A dinâmica das redes sociais corporativas ajuda a entender o compartilhamento das habilidades empresariais entre os
profissionais da mesma empresa e também na relação organizacional com os clientes, quando estes possuem permissão
para interagir diretamente com o grupo através da rede social corporativa. A proposta deste artigo é analisar, através da
interação entre profissionais e clientes, as competências e habilidades que se encontram concentradas em poucos
participantes, carentes de capacitação. Como consequência demonstrar seu potencial como ferramenta de apoio as áreas
de Recursos Humanos e gestão para uma política de desenvolvimento profissional.
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Redes Sociais Corporativas: Uma Proposta de Análise de Competências Como Ferramenta de Apoio Para Gestão de Recursos Humanos
1. Conferência IADIS Ibero-Americana WWW/Internet 2013
REDES SOCIAIS CORPORATIVAS: UMA PROPOSTA
DE ANÁLISE DE COMPETÊNCIAS COMO FERRAMENTA
DE APOIO PARA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
Aldérico Silvio Gulini1, Mehran Misaghi2 e Patrícia Lima Quintão3
1
2
TOTVS S/A . Av. Santos Dumont, 831 – 89.218-100 – Joinville – SC – Brazil.
Sociedade Educacional de Santa Catarina (SOCIESC) – Rua Albano Scmidt, 3333 – Joinville – SC – Brazil.
3
Empresa de Informática e Informação do Município de Belo Horizonte S.A – Brazil.
(PRODABEL) – Av. Presidente Carlos Luz, 1275 – Belo Horizonte – MG – Brazil.
RESUMO
A dinâmica das redes sociais corporativas ajuda a entender o compartilhamento das habilidades empresariais entre os
profissionais da mesma empresa e também na relação organizacional com os clientes, quando estes possuem permissão
para interagir diretamente com o grupo através da rede social corporativa. A proposta deste artigo é analisar, através da
interação entre profissionais e clientes, as competências e habilidades que se encontram concentradas em poucos
participantes, carentes de capacitação. Como consequência demonstrar seu potencial como ferramenta de apoio as áreas
de Recursos Humanos e gestão para uma política de desenvolvimento profissional.
PALAVRAS-CHAVE
Redes sociais, competências, capacitação.
1. INTRODUÇÃO
Redes sociais são plataformas online que reúnem pessoas em torno de um interesse e estão cada vez mais
presentes no convívio social dos indivíduos através do compartilhamento de informações. O crescente
número de adeptos a este veículo de comunicação vem chamando a atenção de muitas empresas que começam
a criar em seu ambiente corporativo suas próprias redes sociais privadas.
Conforme destaca Internet Innovation (2013) uma rede social corporativa caracteriza-se por ser um
instrumento estratégico voltado para o ambiente de trabalho e utilizado principalmente para auxiliar na
comunicação interna. Sua capacidade de disseminar informações mais rapidamente do que outros veículos
internos de comunicação é sua principal característica. Além disso, elas proporcionam uma plataforma
colaborativa de trabalho e uma importante fonte de aprendizado para os integrantes de uma organização. O
diretor do Byyou, a rede social corporativa da Totvs S/A, Marcos Puccini, também corrobora essa ideia
destacando que uma das vantagens das plataformas sociais corporativas consiste em tornar mais eficiente o
processo de colaboração e troca de conhecimentos entre os participantes, melhorando o clima organizacional
(Puccini, 2013). Por fim, também é considerada uma plataforma para compartilhamento de arquivos,
substituindo as antigas intranets (Internet Innovation, 2013).
Segundo a consultoria Gartner Group (UOL, 2010), as redes sociais corporativas hoje são fundamentais
para a capacitação, o desenvolvimento e o monitoramento dos profissionais de amanhã. A empresa destacou
que até 2012, 50% das organizações do mundo terão criado suas próprias plataformas para permitir uma troca
de informações entre colaboradores. Ainda citou que as redes sociais deverão substituir 20% dos e-mails
corporativos até 2014 e que, até 2015, 25% das empresas utilizarão ferramentas de análise das redes sociais
internas para melhorar o desempenho das organizações e a produtividade das equipes.
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3. ANÁLISE DE UMA REDE SOCIAL CORPORATIVA
Recuero (2009) entende que a rede social é basicamente uma estrutura formada por nós que representam os
atores, e as ligações que representam as relações entre estes atores. No contexto social, o entrelaçamento
dessas relações forma as redes sociais compostas por atores que compartilham interesses comuns.
Casnati et al. (2012) reforça esse conceito destacando que o conjunto de atores sociais formado por
pessoas, empresas, ou entidades e suas relações recebem o nome de redes sociais.
Nesse ponto, os atores identificados como vértices, integram a rede social através de suas conexões (arcos
ou arestas), motivados por afinidades profissionais, cooperação, objetivos em comum, dentre outros.
Para que as redes sociais na Internet sejam percebidas e as informações dela aprendidas, Recuero (2009)
admite que alguns elementos característicos são necessários:
atores: os nós, nodos ou vértice, podem ser as pessoas, empresa ou outro elemento que possa fazer
parte da conexão;
conexões: os laços sociais formados através da interação entre os atores.
Nesse contexto a análise de redes sociais é de grande importância, uma vez que o objetivo é estudar a
influência que cada ator desempenha na estrutura da rede social. A centralidade é uma medida que auxilia a
análise do ator, quanto a sua acessibilidade e importância para os demais relacionamentos da rede. Marteleto
(2001) entende a centralidade como a posição em que o ator se encontra em relação à troca de informações
com os demais atores.
Para Lopes et al. (2013), a rede social pode ser analisada através de medidas de centralidade de grau
(degree centrality) e centralidade de intermediação (betweenness centrality) além da análise de redes
complexas. A centralidade de grau é uma medida que relaciona o número de laços que um determinado ator
possui com outros atores desta rede. Quanto maior o número de conexões adjacentes, maior o grau do vértice,
no caso da rede social corporativa estudada, maior o prestígio do ator. A centralidade de intermediação avalia
as interações entre dois nós não adjacentes a partir de vértices que se encontrem no caminho entre estes
nodos. Para que um ator possua alta centralidade de intermediação, ele deve estar no trajeto entre diversos
outros nodos. Para o caso da rede social corporativa, pode ser um mediador, ou seja, um facilitador entre
atores distintos.
4. MÉTODO DE ANÁLISE
O contexto da análise se apresenta no ambiente organizacional de uma empresa de tecnologia, sediada em
São Paulo, com filiais distribuídas pelo país em 4 grandes centros de desenvolvimento e presença em 23
países, com aproximadamente 25 mil clientes e 9000 participantes. A análise simulada representa a troca de
informações realizadas através de uma das comunidades existentes nesta rede, formada por analistas de
negócio interagindo com clientes externos e entre seus pares. A Figura 1 apresenta uma visão da interface
desta rede social, em que participantes e clientes interagem com propósitos comuns. Vale ressaltar que as
imagens e nomes foram preservados e apresentados nomes fictícios para fins de entendimento.
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Para a simulação do estudo proposto, será utilizada uma comunidade do segmento de negócio da rede
social corporativa e serão utilizadas para análise as medidas de centralidade no cenário de simulação. O
sociograma da Figura 2 demonstra a dinâmica da troca de informações de forma gráfica durante um
determinado período entre analistas de negócio deste segmento, no caso do estudo, o segmento é voltado à
manufatura. A Tabela 1 demonstra o resultado da análise de centralidade com o auxílio da ferramenta
NodeXL, que é uma programa desenvolvido pela Microsoft Research, e funciona como um plug-in para
Excel, o qual permitirá ao gestor de Recursos Humanos tomar as decisões de forma mais assertiva, o que
muitas vezes não é possível observando apenas o sociograma da Figura 2.
Tabela 1. Exemplo dos Índices de Centralidade. Fonte: Os Autores com o auxílio do NodeXL, em 10/04/2013.
A Tabela 1 dispõe dos resultados das análises de centralidade referente à dinâmica das relações
apresentada na Figura 2. Diante dos resultados apresentados na Tabela 1, percebeu-se que a ator “Jose” foi o
participante de maior prestígio nesta comunidade, com centralidade (Degree = 8), destacando-se como o ator
com maior número de laços na relação com seus pares e clientes. Essa informação torna-se valiosa para a
gestão de Recursos Humanos, pois possibilita avaliar de maneira rápida um profissional de destaque nesse
grupo.
Essa análise chama atenção em função de demonstrar uma distância relativamente grande em relação ao
segundo participante com maior grau imediatamente após “Jose”, como consequência, é possível perceber a
carência de capacitação dos demais membros dessa comunidade.
Como exemplo, observa-se na Tabela 1 que os atores “Joao” e “Marcos” são os participantes com maior
centralidade após “Jose”. Ambos apresentam centralidade (Degree = 3), o que sugere aos gestores de
recursos humanos uma avaliação do grupo, visto que a impressão passada é de que exista sobrecarga de
atividades para o ator “Jose”, já que ele possui prestígio superior a 60% se comparado com o participante
mais próximo na rede.
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7. Conferência IADIS Ibero-Americana WWW/Internet 2013
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