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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC
INSTITUTO UFC VIRTUAL
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
MARTA MARIA DOS SANTOS DANTAS
Observações gerais:
Número máximo de laudas 10.
Margens: 3cm superior e esquerda; 2cm: inferior e direita. Parágrafo 2cm, espaço entre linhas
em todo o texto 1,5 (veja as exceções quanto à citação e nota de rodapé). Texto justificado
usando a fonte Times New Roman 12 (veja as exceções quanto à citação e nota de rodapé).
Após a elaboração do projeto retirar todas as observações antes do envio.
PRÉ-PROJETO DE PESQUISA
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: uma análise da experiência do
Programa Alfabetização na Idade Certa na Escola Municipal Professora Maria Liduina
Correa Leite
FORTALEZA-CEARÁ
2
2014
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
3. METODOLOGIA
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
5. CONCLUSÃO
6. BIBLIOGRAFIA
3
1. INTRODUÇÃO
O analfabetismo no Brasil permanece um tema de dolorosa atualidade. Mais quais as verdadeiras
causas do fracasso do processo de alfabetização no Brasil? Por que nossas estatísticas sobre o
analfabetismo – e sobre o baixo desempenho escolar nos anos iniciais do ensino fundamental –
insistem em nos revelar números tão incômodos? Qual a verdadeira responsabilidade que cabe
ao educador, aos métodos, aos materiais didáticos, à escola e à própria sociedade em relação a
isso?
Estudos realizados pela Fundação Carlos Chagas, Fundação Cesgranrio, Órgãos do Ministério
da Educação (MEC). Secretarias Estaduais e Profissionais da Educação, através de avaliações
diagnósticas, cujo objetivo era verificar o nível de desenvolvimento da leitura e escrita dos
alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental constataram um desempenho insatisfatório,
apontando para a necessidade de mudanças na política educacional do país. De modo particular,
os alunos do Estado do Ceará apresentaram um estado crítico em relação a apropriação da leitura
e escrita. O que levou a criação do Comitê Cearense para Eliminação do Analfabetismo Escolar,
em 2004, culminando com a criação do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), cujo
objetivo principal era priorizar a alfabetização das crianças nas séries iniciais com foco no 2º
ano do Ensino Fundamental.
Em 2007, o PAIC passa a ser considerado como política educacional do Estado do Ceará, cuja
meta é alfabetizar todas as crianças da Rede Pública do Estado do Ceará, até os 7 (sete) anos de
idade. Como gestora da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza/CE, tenho observado que, nos
últimos anos, há uma grande preocupação com o desempenho dos alunos do Ensino
Fundamental na avaliação externa do Governo do Estado do Ceará, SPAECE/Alfa - Sistema
Permanente de Avaliação do Ceará, que é também aplicada no segundo ano, com a finalidade
de avaliar a proficiência desses alunos em Língua Portuguesa.
Desde o Século XVIII até a década de 60 no Século XX, a discussão sobre a alfabetização girava
em torno de métodos: analíticos ou sintéticos. Ensinar do global para o específico ou do
específico para global: letra, sílaba, palavra, frase, texto. Na década de 60 a discussão no Brasil
assume contornos ideológicos com as propostas de alfabetização de Paulo Freire. A partir da
década de 80, com os estudos sobre a psicogênese da aquisição da escrita, de Emília Ferreiro, o
foco da discussão sobre alfabetização se desloca dos métodos de ensino para as concepções
sobre a escrita como sistema de representação. Ferreiro (2001) deixa claro que o educando deve
reconstruir uma relação entre linguagem oral e escrita para se alfabetizar. No processo
4
alfabetizador, há que se ir além do entendimento do funcionamento da escrita, para a
compreensão da sua funcionalidade nas práticas sociais e culturais.
Para Ferreiro (2005, p.25) [...] as crianças são facilmente alfabetizáveis desde que descubram,
através de contextos sociais funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser
conhecido (como tantos outros objetos da realidade aos quais decidam seus melhores esforços
intelectuais).
Os estudos acerca da psicogênese da língua escrita trouxeram aos educadores o entendimento
de que a alfabetização envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a
representação linguística, processo que se dá pelo uso efetivo, respeitando-se níveis conceituais
diversificados, pelos quais passam o sujeito que aprende. Alfabetizar, nessa perspectiva, deixa
de ser um ato mecânico, mas um processo ativo, em que, aquele que aprende, reflete e age sobre
a leitura e a escrita.
No Brasil, a partir de 1986 o termo letramento surge no cenário educacional brasileiro, onde
Soares (1998), explicita as duas principais dimensões do letramento: a individual e a social. A
dimensão individual do letramento parte do pressuposto de que letramento é um atributo
pessoal, “algo” que está relacionado à simples posse individual das tecnologias mentais
complementares de ler e escrever. Defende, ainda, essa dimensão do letramento, a ideia de que
um indivíduo, para ser considerado letrado, ou estar em processo inicial de letramento, necessita
ter no mínimo adquirido a habilidade de ler e escrever. Nesse sentido, existe uma relação muito
estreita entre escolarização, alfabetização e letramento, uma vez que é a educação formal -
escola- a principal agência responsável pelo processo de alfabetização da maioria das pessoas,
principalmente daquelas pertencentes às classes economicamente desfavorecidas.
Em contrapartida a essa dimensão individual do letramento - cuja análise parte do princípio de
que a aquisição da escrita e da leitura por um indivíduo pode trazer-lhe consequências e,
também, alterar seu estado ou condição em vários aspectos: sociais, psíquicos, culturais,
políticos, cognitivos, linguísticos e econômicos -, Soares apresenta a dimensão social do
letramento, que parte do pressuposto de que a introdução da escrita numa determinada
sociedade, até então sem uma relação forte com ela, pode trazer também aos grupos
consequências/transformações políticas, sociais, econômicas e lingüísticas. Defende ainda, essa
segunda dimensão do letramento, que éimpossível definir letramento sem fazer uma análise
social/cultural desse fenômeno.
5
A referência atual expressa nos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs) sobre alfabetização
está embasado no paradigma construtivista de Piaget e na psicogênese da língua escrita,
considerando que alfabetizar não se restringe ao ato de ensinar a ler e escrever, mas compreender
o sentido do texto (Brasil, 1997).
Decorridos alguns anos da aplicação do PAIC na Escola Municipal Professora Maria Liduina
Correa Leite, faz-se necessário uma análise para investigar como o PAIC tem contribuído para
o alcance da meta que é alfabetizar todas as crianças até os 7(sete) anos de idade.
Desse modo, temos como objetivo geral: Analisar como as ações do PAIC, tem contribuído para
a melhoria da aprendizagem da leitura e escrita dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental da
Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite.
E, como objetivos específicos temos: a) Levantar os resultados obtidos pela escola desde a
implantação do PAIC; b) Elaborar questionários a serem respondidos pelos professores; c)
Aplicar avaliações diagnósticas com os alunos; d) Aplicar questionários e analisar os resultados
obtidos.
A relevância do estudo está em trazer contribuições no sentido de identificar os avanços e as
dificuldades em relação a implantação do PAIC e que o resultado desse trabalho forneça
subsídios para que a Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite possa melhor
planejar suas ações, visando alfabetizar todos os alunos regularmente matriculados nas turmas
do 2º ano do Ensino Fundamental.
6
2. SUPORTE TEÓRICO
Ferreiro (2001, p. 9) argumenta: “Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em
função da relação entre método utilizado e o estado de ‘maturidade’ ou de ‘prontidão’ da
criança”. Assim, para começar a ler e a escrever, é necessário ter a criança alcançado um
determinado nível de desenvolvimento, ou seja, ter capacidade de efetuar discriminações
auditivas, sonoras e visuais, isto é, ter competências perceptivas e motoras para que possa
aprender. Segundo a posição de Azenha (1996, p. 23), nessa perspectiva, há uma redução da
aprendizagem da língua escrita “à associação de respostas sonoras a estímulos gráficos”, ou seja,
escrever é um processo de codificação e ler um processo de decodificação.
De acordo com Ferreiro (2001, p.10), a escrita pode ser entendida como “uma representação
da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras” (grifos da
autora). Além disso, “a invenção da escrita foi um processo histórico de construção de um
sistema de representação, não um processo de codificação” (Ibid., p.12).
Então, as dificuldades encontradas pelas crianças são dificuldades conceituais parecidas com as
da construção do sistema. Assim, elas reinventam esses sistemas, pois, para entendê-los,
precisam compreender seu processo de construção e suas regras de produção. Logo, se a escrita
é concebida como um código de transcrição, sua aprendizagem é concebida como a aquisição
de uma técnica; se a escrita é concebida como um sistema de representação, sua aprendizagem
se converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem
conceitual (FERREIRO, 2001, p.16).
Nesse sentido, Ferreiro e Teberosky procuram “não identificar leitura com decifrado” (apud
MELLO, 2007, p. 69), pois ler não é o mesmo que decodificar grafias em sons, não podendo
reduzir a leitura a puro decifrado; nem podemos, de acordo com as autoras, “identificar escrita
com cópia de um modelo externo” (Ibid., p.69), pois “escrita não é cópia passiva, mas
interpretação ativa dos modelos do mundo adulto; ao interpretar, a criança põe em suas hipóteses
acerca do significado da representação gráfica” (MELLO, 2007, p.69). Ademais, os
17progressos na leitura e na escrita não podem ser vistos como avanços no decifrado ou na
exatidão da cópia. De acordo com Mello, não é o método que alfabetiza, mas a criança que
aprende, na interação com o objeto de conhecimento, a leitura e a escrita. Então, “as escritas de
tipo alfabética (tanto quanto as escritas silábicas) poderiam ser caracterizadas como sistemas de
representação cujo intuito original – e primordial – é representar as diferenças entre os
significantes” (FERREIRO, 2001, pp.13-14).
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para realização desta pesquisa foi feito, primeiramente, um levantamento bibliográfico para
obter maior alicerce sobre o objeto a ser pesquisado. A partir do material já elaborado, procedeu-
se a leitura seletiva e crítica, buscando estabelecer relações, e confrontando ideias dos diversos
estudiosos pesquisados que serviram para a descrição da pesquisa.
7
A presente pesquisa tem como foco verificar como as ações desenvolvidas pelo Programa
Alfabetização na Idade Certa tem contribuído para a melhoria da qualidade da educação nas
turmas do 2ª ano da Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. Especificamente
objetiva-se verificar como se deu o processo de implantação do PAIC na escola, identificar o
nível e conhecimento que os professores tem sobre a concepção de avaliação do PAIC, levantar
os conteúdos trabalhados nas formações, verificar como os professores utilizam o material,
buscar informações das ações realizadas pela Secretaria Municipal de Educação para o
acompanhamento do PAIC.
Considerando que o objetivo deste trabalho de pesquisa é verificar como o PAIC tem contribuído
para a melhoria do processo de alfabetização dos alunos regularmente matriculados nas turmas
do 2º ano na Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. O universo da pesquisa
será constituído por professores, alunos e pais ou responsáveis dos alunos do 2º ano da Escola
Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. Dessa forma, por se tratar de uma pesquisa
com ênfase qualitativa será definida uma amostra desses sujeitos para participar da fase de coleta
dos dados.
Para obtenção dos dados necessários para realização do trabalho de natureza qualitativa, serão
utilizados como instrumento de pesquisa entrevista com os professores, alunos e pais do 2º ano.
As características fundamentais da pesquisa qualitativa, segundo Bogdan e Biklen (1994) são:
ter o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento:
envolver-se no processo de obtenção de dados descritivos, enfatizar mais a complexidade do
processo do que o produto: considerar que a análise dos dados tende a seguir um processo
indutivo e preocupar-se em retratar a perspectiva dos participantes da pesquisa, dando
importância relevante ao seu significado.
A entrevista semiestruturada a ser utilizada na pesquisa tem como objetivo a variedade de
informações acerca de como as ações desenvolvidas pelo PAIC tem contribuído para a melhoria
da qualidade da educação.
4. CRONOGRAMA
ATIVIDADES/
MESES
JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO
8
5. REFERÊNCIAS
Revisão Bibliográfica
(leituras)
X X X
Elaboração do Pré-Projeto
Vivencial
X
Entrevistas x x
Estudo Documental x x
Consolidação dos Dados x x
Elaboração do Projeto de
Pesquisa
x x x
Revisão do texto x x
Entrega do trabalho x
9
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro
e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
SOARES, Magda. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminho. Artigo Revista
Pátio – Revista Pedagógica, Artmed Editora. 29 de fevereiro de 2004.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São
Paulo; Cortez, 2011.
FERREIRO, E. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001 (coleção Questões
da Nossa Época).
__________. Alfabetização e cultura escrita. In: Nova Escola. São Paulo, Ano XVIII, n. 162,
Abril/Maio/2003, pp. 27 – 30.

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Análise da aprendizagem escolar no PAIC da Escola Municipal Maria Liduina

  • 1. 1 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC INSTITUTO UFC VIRTUAL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR MARTA MARIA DOS SANTOS DANTAS Observações gerais: Número máximo de laudas 10. Margens: 3cm superior e esquerda; 2cm: inferior e direita. Parágrafo 2cm, espaço entre linhas em todo o texto 1,5 (veja as exceções quanto à citação e nota de rodapé). Texto justificado usando a fonte Times New Roman 12 (veja as exceções quanto à citação e nota de rodapé). Após a elaboração do projeto retirar todas as observações antes do envio. PRÉ-PROJETO DE PESQUISA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR: uma análise da experiência do Programa Alfabetização na Idade Certa na Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite FORTALEZA-CEARÁ
  • 2. 2 2014 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 2. REFERENCIAL TEÓRICO 3. METODOLOGIA 4. ANÁLISE DOS RESULTADOS 5. CONCLUSÃO 6. BIBLIOGRAFIA
  • 3. 3 1. INTRODUÇÃO O analfabetismo no Brasil permanece um tema de dolorosa atualidade. Mais quais as verdadeiras causas do fracasso do processo de alfabetização no Brasil? Por que nossas estatísticas sobre o analfabetismo – e sobre o baixo desempenho escolar nos anos iniciais do ensino fundamental – insistem em nos revelar números tão incômodos? Qual a verdadeira responsabilidade que cabe ao educador, aos métodos, aos materiais didáticos, à escola e à própria sociedade em relação a isso? Estudos realizados pela Fundação Carlos Chagas, Fundação Cesgranrio, Órgãos do Ministério da Educação (MEC). Secretarias Estaduais e Profissionais da Educação, através de avaliações diagnósticas, cujo objetivo era verificar o nível de desenvolvimento da leitura e escrita dos alunos do 1º e 2º ano do Ensino Fundamental constataram um desempenho insatisfatório, apontando para a necessidade de mudanças na política educacional do país. De modo particular, os alunos do Estado do Ceará apresentaram um estado crítico em relação a apropriação da leitura e escrita. O que levou a criação do Comitê Cearense para Eliminação do Analfabetismo Escolar, em 2004, culminando com a criação do Programa Alfabetização na Idade Certa (PAIC), cujo objetivo principal era priorizar a alfabetização das crianças nas séries iniciais com foco no 2º ano do Ensino Fundamental. Em 2007, o PAIC passa a ser considerado como política educacional do Estado do Ceará, cuja meta é alfabetizar todas as crianças da Rede Pública do Estado do Ceará, até os 7 (sete) anos de idade. Como gestora da Rede Municipal de Ensino de Fortaleza/CE, tenho observado que, nos últimos anos, há uma grande preocupação com o desempenho dos alunos do Ensino Fundamental na avaliação externa do Governo do Estado do Ceará, SPAECE/Alfa - Sistema Permanente de Avaliação do Ceará, que é também aplicada no segundo ano, com a finalidade de avaliar a proficiência desses alunos em Língua Portuguesa. Desde o Século XVIII até a década de 60 no Século XX, a discussão sobre a alfabetização girava em torno de métodos: analíticos ou sintéticos. Ensinar do global para o específico ou do específico para global: letra, sílaba, palavra, frase, texto. Na década de 60 a discussão no Brasil assume contornos ideológicos com as propostas de alfabetização de Paulo Freire. A partir da década de 80, com os estudos sobre a psicogênese da aquisição da escrita, de Emília Ferreiro, o foco da discussão sobre alfabetização se desloca dos métodos de ensino para as concepções sobre a escrita como sistema de representação. Ferreiro (2001) deixa claro que o educando deve reconstruir uma relação entre linguagem oral e escrita para se alfabetizar. No processo
  • 4. 4 alfabetizador, há que se ir além do entendimento do funcionamento da escrita, para a compreensão da sua funcionalidade nas práticas sociais e culturais. Para Ferreiro (2005, p.25) [...] as crianças são facilmente alfabetizáveis desde que descubram, através de contextos sociais funcionais, que a escrita é um objeto interessante que merece ser conhecido (como tantos outros objetos da realidade aos quais decidam seus melhores esforços intelectuais). Os estudos acerca da psicogênese da língua escrita trouxeram aos educadores o entendimento de que a alfabetização envolve um complexo processo de elaboração de hipóteses sobre a representação linguística, processo que se dá pelo uso efetivo, respeitando-se níveis conceituais diversificados, pelos quais passam o sujeito que aprende. Alfabetizar, nessa perspectiva, deixa de ser um ato mecânico, mas um processo ativo, em que, aquele que aprende, reflete e age sobre a leitura e a escrita. No Brasil, a partir de 1986 o termo letramento surge no cenário educacional brasileiro, onde Soares (1998), explicita as duas principais dimensões do letramento: a individual e a social. A dimensão individual do letramento parte do pressuposto de que letramento é um atributo pessoal, “algo” que está relacionado à simples posse individual das tecnologias mentais complementares de ler e escrever. Defende, ainda, essa dimensão do letramento, a ideia de que um indivíduo, para ser considerado letrado, ou estar em processo inicial de letramento, necessita ter no mínimo adquirido a habilidade de ler e escrever. Nesse sentido, existe uma relação muito estreita entre escolarização, alfabetização e letramento, uma vez que é a educação formal - escola- a principal agência responsável pelo processo de alfabetização da maioria das pessoas, principalmente daquelas pertencentes às classes economicamente desfavorecidas. Em contrapartida a essa dimensão individual do letramento - cuja análise parte do princípio de que a aquisição da escrita e da leitura por um indivíduo pode trazer-lhe consequências e, também, alterar seu estado ou condição em vários aspectos: sociais, psíquicos, culturais, políticos, cognitivos, linguísticos e econômicos -, Soares apresenta a dimensão social do letramento, que parte do pressuposto de que a introdução da escrita numa determinada sociedade, até então sem uma relação forte com ela, pode trazer também aos grupos consequências/transformações políticas, sociais, econômicas e lingüísticas. Defende ainda, essa segunda dimensão do letramento, que éimpossível definir letramento sem fazer uma análise social/cultural desse fenômeno.
  • 5. 5 A referência atual expressa nos Parâmetros Curriculares Nacionais(PCNs) sobre alfabetização está embasado no paradigma construtivista de Piaget e na psicogênese da língua escrita, considerando que alfabetizar não se restringe ao ato de ensinar a ler e escrever, mas compreender o sentido do texto (Brasil, 1997). Decorridos alguns anos da aplicação do PAIC na Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite, faz-se necessário uma análise para investigar como o PAIC tem contribuído para o alcance da meta que é alfabetizar todas as crianças até os 7(sete) anos de idade. Desse modo, temos como objetivo geral: Analisar como as ações do PAIC, tem contribuído para a melhoria da aprendizagem da leitura e escrita dos alunos do 2º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. E, como objetivos específicos temos: a) Levantar os resultados obtidos pela escola desde a implantação do PAIC; b) Elaborar questionários a serem respondidos pelos professores; c) Aplicar avaliações diagnósticas com os alunos; d) Aplicar questionários e analisar os resultados obtidos. A relevância do estudo está em trazer contribuições no sentido de identificar os avanços e as dificuldades em relação a implantação do PAIC e que o resultado desse trabalho forneça subsídios para que a Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite possa melhor planejar suas ações, visando alfabetizar todos os alunos regularmente matriculados nas turmas do 2º ano do Ensino Fundamental.
  • 6. 6 2. SUPORTE TEÓRICO Ferreiro (2001, p. 9) argumenta: “Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em função da relação entre método utilizado e o estado de ‘maturidade’ ou de ‘prontidão’ da criança”. Assim, para começar a ler e a escrever, é necessário ter a criança alcançado um determinado nível de desenvolvimento, ou seja, ter capacidade de efetuar discriminações auditivas, sonoras e visuais, isto é, ter competências perceptivas e motoras para que possa aprender. Segundo a posição de Azenha (1996, p. 23), nessa perspectiva, há uma redução da aprendizagem da língua escrita “à associação de respostas sonoras a estímulos gráficos”, ou seja, escrever é um processo de codificação e ler um processo de decodificação. De acordo com Ferreiro (2001, p.10), a escrita pode ser entendida como “uma representação da linguagem ou como um código de transcrição gráfica das unidades sonoras” (grifos da autora). Além disso, “a invenção da escrita foi um processo histórico de construção de um sistema de representação, não um processo de codificação” (Ibid., p.12). Então, as dificuldades encontradas pelas crianças são dificuldades conceituais parecidas com as da construção do sistema. Assim, elas reinventam esses sistemas, pois, para entendê-los, precisam compreender seu processo de construção e suas regras de produção. Logo, se a escrita é concebida como um código de transcrição, sua aprendizagem é concebida como a aquisição de uma técnica; se a escrita é concebida como um sistema de representação, sua aprendizagem se converte na apropriação de um novo objeto de conhecimento, ou seja, em uma aprendizagem conceitual (FERREIRO, 2001, p.16). Nesse sentido, Ferreiro e Teberosky procuram “não identificar leitura com decifrado” (apud MELLO, 2007, p. 69), pois ler não é o mesmo que decodificar grafias em sons, não podendo reduzir a leitura a puro decifrado; nem podemos, de acordo com as autoras, “identificar escrita com cópia de um modelo externo” (Ibid., p.69), pois “escrita não é cópia passiva, mas interpretação ativa dos modelos do mundo adulto; ao interpretar, a criança põe em suas hipóteses acerca do significado da representação gráfica” (MELLO, 2007, p.69). Ademais, os 17progressos na leitura e na escrita não podem ser vistos como avanços no decifrado ou na exatidão da cópia. De acordo com Mello, não é o método que alfabetiza, mas a criança que aprende, na interação com o objeto de conhecimento, a leitura e a escrita. Então, “as escritas de tipo alfabética (tanto quanto as escritas silábicas) poderiam ser caracterizadas como sistemas de representação cujo intuito original – e primordial – é representar as diferenças entre os significantes” (FERREIRO, 2001, pp.13-14). 3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Para realização desta pesquisa foi feito, primeiramente, um levantamento bibliográfico para obter maior alicerce sobre o objeto a ser pesquisado. A partir do material já elaborado, procedeu- se a leitura seletiva e crítica, buscando estabelecer relações, e confrontando ideias dos diversos estudiosos pesquisados que serviram para a descrição da pesquisa.
  • 7. 7 A presente pesquisa tem como foco verificar como as ações desenvolvidas pelo Programa Alfabetização na Idade Certa tem contribuído para a melhoria da qualidade da educação nas turmas do 2ª ano da Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. Especificamente objetiva-se verificar como se deu o processo de implantação do PAIC na escola, identificar o nível e conhecimento que os professores tem sobre a concepção de avaliação do PAIC, levantar os conteúdos trabalhados nas formações, verificar como os professores utilizam o material, buscar informações das ações realizadas pela Secretaria Municipal de Educação para o acompanhamento do PAIC. Considerando que o objetivo deste trabalho de pesquisa é verificar como o PAIC tem contribuído para a melhoria do processo de alfabetização dos alunos regularmente matriculados nas turmas do 2º ano na Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. O universo da pesquisa será constituído por professores, alunos e pais ou responsáveis dos alunos do 2º ano da Escola Municipal Professora Maria Liduina Correa Leite. Dessa forma, por se tratar de uma pesquisa com ênfase qualitativa será definida uma amostra desses sujeitos para participar da fase de coleta dos dados. Para obtenção dos dados necessários para realização do trabalho de natureza qualitativa, serão utilizados como instrumento de pesquisa entrevista com os professores, alunos e pais do 2º ano. As características fundamentais da pesquisa qualitativa, segundo Bogdan e Biklen (1994) são: ter o ambiente natural como fonte direta de dados e o pesquisador como principal instrumento: envolver-se no processo de obtenção de dados descritivos, enfatizar mais a complexidade do processo do que o produto: considerar que a análise dos dados tende a seguir um processo indutivo e preocupar-se em retratar a perspectiva dos participantes da pesquisa, dando importância relevante ao seu significado. A entrevista semiestruturada a ser utilizada na pesquisa tem como objetivo a variedade de informações acerca de como as ações desenvolvidas pelo PAIC tem contribuído para a melhoria da qualidade da educação. 4. CRONOGRAMA ATIVIDADES/ MESES JUNHO JULHO AGOSTO SETEMBRO
  • 8. 8 5. REFERÊNCIAS Revisão Bibliográfica (leituras) X X X Elaboração do Pré-Projeto Vivencial X Entrevistas x x Estudo Documental x x Consolidação dos Dados x x Elaboração do Projeto de Pesquisa x x x Revisão do texto x x Entrega do trabalho x
  • 9. 9 BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. SOARES, Magda. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1998. SOARES, Magda. Alfabetização e Letramento: caminhos e descaminho. Artigo Revista Pátio – Revista Pedagógica, Artmed Editora. 29 de fevereiro de 2004. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da Aprendizagem Escolar: estudos e proposições. São Paulo; Cortez, 2011. FERREIRO, E. Reflexões Sobre Alfabetização. São Paulo: Cortez, 2001 (coleção Questões da Nossa Época). __________. Alfabetização e cultura escrita. In: Nova Escola. São Paulo, Ano XVIII, n. 162, Abril/Maio/2003, pp. 27 – 30.