O documento discute a dinâmica populacional no Brasil, abordando os principais indicadores como natalidade, mortalidade e fecundidade ao longo da história. Apresenta a transição demográfica brasileira marcada inicialmente por crescimento acelerado e mais recentemente pelo envelhecimento da população devido à queda nas taxas de fecundidade. Discorre também sobre a evolução histórica da população no país em função da imigração e do crescimento vegetativo.
Dinâmica Populacional: Crescimento, Estrutura e Transição no Brasil
1.
2. Dinâmica Populacional
Estuda as variações na quantidade da população,
observando os elementos do crescimento e da
estrutura da população.
Três tipos de indicadores: mortalidade, natalidade e
fecundidade, além das migrações.
3. A mortalidade é calculada a partir da relação entre o
número de óbitos em um determinado ano por mil
habitantes
4. A natalidade é calculada com base no número de
nascimentos em um dado ano, e depois multiplica-se o
resultado por mil;
5. A taxa de fecundidade relaciona o número de crianças
com menos de cinco anos ao número de mulher em
idade reprodutiva (varia-se conforme o país, podendo
ser de 15 a 44; 14 a 49; ou 20 a 44 anos).
Avaliando assim, a
quantidade de filhos
que uma mulher teria
ao final de sua idade
reprodutiva.
6. Quando observado a estrutura da população, pode se
estudar dois elementos:
a idade, mostrando o percentual de jovens, adultos e
idosos de uma população;
e o sexo, destacando a distribuição percentual de
homens e mulheres de uma população.
7. A estrutura da população é representada em forma de
pirâmide
8.
9. Mudanças na dinâmica populacional
melhoria do padrão de vida da população
Redução na taxa de mortalidade nos países mais
industrializados (redução das taxas de fecundidade), e
posteriormente em países não-industrializados.
Redução foi mais acentuada após a II Guerra Mundial, e
não foi seguida pela queda da taxa de fecundidade.
Isto provocou uma rápido crescimento populacional
mito EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA (ALVES, 2008).
10. Surgimento de teorias sobre as populações
(Neomalthusianos, 1968)
políticas de controle populacional
Redução das taxas de fecundidade e com a já baixa taxa
de mortalidade
novo mito, IMPLOSÃO POPULACIONAL, (ALVES,
2008).
com teorias que criticam o uso de meios contraceptivos
11. Transição demográfica é o termo que os especialistas
empregam para descrever a dinâmica do
crescimento populacional.
É o processo pelo qual, percebe-se uma tendência de
estabilização, crescimento ou redução populacional,
tendo em vista a evolução das taxas de natalidade e
mortalidade.
Três fases
12. Redução da mortalidade com
elevação das taxas de natalidade;
Há ampliação do crescimento
natural da população.
EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA.
1ª FASE
13. Natalidade e mortalidade estão em
queda, mais ainda persiste uma
grande diferença, com elevado
crescimento populacional.
ESTABILIZAÇÃO
DEMOGRÁFICA
2ª FASE
14. Queda da natalidade é mais
acentuada que a da mortalidade;
ou seja, o crescimento natural
diminui e atinge o patamar
inicial.
IMPLOSÃO
DEMOGRÁFICA.
3ª FASE
15. O modelo de transição demográfico é apenas teórico;
As transformações ocorridas nos séculos XIX e XX
reforçam as teorias de que os países passaram por uma
fase máxima de crescimento populacional, seguida por
uma fase de declínio ou estabilização.
16. Na África e Oriente Médio, a maioria dos países encontra-
se na 1ª fase, de explosão demográfica.
Em quase todas as nações da América Latina e Sudeste
Asiático, prevalecem a 2ª fase, de estabilização
demográfica.
Já os países da América do Norte, Europa e Oceania,
predomina a 3ª fase, de implosão demográfica ou
regime demográfico moderno.
17. Estrutura Etária da População
Está diretamente ligado as taxas de natalidade,
mortalidade e crescimento vegetativo, sendo
representado por gráficos em forma de pirâmide.
18. É utilizada no estudo do
perfil populacional atual
de um determinado local;
É útil como base de
comparação ou mesmo
para projeções futuras.
Pirâmide Etária
19. Análise de Pirâmide Etária
Características:
País com população predominantemente jovem. (base)
Possui expectativa de vida reduzida. (topo)
Condições médico-hospitalares precárias.
Não há planejamento familiar, pois a população não possui informação e acesso aos
recursos anticoncepcionais.
Formato: base larga / topo estreito.
Países subdesenvolvidos em fase de crescimento
acelerado.
Países africanos e do sudeste asiático.
20. Características:
Países com nível sociocultural um pouco mais elevado;
Maior planejamento familiar;
Maior acesso a recursos hospitalares e anticoncepcionais;
Maior participação da mulher no mercado de trabalho;
Custo elevado de criação de filhos;
Maior preocupação com o padrão de vida familiar;
Baixa expectativa de vida. (topo)
Formato: base pouco estreita / restante triangular.
Países subdesenvolvidos industrializados em fase de
transição demográfica.
Países da América Latina e México.
21. Características:
População predominantemente envelhecida;
Taxas de natalidade reduzidas. (base);
Maior expectativa de vida dos idosos. (topo);
Possui gastos elevados em previdência social;
O setor médico-hospitalar é caracterizado como de alta tecnologia, o que eleva a
expectativa de vida dos idosos;
A educação possui padrões elevados, devido a baixa quantidade de usuários.
Formato: Forma irregular / topo largo.
Países desenvolvidos em fase de estabilização
demográfica.
América do Norte, Europa e Oceania.
22. Dinâmica Populacional Brasileira -
Histórico
As linhas de nossa evolução econômica tem sido
propostas de fora para dentro:
• durante a colônia era explicito;
• depois da independência, a demanda externa suscitou
o novo ciclo do açúcar, café, algodão, cacau e borracha;
• abriram-se novos territórios à ocupação humana,
construíram-se cidades, portos, vias férreas, negros
escravizados foram trazidos da África, depois
imigrantes da Europa.
23. Segundo Paul Singer, a Dinâmica populacional
brasileira resultou em grande medida desta dinâmica
econômica induzida do exterior.
Não houve implicações econômicas, e sim movimentos
populacionais produzidos, e com objetivos econômicos
explícitos.
Brasil, seria uma colônia de povoamento
Ou seja, não houve apenas uma política econômica,
mas também uma política populacional no Brasil
24. Povoamento do território com população sujeita aos
trabalhos dos colonizadores.
25. Até 1850 as necessidades de mão de obra escrava eram
satisfeitas, de 1850 a 1888, o comércio interno de escravos
assumiu este papel.
Assim houve transferência maciça de escravos do Nordeste
para o Centro-Sul tornou possível a rápida expansão da
cafeicultura nas províncias do RJ, SP e MG.
A partir de 1880, o esgotamento do estoque de escravos,
tanto pela alforria quanto pela mortalidade, baixa
fecundidade, e o embranquecimento da população levaram
os fazendeiros de café a organizar a imigração subsidiada
de trabalhadores europeus para os cafezais
Alguns autores: as primeiras políticas de cotas no Brasil
27. Séc. XIX – XX – Europeus formaram colônias no PR, SC e
RS, inserindo-se de início na economia de subsistência
(autoconsumo)
não proporcionou uma oferta ilimitada de força de trabalho
para atividades voltadas para o mercado
1930 - Com a crise do café, (junto com estagnação da
agroindústria no nordeste em 1900 e o fim do ciclo da
borracha em 1912) há o retorno de moradores à economia
de autoconsumo.
Há um acúmulo de população na economia de
autoconsumo, provocando o deslocamento desta
população para áreas onde o desenvolvimento econômico
se concentrava (SP).
28. Com taxas de crescimento na ordem de 3% ao ano
(1950 e 1960), e com baixa taxa de mortalidade, a
população brasileira dá um salto de crescimento,
dobrando sua população.
Em 1970, o Censo encontrou fora do estado natal 19,7%
de mineiros, 11,6% de baianos e 11,5% dos cearenses.
Se não houvesse um crescimento natural populacional,
nestas regiões, as políticas de industrialização (1930) no
SE não seriam possíveis.
29. Em 1970, com políticas não explícitas de métodos
contraceptivos e de planejamento familiar, e com
mudanças na sociedade (Mulher), houve um declínio
da fecundidade, e queda de crescimento.
30. O maior impacto de longo prazo da queda da
fecundidade será sobre a estrutura etária e o
envelhecimento da população, resultando num forte
impacto sobre a previdência social.
Teremos mais previdenciários para cada contribuinte,
que abrangem a população economicamente ativa
(PEA) na população em idade ativa
31. Sintetizando, a população brasileira era de 3,3 milhões
de habitantes, em 1800, passando para 17,9 milhões em
1900, no ano de 2000 atingiu 170 milhões.
Em 200 anos, o número de brasileiros aumentou 50
vezes.
33. Fatores da dinâmica brasileira
séc. XIX-XX - imigração teve peso decisivo (52 mi em
1950)
séc. XX (pós 1950) - determinante principal foi o
crescimento vegetativo, com quedas das taxas de
mortalidade (Maiores taxas em 1950 e 1960).
34. Mudanças na Distribuição Etária -
Envelhecimento populacional
A queda de fecundidade em curso no país desde a
segunda metade dos anos 1960 vem provocando uma
redução da base da pirâmide.
A queda da mortalidade, que inicialmente beneficiava
mais as crianças, hoje tem atingido mais a população
adulta e idosa.
35. O aumento da proporção de idosos na distribuição
etária brasileira será acompanhada com a redução da
população abaixo de 15 anos (30% em 2000, para 23%
em 2020).
36.
37. Maior impacto da queda de fecundidade é sobre a
estrutura etária e o envelhecimento da população, o
que altera a agenda das políticas sociais.
Saúde do Idoso.
Haverá forte impacto sobre a previdência social.
38. Mecanismos de financiamento de previdência
social deverão se alterar?
39. Mecanismos de financiamento de previdência
social deverão se alterar?
“São as políticas sociais que devem se adaptar à nova
realidade demográfica e não a dinâmica demográfica
que deve se adaptar às políticas públicas” (José
Eustáquio Alves, 2008).
40. Segundo Fausto Brito (2008), a situação demográfica é
favorável, o número de contribuintes potenciais
(População ativa) em 2010 foi cerca de 10 vezes maior
do que os idosos.
A dificuldade não se encontra nas relações
intergeracionais, mas na maioria da População Ativa
que não contribui gerando graves problemas para o seu
financiamento.
41. Praticamente metade da população ocupada não
contribui com a previdência (Censo e IBGE, 2010).
42. Referências
ADAS, M. Panorama geográfico brasileiro. São
Paulo: Moderna, 2004.
ALVES, J. E. D. A transição demográfica e a janela
de oportunidades. São Paulo: Instituto Fernand
Braudel de Economia Mundial, 2008.
BRITO, F. Transição demográfica e desigualdades
sociais no Brasil. Rev. bras. Est. Pop., São Paulo, v. 25,
n. 1, p. 5-26, jan./jun. 2008.
SINGER, P. Dinâmica populacional e
desenvolvimento. 4 ed. São Paulo: Hucitec, 1998.
43.
44. Dívida Pública Brasileira
Dez (2014)
Dívida Externa – R$ 554 bi
Dívida Interna – R$ 3,3 tri
Para se pagar (p/ lei):
- Lucros de empresas estatais -> Dívida
- Receitas de Privatizações -> Dívida
- Tudo que sobra da Receita Federal -> Dívida
93% do PIB (R$5,13 tri)