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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA
CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE II
PROFESSORA: Simone Elisa
ACADÊMICOS: Amanda Sousa Francisco, Eloá da Silva Batista, Heloiza Lemes da Silva,
Jéssica Soares Itacarambi da Silva, Victória Moraes Fernandes, Vitor Marcelo dos Santos
Sabath.
RESUMO DO ARTIGO – ANÁLISE DE UMA FOBIA EM UM MENINO DE CINCO ANOS
(1909)
Abril de 1903 – Nascimento de Hans
1906 – (Aet. 3 – 3 ¾). Primeiros relatos.
(Aet. 3 ¼ - 3 ½) (Verão). Primeira visita a Gmunden.
(Aet. 1/2) Ameaça de castração.
(Aet. 3 ½) (Outubro). Nascimento de Hanna.
(1907) (Aet. 3 ¾). Primeiro sonho.
(Aet. 4). Mudança para um novo apartamento.
(Aet. 4 ¼ - 4 ½) (Verão). Segunda visita a Gmunden.
Episódio do cavalo que mordia.
(1908) (Aet.4 ¾) (Janeiro) Episódio da queda do cavalo.
Irrupção da fobia.
(Aet. 5) (Maio) Fim da análise.
INTRODUÇÃO
• Alguns registros da primeira parte da vida de Hans já tinham sido publicados por Freud
dois anos antes, em seu artigo sobre “Esclarecimento Sexual das Crianças” (1907 c).
• Nas primeiras edições desse artigo referia-se ao menino como pequeno Herbert.
• Este caso clínico também foi mencionado em outro artigo “Sobre as Teorias Sexuais
das crianças” (1908 c).
• O próprio tratamento foi efetuado pelo pai da criança. Carinho afetivo e interesse
científico.
• Os pais de Hans estavam entre os adeptos de Freud e queriam educar seu primeiro
filho sem usar de coerção além da que seria necessária para manter um bom
comportamento.
• Os primeiros relatórios foram escritos quando Hans estava para completar 3 anos de
idade.
• Três anos – interesse pelo seu “pipi”. Pergunta à mãe se ela também tem um “pipi”, e
ela responde que sim.
• Entrou num estábulo e viu ordenharem uma vaca, falou que estava saindo leite do
“pipi” dela.
• Três anos e seis meses – Sua mãe o viu tocar com a mão no pênis, e ameaçou cortar
fora seu “pipi”, e perguntou a ele com que iria fazer xixi depois, e ele respondeu que
faria com seu traseiro. (COMPLEXO DE CASTRAÇÃO)
• Em Schonbrunn (Áustria), de pé em frente à jaula dos leões, gritou com voz alegre e
animada, que tinha visto o “pipi” do leão.
• Nascimento de sua irmã Hanna. Relaciona tudo que é estranho na situação com a
chegada da cegonha.
• Adoeceu com uma forte dor de garganta.
• Três anos e nove meses – Na estação ferroviária, viu saindo água de uma locomotiva,
e disse que ela estava fazendo xixi, mas não sabia onde estava o “pipi” dela.
(DIFERENCIAÇÃO ENTRE OBJETOS ANIMADOS E INANIMADOS).
• Pergunta a seu pai se ele também tem um “pipi”, e ele responde que sim.
• Olha a mãe despida e diz, que se ela era tão grande deveria ter um “pipi” igual o de
um cavalo.
• Observava sua irmã e dizia que seu “pipi” ainda era bem pequenininho e que quando
crescesse ele iria ficar bem maior.
• Primeiro relato de um sonho. Sonhou que estava em Gmunden com Mariedl, filha de
treze anos do patrão de seu pai. (Expressão do anseio de voltar para lá.)
• O pai desenhou para ele uma girafa e Hans o pediu para desenhar também.
• O “pipi” dela. O pai pediu que o próprio Hans o desenhasse. E Hans fez uma
• Linha maior e disse que era mais comprido.
• Hans passa detrás de um cavalo que estava urinando, ele disse que o cavalo tinha o
“pipi” embaixo assim como ele.
• Hans viu um macaco em seu livro de ilustrações e apontou para o rabo dele dizendo
que viu seu “pipi”.
• Em um saguão de entrada onde existia um lavatório e um depósito escuro para
guardar madeira, ele fazia de banheiro e dizia entrar lá para fazer xixi, seu pai disse
que ele brincava com seu membro. (AUTOEROTISMO)
• Seu pai o leva ao rinque de patinação para brincar com as duas filhas de seu amigo.
(DISPOSIÇÃO À POLIGAMIA).
• Seu primo de 5 anos visita-o, Hans o abraçava muito e dizia gostar muito dele.
(TRAÇO DE HOMOSSEXUALIDADE).
• Quatro anos – muda-se para um novo apartamento onde fica horas admirando uma
garotinha de sete ou oito anos de idade que mora no apartamento de frente.
• Quatro anos e seis meses – Muda-se para Gmunden para passar férias de verão.
Brinca com seus amigos, Franzl (cerca de 12 anos), Fritzl (oito), Olga (sete) e Berta
(cinco), Anna (dez), e mais outras meninas de nove e sete anos.
• Tratava as meninas de forma agressiva e arrogante, e ao mesmo tempo abraçava-as
e beijava-as com sinceridade.
• Queria que Mariedl fizesse parte de sua família, chamando-a para dormir com ele.
(SENTIMENTOS ERÓTICOS).
• Trata as meninas em casa com agressividade por serem da aldeia, e trata bem a
menina que viu no restaurante devido ela apresentar ser uma jovem dama com
refinamento.
• Quatro anos e três meses – A mãe de Hans lhe dá um banho e passa talco com
cuidado para não tocar em seu pênis, mas Hans pergunta porque ela não pode tocá-
lo, e ela responde que isso seria porcaria e não seria correto. Hans diz sorrindo que
seria muito divertido.
• Hans teve um sonho: não existia conteúdo visual, apenas auditivo. Brincadeira da
prenda.
• Exibicionismo sucumbiu à repressão.
• Quatro anos e seis meses – Hans vê sua irmã tomar banho e ri do “pipi” dela achando-
o bonito, mas na verdade ele achou engraçado. (DIFERENÇA ENTRE OS GENITAIS
MASCULINOS E FEMININOS).
CASO CLÍNICO E ANÁLISE
O caso clínico se inicia no mês de janeiro com a queixa de que Hans tinha receio de que
algum cavalo o mordesse. E o medo parecia estar relacionado com o fato de ele estar
assustado com grandes pênis. Conforme o relato anterior, ele havia notado que os
cavalos têm ‘pipis’ grandes e deduziu que por sua mãe ser tão grande, deveria ter o pipi
grande como o de um cavalo.
Com quatro anos e nove meses Hans acordou em prantos porque havia sonhado
que sua mãe tinha ido embora e se tratava de um sonho de ansiedade. Dias depois foi
passear em um parque com sua babá e começou a chorar pedindo que o levasse
embora, pois queria ir para casa ‘mimar’ com sua mãe. No dia seguinte sua mãe o levou
para passear e novamente ele começou a chorar, e depois de uma luta interior ele revelou
que estava com medo que um cavalo o mordesse. O distúrbio de Hans teve início com
pensamentos ao mesmo tempo apreensivos e ternos, seguindo se então de um sonho de
ansiedade em que perdia sua mãe e por isso sua afeição pela mãe devia ter se tornado
fortemente intensa e esse aumento da afeição se transformou em ansiedade e sucumbiu
a repressão.
Ele sempre ficava assustado a noite, e o motivo era que ocorria uma intensificação da
libido sendo o objeto de desejo era sua mãe, o seu objetivo era então dormir com ela. Em
Gmunden ele persuadia sua mãe e conseguia deitar se na cama com ela, e em Viena ele
queria obter os mesmos fins. No campo suas afeições eram divididas em companheiros e
amigos, porém em Viena sua libido se voltava para sua mãe. Assim, sua ansiedade
correspondia a um forte anseio reprimido, o que poderia se transformar em satisfação se
o objeto ansiado lhe fosse concedido. Freud então combina com o pai de Hans para dizer
ao menino que o medo de cavalos dele não passava de uma bobagem, que na verdade
ele gostava muito de sua mamãe e por isso queria que ela o levasse para a cama e que a
razão dele ter medo de cavalos seria o interesse que ele tinha por seus pipis e com isso,
foi proposto também um esclarecimento sexual de que nenhum ser feminino possuía
‘pipi’. Após esse esclarecimento, Hans seguiu um período de relativa tranquilidade.
Porém, no mês de março Hans teve uma gripe muito forte que o prendeu na cama por
duas semanas, fazendo com que sua fobia aumentasse novamente.
Em uma noite Hans havia sonhado com uma girafa grande e outra amarrotada e a grande
gritava porque ele havia levado a amarrotada pra longe dela. Aí ela parou de gritar e
então ele se sentou em cima da amarrotada. A girafa grande era o seu pai, o seu penis
grande (o pescoço comprido) e a amarrotada sua mãe, seu órgão genital. Isso era
resultado da cena de que Hans ia para cama de sua mãe pela manhã e sua mãe não
resistia, enquanto o seu pai a advertia, o sentar se em cima da girafa amarrotada Hans
tinha a sensação de posse sobre sua mãe (grite o quanto quiser, a mamãe é minha!).
Porém por trás da fantasia, Hans tinha medo que sua mãe não gostasse dele, de uma
vez, porque seu pipi não se comparava com o de seu pai.
Alguns dias depois, em uma tarde, Hans e seu pai visitou Freud, foi descoberto então o
fato de que ele se incomodava,em particular, com aquilo que os cavalos usavam à frente
dos olhos, e com o preto em torno de suas bocas. Freud perguntou para ele se o ‘preto
em torno da boca’ significava um bigode e então foi revelado que na verdade ele tinha
medo do seu pai, porque gostava muito de sua mãe.
Em abril pode se notar, pela primeira vez uma melhora real. Hans foi para a cama de seu
pai, orgulhoso de si, por não fazer isso há algum tempo, e disse que quando não sentisse
mais medo, não iria mais. O pai de Hans indagou se ele se sentia aflito e gostava do pai,
e se era por isso que ia para a cama do mesmo, Hans respondeu que sim, e que o pai
dele ficava falando que ele gostava da mamãe, quando na verdade gostava era do papai.
Chamando então a atenção para o fato de que o amor pelo seu pai entrava em conflito
com sua rivalidade com ele, considerando o um rival junto de sua mãe e censura seu pai
por ainda não ter chamado atenção dele por esse jogo de forças concedendo o auge em
ansiedade.
Hans tinha medo dos cavalos que normalmente puxavam carroças, carruagens, cavalos
grande de tração. Isso porque quando ocorreu de o cavalo do ônibus cair, ele pensou que
seria sempre assim, então ele realmente levou um susto e foi ai então que ele ficou com a
bobagem. Seu pai questiona, se o medo era do cavalo cair ou morder e ele disse que
levou o susto porque o cavalo agitava as patas pelos lados. Seu pai perguntou se ele
havia pensado no seu pai e ele respondeu que podia ser que sim. Essa foi a causa
imediata da explosão da fobia, Hans percebeu naquele momento um desejo de que seu
caísse daquele mesmo modo e morresse.
Hans tinha problemas de constipação desde mais novo. Em casa, quando sua mãe
mostrava para seu pai um par de calcinhas amarelas para senhoras, Hans exclamou
“hum” duas ou três vezes, se jogou no chão e cuspiu. A mãe de Hans revelou ao pai que
aquilo já havia acontecido antes. Mais tarde seu pai perguntou o porquê tinha feito aquilo
e se havia sentido nojo, Hans respondeu que sim, que havia feito à mesma coisa quando
viu as calcinhas pretas, porque pensava que tinha que fazer coco. Com as perguntas do
seu pai seu pai sobre as calcinhas, Hans o manda deixá-lo em paz. Tratava se de algo
que já havia lhe proporcionada grande prazer, mas que agora, instalado a repressão,
muito o envergonhava, provocando nele expressões de nojo. Resolveu, assim, mentir
para disfarçar as circunstancias nas quais viu sua mãe trocar as calças. Na realidade,
vestir e tirar as calças eram parte do contexto do coco. Seu pai estava inteiramente ciente
de tudo, e também daquilo que Hans tentava ocultar. Perguntei a minha esposa se Hans
a acompanhava com frequência quando ela ia ao banheiro. “Sim, muitas vezes”, disse
ela. “Ele insiste e me amola até que eu o permita. Todas as crianças são assim.” Deve-se,
contudo, prestar cuidadosa atenção ao desejo, que Hans já havia reprimido de ver sua
mãe fazer coco. Seu pai pergunta se ele sentiu nojo ao ver as calcinhas da mãe, ele
responde que só as pretas, pois elas lembravam coco, E as amarelas, o lembravam de
pipi. O pai o pergunta se ele esteve muitas vezes no banheiro com sua mãe enquanto ela
fazia coco, e se ele teve nojo. Hans responde que sim e que não tinha nojo. O pai sugere
que Hans acompanhe a mãe porque ele acha que vai ver o pipi dela, Hans responde que
acha que é por isso. Em Lainz, Hans te medo de ir ao banheiro por causa da descarga,
que faz muito barulho, que soa como se estivesse fazendo coco e um barulhinho como se
tivesse fazendo pipi. O pai pergunta, se o cavalo no ônibus não era da mesma cor de um
coco, e ele responde que sim.
Em uma noite Hans conta de um sonho, que ele estava no banho e então veio o bombeiro
e desparafusou a banheira, depois ele pegou uma grande broca e bateu em seu
estômago. O pai de Hans traduziu essa fantasia como: Hans estava na cama com a
mamãe, depois papai veio e o tirou de lá com seu grande pênis, ele o empurro do seu
lugar que era ao lado da mamãe. Mais tarde, o pai pergunta a Hans se ele já havia visto
um cavalo fazer coco e perguntou se fazia muito barulho, Hans disse que sim. O pai
pergunta o que o barulho parece, Hans responde, lembra quando um coco cai no urinol. O
cavalo do ônibus que cai e faz um barulhão com suas patas é, sem duvida, um ‘Lumf,
caindo e fazendo barulho. Seu medo da defecação e seu medo de carroças muito
carregadas são equivalentes ao medo da defecação e seu medo de carroças muito
carregadas é equivalente ao medo do estômago muito cheio.
O tema de Hanna é o principal, Hans sentiu uma forte aversão pelo bebê recém-nascido,
que lhe roubou uma parte do amor de seus pais. Ele já tinha expressado muitas vezes um
desejo de que a cegonha não trouxesse, e devíamos pagar um dinheiro para não trazer
mais nenhum “de dentro da grande caixa”, onde estão os bebês. Seu pai pergunta se ele
preferia que Hanna estivesse viva ou não, Hans responde que não. De acordo com a
teoria sexual das crianças, um bebê é um ‘lumf’ de modo que a trilha de Hans se
encontraria no complexo excremental.
Hans tinha um esquema de atravessar o pátio, porem ele não o faria, pois havia uma
carroça parada na rampa, exatamente em frente aos portões de entrada, Hans disse que
quando uma carroça fica para da ali, ele tinha medo de importunar os cavalos, de eles
caírem e fazer um barulhão com suas patas. Seu pai pergunta como se importuna os
cavalos e se gostaria de importuná-los. Hans responde que sim, seu pai o questiona se
ele gostaria de bater nos cavalos como sua mãe bate em Hanna, Hans responde que não
acontece nada de mal aos cavalos quando se bate neles. (Seu pai lhe disse isso uma vez,
para mitigar o seu medo de e ver os cavalos serem chicoteados). Hans diz que uma vez
bateu, chicoteou o cavalo e ele caiu e fez um barulhão com suas patas, seu pai indagou,
quando isso acontecera, Hans disse que foi em Gmunden. Seu pai pergunta se era um
cavalo de verdade, arriar a uma carroça. Hans responde que foi perto ao bebedouro. Ele
pergunta quem havia deixado um cavalo. E ele disse que era só um cavalo das
estrebarias. Seu pai pergunta quem o havia deixado lá, e Hans responde que ele o tinha
levado para lá, pois queria bater nele, conversou com o cocheiro e pediu para levar o
cavalo para bater nele e gritar com ele. Seu pai pergunta se ele bateu muito no cavalo e
Hans responde que tudo aquilo era mentira e ele só conta àquilo para se divertir, disse
também que tinha pensado naquilo enquanto estava inteiramente despido. Seu pai o
pergunta em quem ele queria realmente bater, se na Hanna, em sua mãe ou no próprio
pai, Hans responde que na mãe, ele apenas gostaria de bater nela. Analisando tudo isso
pode verificar um desejo sádico obscuro por sua mãe e também um desejo de vingança
para com seu pai.
Hans ainda tinha um traço de distúrbio, mas não mais em forma de medo. Ainda quebrava
a cabeça para descobrir o que um pai tem a ver com seu filho. Com a ultima fantasia de
Hans, a ansiedade que foi provocada pelo seu complexo de castração foi superada e
suas dolorosas expectativas receberam uma transformação mais feliz.
DISCUSSÃO I
Freud desenvolve a primeira discussão com intuito de ver se suas afirmações
apoiam no seu livro Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade. As observações foram
feitas pelo pai onde podemos observar que Hans concorda com a maioria dos
questionamentos do pai por motivos de pressão e quem analisava era Freud, onde
deduziu que a criança não era normal e como evitação daquilo que teme ou gera angustia
podemos observar que Hans obtinha neurose fóbica. Freud utilizou o método da
‘sugestão’ com Hans, onde o mesmo denomina que é vista como uma “economia de
pensamento”. Obter informações de criança é mais flexível pois dando atenção para
determinado assunto que a agrada poderá desmistificar diversas informações e
importante não ignorar o que Hans relatava pois somente ele sabia descrever suas
emoções e percepções.
Hans era considerado pelos pais como uma criança alegre e franca. Tendo contato
com novas estimulações, a criança tinha muito interesse pelo seu ‘pipi’, era o nome dado
à sua parte genital. Primeiramente, é notável o autoerotismo pois o desejo em se tocar
era frequente e a curiosidade em observar as partes intimas de outras pessoas e animais,
quando se questiona o porquê da cadeira, mesa não ter um ‘pipi’, Hans então aprende a
diferenciação entre objetos animados e inanimados. E o nascimento de sua irmã Hannah
contribui para seu conhecimento sobre a diferenciação entre órgãos genitais de mulheres
e homens.
Posteriormente, Hans deposita seu prazer e amor em sua mãe onde é perceptível
o Complexo de Édipo e sua escolha objetal. Durante todo o artigo é nítido seu desejo de
ter seu pai longe, mesmo tendo pensamentos tão hostis logo aparecia o sentimento de
compadecimento. E toda essa fobia deu-se por conta da castração em relação ao seu pai,
onde o desejo de Hans de ter o pai e irmã longe aumentava pois eram pessoas que de
certa forma o afastava de sua mãe e complicava seu relacionamento com a mesma.
Mesmo depositando seu amor em sua mãe, tinha receio pois a mesma pontuava a
proibição de tocar seu ‘pipi’ e relutar com seu prazer era desconfortável.
Por fim, podemos considerar algumas teorias, que são: Complexo de Édipo,
castração, autoerotismo, bissexualidade, poligamia e exibicionismo.
1. Complexo de Édipo: desejo de ter sua mãe e afastamento do pai e sua irmã.
2. Castração: o pai brigar por ele estar na cama junto da mãe, de certo modo, o
afastando de algo que trazia para Hans prazer e conforto.
3. Autoerotismo: interesse por seu ‘pipi’ e o fato de se tocar.
4. Bissexualidade: proximidade de seu amigo, falar que o ama.
5. Poligamia: amor por Berta e Olga.
6. Exibicionismo: sensação de prazer ao ser observado.
DISCUSSÃO II
Hans sofria com ataques de ansiedade na rua, não poderíamos dizer que era medo no
momento, porém no começo desse estado de ansiedade, o mesmo deixou escapar o
motivo para seu pai, de ter ganhado a proveniente doença. Hans sentia que queria ficar
perto e acariciar sua mãe, e lembrava que na época do nascimento do bebê, ele ficou
separado de sua mãe, e que isso poderia ter contribuído.
Entretanto no decorrer das análises ficou evidente que a ansiedade de Hans, não era
apenas por anseio da mãe, pois ele sentia medo até quando a mãe estava junta.
Hans sofria de histeria da angustia.
Freud conseguiu decifrar melhor a situação através das fantasias das duas girafas e
também sobre o medo que Hans sentia de cavalos brancos e que eles o mordesse.
DISCUSSÃO III
• Até que ponto a fobia do pequeno Hans oferece alguma contribuição de importância
geral aos nossos pontos de vista sobre a vida e a educação das crianças, pois a
educação só estabeleceu para si a tarefa de controlar, ou, seria muitas vezes mais
próprio dizer-se, de suprimir, os instintos.
• O contato de Freud com os pais de Hans foi através de um auxilio que a mãe de Hans
precisou, pois teve uma neurose como resultado de um conflito na meninice.
• Hans era uma criança bem formada fisicamente e era um rapazinho alegre, amável e
de mente ativa.
• Freud destaca que Hans não era a única criança que teria sido atingida por uma fobia
na infância.
• Quando um adulto neurótico chega até Freud para um tratamento psicanalítico
(presume que essa doença só se tornou manifesta depois que ele atingiu a
maturidade), e que a neurose tem como ponto de partida a ansiedade infantil.
• A doença de Hans se mostra mais séria que a de outras crianças, devido ele não ter
sido tão intimidado, com pouca coerção e levado tanto em consideração que fez com
que sua ansiedade se manifestasse de forma mais atrevida.
• Freud diz que ao formar crianças, só visamos a ser deixados em paz e não ter
dificuldades queremos somente formar uma criança modelo, e deixamos de lado se o
desenvolvimento da criança está fazendo bem para ela.
• Freud imagina que tenha sido bom que Hans produziu essa fobia, pois ela dirigiu a
atenção dos seus pais para as dificuldades inevitáveis com as quais uma criança é
confrontada quando, no curso de sua formação cultural, é solicitada a superar os
componentes instintuais inatos da sua mente; e seu problema levou seu pai a assisti-
lo. Pode ser que agora Hans desfrute de uma vantagem sobre as outras crianças, pelo
fato de que ele não mais carrega dentro de si aquela semente sob a forma de
complexos reprimidos que deverá ser sempre de algum significado para a vida futura
de uma criança e que, sem dúvida, traz consigo um certo grau de deformidade de
caráter, se não uma disposição a uma neurose subsequente.
• Os resultados da análise foram que Hans se recuperou, deixou de ter medo de
cavalos e chegou a termos bem familiares com seu pai. Mas o que seu pai possa ter
perdido no respeito do menino, ganhou, de volta, na sua confiança: `Eu pensei’, disse
Hans, ‘’que você sabia tudo, como você sabia aquilo sobre o cavalo’’. Pois a análise
não desfaz os efeitos da repressão. Os instintos que foram suprimidos anteriormente
permanecem suprimidos, mas o mesmo efeito é produzido de uma maneira diferente.
A análise substitui o processo de repressão, que é um processo automático e
excessivo, por um controle moderado e resoluto da parte das mais altas instâncias da
mente.
• Freud diz que se o assunto estivesse totalmente nas mãos dele, ele teria arriscado a
esclarecer ao Hans o que seus pais retiveram, teria logo feito a diferenciação entre a
vagina e a cópula, pois assim colocaria um fim as perguntas da criança.
• Freud relata que não aprendeu nada de novo com essa análise, nada que já não
tivesse sido capaz de descobrir (apesar de muitas vezes menos distintamente e mais
indiretamente) em outros pacientes analisados numa idade mais avançada.
PÓS-ESCRITO (1922)
• O pequeno Hans era agora um forte rapaz de dezenove anos.
• Declarou que estava perfeitamente bem e que não sofria de nenhum problema ou
inibição.
• Não só tinha atravessado sua puberdade sem nenhum dano, como também sua vida
emocional tinha sofrido sucessivamente uma das mais severas provas.
• Seus pais divorciaram e cada um deles se casou novamente.
• Vivia sozinho, mas estava em bons termos com seus pais.
• Com a divisão da família, foi separado de sua irmã mais moça, de quem tanto gostava.
• Ele não se reconheceu no caso clínico e não se lembrava de nada.
• Quando chegou à viagem a Gmunden despontou nele uma espécie de trêmula
lembrança de que poderia ter sido a ele que aquilo tinha acontecido.
• Então a análise não tinha preservado os acontecimentos da amnésia, mas tinha sido
superada pela própria amnésia.
• Qualquer um que esteja familiarizado com a psicanálise pode experimentar
ocasionalmente algo semelhante no sono. Será acordado por um sonho e decidirá
analisá-lo imediatamente; então voltará a dormir, sentindo-se bastante satisfeito com o
resultado dos seus esforços; na manhã seguinte o sonho e a análise terão igualmente
sido esquecidos.

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PEQUENO HANS - PERSONALIDADE

  • 1. CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA CURSO: PSICOLOGIA DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA PERSONALIDADE II PROFESSORA: Simone Elisa ACADÊMICOS: Amanda Sousa Francisco, Eloá da Silva Batista, Heloiza Lemes da Silva, Jéssica Soares Itacarambi da Silva, Victória Moraes Fernandes, Vitor Marcelo dos Santos Sabath. RESUMO DO ARTIGO – ANÁLISE DE UMA FOBIA EM UM MENINO DE CINCO ANOS (1909) Abril de 1903 – Nascimento de Hans 1906 – (Aet. 3 – 3 ¾). Primeiros relatos. (Aet. 3 ¼ - 3 ½) (Verão). Primeira visita a Gmunden. (Aet. 1/2) Ameaça de castração. (Aet. 3 ½) (Outubro). Nascimento de Hanna. (1907) (Aet. 3 ¾). Primeiro sonho. (Aet. 4). Mudança para um novo apartamento. (Aet. 4 ¼ - 4 ½) (Verão). Segunda visita a Gmunden. Episódio do cavalo que mordia. (1908) (Aet.4 ¾) (Janeiro) Episódio da queda do cavalo. Irrupção da fobia. (Aet. 5) (Maio) Fim da análise. INTRODUÇÃO • Alguns registros da primeira parte da vida de Hans já tinham sido publicados por Freud dois anos antes, em seu artigo sobre “Esclarecimento Sexual das Crianças” (1907 c). • Nas primeiras edições desse artigo referia-se ao menino como pequeno Herbert. • Este caso clínico também foi mencionado em outro artigo “Sobre as Teorias Sexuais das crianças” (1908 c). • O próprio tratamento foi efetuado pelo pai da criança. Carinho afetivo e interesse científico. • Os pais de Hans estavam entre os adeptos de Freud e queriam educar seu primeiro filho sem usar de coerção além da que seria necessária para manter um bom comportamento. • Os primeiros relatórios foram escritos quando Hans estava para completar 3 anos de idade. • Três anos – interesse pelo seu “pipi”. Pergunta à mãe se ela também tem um “pipi”, e ela responde que sim. • Entrou num estábulo e viu ordenharem uma vaca, falou que estava saindo leite do “pipi” dela. • Três anos e seis meses – Sua mãe o viu tocar com a mão no pênis, e ameaçou cortar fora seu “pipi”, e perguntou a ele com que iria fazer xixi depois, e ele respondeu que faria com seu traseiro. (COMPLEXO DE CASTRAÇÃO) • Em Schonbrunn (Áustria), de pé em frente à jaula dos leões, gritou com voz alegre e
  • 2. animada, que tinha visto o “pipi” do leão. • Nascimento de sua irmã Hanna. Relaciona tudo que é estranho na situação com a chegada da cegonha. • Adoeceu com uma forte dor de garganta. • Três anos e nove meses – Na estação ferroviária, viu saindo água de uma locomotiva, e disse que ela estava fazendo xixi, mas não sabia onde estava o “pipi” dela. (DIFERENCIAÇÃO ENTRE OBJETOS ANIMADOS E INANIMADOS). • Pergunta a seu pai se ele também tem um “pipi”, e ele responde que sim. • Olha a mãe despida e diz, que se ela era tão grande deveria ter um “pipi” igual o de um cavalo. • Observava sua irmã e dizia que seu “pipi” ainda era bem pequenininho e que quando crescesse ele iria ficar bem maior. • Primeiro relato de um sonho. Sonhou que estava em Gmunden com Mariedl, filha de treze anos do patrão de seu pai. (Expressão do anseio de voltar para lá.) • O pai desenhou para ele uma girafa e Hans o pediu para desenhar também. • O “pipi” dela. O pai pediu que o próprio Hans o desenhasse. E Hans fez uma • Linha maior e disse que era mais comprido. • Hans passa detrás de um cavalo que estava urinando, ele disse que o cavalo tinha o “pipi” embaixo assim como ele. • Hans viu um macaco em seu livro de ilustrações e apontou para o rabo dele dizendo que viu seu “pipi”. • Em um saguão de entrada onde existia um lavatório e um depósito escuro para guardar madeira, ele fazia de banheiro e dizia entrar lá para fazer xixi, seu pai disse que ele brincava com seu membro. (AUTOEROTISMO) • Seu pai o leva ao rinque de patinação para brincar com as duas filhas de seu amigo. (DISPOSIÇÃO À POLIGAMIA). • Seu primo de 5 anos visita-o, Hans o abraçava muito e dizia gostar muito dele. (TRAÇO DE HOMOSSEXUALIDADE). • Quatro anos – muda-se para um novo apartamento onde fica horas admirando uma garotinha de sete ou oito anos de idade que mora no apartamento de frente. • Quatro anos e seis meses – Muda-se para Gmunden para passar férias de verão. Brinca com seus amigos, Franzl (cerca de 12 anos), Fritzl (oito), Olga (sete) e Berta (cinco), Anna (dez), e mais outras meninas de nove e sete anos. • Tratava as meninas de forma agressiva e arrogante, e ao mesmo tempo abraçava-as e beijava-as com sinceridade. • Queria que Mariedl fizesse parte de sua família, chamando-a para dormir com ele. (SENTIMENTOS ERÓTICOS). • Trata as meninas em casa com agressividade por serem da aldeia, e trata bem a menina que viu no restaurante devido ela apresentar ser uma jovem dama com refinamento. • Quatro anos e três meses – A mãe de Hans lhe dá um banho e passa talco com cuidado para não tocar em seu pênis, mas Hans pergunta porque ela não pode tocá- lo, e ela responde que isso seria porcaria e não seria correto. Hans diz sorrindo que seria muito divertido. • Hans teve um sonho: não existia conteúdo visual, apenas auditivo. Brincadeira da prenda. • Exibicionismo sucumbiu à repressão. • Quatro anos e seis meses – Hans vê sua irmã tomar banho e ri do “pipi” dela achando- o bonito, mas na verdade ele achou engraçado. (DIFERENÇA ENTRE OS GENITAIS MASCULINOS E FEMININOS).
  • 3. CASO CLÍNICO E ANÁLISE O caso clínico se inicia no mês de janeiro com a queixa de que Hans tinha receio de que algum cavalo o mordesse. E o medo parecia estar relacionado com o fato de ele estar assustado com grandes pênis. Conforme o relato anterior, ele havia notado que os cavalos têm ‘pipis’ grandes e deduziu que por sua mãe ser tão grande, deveria ter o pipi grande como o de um cavalo. Com quatro anos e nove meses Hans acordou em prantos porque havia sonhado que sua mãe tinha ido embora e se tratava de um sonho de ansiedade. Dias depois foi passear em um parque com sua babá e começou a chorar pedindo que o levasse embora, pois queria ir para casa ‘mimar’ com sua mãe. No dia seguinte sua mãe o levou para passear e novamente ele começou a chorar, e depois de uma luta interior ele revelou que estava com medo que um cavalo o mordesse. O distúrbio de Hans teve início com pensamentos ao mesmo tempo apreensivos e ternos, seguindo se então de um sonho de ansiedade em que perdia sua mãe e por isso sua afeição pela mãe devia ter se tornado fortemente intensa e esse aumento da afeição se transformou em ansiedade e sucumbiu a repressão. Ele sempre ficava assustado a noite, e o motivo era que ocorria uma intensificação da libido sendo o objeto de desejo era sua mãe, o seu objetivo era então dormir com ela. Em Gmunden ele persuadia sua mãe e conseguia deitar se na cama com ela, e em Viena ele queria obter os mesmos fins. No campo suas afeições eram divididas em companheiros e amigos, porém em Viena sua libido se voltava para sua mãe. Assim, sua ansiedade correspondia a um forte anseio reprimido, o que poderia se transformar em satisfação se o objeto ansiado lhe fosse concedido. Freud então combina com o pai de Hans para dizer ao menino que o medo de cavalos dele não passava de uma bobagem, que na verdade ele gostava muito de sua mamãe e por isso queria que ela o levasse para a cama e que a razão dele ter medo de cavalos seria o interesse que ele tinha por seus pipis e com isso, foi proposto também um esclarecimento sexual de que nenhum ser feminino possuía ‘pipi’. Após esse esclarecimento, Hans seguiu um período de relativa tranquilidade. Porém, no mês de março Hans teve uma gripe muito forte que o prendeu na cama por duas semanas, fazendo com que sua fobia aumentasse novamente. Em uma noite Hans havia sonhado com uma girafa grande e outra amarrotada e a grande gritava porque ele havia levado a amarrotada pra longe dela. Aí ela parou de gritar e então ele se sentou em cima da amarrotada. A girafa grande era o seu pai, o seu penis grande (o pescoço comprido) e a amarrotada sua mãe, seu órgão genital. Isso era resultado da cena de que Hans ia para cama de sua mãe pela manhã e sua mãe não resistia, enquanto o seu pai a advertia, o sentar se em cima da girafa amarrotada Hans tinha a sensação de posse sobre sua mãe (grite o quanto quiser, a mamãe é minha!). Porém por trás da fantasia, Hans tinha medo que sua mãe não gostasse dele, de uma vez, porque seu pipi não se comparava com o de seu pai. Alguns dias depois, em uma tarde, Hans e seu pai visitou Freud, foi descoberto então o fato de que ele se incomodava,em particular, com aquilo que os cavalos usavam à frente dos olhos, e com o preto em torno de suas bocas. Freud perguntou para ele se o ‘preto em torno da boca’ significava um bigode e então foi revelado que na verdade ele tinha medo do seu pai, porque gostava muito de sua mãe. Em abril pode se notar, pela primeira vez uma melhora real. Hans foi para a cama de seu pai, orgulhoso de si, por não fazer isso há algum tempo, e disse que quando não sentisse mais medo, não iria mais. O pai de Hans indagou se ele se sentia aflito e gostava do pai, e se era por isso que ia para a cama do mesmo, Hans respondeu que sim, e que o pai
  • 4. dele ficava falando que ele gostava da mamãe, quando na verdade gostava era do papai. Chamando então a atenção para o fato de que o amor pelo seu pai entrava em conflito com sua rivalidade com ele, considerando o um rival junto de sua mãe e censura seu pai por ainda não ter chamado atenção dele por esse jogo de forças concedendo o auge em ansiedade. Hans tinha medo dos cavalos que normalmente puxavam carroças, carruagens, cavalos grande de tração. Isso porque quando ocorreu de o cavalo do ônibus cair, ele pensou que seria sempre assim, então ele realmente levou um susto e foi ai então que ele ficou com a bobagem. Seu pai questiona, se o medo era do cavalo cair ou morder e ele disse que levou o susto porque o cavalo agitava as patas pelos lados. Seu pai perguntou se ele havia pensado no seu pai e ele respondeu que podia ser que sim. Essa foi a causa imediata da explosão da fobia, Hans percebeu naquele momento um desejo de que seu caísse daquele mesmo modo e morresse. Hans tinha problemas de constipação desde mais novo. Em casa, quando sua mãe mostrava para seu pai um par de calcinhas amarelas para senhoras, Hans exclamou “hum” duas ou três vezes, se jogou no chão e cuspiu. A mãe de Hans revelou ao pai que aquilo já havia acontecido antes. Mais tarde seu pai perguntou o porquê tinha feito aquilo e se havia sentido nojo, Hans respondeu que sim, que havia feito à mesma coisa quando viu as calcinhas pretas, porque pensava que tinha que fazer coco. Com as perguntas do seu pai seu pai sobre as calcinhas, Hans o manda deixá-lo em paz. Tratava se de algo que já havia lhe proporcionada grande prazer, mas que agora, instalado a repressão, muito o envergonhava, provocando nele expressões de nojo. Resolveu, assim, mentir para disfarçar as circunstancias nas quais viu sua mãe trocar as calças. Na realidade, vestir e tirar as calças eram parte do contexto do coco. Seu pai estava inteiramente ciente de tudo, e também daquilo que Hans tentava ocultar. Perguntei a minha esposa se Hans a acompanhava com frequência quando ela ia ao banheiro. “Sim, muitas vezes”, disse ela. “Ele insiste e me amola até que eu o permita. Todas as crianças são assim.” Deve-se, contudo, prestar cuidadosa atenção ao desejo, que Hans já havia reprimido de ver sua mãe fazer coco. Seu pai pergunta se ele sentiu nojo ao ver as calcinhas da mãe, ele responde que só as pretas, pois elas lembravam coco, E as amarelas, o lembravam de pipi. O pai o pergunta se ele esteve muitas vezes no banheiro com sua mãe enquanto ela fazia coco, e se ele teve nojo. Hans responde que sim e que não tinha nojo. O pai sugere que Hans acompanhe a mãe porque ele acha que vai ver o pipi dela, Hans responde que acha que é por isso. Em Lainz, Hans te medo de ir ao banheiro por causa da descarga, que faz muito barulho, que soa como se estivesse fazendo coco e um barulhinho como se tivesse fazendo pipi. O pai pergunta, se o cavalo no ônibus não era da mesma cor de um coco, e ele responde que sim. Em uma noite Hans conta de um sonho, que ele estava no banho e então veio o bombeiro e desparafusou a banheira, depois ele pegou uma grande broca e bateu em seu estômago. O pai de Hans traduziu essa fantasia como: Hans estava na cama com a mamãe, depois papai veio e o tirou de lá com seu grande pênis, ele o empurro do seu lugar que era ao lado da mamãe. Mais tarde, o pai pergunta a Hans se ele já havia visto um cavalo fazer coco e perguntou se fazia muito barulho, Hans disse que sim. O pai pergunta o que o barulho parece, Hans responde, lembra quando um coco cai no urinol. O cavalo do ônibus que cai e faz um barulhão com suas patas é, sem duvida, um ‘Lumf, caindo e fazendo barulho. Seu medo da defecação e seu medo de carroças muito carregadas são equivalentes ao medo da defecação e seu medo de carroças muito carregadas é equivalente ao medo do estômago muito cheio. O tema de Hanna é o principal, Hans sentiu uma forte aversão pelo bebê recém-nascido, que lhe roubou uma parte do amor de seus pais. Ele já tinha expressado muitas vezes um
  • 5. desejo de que a cegonha não trouxesse, e devíamos pagar um dinheiro para não trazer mais nenhum “de dentro da grande caixa”, onde estão os bebês. Seu pai pergunta se ele preferia que Hanna estivesse viva ou não, Hans responde que não. De acordo com a teoria sexual das crianças, um bebê é um ‘lumf’ de modo que a trilha de Hans se encontraria no complexo excremental. Hans tinha um esquema de atravessar o pátio, porem ele não o faria, pois havia uma carroça parada na rampa, exatamente em frente aos portões de entrada, Hans disse que quando uma carroça fica para da ali, ele tinha medo de importunar os cavalos, de eles caírem e fazer um barulhão com suas patas. Seu pai pergunta como se importuna os cavalos e se gostaria de importuná-los. Hans responde que sim, seu pai o questiona se ele gostaria de bater nos cavalos como sua mãe bate em Hanna, Hans responde que não acontece nada de mal aos cavalos quando se bate neles. (Seu pai lhe disse isso uma vez, para mitigar o seu medo de e ver os cavalos serem chicoteados). Hans diz que uma vez bateu, chicoteou o cavalo e ele caiu e fez um barulhão com suas patas, seu pai indagou, quando isso acontecera, Hans disse que foi em Gmunden. Seu pai pergunta se era um cavalo de verdade, arriar a uma carroça. Hans responde que foi perto ao bebedouro. Ele pergunta quem havia deixado um cavalo. E ele disse que era só um cavalo das estrebarias. Seu pai pergunta quem o havia deixado lá, e Hans responde que ele o tinha levado para lá, pois queria bater nele, conversou com o cocheiro e pediu para levar o cavalo para bater nele e gritar com ele. Seu pai pergunta se ele bateu muito no cavalo e Hans responde que tudo aquilo era mentira e ele só conta àquilo para se divertir, disse também que tinha pensado naquilo enquanto estava inteiramente despido. Seu pai o pergunta em quem ele queria realmente bater, se na Hanna, em sua mãe ou no próprio pai, Hans responde que na mãe, ele apenas gostaria de bater nela. Analisando tudo isso pode verificar um desejo sádico obscuro por sua mãe e também um desejo de vingança para com seu pai. Hans ainda tinha um traço de distúrbio, mas não mais em forma de medo. Ainda quebrava a cabeça para descobrir o que um pai tem a ver com seu filho. Com a ultima fantasia de Hans, a ansiedade que foi provocada pelo seu complexo de castração foi superada e suas dolorosas expectativas receberam uma transformação mais feliz. DISCUSSÃO I Freud desenvolve a primeira discussão com intuito de ver se suas afirmações apoiam no seu livro Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade. As observações foram feitas pelo pai onde podemos observar que Hans concorda com a maioria dos questionamentos do pai por motivos de pressão e quem analisava era Freud, onde deduziu que a criança não era normal e como evitação daquilo que teme ou gera angustia podemos observar que Hans obtinha neurose fóbica. Freud utilizou o método da ‘sugestão’ com Hans, onde o mesmo denomina que é vista como uma “economia de pensamento”. Obter informações de criança é mais flexível pois dando atenção para determinado assunto que a agrada poderá desmistificar diversas informações e importante não ignorar o que Hans relatava pois somente ele sabia descrever suas emoções e percepções. Hans era considerado pelos pais como uma criança alegre e franca. Tendo contato com novas estimulações, a criança tinha muito interesse pelo seu ‘pipi’, era o nome dado à sua parte genital. Primeiramente, é notável o autoerotismo pois o desejo em se tocar era frequente e a curiosidade em observar as partes intimas de outras pessoas e animais, quando se questiona o porquê da cadeira, mesa não ter um ‘pipi’, Hans então aprende a
  • 6. diferenciação entre objetos animados e inanimados. E o nascimento de sua irmã Hannah contribui para seu conhecimento sobre a diferenciação entre órgãos genitais de mulheres e homens. Posteriormente, Hans deposita seu prazer e amor em sua mãe onde é perceptível o Complexo de Édipo e sua escolha objetal. Durante todo o artigo é nítido seu desejo de ter seu pai longe, mesmo tendo pensamentos tão hostis logo aparecia o sentimento de compadecimento. E toda essa fobia deu-se por conta da castração em relação ao seu pai, onde o desejo de Hans de ter o pai e irmã longe aumentava pois eram pessoas que de certa forma o afastava de sua mãe e complicava seu relacionamento com a mesma. Mesmo depositando seu amor em sua mãe, tinha receio pois a mesma pontuava a proibição de tocar seu ‘pipi’ e relutar com seu prazer era desconfortável. Por fim, podemos considerar algumas teorias, que são: Complexo de Édipo, castração, autoerotismo, bissexualidade, poligamia e exibicionismo. 1. Complexo de Édipo: desejo de ter sua mãe e afastamento do pai e sua irmã. 2. Castração: o pai brigar por ele estar na cama junto da mãe, de certo modo, o afastando de algo que trazia para Hans prazer e conforto. 3. Autoerotismo: interesse por seu ‘pipi’ e o fato de se tocar. 4. Bissexualidade: proximidade de seu amigo, falar que o ama. 5. Poligamia: amor por Berta e Olga. 6. Exibicionismo: sensação de prazer ao ser observado. DISCUSSÃO II Hans sofria com ataques de ansiedade na rua, não poderíamos dizer que era medo no momento, porém no começo desse estado de ansiedade, o mesmo deixou escapar o motivo para seu pai, de ter ganhado a proveniente doença. Hans sentia que queria ficar perto e acariciar sua mãe, e lembrava que na época do nascimento do bebê, ele ficou separado de sua mãe, e que isso poderia ter contribuído. Entretanto no decorrer das análises ficou evidente que a ansiedade de Hans, não era apenas por anseio da mãe, pois ele sentia medo até quando a mãe estava junta. Hans sofria de histeria da angustia. Freud conseguiu decifrar melhor a situação através das fantasias das duas girafas e também sobre o medo que Hans sentia de cavalos brancos e que eles o mordesse. DISCUSSÃO III • Até que ponto a fobia do pequeno Hans oferece alguma contribuição de importância geral aos nossos pontos de vista sobre a vida e a educação das crianças, pois a educação só estabeleceu para si a tarefa de controlar, ou, seria muitas vezes mais próprio dizer-se, de suprimir, os instintos. • O contato de Freud com os pais de Hans foi através de um auxilio que a mãe de Hans precisou, pois teve uma neurose como resultado de um conflito na meninice.
  • 7. • Hans era uma criança bem formada fisicamente e era um rapazinho alegre, amável e de mente ativa. • Freud destaca que Hans não era a única criança que teria sido atingida por uma fobia na infância. • Quando um adulto neurótico chega até Freud para um tratamento psicanalítico (presume que essa doença só se tornou manifesta depois que ele atingiu a maturidade), e que a neurose tem como ponto de partida a ansiedade infantil. • A doença de Hans se mostra mais séria que a de outras crianças, devido ele não ter sido tão intimidado, com pouca coerção e levado tanto em consideração que fez com que sua ansiedade se manifestasse de forma mais atrevida. • Freud diz que ao formar crianças, só visamos a ser deixados em paz e não ter dificuldades queremos somente formar uma criança modelo, e deixamos de lado se o desenvolvimento da criança está fazendo bem para ela. • Freud imagina que tenha sido bom que Hans produziu essa fobia, pois ela dirigiu a atenção dos seus pais para as dificuldades inevitáveis com as quais uma criança é confrontada quando, no curso de sua formação cultural, é solicitada a superar os componentes instintuais inatos da sua mente; e seu problema levou seu pai a assisti- lo. Pode ser que agora Hans desfrute de uma vantagem sobre as outras crianças, pelo fato de que ele não mais carrega dentro de si aquela semente sob a forma de complexos reprimidos que deverá ser sempre de algum significado para a vida futura de uma criança e que, sem dúvida, traz consigo um certo grau de deformidade de caráter, se não uma disposição a uma neurose subsequente. • Os resultados da análise foram que Hans se recuperou, deixou de ter medo de cavalos e chegou a termos bem familiares com seu pai. Mas o que seu pai possa ter perdido no respeito do menino, ganhou, de volta, na sua confiança: `Eu pensei’, disse Hans, ‘’que você sabia tudo, como você sabia aquilo sobre o cavalo’’. Pois a análise não desfaz os efeitos da repressão. Os instintos que foram suprimidos anteriormente permanecem suprimidos, mas o mesmo efeito é produzido de uma maneira diferente. A análise substitui o processo de repressão, que é um processo automático e excessivo, por um controle moderado e resoluto da parte das mais altas instâncias da mente. • Freud diz que se o assunto estivesse totalmente nas mãos dele, ele teria arriscado a esclarecer ao Hans o que seus pais retiveram, teria logo feito a diferenciação entre a vagina e a cópula, pois assim colocaria um fim as perguntas da criança. • Freud relata que não aprendeu nada de novo com essa análise, nada que já não tivesse sido capaz de descobrir (apesar de muitas vezes menos distintamente e mais indiretamente) em outros pacientes analisados numa idade mais avançada.
  • 8. PÓS-ESCRITO (1922) • O pequeno Hans era agora um forte rapaz de dezenove anos. • Declarou que estava perfeitamente bem e que não sofria de nenhum problema ou inibição. • Não só tinha atravessado sua puberdade sem nenhum dano, como também sua vida emocional tinha sofrido sucessivamente uma das mais severas provas. • Seus pais divorciaram e cada um deles se casou novamente. • Vivia sozinho, mas estava em bons termos com seus pais. • Com a divisão da família, foi separado de sua irmã mais moça, de quem tanto gostava. • Ele não se reconheceu no caso clínico e não se lembrava de nada. • Quando chegou à viagem a Gmunden despontou nele uma espécie de trêmula lembrança de que poderia ter sido a ele que aquilo tinha acontecido. • Então a análise não tinha preservado os acontecimentos da amnésia, mas tinha sido superada pela própria amnésia. • Qualquer um que esteja familiarizado com a psicanálise pode experimentar ocasionalmente algo semelhante no sono. Será acordado por um sonho e decidirá analisá-lo imediatamente; então voltará a dormir, sentindo-se bastante satisfeito com o resultado dos seus esforços; na manhã seguinte o sonho e a análise terão igualmente sido esquecidos.