1. ABRIL2014|EDIÇÃOESPECIALDEANIVERSÁRIO:11ANOSE11SÉRIESDESUCESSO|revistamonet.globo.com
O MELHOR DA TV
BRASILEIRÃO> OSCRAQUESMAISIMPORTANTESDAHISTÓRIADOCAMPEONATO
ABRIL2014INº133IR$13,00
CARGATRIBUTÁRIAAPROXIMADA3,65%
PRÊMIO MONET
Os indicados da quinta
edição com os melhores
da TV por assinatura
ANOS
11SÉRIES
11
GAME OF THRONES BREAKING BAD GREY’S ANATOMY
REPORTAGENS ESPECIAIS
COM AS PRODUÇÕES QUE
MOSTRAM POR QUE VIVEMOS
A ERA DE OURO DA TELEVISÃO
DOWNTON ABBEY
E MAIS
TWO AND A HALF MEN THE BIG BANG THEORY LOST
HOUSE DEXTER MAD MEN THE OFFICE
ENTRAMOS NO CASTELO PARA CONTAR OS SEGREDOS DA PREMIADA SÉRIE SOBRE A
ARISTOCRACIA INGLESA DO INÍCIO DO SÉCULO 20 E QUE CHEGA À QUARTA TEMPORADA
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2. ABRIL+ Mo n et+4 5
SELECIONAMOS OS PROGRAMAS QUE MAIS SE DESTACARAM NA
CHAMADA ERA DE OURO DA TELEVISÃO NORTE-AMERICANA E TAMBÉM FIZERAM PARTE
DA HISTÓRIA DA MONET DESDE A NOSSA PRIMEIRA EDIÇÃO EM 2003
[ E S P E C I A L ]
11ANOS
11SÉRIES
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3. 46+Mo net+ABRIL
por Raquel Temistocles, de Londres*
DEPOIS DE UM FINAL DE TEMPORADA TRÁGICO, A SÉRIE
RETORNA PARA O SEU QUARTO ANO COM A CERTEZA DE QUE A
ARISTOCRACIA BRITÂNICA ULTRAPASSOU FRONTEIRAS E CONQUISTOU MAIS
DO QUE OS CONDADOS – ELA ENCANTOU O MUNDO TODO
> Criador: Julian Fellowes > Elenco: Hugh Bonneville, Michelle Dockery, Elizabeth McGovern, Maggie Smith.
Duração: 2010-atual > Prêmios: 10 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 2 SAG Awards
[ I A PARTIR DO DIA 10, QUINTAS, 22H30, GNT, 41 E 541 (HD) ]
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
Downton
Abbey
MAIS DE DUZENTOS PAÍSES ENTRARAM EM LUTO NO ÚLTIMO ANO.
Não, não foi por causa de nenhum líder político ou celebridade internacional,
mas sim pela perda de um personagem crucial da série que se tornou a queridi-
nha da televisão. Downton Abbey já provou que a terra da Rainha sabe produzir
séries dignas de Hollywood e agora chega à sua quarta temporada com o desafio
de continuar sem o galã da trama: Dan Stevens, famoso pelo papel do correto
Matthew Crawley. “Nós achamos que a perda de Dan Stevens nos deu uma opor-
tunidade fantástica para mudar. Essa mudança nos levou a uma direção totalmente nova que nunca
iríamos imaginar há dois anos – deu à série um propósito novo”, disse o produtor-executivo Gareth
Neame, em entrevista para a imprensa internacional.
Além de Stevens, outra atriz já havia abandonado o figurino do início do século 20 para seguir outro
caminho na indústria do entretenimento. Jessica Brown Findlay, que interpretava Lady Sybil, a caçula
rebelde da família, também passou por uma morte trágica na metade da terceira temporada. Ou seja,
luto duplo dentro da propriedade dos Crawleys e um começo difícil para a série que havia se consolidado
em cima das histórias desses dois personagens, principalmente Stevens.
M
TAMBÉM
DISPONÍVEL
NO NOW
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4. ABR IL+Mo n et+4 7
Voltaporcima – Nesta temporada, o
papel da mulher como força de trabalho fica
em evidência com Lady Edith cada vez mais
engajada em seu emprego no jornal (claro que
a paixão pelo editor casado também tem papel
nisso) e Lady Mary se recuperando e passando
a administrar a parte da herança do seu filho
George nos negócios da família
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5. 48+Monet+ ABRIL
É nesse cenário de reinvenção que
elenco e equipe de produção se viram
diante de um público em dúvida sobre o
destino da série e como ela poderia man-
ter e elevar o sucesso depois de tamanha
mudança. Desculpe desapontar os céti-
cos, mas a quarta temporada de Downton
Abbey chega com tudo e, exibida no final
de 2013 no Reino Unido, alcançou uma
média de audiência de 10 milhões de te-
lespectadores. O segredo? Dar destaque
a outros personagens menores, explorar
a saída de Stevens e Findlay para deixar
o público mais próximo dos viúvos em
questão, e substituir sutilmente os perso-
nagens por outros tão cativantes quanto
– neste ano, Lily James se torna parte do
elenco fixo como Rose e surgem dois no-
vos pretendentes para a viúva Lady Mary.
“Foi dada a Julian [Fellowes, criador da
série]aoportunidadedeescrevercomumaenergiacompletamentediferen-
te,umaenergiaqueestáfocadanadoreemcomoMaryvaicontinuaragora
que o amor de sua vida morreu. Era esse o tipo de sentimento na década
de 20, do pós-guerra, da noção de que a vida é curta. Isso reflete na forma
comoEdithsecomporta,apaixonando-seporumhomemcasado”,analisou
a atriz Laura Carmichael, que interpreta Lady Edith Crawley, a irmã soltei-
rona que se torna, nesta temporada, símbolo da mulher moderna.
PERÍODOENTREGUERRAS – Não é só a saída de dois personagens
que muda a dinâmica do casarão. Tentando manter a mesma noção de
realidadedasprimeirastemporadasaoretrataroiníciodoséculo20,Julian
Fellowes inclui neste ano alguns fatores que, apesar de interessantes para
os telespectadores, acabam colocando a hegemonia da aristocracia britâni-
ca em xeque (como a maior liberdade de escolha das mulheres, a busca e
o interesse dos empregados por uma melhor colocação profissional, o fim
do modelo de negócio dos grandes feudos). Para a atriz Michelle Dockery,
que faz a mocinha Lady Mary, “há um ritmo que mantém o público intri-
gado. E tudo o mais que vem com ele. É uma série bem dirigida, é esteti-
camente linda e o período é algo que faz todos se sentirem nostálgicos, os
tempos eram outros, mais simples...”.
A disputa entre americanos e britânicos também ganha espaço na tempo-
radae,juntocomela,participaçõesespeciaisquedeixamqualquerdiretorde
cinema com inveja. “Ter Shirley MacLaine de volta e ter um ator como Paul
Giamatti... fomos abençoados com pessoas desse calibre. É uma prova da
qualidade do roteiro, do respeito ao trabalho realizado pela produção. É fan-
Sucesso em mais de 200
países, a série coleciona
prêmios e números
impressionantes de audiência
DOWNTON
EMNÚMEROS
11,9
milhões foi o número de telespectadores ligados na
telinha para assistir ao primeiro episódio da quarta
temporada da série, que estreou no Reino Unido no
final de 2013 – e marcou o retorno da família seis
meses após a morte de Matthew. A atração reuniu
também cerca de 10,2 milhões de americanos na es-
treia em janeiro de 2014 nos Estados Unidos pelo canal
PBS. Prova de que, apesar da eventual rixa entre os dois
povos, ninguém resiste ao charmoso sotaque britânico.
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
tástico.Estouloucoparaverquemvirádepois.Talvez
sejaDalaiLamanopróximoano”,brincaoatorHugh
Bonneville, que faz o patriarca Robert Grantham.
Ele está brincando, mas nem tanto. Esse clima de
“tenho o melhor trabalho do mundo” se manteve
durante as entrevistas com o elenco em Londres.
Nãoépormenos:aatraçãocontinuafirmeeforteeo
público se apegou aos costumes dos ricos e refinados
ingleses, mesmo que eles venham acompanhados de
umaclaradistinçãoentrepatrãoeempregado.“Exis-
teumahierarquianacasa,masnãohánenhumahie-
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6. ABR IL+ Mon et+ 4 9
rarquianahistória.Todos,desdeossenhoresatéosempregadosdacozinha,
têmamesmaquantidadedecenas.Achoqueéumadascaracterísticasmais
atraentes da série”, contou o ator Allen Leech, que faz Tom Branson.
Como diz Elizabeth McGovern, intérprete de Cora, Condessa de Gran-
tham, “os programas de maior sucesso são, na verdade, diferentes versões
de dramas familiares, e Downton Abbey não é exceção”. Se até a família real
britânica se reúne para matar as saudades dos tempos áureos da monarquia,
como admitiram os atores, então não há mal em também assistirmos para
prestigiarumaépocabonita,mascruel,que–aindabem–nãovoltamais.
*A jornalista viajou a convite do canal GNT
Downton Abbey não é a única série que retoma o
início do século 20. Confira abaixo algumas produções
que também viajaram no tempo e voltaram à
Primeira Guerra Mundial
AGUERRADENTRODATV
1116
>> A minissérie criada por Nigel
Stafford-Clark teve roteiro do
criador de Downton Abbey,Julian
Fellowes. Para lembrar os cem
anos da tragédia,a produção
contou com mais de 80 atores
em quatro episódios sobre
personagens de todos os níveis
sociais e como eles lutaram para
sobreviver ao naufrágio.
>> Semprevisãodeestreiano
Brasil,asérieestreladaporJeremy
Piven(deEntourage)acompanha
HarryGordonSelfridge,fundador
daprimeiralojadedepartamento
daInglaterra.Ahistóriacomeça
em1909e,na2a
temporada,
mostraosmomentosantesda
PrimeiraGuerraeosproblemas
enfrentadospelosnegócios.
>> Também sem data de lança-
mento no Brasil,a série acom-
panha as vidas de habitantes de
um vilarejo no início do século
20 e como tudo se transforma
com a chegada da guerra.Escrita
por Peter Moffat,estreou no ano
passado pelo canal britânico
BBC e tem no elenco John Simm,
Maxine Peake e Charlie Murphy.
>> Exibidaem1999pelaTVGlobo
e reprisada em 2010 pelo canal
VIVA,a minissérie brasileira trazia
Gabriela Duarte e Regina Duarte
na pele da musicista Chiquinha
Gonzaga em duas fases de sua
vida.A artista,que sofreu represá-
lias pelos ideais revolucionários e
abolicionistas,teve sua trajetória
contada em 38 capítulos.
indicações ao Emmy fizeram
da série a produção britânica de
televisão mais indicada da história
do prêmio até 2012. Até hoje, entre
categorias técnicas e principais,
Downton Abbey conquistou 10 prê-
mios, sendo dois deles para Maggie
Smith como Melhor Atriz Coadju-
vante em uma série dramática.
anosjásepassaramnatramadesdea
estreiadasérieatéoúltimoepisódioda
quartatemporada.Oprogramacomeça
em1912,comonaufrágiodoTitanic,ea
buscadeumnovoherdeiroparaDown-
ton;passapelaPrimeiraGuerraMundial,
entre1914e1918,echegaatéomomento
atualdospersonagens,em1923,comas
mudançascausadaspelaguerra.
TITANIC(2012)
MR.SELFRIDGE(2013 – ATUAL)
THEVILLAGE (2013 – ATUAL)
CHIQUINHAGONZAGA (1999)
Tempos modernos – À esquerda, um dos casais
mais queridos pelo público passa por momentos difíceis
quando Anna (Joanne Froggatt) sofre uma agressão.
Na foto maior, Lady Mary (Michelle Dockery) entre
seus dois pretendentes, Lord Anthony Gillingham (Tom
Cullen) e Charles Blake (Julian Ovenden). Ao lado,
Lady Edith (Laura Carmichael) sofre com o amor de um
homem casado, e Lily James, como a espevitada Lady
Rose. Acima, o cantor de jazz Jack Ross (Gary Carr),
que vai mexer com o coração de Rose e chocar a família
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7. 50+Mo net+ABRIL
ERIA A NOVA PLANTÃO MÉDICO?
Essa era a dúvida do público quando
Grey’sAnatomy fez sua estreia em
2005. A criadora, Shonda Rhimes,
era uma roteirista pouco conhecida
no mundo da televisão, mas bastaram
alguns episódios para que se tornasse a grande diva das
séries dramáticas (agora ostenta PrivatePractice e Scandal
no currículo). Desde a 1a
temporada, que conquistou
média de audiência de 18 milhões de telespectadores, a
atração se consolidou e muita coisa mudou.
Alguns atores resolveram seguir seus caminhos longe
do melodrama que ronda o hospital (saibamaisno boxao
lado). Neste ano, será Sandra Oh, a Dra. Cristina Yang,
a abandonar o elenco. Novos estagiários entram a cada
dois ou três anos e todo final de temporada reserva uma
tragédia para fazer o público ficar com o coração na mão.
Para Sara Ramirez, intérprete da Dra. Callie Torres:
“Mudança é tudo. Para crescermos e evoluirmos, ela
precisa ocorrer. Então os roteiristas vivem arrumando
maneiras de mudar o hospital, às vezes de um modo
por Luís Alberto Nogueira
>Criadores:J.J.Abrams,Jeffrey Lieber e Damon Lindelof > Elenco: Mat-
thew Fox,Evangeline Lilly,Terry O’Quinn e Michael Emerson >Duração:
2004-2010 > Prêmios:10 Emmy Awards,1 Globo de Ouro e 1 SAG Awards
[ I TODOS OS DIAS, 12H, 20H E 0H, SONY SPIN, 141 ]
Lost
por Vana Medeiros
MESMO PERDENDO AUDIÊNCIA COM A
ENTRADA DE ASHTON KUTCHER,PROGRAMA
SUSTENTA LEGADO DA SITCOM NA TV
HÁ DEZ TEMPORADAS ELES SÃO MESTRES EM
EMOCIONAR QUALQUER UM QUE PASSE PELAS
PORTAS DO FAMOSO HOSPITAL EM SEATTLE
A MAIS AMBICIOSA SÉRIE DA TV É MUITO MAIS
DO QUE UMA HISTÓRIA DE PESSOAS PERDIDAS
> Criador: Chuck Lorre > Elenco: Charlie Sheen, Ashton
Kutcher, Jon Cryer, Angus T. Jones e Conchata Ferrel >
Duração: 2003-atual > Prêmios: 9 Emmy Awards, 4
People’s Choice e 1 Teen Choice
[ I SEGUNDAS, 20H30, WARNER, 132 E 632 (HD) ]
Twoanda
Half Men
Grey’s A
N
S
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
ASUPERFÍCIE,ASÉRIESOBREPASSAGEIROS
que acabam ficando isolados em uma ilha após
o acidente do seu voo, que ia de Sydney a Los
Angeles, seguia a vasta tradição de histórias
que remontam de RobinsonCrusoé a Náufrago.
Porém, debaixo das suas camadas, Lost é sobre
tudo, menos isso. Trata-se de uma odisseia sobre esperança,
livre-arbítrio, solidariedade, redenção, conexões entre as pessoas,
vida e morte. A viagem é assim mesmo, ampla, apresentando a
cada episódio mais perguntas do que respostas. A montagem do
quebra-cabeça fica ao gosto do freguês, como nas melhores obras
de ficção, mas acabou causando muita polêmica, principalmente
no episódio final. “Eu queria que Lost fosse aberta a interpretações
e que houvesse espaço para que as pessoas tivessem suas próprias
experiências”, resumiu recentemente um de seus produtores,
Carlton Cuse. Portanto, fique tranquilo: não existe certo ou errado,
o que importa é o que você, no seu íntimo, apreendeu.
OBRASILNAILHA
>> À época iniciando o sonho americano,Rodrigo
Santoro foi nossa presença brasileira em Lost,
interpretando Paulo,um sujeito de caráter dúbio
e envolvido em um roubo de diamantes que
aparece apenas na terceira temporada da série.
Foram no total 14 episódios,até que seu persona-
gem encontra seu destino.Ou seja,bate as botas.
OBR
>> À época iniciando o
Santoro
interpret
e envolv
aparece apenas na
Foram no
gem encontra
TAMBÉM
DISPONÍVEL
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133LostTwoGreys.indd 50 18/03/2014 17:36:49
8. AB R IL+Mo n et+5 1
por Raquel Temistocles
> Criadora: Shonda Rhimes > Elenco: Ellen Pompeo, Sandra Oh, Justin Chambers e Patrick
Dempsey > Duração: 2005-atual > Prêmios: 4 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 3 SAG Awards
[ I QUARTAS, 21H, SONY, 133 E 633 (HD) ]
s Anatomy
Aturmadobisturi – Na foto, o
elenco original na promoção da terceira
temporada, que rendeu um Emmy para
Katherine Heigl e um Globo de Ouro de
Melhor Série Dramática em 2007
U
M DOS GÊNEROS MAIS AMA-
dos da TV norte-americana, a
sitcom, está morrendo. Os índi-
ces de audiência estagnados ain-
da mantêm séries com as “risadas
de claque”, mas os públicos mais jovens rejeitam
quase todas as séries como esta. Quase.
No meio da guerra entre comédias de uma
câmera (como Modern Family) e multicâmeras (as
sitcoms como Friends), existe um Chuck Lorre. O
atual rei do formato iniciou sua hegemonia em
2003 com aquela que seria sua maior série – Two
and a Half Men. Primeiro com Charlie Sheen, que
passou nove anos como astro da atração, colocou
no ar um humor escrachado, politicamente incor-
reto e a alternativa ideal para quem não aguenta-
va mais os bons moços da TV.
Para a alegria do telespectador, a atração
revelou ainda o veterano – mas pouco reconheci-
do até então – Jon Cryer, que vive Alan, o irmão
problemático e pobre de Charlie.
CharlieXAshton
AmaldiçãoGrey
>>CharlieHarper
VividoporCharlie
Sheen,oprimeiro
protagonistadeixoua
atraçãoporcontade
brigascomoelenco
ecomLorre.Músico
eboêmio,elenunca
passavamaisdeuma
noitecomamesma
mulher,oopostodeseu
irmãoperdedor
>>IsaiahWashingtonsaiuem2007,
apósopolêmicocomentáriohomofó-
bicofeitoaT.R.Knight.Oator,quevolta
aGrey’snesteano,participoudeséries
efilmesmenores,masnãoconseguiu
repetirosucessodoDr.PrestonBurke.
>>KatherineHeiglviveu a Dra.Izzie
até 2010.Ela reclamou sobre a jornada
de trabalho e decidiu se dedicar ao
cinema.O investimento nas comédias
românticas não deu certo e,hoje, ela
pede ajuda na internet para o financia-
mento do seu próximo filme.
>>T.R.KnightinterpretouoDr.George
O’Malley.Eleterminousuajornadana
sérienofimdaquintatemporadaapós
boatosdequeestariainsatisfeitocom
osrumosdoseupersonagem.Depois,
fezsomenteumaparticipaçãoemThe
GoodWifeenofilme42(2013).
>>WaldenSchmidt
Com a saída do pri-
meiro astro, no nono
ano, os produtores op-
taram por substituí-lo
como alternativa ao
cancelamento. Entra
então Walden, papel
de Ashton Kutcher, um
bilionário que compra
a mansão de Harper
após sua morte
sutil, às vezes não tão sutil”, conta em entrevista à MONET.
Inquietações à parte, os romances continuam tórridos, e o
casal protagonista, Meredith Grey (Ellen Pompeo) e Derek
Shepherd (Patrick Dempsey), já renovou contrato para mais
dois anos. “Pessoalmente estou descobrindo que há coisas
bem legais na longevidade. Como atriz, é um milagre se seu
seriado vai além do piloto, então é um precedente que se
abre, é uma realização”, afirma Chandra Wilson, a durona
Miranda Bailey. Com o fim de Grey’slonge de chegar, nos
resta esperar qual será a tragédia da vez na atual temporada
que marca nove anos da série. Long liveGrey’s!
TAMBÉM
DISPONÍVEL
NO NOW
133LostTwoGreys.indd 51 18/03/2014 17:36:56
9. 52+Monet+ ABRIL
por Vana Medeiros
> Criador: Vince Gilligan > Elenco: Bryan Cranston, Aaron Paul, Anna Gunn, Dean Norris e Bob Odenkirk > Duração: 2008-2013
> Prêmios: 10 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 3 SAG Awards
[ I TODOS OS DIAS, 4H30, AXN, 135 E 635 (HD) ]
Breaking BadO PROCESSO DE VILANIZAÇÃO DE UM HERÓI É O TRUNFO DA SÉRIE ESTRELADA POR BRYAN CRANSTON
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
U
M PROFESSOR DE QUÍMICA DE
Albuquerque, Novo México, desco-
bre um câncer de pulmão e recebe
uma sentença de morte. Pensando
em deixar sua família segura, passa
então a produzir metanfetamina e se
torna o mais procurado traficante do país. Esta é a insti-
gante premissa de Breaking Bad, série que durou cinco
temporadas e conquistou milhões de fãs, especialmente
em seus momentos finais.
A atração, que começou quase despercebida pela
massa norte-americana, tinha uma missão: contar a
história de Walter White em cinco temporadas, já pla-
nejadas de antemão por seu criador, Vince Gilligan. E
foi este plano cuidadosamente cumprido que permitiu
ao autor ter um admirável controle do processo, muito
raro nas produções do tipo.
Gilligan conseguiu, portanto, construir a saga de um
anti-herói. O que faz um homem comum se tornar um
vilão, abrir mão de seus conceitos de moral e de uma
VERSÃO LATINA
>> O sucesso estrondoso de BreakingBad, especialmente em sua reta final,rendeu
frutos não só para sua equipe.A Sony Pictures Television,detentora do formato da
série,concedeu os direitos para a produção de uma versão em espanhol,destinada
ao mercado latino-americano.O programa deve se chamar Metástasis,uma
referência à doença de Walter White (agora Walter Blanco) e à droga que ele produz.
A atração deve estrear no segundo semestre e,pelos clipes já divulgados,seguirá a
série original praticamente quadro a quadro,com adaptações para a cultura latina.
vida inteira construída dentro da lei para se tornar um crimi-
noso? No manual de Breaking Bad existem duas respostas para
esta pergunta: o ego e a proximidade da morte.
O personagem de Bryan Cranston começa sua jornada ale-
gando ao mundo – e a si mesmo – que está nesta por dinhei-
ro. Mas nunca foi sobre isso. O que o modesto professor de
química encontrou do outro lado de sua sentença de morte foi
uma fuga de sua mediocridade. Junto com a proximidade do
fim, ele se defrontou com a proximidade do esquecimento.
Walter, como todos nós, é apenas um, só pode ser apenas
um, e nunca vai escapar da inevitabilidade de ser Walter. E
a vida há de ser mais do que isso. Seu alter ego Heisenberg
se desvela como o perfeito plano de fuga: quando incorpora
o competente traficante ele é o melhor, é indispensável, é
alguém, o protagonista de uma história maior do que ele.
E não é isso que todos queremos? Parafraseando Gilligan,
esta é uma história do homem comum ao mais antiético dos
vilões, e que termina por alcançar cada um de nós.
TAMBÉM
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133BreakinkBad.indd 52 18/03/2014 17:37:54
10. ABR IL+ Mon et+ 5 3
Say My Name – A série tirou o ator
Bryan Cranston do papel de eterno
coadjuvante e lhe deu prêmios. Seu
personagem mais conhecido até então
havia sido o pai Hal na sitcom familiar
Malcolm in the Middle
>> SEINFELD
Um dos seriados mais idolatrados
do mundo,esta comédia escrita
por Jerry Seinfeld amargou duas
temporadas no completo
ostracismo antes de poder
respirar aliviada longe das garras
do cancelamento no canal NBC
>> FAMILYGUY
A animação foi cancelada duas
vezes – em 2000 e em 2002.
Da primeira vez,foram os fãs que
ressuscitaram o programa.Na
segunda,o canal Adult Swim exi-
biu um terceiro ano de sucesso e
fez a Fox se arrepender da decisão
>>SIXFEETUNDER
Estehojeaclamadodramaestreou
naHBOnaépocademaiorsucesso
deFamíliaSoprano,efoichamado
peloscríticosde“imitaçãobarata”
e“pretensiosa”. Foramnecessárias
duastemporadasparaqueAlan
Ballprovassesuaconsistência
>> PARKS&RECREATION
A primeira temporada da comédia
de Leslie Knope foi um retum-
bante fracasso.A NBC teve de ser
convencida a dar a Amy Poehler
uma segunda chance,e o risco
compensou.Hoje é uma das mais
elogiadas atrações do canal
Nem todos os sucessos da TV agradaram ao público na primeira tentativa. Algumas chegaram a ser canceladas antes da fama
SÉRIESQUEDEMORARAMPRAPEGAR
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11. 54+ Monet+ ABRIL
por Luís Alberto Nogueira, Raquel Temistocles e Sarah Mund
> Criador: David Shore > Elenco: Hugh Laurie, Robert Sean Leonard, Lisa Edelstein, Jennifer Morrison, Olivia Wilde, Omar Epps
e Jesse Spencer > Duração: 2004-2012 > Prêmios: 5 Emmy Awards, 2 Globos de Ouro e 2 SAG Awards
[ I SEGUNDA A SEXTA, 17H, UNIVERSAL CHANNEL, 130 E 630 (HD) ]
HouseO PROGRAMA QUE MOSTROU QUE NÃO SÓ DE MÉDICO – E DE CHATO – TODO MUNDO TEM UM POUCO
D
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
ESDE O PRIMEIRO EPISÓDIO ESTAVAM
claras as intenções de David Shore ao com-
poromédicotãobrilhantequantorabugen-
to, vítima de dores excruciantes na perna,
obcecado por enigmas e viciado em vicodin
(poderoso narcótico derivado de opiáceos).
A ideia era misturar dois dos gêneros mais
bem-sucedidos da TV norte-americana: as séries médicas e as
de investigação, em especial o chamado procedure, no melhor
estilo CSI. E ainda com uma referência clássica muito especial.
“Sempre quis fazer um paralelo entre as histórias de House e
Sherlock Holmes. Não é uma analogia perfeita, mas foi
algo consciente desde o começo da série. É gratificante,
e a inspiração de Conan Doyle foi valiosíssima: veio
de lá a obsessão do personagem pela racionalidade;
para Holmes e House, nada realmente importa se não fizer sen-
tido”, afirmou Shore, em entrevista à MONET, ainda durante a
terceira temporada da série – outras cinco viriam, sempre com
o mesmo sucesso nos EUA e no mundo todo. “Estas histórias
poderiam se passar em qualquer lugar. Não são histórias ameri-
canas ou brasileiras. São a respeito de seres humanos.”
Outra chave está na performance do britânico Hugh Laurie,
que encontrou em Gregory House o papel da vida. De acordo
com o autor de O Guia Oficial de House, Ian Jackman, é o balan-
ço entre os scripts e o seu protagonista que fizeram o seriado
ter tanta repercussão. “Os roteiros excelentes deram material
para Hugh Laurie brilhar; e Laurie é quem faz que os textos
ganhem vida de forma tão forte. Com um outro House e
diferentes escritores, seria um programa bem menos efe-
tivo.” Elementar, caro telespectador.
CAPASDAMONET
>> #68 – novembro/2008
Hugh Laurie falou das coisas
que tinha em comum com seu
personagem.“Sou um pé-no-saco”,
resumiu na entrevista
>> #104 – novembro/2011
Nossa reportagem fez um
diagnóstico da longevidade da
série e já adiantava que sua
trajetória estava no final
>> #79 – outubro/2009
Elaboramos um guia completo da
série,com os melhores episódios
(até aquele ponto),convidados e
ficha dos personagens
>> # 110 – maio/2012
Em capa exclusiva para bancas,
homenagem para o último episódio
do seriado.E Laurie disse que
jamais faria TV novamente
133HouseOfficeDexter.indd 54 18/03/2014 17:43:04
12. ABR IL+ Mon et+ 5 5
por Vana Medeiros
por Luís Alberto Nogueira e Sarah Mund
COMÉDIA POPULARIZOU MOCKUMENTARY
NOS EUA E FEZ DE STEVE CARELL UM ASTRO
MICHAEL C.HALL SE TORNOU A ENCARNAÇÃO
DO MAL – PARA QUEM DEVE ALGUMA COISA
> Criadores: Ricky Gervais e Stephen Merchant >
Elenco: Steve Carell, Rainn Wilson, John Krasinski e
Jenna Fischer > Duração: 2005-2013 > Prêmios: 5 Emmy
Awards, 1 Globo de Ouro e 2 SAG Awards
[ I SEGUNDAS, 6H10, FX, 134 ]
The Office
Dexter
N
CULTURA POP NÃO RESISTE A UM VIGI-
lante. Está aí o Batman, que não deixa mentir.
Mas o legista Dexter Morgan atualiza e leva a
proposta à enésima potência, em sintonia com
os tempos pós-modernos. Ele não só detém os
criminosos, esquarteja-os e joga seus pedaços na
baía de Miami. É antes de tudo um psicopata que elimina
criminosos, uma espécie de anjo exterminador. “Não acho
que Dexter glorifica os serial killers. Você não olha para o
protagonista e diz: ‘Uau, que vida legal esse cara tem’. Mas
tenho de admitir que as pessoas admiram suas habilidades. É
um homem proativo”, resumiu Michael C. Hall, em entrevista
exclusiva à MONET, com o humor negro e afiado como uma
navalha que permeou suas oito temporadas sangrentas.
ÃOFOIAPRIMEIRASÉRIESOBREAMBIENTES
de trabalho, nem a primeira comédia sobre
o assunto, e – por pouco – também não foi o
primeiro no formato mockumentary (comédias
com tom documental). Mas The Office, criada
por Ricky Gervais na Inglaterra em 2001 e levada
para os Estados Unidos, foi a primeira a popularizar o formato e,
mais importante do que isso, a entendê-lo.
O gênero precisa da honestidade em seus personagens, e
não dos depoimentos para a câmera ou do modo como a cena
é filmada. Assim, como em toda ficção, forma é conteúdo. E o
modo como os personagens se inscrevem na tela altera o que eles
comunicam, e nossa maneira de vê-los. Logo, suas histórias.
As câmeras no escritório estão ali, portanto, para nos mostrar
o quanto as pessoas podem ser mesquinhas e autocentradas
quando filmadas – ou seja, humanas. Justamente no momento
em que tentam não deixar registradas suas imperfeições, os
funcionários da Dunder Mifflin nos fazem amá-los ainda mais.
Aos poucos, no entanto, eles vão esquecendo que estão sendo
filmados e expondo com isso seu lado mais dolorosamente
honesto. A TV está repleta de programas sobre ambições, mas
muito poucos sobre frustrações. São personagens que atingiram
frustrantes índices de sucesso, e que todos sabemos que nunca
vão passar disso. Nem sempre têm, porém, consciência de sua
mediocridade, mas só resta a eles continuarem suas jornadas
diárias, amenizando-as com as distrações do dia a dia, como
conversas com os colegas de trabalho ou inúmeras festas de
empresa que ocuparam a sala de reuniões da filial de Scranton.
Em uma era em que as séries se preocupam muito mais com
mirabolantes tramas do que com a consistência dos personagens
que vão embrenhá-las, The Office ousou desviar esta rota. A
comédia fez de seu principal terreno a pequenez do cotidiano,
as silenciosas tragédias que preenchem a maior parte de nosso
tempo, e fez com que o íntimo se tornasse grande, o pequeno
assumisse sua devida importância.
“Achoqueacoisamais
complicadadeDexteréqueele
temdeestarsempredissimulando
seucomportamento.Emcerta
medida,comoatores,éo
quefazemostambém”
A
> Criador: James Manos Jr. (baseado em obra de
Jeff Lindsay) > Elenco: Michael C. Hall, Jennifer Carpenter,
Lauren Vélez, C.S. Lee e James Remar
> Duração: 2006-2013 > Prêmios: 4 Emmy Awards,
2 Globos de Ouro e 1 SAG Awards
[ I DOMINGOS, 8H, FX, 134 ]
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por por Raquel Temistocles e Sarah Mund
> Criador: David Benioff, D.B. Weiss > Elenco: Peter Dinklage, Lena Headey, Emilia Clarke, Kit Harington, Sophie Turner, Alfie Allen, Jack Gleeson,
Nikolaj Coster-Waldau, Liam Cunningham e Iain Glen > Duração: 2011 -atual > Prêmios: 10 Emmy Awards, 1 Globo de Ouro e 3 SAG Awards
[ I A PARTIR DO DIA 6, DOMINGOS, 22H, HBO, 171 E 671 (HD) ]
Game of ThronesA SÉRIE QUE VEIO PARA PROVAR COMO PRODUÇÕES ÉPICAS E FANTÁSTICAS TÊM ESPAÇO NA TELEVISÃO
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
GGG
EORGE R.R. MARTIN
é a prova viva de que
o clichê “não sabia
que era impossível, foi
lá e fez” é verdadeiro.
Quando ele largou a car-
reira de roteirista de séries para escrever
a história que ele sonhava contar, não
acreditava que ela seria um dos maio-
res sucessos da história da televisão. A
produção começou com 2,2 milhões de
telespectadores na sua estreia nos EUA,
em 2011, e chegou à marca de 5,3 mi-
lhões no final da 3ª temporada, em 2013.
No quarto ano, a expectativa é de manter
esses números. O que não deve ser um
desafio. A base de fãs de Game of Thrones
cresceu tanto que, em vez dos livros que
TAMBÉM
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133GameOfThrones.indd 56 18/03/2014 17:39:49
14. ABRIL+ Mo n et+5 7
Incertezasnoreino – Mesmo os poderosos enfrentam
problemas no 4º ano: Joffrey (Jack Gleeson) procura comprar
estabilidade no reino através de um casamento; Daenerys
(Emilia Clarke) continua tentando conquistar mais povos;
Sansa (Sophie Turner) quer tirar o melhor proveito do
indesejado casamento com Tyrion (Peter Dinklage)
POLÍTICA
>> Bill Clinton,como Robert Baratheon (Mark
Addy),é antigo líder com uma queda por mulheres
e casado com uma loira durona.Al Gore era sua
mão direita,como NedStark (Sean Bean),que
vivia falando do clima e nunca ocupou o trono.
HOLLYWOOD
>> Justin Bieber é o típico garoto mimado que
acha que pode fazer o que bem entender,como o
rei adolescente Joffrey (Jack Gleeson),enquanto
acertinhaSelenaGomez,ouSansaStark(Sophie
Turner),entra e sai do seu centro de atenção.
ESPORTES
>> Não dá para negar as semelhanças: a jogadora
de basquete Lauren Jackson é tão altae destemi-
da como Brienne (Gwendoline Christie),e David
Beckhamnão deixa nada a dever ao charme de
Jaime Lannister (Nikolaj Coster-Waldau).
E se tentássemos analisar as relações da vida real como se estivessem no universo de Game of Thrones? Veja como ficou a brincadeira!
GUERRADOSTRONOSDAVIDAREAL
deram origem à atração a impulsionarem, a cada nova tempo-
rada as vendas das obras é que aumentam – até o final de 2013
foram mais de 24 milhões de cópias vendidas no mundo.
Prova da sua popularidade é que até o presidente dos EUA
admitiu ser fã. Barack Obama tem acesso privilegiado aos epi-
sódios inéditos da série, como revelaram os criadores David Be-
nioff e D.B. Weiss em entrevista à VanityFair. Será que o homem
mais influente do mundo também registrou em vídeo suas rea-
ções às cenas como muitos fãs fazem? Se você não acompanha
GameofThrones, saiba que quem assiste à atração vê gente (ser)
morta. O tempo todo. “O George é muito brutal e, antes que
você perceba, mais um personagem se vai. Isso força a audiência
a mudar sua perspectiva. Eu gosto de histórias ousadas, contanto
que ninguém mate meu personagem [risos]”, aponta Iain Glen,
intérprete de Sir Jorah Mormont, em entrevista à MONET.
Com a quantidade de personagens exterminados até agora,
é natural que o novo ano comece com novos nomes no reino
–todos tão dúbios quanto os já conhecidos. Entre os persona-
gens novatos que irão apresentar duas facetas está o príncipe
Oberyn Martell, vivido pelo ator chileno Pedro Pascal. A am-
biguidade é uma característica marcante da trama, o que dá a
oportunidade de desenvolver os personagens por mais tempo.
“Assim eles se tornam mais interessantes, ao contrário de um
filme com o mocinho e o vilão. Assim é mais inteligente, pois
temos tempo para contar uma história realista”, analisa Liam
Cunningham, que vive Sir Davos Seaworth.
E já que a série deve continuar por muitos anos, não se espan-
te se seu personagem favorito não chegar ao final. Como nota
o ator Kit Harington, que vive o bastardo Jon Snow: “Minha
primeira reação quando li [oroteiro] foi de que aquilo não deve-
ria ser permitido, vai contra tudo o que aprendi sobre narrativa.
Quebra barreiras e deixa a sensação de que ninguém está a sal-
vo”. Nada mais apropriado que o slogan da 4ª temporada: “Valar
Morghulis”, ou “todo homem deve morrer”, em português.
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15. Antesdopoliticamentecorreto – Para a audiência de
hoje é chocante ver como eram as coisas nos anos 60. Alguns
exemplos são o comportamento no ambiente de trabalho, a
falta de preocupação com o meio ambiente, a forma de criar os
filhos e o hábito de fumar em qualquer lugar
[ E S P E C I A L | 1 1 A N O S ]
“Mad Men não é abrangente,
não se encaixa facilmente.
Temos muita sorte de sair
primeiro, porque quando
você vem depois parece
que está tentando fazer
uma cópia”– Jon Hamm
por Sarah Mund
PROVA DA INFLUÊNCIA DA SÉRIE FOI COMO
ELA CONTRIBUIU PARA A VOLTA DO ESTILO
SESSENTISTA NA MODA E NA DECORAÇÃO
> Criador: Matthew Weiner > Elenco: Jon Hamm, Elisabeth
Moss, January Jones, John Slattery, Christina Hendricks e
Vincent Kartheiser > Duração: 2007-2014 > Prêmios: 15 Emmy
Awards, 4 Globos de Ouro e 2 SAG Awards
[ I A PARTIR DO DIA 14, SEGUNDAS, 21H, HBO, 171 E 671 (HD) ]
Mad Men
ASO MAD MEN TENHA PASSADO
despercebida para você em um primeiro
momento, não se culpe. Antes de ter uma
audiência satisfatória, a série que acompanha
os bastidores de publicitários de Nova York
nos anos 60 conquistou apenas os críticos. Muita
gente só foi saber quem era Don Draper – e seu intérprete, Jon
Hamm – depois de ver a série arrebatando prêmios ano após ano.
E não foi à toa. De forma elegantérrima, a produção mostra como
eram feitas as propagandas no período e as chocantes diferenças
morais, sociais e de costumes entre aquela época e a nossa. “Acho
que uma das coisas que Mad Men aborda é o que acontece com
uma pessoa criativa que passa muito tempo fazendo a mesma
coisa. Don fez a vida estando à frente dos outros, mas está ficando
C
velho e uma nova geração está nos seus calcanhares. Não é como
Os Simpsons, em que ninguém envelhece por anos. Nós mantemos
as coisas verdadeiras”, apontou Hamm para a MONET, durante
uma festa para comemorar o encerramento da quarta temporada.
E para quem ficou curioso para saber de onde surgiu o nome da
atração que chega ao seu sétimo e último ano em 2014, todas as
grandes agências de publicidade tinham como endereço a Madison
Avenue, na Nova York dos anos 60, daí o apelido “homens da Mad’,
dado aos que trabalhavam nelas (nem precisa explicar o trocadilho
que a palavra traz, certo?). Mas mais do que revelar o inescrupuloso
trabalho publicitário da época, a série teve como trunfo abordar vários
aspectos da sociedade, entre eles a posição da mulher. “Eu sou uma
garota de sorte por nascer em uma época em que não preciso me
preocupar tanto com os direitos trabalhistas das mulheres, mas há al-
gumas similaridades entre os anos 60 e hoje. As mulheres continuam
querendo se sentir bonitas e atraentes ao mesmo tempo que querem
ser levadas a sério”, analisou Elisabeth Moss, que vive a pioneira
independente Peggy Olson. Por mais que não tenhamos saudades
daqueles tempos, não dá para negar que foi uma década charmosa.
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16. FOTOS:GETTYIMAGESEDIVULGAÇÃO
AB RIL+Mo n et+5 9
por Sarah Mund
> Criadores: Chuck Lorre e Bill Prady > Elenco: Johnny Galecki, Kaley Cuoco, Jim Parsons, Mayim Bialik, Simon Helberg, Melissa Rauch
e Kunal Nayyar > Duração: 2007-atual > Prêmios: 5 Emmy Awards e 1 Globo de Ouro
[ I TERÇAS, 20H, WARNER, 132 E 632 (HD) ]
The Big Bang Theory
A SÉRIE DE COMÉDIA TIROU OS NERDS DO OSTRACISMO E OS TRANSFORMOU NOS ASTROS DA VEZ
Figuras idolatradas pelos geeks de plantão
deram o ar de suas graças em episódios
Nerdsdehonra
>>Pedra,Papel,
Tesoura,Lagarto,
Spock!Leonard
Nimoynãoapa-
receu,masdeua
honradublandoum
bonecodeSheldon.
>>Um dos
nerds mais bem-
sucedidos de todos,
o físico Stephen
Hawking fez
Sheldon desmaiar
de vergonha.
>>Astrofísico
reconhecidoenerd
derespeito,Neil
deGrasseTyson
foiumcompanhei-
rodeRajemsua
participação.
>>ÉclaroqueoRei
dosNerdsnãofez
qualqueraparição.
Oquadrinista
StanLeedeixou
umaordemjudicial
paraSheldon.
E ANTES OS NERDS ERAM RETRATADOS
no cinema e na televisão como pessoas sem
muito jeito para o convívio pessoal, a partir de
2007 essa imagem começou a mudar. Sheldon
e Leonard os transformaram em verdadeiros
heróis e The Big Bang Theory trouxe a nerdice para
um lugar de destaque. “Eu não tinha a menor ideia de que atrairia
um público tão grande. Eu gostava do que estava fazendo, mas não
imaginava isso”, admitiu Jim Parsons, intérprete do excêntrico
Sheldon, em entrevista exclusiva para a MONET para o lançamento
da 5ª temporada. Já Johnny Galecki, que passou pelo Brasil em 2011
acompanhado de Simon Helberg e Kunal Nayyar, acredita
S
que a popularidade ultrapassa o universo da série: “É engraçado ver
as pessoas achando que eles são pessoas descoladas, porque nós não
mudamos as roupas estranhas e cortes de cabelo antiquados que
os nerds sempre tiveram. Alguma moda transformou isso em uma
coisa boa”. Seja lá o que fez com que as pessoas achassem legal ser
geek, os fãs da comédia agradecem a chance de conhecer Sheldon,
Leonard, Amy, Penny, Raj, Howard e Bernadette.
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