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ANÁLISE QUANTITATIVA E IMPACTO
DA FLORESTA PLANTADA NO
MUNICÍPIO DE IRANI/SC,
UTILIZANDO IMAGEM DE SATÉLITE
LANDSAT
Disciplina de Sensoriamento Remoto e
Geoprocessamento I
Dezembro/2016
1.0 INTRODUÇÃO
De maneira geral, o Brasil se configura
como uma referência no setor florestal. Temos
uma das maiores coberturas florestais nativas
do planeta (527 milhões de ha, correspondendo
a 29,4% da cobertura florestal mundial) e, a
sexta maior área reflorestada do mundo (menor
apenas que na China, na Índia, na Rússia, nos
Estados Unidos e no Japão).
2
1.0 INTRODUÇÃO
Um assunto bastante em alta no momento
diz respeito ao reflorestamento, principalmente
com os gêneros Pinus e Eucalyptus. O
reflorestamento é uma ação ambiental que visa
repovoar áreas que tiveram a vegetação
removida pelas forças da natureza (incêndios
naturais, ventos) ou pelas ações humanas
(queimadas, exploração de madeira e, expansão
de áreas agrícolas) (MELO, 2008).
3
1.0 INTRODUÇÃO
Então, para suprir com a crescente
demanda por madeira, o Brasil optou por dois
gêneros, Pinus e Eucalyptus, através de
programas de reflorestamento (PINTO, 2014).
4
2.0 EUCALIPTO
Natural da Austrália e da Indonésia, o
Eucalipto (figura 1) é uma árvore de fácil
adaptação, com mais de 600 espécies, resistente
e de crescimento rápido, alcançando até 60
metros de altura, constituindo-se, por isso, em
uma árvore ideal para a formação de florestas
plantadas (GRUPO SUZANO, 2016).
5
2.0 EUCALIPTO
O Eucalyptus grandis é a espécie mais
cultivada no Brasil, pois encontrou aqui um
ambiente favorável para o seu rápido
desenvolvimento.
Clima
Água
Nutrientes
6
2.0 EUCALIPTO
Figura 1: Eucalyptus grandis (fonte: autores da pesquisa)
2
2.0 EUCALIPTO
A produtividade das terras brasileiras é de 40 à 45
m³ de Eucalipto por hectare/ano, sendo que aqui colhe-se
esta árvore 7 anos após o seu plantio. Enquanto isso:
*Argentina - a colheita é feita entre 7 e 12 anos, sendo a
produtividade de 20 m³/hectare/ano;
*Finlândia - somente após 60 anos o pé de Eucalipto pode
ser colhido e sua produtividade é de 4 m³/hectare/ano;
*EUA - a colheita é feita em 10 anos, com uma
produtividade de 10 m³/hectare/ano (EMBRAPA, 2016).
8
3.0 PINUS
O Pinus (figura 2), por sua vez, tem sua área de
ocorrência natural que vai da região polar até os
trópicos, englobando os continentes da Europa, Ásia,
América do Norte e Central, não ocorrendo
naturalmente na América do Sul.
9
3.0 PINUS
O Pinus taeda é a espécie mais plantada no
Brasil, principalmente na região sul (pois tolera
geadas), sendo usado para a produção de
celulose, papel, madeira serrada, chapas e
madeira reconstituída (AGUIAR et al., 2013).
10
3.0 PINUS
11
Figura 2: Pinus taeda (fonte: autores da pesquisa)
3.0 PINUS
12
O gênero Pinus apresenta cerca de 105
espécies identificadas, que são fisiologicamente
resistentes à seca e muito exigentes com luz,
suportando sombreamento apenas na fase
jovem. Quanto ao calor, suportam temperaturas
de -65°C até 50°C (CI FLORESTAS, 2008).
3.0 PINUS
13
O Pinus é um gênero produtor de madeira,
que é utilizada como matéria-prima para a
produção de celulose e papel de qualidade
superior, chapas, MDF, compensados, laminados,
móveis e tábuas, podendo ainda ser utilizada na
construção de casas, caixotarias e pellets (CI
FLORESTAS, 2008).
4.0 DESERTO VERDE
Apesar de o Eucalipto e o Pinus serem
importantes para a incorporação de gás carbônico,
fornecimento de lenha e, matéria-prima
abundante para fabricação do papel, diminuindo a
pressão sobre a vegetação nativa, o termo
"deserto verde" vem ganhando grande destaque,
tanto no âmbito nacional quanto no internacional.
14
4.0 DESERTO VERDE
Meirelles e Calazans (2006), afirmam que a
expressão "deserto verde" é utilizada pelos
ambientalistas para designar a monocultura de
árvores em grandes extensões de terra para a
produção de celulose, devido aos efeitos que esta
monocultura causa ao meio ambiente. As árvores
mais utilizadas para este cultivo são, sobretudo, o
Pinus e o Eucalipto.
15
4.0 DESERTO VERDE
2
4.0 DESERTO VERDE
Por vezes, essas florestas plantadas são
mencionadas por grupos ambientalistas e órgãos
de proteção da biodiversidade como uma afronta
à fauna e à flora. Essas entidades alegam que as
florestas plantadas consomem demasiadamente o
recurso água presente no solo.
17
4.0 DESERTO VERDE
Além disso, também afirmam que os pássaros
são severamente afetados, pois nem o Pinus nem o
Eucalipto produzem frutos, os quais serviriam de
alimento para esses animais.
18
4.0 DESERTO VERDE
A flora debaixo do dossel também não se
desenvolve, pois a matéria orgânica originada das folhas
dos dois gêneros se decompõe muito lentamente e vai
formando uma camada espessa que prejudica a
germinação de espécies nativas
19
5.0 OBJETIVO
O presente trabalho possui a finalidade de
verificar qual é a área atual aproximada plantada com
Pinus e Eucalipto no município de Irani/SC, com
domínio territorial de 321 km2 e localizado a
27°01'30'' de latitude Sul e a 51°54'09'' de longitude
Oeste (mapa 1), através do emprego de softwares
específicos.
20
5.0 OBJETIVO
Mapa 1: localização geográfica do município de Irani/SC
21
População 9.534 hab. Censo IBGE/2010
Clima Temperado, com temperatura
média de 17°C
6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.1 Aquisição da Imagem do Satélite LANDSAT
22
6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.1 Aquisição da Imagem de Satélite LANDSAT
A imagem foi obtida gratuitamente do site
da NASA, através do endereço:
http://earthexplorer.usgs.gov/
23
6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.2 Composição Colorida
Primeiramente, com a imagem em mãos, foi
realizado o recorte referente ao município de
Irani e, posteriormente, feita uma composição
colorida, com auxílio do software ENVI 5.0.
24
6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
6.3 Classificação Supervisionada e Cálculo de Área
Em sequência, realizou-se a classificação
supervisionada da mesma, possibilitando assim, a
separação dos elementos que foram definidos
como Reflorestamento e Demais Ocupações do
Solo. Por fim, utilizando o software ArcGIS 10.2.1,
determinou-se, então, as áreas em hectares
referentes ao Reflorestamento e às Demais
Ocupações do Solo.
25
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A imagem da cidade de Irani, depois de
recortada, é apresentada a seguir, no software
ENVI 5.0 (figura 3). Mais ao centro pode ser
visualizada a área urbana de Irani. Esta imagem
naturalmente é obtida do satélite em 3 bandas:
Red (vermelho), Green (verde) e Blue (azul), ou
simplesmente, RGB.
26
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.1 Recorte da Imagem
Figura 3: Imagem de satélite LANDSAT da cidade de Irani
27
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.2 Composição Colorida no ENVI 5.0
Após a aplicação da correção atmosférica e
da composição desejada na imagem, no caso,
usando as bandas Swir 2, Swir 1 e Coastal Aerosol
(nessa ordem), com auxílio do software ENVI 5.0,
o resultado é apresentado na imagem a seguir, na
figura 4.
28
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.2 Composição Colorida no ENVI 5.0
29
Figura 4: composição gerada no software ENVI
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.3 Uso do Solo no Município
Após à realização da composição
colorida na imagem, passou-se a definir o
uso do solo da cidade. A figura 5 representa
as informações de uso do solo.
30
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.3 Uso do Solo no Município
31
LEGENDA:
Vermelho - locais com floresta
plantada com Eucalipto e
Pinus.
Verde - vegetação nativa.
Azul - corpos d'água.
Amarelo - variados tipos de
cultivo de gêneros agrícolas.
Figura 5: uso do solo no município de Irani
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.3 Uso do Solo no Município
Para destacar somente as partes que
possuem reflorestamento, optou-se por não
definir quais os outros usos do solo além desse.
Com isso, há uma maior facilidade para visualizar
o grande propósito do estudo: as áreas plantadas
com Pinus e Eucalipto. O resultado é mostrado na
figura 6.
32
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.3 Uso do Solo no Município
Figura 6: visualização das áreas com reflorestamento (cor vermelha)
33
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
No software ENVI 5.0, necessitou-se
salvar a imagem, mostrada na figura 6, na
extensão .bil, sendo esta a extensão em que o
software ArcGIS 10.2.1 consegue realizar o
cálculo de áreas.
34
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Inicialmente, necessitou-se carregar a
imagem na extensão .bil diretamente no ArcGIS
10.2.1, como mostra a figura 7.
35
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Figura 7: arquivo .bil carregado no ArcGIS
36
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Posteriormente, a imagem foi transformada
de um arquivo raster para um arquivo vetorial,
ou seja, as partes da foto que serão alvo de
cálculo de área foram transformadas em
polígonos individuais separados e fechados,
conforme demonstra a figura 8.
37
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Figura 8: polígonos fechados para cálculo da área de floresta plantada
38
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Depois de terem sido feitos os polígonos,
foram definidas cores para cada classe, sendo
que as áreas de floresta plantada ficaram na
cor verde forte as áreas com demais usos do
solo ficaram na cor verde claro, conforme
figura 9.
39
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Figura 9: classes de uso do solo de acordo com os polígonos feitos
40
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Finalmente, verificou-se que a área de floresta
plantada corresponde a aproximadamente 5.011
ha, que pode ser visualizada na figura 10, no item
Sum.
41
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Figura 10: verificação final da área de floresta plantada no município de Irani
42
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
Essa área de floresta plantada corresponde
a cerca de 10% do território do município.
Percebe-se que a área plantada é bastante
heterogênea, pois o plantio está distribuído por
todo o território municipal.
43
7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada
44
8.0 CONCLUSÕES
De maneira geral, os plantios com objetivos
comerciais de árvores do gênero Eucalyptus e
Pinus têm suas vantagens, pois ajudam a reduzir
a pressão pela utilização das florestas nativas
como fonte de matéria-prima, contribuindo em
muito para a proteção dessa vegetação tão
importante. Desse modo, quanto maior for a
disponibilidade de madeira plantada, menor será
o avanço sobre a vegetação nativa.
45
8.0 CONCLUSÕES
No município de Irani, portanto, a floresta
nativa está relativamente protegida de grandes
supressões, pois 10% de seu território está
ocupado por florestas plantadas, sendo estas as
fontes de matéria-prima para as indústrias locais.
Além disso, esses 10% se mostram bem
expressivos, diante da relativa pequena extensão
territorial do município.
46
8.0 CONCLUSÕES
Porém, é inevitável deixar de lado as críticas
negativas com relação às florestas plantadas, uma
vez que fica evidente que as monoculturas de
Eucalipto e Pinus trazem diversos prejuízos
ambientais, desde a degradação do solo, consumo
excessivo de água e extirpação gigantesca de
nutrientes do local, acarretando em um enorme
prejuízo na biodiversidade, tanto da fauna quanto
da flora.
47
8.0 CONCLUSÕES
E, com o aumento constante das plantações
de Eucalipto e Pinus, estes impactos na área
ambiental serão cada vez mais facilmente
sentidos. E é aí que se dará conta de que o
deserto verde ficará cada vez mais característico e
que mudará as paisagens por onde sua atividade
econômica for explorada.
48
9.0 SUGESTÃO DE DOCUMENTÁRIO
https://www.youtube.com/watch?v=EKsw66REwnQ
“Cruzando o Deserto Verde”
49
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MELO, Eugênio Arantes de. Reflorestamento e
recuperação de matas nativas. Disponível em:
<http://www.arvores.brasil.nom.br/textos/reflor.htm
>. Acesso em 02 de out. de 2016, 22:45 hs.
PINTO, Érica Natasche de Medeiros Gurgel. Eucalipto.
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/pvbrau/ca
racteristicas-eucalipto>. Acesso em 04 de out. de
2016, 17:00 hs.
50
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GRUPO SUZANO. Eucaliptocultura. Disponível em:
<http://www.suzano.com. br/ portal/suzano-papel-e-
celulose/eucaliptocultura . htm >. Acesso em 05 de out. de
2016, 01:05 hs.
EMBRAPA. Eucalipto brasileiro cresce mais rápido que os
outros. Disponível em: <https://www.spo.cnptia.emb
rapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemas
deproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state=
normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col
_count=1&p_r_p_76293187_sistemaProducaoId=7811&p
_r_p_-996514994_topicoId=8521>. Acesso em 06 de out. de
2016, 17:45 hs.
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MEIRELLES, D.; CALAZANS, M. H2O para celulose x
água para todas as línguas. Vitória. FASE, 2006.
AGUIAR, Ananda Vigínia de; SOUSA, Valderêz
Aparecida de; SHIMIZU, Jarbas Yukio. Espécies de
Pinus mais Plantadas no Brasil. Disponível em:
<http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_m
ateria.php?num=1672&subject=Pinus&title=Esp%E9ci
es%20de%20p%EDnus%20mais%20plantadas%20no%
20Brasil>. Acesso em 07 de out. de 2016, 12:00 hs.
52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CI FLORESTAS: Centro de Inteligência em Florestas.
Pinus. Disponível em: <http://www.ciflorestas.
com.br/texto.php?p=pinus>. Acesso em 05 de out.
de 2016, 01:30 hs.
53
Patrique Savi
Carlos Johann
Juliano Leoratto
Luiz Antônio Calvi Jr

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Análise da Floresta Plantada em Irani/SC usando Imagem de Satélite

  • 1. ANÁLISE QUANTITATIVA E IMPACTO DA FLORESTA PLANTADA NO MUNICÍPIO DE IRANI/SC, UTILIZANDO IMAGEM DE SATÉLITE LANDSAT Disciplina de Sensoriamento Remoto e Geoprocessamento I Dezembro/2016
  • 2. 1.0 INTRODUÇÃO De maneira geral, o Brasil se configura como uma referência no setor florestal. Temos uma das maiores coberturas florestais nativas do planeta (527 milhões de ha, correspondendo a 29,4% da cobertura florestal mundial) e, a sexta maior área reflorestada do mundo (menor apenas que na China, na Índia, na Rússia, nos Estados Unidos e no Japão). 2
  • 3. 1.0 INTRODUÇÃO Um assunto bastante em alta no momento diz respeito ao reflorestamento, principalmente com os gêneros Pinus e Eucalyptus. O reflorestamento é uma ação ambiental que visa repovoar áreas que tiveram a vegetação removida pelas forças da natureza (incêndios naturais, ventos) ou pelas ações humanas (queimadas, exploração de madeira e, expansão de áreas agrícolas) (MELO, 2008). 3
  • 4. 1.0 INTRODUÇÃO Então, para suprir com a crescente demanda por madeira, o Brasil optou por dois gêneros, Pinus e Eucalyptus, através de programas de reflorestamento (PINTO, 2014). 4
  • 5. 2.0 EUCALIPTO Natural da Austrália e da Indonésia, o Eucalipto (figura 1) é uma árvore de fácil adaptação, com mais de 600 espécies, resistente e de crescimento rápido, alcançando até 60 metros de altura, constituindo-se, por isso, em uma árvore ideal para a formação de florestas plantadas (GRUPO SUZANO, 2016). 5
  • 6. 2.0 EUCALIPTO O Eucalyptus grandis é a espécie mais cultivada no Brasil, pois encontrou aqui um ambiente favorável para o seu rápido desenvolvimento. Clima Água Nutrientes 6
  • 7. 2.0 EUCALIPTO Figura 1: Eucalyptus grandis (fonte: autores da pesquisa) 2
  • 8. 2.0 EUCALIPTO A produtividade das terras brasileiras é de 40 à 45 m³ de Eucalipto por hectare/ano, sendo que aqui colhe-se esta árvore 7 anos após o seu plantio. Enquanto isso: *Argentina - a colheita é feita entre 7 e 12 anos, sendo a produtividade de 20 m³/hectare/ano; *Finlândia - somente após 60 anos o pé de Eucalipto pode ser colhido e sua produtividade é de 4 m³/hectare/ano; *EUA - a colheita é feita em 10 anos, com uma produtividade de 10 m³/hectare/ano (EMBRAPA, 2016). 8
  • 9. 3.0 PINUS O Pinus (figura 2), por sua vez, tem sua área de ocorrência natural que vai da região polar até os trópicos, englobando os continentes da Europa, Ásia, América do Norte e Central, não ocorrendo naturalmente na América do Sul. 9
  • 10. 3.0 PINUS O Pinus taeda é a espécie mais plantada no Brasil, principalmente na região sul (pois tolera geadas), sendo usado para a produção de celulose, papel, madeira serrada, chapas e madeira reconstituída (AGUIAR et al., 2013). 10
  • 11. 3.0 PINUS 11 Figura 2: Pinus taeda (fonte: autores da pesquisa)
  • 12. 3.0 PINUS 12 O gênero Pinus apresenta cerca de 105 espécies identificadas, que são fisiologicamente resistentes à seca e muito exigentes com luz, suportando sombreamento apenas na fase jovem. Quanto ao calor, suportam temperaturas de -65°C até 50°C (CI FLORESTAS, 2008).
  • 13. 3.0 PINUS 13 O Pinus é um gênero produtor de madeira, que é utilizada como matéria-prima para a produção de celulose e papel de qualidade superior, chapas, MDF, compensados, laminados, móveis e tábuas, podendo ainda ser utilizada na construção de casas, caixotarias e pellets (CI FLORESTAS, 2008).
  • 14. 4.0 DESERTO VERDE Apesar de o Eucalipto e o Pinus serem importantes para a incorporação de gás carbônico, fornecimento de lenha e, matéria-prima abundante para fabricação do papel, diminuindo a pressão sobre a vegetação nativa, o termo "deserto verde" vem ganhando grande destaque, tanto no âmbito nacional quanto no internacional. 14
  • 15. 4.0 DESERTO VERDE Meirelles e Calazans (2006), afirmam que a expressão "deserto verde" é utilizada pelos ambientalistas para designar a monocultura de árvores em grandes extensões de terra para a produção de celulose, devido aos efeitos que esta monocultura causa ao meio ambiente. As árvores mais utilizadas para este cultivo são, sobretudo, o Pinus e o Eucalipto. 15
  • 17. 4.0 DESERTO VERDE Por vezes, essas florestas plantadas são mencionadas por grupos ambientalistas e órgãos de proteção da biodiversidade como uma afronta à fauna e à flora. Essas entidades alegam que as florestas plantadas consomem demasiadamente o recurso água presente no solo. 17
  • 18. 4.0 DESERTO VERDE Além disso, também afirmam que os pássaros são severamente afetados, pois nem o Pinus nem o Eucalipto produzem frutos, os quais serviriam de alimento para esses animais. 18
  • 19. 4.0 DESERTO VERDE A flora debaixo do dossel também não se desenvolve, pois a matéria orgânica originada das folhas dos dois gêneros se decompõe muito lentamente e vai formando uma camada espessa que prejudica a germinação de espécies nativas 19
  • 20. 5.0 OBJETIVO O presente trabalho possui a finalidade de verificar qual é a área atual aproximada plantada com Pinus e Eucalipto no município de Irani/SC, com domínio territorial de 321 km2 e localizado a 27°01'30'' de latitude Sul e a 51°54'09'' de longitude Oeste (mapa 1), através do emprego de softwares específicos. 20
  • 21. 5.0 OBJETIVO Mapa 1: localização geográfica do município de Irani/SC 21 População 9.534 hab. Censo IBGE/2010 Clima Temperado, com temperatura média de 17°C
  • 22. 6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 6.1 Aquisição da Imagem do Satélite LANDSAT 22
  • 23. 6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 6.1 Aquisição da Imagem de Satélite LANDSAT A imagem foi obtida gratuitamente do site da NASA, através do endereço: http://earthexplorer.usgs.gov/ 23
  • 24. 6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 6.2 Composição Colorida Primeiramente, com a imagem em mãos, foi realizado o recorte referente ao município de Irani e, posteriormente, feita uma composição colorida, com auxílio do software ENVI 5.0. 24
  • 25. 6.0 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 6.3 Classificação Supervisionada e Cálculo de Área Em sequência, realizou-se a classificação supervisionada da mesma, possibilitando assim, a separação dos elementos que foram definidos como Reflorestamento e Demais Ocupações do Solo. Por fim, utilizando o software ArcGIS 10.2.1, determinou-se, então, as áreas em hectares referentes ao Reflorestamento e às Demais Ocupações do Solo. 25
  • 26. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES A imagem da cidade de Irani, depois de recortada, é apresentada a seguir, no software ENVI 5.0 (figura 3). Mais ao centro pode ser visualizada a área urbana de Irani. Esta imagem naturalmente é obtida do satélite em 3 bandas: Red (vermelho), Green (verde) e Blue (azul), ou simplesmente, RGB. 26
  • 27. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.1 Recorte da Imagem Figura 3: Imagem de satélite LANDSAT da cidade de Irani 27
  • 28. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.2 Composição Colorida no ENVI 5.0 Após a aplicação da correção atmosférica e da composição desejada na imagem, no caso, usando as bandas Swir 2, Swir 1 e Coastal Aerosol (nessa ordem), com auxílio do software ENVI 5.0, o resultado é apresentado na imagem a seguir, na figura 4. 28
  • 29. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.2 Composição Colorida no ENVI 5.0 29 Figura 4: composição gerada no software ENVI
  • 30. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.3 Uso do Solo no Município Após à realização da composição colorida na imagem, passou-se a definir o uso do solo da cidade. A figura 5 representa as informações de uso do solo. 30
  • 31. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.3 Uso do Solo no Município 31 LEGENDA: Vermelho - locais com floresta plantada com Eucalipto e Pinus. Verde - vegetação nativa. Azul - corpos d'água. Amarelo - variados tipos de cultivo de gêneros agrícolas. Figura 5: uso do solo no município de Irani
  • 32. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.3 Uso do Solo no Município Para destacar somente as partes que possuem reflorestamento, optou-se por não definir quais os outros usos do solo além desse. Com isso, há uma maior facilidade para visualizar o grande propósito do estudo: as áreas plantadas com Pinus e Eucalipto. O resultado é mostrado na figura 6. 32
  • 33. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.3 Uso do Solo no Município Figura 6: visualização das áreas com reflorestamento (cor vermelha) 33
  • 34. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada No software ENVI 5.0, necessitou-se salvar a imagem, mostrada na figura 6, na extensão .bil, sendo esta a extensão em que o software ArcGIS 10.2.1 consegue realizar o cálculo de áreas. 34
  • 35. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Inicialmente, necessitou-se carregar a imagem na extensão .bil diretamente no ArcGIS 10.2.1, como mostra a figura 7. 35
  • 36. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Figura 7: arquivo .bil carregado no ArcGIS 36
  • 37. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Posteriormente, a imagem foi transformada de um arquivo raster para um arquivo vetorial, ou seja, as partes da foto que serão alvo de cálculo de área foram transformadas em polígonos individuais separados e fechados, conforme demonstra a figura 8. 37
  • 38. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Figura 8: polígonos fechados para cálculo da área de floresta plantada 38
  • 39. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Depois de terem sido feitos os polígonos, foram definidas cores para cada classe, sendo que as áreas de floresta plantada ficaram na cor verde forte as áreas com demais usos do solo ficaram na cor verde claro, conforme figura 9. 39
  • 40. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Figura 9: classes de uso do solo de acordo com os polígonos feitos 40
  • 41. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Finalmente, verificou-se que a área de floresta plantada corresponde a aproximadamente 5.011 ha, que pode ser visualizada na figura 10, no item Sum. 41
  • 42. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Figura 10: verificação final da área de floresta plantada no município de Irani 42
  • 43. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada Essa área de floresta plantada corresponde a cerca de 10% do território do município. Percebe-se que a área plantada é bastante heterogênea, pois o plantio está distribuído por todo o território municipal. 43
  • 44. 7.0 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7.4 Cálculo da Área de Floresta Plantada 44
  • 45. 8.0 CONCLUSÕES De maneira geral, os plantios com objetivos comerciais de árvores do gênero Eucalyptus e Pinus têm suas vantagens, pois ajudam a reduzir a pressão pela utilização das florestas nativas como fonte de matéria-prima, contribuindo em muito para a proteção dessa vegetação tão importante. Desse modo, quanto maior for a disponibilidade de madeira plantada, menor será o avanço sobre a vegetação nativa. 45
  • 46. 8.0 CONCLUSÕES No município de Irani, portanto, a floresta nativa está relativamente protegida de grandes supressões, pois 10% de seu território está ocupado por florestas plantadas, sendo estas as fontes de matéria-prima para as indústrias locais. Além disso, esses 10% se mostram bem expressivos, diante da relativa pequena extensão territorial do município. 46
  • 47. 8.0 CONCLUSÕES Porém, é inevitável deixar de lado as críticas negativas com relação às florestas plantadas, uma vez que fica evidente que as monoculturas de Eucalipto e Pinus trazem diversos prejuízos ambientais, desde a degradação do solo, consumo excessivo de água e extirpação gigantesca de nutrientes do local, acarretando em um enorme prejuízo na biodiversidade, tanto da fauna quanto da flora. 47
  • 48. 8.0 CONCLUSÕES E, com o aumento constante das plantações de Eucalipto e Pinus, estes impactos na área ambiental serão cada vez mais facilmente sentidos. E é aí que se dará conta de que o deserto verde ficará cada vez mais característico e que mudará as paisagens por onde sua atividade econômica for explorada. 48
  • 49. 9.0 SUGESTÃO DE DOCUMENTÁRIO https://www.youtube.com/watch?v=EKsw66REwnQ “Cruzando o Deserto Verde” 49
  • 50. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MELO, Eugênio Arantes de. Reflorestamento e recuperação de matas nativas. Disponível em: <http://www.arvores.brasil.nom.br/textos/reflor.htm >. Acesso em 02 de out. de 2016, 22:45 hs. PINTO, Érica Natasche de Medeiros Gurgel. Eucalipto. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/pvbrau/ca racteristicas-eucalipto>. Acesso em 04 de out. de 2016, 17:00 hs. 50
  • 51. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GRUPO SUZANO. Eucaliptocultura. Disponível em: <http://www.suzano.com. br/ portal/suzano-papel-e- celulose/eucaliptocultura . htm >. Acesso em 05 de out. de 2016, 01:05 hs. EMBRAPA. Eucalipto brasileiro cresce mais rápido que os outros. Disponível em: <https://www.spo.cnptia.emb rapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_WAR_sistemas deproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_state= normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col _count=1&p_r_p_76293187_sistemaProducaoId=7811&p _r_p_-996514994_topicoId=8521>. Acesso em 06 de out. de 2016, 17:45 hs. 51
  • 52. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS MEIRELLES, D.; CALAZANS, M. H2O para celulose x água para todas as línguas. Vitória. FASE, 2006. AGUIAR, Ananda Vigínia de; SOUSA, Valderêz Aparecida de; SHIMIZU, Jarbas Yukio. Espécies de Pinus mais Plantadas no Brasil. Disponível em: <http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_m ateria.php?num=1672&subject=Pinus&title=Esp%E9ci es%20de%20p%EDnus%20mais%20plantadas%20no% 20Brasil>. Acesso em 07 de out. de 2016, 12:00 hs. 52
  • 53. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CI FLORESTAS: Centro de Inteligência em Florestas. Pinus. Disponível em: <http://www.ciflorestas. com.br/texto.php?p=pinus>. Acesso em 05 de out. de 2016, 01:30 hs. 53
  • 54. Patrique Savi Carlos Johann Juliano Leoratto Luiz Antônio Calvi Jr