1. Faculdade de Ciências Politicas
Curso: Contabilidade e Auditoria
Disciplina de: Auditoria Financeira
Palestra Risco em Auditoria
Docente: MBA Penina Bonate Ano:2016
1
2. Risco em auditoria
A auditoria muitas vezes não abrange a verificaçao de
todas as operações e recursos utilizados pela entidade
auditada.
O risco de auditoria é o risco de o auditor expressar uma
opinião inapropriada quando as DF’s apresentam
distorções materialmente relevantes
Segundo Baptistista da Costa- risco de auditoria é a
possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião
tecnicamente inadequada sobre demonstrações
contábeis significativamente incorretas”.
2
3. Analise do Risco
No processo de uma auditoria, a analise do risco é feita com base
na informacao recolhida sobre a entidade.
O auditor deve:
1. Identificar os processos/areas de risco;
2. Medir os riscos em termos de probabilidade e relevancia;
3. Avaliar a gestao do risco da organizacao;
4. Direccionar a auditoria para as areas de maior risco e dar
prioridade a actividades nessas areas.
3
4. Cont.
Deve-se salientar também, que em virtude da
complexidade que envolve o processo de auditoria,
alguns problemas ocorridos na contabilidade da
empresa podem não ser percebidos pelo auditor,
caracterizando assim o risco de auditoria.
Para reduzir o risco de auditoria é necessario que o
auditor escolha criteriosamente os seus métodos de
exame e recolha de evidencia suficiente, de forma a
que obtenha uma base razoavel para a emissão da
sua opinião.
4
5. Cont.
Vamos considerer neste capitulo 3 tipos de riscos
1. Risco Inerente;
2. Risco de controlo; e
3. Risco de deteccao
Risco inerente- é definido como sendo a susceptibilidade
do saldo de uma conta ou tipo de operação, á erros
importantes independentemente dos efeitos dos controles
internos correspondentes.
O risco inerente é, portanto, influenciado pela natureza da
conta, pelo tipo de transações e por outros fatores,
podendo ser citados os exemplos a seguir:
Cálculos complexos têm mais probabilidade de conter erros
que cálculos simples; 5
6. Cont.
O caixa é mais suscetível ao roubo que o estoque de
carvão; As contas derivadas de estimativas contábeis
têm maior risco que as rotineiras; Mudanças nas
condições gerais de negócios, podem influenciar a
gerência para que, deliberadamente, distorça as contas
anuais.
6
7. Cont.
Risco de Controle - é o risco de que uma distorção
não tenha sido prevenida, tempestivamente pelo
controle interno da entidade
De acordo com Perez Junior (1998, p. 39), “risco de
controle – é o risco de não haver um bom sistema de
controles internos que previna ou detecte em tempo
utel erros ou irregularidades relevantes”.
7
8. Cont.
Risco de detecção: - é o risco de que os procedimentos
executados pelo auditor não detectem uma distorção
potencialmente relevante, individualmente ou em conjunto,
Neste contexto, os procedimentos adotados pelo auditor
podem induzi-lo à conclusão de não existencia de erros
ou situações de problemas quando na verdade eles
existem de fato,fazendo com que o auditor tenha uma
opinião inadequado
8
9. Existe uma relacao inversa entre a materialidade e
o nivel do risco de auditoria; assim quanto maior for
o nivel de materialidade menor será o risco de
auditoria e vice versa.
Isto é, quanto maior a necessidade de realizacao de
testes e recolha de evidencias devido ao nivel de
materialidade alto, menor o respectivo risco de
auditoria;
Inversamente, quanto menores a quntidade de
testes e recolha de evidencias maior é o risco de
auditoria. 9
Risco de auditoria - continuacao
10. Cont.
Deve-se ressaltar que quanto maior for o risco de
detecção, maior deverá ser a aplicação dos testes
substantivos ;
Podemos caracterizar risco de detecção como um risco
exclusivo da auditoria, pelo fato de decorrer em sua
totalidade por falhas cometidas em função de
procedimentos inadequados de auditoria,
Pela aplicação de sistemas de testes ineficazes, ou pelo
facto de serem auditores inaptos e com dificuldades
de interpretação dos resultados dos testes efetuados.
10
11. Avaliação Preliminar dos Riscos
Ao avaliar uma auditoria, os auditores avaliam não
só o tipo de risco, mas, acima de tudo, quanto
representa o risco presente, avaliando os riscos
relativos associados com as várias actividades,
processos e operações e classificando-as por órdem
dos seus níveis relativos de risco, auditando
prioritariamente as áreas de maior risco.
12. Avaliação Preliminar dos Riscos
A classificação do risco é efectuada geralmente, com
base na experiência do auditor em entidades
específicas, socorrendo-se em alguns casos na
informação adicional recolhida pela gestão e
outras fontes.
O factor que mais afecta as probabilidades é o
controlo interno. Os controlos eficientes reduzem
a probabilidade de perda e, por conseguinte, o
risco. Os controlos deficientes aumentam a
probabilidade de perda.
13. Avaliação Preliminar dos Riscos
O Planejamento deve levar em consideração
principalmente:
1. Cronograma da entidade para emissão de relatórios; 2.
Determinação da materialidade;
3. Identificação preliminar de áreas em que pode haver
maior risco de distorções relevantes;
4. Resultados de auditorias anteriores envolvendo a
avaliação da efetividade dos controles internos;
14. Avaliação Preliminar dos Riscos
5. Natureza (qual o teste), oportunidade (quando) e
extensão (profundidade) dos procedimentos de
auditoria que serão aplicados;
6. Existência de entidades associadas, filiais e partes
relacionadas, atingidas pelo trabalho;
7. Uso de trabalho de especialistas;
8. Riscos de auditoria (relacionados ao volume e
complexidade); e,
9. Disponibilidade do trabalho dos auditores internos e a
extensão da eventual confiança do auditor nesse
trabalho.
15. Cont.
As materias a serem consideradas pelo auditor ao desenvolver
o plano global da auditoria compreendem:
a) Conhecimento do negócio;
b) Conhecimento dos sistemas contabilísticos e de controlo
interno;
c) Risco e materialidade;
d) Natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos.
16. FRAUDES E ERROS
O termo fraude -em auditoria refere-se a um acto
tencional ,
De manipulação, omissão de transações, adulteração
de documentos, de registos contábeis por parte de
uma ou mais pessoas entre os gerentes, empregados ou
terceiros, com vista a desvirtuar as demonstrações
financeiras.
16
17. A fraude pode ser caracterizada por
Manipulação, falsificação ou alteração de registos
ou documentos;
b) Apropriação indevida de activos;
c) Omissão dos efeitos de transacções constantes
dos registos ou documentos;
d) Registo de transacções sem substância;
e) Incorrecta aplicação de políticas contabilísticas.
apropriação indébita de ativos;
c) supressão ou omissão de transações nos
registros contábeis;
e) aplicação de práticas contábeis indevidas.
17
18. Erro em Auditoria
O termo "erro" aplica-se a actos involuntários de
omissão, desatenção, desconhecimento ou má
interpretação de factos na elaboração de registros e
demonstrações contábeis, bem como em transações e
operações da Entidade, tanto em termos físicos quanto
monetários.
a) Erros matemáticos ou de escrituração nos registos e
dados contabilísticos
b) Incorrecta aplicação de políticas contabilísticas.
18
19. A RESPONSABILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO
É responsabilidade primaria da Adminestraçao
prevenir e identificar fraudes e/ou erros que possam
ser cometidos na entidade,
é também da responsabilidade da adminestração
efectuar a manutenção adequada dos sistemas de
controle interno,
que por algum motivo , não eliminam os riscos que
por algum motivo ocorrem.
19
20. A RESPONSABILIDADE DO AUDITOR
O auditor não é responsável nem pode ser
responsabilizado pela prevenção de fraudes ou erros.
Entretanto, ele deve planear o seu trabalho avaliando
o risco de sua ocorrência, de forma a ter grande
probabilidade de detectar-los.
O auditor ao detectar erros ou fraudes tem a obrigação
de comunicá-los à administração da entidade e sugerir
medidas corretivas, informando sobre os possíveis
efeitos no seu parecer.
20
21. Cont.
8. O auditor deverá avaliar criticamente os sistemas
contábiles, incluindo o controle interno, tanto em
termos de concepção quanto ao funcionamento
efetivo, concedendo especial atenção às condições ou
eventos que representem aumento de risco de fraude
ou erro, que incluem:
a) estrutura ou atuação inadequada da administração
da entidade auditada ou de alguns dos seus membros;
21
22. Cont.
b) transações que pareçam anormais;
c) problemas internos no cumprimento dos prazos das
recomendações de auditoria;
d) fatores específicos no ambiente de sistemas de
informação computadorizados.
22
24. RA = RI*RC*RD
Onde;
RA = Risco de auditoria
RI = Risco Inerente;
RC = Risco de controlo;
RD = Risco de Deteccao
24
Fórmula para cálculo do risco de auditoria
25. Faculdade de Ciências Politicas
Curso: AGH
Disciplina de: Auditoria
Controlo interno
25
26. Controlo Interno
Controlo interno – definiçao: É aquele que
Compreende o plano da organização e todos os metodos e
procedimentos adoptados pela administracao de uma entidade
para auxiliar e antigir os objectivos da gestao tanto quanto for
praticavel. (IFAC)
O sistema de controlo interno tambem é definido por Peleias, como
uma combinacao de politicas, procedimentos, sistemas
operacionais, de informacao e outros instrumentos, mantidos
pelas organizacoes.
26
27. Controlo Interno
O controlo interno pode classificar-se em:
a) Controlo interno administrativo
Inclui o plano de organizacao e os procedimentos e registos que
se relacionam com os processos de decisao e que conduzem à
autorizacao das transaccoes pelo orgao de gestao; serve de ponto
de partida para um controlo interno contabilistico sobre as
transaccoes.
27
28. Controlo Interno
b) Controlo interno Contabilistico
Compreende o plano de organizacao e os registos e
procedimentos que se relacionam com a salvaguarda dos activos
e com a confianca que inspiram os registos contabilisticos de
modo que proporcionem certeza razoavel de que:
I. As transaccoes sao executadas de acordo com uma autorizacao
geral ou especifica do orgao de gestao;
II. O registo das operacoes mantenha um controlo sobre activos e
permitam a preparacao das DF’s em conformidade com os PCGA
ou outros criterios aceites;
28
29. Cont.
Os objectivos do controlo interno visam assegurar:
a) A confianca e a integridade da informacao;
b) O cumprimento das politicas, planos, procedimentos,
leis e regulamentos aplicaveis;
c) Salvaguarda de activos;
d) Utilizacao eficiente e economica de recursos;
e) Realizacao de objectivos e metas fixados para as
operacoes ou programas
29
30. Cont.
O controlo interno compreende:
a) O plano da organizaçao que proporciona uma apropriada
segregaçao de responsabilidades funcionais;
b) Um sistema de autorizaçao e procedimentos de registos a fim
de proporcionar um controlo contabilistico razoavel sobre os
activos, passivos, reditos e gastos;
c) praticas a serem seguidas no desempenho dos deveres e das
funçoes de cada um dos departamentos de uma empresa;
d) Um pessoal de qualidade compativel com as respectivas
responsabilidades
30
31. Cont.
O sistema de controlo interno integra cinco componentes
interligados a saber :
Ambiente de controlo,
Avaliação do risco,
Procedimentos de controlo,
Informação e Comunicação e a
Monitorização do controlo,
31
32. Cont.
a)Ambiente de Controlo: O ambiente de controlo reflecte a
postura e consciencialização dos órgãos de gestão face ao
sistema de controlo interno, e que por sua vez, se irá espelhar
em todos os colaboradores da entidade.
O ambiente de controlo compreende alguns factores
determinantes e sobre os quais o auditor deve procurar ter
um correcto entendimento,
Como a integridade e valores éticos, compromisso para a
competência, participação do órgão de gestão ou fiscalização,
filosofia e estilo operacional da gestão, estrutura
organizacional, atribuição de autoridade e responsabilidade e
politicas e práticas de recursos humanos.
32
33. Cont.
b)Avaliação do Riscos : A avaliação dos riscos de uma
entidade, do ponto de vista do relato financeiro,consiste na
identificação, análise e gestão dos riscos relevantes na
preparação das demonstrações financeiras para que sejam
apresentadas de uma forma verdadeira e apropriada tendo
em conta os princípios contabilísticos geralmente aceites.
Estes riscos podem advir de circunstâncias tais como:
mudanças no ambiente operacional, novo pessoal,
mudanças nos sistemas de informação, rápido crescimento,
novas tecnologias, novas linhas de produtos ou actividades,
reestruturação de sociedades, operações no estrangeiro, ou
alterações nas normas contabilísticas .
33
34. Cont.
O auditor deve procurar obter um correcto entendimento
acerca da forma como a gestão da entidade considera os
riscos relevantes para o relato financeiro e quais as acções
que leva a cabo para a mitigação desses mesmos riscos.
c)Procedimentos de Controlo
Os procedimentos de controlo são as políticas e
procedimentos que visam assegurar que as directivas da
gestão são executadas.
Os procedimentos de controlo podem ser divididos em:
análises de desempenho,
processamento da informação,
controlos físicos e segregação de funções.
34
35. Cont.
d)Informação e Comunicação
O sistema de informação compreende as tarefas
estabelecidas para registar, processar, resumir e relatar as
transacções da entidade e a manter a informação credível
relativamente aos activos, passivos e capital proprio
e) Monitorização:
O processo de monitorização consiste na avaliação da
qualidade do desempenho do controlo interno ao longo do
tempo, com vista á tomada de acções correctivas
atempadamente se necessário.
35
36. Cont.
Procedimentos para obter a Compreensão
do Controlo Interno:
Para obter um correcto entendimento dos controlos relevantes
para o planeamento da auditoria, o auditor deve executar
procedimentos que lhe proporcionem um conhecimento
suficiente do funcionamento e estrutura dos controlos
relevantes que digam respeito a cada um dos cinco
componentes do controlo interno e verificar se foram, ou
não, postos em execução.
Este conhecimento pode ser obtido através de experiência
anterior com a entidade e procedimentos, tais como,
inquéritos, observação dos procedimentos e inspecção á
documentação relevante
36
37. Cont.
Testes aos controlos internos :
Os testes aos controlos internos da empresa servem para o
auditor compreender a forma como o controlo interno é
aplicado e se cumpre a sua função de forma efectiva.
De uma forma geral, os testes são realizados com base em
técnicas de amostragem que permitam retirar conclusões
aplicáveis a toda a população, com algum grau de
confiança.
37
38. Cont.
Podemos distinguir dois tipos de amostragem:
Estatística e
não estatística.
Relativamente á primeira (Estatistica), podemos salientar a
amostragem sobre valores acumulados e a amostragem
numérica.
Quanto á amostragem não estatística podemos destacar a
amostragem por blocos, a amostragem por números
aleatórios e a amostragem sobre valores estratificados.
38
39. Cont.
Outra forma de selecção será através de julgamento
profissional, seleccionando por exemplo itens acima de
determinado valor,
Com a realização dos testes o auditor deve então
classificar o controlo como “Efectivo” ou “Não
Efectivo”, consoante os resultados obtidos.
39
40. Limitações do CI
Existem diversos factores que limitam o controlo interno
como por exemplo:
Nao interesse por parte do orgão de gestão na manutencao
de um bom SCI (para que nao haja confianca e integridade
da informacao)
A dimensão da empresa
A relação custo/beneficio – deve-se verificar se os custos de
implementação do sistema não será superior ao beneficio
que se espera obter dele.
40
41. Cont.
Existencia de erros humanos, e fraudes - As pessoas que
trabalham numa empresa devem ser competentes e integras.
A competencia e idoneidade professional do pessol pode ser
afectada pela negligencia, distracção e a não compreensão
das instruções e pela pratica de erros.
A falta de integridade moral pode conduzir ao conluio e
consequentemente à pratica de actos fraudulentos.
41
42. Cont.
As transacções pouco usuais - as transaccoes pouco usuais,
como por exemplo a venda de sucatas, podem escapar a
qualquer tipo de controlo, pois um SCI é geralmente
implementado para prever transaccoes correntes;
A utilização da informatica – a crescente utilizacao de
meios informaticos constitui importante factor a ter em
consideracao aquando da implementação de um SCI.
42
43. Responsabilidades sobre o Controlo interno duma
empresa.
Cabe ao orgão de gestão de qualquer entidade ou empresa a
implementação de adequados sistemas contabilistico e de
controlo interno.
Para os auditores procederem ao levantamento do SCI
deverão começar por analisar:
Os organigramas
O manual de descrição de funções;
Os manuais de politicas e procedimentos contabilisticos e
das medidas do CI
quaisquer outras informações que se relacionem com o
controlo interno.
43