar a dis- criminação e a desumani- zação do atendimento às mulheres em situação de abortamento, como por exemplo a recusa da inter- nação ou a longa espera para atendimento. Em situações de urgência ou emergência, todo serviço de saúde deve cuidar da mulher de modo rápido, respeitoso e de acordo com as normas do Minis- tério da Saúde. As regras da Política de Humaniza- ção do Parto se aplicam integralmente aos casos de abortamento, sendo direito de toda mulher e dever de todo profissional de saúde. O Código Penal (artigo 128, de 1940) prevê o abortamento legal para gestações resultantes de estupro e para o caso de risco de morte para a mulher.
  • 18.
  • 19. Direitos da gestante O parto é um momento muito especial para a vida da mãe, do bebê e de toda a família. Quando os direitos do parto são respeitados, todos têm uma experiência prazerosa. Antes do parto: • Ter acesso ao teste de gravidez, com garantia de con- fidencialidade, na unidade de saúde. • Realizar a primeira consulta pré-natal com até 120 dias de gestação (4 meses). • Receber avaliação inicial imediata da saúde da mãe e do bebê, para verificar se precisam de atendimento prioritário. • Ter acesso a, no mínimo, seis consultas de pré-natal, de preferência: uma no primeiro trimestre, duas no Direitos da Gestante segundo trimestre e três no terceiro trimestre da gestação. Não existe alta no pré-natal, a mu- lher deve ser atendida até o momento de seu parto. • Ter ambiente confor- tável para a espera, e atendimento com orientação clara sobre sua condição e proce- dimentos que serão realizados.
  • 20. Exame Para que serve Quando ABO-Rh Identificar tipo sanguíneo. Se a mãe tiver RH negativo e o bebê positivo, ministrar a imunoglobulina evita problemas nas gesta- ções futuras. Na primeira consulta Dosagem de Hemoglobina (Hb) e Hematócrito (HT) Verifica a presença ou não de anemia Na primeira consulta Glicemia de jejum Se der igual ou maior que 85 e/ou tiver alguém com diabete na família, deve fazer o Teste de Tolerância à Glicose (TTG), para verificar diabetes gestacional. Na primeira consulta. Repetir na 30ª semana VDRL Verifica a sífilis congênita Na primeira consulta Repetir na 30ª semana Urina - tipo 1 Investiga infecções. Na primeira consulta Repetir na 30ª semana Teste anti-HIV Busca evitar a transmissão do vírus na hora do parto. Na primeira consulta Sorologia para hepatite B (HBsAg) 30ª semana Sorologia para toxoplasmose (IgM) Na primeira consulta Exames de imagem (ultrasso- nografia) Só são previstos como obrigatórios em caso de gestação de alto risco. Pelo menos uma, no 2º trimestre. Veja quais exames devem ser realizados no seu pré-natal
  • 21. No parto: toda gestante tem direito de conhecer e se vincular a uma ma- ternidade para receber assistência no âmbito do SUS (Lei nº 11.634/2007). Mulheres e recém-nas- cidos não podem ser recusados nos serviços e tampouco“peregrinar”em busca de assistência. Se a unidade de saúde não for adequada para o tipo de atendimento necessário, a gestante deverá ser assisti- da até que sejam garanti- dos o transporte seguro e a transferência para outra unidade adequada. Toda transferência deve ser feita após a garantia de um leito, com atendimento prévio e sob os cuidados de um profissional de saúde. • Vacina antitetânica (dT), contra hepatite B (se não vacinada) e contra gripe (durante as cam- panhas). • Avaliação do estado nutricional da gestante e tratamento dos distúr- bios nutricionais. • Prevenção ou diagnós- tico precoce do câncer de colo uterino e de mama. • Avaliação e acompa- nhamento odontoló- gico. • Tratamento de possíveis problemas da gestação. • Classificação de risco gestacional – deve ser realizada na pri- meira consulta e nas seguintes, para diag- nosticar precocemente a gestante de risco e proporcionar o encami- nhamento adequado. Além disso, os seguintes procedimentos devem ser realizados:
  • 22. • Privacidade para a mãe e seu acompanhante. • Possibilidade de se movimentar, caminhar, se sentar, o que facilita o parto. • Possibilidade de se alimentar com líquidos ou alimentos leves. • Acesso a métodos para alívio da dor durante a evolução do parto, desde massagens até a analgesia. • Realização da ausculta fetal (ouvir os batimen- tos cardíacos do bebê) e o controle dos sinais vitais da mãe, além dos outros procedimentos necessários. • Escolha da melhor posi- ção para o parto. • Contato imediato do bebê com a pele da sua mãe logo após o nasci- mento (se ela desejar), colocando-o sobre a sua barriga ou seios, de bruços e coberto de forma seca e aquecida. O contato pele a pele deve ser garantido tanto no parto normal quanto na cesárea, na primeira hora de vida e antes de qualquer procedimento de rotina, e não significa apenas O contato pele a pele verdadeiro acontece quando a criança fica no colo da mãe pela pri- meira hora de vida, algumas vezes até já se iniciando a amamentação nesse momento. mostrar o bebê ou encostá-lo rapidamente no rosto da sua mãe. • Corte do cordão um- bilical apenas quando pararem as pulsações (de 1 a 3 minutos após o nascimento). • Estímulo da amamen- tação na primeira hora de vida. • Realização dos proce- dimentos de rotina no recém-nascido apenas após a primeira hora de vida (pesar, medir, vacinar etc.) • Se a mãe for HIV positi- vo, as regras do cordão umbilical e da amamen- tação não valem, para evitar a transmissão do vírus para o bebê. Conheça as principais práticas de humanização do parto Sempre que não houver problemas clínicos, elas devem ser respeitadas:
  • 23.
  • 24. Após o parto: • Alojamento conjunto da mãe com o bebê e seu acompanhante desde o nascimento, não devendo haver “período de observa- ção”no berçário sem uma indicação clínica concreta. • Controle da luz, da temperatura e de ruídos no ambiente. • Início da amamentação ainda na primeira hora de vida, sendo mantida como única alimenta- ção até o sexto mês do bebê. Depois disso, o bebê deve continuar tomando leite materno, junto a outros alimen- tos, até os dois anos de idade ou mais. Em todos os momentos (antes, durante e após o parto), a mulher tem o direito da presença de um acompanhante.
  • 25. O que é um Plano de Parto? O Plano de Parto é um texto contendo as escolhas da mulher para o seu pré-parto, parto e pós-parto. Pode ser feito em forma de uma carta e deve trazer suas preferên- cias de forma clara para orientar os profissionais de saúde que acompa- nharão o processo. Você pode usar as informações desta cartilha e outras orientações, inclusive médicas, para escrever o seu Plano de Parto. O texto deve ser elaborado durante o pré-natal e deve ser acompanhado de orientações sobre alimentação, exercícios físicos e respiratórios preparatórios. O que são o cartão da gestante e o partogra- ma? A Resolução 368 da ANS determina que seja fornecido o cartão da gestante, um instrumen- to com os registros das consultas do pré-natal que deve ser apresentado nos estabelecimentos de saúde durante a ges- tação e quando entrar em trabalho de parto. Já o partograma é um documento gráfico onde o profissional de saúde registra o desenvolvimen- to do trabalho de parto, incluindo a justificativa de necessidade de opera- ção cesariana e é parte integrante do processo para pagamento do parto. A Resolução diz ainda que, sempre que a mulher pedir, devem ser divulgadas as taxas de cesariana dos profissionais e serviços credenciados pela operadora de saúde. Essas ações têm o objeti- vo de incentivar o parto normal.
  • 26. Tive meus direitos violados. O que devo fazer? • Procure o Ministério Público de Pernambuco, por meio da Ouvidoria ou da Promotoria de Justiça da sua cidade. O seu caso será apurado a fim de que outras mulheres não venham a sofrer as mesmas vio- lações, pois o MPPE vai agir para que o serviço de saúde cumpra com as obrigações previstas na lei e ainda poderá apurar as condutas que sejam definidas como crime. Ministério Público de Pernambuco www.mppe.mp.br Central de Denúncias: 0800.281.9455 Ouvidoria: (81) 3303.1244 Pessoalmente: procure a Promotoria de Justiça da sua cidade. Os endereços e telefones estão disponí- veis no site. • Procure a Defensoria Pública ou a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, para ingressar com ação judicial para repa- ração de danos morais e materiais. Defensoria Pública www.defensoria.pe.gov.br 0800.081.0129 OAB Pernambuco www.oabpe.org.br • Procure os Comitês de Mortalidade Materna e/ou de Mortalidade Infantil de seu município ou região. • Procure a Ouvidoria do Sistema Único de Saúde. Disque-saúde: 136 Os profissionais de saúde devem agir de forma ética e solidária, informando a mulher sobre sua saúde, evi- tando intervenções desnecessárias e ouvindo sua opinião sobre os procedimen- tos indicados, de forma clara, respeitando seu saber e o conhecimen- to do seu corpo.
  • 27.
  • 28. Quem orienta Principais diretrizes Organização das Nações Unidas - ONU Destaca, dentro dos Objetivos do Milênio, a necessidade de se alcançar: igualdade entre sexos e empode- ramento da mulher; redução da mortalidade infantil; melhoria da saúde das gestantes. Ministério da Saúde (Por- taria/GM 569 - 2000) Pro- grama de Humanização do Parto e Nascimento Ressalta que a humanização do parto é condição primeira para o adequado acompanhamento à saúde da mulher e do bebê, compreendendo o dever das maternidades de receber com dignidade a mulher, seus familiares e o bebê, o que requer atitude ética e solidária por parte dos profissionais de saúde, a criação de um ambiente acolhedor e a adoção de medidas e procedimentos sabidamente benéficos para o acompa- nhamento do parto e do nascimento, evitando práticas intervencionistas desnecessárias, que embora tra- dicionalmente realizadas, não beneficiam a mulher nem o recém-nascido, e que com frequência acarretam maiores riscos para ambos. Agência Nacional de Vi- gilância Sanitária (Anvisa) – RDC 36/2008 Considera que parto e nascimento são acontecimentos de cunho familiar, social, cultural e fisiológico, fortalecendo o compromisso com os direitos de cidadania e garantindo o acesso às informações sobre saúde. Obriga todos os serviços de atenção à saúde da gestante a adotarem os preceitos de humanização do parto, descrevendo detalhadamente as medidas necessárias para a adoção de boas práticas no atendi- mento ao parto. Lei 8.080/1990 Direito à Saúde Dispõe que o direito à saúde alcança os direitos reprodutivos das mulheres e os direitos das crianças, abrangendo o direito de acesso a técnicas e serviços de saúde que proporcionem atendimento digno e seguro, durante a gravidez e o nascimento, à mãe e ao bebê. As principais referências legais sobre o tema são:
  • 29. Quem orienta Principais diretrizes Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) Afirma que crianças e adolescentes têm direito à proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso. Determina que os estabelecimentos de saúde, públicos e particulares, são obrigados a manter o alojamento conjunto, ou seja, possibilitar que o recém-nascido permaneça todo o tempo junto de sua mãe. Ministério da Saúde – Portaria 1.459/2011 (Rede Cegonha) É uma rede, criada no SUS, que promove o direito ao planejamento da reprodução (escolha de quando se quer ter filhos) e à atenção humanizada na gravidez, parto e pós-parto. Ministério da Saúde – Portaria 371/2014 Assegura que o bebê deverá ser colocado imediatamente no colo da mãe após o nascimento (o chamado contato pele a pele), devendo permanecer durante a primeira hora de vida, para fortalecer o vínculo entre mãe e bebê e estimular a amamentação. Assegura também que o cordão umbilical só deverá ser cortado quando parar de pulsar, para garantir que o bebê receba uma dose extra de oxigênio nos primeiros momentos de vida. Procedimentos de rotina só deverão ser realizados após este contato, exceto se houver indicação clínica. Agência Nacional de Saúde Suplementar - Resolução 368/2015 Dispõe sobre o direito de acesso à informação das beneficiárias aos percentuais de cirurgias cesáreas e de partos normais, por operadora, por estabelecimento de saúde e por médico e sobre a utilização do parto- grama, do cartão da gestante e da carta de informação à gestante no âmbito da saúde suplementar.
  • 30.
  • 31. AMORIM, Melânia Maria Ramos de. Estuda, Melânia, Es- tuda! 2012. Disponível em: <http://www.estudamelania. blogspot.com.br/>. Acesso em: 19 mar. 2015. BRASIL. ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitá- ria. Resolução RDC nº 36, de 3 de junho de 2008. Regu- lamento Técnico para Funcionamento dos Serviços de Atenção Obstétrica e Neonatal. Disponível em: <http:// www.anvisa.gov.br/divulga/noticias/2008/040608_1_ rdc36.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 569/GM, de 1 de junho de 2000. Dispõe sobre o Programa de Humaniza- ção do Parto e Nascimento no âmbito do Sistema Único de Saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de junho de 2011. Dispõe sobre a Rede Cegonha no âmbi- to do Sistema Único de Saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 371, de 7 de maio de 2014. Institui diretrizes para a organização da atenção integral e humanizada ao recém-nascido no Sistema Único de Saúde. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.820, de 13 de agosto de 2009. Dispõe sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde. DINIZ, C. S. G. O que nós como profissionais de saúde podemos fazer para promover os direitos humanos das mulheres na gravidez e no parto. Disponível em: <http://www.mulheres.org.br/violencia/documentos/ cartilha_parto.pdf > Acesso em: 26 de jan, 2015. FESCINA, R. et al. Saúde sexual e reprodutiva: Guias para a atenção continuada da mulher e do recém-nascido focalizadas na APS. Montevidéu – Uruguai: Centro Latino-americano de Perinatologia / Saúde da Mulher e Reprodutiva – CLAP/SMR, 2010. 256 p. Referências
  • 32. FÓRUM DE MULHERES DO ESPÍRITO SANTO E PARTO DO PRINCÍPIO. Episiotomia - É só um cortezinho. Disponível em: <http://media.wix.com/ugd/2a51ae_eb147c28c- 9f94840809fa9528485d117.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. FÓRUM DE MULHERES DO ESPÍRITO SANTO E PARTO DO PRINCÍPIO. Episiotomia - Violência Obstétrica é Violência contra a Mulher. Disponível em: <http://media.wix.com/ ugd/2a51ae_a3a1de1e478b4a8c8127273673074191. pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. GRUPO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS – PROMO- TOR DE JUSTIÇA ROSSINI ALVES COUTO. Roteiro para atuação Ministerial, Atenção perinatal. Disponível em: <http://www.saude.mppr.mp.br/arquivos/File/kit_aten- cao_perinatal/roteiro_de_atuacao_atencao_perina- tal_2012.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. NASCER NO BRASIL. Inquérito Nacional sobre parto e nascimento. Disponível em: <http://www.ensp.fiocruz. br/portal-ensp/informe/site/arquivos/anexos/nasce- rweb.pdf> Acesso em: 26 de jan, 2015. SENA, Lígia Moreiras. Cientista que Virou Mãe: ser mãe com (cons)ciência. 2014. Disponível em: <http://www. cientistaqueviroumae.com.br/2012/08/mae-pesquisa- dora-referencia-feminista-e.html>. Acesso em: 19 mar. 2015.
  • 33. É direito da pessoa, na rede de serviços de saúde, ter atendimento humanizado, acolhe- dor, livre de qualquer discriminação, restrição ou negação em virtu- de de idade, raça, cor, etnia, religião, orienta- ção sexual, identidade de gênero, condições econômicas ou sociais, estado de saúde, de anomalia, patologia ou deficiência. Portaria nº 1.820/09 do Ministério da Saúde
  • 34. ministério público de pernambuco Rua do Imperador D. Pedro II, 473 – Santo Antônio, Recife, PE CEP : 50010-240 – Tel: (81) 3303.1259 – 3303.1279, imprensa@mppe.mp.br – publicidade@mppe.mp.br www.mppe.mp.br