SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 43
Descargar para leer sin conexión
Procedimentos Médicos:
O que devo saber?
Prof. Gibran Frandoloso
Curitiba, 03 de outubro de 2012
Seja paciente e observador...
• “A delicada convivência entre o médico e o paciente, às
vezes, exige muito mais maestria e/ou conhecimento:
exige respeito e senso ético, acima de tudo. Como se trata
de uma relação, com mais de um lado envolvido, é
necessário que pelo menos um deles esteja ciente do
maior número de probabilidades de erro e acerto. É vital
praticar com verdade e justeza de ações.”
» Dr. João Manoel Cardoso Martins, in “Jaculatórias: sugestões para o dia a dia do
médico.
Plano de aula
1. Definição de Procedimento Médico
2. Cuidados gerais a serem tomados
3. Higiene das mãos
4. Punção Arterial
5. Punção Venosa
6. Paracentese
7. Toraconcentese
8. Punção lombar
9. Acesso venoso central e intubação orotraqueal
10. Bibliografia
1. O que é um Procedimento Médico?
O PLS no 25/2002 – A LEI DO ATO MÉDICO
O PLS no 25/2002 objetiva tão-somente regulamentar os atos médicos, fortalecendo o
conceito de equipe de saúde e respeitando as esferas de competência de cada
profissional. Em nenhuma linha encontraremos violações de direitos adquiridos,
arrogância ou prepotência em relação aos demais membros da equipe. Ninguém
trabalha pela saúde da população sozinho, e muito menos sem a presença do médico.
A análise do conteúdo dos cinco artigos do Projeto mostra a relevância da matéria,
permitindo maior compreensão acerca da importância de sua aprovação.
Artigo 1º - A definição
1. Art. 1º - Ato médico é todo procedimento técnico-profissional praticado por médico
habilitado e dirigido para:
2. A prevenção primária, definida como a promoção da saúde e a prevenção da
ocorrência de enfermidades ou profilaxia;
3. A prevenção secundária, definida como a prevenção da evolução das enfermidades ou
execução de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos;
4. A prevenção terciária, definida como a prevenção da invalidez ou reabilitação dos
enfermos.
2. Cuidados Gerais
• Explique o procedimento ao paciente
• Pergunte se ele entendeu e se concorda (salvo situação de emergência)
• Utilize técnica asséptica
• Cuide e monitorize complicações
3. Higiene das Mãos
1. Higiene das Mãos
4. Punção Arterial
• Indicações:
1. Coleta de sangue arterial para avaliação da troca gasosa pulmonar ou do
equilíbrio ácido-básico
2. Introdução de catéter arterial para medida contínua de Pressão Arterial
• Complicações:
1. Equimose e hematoma local
2. Pseudo-aneurisma
3. Embolia para dedos
4. Trombose arterial
Técnicas:
5. Punção Venosa
• Indicações:
1. Estabelecer uma linha venosa para infusão de medicações parenterais
2. Coletar material para laboratório clínico
• Complicações:
1. Equimose ou hematoma local
2. Flebite ou infecção de pele e partes moles
3. Punção arterial
Locais e Técnicas:
6. Paracentese:
Indicações:
1. Adultos com ascite de apresentação recente, sem causa conhecida
2. Pacientes com ascite preexistente, porém com suspeita de Peritonite
Bacteriana Espontânea(PBE)
3. Paracenteses de grande volume para alívio de sintomas ou em ascites
refratárias.
Contra-Indicações:
1. Evitar em pacientes com Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD)
– Coagulopatia basal ou trombocitopenia não contra-indicam o
procedimento (risco de sangramento <0,2%)
– Plasma fresco não é recomendado
2. Puncionar com cuidado em pacientes gestantes e com organomegalia,
aderências ou obstrução intestinal.
3. Não puncionar sobre áreas de pele infectadas, com vasos visíveis,
cicatrizes cirúrgicas ou hematomas
Equipamento:
• Material específico para
paracentese (Safe-T- Centesis
Catheter Drainage Tray ou Large
Volume Abdominal Paracentesis
Kit): Mais seguros, porém caros
• Catéteres intravenosos de maior
calibre podem ser usados para
paracentese: Mais baratos e
disponíveis, porém com maiores
riscos envolvidos
Preparação:
1. Explicar o procedimento ao paciente e obter consentimento
2. Solicitar assistência para o procedimento
3. Posicionar o paciente (posição supina e cabeceira levemente elevada)
4. Localizar e marcar um dos pontos de punção (vide imagem
sequencial)
5. Realizar de maneira estéril o procedimento, usando os equipamentos
de proteção (luvas estéreis, máscara e avental)
6. Anestesiar com agulha fina (22-25 gauge) o local de inserção do catéter,
lembrando de anesteriar bem o peritônio.
Locais passíveis de punção
Técnicas Possíveis para Inserção do
Catéter
Procedimento de Paracentese
1. Puncione a pele no local marcado previamente e já anestesiado
2. Avance o catéter conforme a técnica escolhida (Z-tract ou
angular)
3. Introduza cuidadosamente o catéter até sentir uma leve resistência,
que é facilmente vencida, atingindo a cavidade abdominal.
4. Posicione o catéter e retire a agulha, conectando o sistema a
seringa para drenagem ou sistema para drenagem de alívio
5. Retire o sistema de drenagem e proceda ao curativo do local (se
necessário)
Cálculo do GASA:
• Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA) =
Albumina do soro – Albumina do líquido ascítico
• Resultados possíveis e sua Interpretação:
O quê fazer com o material coletado?
Mais detalhes do GASA:
Diagnóstico Diferencial das Ascites
Evite riscos desnecessários...
• “Em pleno século XXI, o homem de ciência ainda se vê
diante de comportamentos e práticas que estão ligados a
modelos do passado e de seu limitado poder e tecnologia.
No mundo atual, há certos conceitos que estão mais do
que catalogados: estão detalhadamente estudados, não
obstante o fato de poderem ainda surpreender. Por isso,
busque a menor margem de erro possível.”
» Dr. João Manoel Cardoso Martins, in “Jaculatórias: sugestões para o dia a dia do
médico
7. Toracocentese
Indicações:
• Punção diagnóstica em:
– Derrame pleural de causa desconhecida
– Derrame pleural de causa provável conhecida, porém com resposta
atípica ao tratamento
• Drenagem pleural de alívio
Contra-Indicações:
• Coagulopatia com RNI> 1,5
• Trombocitopenia significativa
• Ventilação Mecânica
• Pacientes com instabilidade
– Hemodinâmica ou respiratória
• Infecção de pele no local da punção
Equipamento:
1. Material para paramentação médica (luvas estéreis, avental, máscara,
óculos)
2. Solução antisseptica
3. Gaze estéril e Esparadrapo
4. Seringa e agulha para anestesia (22 e 25 gauge)
5. Kit de punção torácica (conforme o modelo do serviço)
Preparação:
1. Explicar o procedimento ao paciente e obter o consentimento
2. Lavar as mãos e paramentar-se
3. Pedir ao assistente que posicione o paciente e prepare o material
4. Estimar o local de punção (antes e durante o procedimento) e marcá-lo
5. Anestesiar a pele, subcutâneo e pleura
6. Inserir a agulha 1-2 espaços abaixo do nível superior do líquido e 5-10 cm
da coluna (nunca abaixo da 9ª costela), “biopsiando” a margen superior da
costela inferior
Aspiração do Líquido Pleural
1. Usar um abocath 16-18 para entrar no espaço pleural até obter líquido
pleural
2. Retirar a agulha e avançar cuidadosamente o catéter
3. Adaptar dispositivo de três vias e aspirar 50ml para análise do líquido
4. Instalar o sistema de drenagem e proceder a drenagem de até 1500ml.
Análise do Líquido Pleural
Investigação Adicional
Adequada à clinica do paciente
Complicações:
1. Pneumotórax é raro e raramente requer drenagem
2. Dor local, tosse e infecção de pele
3. Hemotórax
4. Lesão de órgão abdominal
5. Embolia aérea
6. Edema pulmonar por reexpansão
8. Punção Lombar
• Indicações:
1. Coleta de líquor por suspeita de neuroinfecção ou doença inflamatória do
SNC
2. Injeção de antibióticos ou quimioterápicos
• Contra-indicação:
1. Infecção no local da punção
2. Sinais de hipertensão intra-craniana
3. Coagulopatias
• Complicações:
1. Infecção local
2. Sangramento
3. Cefaléia pós-punção
Bibliografia
• Vídeos complementares do NEJM (disponíveis online)
• Orientações técnicas do vídeos em pdf (disponibilizados em sala).
Perguntas ou dúvidas:
Gibran.af@gmail.com
Gibran.af@hotmail.com

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lpauloalambert
 
Ultrassom - emergências em ginecologia e obstetrícia
Ultrassom  - emergências em ginecologia e obstetríciaUltrassom  - emergências em ginecologia e obstetrícia
Ultrassom - emergências em ginecologia e obstetríciaFernanda Hiebra Gonçalves
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoBruna Cesário
 
Sinais do Raio X de Tórax
Sinais do Raio X de TóraxSinais do Raio X de Tórax
Sinais do Raio X de TóraxBrenda Lahlou
 
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAmanda Thomé
 
Trauma abdominal final
Trauma abdominal finalTrauma abdominal final
Trauma abdominal finalIvanTramujas
 
Síndromes pulmonares
Síndromes pulmonaresSíndromes pulmonares
Síndromes pulmonarespauloalambert
 
Avaliação radiológica das obstruções intestinais
Avaliação radiológica das obstruções intestinaisAvaliação radiológica das obstruções intestinais
Avaliação radiológica das obstruções intestinaisGustavo Andreis
 
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos Fundamentais
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos FundamentaisDoenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos Fundamentais
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos FundamentaisOzimo Gama
 
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúde
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúdeComo abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúde
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúdePatricia de Rossi
 
Semiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IISemiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IIpauloalambert
 
Choque
ChoqueChoque
Choquedapab
 
Assistência de Enfermagem nas feridas tumorais
Assistência de Enfermagem nas feridas tumoraisAssistência de Enfermagem nas feridas tumorais
Assistência de Enfermagem nas feridas tumoraisVivi Medeiros
 

La actualidad más candente (20)

Gastrectomia
GastrectomiaGastrectomia
Gastrectomia
 
Propedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal lPropedeutica abdominal l
Propedeutica abdominal l
 
Choque
Choque Choque
Choque
 
Ultrassom - emergências em ginecologia e obstetrícia
Ultrassom  - emergências em ginecologia e obstetríciaUltrassom  - emergências em ginecologia e obstetrícia
Ultrassom - emergências em ginecologia e obstetrícia
 
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágicoNeurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
Neurorradiologia AVC isquêmico e hemorrágico
 
Ultrassom do rim
Ultrassom do rimUltrassom do rim
Ultrassom do rim
 
Sinais do Raio X de Tórax
Sinais do Raio X de TóraxSinais do Raio X de Tórax
Sinais do Raio X de Tórax
 
História da Cirurgia
História da CirurgiaHistória da Cirurgia
História da Cirurgia
 
Abdome agudo
Abdome agudoAbdome agudo
Abdome agudo
 
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução IntestinalAspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
Aspectos Clínicos e Radiológicos da Obstrução Intestinal
 
Trauma abdominal final
Trauma abdominal finalTrauma abdominal final
Trauma abdominal final
 
Síndromes pulmonares
Síndromes pulmonaresSíndromes pulmonares
Síndromes pulmonares
 
Edema
EdemaEdema
Edema
 
Avaliação radiológica das obstruções intestinais
Avaliação radiológica das obstruções intestinaisAvaliação radiológica das obstruções intestinais
Avaliação radiológica das obstruções intestinais
 
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos Fundamentais
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos FundamentaisDoenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos Fundamentais
Doenças Orificiais - Aspectos Cirúrgicos Fundamentais
 
Lesões mamárias benignas - aspecto histopatológico
Lesões mamárias benignas - aspecto histopatológicoLesões mamárias benignas - aspecto histopatológico
Lesões mamárias benignas - aspecto histopatológico
 
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúde
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúdeComo abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúde
Como abordar o corrimento de repetição na rede de atenção básica de saúde
 
Semiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome IISemiologia de Abdome II
Semiologia de Abdome II
 
Choque
ChoqueChoque
Choque
 
Assistência de Enfermagem nas feridas tumorais
Assistência de Enfermagem nas feridas tumoraisAssistência de Enfermagem nas feridas tumorais
Assistência de Enfermagem nas feridas tumorais
 

Destacado

Procedimentos Especiais
Procedimentos EspeciaisProcedimentos Especiais
Procedimentos Especiaisresenfe2013
 
Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Mônica Firmida
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tóraxpauloalambert
 

Destacado (6)

Criterios light
Criterios lightCriterios light
Criterios light
 
Procedimentos Especiais
Procedimentos EspeciaisProcedimentos Especiais
Procedimentos Especiais
 
Pneumotórax final
Pneumotórax finalPneumotórax final
Pneumotórax final
 
Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico Derrame pleural parapneumonico
Derrame pleural parapneumonico
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tórax
 
Derrame pleural
Derrame pleuralDerrame pleural
Derrame pleural
 

Similar a Procedimentos medicos

4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx
4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx
4º Aula Introdução de Enfermagem.pptxNailBonfim
 
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem Campinas
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem   CampinasManual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem   Campinas
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem Campinasguest11ba4c
 
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)Wagner Lima Teixeira
 
Segurança do paciente em unidades de urgência
Segurança do paciente em unidades de urgênciaSegurança do paciente em unidades de urgência
Segurança do paciente em unidades de urgênciaAroldo Gavioli
 
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Kayo Alves Figueiredo
 
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341Enfermagem em UTI saude enfermagem112341
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341voceduardomscsousa
 
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptx
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptxCAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptx
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptxClara Mota Brum
 
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_seguras
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_segurasManual de implementação_da_campanha_cirurgias_seguras
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_segurasProqualis
 
roseartigo (1) (1).docx
roseartigo (1) (1).docxroseartigo (1) (1).docx
roseartigo (1) (1).docxcybercom1
 
Rotinas de procedimentos para enfermagem
Rotinas de procedimentos para enfermagemRotinas de procedimentos para enfermagem
Rotinas de procedimentos para enfermagemGis Ferreira
 
Sinais vitais e curativos
Sinais vitais e curativosSinais vitais e curativos
Sinais vitais e curativosAlexandre Donha
 
Pop cvc curativo-revisado
Pop cvc curativo-revisadoPop cvc curativo-revisado
Pop cvc curativo-revisadoRoderly
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptbianca375788
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptgizaraposo
 
Assistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaAssistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaFatianeSantos
 

Similar a Procedimentos medicos (20)

4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx
4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx
4º Aula Introdução de Enfermagem.pptx
 
Enf manual rotinas proc
Enf manual rotinas procEnf manual rotinas proc
Enf manual rotinas proc
 
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem Campinas
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem   CampinasManual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem   Campinas
Manual De Normas E Rotinas De Procedimentos Para A Enfermagem Campinas
 
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)
Introdução de enfermagem ( apostila para vcs meus amigos de enfermagem)
 
Aula 7 alunos
Aula 7 alunosAula 7 alunos
Aula 7 alunos
 
Segurança do paciente em unidades de urgência
Segurança do paciente em unidades de urgênciaSegurança do paciente em unidades de urgência
Segurança do paciente em unidades de urgência
 
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
Terapia antineoplasica graziela_0110(2)
 
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341Enfermagem em UTI saude enfermagem112341
Enfermagem em UTI saude enfermagem112341
 
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptx
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptxCAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptx
CAPACITAÇÃO 03 PIO XII.pptx
 
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_seguras
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_segurasManual de implementação_da_campanha_cirurgias_seguras
Manual de implementação_da_campanha_cirurgias_seguras
 
roseartigo (1) (1).docx
roseartigo (1) (1).docxroseartigo (1) (1).docx
roseartigo (1) (1).docx
 
Rotinas de procedimentos para enfermagem
Rotinas de procedimentos para enfermagemRotinas de procedimentos para enfermagem
Rotinas de procedimentos para enfermagem
 
Aula 1.ppt
Aula 1.pptAula 1.ppt
Aula 1.ppt
 
Sinais vitais e curativos
Sinais vitais e curativosSinais vitais e curativos
Sinais vitais e curativos
 
Pop cvc curativo-revisado
Pop cvc curativo-revisadoPop cvc curativo-revisado
Pop cvc curativo-revisado
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
 
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.pptassistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
assistencia-enfermagem-cirurgica.ppt
 
Assistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgicaAssistencia enfermagem-cirurgica
Assistencia enfermagem-cirurgica
 
Hist rico uti
Hist rico utiHist rico uti
Hist rico uti
 
Instrumentação cirúrgica thaty
Instrumentação cirúrgica thatyInstrumentação cirúrgica thaty
Instrumentação cirúrgica thaty
 

Último

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...DL assessoria 31
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdfMichele Carvalho
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivProfessorThialesDias
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptAlberto205764
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannRegiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptxLEANDROSPANHOL1
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptDaiana Moreira
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfMedTechBiz
 

Último (8)

Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
Em um local de crime com óbito muitas perguntas devem ser respondidas. Quem é...
 
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
700740332-0601-TREINAMENTO-LAVIEEN-2021-1.pdf
 
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestivFisiologia da Digestão sistema digestiv
Fisiologia da Digestão sistema digestiv
 
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.pptHIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
HIV-Gastrointestinal....infeccao.....I.ppt
 
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane SpielmannAvanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
Avanços da Telemedicina em dados | Regiane Spielmann
 
88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx88888888888888888888888888888663342.pptx
88888888888888888888888888888663342.pptx
 
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.pptaula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
aula entrevista avaliação exame do paciente.ppt
 
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdfInteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
Inteligência Artificial na Saúde - A Próxima Fronteira.pdf
 

Procedimentos medicos

  • 1. Procedimentos Médicos: O que devo saber? Prof. Gibran Frandoloso Curitiba, 03 de outubro de 2012
  • 2. Seja paciente e observador... • “A delicada convivência entre o médico e o paciente, às vezes, exige muito mais maestria e/ou conhecimento: exige respeito e senso ético, acima de tudo. Como se trata de uma relação, com mais de um lado envolvido, é necessário que pelo menos um deles esteja ciente do maior número de probabilidades de erro e acerto. É vital praticar com verdade e justeza de ações.” » Dr. João Manoel Cardoso Martins, in “Jaculatórias: sugestões para o dia a dia do médico.
  • 3. Plano de aula 1. Definição de Procedimento Médico 2. Cuidados gerais a serem tomados 3. Higiene das mãos 4. Punção Arterial 5. Punção Venosa 6. Paracentese 7. Toraconcentese 8. Punção lombar 9. Acesso venoso central e intubação orotraqueal 10. Bibliografia
  • 4. 1. O que é um Procedimento Médico? O PLS no 25/2002 – A LEI DO ATO MÉDICO O PLS no 25/2002 objetiva tão-somente regulamentar os atos médicos, fortalecendo o conceito de equipe de saúde e respeitando as esferas de competência de cada profissional. Em nenhuma linha encontraremos violações de direitos adquiridos, arrogância ou prepotência em relação aos demais membros da equipe. Ninguém trabalha pela saúde da população sozinho, e muito menos sem a presença do médico. A análise do conteúdo dos cinco artigos do Projeto mostra a relevância da matéria, permitindo maior compreensão acerca da importância de sua aprovação. Artigo 1º - A definição 1. Art. 1º - Ato médico é todo procedimento técnico-profissional praticado por médico habilitado e dirigido para: 2. A prevenção primária, definida como a promoção da saúde e a prevenção da ocorrência de enfermidades ou profilaxia; 3. A prevenção secundária, definida como a prevenção da evolução das enfermidades ou execução de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos; 4. A prevenção terciária, definida como a prevenção da invalidez ou reabilitação dos enfermos.
  • 5. 2. Cuidados Gerais • Explique o procedimento ao paciente • Pergunte se ele entendeu e se concorda (salvo situação de emergência) • Utilize técnica asséptica • Cuide e monitorize complicações
  • 8. 4. Punção Arterial • Indicações: 1. Coleta de sangue arterial para avaliação da troca gasosa pulmonar ou do equilíbrio ácido-básico 2. Introdução de catéter arterial para medida contínua de Pressão Arterial • Complicações: 1. Equimose e hematoma local 2. Pseudo-aneurisma 3. Embolia para dedos 4. Trombose arterial
  • 10.
  • 11. 5. Punção Venosa • Indicações: 1. Estabelecer uma linha venosa para infusão de medicações parenterais 2. Coletar material para laboratório clínico • Complicações: 1. Equimose ou hematoma local 2. Flebite ou infecção de pele e partes moles 3. Punção arterial
  • 14. Indicações: 1. Adultos com ascite de apresentação recente, sem causa conhecida 2. Pacientes com ascite preexistente, porém com suspeita de Peritonite Bacteriana Espontânea(PBE) 3. Paracenteses de grande volume para alívio de sintomas ou em ascites refratárias.
  • 15. Contra-Indicações: 1. Evitar em pacientes com Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) – Coagulopatia basal ou trombocitopenia não contra-indicam o procedimento (risco de sangramento <0,2%) – Plasma fresco não é recomendado 2. Puncionar com cuidado em pacientes gestantes e com organomegalia, aderências ou obstrução intestinal. 3. Não puncionar sobre áreas de pele infectadas, com vasos visíveis, cicatrizes cirúrgicas ou hematomas
  • 16. Equipamento: • Material específico para paracentese (Safe-T- Centesis Catheter Drainage Tray ou Large Volume Abdominal Paracentesis Kit): Mais seguros, porém caros • Catéteres intravenosos de maior calibre podem ser usados para paracentese: Mais baratos e disponíveis, porém com maiores riscos envolvidos
  • 17. Preparação: 1. Explicar o procedimento ao paciente e obter consentimento 2. Solicitar assistência para o procedimento 3. Posicionar o paciente (posição supina e cabeceira levemente elevada) 4. Localizar e marcar um dos pontos de punção (vide imagem sequencial) 5. Realizar de maneira estéril o procedimento, usando os equipamentos de proteção (luvas estéreis, máscara e avental) 6. Anestesiar com agulha fina (22-25 gauge) o local de inserção do catéter, lembrando de anesteriar bem o peritônio.
  • 19. Técnicas Possíveis para Inserção do Catéter
  • 20. Procedimento de Paracentese 1. Puncione a pele no local marcado previamente e já anestesiado 2. Avance o catéter conforme a técnica escolhida (Z-tract ou angular) 3. Introduza cuidadosamente o catéter até sentir uma leve resistência, que é facilmente vencida, atingindo a cavidade abdominal. 4. Posicione o catéter e retire a agulha, conectando o sistema a seringa para drenagem ou sistema para drenagem de alívio 5. Retire o sistema de drenagem e proceda ao curativo do local (se necessário)
  • 21.
  • 22. Cálculo do GASA: • Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA) = Albumina do soro – Albumina do líquido ascítico • Resultados possíveis e sua Interpretação:
  • 23. O quê fazer com o material coletado?
  • 24. Mais detalhes do GASA: Diagnóstico Diferencial das Ascites
  • 25. Evite riscos desnecessários... • “Em pleno século XXI, o homem de ciência ainda se vê diante de comportamentos e práticas que estão ligados a modelos do passado e de seu limitado poder e tecnologia. No mundo atual, há certos conceitos que estão mais do que catalogados: estão detalhadamente estudados, não obstante o fato de poderem ainda surpreender. Por isso, busque a menor margem de erro possível.” » Dr. João Manoel Cardoso Martins, in “Jaculatórias: sugestões para o dia a dia do médico
  • 27. Indicações: • Punção diagnóstica em: – Derrame pleural de causa desconhecida – Derrame pleural de causa provável conhecida, porém com resposta atípica ao tratamento • Drenagem pleural de alívio
  • 28. Contra-Indicações: • Coagulopatia com RNI> 1,5 • Trombocitopenia significativa • Ventilação Mecânica • Pacientes com instabilidade – Hemodinâmica ou respiratória • Infecção de pele no local da punção
  • 29. Equipamento: 1. Material para paramentação médica (luvas estéreis, avental, máscara, óculos) 2. Solução antisseptica 3. Gaze estéril e Esparadrapo 4. Seringa e agulha para anestesia (22 e 25 gauge) 5. Kit de punção torácica (conforme o modelo do serviço)
  • 30. Preparação: 1. Explicar o procedimento ao paciente e obter o consentimento 2. Lavar as mãos e paramentar-se 3. Pedir ao assistente que posicione o paciente e prepare o material 4. Estimar o local de punção (antes e durante o procedimento) e marcá-lo 5. Anestesiar a pele, subcutâneo e pleura 6. Inserir a agulha 1-2 espaços abaixo do nível superior do líquido e 5-10 cm da coluna (nunca abaixo da 9ª costela), “biopsiando” a margen superior da costela inferior
  • 31.
  • 32. Aspiração do Líquido Pleural 1. Usar um abocath 16-18 para entrar no espaço pleural até obter líquido pleural 2. Retirar a agulha e avançar cuidadosamente o catéter 3. Adaptar dispositivo de três vias e aspirar 50ml para análise do líquido 4. Instalar o sistema de drenagem e proceder a drenagem de até 1500ml.
  • 33.
  • 34.
  • 37. Complicações: 1. Pneumotórax é raro e raramente requer drenagem 2. Dor local, tosse e infecção de pele 3. Hemotórax 4. Lesão de órgão abdominal 5. Embolia aérea 6. Edema pulmonar por reexpansão
  • 38. 8. Punção Lombar • Indicações: 1. Coleta de líquor por suspeita de neuroinfecção ou doença inflamatória do SNC 2. Injeção de antibióticos ou quimioterápicos • Contra-indicação: 1. Infecção no local da punção 2. Sinais de hipertensão intra-craniana 3. Coagulopatias • Complicações: 1. Infecção local 2. Sangramento 3. Cefaléia pós-punção
  • 39.
  • 40.
  • 41. Bibliografia • Vídeos complementares do NEJM (disponíveis online) • Orientações técnicas do vídeos em pdf (disponibilizados em sala).
  • 42.