O bem é tudo aquilo que está conforme a lei de Deus, e o mal tudo aquilo que dela se afasta. Assim, fazer o bem é se conformar com a lei de Deus, e fazer o mal é infringir essa lei.
Os males tanto físicos como morais pertencem a duas categorias:
1 - Os que independem da vontade do homem – os flagelos naturais.
- Diante do estado imperfeito, com faculdades limitadas, por não conhecer a causa, o objetivo, o resultado definitivo dos flagelos (praga, doença ou calamidade) o homem os julga como maus e injustos.
- A inteligência – Prevenir ou amenizar seus efeitos. Ou neutralizar as suas consequências, quando não possam ser inteiramente evitados.
- Quanto mais saber através das ciências aplicadas, mais se adianta em civilização, trazendo melhoria de condições de vida e bem-estar no planeta, aumentando o seu próprio bem-estar.
A dor é o aguilhão que impele o homem para frente, na senda do progresso:
- Os males são um estimulante para o desenvolvimento da inteligência;
- Se nada tivesse a temer, nenhuma necessidade o induziria a procurar o melhor; seu espírito se entorpeceria na inatividade; nada inventaria nem descobriria.
2 – Os males que o homem pode evitar:
- Criados pelos vícios, orgulho, egoísmo, ambição, cobiça, ciúme e por todos os excessos.
- Apesar da consciência que lhe foi outorgada pelo Criador, das
advertências dos mensageiros quanto ao cumprimento das Leis Divinas que têm por objetivo o bem e o progresso, insiste o homem em causar guerras,
injustiças, opressão do fraco pelo forte, a maior parte das doenças, usando assim seu livre-arbítrio para a satisfação de seus vícios e sua vaidade.
- Chega um momento em que o excesso do mal moral se torna intolerável e impõe ao homem a necessidade de mudar de vida. Instruído pela experiência, ele se sente compelido a procurar no bem o remédio de que necessita, sempre por efeito do seu livre-arbítrio.
- Deus estabeleceu leis plenas de sabedoria, tendo por único objetivo o bem.
- O mal é a ausência do bem, como o frio é a ausência do calor. Assim como o frio não é um fluido especial, também o mal não é um atributo distinto; um é a antítese do outro.
- Onde não existe o bem, forçosamente existe o mal.
- Não praticar o mal, já é um princípio do bem.
- Como a causa do mal está em nós mesmos, e tendo ao mesmo tempo o livre-arbítrio e por guia as Leis divinas, podemos evitá-lo sempre que queiramos.
- Se não o fazemos, é em virtude do nosso livre-arbítrio, sofrendo assim as consequências do nosso proceder.
- Nós encontramos em nós mesmos tudo o que é necessário para cumprir as Leis de Deus.
- Sua rota está traçada na nossa consciência e a Lei divina está gravada em nosso coração.
- Deus nos lembra disso constantemente por intermédio de seus Messias e profetas.
2. Capítulo I:
A Lei Divina ou Natural
- O bem e o mal
- Divisão da lei natural
Questões 629 à 648 2
3. 629 – Que definição se pode dar
da moral?
A moral é a regra para se conduzir
bem, quer dizer, a distinção entre o
bem e o mal. Ela se funda sobre a
observação da lei de Deus. O
homem se conduz bem quando faz
tudo em vista e para o bem de
todos, porque, então, ele observa a
lei de Deus.
3
4. 4
630 – Como se pode
distinguir o bem e o mal?
O bem é tudo aquilo que
está conforme a lei de Deus,
e o mal tudo aquilo que dela
se afasta. Assim, fazer o bem
é se conformar com a lei de
Deus, e fazer o mal é infringir
essa lei.
5. 5
631 – O homem, por si
mesmo, tem os meios para
distinguir o que é bem e o
que é mal?
Sim, quando ele crê em
Deus e o quer saber. Deus
deu-lhe a inteligência para
discernir um do outro.
6. 6
632 – O homem, que está
sujeito a erros, não pode se
enganar na apreciação do
bem e do mal, e crer que
faz o bem quando, na
realidade, faz o mal?
Jesus vos disse: vede o que
quereríeis que se fizesse ou
não se fizesse para vós: tudo
está nisso. Não vos
enganareis.
7. 633 – A regra do bem e do mal, que se poderia chamar
de reciprocidade ou de solidariedade, não pode se
aplicar à conduta pessoal do homem para consigo
mesmo. Encontra ele na lei natural a regra dessa
conduta e um guia seguro?
Quando comeis muito, isso vos faz mal. Pois bem! É Deus
que vos dá a medida do que vos é preciso. Quando a
ultrapassais, sois punidos. É o mesmo em tudo. A lei
natural traça ao homem o limite de suas necessidades, e
quando ele a ultrapassa, é punido pelo sofrimento. Se o
homem escutasse, em todas as coisas, essa voz que diz
basta, evitaria a maior parte dos males, dos quais acusa
a Natureza.
7
8. 634 – Por que o mal está na natureza das coisas? Eu
falo do mal moral. Deus não poderia criar a
Humanidade em melhores condições?
Já te dissemos: os Espíritos foram criados simples e
ignorantes (115). Deus deixa ao homem a escolha do
caminho; tanto pior para ele, se toma o mau: sua
peregrinação será mais longa. Se não houvesse
montanhas, o homem não poderia compreender que se
pode subir e descer, e se não houvesse rochedos, ele não
compreenderia que há corpos duros. É preciso que o
Espírito adquira experiência e, para isso, é preciso que
ele conheça o bem e o mal. Por isso, há a união do
Espírito e do corpo (119).
8
9. 635 – As diferentes posições sociais criam necessidades
novas, que não são as mesmas para todos os homens. A
lei natural parece, assim, não ser uma regra uniforme?
Essas diferentes posições estão na Natureza e segundo a lei
do progresso. Isso não impede a unidade da lei natural que
a tudo se aplica.
Allan Kardec:
As condições de existência do homem mudam segundo os
tempos e os lugares, resultando para ele necessidades
diferentes e posições sociais apropriadas a essas necessidades.
Visto que essa diversidade está na ordem das coisas, ela está
conforme a lei de Deus, e essa lei não é menos uma em seu
princípio. Cabe à razão distinguir as necessidades reais das
necessidades artificiais ou de convenção. 9
10. 10
636 – O bem e o mal são
absolutos para todos os
homens?
A lei de Deus é a mesma
para todos, mas o mal
depende, sobretudo, da
vontade que se tem de fazê-
lo. O bem é sempre bem e o
mal é sempre mal, qualquer
que seja a posição do
homem. A diferença está no
grau de responsabilidade.
11. 637 – O selvagem que cede aos seus instintos e se nutre
de carne humana, é culpável?
Eu disse que o mal depende da vontade. Pois bem! o
homem é mais culpável, à medida que sabe melhor o
que faz.
Allan Kardec:
As circunstâncias dão ao bem e ao mal uma gravidade
relativa. O homem, frequentemente, comete faltas que por
serem a consequência da posição em que a sociedade o
colocou, não são menos repreensíveis; mas a
responsabilidade está em razão dos meios que ele tem de
compreender o bem e o mal. É assim que o homem
esclarecido que comete uma simples injustiça mais culpável
aos olhos de Deus do que o selvagem ignorante, que se
abandona aos seus instintos.
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12. 638 – Algumas vezes, o mal parece
ser uma consequência da força das
coisas. Tal é, por exemplo, em
certos casos, a necessidade de
destruição, mesmo sobre seu
semelhante. Pode-se dizer, então,
que há subversão à lei de Deus?
Ainda que necessário, não deixa de
ser o mal. Mas essa necessidade
desaparece à medida que a alma se
depura, passando de uma existência
a outra. Então o homem não é
senão mais culpável quando o
comete, porque ele compreende
melhor.
12
13. 639 – O mal que se comete,
frequentemente, não é o
resultado da posição que nos
deram os outros homens?
Nesse caso, quais são os mais
culpáveis?
O mal recai sobre aquele que lhe
é causa. Assim, o homem que é
conduzido ao mal pela posição
que lhe é dada pelos seus
semelhantes, é menos culpável
que aqueles que lhe são a causa,
porque cada um carregará a
pena, não somente do mal que
haja feito, mas do que haja
provocado. 13
14. 640 – Aquele que não faz o
mal, mas que aproveita do
mal feito por outro, é
culpável no mesmo grau?
É como se o cometesse;
aproveitar é participar. Talvez
tenha recuado diante da ação.
Mas se encontrando-a pronta
ele a usa, é que aprova e que
o faria ele mesmo se pudesse,
ou se ousasse.
1
4
15. 641 – O desejo do mal é
tão repreensível quanto o
próprio mal?
Conforme; há virtude em
resistir voluntariamente
ao mal que se deseja,
sobretudo quando se tem
a possibilidade de
satisfazer esse desejo,
porém, se o que falta é
apenas ocasião, então é
culpável.
15
16. 642 – Bastará não fazer o mal
para ser agradável a Deus e
assegurar sua posição futura?
Não, é preciso fazer o bem no
limite de suas forças, porque
cada um responderá por todo
mal que resulte do bem que
não haja feito.
16
17. 643 – Haverá pessoas que, pela sua
posição, não tenham possibilidades
de fazer o bem?
Não há ninguém que não possa
fazer o bem. Só o egoísta não
encontra jamais oportunidade.
Bastará estar em relação com outros
homens para encontrar ocasião de
fazer o bem, e cada dia da vida dá
oportunidade a qualquer que não
esteja cego pelo egoísmo, porque
fazer o bem não é só ser caridoso,
mas ser útil na medida de vosso
poder, todas as vezes que vosso
concurso pode ser necessário.
17
18. 18
644 – O meio no qual certos
homens se encontram
colocados, não é, para eles
a fonte primeira de muitos
vícios e crimes?
Sim, mas isso ainda é uma
prova escolhida pelo
Espírito, em estado de
liberdade. Ele quis se expor
à tentação para ter o mérito
da resistência.
19. 645 – Quando o homem
está, de alguma forma,
mergulhado na atmosfera
do vício, o mal não se torna
para ele um arrastamento
quase irresistível?
19
Arrastamento, sim; irresistível, não,
porque no meio dessa atmosfera de
vício, encontras, algumas vezes,
grandes virtudes.
Esses são Espíritos que tiveram força para resistir e que
tiveram, ao mesmo tempo, a missão de exercer uma boa
influência sobre seus semelhantes.
20. 646 – O mérito do bem que se fez está subordinado a certas
condições; dizendo melhor, há diferentes graus no mérito do
bem?
O mérito do bem está na dificuldade. Não há mérito em fazer
o bem sem trabalho, e quando nada custa. Deus tem mais em
conta o pobre que reparte seu único pedaço de pão, do que o
rico que não dá senão seu supérfluo. Jesus disse-o a propósito
do óbolo da viúva. 20
21. “Auxilie quantopuder.
Faça o bem sem olhar a quem.
Você é o desejode seguir para Deus.
Mas, entre Deus e você, o próximo é
a ponte.
O criador atende às criaturas,
através das criaturas.”
André Luiz – Livro: O Espírito da Verdade – Mensagem 13
21
23. 647 – Toda a lei de Deus está
contida na máxima de amor ao
próximo ensinada por Jesus?
Certamente, essa máxima encerra
todos os deveres dos homens entre
si. Mas é preciso mostrar-lhes a
aplicação, de outra forma eles
podem negligenciá-la, como o fazem
hoje. Aliás, a lei natural compreende
todas as circunstâncias da vida e
essa máxima não é dela senão uma
parte. Os homens necessitam de
regras precisas, pois os preceitos
gerais e muito vagos deixam muitas
portas abertas à interpretação.
23
24. 648 – Que pensais da divisão da lei natural em dez
partes, compreendendo as leis sobre a adoração, o
trabalho, a reprodução, a conservação, a destruição, a
sociedade, o progresso, a igualdade, a liberdade, enfim,
a de justiça, de amor e de caridade?
Essa divisão da lei de Deus em dez partes é a de Moisés
e pode abranger todas as circunstâncias da vida, o que é
essencial. Podes, pois, segui-la, sem que ela tenha por
isso nada de absoluto, não mais que todos os outros
sistemas de classificação que dependem do ponto de
vista sob o qual se considera uma coisa. A última lei é a
mais importante: é por ela que o homem pode avançar
mais na vida espiritual, porque ela resume todas as
outras.
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25. Divisão da lei natural
• Lei de adoração
• Lei do trabalho
• Lei de reprodução
• Lei de conservação
• Lei de destruição
• Lei de sociedade
• Lei do progresso
• Lei de igualdade
• Lei de liberdade
• Lei de justiça, de amor
e de caridade
26. Algumas frases:
26
A lei de Deus é a mesma
para todos.
A moral é a regra para se
conduzir bem, quer dizer, a
distinção entre o bem e o
mal.
A lei natural traça ao
homem o limite de suas
necessidades, e quando ele
a ultrapassa, é punido pelo
sofrimento.
O bem é tudo aquilo que
está conforme a lei de
Deus, e o mal tudo aquilo
que dela se afasta.
O bem é sempre bem e o
mal é sempre mal,
qualquer que seja a
posição do homem. A
diferença está no grau de
responsabilidade.
Cada um carregará a pena,
não somente do mal que
haja feito, mas do que haja
provocado.
Cada um responderá por
todo mal que resulte do
bem que não haja feito.
Não há ninguém que não
possa fazer o bem.
28. CRÉDITOS:
Formatação: Marta Gomes P. Miranda
Referências:
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de
Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. Pág.
185 à 187.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo.
Tradução De Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: Ide,
2009.
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições
Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile.
52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução De
Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: Ide, 2008.
KARDEC, Allan. O Céu e o Inferno. Tradução de Salvador
Gentile. Araras – SP: IDE, 2008.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 64ª ed. Brasília: FEB, 2021.
Pelo Espírito André Luiz.
28
29. CENTRO ESPÍRITA “JOANA D’ARC”
Rua Ormindo P. Amorim, nº 1.516
Bairro: Jardim Marajó
Rondonópolis - MT