O conto descreve a história de Pedro, uma criança que rouba uma estrela da torre da igreja porque queria possuí-la. Quando a comunidade descobre o roubo, pressionam Pedro a devolver a estrela, o que resulta na sua queda da torre e morte. O conto explora os temas da imaginação infantil versus a racionalidade dos adultos e as consequências de sonhar alto demais.
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
A estrela sistematização
1. A Estrela, um conto de Vergílio Ferreira
“Um dia, à meia-noite, ele viu-a.”
2. AS PERSONAGENS / O NARRADOR
As personagens do conto são
Pedro (protagonista);
a mãe e o pai; o velho, o Cigarra, o sr. Governo
(personagens secundárias)
e os habitantes da aldeia (o Rui, o Roda Vinte e Seis,
o Pingo de Cera, a Raque-Traque, a Pitapota e o
Pananão (figurantes).
3. O protagonista
O Pedro é o protagonista, porque é a partir do roubo da
estrela, de que ele é o autor, que se desenvolve toda a
história.
O Pedro é parecido com tantas outras crianças da sua
idade porque gostava de subir às oliveiras para ver os
passarinhos nos ninhos e gostava de aventuras. Além
disso era teimoso, como a maioria das crianças. Queria a
estrela, nem sabia para quê, e não descansou enquanto
não a teve.
4. O Pedro é especial porque é determinado e corajoso.
Quis a estrela e foi buscá-la, o que implicou muito
esforço e aventurar-se por caminhos difíceis. Mas,
sobretudo, implicou muita coragem. Teve de vencer o
medo da noite, o medo do escuro assustador da torre, o
medo da altura e do perigo de cair.
Parece que nada o fazia desistir do seu sonho, daquilo
que desejava obter.
5. PERSONAGENS SECUNDÁRIAS
A mãe do Pedro surpreende-o com a estrela na mão,
quando repara que há uma luz estranha no quarto. De
surpreendida passou a furiosa, quis bater-lhe, mas
queimou-se na estrela. Ficou nervosa porque se
preocupava com as opiniões dos habitantes da aldeia.
O pai quando viu que o filho tinha sido o autor do
roubo, não lhe bateu, mas obrigou-o a corrigir o mal
feito, porque estava preocupado com a opinião dos
aldeãos.
6. Personagens secundárias
O velho, como passava parte da noite acordado, deu
pela falta da estrela no céu e comunicou-o ao Cigarra
que, por sua vez, o fez saber a toda a aldeia.
O senhor Governo primeiro achou que uma estrela a
mais ou a menos não tinha qualquer importância, mas
depois quis mostrar-se prestável e mandou buscar umas
escadas muito altas para se chegar melhor ao cimo da
torre. Quis até que fosse o seu filho a colocar a estrela
no céu, mas este, mal lhe pegou, queimou-se.
7. O narrador
O narrador é não participante porque não está presente
na narrativa, como se comprova pelo uso de verbos e
pronomes na 3ª pessoa.
“Nessa noite não aguentou. Meteu-se na cama …, a mãe
levou a luz, mas ele não dormiu.”
O narrador é subjetivo porque, embora não faça parte
da história, dá as suas opiniões, os seus pontos de vista.
“O medo vinha também a correr atrás dele. Mas como
vinha descalço, ele corria mais.”
8. O narrador
O narrador é omnisciente porque sabe tudo, incluindo
os pensamentos das personagens.
“... tão contente ficou de a porta estar aberta, que só
depois se lembrou de a ter ouvido ranger. E então
assustou-se.”
9. A ação
A ação decorre à meia-noite porque é só à meia-noite
que a estrela passa sobre a torre e só à noite as estrelas
são visíveis.
Problema inicial
Pedro desejava ter a estrela, pelo que planeou
empalmá-la.
10. O tempo
São marcas de tempo as seguintes expressões:
“Um dia, à meia-noite”;
“a essa hora”;
“nessa noite”;
“No dia seguinte”;
“Mas no dia seguinte”;
“Aconteceu então que no dia seguinte”;
“Ora certa noite”;
“um ano inteiro”;
“hoje”;
“Já passaram muitos anos”.
11. O espaço
Os diferentes lugares onde decorre a ação são o
quarto do Pedro, as ruas da aldeia, a torre da igreja
e o adro.
O espaço físico mais importante é a torre porque é a
partir dela que Pedro chega à estrela, é a partir dela
que a colocará de volta e também será ao escorregar
dela que morrerá e o seu sonho terminará.
12. Episódios principais
Pedro saiu de casa e dirigiu-se à igreja;
Subiu até ao campanário e agarrou a estrela;
Já em casa, antes de se deitar, guardou-a numa caixa;
Ao acordar, pensou que lhe tinham trocado a estrela e,
por isso, ficou transtornado;
Os pais recearam que Pedro estivesse metido em
sarilhos;
O velho descobriu o roubo e a aldeia ficou em alvoroço;
13. Episódios principais (continuação)
Os habitantes da aldeia tomaram partido a favor de
Cigarra contra o sr. Governo;
Os pais de Pedro descobriram a verdade;
O pai de Pedro denunciou o filho e impôs que este fosse
repor a estrela no seu lugar;
Pedro caiu do alto da torre e morreu;
Toda a gente da aldeia chorou a sua morte e durante
muito tempo lamentou o sucedido.
14. A história
Foi difícil ao Pedro concretizar o seu sonho porque
não só o caminho era arriscado e difícil, como
também encontrou a oposição de toda a gente.
Pedro é uma criança que acredita no sonho, na
capacidade da imaginação, ao contrário dos adultos
que vivem presos à realidade. Daí Pedro não se
queimar com a estrela.
15. Simbolismo da estrela
A posse da estrela significa:
crescimento, busca da própria identidade;
nascimento para uma outra vida;
desejo de conhecimento do mundo;
ânsia de liberdade;
vitória sobre o medo;
coragem.
16. INTERPRETAÇÕES POSSÍVEIS PARA ESTE CONTO
O Pedro morreu porque o seu sonho era demasiado
ambicioso.
O Pedro cometeu uma falta grave e por isso foi
castigado.
A maioria dos adultos perdeu a capacidade de sonhar e
a sua incompreensão matou o Pedro.
O Pedro não estava interessado em viver num mundo
onde não havia lugar para o sonho.
O Pedro não morreu. Morreu a criança cheia de sonhos
e fantasias; circunstâncias da vida obrigaram o Pedro-
criança a tornar-se adulto, sem tempo ou vontade de
sonhar.
17. Léxico próprio de um meio rural
Registo popular
“empalmar”; “tramar”, “gramar”; “escachar”
“sacana”; retoiço; malhoada;
“punha-lhe o comer”; “fizera uma das dele”;
“tivera mesmo uma ponta de cagaço”;
“malhar com o coirão na cadeia”;
“se o pai ou a mãe descobrissem estava cosido”
“não fosse o diabo tecê-las”;
“apanhá-lo com a boca na botija”;
“que lhe cultivava umas sortes”.