Este documento descreve a história do sindicalismo no Brasil, com foco na greve dos metalúrgicos da região do ABC Paulista entre 1978-1980. A greve desafiou a ditadura militar e impulsionou um novo sindicalismo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva, marcando um momento importante na luta dos trabalhadores brasileiros por seus direitos.
1. ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR ELÍDIO MURCELLI FILHO
ENSINO MÉDIO
NATANAEL RODRIGUES PASSOS
SINDICALISMO NO BRASIL
A GREVE DO ABC PAULISTA
ARIPUANÃ – MATO GROSSO
2022
2. NATANAEL RODRIGUES PASSOS
SINDICALISMO NO BRASIL: A GREVE DO ABC PAULISTA
Trabalho avaliativo do Ensino Médio para a disciplina de
Sociologia na instituição educacional Escola Estadual
Professor Elídio Murcelli Filho.
Orientadora: Keyla Cristina Ferreira Jardim Fernandes
ARIPUANÃ – MATO GROSSO
2022
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Resumo:
Este trabalho busca informar brevemente dos momentos-chaves que marcaram o
surgimento das primeiras formas de organização de classe para proteger os
interesses comuns dos trabalhadores. Pois a sociedade em si exige cada vez mais
que os sindicatos desempenhem um papel representativo, e tais organizações
precisam inovar-se constantemente para acompanhar o desenvolvimento da
tecnologia e das relações sociais no mundo. Fato é que, os movimentos grevistas dos
metalúrgicos do ABC Paulista, ocorridos entre 1978 a 1980 impulsionaram o novo
sindicalismo ao desafiar o regime militar. Portanto, o sentido desta atividade é de
apresentar a forma de como os trabalhadores foram protagonistas desta greve sob a
liderança de Lula (Luiz Inácio Lula da Silva).
Palavras-chaves: Lula. ABC Paulista. Greve. Trabalhadores. Ditadura.
Abstract:
This work seeks to briefly inform the key moments that marked the emergence of the
first forms of class organization to protect the common interests of workers. Because
society itself increasingly demands that unions play a representative role, and such
organizations need to constantly innovate to keep up with the development of
technology and social relations in the world. The fact is that the strike movements of
metalworkers from ABC Paulista, which took place between 1978 and 1980, boosted
the new unionism by challenging the military regime. Therefore, the purpose of this
activity is to present the way in which workers were protagonists of this strike under
the leadership of Lula (Luiz Inácio Lula da Silva).
Keywords: Lula. ABC Paulista. Strike. Workers. Dictatorship.
Introdução:
A palavra sindicato em latim, “sindicus” significa “um representate escolhido para
defender os direitos de uma sociedade”; já em grego, "syndicos" significa “guardião
da justiça”. Portanto é uma associação estável e duradoura de trabalhadores que se
reúnem com base na observação e resolução de problemas e necessidades comuns.
Por conta da crise econômica, esgotamento político do regime militar e anseio pelo
retorno da democracia a sociedade foi em busca de produzirem as lutas sindicais.
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Desenvolvimento:
Nos séculos XIX e XX, a economia brasileira ainda era essencialmente agrícola e as
jornadas de trabalho de 14 a 16 horas ainda eram comuns, assim como a exploração
de trabalho por mulheres e crianças, os salários baixos ou até reduzidos como forma
de punição. Sendo todos explorados sem quaisquer direitos legais ou proteção.
Os imigrantes, iludidos por promessas nunca cumpridas, trouxeram experiências de
luta muito mais avançadas do que as que existiam no Brasil, e é delas que se formou
o anarquismo, a hegemonia do movimento operário brasileiro durante o período da
nascimento e consolidação da indústria. Há outras posições de baixa influência
política na classe, como os socialistas, que fundaram o primeiro partido operário do
país em 1890, e que posteriormente adotaram a celebração do primeiro de maio como
dia da classe trabalhadora. Em abril de 1906, foi realizado no Rio de Janeiro o 1º
Congresso Operário Brasileiro, com a presença de diversos sindicatos, principalmente
cariocas e paulistas.
Desde então, nascia a Confederação dos Trabalhadores Brasileiros (COB), a primeira
organização nacional de trabalhadores. Mas a resposta dos empregadores e do
governo foi rápida, expulsando em torno de 132 sindicalistas do país em 1907. A crise
manufatureira causada pela Primeira Guerra Mundial e o vertiginoso declínio dos
salários dos trabalhadores foram caracterizados por uma onda irresistível de greves
de 1917 a 1920.
Com a "Revolução de 1930", idealizada por Getúlio Vargas, iniciou-se um processo
de modernização e consolidação de um Estado forte e atuante em todas as relações
básicas da sociedade. Vargas acabaria com a associação da estrutura sindical com o
Estado, acabando com todas as bases sociais e políticas sobre as quais o movimento
sindical havia se desenvolvido no período anterior. Desde a década de 30, o Brasil
tornou-se um país industrializado e a classe trabalhadora tornou-se cada vez mais
importante. O conflito entre capital e trabalho é considerado uma questão política. Por
um lado, criou uma estrutura sindical coletivista, dependente e vinculada ao Estado,
inspirada no fascismo italiano; por outro lado, criou a Secretaria do Trabalho, Justiça
do Trabalho e Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O estabelecimento de
sindicatos formais, a introdução de um imposto sindical e as políticas populistas de
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Getúlio Vargas estimularam o surgimento dos pelegos. A palavra pelego era usada
para classificar os dirigentes sindicais que amorteciam os golpes entre o patrão e a
classe trabalhadora. Por meio de manifestos, os sindicatos alcançaram conquistas
importantes como leis de férias, licença semanal remunerada, jornada de oito horas,
regulamentação do trabalho de mulheres e menores, entre outros.
Em 1955, surgiu a 1ª Federação de Trabalhadores e Camponeses. Já em 1954, foi
formado o Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura do Brasil. O golpe militar de 64
foi a repressão política mais feroz e profunda enfrentada pela classe trabalhadora na
história do país. As operações e intervenções militares afetaram cerca de 2.000
sindicatos em todo o país com as penalidades de prisão e exílio aos condenados. Por
meio da lei antigreve nº 4.330 a ditadura passou a usar tortura, assassinato e censura,
acabando com a liberdade de expressão, organização e manifestação política.
Principalmente na década de 1970, começou a emergir um novo sindicalismo que
assumiu o controle das empresas fabris e introduziu um modelo sindical sem estrutura
sindical filiada. Esse fenômeno é mais acentuado na região do ABCD paulista (os
municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul e
Diadema). Surgiu também o mais expressivo sindicalista brasileiro de todos os
tempos: Luiz Inácio Lula da Silva, conhecido como Lula, que ingressou pela primeira
vez na diretoria de um sindicato em 1969 como suplente. Por seu papel importante de
liderança nos protestos, Lula foi preso sem mandado em 19 de abril de 1980.
Em 12 de maio de 1978, operários da Saab-Scania do Brasil, em São Bernardo do
Campo (SP), entraram na fábrica, furaram uma etiqueta de ponto, vestiram o
macacão, caminharam até o local de trabalho em frente às máquinas; mas não as
ligaram, ficaram apenas de braços cruzados. Por meio deste gesto, eles não poderiam
imaginar que, estavam abrindo caminho para uma nova proposta sindical para o
Brasil. A greve desafiou o militarismo e desencadeou uma luta política que se
espalhou por todo o país. Como parte dos movimentos de massa que se seguiram,
eclodiram protestos em defesa das liberdades democráticas e contra a ditadura militar,
incluindo a luta pela anistia e pelas Diretas Já. Em 1980, sindicalistas, intelectuais e
representantes do movimento popular formaram o Partido dos Trabalhadores, com a
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proposta de formar um governo que representasse as aspirações da classe
trabalhadora.
Considerações Finais
Ao longo da pesquisa aqui desenvolvida, constatamos que os trabalhadores da
indústria metalúrgica do ABC paulista, ao longo da década de 1970, apesar de
trabalharem no polo industrial Brasil, que liderou o crescimento econômico durante o
período do “milagre”, não gozavam das melhores condições de vida e de trabalho de
toda a classe trabalhadora, em contraste com aqueles que os chamavam de “classe
trabalhadora”. Ao mesmo tempo, também foi negado a essas pessoas o direito de se
organizar para lutar por seus direitos por meio da política de repressão aos sindicatos
e aos atores de classe. Esse movimento marcou um marco importante na história da
luta dos trabalhadores no Brasil e deve ser entendido como uma grande
demonstração da força da classe trabalhadora. Além disso, espero que este trabalho
das duras realidades vividas pela classe trabalhadora durante o período da ditadura
militar, ajude a demonstrar que nunca devemos deixar de conquistar nossos objetivos
por mais que sejam inatingíveis.
Bibliografia:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Greves_de_1978-1980_no_ABC_Paulista;
https://arquivosdaditadura.com.br/documento/galeria/lula-faz-acordo-encerra-greve-
abc#pagina-2;
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/greves-do-abc/;
https://www.youtube.com/watch?v=2hhFk0cml6Y;