O documento discute várias raças de cavalos portuguesas, incluindo o Lusitano, Alter-Real e Sorraia. Detalha a criação, características, influências, altura, cores e usos de cada raça. Também aborda a morfologia, cores da pelagem, esqueleto da queixada, tipos de andamentos, aparelho digestivo e hipismo relacionados a cavalos.
3. Lusitano
• O Lusitano faz-se notar como um vistoso cavalo de carruagem, bem
como de sela. Foi, em tempos idos, a montaria dos cavaleiros
portugueses. É ainda o cavalo favorito dos toureiros portugueses e,
nesse papel, é treinado nos movimentos mais avançados da Haute
École. Nos últimos anos, tornou-se popular fora da península
ibérica e tem admiradores entusiastas nas Ilhas Britânicas, nos
Estados Unidos e principalmente no Brasil. Criação: A raça é, com
feito, a versão portuguesa do Andaluz, difícil de distinguir do
modelo, embora seja possível, em muitos casos, perceber ligeiras
diferenças.
• Características: Embora possa ter pernas mais compridas que o
Andaluz, aos olhos da maior parte dos especialistas o inteligente
Lusitano é tão bravo, tão rápido e tão soberbamente equilibrado
quanto o cavalo Espanhol. Seus movimentos, naturalmente
elevados, são espectaculares; e a agilidade, surpreendente.
4. • Influências: Berbere: A natureza árdega, a bravura, força, robustez e
grande agilidade. Sorraia: Raça de base, ‘primitiva’, responsável pelo vigor
e pela resistência.
• Altura: Varia entre 1,52 e 1,62m.
• Cores: Tordilho, Castanho, Alazão
• Usos: Sela, Tiro, Touradas, Adestramento, Shows
5. Alter –real (sub-raça)
• Como o nome surge, a raça Alter-Real foi criada para servir à realeza. Além do porte
majestoso, o cavalo ‘real’ devia ter índole e a movimentação ideais para a escola clássica de
equitação.
• Criação: A raça data de 1748, quando foi fundada pela dinastia de Bragança em Vila de
Portel, no Alentejo, Portugal. Em 1756, o haras transferiu-se para Alter. A primeira coudelaria
tinha 300 das mais finas éguas andaluzas levadas para Portugal da região de Jerez de la
Frontera, o mais famoso centro espanhol de criação. Floresceu em Alter, fornecendo
montarias para a corte. E a raça ficou conhecida graças às apresentações promovidas em
Lisboa. No começo do século XIX, todavia, muitos dos cavalos se perderam ou foram
roubados com o saque do haras pelas tropas napoleônicas do general Junot. Em 1934, outros
desastres sobrevieram e culminaram com o fechamento dos estábulos reais. Uma
reorganização chegou a ser ensaiada sob D. Maria Pia, no fim do século, com a introdução se
sangue estrangeiro Inglês, Normando, Hanoveriano e, principalmente, Árabe. Os
experimentos foram mal sucedidos e a raça quase se arruinou. Foi salva pela importação de
cavalos Andaluzes. Os arquivos dos estábulos foram destruídos com o advento da república
(1910), e só em 1932 o Ministério da Economia tomou a iniciativa de reconstituir a criação
dos Alter-Reais
6. • Características: A despeito das vicissitudes por que a raça passou, o Alter
moderno virtualmente Andaluz outra vez, sobrevive como um cavalo
valente, de carácter físico peculiar e acção extravagante, vistoso,
altamente apropriada à Haule Ecole (Alta Escola). Dele descendem os
Mangalargas Paulista e mineiro, trazidos por D. João VI em 1807.
• Influências: Espanhol: A grande coragem e o carácter próprio,
inconfundível.
• Altura: Entre 1,52 e 1,62m.
• Cores: Marrom, Castanho, Alazão.
• Usos: Sela, Desportos, Adestramento
7. Sorraia
• Acredita-se que os primeiros cavalos domesticados na Europa tenham sido os da
Península Ibérica. Hoje descendentes desses equinos primevos, i.e., das raças
fundadoras, ainda podem ser vistos tanto em Portugal como na Espanha. Entre
eles estão os da raça chamada Sorraia, em muitos dos quais a cor e a conformação
têm extraordinária semelhanças com as do Tarpan e com o mais refinado Garrano
ou Milho, de raízes idênticas porém habitat mais para o norte, nos vales de
Garrano do Milho e Trás-os-Montes.
• Criação: O Sarraia vivia nos campos que ficam entre os rios Sor e Raia; e durante
anos a famosa família d’Andrade conservou uma manada deles em estado
selvagem. É de crer, e já foi dito que esses animais, depois de submetidos à
poderosa influência dos cavalos Berberes da África do Norte, tenham contribuído
para o renomeado cavalo Espanhol e, através do sangue difundido dessa estirpe,
para uma variedade de raças diferentes.
• Características: durante séculos, o Sorraia foi usado por vaqueiros locais e para o
trabalho agrícola leve Não pode ter sido considerado, a esse tempo um espécime
sobremodo atraente. Pois não obstante, e malgrado a cabeça pesada e a cauda
caída, conservou ele todo o vigor dos seus antepassados selvagens.
8. • Influências: Tarpan: Na raiz da raça, deu-lhe a excelência da compleição
básica. Berbere: Melhorou os movimentos, aumentou-lhe o tamanho e
acrescentou o carácter fogoso.
• Altura: Varia entre 1,27 e 1,32m.
• Cores: Cinza-Pardacento
• Usos: Bravio, Leve Trabalho Agrícola