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07/12/2011
Duatra e seu Duplo
Anseio paixão que transforme,
uma paixão que me faça bem
nesse coração que palpita,
sussurrando a angústia de não ser ninguém
Mas quem disse que a paixão não deixa marcas?
Ó ilusão desse amor que vem vendido
Que me fazes acreditar
de que viver é o caminho a ser escolhido
Só o estático nos potencializa
Um momento sublime, um toque de artista.
Vãs vidas pesadas,
Por que me sufocas?
Eu quero apenas partir
e no tudo minguar
Desaparecer, sem rastro nem fé
Sem o anseio de mais um despertar
Meu corpo foi vendido
Em mil pedaços a vocês
Cada momento em que procurei enriquecê-los
Distanciei-me daquilo que vês.
Esta carta, estes versos
sustentam-me por ora
tentadora a vontade de imergir
só esta caneta não me permite partir.
Ó linha que registra e marca
Que de meu corpo “ex-tende”
Objetiva, e também foi objetivada
Entre a razão e a loucura se fende
onde se perde o artista,
num lugar escuro... duvidoso
onde se guarda apenas,
um desabafo caloroso
Extensão de mim
que queria que não tivesse fim
que se fizesse eterno
pra que a eternidade fosse sempre assim
eu e eu
Serei livre naquilo que usam para aprisioná-los
Morte a todos nós,
E a seus duplos que foram levados...
Fernand Duatra

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  • 1. 07/12/2011 Duatra e seu Duplo Anseio paixão que transforme, uma paixão que me faça bem nesse coração que palpita, sussurrando a angústia de não ser ninguém Mas quem disse que a paixão não deixa marcas? Ó ilusão desse amor que vem vendido Que me fazes acreditar de que viver é o caminho a ser escolhido Só o estático nos potencializa Um momento sublime, um toque de artista. Vãs vidas pesadas, Por que me sufocas? Eu quero apenas partir e no tudo minguar Desaparecer, sem rastro nem fé Sem o anseio de mais um despertar
  • 2. Meu corpo foi vendido Em mil pedaços a vocês Cada momento em que procurei enriquecê-los Distanciei-me daquilo que vês. Esta carta, estes versos sustentam-me por ora tentadora a vontade de imergir só esta caneta não me permite partir. Ó linha que registra e marca Que de meu corpo “ex-tende” Objetiva, e também foi objetivada Entre a razão e a loucura se fende onde se perde o artista, num lugar escuro... duvidoso onde se guarda apenas, um desabafo caloroso Extensão de mim que queria que não tivesse fim que se fizesse eterno pra que a eternidade fosse sempre assim
  • 3. eu e eu Serei livre naquilo que usam para aprisioná-los Morte a todos nós, E a seus duplos que foram levados... Fernand Duatra