A História da África não se restringe à chegada dos europeus no século XV. Durante a Idade Média, existiram diversos reinos e povoamentos na África, cada um com sua própria organização econômica, política e cultura. Alguns dos principais reinos foram Gana, Mali e Songhai, que se desenvolveram principalmente no comércio de ouro, sal e outros produtos. Os bantos fundaram o Reino de Congo, enquanto os iorubás estabeleceram os Reinos de Ifé e Benin, notáveis
1. África Medieval
A História da África não se restringe a
chegada dos europeus no século XV, pois
devido a descoberta de diferentes vestígios
históricos tem revelado sociedade rica e
única desde a Antiguidade.
4. África – Período Medieval
No período
medieval havia na
África diversos
reinos e
povoamentos, cada
um com uma
organização
econômica, política
e cultura própria.
5. Além de grandes
reinos havia outros
grupos sociais,
como: povos
nômades
organizados em
clãs (conjunto de
famílias com
ancestrais comuns).
África – Período Medieval
6. África dos Grandes Reinos Os reinos se
desenvolveram
principalmente ao
sudoeste do Deserto do
Saara formaram
GRANDES REINOS,
onde a atividade
comercial predominou.
7. 666666-
Foi por meio do comércio, realizado
principalmente pelos árabes, que o
Islã foi introduzido na região, em
função do movimento do jihad.
BERBERES era como eram
conhecidos os muçulmanos na
África na Idade Média.
9. O Comércio Transaariano (Séc. X e XV)
Os berberes comercializavam
principalmente com os povos
SUDANESES (povos que viviam ao
sul do deserto do Saara), que eram
excelentes comerciantes.
– Página 62 –
Alguns pontos de trocas
comerciais deram origem a
cidades prósperas.
11. O Reino de Gana
Foi o mais antigos reinos
africanos.
Se desenvolveu no século
IV e atingiu seu auge
(apogeu) por volta dos
séculos VIII e X.
“terra do ouro”
Localizada no deserto do
Saara e ao longo dos rios
Senegal e Níger.
12. O ouro em Gana era explorado ao sul dos rios Senegal e
Gâmbia.
Mercadores trocavam ouro por sal, que era extraído das
salinas do Deserto do Saara. O sal era usado como moeda de
troca, uma vez que era utilizados para conservação dos
alimentos.
- Mapa Página 62 -
13. Havia também o comércio....
goma
sorgo
milhete
almíscar
âmbar
14. O rei em Gana
recebia o título de
gana e era visto
como um elo entre
os deuses e os
homens.
A sociedade era
composta por
sacerdotes, nobres
e funcionários que
cuidavam da
administração do
reino.
16. Foi somente no
século XI que o Islã
começou a crescer no
Reino de Gana.
17. O Império de Mali
Se desenvolveu por
volta do século XIII e
XVI.
Mali foi um poderoso,
extenso e duradouro
império.
O reino era habitados
por diversos povos, entre
esses se destacava o da
etnia dos mandigas.
Eram muçulmanos
como o povo de Gana.
18. SUNDJATA KEITA é considerado o fundador do Império de Mali, por
ser um grande conquistador constituiu um Império. Vale destacar que foi
Keita que converteu seu povo ao Islã, para estimular o comércio da região.
- Página 64 -
Sundiata grande imperador
que além das conquistas
territoriais protegeu seu
território contra os berberes.
20. Os governantes recebiam o título de mansa e tinham o poder
militar, político e religioso. Além de Sundiata Keita, Mansa
Musa foi outro importante governante do Império de Mali.
21. No Império de Mali o
comércio era a principal
atividade econômica.
Mali o maior produtor
de ouro da África
Ocidental, mas havia
destaque para a
agropecuária e o artesanato.
Havia também da
extração do cobre.
22. No vale do rio Níger
cultivavam arroz, milhete,
inhame, algodão e feijão,
além disso criavam bovinos,
ovinos e caprinos.
24. Vale destacar que a população não era
favorecida pela riqueza do comércio, exceto
pelo sal que era indispensável na sua
alimentação. Grande parte da população vivia
em pequenos vilarejos e dependiam da pesca
e da agropecuária.
25. Os Griôs
Em Mali, em outras
sociedade africanas, a
transmissão da história
era feita por meio da
tradição oral, através
do griôs.
Narravam as histórias em forma de poesia.
Utilizavam diversos instrumentos musicais.
Essa tradição era transmitida oralmente e de forma hereditária.
- Página 63 -
26. O Império de Mali foi um dos mais
duradouros, pois:
- Possuía um poderoso exército compostos
por arqueiros, lanceiros e cavaleiros;
- Controlavam as áreas de extração de ouro;
- Tinham capacidade de reprimir rebeldes em
caso de revoltas populares;
- Adotavam um política de respeito ao
povos dominados.
Conflitos entre as lideranças de Mali
deram possibilidade para o surgimento
de novos centros de poder, a exemplo
do Reino de Songai.
27. O Império Songhai
Seu desenvolvimento
foi a partir do século
XV, com a decadência
do Império de Mali e
com predomínio do
Reino de Gao.
O Reino de Gao
falava a língua songhai
e seguiam o islamismo.
Sunni Ali e Ali Ber
foram reis que se
destacaram.
29. No Timbuctu
(Tombuctu) tornou-
se capital do
Império, após o
Reino de Songai
dominar a região.
Assim, os songais se
tornaram a principal
força política da
região.
30. A cidade de Timbuctu no ano de 1988 foi considerada
patrimônio mundial da Unesco, contudo processos naturais
(desertificação e acumulo de areia) tem colocado em risco muitas
construções históricas.
31. A Mesquita de Sankore tornou-
se um grande centro cultural,
onde estudavam sábios
sahelianos e eram produzidos
textos diversos, como crônicas
que exaltavam a história e o
passado do reino.
A educação foi uma
das áreas que os
songais mais se
destacaram.
32. No século XVI o Império
Songhai sofreu um processo de
decadência, devido a disputas
pela sucessão do império.
Devido ao ataque do exército
marroquinos (árabes, tuaregues e
europeus mercenários) o império
sofreu um processo de
desestruturação.
33. Os Bantos
Viviam (e vivem) ao
sul do deserto do
Saara.
Os bantos possuíam
uma origem comum e
falavam línguas
aparentadas (bantas).
Ao longo de sua
história se deslocaram
o centro, o leste e o sul
do continente.
34. Ocupando a região, antes dominada por povos nômades,
desenvolveram a agricultura e a metalurgia.
No seu processo de desenvolvimento muitas cidades
cresceram e deram origem à reinos, como o Reino de
Congo.
35. O Reino de Congo O reino do Congo
foi fundado próximo
ao rio Zaire, Centro-
Oeste da África, no
final do século XV,
pelos bantos.
Mani Congo (senhor do
Congo) é o nome do
fundador e mais importante
representante.
36. Na capital Mani Congo contava com auxílio de 12
conselheiros (secretários, oficiais militares, homens da
lei, cobradores de impostos e outros).
Desses 12 conselheiros quatros eram mulheres e
representavam o clã das avós do rei.
37. A economia do Reino de Congo baseava-se na caça,
pesca e coleta, além da agricultura (trabalho feito
pelas mulheres) e da criação de animais. Também
praticavam o artesanato e a metalurgia.
Havia ainda o comércio, principalmente de ferro e sal.
- Página 67 -
38. As pessoas que viviam nas aldeias (lubatas) e nas
cidades (mbanzas) pagavam tributos, em troca o rei
(Mani Congo) lhes oferecia proteção espiritual (já que
representava o elo entre os homens e deuses).
O pagamento dos tributos dava-se por meio de
produtos (sorgo, vinho de palma, metais, frutas, gado
marfim e peles) e dinheiro (nzimbo).
39. Os portugueses chegaram no Reino de Congo em
1483 e logo iniciaram um comércio com as lideranças
locais. A partir daí a troca cultural foi tão grande que o
reino se tornou cristão e o rei Nzimga Mbemba
passou a se denominar Afonso I.
40. Com o estímulo do rei de Portugal à escravidão
ocorreram os primeiros conflitos com Mani Congo.
Com a descoberta de ouro na região do Congo os
portugueses travaram guerras com os congolenses.
Foi na Batalha de Mbuwila (1665) que os portugueses
mostraram a sua superioridade sobre o reino de Congo.
41. Depois disso o Reino de Congo perdeu territórios e a
região passou a ser fornecedora de escravos para as
plantações de açúcar no Brasil.
42. A maioria dos africanos
que chegaram no Brasil era
falante das línguas bantas,
como: quimbundo,
quicongo e umbundo.
- Página 70 -
43. Os Reinos de Iorubás
Na região da atual Nigéria se
desenvolveu, principalmente a
partir do século X, diferentes
reinos formados por povos da
etnia iorubá (Ifé, Keto e Oió).
- Página 71 -
44. O comércio (terrestre e fluvial) era a principal atividade
econômica dos iorubás, entre os principais produtos
comercializavam estavam: peles de animais, pimenta,
marfim, noz de cola, objetos de couro, marfim e metal.
Sua capital (Oió) era comum a
presença de bairros especializados
em curtume, serralheria e fundição.
45. Ifé teve seu período de esplendor entre os séculos XII e
XV e o poder (político e religioso) era exercido por Oni.
Até os dias atuais é uma cidade sagrada (e umbigo do
Universo) para os povos iorubás.
Era Oni que confirmava as
lideranças das cidades
irobás, como Keto e Oió.
46. A arte de Ifé
Vestígios arqueológicos recentes revelaram que a arte
iorubá era muito elaborada. Esculturas de terracota, cobre
e bronze e latão são algumas representações dessa arte
sofisticada, atraente e realista.
A arte na confecção de cabeças
humanas não perdurou, mas
influenciou a arte desenvolvida no
reino de Benin.
47. O Reino de Benin
Foi um dos mais
importantes reinos de
iorubá.
Se localizava a sudoeste de
Ifé e surgiu por volta do
século XII.
A história afirma que foi
fundado por um
descendente de Oduduwa
chamado Oranyan.
48. O ponto histórico onde Oduduwa, o
lendário progenitor do povo Iorubá
desembarcou através de uma
corrente para encontrar Ifé. Também
é conhecido como seu lugar de
descanso final.
O rei (obá) era representante de
uma divindade e também
governante da comunidade.
Quando um obá chegava ao poder,
tinha de ir a Ifé para ter o seu
poder reconhecido por Oni.
49. A cidade mais
importante do reino se
chamava Benin (como o
nome do reino), suas ruas
foram construídas bem
maiores do que muitas
cidades europeias do
período.
O comércio era a base
da economia.
Benin estava situada no
entroncamento de
importantes rotas
comerciais que seguiam
para o litoral, o leste e o
norte da África.
- Página 74 -
50. O Reino de Benin
Os principais produtos comercializados eram:
Tecidos
Couro Dendê
Cobre
Peixe seco
Sal
Carne
Inhame
Escravos, que eram obtidos
por meio de guerras.
51. O palácio de obá era enorme, com galerias decoradas
com placas de e esculturas de bronze, além de marfins na
forma de colheres, cabos de faca e olifantes.
A partir do século XV os artistas de
Benin passaram a representar
também mercadores, marinheiros e
soldados europeus (cenas do seu
cotidiano).
52. No final do século XIX, os ingleses dominaram extensas
área da África, inclusive o Reino de Benin, onde elas
promoveram um dos maiores saques de obras de arte de
que se tem notícia. Isso explica por que importantes obras
de arte do Benin encontram-se em museus na Inglaterra.
Placas de bronze do Benim no Museu
Britânico de Londres.
53.
54. A arte de Ifé e Benin
A arte matriz iorubá atingiu um nível de
excelência que não se restringiu à África,
alcançou países europeus e americanos,
como Cuba e Brasil
55. Segundo estudos históricos, foi principalmente em
meados do século XIX, que o muçulmanos destruíram
a cidade de Oió (capital dos iorubás), assim milhares
de africanos entraram no Brasil (com destaque para
Salvador) como escravos.
57. A matriz africana pode ser vista em várias regiões
do Brasil, mas é Salvador o principal polo de
irradiação, pois lá nasceu grandes nomes da música e das
artes plásticas da matriz iorubá. Como exemplo, temos:
Bloco Olodum
Bloco Ilê Aiyê
- Página 75 -