O CRISTÃO E O MEIO AMBIENTE: o homem como jardineiro
Os chakras
1. OS CHAKRAS
...e sua inter-relação
com o sistema endócrino. Concluindo as relações com
o sistema energético.
O QUE SÃO CHAKRAS?
Vários textos antigos da literatura indiana falam sobre a existência de
centros de energia especiais no interior do nosso corpo etérico sutil,
denominados "chakras" (em sânscrito = círculo, roda ou anel). Os chakras
estão envolvidos na captação das energias superiores e na sua
transmutação numa forma utilizável na estrutura humana. Para facilitar o
entendimento, pode-se comparar a função de um chakra a um conversor de
energia (transformador), pois capta a energia externa cósmica da natureza
(semelhante a radiação solar de alta frequência) e converte numa forma de
energia mais facilmente utilizável por nosso organismo. Essa energia
também é conhecida por PRANA.
Acredita-se que o chakra armazena a energia psico-emocional (energia
psíquica) que auxilia o corpo a funcionar. Contém registros nos níveis:
consciente, subconsciente e inconsciente.
A função destes centros, portanto, é de receber, acumular,
transformar e irradiar o prana para as áreas onde eles fazem irrigação.
Sendo que esta função é determinada, de acordo com a capacidade de força
de cada chakra, e também pela necessidade do indivíduo lidar com seus
desafios emocionais.
Na índia acredita-se que a força de um chakra é afetada ou
aprimorada também de acordo com os objetivos, registros de vida, o que
eles chamam de Prarabdha Karma (aquilo que a pessoa veio viver nesta
vida). Naturalmente este registro está adormecido para o homem comum
(inconsciente), daí observarmos maiores sofrimentos nos dias atuais.
2. Tanto a Medicina Quântica como o Yoga visam acelerar o processo
natural de equilíbrio dos Chakras e também facilitam a transformação/
evolução individual.
ANATOMIA DOS CHAKRAS:
• FISIOLOGIA: estão envolvidos com o fluxo de energias superiores
(energia cósmica) para as estruturas celulares do corpo físico. A energia é
traduzida em alterações hormonais, fisiológicas e celulares por todo o
corpo. Parece haver pelo menos sete grandes chakras associados ao corpo
físico.
• ANATOMIA: cada grande chakra está associado a um grande centro
nervoso e a uma glândula endócrina. Estão situados numa linha vertical que
sobe da base da espinha até a cabeça.
Os chakras estão ligados uns aos outros e a determinadas partes da
estrutura físico-celular através de canais energéticos sutis conhecidos
como "nádis".
Os nádis são constituídos por delgados filamentos de matéria
energética sutil. Representam uma extensa rede de energias fluidas e são
diferentes dos meridianos, que têm uma contraparte física.
Foram descritos mais de 72.000 nádis. Esses canais estão
intimamente ligados com o sistema nervoso. Assim, uma disfunção
patológica no nível dos chakras e nádis pode ser associada a alterações
patológicas no sistema nervoso.
Além disso, a ligação hormonal entre os chakras e as glândulas
endócrinas sugere novas e complicadas possibilidades quanto as maneiras
pelas quais um desequilíbrio no sistema energético sutil (emoções) pode
produzir alterações anormais nas células de todo o corpo. Uma diminuição
no fluxo de energia sutil através de um dos chakras pode provocar uma
diminuição de atividade em qualquer das glândulas endócrinas
fundamentais, influenciando padrões de comportamento e personalidade.
Por exemplo, já é comum um endocrinologista identificar distúrbios
psíquicos e de oscilação de humor, decorrentes da descompensação da
glândula tireóide.
3. • FUNÇÕES PRINCIPAIS:
1. Vitalizar cada corpo elétrico subtil e, consequentemente, o corpo físico.
2. Provocar o desenvolvimento de diferentes aspectos da autoconsciência.
Cada chakra e cada corpo subtil estão relacionados com funções
psicológicas.
3. Transmitir energia. A energia é transmitida de uma camada para a
seguinte através de passagens nas extremidades dos chakras, alimentando
assim todas as camadas da anatomia humana.
A cada instante, somos alquimistas experimentando no mundo da
autotransformação, mas normalmente, o fazemos inconscientemente.
Quando as tentativas para mudar não são acompanhadas de uma
tomada de consciência tendemos a não conseguir “energizar” (converter em
realidade prática e funcional) nossos desejos e decisões, nem curar
desequilíbrios orgânicos e anímicos.
O Conhecimento de nossa anatomia energética (estudada com base
no sistema hindú dos chakras e sua relação com o funcionamento de nossos
órgãos internos) se tornou não somente uma ferramenta fundamental no
desenvolvimento da medicina vibracional nos últimos 15 anos, mas também
um instrumento incomparável de auto descobrimento psicológico e
espiritual.
CARACTERÍSTICAS DOS 7 CHAKRAS PRINCIPAIS
4. 1. Muladhara - Centro raiz, suporte, sustentação
Glândula: supra Renais
Elemento: terra
Sentido: olfato
Orgão de percepção: nariz
Orgão de ação: pés
Apana Vayu – eliminação
O Muladhara é o fundamento da emoção e da saúde mental. A
estabilidade emocional e psicológica se origina na unidade familiar e no
primeiro ambiente social. Várias doenças mentais são geradas devido a
disfunções familiares, incluindo personalidades múltiplas, desordens
obsessivas e compulsivas, depressão e padrões destrutivos como o
alcoolismo.
O Muladhara relaciona-se com a consciência da realidade material, com
o poder de realização, responsabilidade com o seu desenvolvimento e com
os demais, capacidade de saber o que quer, para onde quer ir e poder de
decisão. Os medos e inseguranças provenientes do medo básico, que é o
medo da morte ou da aniquilação, são os grandes obstáculos e também a
causa do aprisionamento neste nível. Os medos principais estão associados
à sobrevivência física e ao medo de ser abandonado pelo grupo.
Hipoenergizado: pessoas que tendem a negar as necessidades
materiais, não assumindo as responsabilidades referentes a ela e dando
ênfase aos aspectos sentimentais ou místicos. Materialmente são
dependentes. Também não assumem o seu próprio desenvolvimento, são
levados pelas vontades dos outros ou ficam sempre “em cima do muro” não
assumindo a responsabilidade por suas decisões.
Hiperenergizado: Pessoa tende a ter um forte apego e rigidez na
forma como lida com as suas necessidades materiais de sobrevivência,
negando seus sentimentos e emoções, desqualificando-os, negando a
existência de Deus e níveis de realidade não tangíveis. São pessoas frias e
calculistas. Há uma necessidade de controlar tudo e todos a sua volta e
uma tendência em projetar todos os erros nas pessoas e no ambiente a sua
volta. Essa pessoa tende a consumir tudo que entra em contato, estocando
tudo, como forma de precaver-se das intempéries futuras.
2. Svadhisthana - centro sexual, suporte do sopro da vida, Morada
própria (kundaliní)
5. Glândula: gonadas ou sexuais
Elemento: água - Trata-se de um elemento poderoso que precisa se
canalizado para poder ser bem aproveitado. Ele não pode ser contido ou
represado pois sua reação será incontrolável. Com o aumento de volume e
de pressão se transforma em força agressiva e destruidora. Da mesma
forma é a energia propulsora da vida e o sexo.
Sentido: paladar
Orgão do sentido: língua
Orgão de ação: mãos
Vyana Vayu: circulação da energia assimilada.
Está em estreita correlação com o Visuddha Chakra.
Relaciona-se com a coragem, consciência do mundo como lugar de luta e
objeto de conquista. Criatividade em todos os sentidos, vitalidade física,
domínio sobre paixões. Capacidade de saber o que é essencial para o seu
bem- estar, valor pelas atividades prazerosas da vida e a vida em equilíbrio
(sono, trabalho, lazer e sexo, alimentação saudável e exercício). Valor pelas
suas necessidades mais íntimas. Neste nível a pessoa desenvolve um poder
de reação ante todos os obstáculos porque sabe exatamente o que é bom
para si. Neste centro estão todos os registros inconscientes que se
manifestam em sonho quando ativamos a energização dele.
Hipoenergizado: Pessoa se mostra apática, sem energia, lenta, não
consegue realizar os seus planos. Fica com certa aversão sexual, vergonha,
necessitando interagir com pessoas ou coisas causadoras de dor e
insegurança, mantendo-se num ciclo vicioso de seu desequilíbrio. Tem
dificuldade de resolver seus problemas e tende a reclamar demais (Hiper
Visuddha)
Hiperenergizado: Tende a fazer coisas em excesso, fala muito,
compulsão por experiências prazerosas e repulsão à experiências
desagradáveis. Necessitam pessoas, objetos e situações que o façam sentir
seguros emocionalmente ou que estejam associados ao prazer. Vivem
basicamente o impulso sexual desejam exercer domínio sobre o ser amado,
são possessivos, erotizados e fantasiosos.
Quando existe algum bloqueio nessa região a pessoa desenvolve uma
personalidade agressiva, necessidade de ação violenta, de destruir
(autodestruição), erotismo excessivo e fantasioso, desejo sexual
indiscriminado e dificilmente a relação homem -mulher será satisfatória pois
não haverá afeto.
6. 3. Manipura - Cidade das jóias
Glândula: pâncreas
Elemento: fogo
Sentido: visão
Orgão de percepção: olhos
Orgãos de ação: ânus
Samana Vayu: assimilação
Relaciona-se com o poder social, a identidade no mundo, o poder de
persuasão, a capacidade de saber quem é, o que deseja e saber se
expressar adequadamente. Emprego do poder pessoal como forma se
intensificar as suas experiências. Dignidade, compreensão do seu papel no
mundo e a importância de sua colaboração, interagindo e reconhecendo o
papel de todos como importantes para o bem comum. Centro das emoções
e sua expressão.
Hipoenergizado: A pessoa ainda não encontrou o seu papel no
mundo e a sua identidade está confusa a ponto de não saber se defender,
porque nem mesmo sabe quem é ou se expressar adequadamente. Tende à
" engolir sapo" por não saber se defender ou por detestar briga. Quando se
expressa geralmente se sente mal porque exagera, diz o que não gostaria
ou diz até o contrário do que gostaria de falar. Isto se dá porque não
consegue expressar as suas emoções adequadamente e principalmente a
raiva (devido ao outro querer interferir na sua vida). Quando consegue
descarregar ela vem em excesso ou distorcida. Esta descarga acaba por
influenciar na sua auto estima negativamente e cria reações mentais que se
repetem reforçando esta "Menos Valia". São sentimentais, inseguros com
muito medo de rejeição e de crítica.
Hiperenergizado:
- Egocentrismo, necessidade de ser o centro das atrações, obcecado
controle de si mesmo e de todos a sua volta, sedução e sensualidade
exagerada como forma de chamar a atenção, manipular o outro e como
meio de afirmação da identidade pessoal.
- Dificilmente reconhece sua incapacidade ou fraqueza e tende a projetar
nos outros a razão única de todos os seus problemas.
- Guarda mágoas e rancores e relaciona-se com o outro projetando os
resíduos de seus problemas sem se dar conta disso.
- Seu ego é tão forte que dificilmente tem algo a aprender com o outro,
mas sim a ensinar.
7. - A raiva e a arrogância são características predominantes.
- Age constantemente com o objetivo de aumentar o seu poder pessoal e
com intuito de ser reconhecido como superior.
- A sedução compulsiva é o seu meio e garantia para a afirmação da sua
identidade.
4. Anahata - Som místico. A concentração neste centro permite
escutar Sabda-Brahma o som primordial. Invicto ou inviolado
Glândula: timo
Elemento: Ar
Orgão de percepção: Pele
Orgão de ação: genitais
Prana Vayu: absorção da energia sutil
Centro do afectividade, da auto estima e do amor incondicional. Valor do
Eu, confiança em si, auto motivação, alegria, autoridade, visão de Deus
(pessoal) e unidade da vida. Personalidade compreensiva, generosa e
altruística. Neste chakra surge o líder nato. A energização deste centro
forma uma identidade mais abrangente, em que a individualidade e o
sentimento de universalidade começam a se fundir. Este processo pode ser
traumático, resultando, as vezes, numa crise de identidade ou num vazio
muito grande.
Hipoenergização: Ego desinflado, auto estima baixa, tristeza e
mágoas guardadas no peito. As pessoas tenderão a ser mais passivas do
que agressivas; seus sentimentos e sensações serão propensos à depressão
e as acções serão motivadas por uma crônica sensação de medo e
inferioridade. Necessidade de ser carregado e inspirado pelas energias da
vida dos outros. Tenderá a vivenciar sentimentos de angústia e desespero
ao mobilizar a região do peito.
Hiperenergização: Ego inflado (peito inflado), autoestima baseada
no grande poder que tem em cuidar dos outros sem nenhum contacto
consigo mesmo. Embora vivencie o sentimento de que estou óptima, posso
cuidar de mim ,este sentimento é falso , pois detesta ficar só e olhar para
si. Por essa razão envolve-se excessivamente com os outros a ponto de
sobrecarregar-se (desculpa para não cuidar de si). Tem dificuldade de
chorar, de aceitar ajuda e de se abrir com os outros mostrando seus
sentimentos. Tem a necessidade de estar no controle das situações e
parecer forte. Tendência a ser fortemente assertivo, chegando mesmo a ser
agressivo. Muitas vezes o excesso de energia nesse centro se dá em
detrimento de outros centros (manipura, svadhisthana e muladhara). A
verbalização, visuddha, com a participação da energização do anahata se
torna um gesto de amor e o toque é mais uma expressão deste amor.
8. O anahata é também um importante canal de comunicação com os chakras
básicos. O sexo é um ato de amor se tem a participação do Anahata.
5. Visuddha - Grande Pureza. O portal da grande Liberação
Glândula: tiróide
Elemento: a casa ou espaço. O espaço personifica a essência dos cinco
elementos, não tem cor, cheiro, paladar, tacto ou forma, é livre dos
elementos densos. O espaço tem relação com a força dilatadora da
realidade física, simboliza o conhecimento contido nos vedas.
Sentido: audição
Orgão de percepção: ouvido
Orgão de ação: fala
Udana Vayu: expressão através de palavras
Este centro relaciona-se com a expressão, a comunicação, a fala e a
criatividade em todos os sentidos da vida (intelectual, artístico, moral ou
espiritual), desenvolvimento do conhecimento intuitivo e espiritual.
Quando os instintos básicos (primeiros chakras), as emoções e os
sentimentos conseguem ser expressos por palavras a compreensão e o auto
conhecimento acontecem. Este é o centro da análise e do
autoconhecimento. Quando correctamente energizado, cria a facilidade na
expressão dos próprios sentimentos e emoções. Possibilita o
desenvolvimento do conhecimento intuitivo e a expressão do conhecimento
com clareza, emoção e magnetismo, conseguindo chegar ao outro com
facilidade. A natureza da pessoa se torna alerta, auto-reflexiva e auto-
perceptiva com tendência à introspecção.
Neste nível a pessoa começa a desenvolver a comunicação interna, a
investigação do seu relacionamento consigo mesmo e com o universo em
geral. Esta região é chamada de "O portal da grande liberação". Aqui se dá
a necessidade do desenvolvimento dos potenciais latentes e o estudo da
compreensão de si mesmo., a necessidade de render a própria vontade à
vontade de Deus. No equilíbrio, possibilita a comunicação entre o consciente
e o inconsciente, permitindo ouvir o inconsciente pessoal de modo que
possa compreender de onde estão vindo os impulsos. Esta compreensão
permite superar os velhos programas, substituindo-os por parâmetros de
crescimento aperfeiçoados, e ter acesso à orientação do inconsciente
coletivo. Discriminação.
Hipoenergização: Dificuldade de expressar seus sentimentos e emoções,
obrigando o indivíduo a aguentar em silêncio situações indesejáveis. A
pessoa apresenta, também, conflitos quanto a autoimagem, provocando a
dificuldade de organizar e expressar as emoções e os sentimentos,
reprimindo-os. Esta pessoa fala pouco e tem a tendência a ter o tom de voz
9. baixo e (ou) grave (voz cavernosa). A pessoa desenvolve medo da entrega
à vontade de Deus.
Hiperenergização: A pessoa tenderá a falar demais (tom de voz alto e
agudo às vezes) ou ficar fortemente introspectivo, dedicando-se
exclusivamente às suas atividades e reflexões internas e desligando-se do
mundo externo, tendo por principal característica o intelecto negativo,
podendo ocorrer, por ignorância, uso insensato do conhecimento. Esta
pessoa tem dificuldade de ouvir o outro. Para se proteger e se esconder a
pessoa tende a contrair os ombros e o pescoço para impedir que os
impulsos, emoções e sentimentos indesejáveis (não aceitos pela própria
pessoa) sejam expressos pela fala ou expressão facial. Isto também se dá
para impedir que os outros possam ver aquilo que a pessoa não deseja que
seja visto (imagem negativa).
6. Ajna - Centro frontal, centro do mando
Glândula: Hipófise ou Pituitária
Elemento: Avyakta (nuvem original de energia e matéria indiferenciada).
Relaciona-se com a consciência e a atividade mental e intelectual em todas
as suas formas. Visão clara, compreensão precisa e entendimento rápido do
que está sendo lido, estudado, escutado e meditado. Concentração em um
tema até esgotá-lo O indivíduo é impelido a buscar continuamente a
diferença entre a verdade e a ilusão. É neste centro que se tem a visão da
suprema VERDADE "Atma Jnana" (o conhecimento do Ser). Neste nível
percebe-se o amor nos vários níveis de todos os Chakras.
Hipoenergizado: A pessoa apresenta dificuldade em aprofundar e ampliar
sua compreensão de si mesmo e sobre o mundo. Também apresenta
dificuldade de visão e ou audição, vendo e ouvindo somente aquilo que lhe
é conveniente e processando transformações indevidas na interpretação das
situações e conceitos. Verifica-se também um bloqueio em nível intelectual,
dificultando e impedindo o questionamento e a aquisição de novos
conhecimentos. O indivíduo desenvolve um grande medo de enfrentar
situações novas, de se apoiar em conselhos externos e dificuldade de
estabelecer uma disciplina.
Hiperenergizado: A pessoa apresenta todas as dificuldades apresentadas
na hipoenergização sendo que neste caso o grande obstáculo é que esta
mente pensa demais, se interessa por tudo e faz uma grande confusão
entre o que pensa, ouve, lê. Dificilmente consegue se concentrar e só ouvir,
10. e como a mente não pode ter dois pensamentos ao mesmo tempo sua
compreensão é sempre distorcida dos fatos. Também é instável no que
pensa.
7. Sahasrara Chakra - Lotus das Mil pétalas ou Centro Superior
Glândula: Pineal
Está relacionado ao Nível transcendental ou transpessoal. Neste nível o
indivíduo já ultrapassou as limitações do Ego e consegue viver com total
consciência a plenitude do ser.
Sahasrara Chakra (Coroa)
O nome em sânscrito para o sexto chakra é Sahasrara, que significa
“milhares”. Apesar de este chakra ser representado por uma flor-de-lótus
com centenas de pétalas (símbolo de pureza e espiritualidade), o número
1.000 não tem um significado literal; na verdade, ele representa a natureza
infinita deste chakra, que nos proporciona a mais direta conexão com o
Divino. Apesar dos professores associarem este chakra à cor violeta, ele é
normalmente associado ao branco, uma combinação de todas as cores, pois
este chakra sintetiza todos os outros.
O sétimo chakra está localizado na coroa da cabeça e funciona como uma
coroa para o sistema de chakras, simbolizando o mais elevado estado de
iluminação e facilitando o desenvolvimento espiritual. O sétimo chakra
também é como um halo sobre a cabeça. Artisticamente, Cristo é
frequentemente representado com uma luz dourada ao redor de sua
cabeça, e o Buda aparece com uma projeção sobre sua cabeça vinda de
cima. Em ambos os casos, estas imagens representam a espiritualidade
despertada do Sahasrara Chakra.
O elemento do sétimo chakra é o pensamento, e este chakra está associado
às mais altas funções da mente. Apesar de que a mente não pode ser vista
ou sentida de forma concreta, ela cria os sistemas de crenças que
controlam nossos pensamentos e ações. Para dar um exemplo simples, o
meu aluno George teve uma queda feia de um beliche quando era criança.
Agora, com 40 anos e um porte atlético, ele ainda tem medo de fazer
posturas invertidas. Seu antigo trauma ajudou a criar a crença de que ficar
de cabeça para baixo era sempre perigoso. Apesar de que agora ele tem a
capacidade para aprender de forma fácil e segura a fazer inversões, o medo
11. faz com que ele fique paralisado e a sua crença se torna uma profecia que
se cumpre por si mesma. Assim criamos as nossas vidas, a partir dos
pensamentos que temos.
Hiperenergizado: Um excesso neste chakra se manifesta através de uma
intelectualidade excessiva ou o fato de considerar a si próprio como
membro de uma elite intelectual ou espiritual.
Hipoenergizado: No caso de energia deficitária, há uma dificuldade em
pensar por si próprio, apatia, ceticismo espiritual e materialismo.
A meditação é a melhor prática ióguica para trazer equilíbrio a este chakra.
Assim como o nosso corpo precisa de banhos regulares, uma mente muito
ocupada com pensamentos e preocupações também precisa de limpeza.
Qual o objetivo de se lidar com os problemas de hoje com a mente confusa
de ontem?
Além disso, a energia deste chakra nos ajuda a vivenciar o Divino, a nos
abrirmos para um poder mais profundo. Todas as várias formas de
meditação, incluindo tanto a concentração quanto as práticas de
autoconhecimento, permitem que a mente se torne mais presente, clara e
capaz de compreender.
Os antigos hindus associavam os chakras à deusa da serpente adormecida,
chamada Kundalini. Ela fica enrolada na base do primeiro chakra e, quando
despertada, flui para cima através dos canais de energia (nadis) e penetra
em cada chakra, proporcionando estados superiores de consciência de
forma sucessiva, que culminam com a iluminação no chakra da coroa.
Ao almejar a transcendência, muitas pessoas que buscam estados de
consciência superiores negligenciam a importância dos chakras inferiores.
Entretanto, todos nós precisamos do suporte sólido e forte dos chakras
básicos para nos abrirmos para a espiritualidade de forma saudável e
integrada.
Os chakras inferiores contemplam detalhes como nossa casa, família e
sentimentos, enquanto que os chakras superiores desenvolvem visões
sintetizadas e sabedoria, que nos ajudam a compreender a grande ordem
de todas as coisas. Todos os nossos chakras influenciam uns aos outros e,
no final das contas, eles trabalham em conjunto.
Conforme aprendemos a usar este antigo sistema indiano para
entender as nossas vidas, podemos aumentar nossa compreensão sobre
questões pessoais que exigem nossa atenção – e podemos utilizar as
técnicas de yoga para devolver a harmonia aos nossos chakras e às nossas
vidas.
Chakras Auxiliares: Lalana ou Kala
Localização: garganta atrás do Visuddha Chakra, sua energização faz o
indivíduo ter sentimentos altruísticos.
Manas Chakra
Localização: base do cérebro
A energização equilibrada do manas e do ajna Chakra nos dá a sensação de
um estado de coordenação mente e ação.
12. Soma Chakra
Localização: no meio do cérebro. Sede dos sentimentos altruísticos e do
controle volitivo.
Bindu Visargha
Localização: na parte posterior da cabeça. Ligado diretamente ao
Visuddha. Nesse local, existe uma ligeira depressão, onde se concentra uma
pequena quantidade de secreção líquida.
Bibliografia consultada:
Medicina energética - Richard Gerber
Os Segredos do Tantra e do Yoga - Paulo Murilo Rosas
A Psicologia do Tantra - Paulo Murilo Rosas
As fronteiras da evolução e da morte - Pierre Weil
Teoria dos Chakras - Hiroshi Motoyama
Chakras - Harish Johari
Anatomia do Espírito - Caroline Myss, Ph.D.
Terapia Reichiana I e II - Frederico Navarro
A somatopsicodinâmica - Frederico Navarro
13. CHAKRAS SÉTIMO CÉU
BARBARA KAPLAN HERRING - 08 DE ABRIL DE 2011 - 8 COMENTÁRIOS
Em nosso corpo existem sete chakras, ou centros de energia, que ficam
bloqueados devido a tensões constantes ou a uma baixa autoestima. Ao praticar
posturas que correspondem a cada chakra, podemos aliviar estes bloqueios e abrir
caminho para uma maior consciência.
O sistema de chakras proporciona uma base teórica para adequar a nossa prática
de Yoga à nossa personalidade e às circunstâncias. Tradicionalmente, os indianos viam
o corpo como se contivesse sete chakras principais, ordenados verticalmente desde a
base da espinha até o topo da cabeça. Em sânscrito, chakra é uma palavra que significa
roda, e estas “rodas” foram representadas como vórtices giratórios de energia.
Cada chakra está associado a funções específicas do corpo e a questões
específicas da vida e à forma como lidamos com elas, tanto dentro de nós mesmos
como em nossas interações com o mundo. Os chakras são centros de força e podem
ser considerados os locais onde recebemos, absorvemos e distribuímos as energias da
vida. Através de situações externas e hábitos internos, como tensão física contínua e
uma autoimagem limitada, a energia do chakra pode se tornar tanto insuficiente
quanto excessiva e, portanto, desequilibrada.
Este desequilíbrio pode se desenvolver temporariamente devido a desafios
situacionais ou podem ser crônicos. Um desequilíbrio crônico pode se originar de
experiências vividas na infância, estresses ou sofrimentos passados, além de valores
culturais internalizados. Por exemplo, uma criança cuja família se muda frequentemente
14. de cidade pode ter dificuldades para aprender o que é se sentir enraizado em um local,
e pode crescer com um primeiro chakra deficiente.
Um chakra deficiente não recebe a energia adequada e nem revela facilmente a
sua energia para o mundo. Há uma sensação de estar física e emocionalmente fechado
na região de um chakra deficiente. Pense nos ombros caídos de alguém que está se
sentindo deprimido e sozinho, com o chakra do coração retraído no peito. O chakra
deficiente precisa ser aberto.
Quando a energia de um chakra é excessiva, ele fica sobrecarregado para
funcionar de forma saudável e se torna uma força dominante na vida da pessoa. Por
exemplo, alguém com excesso de energia no quinto chakra (garganta) pode falar
demais e ter dificuldade de escutar os outros. Se este mesmo chakra for deficiente, a
pessoa pode ter constrangimento e dificuldade de comunicação.
Muladhara Chakra (Raiz)
Minha aluna Anne me ligou recentemente para agendar uma sessão particular de
Yoga. Por causa do trabalho de seu marido, alguns meses antes ela havia se mudado
do estado da Geórgia para a região metropolitana de São Francisco. Apesar de ter
gostado da mudança, ela ainda não estava se familiarizando com a casa nova e tinha
dificuldades em encontrar um emprego como designer gráfica. Além de sentir
saudades da família, tinha medo de não encontrar trabalho, o que a deixava cansada e
com receio de pegar um resfriado.
Se a Anne tivesse procurado um consultor de carreiras, um psicoterapeuta e um
médico, cada um de seus problemas teria sido tratado em separado – e assim ela teria
certamente conseguido resolvê-los de forma bem sucedida. Porém, como há anos
tenho visto a vida através das lentes do sistema de chakras, uma forma de entender a
vida humana que combina Yoga e medicina tradicional indiana, eu conseguia ver uma
consonância nos problemas da minha aluna. E, o que é mais importante, eu estava
certa de que tinha condições de sugerir a ela posturas de Yoga e outras práticas que a
ajudariam a enfrentar cada um de seus desafios.
Os sintomas da Anne me pareciam uma deficiência no primeiro chakra. Isso não
era uma surpresa, pois as mudanças recentes na vida dela representavam clássicos
desafios ao primeiro chakra. O Muladhara Chakra (Chakra Raiz) está centralizado no
períneo e na base da espinha. Este vórtice de energia está relacionadoao cuidado com
nossas necessidades de sobrevivência, à afirmação de uma sensação saudável de
ligação à terra, de proporcionar cuidados básicos ao corpo e limpar as suas impurezas.
Entre as partes do corpo que se associam a ele estão a base da espinha, as pernas, os
pés e o intestino grosso.
As circunstâncias que arrancam as nossas raízes e causam uma deficiência no
primeiro chakra (o que aconteceu com a Anne) incluem viagens, mudanças, apreensão,
grandes alterações no corpo, na família, nas finanças e nos negócios. Algumas pessoas,
principalmente aquelas com mentes inquietas e imaginação ativa, não precisam de
desafios específicos para tornar este chakra deficiente; elas se sentem “desaterradas” a
maior parte do tempo, vivendo mais na mente do que no corpo.
Experimentamos deficiências neste chakra como “crises de sobrevivência”. Sejam
elas brandas ou severas – ao sofrer uma ação de despejo, falência ou apenas uma gripe
– estas crises normalmente exigemuma grande ação imediata. Por outro lado, sinais de
15. excesso no primeiro chakra se refletem em ganância, acumulação de posses ou
dinheiro, ou a tentativa de se “aterrar” através do ganho de sobrepeso.
Várias posturas de Yoga corrigem desequilíbrios no primeiro chakra, trazendo-
nos de volta ao nosso corpo e à terra, ajudando a nos sentirmos seguros, protegidos e
tranquilos. O Muladhara Chakra representa o “aterramento” físico e emocional, está
associado ao elemento terra e à cor vermelha, que tem uma vibração mais lenta do que
as cores que simbolizam os outros chakras.
Para ajudá-la a se “aterrar”, Anne e eu começamos a prática com foco nos pés.
Todas as posturas que alongam e fortalecem as pernas e os pés a favorecem o primeiro
chakra. Ela fez movimentos com um pé e depois com o outro sobre uma bolinha de
tênis, para que a pressão despertasse as solas (um mini-tratamento de acupuntura) e
abrisse as “portas” dos pés.
Para estimular os dedões e encorajá-los a se abrir para as posturas em pé, ela se
sentou com as pernas cruzadas e entrelaçou os dedos das mãos entre os dedos dos
pés, desde a sola até o topo dos pés. Depois, ela se ajoelhou sobre os pés por alguns
instantes. Após estes aquecimentos, fizemos uma hora de aberturas de panturrilha,
alongamentos dos tendões e posturas em pé, para ajudá-la a abrir, fortalecer e fixar
sua atenção para a parte inferior do corpo.
Quando nossos tendões estão enrijecidos, a contração cria uma sensação de que
estamos sempre preparados para sair correndo. Conforme alongava a parte posterior
das pernas fazendo Uttanásana (postura do alongamento intenso) e Janu Sirsásana
(postura da cabeça no joelho), a Anne sentia alguns dos benefícios do primeiro chakra:
tranquilidade, paciência, uma vontade de desacelerar e ficar quieta. Conforme ia
fortalecendo os quadríceps e abrindo os tendões, conseguia recuperar a autoconfiança
e o engajamento necessário às próximas etapas que encontraria em sua jornada. Os
seus medos diminuíam à medida que se permitia confiar na terra e em seu próprio
corpo.
Anne e eu terminamos nossa sessão com uma série de posturas restaurativas,
como Supta Baddha Konásana (postura reclinada em ângulo fechado), Salamba
Savásana (postura do cadáver com apoio) e Salamba Balásana (postura da criança com
apoio). Todas elas ajudam a assentar uma mente hiperativa e encorajam a nos
rendermos à ação da gravidade. Ao final da nossa sessão, ela não estava mais
angustiada. Sentindo o próprio corpo como se fosse a sua casa, ela estava mais bem
preparada para os desafios que tinha que enfrentar.
Svadisthana Chakra (Quadril, Sacro, Genitais)
Em sânscrito, o segundo chakra é chamado de Svadisthana, que é traduzido
como “o seu próprio lugar ou base”, o que indica o quanto este chakra é fundamental
para as nossas vidas. Um aluno que esteja com problemas relacionados ao segundo
chakra pode estar enfrentando preocupações bem diferentes das de Anne. O trabalho
com o primeiro chakra destinava-se a colocar as coisas em ordem. As atividades
voltadas ao segundo chakra devem permitir que haja movimento emocional e sensual
em nossas vidas, para que possamos nos abrir ao prazer e aprender a “seguir o fluxo
normal das coisas”.
Associado aos quadris, o sacro, a coluna lombar, os genitais, o ventre, a bexiga e
os rins, este chakra está relacionadoà sensualidade, sexualidade, emoções, intimidade
16. e desejo. Todos os nossos fluxos corporais têm a ver com este chakra: circulação,
urinação, menstruação, orgasmo, lágrimas. A água flui, se movimenta e se transforma;
um segundo chakra saudável deve nos permitir fazer o mesmo.
Tentar influenciar o mundo externo não faz parte das atribuições do segundo
chakra. Em vez de exigir que o nosso corpo ou um relacionamento seja diferente, o
segundo chakra nos motiva a experimentar os sentimentos que surgem conforme nos
abrimos para a vida como ela é. Conforme nos permitimos aceitar isso, saboreamos a
doçura (ou amargura) da vida. Quando diminuímos nossa resistência à vida, nosso
quadril se solta, nossos órgãos reprodutores se tornam menos tensos, e nos tornamos
abertos a vivenciar nossa sensualidade e sexualidade.
Junto com o segundo chakra na pelve, os outros chakras de número par (o
quarto, do coração, e o sexto, do terceiro olho) são relacionados às qualidades
“femininas” de remissão e sinceridade. Estes chakras exercitam o nosso direito de
sentir, amar e ver. Os chakras de número ímpar, encontrados nas pernas e pés, no
plexo solar, na garganta e na coroa da cabeça, estão relacionados ao esforço
“masculino” de empregar a nossa vontade no mundo, reivindicando nossos direitos a
ter, indagar, falar e saber. Os chakras masculinos, de número ímpar, tendem a mover a
energia através de nossos sistemas, empurrando-a para fora no mundo, criando
receptividadee calor. Os chakras femininos, de número par, esfriam e atraem a energia
para dentro.
No mundo moderno, o princípio masculino e feminino da vida está
desequilibrado. A energia masculina da ação e expressão frequentemente domina a
energia feminina da sabedoria e aceitação, causando um aumento do estresse em
nossas vidas. Por isso, muitas pessoas estão assumindo uma ética de trabalho que
ridiculariza o prazer e proporciona pouco tempo ao lazer e ao descanso. Após ter
trabalhado o segundo chakra em um workshop, uma aluna me contou como era difícil
se permitir ter prazer em sua vida, pois era viciada em trabalho.
Criamos um plano para que ela pudesse se permitir 20 minutos diários dedicados
ao poder curativo do prazer: ouvir música, fazer posturas suaves de Yoga, receber uma
massagem. Nossas vidas nos dão inúmeras oportunidades para nos expressarmos e
sermos ativos; precisamos ter certeza de complementar essas ações com relaxamento e
receptividade, tanto em nossa prática de Yoga quanto fora dela. Harmonia exige
equilíbrio. Em Yoga, isso significa criar uma prática que combine força e flexibilidade,
esforço e entrega. Qualquer desequilíbrio em sua prática de Yoga será refletido nos
seus chakras.
Em uma cultura tão confusa quanto a nossa a respeito de sexualidade, prazer e
expressão emocional, uma infinidadede caminhos nos levam a ter um segundo chakra
desequilibrado. Por exemplo, pessoas que foram educadas em um ambiente onde as
emoções eram reprimidas ou onde o prazer era negado terão maior propensão a ter
falta de energia no segundo chakra. Os sintomas de deficiência no segundo chakra
incluem o medo do prazer, distanciamento de seus próprios sentimentos e resistência a
mudanças. Problemas sexuais e incômodos na coluna lombar, nos quadris e nos órgãos
reprodutores também pode ser sinal de que este chakra precisa de um pouquinho de
atenção. Abuso sexual sofrido durante a infância pode levar a sentir este chakra
fechado ou fazer com que a energia sexual se torne a parte dominante da
personalidade. Um segundo chakra sobrecarregado pode fazer uma pessoa ter um
comportamento excessivamente emocional, ter desejo compulsivo por sexo ou ter
17. problemas com limites. O excesso também pode ser o resultado de um ambiente
familiar onde havia constante necessidadede estímulo sensorial (festas e divertimento)
ou dramas emocionais frequentes.
Os ásanas para o segundo chakra nos auxiliam na adaptabilidadee receptividade.
A posição da perna em Gomukhásana (postura da cara de vaca), a flexão para
frente com as pernas no primeiro estágio de Eka Pada Rajakapotásana (postura
do pombo), Baddha Konásana (postura reclinada em ângulo fechado), Upavistha
Konásana (postura do ângulo afastado), e todas as outras aberturas de quadris e
virilhas proporcionam liberdade de movimentos na pelve. Estas aberturas de
quadris e virilhas nunca devem ser forçadas, pois exigem a força sutil e feminina
de sensibilidade e entrega.
Manipura Chakra (Umbigo, Plexo Solar)
Localizado na área do plexo solar, do umbigo e do sistema digestivo, o ardente
terceiro chakra é chamado de Manipura, a “joia reluzente”. Associado à cor amarela,
este chakra está relacionado à autoestima, à energia combativa e ao poder de
transformação; ele também rege a digestão e o metabolismo. Um terceiro chakra
saudável e vivaz nos ajuda a dominar a inércia, a dar impulso à nossa atitude de ação
para que possamos correr riscos, afirmar nossa vontade e assumir a responsabilidade
pela nossa própria vida. Também é deste chakra que sai aquela gargalhada que vem do
fundo da barriga, a receptividade, a naturalidade e a vitalidade que ganhamos ao
praticar atitudes abnegadas.
Correr riscos de forma consciente é uma forma de ganhar confiança e tornar os
seus músculos de força do terceiro chakra mais flexíveis. Para algumas pessoas, é um
risco mudar de Tadásana (postura da montanha) para Urdhva Dhanurásana (postura do
arco elevado); para outros, ir à primeira aula de Yoga já representa um risco. Os riscos
podem envolver a confrontação, o estabelecimento de limites, ou até mesmo pedir
aquilo que desejamos – todos são formas de reivindicar o nosso poder.
Problemas digestivos, desordens alimentares, sentir-se vítima, ou ter uma baixa
autoestima podem ser indícios de um terceiro chakra deficiente. Quando você sente
que está incapacitado ou precisando de uma reenergização, as posturas do terceiro
chakra avivam as chamas do seu fogo interno e restauram a sua vitalidade, para que
você possa se movimentar com a energia do seu âmago. Pratique Suryanamaskar
(saudação ao sol), posturas fortalecedoras do abdômen, como Navásana (postura do
barco), Ardha Navásana (meia postura do barco) e Urdhva Prasarita Padásana (postura
dos pés para cima), posturas do guerreiro, torções e Bhastrika Pranayama (respiração
do fole ou respiração do fogo).
Perfeccionismo, raiva, ódio e ênfase excessiva em poder, status e reconhecimento
revelam um excesso no terceiro chakra. Além disso, aceitar mais do que você pode
assimilar ou usar também indica excesso. Retroflexões passivas e restaurativas, que
esfriam o fogo interno, são agentes sedativos para um excesso no terceiro chakra.
Vivemos em uma época em que somos pouco estimulados a prestar atenção nos
níveis naturais de energia do nosso corpo e a dar a ele o que precisa. Assim,
normalmente quando estamos muito cansados, ignoramos nossa necessidade de
descanso e manipulamos o nosso corpo com cafeína, açúcar e outros estimulantes,
criando uma falsa sensação de energia. Quando estamos superestimulados e queremos
18. relaxar ou nos retirarmos para dentro de nós mesmos, alguns se voltam para o excesso
de alimentos, álcool ou drogas para desacelerar. O Yoga nos oferece uma opção
diferente: escutar o que o nosso corpo está pedindo e nos alimentarmos de verdade,
utilizando os ásanas e pranaiamas certos para proporcionar mais energia ou
relaxamento. Quando fizermos isso, poderemos sentir o sabor de nosso verdadeiro
poder pessoal.
Anahata Chakra (Coração)
O quarto chakra, o chakra do coração, está localizadono centro do sistema de chakras,
no âmago do nosso espírito. Sua localização física é o coração, a parte superior do
peito e a parte superior das costas. O quarto chakra é o ponto de equilíbrio, que
integra o mundo material (os três chakras inferiores) com o mundo espiritual (os três
chakras superiores). Através do chakra do coração, nos abrimos e nos conectamos com
harmonia e paz. A saúde do nosso centro coronário registra a qualidade e o poder do
amor em nossas vidas. Em sânscrito, o chakra do coração é chamado de Anahata, que
significa “desbloqueado” ou “íntegro”. O seu nome sugere que, lá no fundo do nosso
histórico pessoal de tristeza e dor, nosso coração abriga integridade, amor infinito e
uma fonte infinita de compaixão.
O elemento deste chakra é o ar. O ar se espalha e energiza. Assim como a água, o ar
assume a forma daquilo que preenche, apesar de ser menos sujeito à gravidade do que
a água. Quando você se sente arrebatado de paixão, geralmente precisa replantar o
seu primeiro chakra para se manter “aterrado”. O ar permeia a respiração e, por isso, a
prática de pranaiamas ajuda a equilibrar e a harmonizar este chakra. Todas as formas
de pranaiama podem ajudá-lo a usar melhor o ar e o prana e, assim, aumentar a sua
vitalidade e o entusiasmo pela vida.
Se você perceber que a sua postura projeta a sua cabeça para frente, com os ombros
arredondados e o seu peito caído, está na hora de começar a praticar posturas para o
quarto chakra e dar espaço para o seu coração respirar. Quando nos guiamos com a
cabeça e não com o coração, podemos estar muito focados nos pensamentos e temos
tendência a nos distanciar de nossas emoções e do nosso corpo. Quando o chakra do
coração está deficiente, você podesentir vergonha e solidão, incapacidade de perdoar
ou falta de empatia. Os sintomas físicos podem incluir respiração superficial, asma e
outras doenças pulmonares.
Entre os ásanas que aliviam o chakra do coração estão as aberturas passivas do peito,
nas quais arqueamos suavemente sobre um cobertor ou almofadão, alongamentos de
ombros, tais como as posturas de braços Gomukhásana e Garudásana (postura da
águia), além das retroflexões. Como é um chakra feminino e de número par, o centro
coronário deseja naturalmente se soltar e relaxar.
As retroflexões ajudama desenvolver a confiança e a entrega de que precisamos para
abrir totalmente o coração. Quando nos sentimos apreensivos, não há espaço para o
amor, e os nossos corpos ficam contraídos. Quando optamos pelo amor, os medos se
dissolvem e a nossa prática adquire uma qualidade de alegria. Em várias retroflexões o
coração fica em uma posição mais alta do que a cabeça. É maravilhosamente
restaurador deixar a mente sair da posição superior e sermos guiados pelo coração.
Alguns sinais de que o chakra coronário está oprimindo a sua vida são a
codependência, possessividade, ciúmes, doenças coronárias e pressão alta. Para estes
sintomas, as flexões à frente são o melhor antídoto, pois são “aterradoras” e promovem
19. a introspecção. Enquanto que as pessoas que têm chakras coronários deficientes
precisam se abrir para receber o amor de forma mais integral, aqueles que têm um
excesso no chakra coronário se sentem aliviados ao desacelerar e descobrir dentro de
si mesmos o alimento que estavam buscando nos outros.
A forma mais poderosa para abrir, energizar e equilibrar não apenas o chakra do
coração, mas todos os nossos chakras, é amar a nós mesmos e aos outros. Amar é a
melhor forma de curar. Em nossa prática de hatha yoga, quando lembramos daquilo
que amamos e estimamos enquanto praticamos os ásanas para o quarto chakra,
fortalecemos o poder das posturas e do nosso bem-estar em geral.
Visuddha Chakra (Garganta)
Como vimos, o chakra do coração forma uma ponte entre os centros de energia mais
físicos e inferiores e aqueles mais metafísicos e superiores. Conforme ascendemos
pelos chakras, o quinto é o primeiro a estar focado principalmente no plano espiritual.
O chakra da garganta, chamado Visuddha, está associado à cor azul-turquesa e aos
elementossom e éter, o campo das vibrações sutis, que os antigos indianos
acreditavam permear o universo.
Localizado no pescoço, na garganta, na mandíbula e na boca, o chakra Visuddha
repercute com nossa verdade interior e nos ajuda a encontrar uma forma pessoal de
propagar a nossa voz ao mundo exterior. O ritmo na música, a habilidade da dança, a
vibração do canto e a comunicação que fazemos através da escrita e da fala são formas
de nos expressarmos através do quinto chakra.
Visuddha significa “puro” ou “purificação” Purificação do corpo através da atenção à
aquilo que comemos, Yoga, meditação e exercícios nos faz desabrochar para a
experiência de aspectos mais sutis dos chakras superiores. Alguns iogues percebem
que quando bebem mais água e abandonam produtos como tabaco e laticínios,
conseguem soltar o pescoço e os ombros e limpar a voz. Além disso, o próprio som é
purificador. Se você pensar na forma como se sente depois de entoar canções
devocionais indianas, ler poesia em voz alta, ou simplesmente cantarolar a sua música
favorita, vai perceber como as vibrações e ritmos afetam o seu corpo de forma positiva
até o nível celular.
Energia deficiente neste chakra causa rigidez no pescoço, tensão nos ombros,
briquismo, problemas nos maxilares, indisposições na garganta, tireóide hipoativa e
medo de falar. Falar demais, incapacidade de escutar, problemas de audição, gagueira
e uma tireóide hiperativa estão relacionadas a excessos neste chakra.
Dependendo da indisposição, alguns alongamentos do pescoço e aberturas de
ombros, como Ustrásana (postura do camelo), Setu Bandha Sarvangásana (postura da
ponte), Salamba Sarvangásana (postura invertida sobre os ombros) e Halásana (postura
do arado), podem ajudar o quinto chakra.
Ajña Chakra (Terceiro Olho)
Você consegue se lembrar do que sonhou na noite passada? Pode imaginar como
gostaria que o seu corpo se sentisse amanhã? Estas habilidades imaginativas –
visualizar o passado, criar imagens positivas do futuro e “sonhar com os olhos abertos”
– são aspectos do Ajña Chakra, cujo nome em sânscrito significa tanto “o centro da
percepção” como “o centro de comando”. Associado ao elemento luz e à cor azul-
índigo, o sexto chakra está localizado no meio e logo acima dos olhos físicos, criando
um terceiro olho espiritual. Enquanto nossos dois olhos veem o mundo material, o
20. nosso sexto chakra vê além do físico. A visão inclui a clarividência, telepatia, intuição, os
sonhos, a imaginação e a visualização.
O sexto chakra está envolvido tanto na criação e percepção da arte quanto no
reconhecimento de que aquilo que vemos tem um poder de impacto sobre nós.
Mesmo quando não nos damos conta disso, somos todos sensíveis a imagens que
encontramos em nosso meio. Lembro-me ter sido uma adolescente que cresceu na
cidade de Los Angeles em meio a uma profusão de outdoors de cigarros e bebidas
alcoólicas.
Olhar para eles não me fazia sentir saudável ou feliz; pelo contrário, eles me passavam
a mensagem de que eu precisava de drogas para me sentir um ser completo. Logo
depois fui para a Tailândia, para fazer um intercâmbio como estudante de ensino
médio. Em vez de outdoors, vi estátuas de Buda nas ruas; aquelas imagens
serenamente majestosas despertaram a minha união com a paz interior.
Quando o terceiro olho está excessivamente carregado de energia, temos dor de
cabeça, alucinações, pesadelos e dificuldade de concentração. Quando este chakra está
deficiente, nossa memória fica fraca, temos problemas de visão, dificuldade em
reconhecer padrões e nossa imaginação fica prejudicada.
Às vezes gosto de trabalhar este chakra em minhas práticas de Yoga, pedindo que os
alunos façam uma aula inteira com os olhos vendados. Ao serem temporariamente
privados da visão, que é responsável por um grande percentual da nossa absorção
sensorial, os alunos têm uma experiência totalmente nova com o Yoga. Eles não se
distraem com a sala e os outros alunos, ou olhando de forma crítica para os seus
próprios corpos. Em vez disso, eles vivenciam o pratiaara, ou retração da atividade
sensorial.
Após uma aula como essa, os alunos comentaram comigo que tiveram profundos
insights sobre seus corpos e suas vidas, que só lhes ocorreram porque sua visão estava
mais profundamente direcionada para dentro de si mesmos. Outra abordagem ióguica
para ajudar na saúde do Ajña Chakra consiste em fazer flexões à frente com suportes,
colocando mais um almofadão ou cobertor para pressionar e estimular a área do
terceiro olho. Além disso, criar imagens e visualizações positivas é uma prática que
ajuda a ter um sexto chakra mais saudável. Estas visões afirmativas agem como ímãs
naturais, direcionando a situação imaginada para a sua vida.
Sahasrara Chakra (Coroa)
O nome em sânscrito para o sexto chakra é Sahasrara, que significa “milhares”. Apesar
de este chakra ser representado por uma flor-de-lótus com centenas de pétalas
(símbolo de pureza e espiritualidade), o número 1.000 não tem um significado literal;
na verdade, ele representa a natureza infinita deste chakra, que nos proporciona a mais
direta conexão com o Divino. Apesar dos professores associarem este chakra à cor
violeta, ele é normalmente associado ao branco, uma combinação de todas as cores,
pois este chakra sintetiza todos os outros.
O sétimo chakra está localizadona coroa da cabeça e funciona como uma coroa para o
sistema de chakras, simbolizandoo mais elevado estado de iluminação e facilitando o
desenvolvimento espiritual. O sétimo chakra também é como um halo sobre a cabeça.
Artisticamente, Cristo é frequentemente representado com uma luz dourada ao redor
de sua cabeça, e o Buda aparece com uma projeção sobre sua cabeça vinda de cima.
21. Em ambos os casos, estas imagens representam a espiritualidade despertada do
Sahasrara Chakra.
O elemento do sétimo chakra é o pensamento, e este chakra está associado às mais
altas funções da mente. Apesar de que a mente não pode ser vista ou sentida de forma
concreta, ela cria os sistemas de crenças que controlam nossos pensamentos e ações.
Para dar um exemplo simples, o meu aluno George teve uma queda feia de um beliche
quando era criança. Agora, com 40 anos e um porte atlético, ele ainda tem medo de
fazer posturas invertidas. Seu antigo trauma ajudou a criar a crença de que ficar de
cabeça para baixo era sempre perigoso. Apesar de que agora ele tem a capacidade
para aprender de forma fácil e segura a fazer inversões, o medo faz com que ele fique
paralisado e a sua crença se torna uma profecia que se cumpre por si mesma. Assim
criamos as nossas vidas, a partir dos pensamentos que temos.
Um excesso neste chakra se manifesta através de uma intelectualidade excessiva ou o
fato de considerar a si próprio como membro de uma elite intelectual ou espiritual. No
caso de energia deficitária, há uma dificuldade em pensar por si próprio, apatia,
ceticismo espiritual e materialismo.
A meditação é a melhor prática ióguica para trazer equilíbrio a este chakra. Assim como
o nosso corpo precisa de banhos regulares, uma mente muito ocupada com
pensamentos e preocupações também precisa de limpeza. Qual o objetivo de se lidar
com os problemas de hoje com a mente confusa de ontem?
Além disso, a energia deste chakra nos ajuda a vivenciar o Divino, a nos abrirmos para
um poder mais profundo. Todas as várias formas de meditação, incluindo tanto a
concentração quanto as práticas de autoconhecimento, permitem que a mente se torne
mais presente, clara e capaz de compreender.
Os antigos hindus associavam os chakras à deusa da serpente adormecida, chamada
Kundalini. Ela fica enrolada na base do primeiro chakra e, quando despertada, flui para
cima através dos canais de energia (nadis) e penetra em cada chakra, proporcionando
estados superiores de consciência de forma sucessiva, que culminam com a iluminação
no chakra da coroa.
Ao almejar a transcendência, muitas pessoas que buscam estados de consciência
superiores negligenciam a importância dos chakras inferiores. Entretanto, todos nós
precisamos do suporte sólido e forte dos chakras básicos para nos abrirmos para a
espiritualidade de forma saudável e integrada.
Os chakras inferiores contemplam detalhes como nossa casa, família e sentimentos,
enquanto que os chakras superiores desenvolvem visões sintetizadas e sabedoria, que
nos ajudam a compreender a grande ordem de todas as coisas. Todos os nossos
chakras influenciam uns aos outros e, no final das contas, eles trabalham em conjunto.
Conforme aprendemos a usar este antigo sistema indiano para entender as nossas
vidas, podemos aumentar nossa compreensão sobre questões pessoais que exigem
nossa atenção – e podemos utilizar as técnicas de hatha yoga para devolver a harmonia
aos nossos chakras e às nossas vidas.
Barbara Kaplan Herring é professora de Yoga na cidade de El Cerrito, Califórnia.
Tradução de Estela M. F. Carvalho.