O documento discute como organizações ambientalistas internacionais e ONGs apoiam interesses estrangeiros que visam reduzir a competitividade do agronegócio brasileiro. Argumenta que essas organizações não têm motivações puramente ambientais e que defendem restrições ao desenvolvimento do Brasil para beneficiar países como os EUA.
1. Código Florestal - As esquerdas e
ambientalistas de joelhos para os…
imperialistas!!!
A gritaria de setores da imprensa e dos parlamentares de esquerda — muito especialmente os
petistas — com a aprovação do novo Código Florestal é patética! Preveem o armagedom
ambiental, o que é uma grossa bobagem. Mas já estamos acostumados a essas escatologias.
O que me deixa mais intrigado — e, em certa medida, escandalizado — são os argumentos.
“O Brasil vai perder a liderança ambiental!”
Pergunto e considero - Perder para quem? Quem vai assumir o nosso lugar? Os EUA? A
China? Algum país europeu? A Indonésia? O Japão? A Rússia? A Índia? Digam-me um só
país no mundo que tenha uma legislação ao menos parecida com o que está no relatório do
deputado Paulo Piau.
“As entidades ambientalistas ficarão decepcionadas com o Brasil e dirão que Dilma não
cumpre a sua promessa”
Pergunto e considero - Dilma governa para as ONGs ou para o conjunto dos brasileiros? Por
que as entidades ambientais acham que podem impor ao Brasil o que não sonhariam em impor
à China, já que não podem nem mesmo entrar naquele país? Por lá não há ONG ou qualquer
coisa parecida com Ministério Público. A bala de prata resolve as contendas. Não admiro o
modelo, não! Só estou afirmando que o governo do Brasil tem de ter uma gestão que atenda,
antes de mais nada, às necessidades dos brasileiros. Com efeito, não estamos sozinhos no
mundo. Mas transformar uma legislação que nos põe na vanguarda do conservacionismo num
retrocesso é pilantragem intelectual.
“O Brasil sofrerá prejuízos efetivos com o novo código”.
Pergunto e considero - Quais? Quem deixará de investir no país porque o código não pune
os pequenos agricultores — que é o que, de fato, querem os críticos do texto? Quem poderá
cobrar do país, como se fosse seu chefe ou metrópole, que aja dessa ou daquela maneira?
Vocês notaram? O Brasil não pode fazer Belo Monte porque, afinal, as ditas entidades
internacionais ficarão agastadas… O Brasil não pode votar seu código florestal, protegendo o
meio ambiente, mas preservando a produção agropecuária, porque esses patrulheiros
planetários vão se zangar. Ontem, até uma representante da WWF — aquela que tem como
presidente de honra um caçador de elefantes — resolveu atacar o texto.
É a velha história: desafio qualquer um a provar que o texto de Piau protege, como querem
alguns tontos, os latifundiários, os grandes proprietários, o agronegócio — palavra pela qual
eles são tarados. Deixa-se de punir o pequeno. E, mesmo assim, de forma imperfeita. Se todos
os agricultores de Santa Catarina, por exemplo, tiverem de reflorestar áreas de 15 metros às
margens dos rios, terão de abandonar o campo. Os que estão reclamando queriam uma área
ainda maior. Não custa lembrar que uma das propostas defendidas por Marina Silva e sua
turma liquidava com a produção leiteira de Minas Gerais.
2. As esquerdas de antigamente gostavam de acusar os conservadores de servilismo aos
interesses imperialistas… Hoje, quem vive de joelhos para as Fundações Ford, Greenpeaces e
WWFs da vida são eles. Entendo! O meio ambiente, afinal de contas, virou um grande negócio.
Por Reinaldo Azevedo
Tags: código florestal
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sexta-feira, 27 de abril de 2012
Agricultores americanos exigem que Dilma vete Código Florestal.
Na foto, agricultores americanos protestam contra o Código Florestal do Brasil... Ficção?
Não! Leiam abaixo o artigo de Denis Rosenfield, publicado tempos atrás no Estadão.
Solicitado por vários leitores a voltar ao tema das ONGs, mostrarei a vinculação entre os
“fazendeiros” americanos e a atuação de ONGs ambientalistas no Brasil. Trata-se de uma
curiosa conjunção entre o agronegócio americano, ONGs ambientalistas (aqui, evidentemente),
grandes empresas, governos e “movimentos sociais” no País.
A National Farmers Union (União Nacional dos Fazendeiros) e a Avoided Deforestation
Partners (Parceiros pelo Desmatamento Evitado), dos EUA, encomendaram um estudo,
assinado por Shari Friedman, da David Gardiner & Associates, publicado em 2010, para
analisar a relação entre o desmatamento tropical e a competitividade americana na agricultura
e na indústria da madeira. O seu título é altamente eloquente: Fazendas aqui, florestas lá.
O diagnóstico do estudo é que o desmatamento tropical na agricultura, pecuária e de florestas
conduziu a uma “dramática expansão da produção de commodities que compete diretamente
com os produtos americanos”. Ou seja, é a competitividade do agronegócio brasileiro que deve
ser diminuída para tornar mais competitivos os produtos americanos. O estudo é tão detalhado
que chega a mostrar quanto ganhariam os Estados americanos e o país como um todo. E
calcula que o ganho americano seriade US$ 190 bilhões a US$ 270 bilhões entre 2012 e 2030.
As campanhas pela conservação das florestas tropicais e seu reflorestamento não seriam,
nessa perspectiva, uma luta pela “humanidade”. Elas respondem a interesses que não têm
nadade ambientalistas. Ao contrário, o estudo chega a afirmar que os compromissos
3. ambientalistas nos EUA poderiam até ser flexibilizados segundo as regras atuais, que não
preveem nenhum reflorestamentode florestas nativas, do tipo “reserva legal”, só existente em
nosso país. Também denomina isso de “compensação”, que poderia ser enunciada da seguinte
maneira: mais preservação lá (no Brasil), menos preservação aqui (nos EUA).
Cito: “Eliminando o desmatamento por volta de 2030, limitar-se-iam os ganhos da expansão
agrícola e da indústria da madeira nos países tropicais, produzindo um campo mais favorável
para os produtos americanos nomercado global das commodities.” Eles têm, pelo menos, o
mérito da clareza, enquanto seus adeptos mascaram suas atividades.
Esse estudo reconhece o seu débito com a ONG Conservation International e com Barbara
Bramble, da National Wildlife Federation, seção americana da WWF, igualmente presente em
nosso país. A Conservation International é citada duas vezes na página de agradecimentos,
suponho que não por suas divergências. Mas ela publica em seu site um artigo dizendo-se
contrária ao estudo. A impressão que se tem é ade que se trata de um artifício retórico para se
desresponsabilizar das repercussões negativas desse estudo em nosso país e, em particular,
na Câmara dos Deputados. Logicamente falando, sua posição não se sustenta, pois ao refutar
as conclusõesdo artigo não deixa de compartilhar suas premissas. A rigor, não segue o
princípio de não-contradição, condição de todo pensamento racional.
Por que não defende a “reserva legal” nos EUA e na Europa, segundo os mesmos princípios
defendidos aqui? Seria porque contrariaria os interesses dos fazendeiros e agroindustriaisde
lá? Entre seus apoiadores se destacam Wall Mart, McDonald”s, Bank of America, Shell, Cargill,
Kraft Foods Inc., Rio Tinto, Ford Motor Company, Volkswagen, WWF e Usaid. Os dados foram
extraídosde seu site internacional.Barbara Bramble é consultora sênior da National Wildlife
Federation, a WWF americana. Sua seção brasileira segue os mesmos princípios e modosde
atuação, tendo o mesmo nome. Se fosse coerente, deveria lutar para que os 20% de “reserva
legal”, a ser criada nos EUA e na Europa, fossem dedicados à wildlife, a “vida selvagem”. Entre
seus apoiadores e financiadores (dados extraídosde sua prestação de contas de 2009),
destacam-se o Banco HSBC, Amex, Ibope, Natura, Wall Mart, Conservation Internacional,
Embaixada dos Países Baixos, Greenpeace eInstituto Socioambiental (ISA).
A lista não é exaustiva. Observe-se que a ONG Conservation International reaparece como
parceira da WWF. Ora, essa mesma consultora é sócia-fundadora do ISA, ONG ambientalista e
indigenista. A atuação dessa ONG nacional está centrada na luta dita pelo meio ambiente e
pelos “povos da floresta”. Advoga claramente pela constituição de “nações indígenas” no Brasil,
defendendo para elas uma clara autonomia, etapa preliminar de sua independência posterior,
nos termos da Declaração dos Povos Indígenas da ONU. Ela, junto com o Conselho
Indigenista Missionário (Cimi), possui o mais completo mapeamento dos povos indígenas do
Brasil. Sua posição é evidentemente contrária à revisão do Código Florestal. Dentre seus
apoiadores e financiadores, destacam-se a Icco (Organização Intereclesiástica de Cooperação
para o Desenvolvimento), a NCA (Ajuda da Igreja da Noruega), as Embaixadas da Noruega,
Britânica, da Finlândia, do Canadá, a União Europeia, a Funai, a Natura e a Fundação Ford
(dados foram extraídos de seu site).
O ISA compartilha as mesmas posições do Cimi, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e do
MST. Ora, esses “movimentos sociais”, verdadeiras organizações políticas de esquerda radical,
por sua vez, seguem os princípios da Teologia da Libertação, advogando pelo fim do
agronegócio brasileiro e da economia de mercado, contra a construção de hidrelétricas e
impondo severas restrições à mineração. Junto com as demais ONGs, lutam por uma
substancial redução da soberanianacional. Dedico este artigo aos 13 deputados, de diferentes
partidos, e às suas equipes de assessores que tão dignamente souberam defender os
interesses do Brasil, algo nada fácil nos dias de hoje.