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TEMA: Dialética consciência/inconsciência – pensar/sentir
DESENVOLVIMENTO DO TEMA
Esta composição poética pode ser dividida em duas partes lógicas.
Primeira parte
Três primeiras estrofes, o poeta descreve a ceifeira e sobretudo o seu
canto, canto instintivamente alegre. Esta descrição seria objetiva, se o poeta
não introduzisse aqui a sua perspetiva: o canto da ceifeira era “alegre” porque
talvez ela se julgasse feliz, mas ela era “pobre” e a sua” voz cheia de anónima
viuvez”. Por isso, “ouvi-la alegra e entristece”: alegra se atendermos às razões
instintivas da ceifeira, entristece se a virmos na perspetiva total do poeta.
Segunda parte
O poeta exprime a sua emoção perante a canção inconscientemente alegre
da ceifeira. Podemos, ainda, subdividir esta segunda parte em dois momentos.
Primeiramente, o poeta lança um apelo à ceifeira para que continue a cantar a sua
canção inconsciente, porque esta emoção o obriga a pensar, e a desejar ser ela,
sem deixar de ser ele, e ter a sua “alegre inconsciência e a consciência disso”.
Note-se que o poeta aspira ao impossível, pois ter a consciência da inconsciência é
deixar de ser inconsciente!
O sujeito lírico, ciente desta impossibilidade (a ciência pesa tanto!), lança uma
apóstrofe ao céu, ao campo, à canção, personificados, pedindo-lhes que
entrem dentro dele, o transformem na sombra deles e o levem para
sempre. Paira aqui aquela dor de pensar tão habitual nos poemas de
Fernando Pessoa. Mais um paradoxo do grande poeta, o qual tendo sido o que
mais se serviu da inteligência, se sentiu um ser torturado, por ser um ser pensante,
daí a sua aspiração pela alegre inspiração da ceifeira.
PLANO FÓNICO
- 6 quadras - de harmonia com o assunto simples
- Transporte entre pares de versos e entre estrofes.
- A rima é sempre cruzada, segundo o esquema rimático ABAB, rima sempre
consoante, com exceção dos versos 1º e 3º da primeira estrofe, em que se
verifica rima toante.
- Som aberto da rima na última estrofe, sugerindo talvez a limpidez e a
claridade do céu a que o poeta aspirava
- aliteração - variedade sonora do poema, de harmonia com o canto do
ceifeira (l, v , s)
- Os versos são de oito sílabas, notando-se no entanto, uma certa fluidez na
sua medida
- O ritmo, no geral binário, apresenta-se repousado, de harmonia com a
suavidade do canto da ceifeira.
PLANO MORFOSSINTÁTICO
- Nas três primeiras estrofes, o tempo verbal predominante é o presente,
que projeta a voz doce da ceifeira, deslizando suavemente na imaginação do poeta.
- Recurso à perifrástica e pelo gerúndio - sugestão da passagem lenta do
tempo, acomodada à meditação do poeta
- Na segunda parte do poema, predomina o imperativo para traduzir o
apelo do poeta, em nítida função apelativa da linguagem, e também o infinitivo
com valor optativo
- Expressividade do gerúndio, na frase apelativa: "Derrama no meu
coração a tua incerta voz ondeando" (o poeta queria a voz da ceifeira ondeando
perpetuamente na sua imaginação).
- Na primeira parte do poema por ser essencialmente descritiva, há mais
adjetivos que na segunda, em que predominam os substantivos, pronomes e
verbos, de harmonia com a função apelativa da linguagem que aí é
predominante.
- A repetição do verbo "cantar " (sete vezes), do substantivo voz e
canção, o uso do verbo ouvir, põem a sensação auditiva no âmago emocional do
poeta.
- O vocabulário do poema é todo ele simples, não ultrapassando em si
os limites da norma. Mas o poeta soube carregar de sentidos subtilmente
sugestivos as palavras mais simples. Assim, observemos a expressividade dos
adjetivos: “pobre ceifeira”,”feliz talvez”, ”voz cheia de alegre e anónima viuvez”.
Notemos os dois pares antitéticos: “pobre”/”feliz”; “alegre”/”anónima”. Estas
relações justificam-se porque cada um dos pares tem de um lado a visão
parcial da ceifeira, e por outro a visão total do poeta: a ceifeira era feliz e
alegre como uma ave pode ser feliz e alegre, inconsciente do seu mal; o poeta via a
sua pobreza, duvidava da sua felicidade (“feliz talvez”) e sentia na sua voz uma
“alegre e anónima viuvez”. Note-se que o signo “viuvez” é vulgarmente tomado
como símbolo de desamparo e tristeza.
Os dois adjetivos da segunda quadra (ar limpo e enredo suave) não se podem
desligar um do outro: o ar é limpo para que nele perpasse a voz suave de ceifeira;
a voz cristalina da ceifeira volteia o céu igualmente cristalino.
O adjetivo alegre ("a tua alegre inconsciência"), apontando para a
parcialidade do conhecimento que a ceifeira tinha da sua vida, está carregado de
amarga ironia: o poeta desejava a inconsciência da ceifeira por ser (para ela) a
única causa da sua alegria.
PLANO SEMÂNTICO
Metáforas:
"...a sua voz ondula" (como se ela enchesse o ar e este fosse o mar);
"Na sua voz há o campo e a lida" (como se o perfume do campo e a grácil
agitação do seu trabalho enchessem a sua);
" E há curvas no enredo suave do som" (a sugerir a melodiosa harmonia da
sua canção.
"Derrama no meu coração"(como se a sua voz fosse um liquido delicioso de
que o poeta queria ser alagado);
"a ciência pesa tanto" (conotando com a dor de pensar).
Para exprimir a contradição entre a alegria da ceifeira e o seu trabalho duro, e as
consequentes sensações opostas que ela operava nele, o poeta emprega várias:
antíteses:
“pobre”/”feliz”; “alegre”/”anónima”; “Alegre/entristece” , “ouvi-la alegra e
entristece” “poder ser tu, sendo eu” “ter a tua alegre inconsciência”
* paradoxos
"Ah! Poder ser tu, sendo eu!";
"Ter a tua alegre inconsciência e a consciência disso".
Personificações
"voz cheia de alegre e anónima viuvez",
"Ó céu, ó campo, ó canção!";
Apóstrofe
“Ó céu! Ó campo! Ó canção!...”
Pleonasmo
"entrai por mim dentro".
Note-se a beleza da última estrofe: depois da referência ao peso da ciência e à
brevidade da vida, o poeta sugere muito subtilmente, o desejo de desaparecer na
sombra leve da ceifeira, que também desaparece.
comparação:
"a sua voz...ondula como um canto de ave" aponta não apenas para a
suavidade da voz, mas também para o muito de instintivo, de inconsciente
que tem a alegria da sua voz.
"No ar limpo como um limiar" acentua a pureza do ar, do céu em que o poeta
imagina a voz da ceifeira volteando: a pureza da voz da ceifeira projeta-se
no ambiente em que ela se propaga
* - Sugeridos pelos alunos e podendo ser entendidos como tal, na base do contributo para a definição
irónica do sujeito poético, o qual tendo sido o que mais se serviu da inteligência, se sentiu um ser
torturado, por ser um ser pensante, daí a sua aspiração pela alegre inspiração da ceifeira.

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Análise ela canta pobre ceifeira alunos

  • 1. TEMA: Dialética consciência/inconsciência – pensar/sentir DESENVOLVIMENTO DO TEMA Esta composição poética pode ser dividida em duas partes lógicas. Primeira parte Três primeiras estrofes, o poeta descreve a ceifeira e sobretudo o seu canto, canto instintivamente alegre. Esta descrição seria objetiva, se o poeta não introduzisse aqui a sua perspetiva: o canto da ceifeira era “alegre” porque talvez ela se julgasse feliz, mas ela era “pobre” e a sua” voz cheia de anónima viuvez”. Por isso, “ouvi-la alegra e entristece”: alegra se atendermos às razões instintivas da ceifeira, entristece se a virmos na perspetiva total do poeta. Segunda parte O poeta exprime a sua emoção perante a canção inconscientemente alegre da ceifeira. Podemos, ainda, subdividir esta segunda parte em dois momentos. Primeiramente, o poeta lança um apelo à ceifeira para que continue a cantar a sua canção inconsciente, porque esta emoção o obriga a pensar, e a desejar ser ela, sem deixar de ser ele, e ter a sua “alegre inconsciência e a consciência disso”. Note-se que o poeta aspira ao impossível, pois ter a consciência da inconsciência é deixar de ser inconsciente! O sujeito lírico, ciente desta impossibilidade (a ciência pesa tanto!), lança uma apóstrofe ao céu, ao campo, à canção, personificados, pedindo-lhes que entrem dentro dele, o transformem na sombra deles e o levem para sempre. Paira aqui aquela dor de pensar tão habitual nos poemas de Fernando Pessoa. Mais um paradoxo do grande poeta, o qual tendo sido o que mais se serviu da inteligência, se sentiu um ser torturado, por ser um ser pensante, daí a sua aspiração pela alegre inspiração da ceifeira. PLANO FÓNICO - 6 quadras - de harmonia com o assunto simples - Transporte entre pares de versos e entre estrofes. - A rima é sempre cruzada, segundo o esquema rimático ABAB, rima sempre consoante, com exceção dos versos 1º e 3º da primeira estrofe, em que se verifica rima toante. - Som aberto da rima na última estrofe, sugerindo talvez a limpidez e a claridade do céu a que o poeta aspirava - aliteração - variedade sonora do poema, de harmonia com o canto do ceifeira (l, v , s) - Os versos são de oito sílabas, notando-se no entanto, uma certa fluidez na sua medida
  • 2. - O ritmo, no geral binário, apresenta-se repousado, de harmonia com a suavidade do canto da ceifeira. PLANO MORFOSSINTÁTICO - Nas três primeiras estrofes, o tempo verbal predominante é o presente, que projeta a voz doce da ceifeira, deslizando suavemente na imaginação do poeta. - Recurso à perifrástica e pelo gerúndio - sugestão da passagem lenta do tempo, acomodada à meditação do poeta - Na segunda parte do poema, predomina o imperativo para traduzir o apelo do poeta, em nítida função apelativa da linguagem, e também o infinitivo com valor optativo - Expressividade do gerúndio, na frase apelativa: "Derrama no meu coração a tua incerta voz ondeando" (o poeta queria a voz da ceifeira ondeando perpetuamente na sua imaginação). - Na primeira parte do poema por ser essencialmente descritiva, há mais adjetivos que na segunda, em que predominam os substantivos, pronomes e verbos, de harmonia com a função apelativa da linguagem que aí é predominante. - A repetição do verbo "cantar " (sete vezes), do substantivo voz e canção, o uso do verbo ouvir, põem a sensação auditiva no âmago emocional do poeta. - O vocabulário do poema é todo ele simples, não ultrapassando em si os limites da norma. Mas o poeta soube carregar de sentidos subtilmente sugestivos as palavras mais simples. Assim, observemos a expressividade dos adjetivos: “pobre ceifeira”,”feliz talvez”, ”voz cheia de alegre e anónima viuvez”. Notemos os dois pares antitéticos: “pobre”/”feliz”; “alegre”/”anónima”. Estas relações justificam-se porque cada um dos pares tem de um lado a visão parcial da ceifeira, e por outro a visão total do poeta: a ceifeira era feliz e alegre como uma ave pode ser feliz e alegre, inconsciente do seu mal; o poeta via a sua pobreza, duvidava da sua felicidade (“feliz talvez”) e sentia na sua voz uma “alegre e anónima viuvez”. Note-se que o signo “viuvez” é vulgarmente tomado como símbolo de desamparo e tristeza. Os dois adjetivos da segunda quadra (ar limpo e enredo suave) não se podem desligar um do outro: o ar é limpo para que nele perpasse a voz suave de ceifeira; a voz cristalina da ceifeira volteia o céu igualmente cristalino. O adjetivo alegre ("a tua alegre inconsciência"), apontando para a parcialidade do conhecimento que a ceifeira tinha da sua vida, está carregado de amarga ironia: o poeta desejava a inconsciência da ceifeira por ser (para ela) a única causa da sua alegria.
  • 3. PLANO SEMÂNTICO Metáforas: "...a sua voz ondula" (como se ela enchesse o ar e este fosse o mar); "Na sua voz há o campo e a lida" (como se o perfume do campo e a grácil agitação do seu trabalho enchessem a sua); " E há curvas no enredo suave do som" (a sugerir a melodiosa harmonia da sua canção. "Derrama no meu coração"(como se a sua voz fosse um liquido delicioso de que o poeta queria ser alagado); "a ciência pesa tanto" (conotando com a dor de pensar). Para exprimir a contradição entre a alegria da ceifeira e o seu trabalho duro, e as consequentes sensações opostas que ela operava nele, o poeta emprega várias: antíteses: “pobre”/”feliz”; “alegre”/”anónima”; “Alegre/entristece” , “ouvi-la alegra e entristece” “poder ser tu, sendo eu” “ter a tua alegre inconsciência” * paradoxos "Ah! Poder ser tu, sendo eu!"; "Ter a tua alegre inconsciência e a consciência disso". Personificações "voz cheia de alegre e anónima viuvez", "Ó céu, ó campo, ó canção!"; Apóstrofe “Ó céu! Ó campo! Ó canção!...” Pleonasmo "entrai por mim dentro". Note-se a beleza da última estrofe: depois da referência ao peso da ciência e à brevidade da vida, o poeta sugere muito subtilmente, o desejo de desaparecer na sombra leve da ceifeira, que também desaparece. comparação: "a sua voz...ondula como um canto de ave" aponta não apenas para a suavidade da voz, mas também para o muito de instintivo, de inconsciente que tem a alegria da sua voz. "No ar limpo como um limiar" acentua a pureza do ar, do céu em que o poeta imagina a voz da ceifeira volteando: a pureza da voz da ceifeira projeta-se no ambiente em que ela se propaga * - Sugeridos pelos alunos e podendo ser entendidos como tal, na base do contributo para a definição irónica do sujeito poético, o qual tendo sido o que mais se serviu da inteligência, se sentiu um ser torturado, por ser um ser pensante, daí a sua aspiração pela alegre inspiração da ceifeira.