2. Tradição e Ruptura na Arte:
A Passagem do Século XIX ao Século XX
• O final do século XIX foi um marco na
história da arte da Europa. Uma época de
rompimento com a tradição clássica que já
durava cinco séculos, representada pela
arte acadêmica de forte inspiração
neoclássica, que fez com que surgisse a
Arte Moderna.
3. Não importa mais a
materialidade das
coisas que está
sendo enfocada, e
sim um fenômeno
de ordem imaterial:
a luminosidade e
seu efeito na
natureza.
A ponte de Argenteuil
Claude Monet, século xIX
11. Os pintores franceses Georges Seurat e Paul Signac combinaram as
idéias sobre contraste das cores e mistura ótica e criaram uma nova
técnica de pintura chamada “Pontilhismo” ou “Divisionismo”. A novidade
consistia em justapor pontos de cores brilhantes e contrastantes para que
a forma fosse percebida sem que se usasse a linha para contorná-la.
Outros artistas deste movimento artístico foram: Gauguin, Toulouse-
Lautrec, Cézanne e Van Gogh.
12. O circo
George Seraut, 1890/91
A expressão Pós-
Impressionismo foi usada
para designar a pintura
que se desenvolveu de
1886, a partir da última
exposição impressionista,
até o surgimento do
Cubismo.
17. O trigal com corvos
Vincent Van Gogh, 1890
Van Gogh tinha obsessão pelas cores. Usou-as de maneira
exagerada e distorcida, assim como as linhas, com o intuito de
expressar seus sentimentos, suas emoções.
23. A montanha de Saint Victoire
Paul Cezanne, século xix
Cézanne tinha como foco principal em seus trabalhos o estudo da forma.
Suas investigações o levaram a afirmação de que as formas geométricas são
as estruturas básicas e permanentes de todas as formas que existem na
natureza, o que mais tarde influenciou o nascimento do Cubismo.
25. A montanha de Saint Victoire
Paul Cezanne, século xix
A montanha de Saint Victoire
Paul Cezanne, século xix
26. Características gerais da Arte moderna e
de seus movimentos (os “ismos”)
• Apesar de muito diferentes entre si, os movimentos modernistas
apresentam algumas características gerais e marcantes. São elas:
• • A liberdade de criação que fez surgir várias correntes artísticas;
• • A nova concepção do espaço plástico que deixa de ser
perspectivo e torna-se cada vez mais plano e pouca preocupação
com a representação do mundo visível;
• • O tema da obra perde a importância que tinha no passado e passa
a ser um pretexto para a criação artística;
• • A experimentação de novas técnicas e materiais provocou o
surgimento de novas linguagens artísticas como a colagem e a
assemblagem, por exemplo;
• • A incorporação de referências artísticas de povos não europeus: a
arte oriental, a arte africana, a arte indígena, entre outras.
A dança – 1910 – Henri Matisse
27. O cubismo, uma das primeiras correntes artísticas da Arte
Moderna do século XX, manifesta-se na França entre os anos
1908 e 1910. Os pintores e escultores deste movimento
afirmavam que na natureza é possível reduzir todas as coisas
a formas geométricas perfeitas, mediante as quais elas
podem ser representadas. Essa síntese da realidade é fruto
de uma busca dos elementos mais fundamentais e primários
das artes plásticas, de suas próprias raízes.
De fato, uma das características principais do cubismo é
a revalorização das formas geométricas – triângulos,
retângulos e cubos, além, é claro, da proposição da
pintura e da escultura como formas de expressão.
Quanto ao nome dado a esse novo movimento, ele não
partiu dos próprios artistas, mas dos críticos de arte da
época, totalmente desconcertados diante desse novo
caminho de expressão artística.
28. Ao visitar as primeiras exposições e convencidos de que se tratava de
uma arte experimental que nunca chegariam a entender, começaram a se
referir às obras com o nome de cubos ou de raridades cúbicas. Essa nova
corrente foi representada por dois grandes pintores e escultores: Pablo
Picasso e Georges Braque, embora se possa dizer que foi o primeiro,
com sua obra As Senhoritas de Avignon, que iniciou o cubismo
propriamente dito.
Porém, foi o pós-impressionista Cézanne e seu estudo das formas da
natureza que contribuiu para o nascimento do cubismo.
A montanha de Saint Victoire
Paul Cezanne, século XIX
30. Cubismo Analítico
(cubismo de facetas)
Os volumes dos objetos vão sendo
decompostos em diversas faces,
as quais são focalizadas
simultaneamente de vários
ângulos e posições. Isto resulta em
modificações radicais da estrutura
espacial. A perspectiva
desaparece. Observamos uma
crescente fragmentação dos
objetos; eles vão sendo partidos
em segmentos cúbicos, e estes,
em facetas cada vez menores,
acentuadas ainda por contraste
formais: claro/escuro,
curvas/ângulos,
horizontais/verticais. Paisagem de Ceret
Pablo Picasso, século XX
31. Picasso - Moça com bandolim,
1910, MOMA
George Braque - Castle at La Roche-
Guyon, La Roche-Guyon, 1909
Stedelijk van Abbe Museum, Eindhoven
32. George Braque - Violin and Pitcher,
Paris, 1910
Kunstmuseum Basel
Picasso - Retrato de Daniel-Henry
Kahnweiler 1910. Instituto de Artes de
Chicago. Chicago.
33. George Braque - Man with a Guitar, Ceret,
1911
The Museum of Modern Art, New York
Picasso - Tête d'homme moustachu
('Kou'), 1912
Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris
34. Cubismo Sintético
(cubismo de colagem)
Esta fase ainda preserva
os princípios cubistas
determinando a estrutura
espacial das imagens, mas já
os artistas retomam a
figuração do motivo da
imagem, as pessoas e os
objetos representados sendo
novamente caracterizados por
certos aspectos da sua
aparência física.
Picasso – A mulher que chora, 1937
Tate Galery, Londres
35. Taça de fruta, violino e garrafa, 1914
Picasso
O violino no centro desta
natureza morta foi
fragmentado. É impossível
dizer onde é que ele
“realmente” está em
relação ao tampo da mesa:
por baixo dela ou apoiado
sobre qualquer coisa? Esta
confusão é típica das
obras cubistas. A cor
também é usada de forma
ambígua, pretende parecer
uma colagem de pedaços
de papel diferentes.
39. Picasso – Fernandez, 1909
Museu Moderno de Estocolmo
Picasso - A guitarra, 1912
MOMA
Raymond Duchamp-Villon – O
cavalo, 1914
Museu Nacional de Arte Moderna
- Paris
41. Expressionismo
O Expressionismo já indica, com seu próprio nome, a principal razão de sua
existência: expressar os sentimentos e visões de mundo dos seus artistas.
Representado principalmente por Munch, Kirchener, Dufy, Kokoschka, Egon
Schiele, o Expressionismo já fora anunciado pelo pintor pós-impressionista
Van Gogh, seu grande precursor. Os artistas expressionistas estavam
inconformados com a aparência vulgar e convencional do mundo visível e
com o modo descritivo com que a arte acadêmica representava este mundo.
Passam então a distorcer as formas naturais para expressar suas emoções,
seus sentimentos particulares e sua visão sobre o mundo. Para isso fazem
uso de cores fortes, de traços e linhas marcados e vibrantes, que resultam
em uma dramaticidade e expressividade extremas. Uma obra pictórica que
é considerada um símbolo do Expressionismo é “O Grito”, do pintor alemão
Edvard Munch.
48. • De um modo amplo, a palavra “abstrato” pode ser aplicada a qualquer
obra de arte que não faça uma representação imediata dos objetos. O
artista abstracionista usa cores, linhas e manchas para criar formas
indefinidas, não copiando mais a realidade. O pintor russo Vassily
Kandinsky é considerado por muitos historiadores o iniciador da pintura
abstrata no sistema de arte ocidental.
Composição VIII,
Kandisky, 1923
49. O abstracionismo dominou a pintura moderna e se diversificou em
duas tendências principais: o abstracionismo informal (que não faz
uso de formas geométricas) e o abstracionismo geométrico. O
ABSTRACIONISMO INFORMAL, que tem em Kandinsky seu
principal representante, expressa os sentimentos e idéias do artista
que, com total liberdade de expressão, utiliza cores, linhas e formas
de maneira espontânea. Diferentemente do informal, no
ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO as formas e as cores são
organizadas mais racionalmente e a base da composição é composta
por linhas e figuras geométricas. O pintor e projetista russo Kazimir
Malevich e o pintor holandês Piet Mondrian foram os pioneiros do
abstracionismo geométrico.
57. Como representantes significativos do Surrealismo na pintura, podemos
destacar, Salvador Dali e René Magritte. Com o passar do tempo muitos
artistas juntaram-se ao grupo, entre eles o pintor e designer russo Marc
Chagall e o pintor e artista gráfico espanhol Miró. Este último foi um
pintor representativo da linha abstrata dentro do Surrealismo. Alguns
pintores surrealistas, na sua forma de representação, estão muito
vinculados ainda à arte acadêmica, apesar de trazerem uma postura
moderna na liberdade de expressão e abordagem do real (Dali e
Magritte). Já outros, se distanciam do naturalismo das formas, chegando
até a abstração (Miró). Podemos dizer, porém, que as imagens do
sonho e do subconsciente representam bem o universo surrealista, em
ambos os casos.
58. Vertigem, Salvador Dali, 1930, coleção particular
Persistência da memória, Salvador Dali, 1931, MOMA
61. A carruagem voadora, Chagall, 1913,
Guggenheim Museum, New York
Homenagem para Gogol
Chagall, 1917, MOMA
Aniversário, Chagall, 1915, MOMA
62. GOMBRICH, E. H. A História da Arte. Rio de janeiro: Zahar editor.
HAUSER, A. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins
Fontes, 1980-1982. vol. II.
JANSON, H. W. História Geral da Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
PROENÇA, Graça. Descobrindo a História da Arte. São Paulo: Ática, 2005.
Profº Raphael Lanzillotte
Arte Moderna na Europa
9º ano – EF II