Palestra proferida no Workshop "Moscas-das-frutas no Brasil: Construção de uma visão de futuro", realizado em Brasília, DF, no período de 8 e 9 de dezembro de 2015.
Prevenção da entrada e manejo de pragas quarentenárias: Proposição de arranjo de pesquisa
1. Prevenção da entrada e manejo de pragas
quarentenárias
Proposição de arranjo de pesquisa
Marcelo Lopes da Silva
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
Workshop do Programa Nacional de Combate
às Moscas das Frutas, Brasília, DF, 8 e 9 de
dezembro de 2015
2. Roteiro
Cenário da expansão de pragas no Brasil e no mundo
Proposta do Arranjo de pesquisas em pragas quarentenárias
6. Globalização das atividades humanas
Interceptação de material vegetal de
alto risco pelo serviço de vigilância
agropecuária brasileiro.
Frutos são um dos itens mais
encotrados em bagagens
MAPA -Vigiagro (2014)
8. inseto fungo virus
bactéria ácaros outros
Pragas estabelecidas após
1999, por regulamentação
Pragas ausentes não-
regulamentadas
PQAs
Introdução de pragas no Brasil
Grupos de pragas
Fonte: baseado em Pragas sem Fronteiras, Agropec, 2015
9. Naturais Mediação
humana
Dispersão
ativa
Transporte por
agente biótico
Transporte por
agente abiótico
Transporte com
material vegetal
Transporte acidental
Introdução
intencional
Fonte: Sanches, M.M & Lopes-da-Silva, M.2015
Vias de ingresso de pragas
10. Vias de ingresso prováveis para
pragas com dispersão ativa
transporte com material vegetal
dispersão ativa
Vias de ingresso de pragas e tipos de
interceptação
Fonte: Lopes-da-Silva, M et al. 2014
pragas ausentes sem regulamentação
pragas quarentenárias ausentes
Interceptações de pragas por tipo
na Quarentena da Embrapa
Fonte: Lopes-da-Silva et al. 2015 (no prelo)
11. Linha do tempo das detecções de pragas
introduzidas
Fonte: Lopes-da-Silva et al. 2014
12. Cenário mundial da expansão de pragas
Bebber et al. 2014
Aumento da
saturação de
pragas por
país
Tendência das
detecções
ocorrerem em
latitudes mais
altas
13. Relação entre número de pragas detectadas e indicadores sócio-econômicos (PIB
per capita, investimento em pesquisa, produção agrícola, turismo, importações etc...)
Países que detectam menos do que o previsto
pelo modelo proposto por Bebber et al. 2013
“países que devem hospedar mais pragas do
que atualmente registram”
China
Brasil
Indonésia
India
Filipinas
Cenário mundial da expansão de pragas
14. Perdas econômicas = Perdas de produção + Custo de Controle
Ex: As perdas com a ferrugem asiática superam
US$ 20 bilhões desde a introdução
Custo do controle de pragas no Brasil
Fonte: Globo Rural 2015Em milhões de US$ -
Eudes Carvalho, 2007, Lavras MG
17. 1.O que fazer para evitar a entrada de uma praga?
2.Caso, uma entrada aconteça, o que fazer para que a praga não se
estabeleça?
3.Se a praga se estabelece na região de sua entrada, como evitar que ela se
dissemine para outras partes do país?
4.Se a praga se disseminar, o que fazer para conviver com o problema, de
forma a manter os sistemas de produção competitivos e sustentáveis?
Fonte: Livro Defesa Vegetal
Questões-chave da defesa vegetal
18. Proposta do arranjo de projetos de pesquisas
Simpósio em maio de 2015 Boa Vista – Roraima
Enfoque fronteira norte x nacional?
Comitê Gestor Provisório
Elaboração da estrutura básica do arranjo
21. Conhecimento sobre pragas de importância
quarentenária está disperso
Sistematização de informação
Fluxo de informação entre as partes
interessadas
Estrutura do arranjo
22. Exemplo de contribuição do eixo conhecimento
Fonte: BD pragas/ Wikipragas- Edital CNPq 32/2009
23. Qualificação profissional da Defesa Vegetal
O trabalho de fiscalização é
muito complexo e exige
conhecimentos técnicos
amplos (com certa
especialização) combinados
com o conhecimento da
legislação.
24. Parcerias entre Embrapa e DSV/SDA/MAPA
Institucionalização da competência
científica da Embrapa em questões da
segurança fitossanitária demandadas
pelo MAPA.
A legislação de quarentena vegetal
baseada em critérios científicos
Formação de Rede de Especialistas
para apoio a Análise de Risco de
Pragas
25. Estrutura do arranjo
Grande quantidade de pragas
regulamentadas
Método de priorização
Modelagem ecológica e econômica
Reconhecimento de nível de risco de cada
área do país
26. Acoplamento de modelos bioecológicos e
econômicos
Comportamento
frente a fatores
ambientais
Distribuição
geográfica mundial
Hospedeiros e
distribuição
Dados de perdas,
prejuízos
Comportamento
de mercado
ENTRADAS – ‘INPUTS’ PROCESSAMENTO, MODELOS E MAPEAMENTO - LAYERS
Estimativas
probabilísticas de
impacto
27. Inteligência Territorial Quarentenária
Portos, aeroportos, postos de fronteiras e áreas vulneráveis. Quais pragas podem
ingressar por estes pontos e qual seriam os seus impactos?
Fonte Embrapa Gestão Territorial 2015
28. A detecção precoce de uma praga
quarentenária é a base da defesa vegetal
Pragas de risco priorizado devem ser
monitoradas
Formação de redes sentinela
Estrutura do arranjo
29. Projetos para detecção, monitoramento e
formação de redes sentinelas
DETECÇÃO
LEVANTAMENTOS
DIRECIONADOS OU NÃO-
DIRECIONADOS
APLICAÇÃO DE
METODOLOGIA
DIAGNÓSTICA
COMUNICAÇÃO AOS
INTERESSADOS E AO
PÚBLICO
MONITORAMENTO
REDE SENTINELA
30. Ferramentas para a detecção
Figura 1. Perfis eletroforéticos de moscas-das-frutas. Amplificação da
região ITS (Internal transcribed spacer) do DNA ribossomal. Iniciadores
prITS5/prITS2: 1 e 2 – Anastrephafraterculus e A. oblíqua, 3 e 4
Ceratitiscapitata, 5-6 Bactrocera carambolae. Iniciadores prITS6/NS15: 7-
8, Anastrephafraterculus e Anastrepha obliqua, 9-10 Ceratitiscapitata, 10-
11 Bactroceracarambolae.
Figura 2. Perfis eletroforéticos de moscas-das-frutas. Amplificação da região
ITS (Internaltranscribedspacer) do DNA ribossomal. Iniciadores primer2/3 e
primer 2/4. Linhas 1,2 e 3: Bactroceracarambolae, 4, Anastrephafraterculus,
5-6 Ceratitis capitata, 7, 8e 9 Bactroceracarambolae, 10 Anastrepha
fraterculus, 11 e 12 Ceratitis capitata.
Figura 2. Perfis eletroforéticos de moscas-das-frutas. Amplificação da região ITS
(Internaltranscribedspacer) do DNA ribossomal. Iniciador primer 2/4. Linha 1, Bactroceradorsalis,
Tailândia, 2 Bactroceracarambolae, Suriname, 3 Bactroceracucurbitae, 4- Bactrocerapapaye, 5-
Bactroceratryoni 6-Bactrocera correcta7- Bactrocerazonata, 8Bactroceradorsalis, China, 9-
Bactrocerainvadens, 10- Bactroceradorsalis, China, 11- Bactroceradorsalis, Paquistão, 12-
Bactroceradorsalis, 13- Bactroceraphilippinensis, 14-Bactrocera cucurbitae, Maurício, 15-
Bactroceraoleae, França (não amplifica), 16- Bactroceracarambolae, Amapá, Brasil, 17-
Bactroceracarambolae, Amapá, Brasil, 18-Anastrepha fraterculus, Piracicaba, São Paulo, Brasil 19-
Anastrepha obliqua, Brasília,Distrito Federal, Brasil. Espécies nas quais não há referência a países
são estirpes da IAEA e são resultantes de misturas de populações de mais de um país.
31. Conhecimento, detecção e mitigação
EXEMPLO DE PRAGA PRÉ-PRIORIZADA
AMARELECIMENTO LETAL DO COQUEIRO
Não há cura ou mesmo resistência efetiva
conhecida
Proximidade geográfica dos focos
Nas Américas, o inseto vetor Haplaxius crudus
Tem uma distribuição geográfica maior que o
ALC
A alta incidência na África demonstra que há
outros vetores potenciais
32. As ações pragmáticas de defesa são feitas por
orgãos que necessitam de um apoio científico
Tratamento pré e pós-colheita
Controle biológico, se viável, é uma alternativa
com menor probabilidade de rejeição em escala
maior
MIP deve ser um programa de forma mais lenta
34. Exemplo de projeto de apoio a decisão
Projeto de investigação sobre o fluxo gênico
entre as populações
35. Projeto de envolvendo monitoramentos e
modelagem da distribuição geográfica
Exemplo de projeto de apoio a decisão
36. Novos cenários: novas capacidades de resposta
PRAGA REGULAMENTADA X PRAGAS EMERGENTES x PRAGAS DE INTERESSE NACIONAL
AUMENTO DA DISPERSÃO MUNDIAL DE UMA PRAGA AUSENTE NO BRASIL
AUMENTA O RISCO DA PRAGA PARA O BRASIL
DIMINUI A NECESSIDADE DE REGULAMENTAÇÃO COMO QUARENTENÁRIA (PRAGA DISPERSA
RÁPIDAMENTE E PORQUE NÃO IMPACTA NA EXPORTAÇÃO)
NO ENTANTO, A PRAGA NÃO DEVE DEIXAR DE SER IMPORTANTE SÓ PORQUE NÃO SERÁ
REGULAMENTADA
ESTA PRAGA DEVE SER FOCO DE INTERESSE NACIONAL – REGULAMENTAÇÕES ESPECIAIS
NOVAS DEFINIÇÕES
37. Comitê gestor provisório
Maria Conceição Peres Young
Embrapa Meio Ambiente
Décio Luiz Gazzoni
Embrapa Soja
Marcelo Lopes da Silva
Embrapa Recursos Genéticos e
Bioetecnologia
Viviani Talamini
Embrapa Tabuleiros Costeiros
Paulo Parizzi
Departamento Sanidade Vegetal
MAPA
Elisangela Fidelis de Morais -
Embrapa Roraima- Ponto Focal
38. OBJETIVO GERAL DO ARRANJO
QUARENTENA
Viabilizar métodos e tecnologias que contribuam para reduzir os
riscos de entrada e dispersão de pragas quarentenárias no Brasil
e para o desenvolvimento de programas de manejo e de
contingência favorecendo a minimização de impactos nas áreas
produtivas do país.
41. Perspectivas
Imagem
Dan Bebber
Se as pragas continuarem a se disseminar na
velocidade atual, as maiores nações
produtoras agrícolas serão inundadas por
pragas na metade desse século, o que
representará uma grave ameaça à segurança
alimentar mundial”