3. CAMPO SEMÂNTICO
As palavras podem associar-se de várias maneiras. Quando se relacionam
pelo sentido, temos um campo semântico. Não se trata de sinônimos ou
antônimos, mas de aproximação de sentido num dado contexto. Ex.:
- perna, braço, cabeça, olhos, cabelos, nariz (partes do corpo humano)
- azul, verde, amarelo, cinza, marrom, lilás (cores)
- martelo, serrote, alicate, torno, enxada (ferramentas)
- batata, abóbora, aipim, berinjela, beterraba (legumes)
4. CAMPO SEMÂNTICO
• Observações:
a) Também constituem campos semânticos palavras como flor, jardim,
perfume, terra, espinho, embora não pertençam a um grupo delimitado; mas
a associação entre elas é evidente.
b) As palavras podem pertencer a campos semânticos diferentes. Veja o caso
de abóbora: ela também serve para indicar cor, o que a colocaria no segundo
grupo de palavras.
5. CAMPO SEMÂNTICO
• Hiperônimo é uma palavra pertencente ao mesmo campo semântico de outra, mas com o
sentido mais abrangente. Exemplo: A palavra “flor”, que está associada aos diversos tipos de
flores, como rosa, violeta etc.
• Hipônimo é um vocábulo mais específico, possui o sentido mais restrito que os hiperônimos.
Exemplo: “Observar”, “olhar”, “enxergar” são hipônimos de “ver”.
“Automóvel” é o hiperônimo de “carro”, pois podemos dizer que, na hierarquia dos
significados, tal palavra está "acima" da segunda, uma vez que é mais "generalizante",
entende? Por outro lado, a palavra “formiga” é hipônimo de “inseto”, pois expressa ou
determina apenas uma das espécies de inseto existente no mundo.
6. SINONÍMIA
• SINÔNIMOS “diz-se de ou palavra que tem com outra uma semelhança de significação que permite que uma
seja escolhida pela outra em alguns contextos, sem alterar a significação literal da sentença”.
Portanto, sinônimos são palavras que mantêm relações de sinonímia e que representam, basicamente, uma
mesma ideia. Veja a relação a seguir:
• casa, moradia, lar, abrigo.
• residência, sobrado, apartamento, cabana
Todas essas palavras representam a mesma ideia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de ideias.
Observe outros exemplos:
• revista, jornal, biblioteca, livro.
• casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta.
• serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto.
• telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor.
7. “Assim como as flores vivem
A minha Lília viveu;
Assim como as flores morrem
A minha Lilia morreu.
(…)
Em parte da minha essência
Minha essência pereceu;
Não vivo senão metade:
A minha Lilia morreu.(…)”
Poderia ainda ter optado
por expirar, falecer, entregar a
alma ao Criador (lançando mão
de um eufemismo) ou
ainda esticar as canelas, bater
as botas (usando construções
disfêmicas – só para lembrar:
disfemismo é o oposto de
eufemismo).
8. No trecho do poema, existe a ideia de sofrimento, o que justifica a escolha
do perecer, e não do falecer, para referir-se à essência, à alma do eu-lírico. Como
o texto tem alto grau de lirismo, os eufemismos também seriam adequados.
O que impossibilita a simples substituição de uma por qualquer outra das
demais são pequenas nuances no significado, nuances essas que podem estar
relacionadas ao sentido ou ao grau de formalidade da situação em que serão
empregadas. Analisemo-las então:
• Morrer – é o termo mais genérico, indicando ‘deixar de viver’;
• Perecer – este termo implica violência ou sofrimento;
• Falecer – costuma ser mais formal
Quanto mais amplo for o vocabulário do emissor, menor a chance de empregar
um termo inadequado ao contexto.
9. ANTONÍMIA
Antônimos são estabelecidos pela relação entre duas ou mais palavras que
apresentam significados diferentes, contrários, ou seja, os antônimos.
Exemplos:
• bondoso – maldoso;
• bom – ruim;
• economizar – gastar.
• É um menino corajoso. versus É um menino medroso.
10. ANTONÍMIA
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e
nenhuma força jamais o resgata!
(...)
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma. Sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
(...)
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai"?
Difícil é dizer "adeus". Principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
(...)
Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente sentimos.
11. HOMONÍMIA
A homonímia é a relação estabelecida entre duas ou mais palavras
que, embora possuam significados diferentes, apresentam a mesma
estrutura fonológica, ou seja, os homônimos. Do grego homos, “o
mesmo”, mais onyma, “nome, palavra”, podemos
definir homônimos como as palavras iguais na forma, porém diferentes
na significação. Os homônimos subdividem-se em palavras
homógrafas, homófonas e perfeitas.
12. HOMONÍMIA
Homógrafas: São as palavras iguais na escrita, porém diferentes na pronúncia. Exemplos: gosto
(substantivo) – gosto (1ª pessoa do singular do presente indicativo) / conserto (substantivo) –
conserto (1ª pessoa do singular do presente indicativo);
• Almoço (substantivo) / almoço (verbo)
• O almoço estava muito saboroso!
• Eu almoço com minha irmã.
• Colher (substantivo) / colher (verbo)
• Essa colher é pequena para você tomar a sopa?
• Os agricultores precisam colher os grãos na época certa.
• Jogo (substantivo) / jogo (verbo)
• O jogo envolveu as crianças por várias horas.
• Eu não jogo tênis porque meu joelho já foi operado.
13. HOMONÍMIA
Homófonas – São as palavras iguais na pronúncia, porém diferentes na escrita. Exemplos: cela (substantivo) –
sela (verbo) / cessão (substantivo) – sessão (substantivo);
• Sessão (reunião) / seção (repartição) / cessão (ato de ceder)
• A sessão no fórum durou a tarde toda.
• Laura, pegue seu desodorante na seção de cosméticos.
• Marta fez a cessão dos direitos de sua parte na herança.
• Concerto (harmonia de instrumentos ou vozes) / conserto (reparo, remendo)
• A praça estava cheia devido ao concerto de violinos.
• Quanto custará o conserto do computador?
• Censo (recenseamento) / senso (juízo)
• O censo do IBGE aponta que houve melhoras no nível de emprego.
• Juliano não teve bom senso ao fazer aquela brincadeira com o Fábio!
14.
15. HOMONÍMIA
Perfeitas: São as palavras iguais tanto na pronúncia como na escrita. Exemplos: cura (verbo) – cura
(substantivo); cedo (verbo) – cedo (advérbio).
• São (sadio) / são (verbo ser)
• O veterinário disse que o fígado de meu cachorro está são!
• Meus primos são meus melhores amigos!
• Meio (numeral) / meio (substantivo) / meio (advérbio)
• Tome meio comprimido após o jantar.
• Você lembra o meio que usou para saber essa resposta?
• Plínio esteve meio triste nos últimos dias.
• Somem (verbo somar) / somem (verbo sumir)
• Alunos, peguem a calculadora e somem sua notas, por favor.
• Meus gatinhos somem durante o dia!
16. PARONÍMIA
Paronímia é a relação estabelecida entre duas ou mais
palavras que possuem significados diferentes, porém são
muito semelhantes na pronúncia e na escrita, ou seja, os
parônimos. Do grego para, “ao lado”, mais onymos,
“nome”. Exemplos: emigrar – imigrar; cavaleiro –
cavalheiro; comprimento – cumprimento.
17. PARONÍMIA
• Comprimento (saudação) e cumprimento (extensão)
o A costureira mediu o comprimento do tecido usado para a saia.
o Os moradores nem sempre cumprimentavam o porteiro.
• Soar (produzir som) e suar (transpirar)
o Ao final do dia de trabalho, a campainha soava.
o Elias sempre suava muito na academia.
• Descrição (representação, ato de descrever) / discrição (ato de ser discreto)
o A vítima fez a descrição do suspeito à polícia.
o A discrição de Vilma fazia com que todos a procurassem para contar segredos.
• Ratificar (confirmar) e retificar (corrigir)
o O atendente solicitou à Carmem que ratificasse os dados do formulário.
o O atendente solicitou à Sofia que retificasse os dados do formulário.
• Estada (permanência de pessoa) e estadia (permanência de veículo)
o A dona da pousada nos desejou uma boa estada!
o A estadia do carro no estacionamento era uma cortesia do hotel.
• Emigrante (aquele que sai) e imigrante (aquele que entra)
o Os emigrantes apresentaram seus documentos em território espanhol.
o Os imigrantes ajudam a compor a atual mão de obra do Brasil.
20. POLISSEMIA
O sentido que se faz prevalecer antes de todos os outros é
aquele descrito pelo dicionário, concebido como o sentido
original de um dado vocábulo. Depois dele, em razão de
aspectos antes mencionados, outros sentidos vão se
incorporando a esse vocábulo e, para compreendê-los, faz-se
necessária uma análise contextual. A tal fato linguístico
atribuímos a denominação de polissemia, que literalmente
indica os vários sentidos que se aplicam a um determinado
vocábulo.
21. POLISSEMIA
• Ele deu cabo à própria vida.
Aqui a palavra em questão adquire o sentido de dar fim à vida.
• O melhor amigo da família foi promovido a cabo recentemente.
Nesse contexto, o sentido se faz efetivado pela mudança de patente.
• O cabo da vassoura está quebrado.
Nessa situação linguística, a palavra em voga assume o sentido de parte do objeto.
• Nossa, ele é um gato!
A situação nos permite concluir que se trata de um homem atraente, bonito.
• O gato da vizinha vive importunando os vizinhos.
Analisando a palavra em destaque, temos que ela assume o sentido voltado para o animal doméstico.
• O morador daquela residência fez um gato na fiação elétrica.
O sentido aqui indica que se trata de um posicionamento mal visto, improcedente, não adequado a uma conduta considerada
viável.
23. AMBIGUIDADE
A ambiguidade faz com que a mensagem não se
apresente de forma assim tão clara, objetiva como
deveria, haja vista que dá margens para o interlocutor
se sentir questionado acerca das reais intenções a que
se propôs o emissor ao proferir uma determinada
expressão. A polissemia gera ambiguidade.
24. AMBIGUIDADE
• Colocação inadequada de algumas palavras:
O vizinho espantado resolveu ver o que estava acontecendo àquela hora
da noite.
Tal colocação nos dá margens para nos sentirmos questionados se o vizinho
estar “espantado” é realmente uma característica do vizinho sempre, ou se
ele se mostrou espantado num dado momento apenas. Dessa forma,
retificando o enunciado, temos: O vizinho, espantado, resolveu ver o que
estava acontencendo àquela hora da noite.
25. AMBIGUIDADE
• Uso de forma indistinta entre palavras
O turista disse ao guia que era pernambucano.
Daí nos perguntamos acerca de quem era pernambucano: o guia
ou o turista? De modo a retificar o enunciado, obtemos: O turista
disse que era pernambucano ao guia.
26. AMBIGUIDADE
• Uso inadequado das formas nominais:
O supervisor de turma pegou o aluno correndo no pátio da
escola.
Quem realmente estava correndo? O supervisor de turma ou o
aluno? Dessa forma, de modo a retirar a dupla interpretação,
temos: O supervisor de turma pegou o aluno que corria no pátio
da escola.
27. AMBIGUIDADE
• Uso indevido dos elementos coordenativos:
Beatriz e Paulo desejam noivar-se.
A má interpretação reside no fato de não conseguirmos identificar
muito bem se Paulo deseja noivar-se com Beatriz ou se ambos
desejam ficar noivos de pessoas distintas. De modo a desfazermos
esse mal entendido, obtemos: Beatriz deseja noivar-se com
Pedro, e Paulo com Cristina.
28. AMBIGUIDADE
• Dentre as seguintes frases, assinale aquela que não contém ambiguidade:
• a) Peguei o ônibus correndo.
• b) Esta palavra pode ter mais de um sentido.
• c) O menino viu o incêndio do prédio.
• d) Deputado fala da reunião no Canal 2.
• e) Vi um desfile andando pela cidade.