1. O documento discute a importância da amamentação para a nutrição infantil, segurança alimentar e redução da pobreza. 2. Ele destaca que a amamentação ajuda a prevenir todas as formas de má-nutrição, garantir segurança alimentar mesmo em tempos de crise e quebrar o ciclo da pobreza. 3. O documento fornece estatísticas e fatos sobre os benefícios da amamentação para a saúde da criança e da mãe.
Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
#SMAM 2018: Folder de Ação da WABA para o Brasil
1. 1
AMAMENTAÇÃO É A BASE DA VIDA!
SMAM 2018 Brasil #AGOSTO DOURADO
FOLDER DE AÇÃO
OBJETIVOS DA SMAM 2018
1. Informar as pessoas como a amamentação está ligada à nutrição, segurança alimentar e
redução da pobreza.
2. Ter na amamentação clareza de esta ser a base que ancora tudo na vida.
3. Envolver-se com indivíduos e organizações visando maior impacto.
4. Estimular ações para promover a amamentação como parte da nutrição, da segurança
alimentar e de estratégias para redução da pobreza.
INTRODUÇÃO
Um mundo sustentável e mais igualitário começa com esforços para acabar com a pobreza, proteger
o planeta e garantir prosperidade para todos. A desnutrição, insegurança alimentar e pobreza
afetam milhões de pessoas e bloqueiam o caminho do desenvolvimento sustentável. A
amamentação é uma solução universal que propicia a todos um começo justo para a vida e cria a
base para boa saúde e sobrevivência da criança e da mulher.
O leite materno é perfeito para suprir todas as necessidades nutricionais e imunológicas da criança.
A amamentação é uma forma natural e ideal de alimentar a criança e promove o laço entre a mãe e
a criança, independentemente do lugar. Embora as taxas globais de iniciação do aleitamento
materno sejam relativamente altas, apenas 40% do total de crianças menores de 6 meses de idade
são exclusivamente amamentadas e 45% continuam com amamentação até 24 meses de idade.
Além disso, há grandes variações nas taxas de aleitamento materno seja regional a nível global
quanto dentro de cada país. A expansão da duração ideal do aleitamento materno poderá prevenir a
morte de mais de 823 000 crianças e 20 000 óbitos maternos anualmente. A não amamentação está
associada a baixos níveis de inteligência, e perdas económicas de cerca de 302 biliões de dólares
anualmente.
Há muitas barreiras para a criação de um ambiente favorável e que apoie a mulher para amamentar.
Estas incluem a falta de serviços de saúde favoráveis, sistemas de apoio às famílias e às
comunidades, e políticas nos locais de trabalho e de emprego como por exemplo a efetivação das
propostas referentes as ações da “Mulher Trabalhadora que Amamenta”, a MTA do Ministério da
Saúde do Brasil. A comercialização abusiva dos substitutos do leite materno, ou seja, com o não
cumplimento da “Norma Brasileira Para Comercialização de Alimentos para Lactentes – NBCAL”, a
2. 2
Lei 11.265 de 2006, o Decreto Lei 8552 de 2015, sem dúvida agrava ainda mais a situação da duração
ideal1
do aleitamento materno no Brasil.
É necessário ação em relação a estas questões para ser atingida a meta da Assembleia Mundial da
Saúde (WHA), de pelo menos 50% de crianças serem amamentadas exclusivamente até 2015. Apesar
de ter sido alcançado um progresso significativo, há ainda muito trabalho por se realizar, de modo a
preencher a lacuna entre as politicas públicas em prol da amamentação e a sua implementação.
Juntos, podemos defender a amamentação como parte essencial da nutrição ideal, a segurança
alimentar e como até mesmo para a contribuição da redução da pobreza no Brasil. A Semana
Mundial da Amamentação 2018 Brasil tem como foco:
1.Prevenir a má-nutrição em todas as suas formas
A má-nutrição refere-se tanto à desnutrição, como ao sobrepeso, associado às doenças não-
transmissíveis. Esta dupla carga da má-nutrição tem enormes consequências na saúde da criança a
curto e longo prazos.
2. Garantir a segurança alimentar mesmo em tempos de crise
Segurança alimentar significa o acesso a alimentos para todas as pessoas a todos momentos. Ela é
afetada pela disponibilidade de alimentos, acesso e diferentes crises, como por exemplo, as atuais
instabilidades econômicas, os possíveis desastres naturais, bem como a degradação do meio
ambiente.
3. Quebrar o ciclo da pobreza
A Pobreza é afetada por vários fatores incluindo a fome e a desnutrição. A fome leva as famílias a
entrar num espiral descendente que as conduzem a pobreza e impede-as de sair do ciclo da pobreza.
A amamentação ajuda a prevenir a má-nutrição em todas as suas formas, garante a segurança
alimentar para as crianças e por conseguinte, ajuda as pessoas e as nações a sairem do ciclo da fome
e da pobreza. Portanto, Amamentação é a base da vida! Proteger, promover e apoiar a
amamentação é vital para um mundo mais sustentável.
Caixa de Fatos 1
Efeitos positivos para a saúde ao longo da vida devido a duração ideal da amamentação
Há fortes evidências de que a duração ideal do aleitamento materno tem muitos efeitos sobre:
Mãe: ajuda no intervalo entre gestações, reduz o risco de câncer da mama, de ovário e diminui o
risco de hipertensão.
1
Duração ideal do aleitamento materno – o Ministério da Saúde/Brasil recomenda a amamentação até 2
(dois) anos de idade ou mais, e que nos primeiros 6 (seis) meses, o bebê receba somente leite materno, sem
necessidade de sucos, chás, água e outros alimentos.
3. 3
Criança: combate as doenças infecciosas, diminui a incidência e severidade de diarréia, reduz as
infecções do trato respiratório e otite média, evita a cárie e má-oclusão dentária e contribui para o
aumento da inteligência.
Caixa de Fatos 2
Práticas ideais para alimentação infantil saudável
A duração ideal do aleitamento materno é vital para a saúde e bem-estar da mulher e da criança, ao
longo da vida.
A OMS/UNICEF e o Ministério da Saúde/Brasil recomendam:
● Inicio precoce da amamentação, na primeira hora do nascimento.
● Amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses de vida.
● Amamentação continuada até 2 anos ou mais, com a introdução de alimentos
nutricionalmente adequados e alimentos complementares (sólidos) seguros a partir de 6
meses de vida.
Caixa de Fatos 3
Os custos económicos e ambientais de não amamentar
Os custos a curto e longo prazos por não amamentar afetam toda a sociedade da seguinte
maneira:
Os bebês que não são amamentados possuem menor coeficiente de Inteligência,
reduzindo as suas oportunidades de alcançar boa educação, e mais tarde tendo poucos
ganhos na vida.
Baixas taxas de aleitamento materno contribuem para elevada morbidade infantil e, por
conseguinte, contribuem para elevados custos de cuidados de saúde e tratamento.
A fabricação, preparação, embalagem, armazenamento, distribuição e preparação da
fórmula infantil contribuem para a degradação do meio ambiente.
A prevenção da malnutrição em todas as suas formas
Há bastante tempo, já foi reconhecido que a malnutrição com baixo peso e baixa estatura para a
idade é comum nos países em desenvolvimento como o Brasil. Além deste problema, na verdade
o sobrepeso associado a doenças não transmissíveis é um grande fator que contribui para o ônus
de doenças nos países em desenvolvimento, comparado aos países desenvolvidos. A não
amamentação pode estar relacionada tanto ao baixo peso como ao sobrepeso em crianças. Esta
carga dupla da malnutrição tem graves consequências na saúde da criança tanto a curto como a
longo prazo.
A malnutrição em crianças, especialmente o baixo peso, muitas vezes é o resultado de
alimentação artificial em sociedades com baixo poder econômico. O baixo peso pode ser
indirectamente prevenido, por exemplo, através da prevenção de diarreia crônica. Além da
amamentação, muitos fatores afetam o crescimento e desenvolvimento ideal da criança,
incluindo a introdução, a quantidade e a frequência da alimentação complementar. O risco de
4. 4
outra forma de malnutrição, sobrepeso e obesidade, aumenta quanto mais a criança é
artificialmente alimentada, e isto está se tornando comum em vários locais.
A amamentação também tem implicações para a nutrição da mulher que amamenta. A suposição
de que as mulheres que amamentam ficarão desnutridas e perdem peso devido à amamentação não
parece ser válida. Boa nutrição materna juntamente com intervalo ideal entre uma gestação e outra
e acesso a contraceptivos são os principais fatores para prevenir a malnutrição. A amamentação
exclusiva também ajuda as mulheres que amamentam a retornarem ao peso saudável e
possivelmente diminui o risco de desenvolver diabetes.
A duração ideal da amamentação ajuda a prevenir todas as formas de desnutrição com efeitos
positivos e duradouros ao longo da vida de ambos, ou seja, tanto das crianças como das mulheres
que amamentam.
Fatos & Números
❏ Globalmente são 155 milhões de crianças menores de 5 anos de idade com baixa altura para
idade, 52 milhões com baixo peso e 41 milhões com sobrepeso (1)
❏ Nos países de renda média-baixa, as crianças que haviam sido amamentadas tinham 21%
menos risco de morrer no primeiro ano comparado com aquelas que nunca foram
amamentadas (2)
❏ Estima-se que a amamentação reduz o risco de sobrepeso e obesidade em cerca de 10%,
comparado com alimentação com fórmula (3)
❏ Mais de 1.9 biliões de adultos (≥ 18 anos) tinham sobrepeso. Destes, mais de 650 milhões
eram obesos (1)
1. Child malnutrition. (n.d.). Disponível através do link http://www.who.int/gho/child-malnutrition/en/
2. Akst, J. (2015). Breast Milk and Obesity: A study links components of a mother’s milk to her infant’s
growth. Disponível através do link https://www.the-scientist.com/
3. Sankar, M. J. et al. 2015. Optimal breastfeeding practices and infant and child mortality: A systematic
review and meta-analysis. Acta Paediatrica, 104 pp3-13.
Garantir a segurança alimentar mesmo em tempos de crises
As Nações Unidas definem segurança alimentar ‘’quando todas as pessoas, a todo tempo, têm
acesso físico, social e económico a alimento suficiente, seguro e nutritivo para atender as
necessidades dietéticas para uma vida produtiva e saudável’’. Os primeiros 1000 dias são críticos,
pois é quando a base do desenvolvimento humano é construída. A amamentação proporciona
segurança alimentar para as crianças desde o seu início de vida e contribui para a segurança
alimentar para toda a família. As políticas que protegem, promovem e apoiam a alimentação
infantil ideal, devem incluir a segurança alimentar para todas as mulheres gestantes e lactantes.
A amamentação é o maior exemplo da profunda ligação entre a saúde humana e os ecossistemas
da natureza. O leite materno é um alimento natural renovável que é seguro para o meio
ambiente e ecológico, pois é produzido e distribuído ao consumidor sem poluição,
empacotamento ou desperdício. Por outro lado, a alimentação artificial deixa importante pegada
5. 5
ecológica no meio ambiente que contribui para o esgotamento dos recursos naturais,
degradação ambiental e mudanças climáticas de várias formas. A indústria de lacticínios causa a
emissão de gases de efeito estufa (GEE). Além disso, a produção, empacotamento,
armazenamento, distribuição e preparação de fórmula infantil implica no uso considerável de
combustíveis fósseis e enormes quantidades de água. Portanto, a alimentação artificial contribui
para a emissão de gases de efeito estufa (GEE) e escassez de água que agravam as mudanças
climáticas.
A mudança climática leva a desastres naturais e crises humanitárias. Sistemas inseguros de
abastecimento de leite em pó e as condições de falta de higiene que geralmente prevalecem em
situações de emergência fazem da amamentação a opção mais segura.
A amamentação é uma decisão climática inteligente que ajuda a garantir a segurança alimentar
mesmo em tempos de crises. Promover, proteger e apoiar a amamentação é crucial para a saúde do
nosso planeta e de seus habitantes.
Fatos & Números
❏ No total, 815 milhões de pessoas encontram-se numa situação de insegurança alimentar
crónica e desnutridas, sendo que em sua maioria, 489 milhões vivem em países afetados por
conflitos (4)
❏ Prevê-se que o mercado global de fórmula infantil alcance vendas de aproximadamente 70.6
bilhões de dólares americanos em 2019 (5)
❏ Mais de 4000 litros de água são necessários para produzir apenas 1kg de fórmula infantil em
pó (6)
❏ A quantidade e qualidade da produção de leite materno é relativamente inalterada devido
ao estado nutricional da mulher, exceto em mulheres extremamente desnutridas (que é
apenas 1%) (7)
❏ Globalmente, há cerca de 60 milhões de refugiados, e populações deslocadas, muitas dos
quais são crianças pequenas, e mulheres em risco de várias formas de desnutrição que
podem beneficiar da amamentação (8)
4. Food and Agricuture Organization of the United Nations. (n.d.). How close are we to #ZeroHunger?
Disponível através do link http://www.fao.org/state-of-food-security-nutrition/en/
5. Save the Children. (2018). Don’t push it. Why the formula milk industry must clean up its act.
Disponível através do link
https://www.savethechildren.org.uk/content/dam/gb/reports/health/dont-push-it.pdf
6. Linnecar, A. et al. (2014). Formula for disaster. Weighing the Impact of Formula Feeding vs.
Breastfeeding on Environment. Disponível através do link
http://ibfan.org/docs/FormulaForDisaster.pdf
7. During disasters, breastfeeding's advantages shine. (n.d.). Disponível através do link
https://www.ennonline.net//breastfeedingadvantagesdisasters
8. Nutrition in emergencies. (n.d.). Disponível através do link
http://www.wpro.who.int/nutrition_wpr/nutrition_emergencies/en/
6. 6
Quebrar o ciclo da pobreza
Um mundo sustentável começa por erradicar a pobreza em todas as suas formas em toda a parte.
De acordo com Pinstrup-Andersen, “nem toda a pessoa pobre tem fome, mas quase todas as
pessoas com fome são pobres. Milhões vivem com fome e malnutrição porque simplesmente não
conseguem comprar comida suficiente, não conseguem alimentos nutritivos, ou não conseguem ter
o que precisam para produzir alimentos suficientes e bons para eles próprios’’. A fome e a pobreza
andam juntos num ciclo vicioso que impedem as pessoas de alcançarem na totalidade o seu
potencial.
A amamentação é uma solução universal que cria as condições equitativas, de modo a dar a todas as
crianças o começo justo para a vida. Possibilita à milhões de crianças sobreviverem e prosperarem,
abrindo o caminho para uma saúde melhor e um futuro mais próspero. O leite materno é o alimento
mais nutricionalmente e imunologicamente potente para as crianças. É o alimento que pode
estimular o desenvolvimento do cérebro mais que qualquer outra coisa. A amamentação impulsiona
o desenvolvimento cognitivo e o coeficiente de inteligência da criança, e, por conseguinte, melhora
de forma significativa o aproveitamento escolar, a participação na força de trabalho, e os ganhos ao
longo da vida. A perda desta fase crítica do desenvolvimento do cérebro durante a infância pode
resultar em perdas cognitivas e económicas significativas.
A amamentação melhora a saúde e bem-estar da mulher e da criança e é a base do desenvolvimento
e do futuro de um país. É o grande equalizador que pode ajudar a quebrar o ciclo da pobreza.
Factos & Números
❏ 1 em cada 5 pessoas nos países em desenvolvimento ainda vivem com menos de 1,90 USD
por dia (9)
❏ Amamentação é um dos melhores investimentos na saúde global. Cada dólar investido em
amamentação gera 35 USD em ganhos económicos (10)
❏ Crianças amamentadas por curta duração estiveram associadas a 2.6 pontos de perda na
pontuação do QI (10)
❏ Não amamentar está associado a perdas económicas de cerca de 302 biliões de dólares
americanos anualmente ou 0.49% do rendimento nacional bruto no mundo. (10)
9. Poverty - United Nations Sustainable Development. (n.d.). Disponível através do link
https://www.un.org/sustainabledevelopment/poverty/
10. Nurturing the Health and Wealth of Nations: The Investment Case for Breastfeeding. Disponível
através do link http://www.who.int/nutrition/publications/infantfeeding/global-bf-collective-
investmentcase.pdf
ESTUDOS DE CASO
Todos os assuntos levantados neste Folder de Ação requerem uma ação urgente. Leia sobre como as
diferentes organizações estão trabalhando sobre como integrar a alimentação infantil ideal -que
certamente inclui a amamentação- na segurança alimentar e programas de nutrição, apoiando
mulheres em desastres e usando os agentes comunitários de saúde (ACS) para melhorar o modo de
7. 7
vida e produzir mudanças sustentáveis. Esperamos que você se inspire nestes estudos de caso e
tome ação onde quer que você esteja!
Estudo de Caso 1
Aprender em ação: Melhorando alimentação complementar
por: “The Hunger Project” 14 de Novembro, 2016
http://www.thp.org/news/learning-action-improving-complementary-feeding/
As várias formas de desnutrição é um grande problema que Malawi enfrenta, e é causado pela
insegurança alimentar, estilos de vida e meio ambiente não saudáveis bem como as práticas de
cuidados inadequadas. Este projeto de pesquisa teve como principal foco os primeiros 1000 dias de
vida da criança, visando a amamentação exclusiva nos primeiros 6 meses, seguido de alimentação
complementar adequada de 6 a 23 meses. Melhorando estas práticas, a baixa estatura para idade e
o baixo peso podem ser evitados, garantindo o desenvolvimento adequado das crianças.
As intervenções nutricionais são necessárias para educar as famílias e cuidadores das crianças sobre
as melhores práticas nos primeiros 1000 dias de vida. As intervenções através desse estudo
incluíram a educação nutricional para fazendeiros sobre segurança alimentar e agricultura
diversificada, enquanto que os cuidadores das crianças foram treinados sobre nutrição apropriada e
melhores práticas alimentares.
Como podemos aplicar estas lições do projeto “The Hunger ’’?
1. Usar os alimentos localmente disponíveis para melhor complementar a amamentação após
os 6 (seis) meses e educar sobre a substituição quando os alimentos comuns estão fora da
época.
2. Educar as comunidades sobre o tamanho das porções e as refeições e lanches apropriados à
idade, incentivando especialmente as papas enriquecidas para as crianças pequenas, mesmo
que as famílias pensem que as crianças já são crescidas para esse tipo de refeição, estas
ainda beneficiam da nutrição.
3. Considerar a complexidade das dinâmicas familiares; todos os membros da família devem
ser educados – a alimentação ultrapassa género e gerações (especialmente avós), e até
mesmo famílias.
4. Apoiar a agricultura nutricionalmente adequada e a educação de acordo com as colheitas
sazonais correspondendo com a educação para saúde e nutrição que ajudarão as famílias na
preparação de alimentos nutricionais para todo o ano. Fornecendo receitas e aulas de
culinária, irá também promover boa saúde e confiança na preparação de refeições
nutritivas.
Estudo de Caso 2
Apoiando as mães que amamentam quando ocorre uma catástrofe
Por Funcionários da ONG Visão Mundial Atualizado em 5 de Agosto, 2016
Escrito por Kathryn Reid. Editado por Rachael Boyer.
8. 8
https://www.worldvision.org/gender-equality-news-stories/support-breastfeeding-moms-
emergencies
Depois do Tufão Haiyan que atingiu as Filipinas em 2013, muitas mães informaram aos funcionários
da ONG Visão Mundial que estavam muito estressadas para amamentar e ao invés de
amamentarem deram aos seus bebês água para encher os seus estômagos e mantê-los calmos. Sem
o conhecimento vital sobre nutrição, as crianças ficaram com risco de desnutrição devido a diarréia.
Estas mães vulneráveis necessitaram de um lugar seguro para terem apoio e educação.
Um espaço seguro para a mulher amamentar
‘’ É muito importante ter um espaço para as mulheres e crianças, no qual elas podem ter protecção
e privacidade, bem como certa tranquilidade’’, disse Weihui Wang, uma especialista em protecção
da criança da ONG Visão Mundial.
Em lugares de longa exposição a desastres tal como o Tufão Haiyan e após o terremoto no Nepal em
2015, os programas para mulheres lactantes proporcionaram locais calmos para reunir as mães que
amamentavam enquanto estas estavam desabrigadas.
Myrna, uma mãe de 4 filhos, afirmou que foi um grande alívio trazer a Maria Rosa, sua filha mais
nova para um destes lugares depois do Tufão Haiyan.
‘’ Quando eu cheguei aqui, a bebé Maria Rosea e eu podemos relaxar, e eu já posso esquecer os
meus problemas e ansiedades’’, disse Myrna. ‘’ Também aprendi muitas coisas com outras mães’’.
Ajuda bem intencionada que pode causar danos
A fórmula infantil está no topo da lista de suprimentos que as pessoas bem intencionadas querem
doar quando ocorre uma emergência, diz Minnie Portales. Porém, grandes quantidades de doação
de fórmulas infantis podem ter consequências não intencionais de desencorajar a amamentação
entre mães que poderiam continuar a amamentar com o apoio adequado para a amamentação.
Estudo de Caso 3
No Peru, os promotores nativos trabalham com as comunidades para reduzir a desnutrição com
sucesso
Por Projeto ‘’The Hunger ’’ 25 de Julho, 2016
http://www.thp.org/news/peru-indigenous-promoters-work-communities-successfully-reduce-
malnutrition/
Os 26 promotores de indígenas do Peru, sete dos quais são mulheres, servem como exemplos
brilhantes de membros da comunidade que tomam iniciativas para serem agentes ativos de
mudanças sustentáveis.
Trabalhando constantemente na melhoria das suas habilidades de liderança numa abordagem
baseada no género, autoafirmação e autoestima, este grupo de voluntários tem a motivação
necessária para trazer o verdadeiro desenvolvimento para as comunidades indígenas Shawi, com
quem o projeto “The Hunger-Peru” trabalha através da Chirapaq (Centro para as Culturas dos Povos
Indígenas de Perú).
9. 9
Quinze promotores, homens e mulheres, visitam regularmente e ensinam as comunidades sobre
boas práticas agrícolas perante as mudanças climáticas. Os promotores também ensinam as
mulheres sobre maneiras saudáveis para melhorar os hábitos alimentares, bem como a saúde e
higiene de seus filhos, com enfoque especial nas crianças Shawi menores de três anos de idade. Os
conceitos específicos que estão sendo introduzidos consistem em educação sobre grupos de
alimentos, e aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses.
Lições como estas resultaram na redução da desnutrição crónica em oito comunidades Shawi no
Peru.
AÇÕES
Onde quer que esteja, você pode informar, apoiar, envolver e estimular a amamentação, como a
base para a vida. Aqui estão algumas ações para você considerar:
INFORMAR
● Alertar sobre os riscos e desvantagens da alimentação artificial, especialmente em
populações vulneráveis.
● Informar aos outros sobre os efeitos a longo prazo da duração ideal do aleitamento
materno.
● Promover a amamentação como forma de reduzir as pegadas ecológicas de carbono.
● Conversar sobre o custo de não amamentar para as famílias e países.
ANCORAR
● Incluir a protecção, promoção e apoio à amamentação em programas para combater o
sobrepeso e a obesidade.
● Defender junto aos ministérios, ex: Ministério de Agricultura, que a segurança alimentar
começa com a garantia da duração ideal da amamentação.
● Integrar a amamentação no currículo de graduação e pós-graduação, para todas as
profissões relevantes.
● Integrar a amamentação em programas que fazem referência à saúde materna, neonatal,
infantil, do adolescente e desenvolvimento.
● Assegurar que as directrizes operacionais das Nações Unidas 2017, sobre a gestão da
alimentação de bebés e crianças pequenas em situações de emergência, seja aplicada em
todas as intervenções de ajuda de emergência.
ENVOLVER
● Envolver organizações que trabalham na área de nutrição, fome, segurança alimentar, ajuda
alimentar, meio ambiente, mudanças climáticas, e assuntos relacionados com a redução da
pobreza.
● Incluir jovens com abordagens inovativas de desenvolvimento para operar mudanças.
● Envolver o homem e outras fontes de suporte familiar na divisão de cuidados e
responsabilidades domésticas.
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● Treinar equipes profissionais multidisciplinares e pessoal voluntário em amamentação para
criar uma corrente calorosa de apoio para as mulheres que amamentam.
ESTIMULAR
● Promover a implementação da Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC) e programas na
comunidade que aconselham e apoiam as mulheres lactantes.
● Ratificar politicas de licença maternidade paga e proteção parental baseada na Convenção
da OIT sobre a Proteção da Maternidade como um requisito mínimo.
● Implementar na totalidade e monitorar a “Norma Brasileira Para Comercialização de
Alimentos para Lactentes – NBCAL”, a Lei 11.265 de 2006, o Decreto Lei 8552 de 2015.
● Monitorar o impacto ambiental da fabricação de fórmula infantil e a cadeia de distribuição e
consumo.
● Defender por maior investimento em programas de amamentação em todos os níveis.
Juntos, podemos trabalhar em prol de um futuro mais saudável, mais
próspero e sustentável
O tema da Semana Mundial da Amamentação 2018 é “Amamentação é a Base da Vida”. A duração
ideal do aleitamento materno ajuda a prevenir a malnutrição em todas as suas formas com efeitos
positivos a longo prazo tanto para as crianças como para as mulheres que amamentam. A
amamentação é uma decisão inteligente para o meio ambiente, pois ajuda a garantir a segurança
alimentar mesmo em tempos de crise. Promover, proteger e apoiar a amamentação é crucial para o
bem-estar do nosso planeta e seu povo. Além se ser a base para o desenvolvimento saudável da
criança, a amamentação é também o alicerce para o desenvolvimento do país. É um excelente
equalizador que poderá ajudar a quebrar o ciclo da pobreza.
É necessário um trabalho de equipe para fazer funcionar a amamentação . Ao reunir as diferentes
partes interessadas dos serviços de saúde, a comunidade, os locais de trabalho e incluindo as
autoridades locais, podemos criar uma corrente calorosa de apoio às mulheres que amamentam.
Mensagens consistentes e sistemas com encaminhamento adequado em toda corrente calorosa
poderá garantir que o binômio mãe-bebê se beneficie do apoio contínuo e da assistência qualificada.
A WABA coordena um projeto em Penang, na Malásia, para criar uma comunidade amiga da
amamentação, com o objetivo final de integrar o respeito da amamentação em iniciativas voltadas
para cidades saudáveis e desenvolvimento sustentável.
Você pode criar uma corrente calorosa de apoio à amamentação onde quer que você esteja. Você
tem um exemplo de corrente de apoio calorosa na sua comunidade? Compartilhe as suas histórias e
juntos podemos criar as bases para um futuro saudável, mais próspero e sustentável.
____________________
Agradecimentos
A WABA gostaria de agradecer aos seguintes
Colaboradores: Lucy Sullivan, Rafael Perez-Escamilla e Ted Greiner
Revisores: Anne Batterjee, Anwar Fazal, Betty Sterken, David Clark, Elien Rouw, Frenny Jowi, Hiroko Hongo,
Hussein Tarimo, Irma Chavarria de Maza, Irum Taqi, Jennifer Mourin, Johanna Bergerman, JP Dadhich, Kathy
Parry, Laurence Grummer Strawn, Lee Claassen, Maryse Arendt, Michele Griswold, Paige Hall Smith, Prashant
Gangal, Regina Da Silva, Rufaro Madzima, Rukhsana Haider, Taru Jindal e Zaharah Sulaiman.
Grupo editorial: Amal Omer-Salim, Nisha Kumaravel e Pei Ching Chuah.
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Consultora: Felicity Savage.
Desenho Gráfico: Chin Mun Woh.
Impressão: Juta Trading.
Finaciador: Swedish International Development Cooperation Agency (Sida).
Estudos de Caso: Projeto “The Hunger Project” e ONG Visão Mudial.
Tradução Português/Luso: Armanda Gani.
Adaptação para SMAM Brasil: Regina Da Silva.
Patrocínio: A WABA não aceita patrocínio de nenhuma indústria fabricante de substitutos de leite
materno, equipamentos relacionados e/ou alimentos complementares que substituam a amamentação.
A WABA recomenda aos participantes da Semana Mundial da Amamentação Brasil #AGOSTO
DOURADO a respeitarem e seguirem esta mesma conduta ética.
www.worldbreastfeedingweek.org
WABA │ SEMANA MUNDIAL DA AMAMENTAÇÃO (SMAM) #AGOSTO DOURADO
A Aliança Mundial Para a Ação em Aleitamento Materno (WABA) é uma rede mundial de pessoas e
organizações dedicadas à proteção , promoção e apoio ao aleitamento materno em todo o mundo com
base na Declaração de Innocenti, Nos Dez Passos Para Nutrir o Futuro e na Estratégia Global Para a
Alimentação de Lactentes e Crianças de Primeira Infância. A WABA tem estatuto de consultor junto
ao UNICEF e é uma ONG com Estatuto Especial de Consultor junto ao Conselho Econômico e Social
das Nações Unidas (ECOSOC). A WABA coordena a campanha anual para a Semana Mundial da
Amamentação. A WABA trabalha através da colaboração de organizações e indivíduos. Os Principais
parceiros da WABA são: Academia de Medicina de Amamentação (ABM), Rede Internacional em
Defesa do Direito de Amamentar (Rede IBFAN), Associação Internacional de Consultores em
Lactação (ILCA), La Leche League Internacional (LLLI), Fundo das Nações Unidas para a Infância
(UNICEF), Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização das Nações Unidas para Agricultura
e Alimentos (FAO) e várias outras organizações internacionais. O trabalho da WABA, incluindo a
Semana Mundial da Amamentação, é possível graças ao apoio generoso da Agência Sueca de
Cooperação para o Desenvolvimento Internacional (Sida).
WABA, PO Box 1200 10850 Penang, Malásia Tel: 60-4-658 4816 Fax: 60-4-657 2655 | Email:
wbw@waba.org.my | Web: www.waba.org.my