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Edmond Rostand
Disse-me um colecionador:

Num museu de Paris...Em uma caixa de jóias, muito fina, de seda e
purpurina, cintilavam uns rubis.

-Tomei em minhas mãos o precioso colar, e eis que, cada rubi
começou a falar:
Eu - disse o 1º: Sou o rubi Oriental, das pedras preciosas, não
conheço rival. Sigo por esta terra em marcha triunfante, pois diante
de mim, curva-se o diamante. Eu sou o mais forte e também o de
maior valor, eu simbolizo a vida, a alegria, o amor;

E o 2º exclamou: Ola! Sou o rubi Rubicela;
E o 3º gritou: E eu o rubi Espinela;

O 4º replicou numa voz melodiosa: Eu nasci na Boêmia, sou a pedra
cor de rosa;

O 5º bradou com ligeira emoção: Eu tenho a cor do cravo e nasci no
Ceilão;
O 6º continuou...Na Índia decantada, eu surgi como a rósea
madrugada;

O 7º que ao sol resplandecia, era um rubi do Brasil, fora trazido da
Bahia;

O 8º faiscava docemente e tinha a cor dorida do poente;
O 9º fora encontrado em Rocha pura. Realmente! Era uma pedra de
rara formosura;

O 10º e talvez o maior do colar, viera do Tibet e deslumbrava olhar.
Porem havia um outro rubi pequenino, minúsculo, que guardava a cor
magoada do crepúsculo, e ao mesmo tempo, parecia querer se
amesquinhar entre todas as pedras do colar.
Mas tinha um brilho estranho, peregrino, extraordinário!...

Eu então, perguntei ao rubi pequenino:
-E tu, rubi pequenino, não vais me contar também tua historia de
pedra preciosa?

-Vieste do Tibet? Da Índia misteriosa?
- Com certeza, tu és a pedra mais rara do Oriente?

E o pequenino rubi nas sua modéstia, falou tranqüilo, singelo, pau-sa-
da-men-te:

-Sabe porque o meu brilho é extraordinário que ofusca a própria
luz?
-É que eu nasci no cimo do Calvário, eu sou o rubi do sangue de

JESUS!!!
Texto: Edmond Rostand

                                      Tradução: Guilherme de Almeida

                                      Colaboração: Sara Ap. Fares Vaz

                                           Formatação: V. F. Lau
http://www.mensagensvirtuais.com.br
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  • 2. Disse-me um colecionador: Num museu de Paris...Em uma caixa de jóias, muito fina, de seda e purpurina, cintilavam uns rubis. -Tomei em minhas mãos o precioso colar, e eis que, cada rubi começou a falar:
  • 3. Eu - disse o 1º: Sou o rubi Oriental, das pedras preciosas, não conheço rival. Sigo por esta terra em marcha triunfante, pois diante de mim, curva-se o diamante. Eu sou o mais forte e também o de maior valor, eu simbolizo a vida, a alegria, o amor; E o 2º exclamou: Ola! Sou o rubi Rubicela;
  • 4. E o 3º gritou: E eu o rubi Espinela; O 4º replicou numa voz melodiosa: Eu nasci na Boêmia, sou a pedra cor de rosa; O 5º bradou com ligeira emoção: Eu tenho a cor do cravo e nasci no Ceilão;
  • 5. O 6º continuou...Na Índia decantada, eu surgi como a rósea madrugada; O 7º que ao sol resplandecia, era um rubi do Brasil, fora trazido da Bahia; O 8º faiscava docemente e tinha a cor dorida do poente;
  • 6. O 9º fora encontrado em Rocha pura. Realmente! Era uma pedra de rara formosura; O 10º e talvez o maior do colar, viera do Tibet e deslumbrava olhar. Porem havia um outro rubi pequenino, minúsculo, que guardava a cor magoada do crepúsculo, e ao mesmo tempo, parecia querer se amesquinhar entre todas as pedras do colar.
  • 7. Mas tinha um brilho estranho, peregrino, extraordinário!... Eu então, perguntei ao rubi pequenino:
  • 8. -E tu, rubi pequenino, não vais me contar também tua historia de pedra preciosa? -Vieste do Tibet? Da Índia misteriosa?
  • 9. - Com certeza, tu és a pedra mais rara do Oriente? E o pequenino rubi nas sua modéstia, falou tranqüilo, singelo, pau-sa- da-men-te: -Sabe porque o meu brilho é extraordinário que ofusca a própria luz?
  • 10. -É que eu nasci no cimo do Calvário, eu sou o rubi do sangue de JESUS!!!
  • 11. Texto: Edmond Rostand Tradução: Guilherme de Almeida Colaboração: Sara Ap. Fares Vaz Formatação: V. F. Lau http://www.mensagensvirtuais.com.br Contato: laufernando@ig.com.br