Sistema articular aula 4 (1).pdf articulações e junturas
Pé Cavo Dr. Omar Mohamad M. Abdallah
1. Dr. Omar Mohamad M. Abdallah
R2 de Ortopedia e Traumatologia
Hospital Santa Rita
PÉ CAVO
2. • É uma deformidade complexa, caracterizada pela elevação exagerada do
arco longitudinal medial, devido a flexão plantar do primeiro raio.
Associada a varo do retropé, adução de antepé e dedos em garra.
• Essa pronação exagerada do antepé não cede mesmo com pé em apoio.
Pé fica encurtado Folgado no calçado .
3. • É raro e geralmente está associado a alguma patologia ortopédica ou
neurológica, ou neuromusculares.
• Doloroso, pois mais carga é direcionada para médio e retropé;
• A área de contato com o solo está diminuída, ocorrendo apoio Na cabeça
dos metatarsos e no coxim plantar do calcâneo .
• O eixo da articulação talo-calcâneo está verticalizado,
com isso há uma diminuição na ADM.
4. • A podoscopia serve para analisar a área de contato que nosso pé tem com o solo. E pode
ser classificada de acordo com VALENTI:
5. CLASSIFICAÇÃO
• O pé cavo pode se apresentar com uma serie de alterações
anatômicas.
Existem 3 tipos principais de pé cavo, variando desde deformidades leves com
dedos em garra flexíveis ate dedos dolorosos, e rígidos:
• Pé cavo varo: com flexão plantar de antepé e varo de retropé.
• Pé calcâneo cavo: antepé eqüino rígido e retropé calcâneo.
• Pé eqüino cavo: eqüino de antepé e eqüino de retropé.
6. ETIOLOGIA
• É uma manifestação de um distúrbio neurológico e muscular até que se
prove o contrário.
• Neuromuscular
• Congênitas
• Traumáticas
• 2/3 cursam com alteração neurológica .
Doença de CHARCOT – MARIE – TOOTH .
É uma atrofia muscular distal, progressiva e simétrica, acometendo os fibulares, a musculatura intrínseca do
pé e da mão e a região do tnz.
7. NEUROMUSCULAR
• Doença Muscular:
Distrofia Muscular
Tríceps sural excessivamente fraco
• Nervos Perifericos e das raízes nervosas lombosacrais:
Sind. Charcot – marie – tooth
Sind. Da medula presa
• Doença da medula espinal e do trato espinocerebelar:
Ataxia de Friedreich
Sind. De Roussy – levy
Polimielite ( paralisia infantil )
• Doença cerebral e cerebelar:
Doença cerebelar primaria
Hidrocefalia oculta
Paralisia cerebral espásticas
8. CONGÊNITAS
• Pé torno congênito residual
• Artrogripose múltipla congênita
• Pé cavo congênito
• Coalizão tarsal ( talocalcânea e calcaneonavicular )
10. • Na maioria desses pacientes pode ocorrer fraqueza de tibial anterior .
• Ocorrendo retração das estruturas posteriores.
Dificuldade para extensão dorsal do Tnz Ocorre hiperextensão nas articulações
MTTF
• Ação da M. intrínseca do pé e dos flexores Causar retração da fascia plantar.
Fazendo uma elevação do arco longitudinal e a flexão plantar dos MTTs com RE da
tíbia.
11. CLÍNICA
• Deformidade progressiva
• O sapato escapa ou sapato fica folgado no pé
Devido encurtamento do pé.
• Instabilidade na marcha
Quedas freqüentes
• Sensação de falseio
• Calosidades dolorosas
Cabeças MTTs
Sobre interfalangeanas proximais
Calcâneo (calcaneocavo)
12. DEFORMIDADE RETROPÉ
• Pitch do calcâneo é maior que 30º
É a linha entre o solo e a superfície plantar do calcâneo, que varia em media de 10 – 30
graus.
• Componente de varismo do retropé:
Proeminência plantar exagerada da tuberosidade do calcâneo e atrofia do tríceps sural.
Ocorre hiperceratose sob o calcanhar conferido o pé cavo Semelhante ao cabo de
pistola ( pistol grip deformity ).
13. DEFORMIDADE ANTEPÉ
• Todos os raios mediais do primeiro e do segundo metatarsais estão envolvidos .
Causando flexão plantar do antepé .
• Ocorre marcha sobre a borda lateral do pé se o retropé estiver posicionado em varo.
Deformidade em adução A
• Presente quando a borda medial do antepé está
mais fletida plantar do que a borda lateral.
Deformidade em valgo
• Se não houver dificuldade no desprendimento
do hálux no fim da fase de apoio ; B
• Se houver fraqueza dos fibulares Causando
instabilidade do Tnz no fim da fse de apoio.
Flexível
14. DEFORMIDADE DEDOS
• Deformidade em garra dos dedos podem ser:
Flexível e redutível ás manobras de redução passiva;
Rígida com subluxação dorsal das art. MTTF ;
Deformidade em martelo das interfalângianas ;
• Hálux:
• Retração da articulação IF
• Valgo
15. • Historia Familiar:
Charcot- marie – tooth
• Exame Físico:
Coluna vertebral ( Lesões cutâneas sugestivas de dirafismo)
Lesões hiperpigmentadas, encovadas na linha mediana vertebral
• Exames neurológico e muscular rigoroso:
Para planejamento de alguma transferência muscular
• Avaliação detalhada da marcha
• Avaliar amplitude das articulações do pé e do tornozelo
16. SINAL DO CALCÂNEO ESCONDIDO
• Teste de peek – a book / Sinal de Brian
Pct em pé de frente para o examinador
Pé normal Borda medial o calcaneo fica encoberto, devido o um valgismo de
5 graus.
• Varismo do retropé:
No retropé em varo Observa-se na
borda medial um espreitamento do pé.
17. TESTES ESPECIAIS:
• Teste de Coleman 3 tempos
• 1 T Primeiro raio e hálux permanecem fora do bloco:
Se houver normalização do retropé a causa da deformidade é o primeiro raio, que esta
em equino exagerado.
• 2T Apoio apenas do calcanhar no bloco:
Se houver valgização do retropé, a deformidade é a custas do antepé como um todo (
antepé equino e pronado )
• 3 T São usados 2 bloco ( o retropé é colocado em nível superior ao antepé e o
primeiro raio é excluido da carga do peso corporal )
Se ocorrer valgização do retropé, podemos afastar o retropé da causa da deformidade,
se o retropé permanecer em varo a deformidade deve a combinação de deformidade no
antepé e retropé.
18. TESTES ESPECIAIS:
• Teste de KELIKIAN:
Serve para avaliar se deformidade em garra dos dedos é fixa
ou não.
Pressiona se a cabeça dos MTT de plantar para dorsal
anulando a força dos intrínsecos, corrigindo a deformidade .
19. TESTES ESPECIAIS:
• Teste de silversköld:
Fletindo se o joelho e realizando a flexão dorsal do tornozelo
anulamos a ação dos gastrocnêmicos.
Se a deformidade em eqüino persistir a razão dessa
deformidade é causada pelo solear e quando corrige, a causa
são os gastrocnêmicos.
21. EXAMES IMAGEM
• Radiografia com carga:
• AP Observa o grau de adução do antepé
• Perfil Avalia o grau do cavismo do pé;
Ângulo de MEARY: ângulo entre o eixo do talus e do primeiro MTT. Normal varia de -5 até
+ 5, sendo em media de 0 graus.
Ângulo de KITE, vista tanto no AP quanto no P. Esse ângulo é formado pelos eixos do talus e
do calcâneo Valor normal varia de 20 – 30 graus.
22. TRATAMENTO
• Infelizmente não existe tratamento das doenças que cursam
com o pé cavo;
• Tratamento conservador ;
• Modificações de calçados, orteses e exercícios não mudam o
curso da doença.
• Palmilhas e calçados corretivos ajudam na marcha e no alivio
da dor para deformidade e sintomas leves.
23. TRATAMENTO CIRÚRGICO
• Orientar o paciente que a cirurgia não é curativa, e podendo
haver a necessidade de novo procedimentos cirúrgicos .
• Indicações:
Deformidade progressiva
Calosidade dolorosa sob as cabeças dos metatarsais ou base do quinto metatarsal
Instabilidade do tornozelo
24. • Liberação das partes moles:
• Procedimento de Steindler:
Liberação da fáscia plantar, do flexor curto dos dedos e
do quadrado plantar.
• Tenodese do fibular longo e no fibular curto:
Quando são os causadores da flexão plantar do primeiro raio.
• Alongamento do Gastrocnêmio:
Nos casos de retração isolado, aliviando a força deformante em varo do tendão do
calcâneo.
PROCEDIMENTO EM PARTES MOLES
25. OSTEOTOMIAS:
• Cunha na base dorsal do primeiro metatarsal:
Mais utilizados em pés adulto e rígido.
• Osteotomias do calcâneo:
Corrigi ate a mais grave e rígida deformidade
em cavo – varo do pé.
Não altera a movimentação da articulação subtalar
Dwyer Para correção varo do retropé
26. OSTEOTOMIAS
• Osteotomia de deslizamento
Surgiu como modificação da tecnica de Dwyer;
Modificou a técnica com elevação ou lateralização do calcâneo .
27. CORREÇÃO DOS DEDOS
• Procedimento de Jones:
Utilizado quando há hiperextensão da articulação MTTF do 1º raio, devido a
fraqueza do M. tibial anterior.
• Técnica:
Transferência do tendão extensor longo do hálux para o colo do 1º metatarsal;
Facilita a dorsiflexão do tornozelo ;
Evita a evolução da deformidade em garra do hálux.
28. CORREÇÃO DOS DEDOS
• Técnica de Du vries e de Parrish:
• Rigidez for na MTTF ou IF Du Vries
Será tratada por meio de liberação das partes moles ;
Tendão extensores e cápsula articular ;
De Parrish Estabilização ativa dos dedos na posição neutra por
transferência tendínea.
• Nas IFP rígidas é necessário a ressecção das cabeças das falanges
proximais;
Para artroplastia de Du Vries;
Além da fixação intramedular com fio de K .
Notas del editor
O primeiro raio fletido não permite eversao na fase de apoio e desprendimento na marcha acrretando a perda de absorçao de choque na art subtalar .
Diminui a mobilidade rotacional das art q integram o complexo subtalar – talonavicular o calcaneocuboide durante a marcha
Charcot- marie – tooth (Doença autossômica dominante ) causa mais frequente de pés cavos