Este documento apresenta um projeto de assessoria de comunicação digital para posicionar a imagem da cantora Camilla Faustino. O projeto inclui a criação de uma página na internet, redes sociais e programas de relacionamento com fãs, imprensa e parceiros para divulgar a carreira musical da cantora.
Gênero e midia a representação da homossexualidade nos meios de comunicação d...
Posicionamento da imagem da cantora Camilla Faustino nas mídias digitais
1. Faculdade Sul Americana
Hellen Cristina Oliveira dos Anjos
Maycon Borges de Paula
Rayanne Alves do Nascimento
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL:
Posicionamento da imagem da cantora Camilla Faustino
Goiânia
2012
2. Faculdade Sul Americana
Hellen Cristina Oliveira dos Anjos
Maycon Borges de Paula
Rayanne Alves do Nascimento
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL:
Posicionamento da imagem da cantora Camilla Faustino
Projeto experimental de conclusão de curso
apresentado ao curso de Relações Públicas,
Faculdade Sul Americana, como requisito
parcial à obtenção do título de Bacharel em
Relações Públicas.
Orientadora: Profª. Esp. Lorena Covem.
Goiânia
2012
3. ANJOS, Hellen Cristina Oliveira dos
Assessoria de comunicação digital: posicionamento da imagem da
cantora Camilla Faustino. / Hellen Cristina Oliveira dos Anjos, Maycon
Borges de Paula, Rayanne Alves do Nascimento – Goiânia, 2012.
122p. ; il.
Trabalho de Conclusão de Curso (Projeto experimental) apresentado ao
Departamento de Comunicação Social, da Faculdade Sul -Americana –
FASAM, para obtenção do grau de Bacharel em Relações Públicas.
Orientadora: Esp. Lorena Covem Rosa Martins
Anexos
Apêndices
Figuras
Quadros
Tabelas
1. Relações Públicas 2. Posicionamento 3. Imagem 4. Assessoria 5.
Digital I. PAULA, Maycon Borges de II. NASCIMENTO, Rayanne Alves
do III. Título IV. Relações Públicas.
CDU: 659.4
Ficha catalográfica elaborada pelo Serviço Técnico de Biblioteca e
Documentação da Faculdade Sul-Americana.
4. Faculdade Sul Americana
Hellen Cristina Oliveira dos Anjos
Maycon Borges de Paula
Rayanne Alves do Nascimento
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL:
Posicionamento da imagem da cantora Camilla Faustino
Projeto experimental de conclusão de curso
submetido à Faculdade Sul Americana, como
requisito parcial à obtenção do título de
Bacharel em Relações Públicas e aprovada
pela seguinte banca examinadora.
_____________________________________________________
Profª. Esp. Lorena Covem Rosa Martins (Orientadora)
Faculdade Sul Americana
______________________________________________________
Profª. Ms. Daniella Pereira de Deus
Faculdade Sul Americana
______________________________________________________
Profª. Ms. Christiane Gonçalves Costa
Coordenadora do curso de Relações Públicas e Sequenciais da Faculdade Sul Americana
Goiânia
25/06/2012
5. Dedico esses escritos à minha avó, Amélia
Antônia (in memorian) e à minha família, que
sempre me incentivou a estudar e me ensinou
grandes lições de vida.
Hellen Cristina Oliveira dos Anjos
Dedico esses escritos à minha mãe, Maria de
Lourdes (in memorian), que sempre me
incentivou a estudar e me ensinou os valores
da vida; às minhas irmãs e irmãos e meus
sobrinhos, que souberam compreender os
nossos momentos de ausência.
Maycon Borges de Paula
Dedico esses escritos à Deusirene (mãe),
Raynnara e Mileide (irmãs), ao Cir (padrasto),
José Soares (companheiro) e, em especial, meu
papaizinho Raimundo (in memorian).
Rayanne Alves do Nascimento
6. AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradecemos a Deus, por
todas as bênçãos que nos permitiu alcançar!
Nosso sincero agradecimento às professoras
Dani, Lorena, Priscila, Malú, Flávia e Chris
que sempre nos incentivaram.
À Wivian Vargas que nos apresentou nossa
assessorada.
Agradecemos à Suely e Camilla que aceitaram
nosso convite.
De forma especial, agradecemos ao Fábio
França, que, em oportunidade única, nos deu
uma lição sobre mapeamento de públicos.
7. “O ciberespaço oferece experiências
libertadoras, pois é o lugar onde os sonhos dos
personagens podem ser realizados e cada um
pode experimentar novas identidades.”
WHITTY
8. RESUMO
As novas tecnologias trouxeram consigo as mídias digitais, ferramentas que promoveram
transformações drásticas na forma de comunicar, pois elas permitem interatividade entre as
partes, instantaneidade na emissão e recepção de mensagens, consequentemente, gerando alto
fluxo de informações lançadas na rede mundial de computadores a cada segundo. Passa,
então, a existir a necessidade de um profissional capacitado a atender as necessidades dessa
agilidade nas informações, que saiba trabalhar de forma estratégica e planejada dentro desse
novo cenário, eis que surge o Relações Públicas 2.0, que atua como assessor de comunicação,
voltado para o meio digital. Nesse momento as empresas e pessoas públicas são inseridas,
mesmo que não queiram, nas mídias digitais, quase sempre sem preparo para lidar com essa
situação. Tendo esse movimento como fio condutor do trabalho, o projeto se dará para
comprovar como essas ferramentas podem ser usadas a favor do posicionamento da imagem
de uma pessoa ou organização e até que ponto elas são eficazes para a construção do
relacionamento entre assessorado e públicos e como a assessoria de comunicação digital pode
orientar seus assessorados a lidar com essa nova forma de relacionamento.
PALAVRAS-CHAVE: Relações Públicas. Posicionamento. Imagem. Assessoria. Digital.
9. ABSTRACT
New technologies have brought digital media tools that promoteddrastic changes in the way
of communicating, because they allowinteractivity between the parties,
the instantaneous transmission and reception of messages, thus generating high flow
of informationreleased on the World Wide Web every seconds. Pass, then, there is a need
for a skilled professional to meet the needs of thatinformation speed, you know working in a
strategic and plannedwithin this new scenario, here comes the PR 2.0, which acts as
acommunications adviser, returned for digital media. At this timebusinesses and public
figures are entered, even unwilling, in digital media, often unprepared to deal with
this situation. With this moveas a conducting wire work, the project will be to
demonstrate how these tools can be used for positioning the image of a person or
organization and to what extent they are effective for building therelationship
between public and as advised and the press officecan guide your digital advised to deal
with this new form ofrelationship.
KEYWORDS: Public Relations. Positioning. Picture. Advice.
10. LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Diferença entre Mídias digitais, Mídias sociais e Redes sociais..................... 49
Figura 2 – Pirâmide do engajamento................................................................................ 51
Figura 3 – Cabeçalho e abas ........................................................................................... 64
Figura 4 – Página inicial (notícias) ................................................................................. 64
Figura 5 – Lateral da página ........................................................................................... 65
Figura 6 – Biografia ........................................................................................................ 65
Figura 7 – Cadastro fã-clube ........................................................................................... 66
Figura 8 – Agenda de shows ............................................................................................ 66
Figura 9 – Imprensa / Contratante..................................................................................... 67
Figura 10 – Contatos ........................................................................................................ 68
Figura 11 – Visão geral..................................................................................................... 68
Figura 12 – Relatório geral Fanpage outubro e novembro 2011 ..................................... 71
Figura 13 – Relatório geral Fanpage dezembro 2011 ..................................................... 71
Figura 14 – Relatório geral Fanpage janeiro 2012.......................................................... 71
Figura 15 – Logomarca ................................................................................................... 76
Figura 16 – Cartão de visita ............................................................................................. 77
Figura 17 – Relatório patrocinadores curtidas ................................................................. 80
Figura 18 – Relatório patrocinadores comentários .......................................................... 80
Figura 19 – Relatório patrocinadores geral...................................................................... 81
Figura 20 – Informações Fanpage Camilla Faustino novo.............................................. 98
Figura 21 – Publicação Diário da manhã.......................................................................... 98
Figura 22 – Publicação Rádio Jornal 820 AM.................................................................. 99
Figura 23 – Publicação O Popular .................................................................................. 99
Figura 24 – Publicação site Curta Mais ........................................................................... 100
Figura 25 – Publicação página Bolshoi Pub.................................................................... 100
Figura 26 – Publicação página Agito Goiânia................................................................ 101
Figura 27 – Publicação página Bolshoi Pub.................................................................... 101
Figura 28 – Perfil Camilla Faustino antigo (1)................................................................. 102
Figura 29 – Perfil Camilla Faustino antigo (2)................................................................ 102
11. Figura 30 - Fanpage Camilla Faustino antigo (1)............................................................ 103
Figura 31 – Fanpage Camilla Faustino antigo (2) ........................................................... 103
Figura 32 – Perfil Camilla Faustino novo (1).................................................................. 104
Figura 33 - Perfil Camilla Faustino novo (2) ................................................................... 104
Figura 34 - Fanpage Camilla Faustino novo (mural)....................................................... 105
Figura 35 – Twitter Camilla Faustino.............................................................................. 105
Figura 36 – Canal Youtube.............................................................................................. 106
Figura 37 – Página 1 do contrato..................................................................................... 106
Figura 38 – Página 2 do contrato ..................................................................................... 107
Figura 39 – Página 3 do contrato ..................................................................................... 107
Figura 40 – Divulgação Fanpage ..................................................................................... 108
12. LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Recursos humanos programa Camilla.com......................................................... 72
Tabela 2 – Cronograma programa Camilla.com................................................................... 72
Tabela 3 – Recursos humanos programa Sala de imprensa.................................................. 74
Tabela 4 – Recursos materiais programa Sala de imprensa.................................................. 74
Tabela 5 – Recursos físicos programa Sala de imprensa...................................................... 74
Tabela 6 – Cronograma programa Sala de imprensa............................................................ 75
Tabela 7 – Recursos humanos programa Identificando........................................................ 77
Tabela 8 – Recursos materiais programa Identificando........................................................ 77
Tabela 9 – Cronograma programa Identificando................................................................ 78
Tabela 10 – Recursos humanos programa Parceiros amigos................................................ 81
Tabela 11 – Recursos materiais programa Parceiros amigos............................................... 82
Tabela 12 – Cronograma programa Parceiros amigos.......................................................... 82
Tabela 13 – Recursos humanos programa Camilla e você!.................................................. 85
Tabela 14 – Recursos materiais programa Camilla e você!.................................................. 86
Tabela 15 – Recursos físicos programa Camilla e você!...................................................... 86
Tabela 16 – Cronograma programa Camilla e você!............................................................ 87
13. LISTA DE QUADRO
Quadro 1 - Marcos históricos do surgimento das Relações Públicas nos EUA e no
Brasil..................................................................................................................................... 20
Quadro 2 - Diferença entre marca, identidade, imagem e reputação (adaptado).................. 30
Quadro 3 - Construção e desconstrução da imagem pública (Adaptado)............................. 32
Quadro 4 - Marcos históricos do surgimento da Assessoria de Comunicação nos Estados
Unidos e no Brasil................................................................................................................ 41
Quadro 5 - Mapeamento de público (Adaptado).................................................................. 57
Quadro 6 – Análise SWOT................................................................................................... 60
Quadro 7 – Planejamento Brunch ........................................................................................ 83
14. LISTA DE ABREVIATURAS
Jan.... Janeiro
Fev.... Fevereiro
Mar... Março
Abr... Abril
Mai... Maio
Jun.... Junho
Ago... Agosto
Set..... Setembro
Out.... Outubro
Nov... Novembro
Dez... Dezembro
15. LISTA DE SIGLAS
ABRP.... Associação Brasileira de Relações Públicas
FENAJ.. Federação Nacional dos Jornalistas
MPB...... Música Popular Brasileira
RP......... Relações Públicas
RRPP.... Relações Públicas
16. SUMÁRIO
INTRODUÇÃO....................................................................................................... 15
JUSTIFICATIVA................................................................................................... 17
1. ORIGEM DAS RELAÇÕES PÚBLICAS........................................................ 18
1.1. Histórico das Relações Públicas...................................................................... 19
1.2. Conceitos........................................................................................................... 21
1.3. Funções.............................................................................................................. 23
2. A IMAGEM PÚBLICA...................................................................................... 25
2.1. Conceituação de Marca, Identidade, Imagem e Reputação......................... 25
2.2. Posicionamento da imagem pública............................................................... 30
2.3. Opinião pública................................................................................................ 33
2.3.1. Formação da opinião pública.......................................................................... 34
2.3.2. Formação da opinião pública na era digital.................................................... 36
2.3.3. Influência da opinião pública na imagem pública.......................................... 38
3. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO.............................................................. 40
3.1. História da Assessoria de Comunicação........................................................ 40
3.1.1. Assessoria de Comunicação x Assessoria de Imprensa.................................. 43
3.2. Comunicação organizacional digital aplicada ao profissional liberal......... 45
3.3. Mídias digitais.................................................................................................. 46
3.4. Mídias sociais.................................................................................................... 47
3.5. Redes sociais..................................................................................................... 48
3.6. O Relações Públicas no cenário Web 2.0........................................................ 49
4. BRIEFING........................................................................................................... 53
4.1. Dados cadastrais............................................................................................... 53
4.2. História.............................................................................................................. 53
4.3. Descrição estrutural......................................................................................... 55
4.3.1. Tipo................................................................................................................. 55
4.3.2. Porte................................................................................................................ 52
4.3.3. Tipo de estrutura............................................................................................. 55
4.3.4. Perfil administrativo........................................................................................ 55
4.3.5. Linha de serviços............................................................................................ 55
4.4. Descrição econômica........................................................................................ 55
4.4.1. Situação econômica........................................................................................ 55
4.4.2. Descrição do setor que opera.......................................................................... 52
4.4.3. Principais concorrentes................................................................................... 56
4.5. Análise de público............................................................................................ 56
4.5.1. Classificação de público................................................................................. 57
4.5.2. Público alvo.................................................................................................... 58
4.6. Analise da cultura do profissional liberal...................................................... 58
17. 4.6.1. Símbolos......................................................................................................... 58
4.6.2. Relação da cultura do profissional com a cultura nacional............................. 58
4.7. Auditoria de comunicação............................................................................... 59
4.8. Análise do comportamento ético do profissional.......................................... 59
4.9. Identidade......................................................................................................... 59
5. ANÁLISE ESTRATÉGICA.............................................................................. 60
6. PLANO DE RELAÇÕES PÚBLICAS............................................................. 61
6.1. Objetivos........................................................................................................... 61
6.1.2. Objetivo geral.................................................................................................. 61
6.1.3. Objetivos específicos...................................................................................... 61
6.2. Estratégias....................................................................................................... 62
6.3. Relatório de avaliação...................................................................................... 87
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 89
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 90
SITES....................................................................................................................... 96
APÊNDICES........................................................................................................... 97
ANEXOS.................................................................................................................. 102
18. INTRODUÇÃO
O mundo contemporâneo tem uma nova forma de se comunicar, a forma virtual. Essa
é uma realidade provocada pelo surgimento da internet e para que entendamos melhor esse
processo de mudança se faz necessário conhecer um pouco de sua história.
A internet surgiu nos anos sessenta, durante a Guerra Fria, com o intuito de conectar
os mais importantes centros universitários de pesquisas e o Pentágono. Ainda no cenário
acadêmico, na década de setenta, houve uma reformulação dos programas utilizados nos
computadores o que possibilitou o uso do e-mail. Somente a partir da década de oitenta que
ela foi usada para fins comerciais, chegando até a casa das pessoas. Já na década de noventa
com o lançamento do WWW (World Wide Web) aumentou espantosamente o número de
servidores conectados ao sistema. Nesse momento, os computadores começam a ser
fabricados em tamanhos menores, que possibilitaram sua chegada às residências, dando início
a Revolução Tecnológica.
No século XXI, o avanço da tecnologia permitiu a modernização dos meios de
conexão à internet e democratizou o acesso. Isso permitiu um considerável aumento no
número de usuários da rede mundial de computadores. Logo, a quantidade de troca de
informação permitiu que barreiras fossem quebradas e distâncias encurtadas, fazendo surgir a
Era da Informação. Nesse momento, as mídias digitais começam a ser utilizadas pelas
pessoas, e conforme foram ganhando espaço, alteraram profundamente a forma de se
comunicar.
Com o fortalecimento dessa nova forma de se expressar, as pessoas ficam mais
expostas, principalmente as que estão em destaque na mídia. Essas ferramentas digitais
possibilitam uma interatividade entre as partes de maneira instantânea, o que facilita o direito
de resposta do receptor. Isso faz com que as organizações - pessoa pública - necessitem de
uma assessoria de comunicação digital, essa facilidade na comunicação torna a imagem do
assessorado mais vulnerável, pois uma frase mal elaborada pode gerar resultados catastróficos
à sua reputação.
Diante dessas mudanças que ocorreram na forma de se comunicar, o projeto surge com
a proposta de legitimar a importância do profissional de Relações Públicas, exercendo a
atividade de assessor de comunicação com ênfase nas mídias digitais.
19. Por meio deste Plano de Comunicação, o qual suas estratégias estão direcionadas para
o meio digital, pretendemos posicionar a imagem da cantora Camilla Faustino com ações que
visam padronizar sua imagem, eventos que estreitem o relacionamento com seus diversos
públicos, medidas que levem à formação do fã-clube, melhorar a utilização das mídias sociais
para que se ganhe mais visibilidade, por fim, aumentar a captação de patrocínios, todas
realizadas com o auxílio das mídias digitais.
A realização desse projeto experimental está respaldada devido ao embasamento
teórico realizado pelo grupo. Assim, ele foi estruturado na sequência a seguir.
Inicialmente o capítulo um traz a história das Relações Públicas, seus conceitos e
funções. Umas das partes mais importantes desse projeto, pois ele serve de base para todas as
ações a serem executadas nesse plano.
No capítulo dois é feita a diferenciação entre marca, identidade, imagem e reputação
para que se torne compreensível essa diferença e a influência que uma exerce sobre a outra.
Traz também o poder que a opinião pública tem sobre o posicionamento da imagem pública.
Capítulo três detalha o trabalho da assessoria de comunicação, sua história e trajetória
até os dias atuais, chegando à era digital. Mostra as diferenças e semelhanças entre os termos
mais utilizados nesse cenário como mídias digitais, mídias sociais e redes sociais.
Capítulo quatro contém o briefing da profissional com informações de sua carreira,
expectativas de mercado, análise de públicos e concorrentes. Com essas análises podemos ser
assertivos nas ações propostas no Plano de Relações Públicas.
Capítulo cinco tem a análise estratégica (análise SWOT), que serve para fortalecer e
respaldar as medidas tomadas no projeto.
Capítulo seis é composto pelo Plano de Relações Públicas, com seus programas para
fortalecer sua imagem, cronograma previsto para o cumprimento das ações propostas e o
relatório de avaliação.
Capítulo sete traz as considerações finais, abordando os pontos relevantes do projeto, a
impossibilidade de executar grande parte das estratégias propostas e contratempos que não
permitiram que a assessorada, cantora em ascensão, pudesse trabalhar nas ações.
Diante dos itens apresentados acima, além de atingir os objetivos propostos e reforçar
a importância do profissional de Relações Públicas como facilitador e mediador das relações
entre o profissional e seus públicos, pretende-se desmistificar a ideia de que somente as
organizações necessitam desse profissional.
20. 17
JUSTIFICATIVA
Depois que as mídias sociais foram inseridas no processo comunicacional, houve
uma revolução nas ferramentas de Relações Públicas que até então, existiam. Com essas
mudanças o mercado de trabalho precisou ser reinventado, e consequentemente, os
profissionais tiveram que se adaptar às novas abordagens. Os comunicadores estão
incorporando ao seu trabalho novas ferramentas que permitam uma comunicação
bilateral, ou até mesmo multilateral.
Aliado a isso, as mídias sociais proporcionam uma exposição rápida, não só de
pessoas públicas, como também de anônimos. Em paralelo, os profissionais de
comunicação começaram a perceber um campo de atuação amplo, que no momento
carece de bons profissionais que viabilizem o expositor a alcançar resultados positivos.
Em geral, profissionais de RRPP estão usando as mídias sociais de
várias maneiras para substituir ou complementar as estratégias já
existentes. Os profissionais mais bem sucedidos manterão seu foco
na criação de relacionamentos ativo e irão realmente se envolver
com os clientes para criarem "conversas reais". Não se trata de
simplesmente criar um perfil no Twitter ou Facebook, mas como
usar as plataformas online de forma a ajudar os clientes a,
verdadeiramente, se conectarem com sua marca.
(NESSY, 2010)
Diante do exposto, percebeu-se a necessidade deste projeto para comprovar o
poder das mídias sociais no processo de posicionamento de imagem, nesse caso o
profissional liberal. Além de legitimar esse papel como sendo de um Relações Públicas
que trabalha estrategicamente a imagem de seu assessorado.
21. 18
1. ORIGEM DAS RELAÇÕES PÚBLICAS
É possível afirmar que as Relações Públicas nasceram junto com a humanidade,
e foram se desenvolvendo ao longo do tempo. Como afirma Andrade e Fortes (2011, p.
04) “evidentemente, que elas surgiram nos primeiros dias da humanidade, pois desde o
instante em que os homens tiveram necessidade de comunicar-se com seus semelhantes
– grupo para grupo – as Relações Públicas assinalaram sua existência”.
As manifestações dessas atividades foram evoluindo, e muitos anos depois surge
a denominação “Relações Públicas”, Andrade e Fortes (2011, p. 04) ressaltam:
Também é exato lembrar-se que a denominação “Public Relations” somente
despontou no século retrasado – em 27 de outubro de 1807 ─, quando o
presidente norte-americano Thomaz Jefferson, em uma mensagem dirigida ao
Congresso de seu país, empregou o termo “relações públicas” para destacar a
necessidade de um estado de espírito entre o governo e o povo. De qualquer
maneira, admite-se que Relações Públicas constituem hoje uma nova
atividade apenas no sentido de que estão, gradualmente, se organizando num
corpo de conhecimentos.
Conforme foi se consolidando, a atividade das Relações Públicas agregou uma
série de funções, dentre as quais: informar, constituir um consenso de opinião,
dissuadir, prevenir acontecimentos, aconselhar quanto a atitudes e ações além de
constituir identidade.
A seguir, será resgatada não só a história das Relações Públicas e seus marcos no
Brasil e Estados Unidos, bem como os seus conceitos e funções, destacando sua
importância nos demais capítulos.
22. 19
1.1. Histórico das Relações Públicas
A atividade de Relações Públicas se desenvolveu num contexto em que a
sociedade começava a ter opinião sobre os fatos que estavam acontecendo, como as
lutas de classe, os movimentos sindicais, as associações patronais e o desenvolvimento
do capitalismo monopolista. Nesse momento surgiu “a opinião, revigorada nos espaços
públicos do início da modernidade, cumpriu seu papel de fórum democrático; espaço
onde a sociedade civil se aglutinava para questionar, debater e refletir”, afirma Moura P.
(2008, p. 21).
Reforçando a ideia acima, Moura P. (2008, p. 22) diz que “é justamente o
fortalecimento da sociedade civil, com suas consequentes necessidades de discussão de
temas relevantes e de mobilização política, que vai abrir espaço para o surgimento da
atividade das RP’s”. Assim o fortalecimento da sociedade civil fez surgir um espaço
dento da atividade de Relações Públicas como um mediador dessas discussões.
Torquato (1986) afirma que a evolução das Relações Públicas pode ser traduzida
em quatros etapas:
· Primeira etapa: “O público que se dane!” de William Vandebildt, empresário do
ramo das estradas de ferro. Com essa declaração criou o interesse dos públicos sobre
as informações que recebiam da mídia.
· Segunda etapa: “O público deve ser informado” de Ivy Lee, onde conseguiu que
o empresário percebesse que a informação deve ser passada com clareza e exatidão.
· Terceira etapa: “O público quer ser informado” de Torquato (1986, p. 163), para
se informar e se tranquilizar.
· Quarta etapa: “O público exige ser informado” de Torquato (1986, p. 163),
assim tendo o direito de uma comunicação sincera e útil.
Essas etapas das evoluções dos públicos caracterizam um novo campo dos
relacionamentos entre organizações e públicos, assim evidenciando a necessidade do
profissional de Relações Públicas “que forma os públicos fornecendo as informações,
para haver um bom debate e de responsabilidade” como afirma Andrade (1993, p. 15).
23. 20
É certo que, em nossos dias, existe maior interesse por parte dos que lideram
– no poder público ou nas grandes empresas – de criar autênticas massas,
passíveis de serem dirigidas mediante uma propaganda constante e audaciosa.
No entanto, as empresas – públicas ou privadas – todas voltadas para o
interesse público, necessitam incentivar e dar forma aos seus públicos,
facilitando a discussão e fornecendo todas as informações para o bom debate
público. Esta tarefa é de responsabilidade direta e imediata de Relações
Públicas, na aplicação das duas liberdades fundamentais do homem no
império da opinião pública: liberdade de informação e liberdade de
discussão.
No quadro a seguir, estão citados alguns dos marcos que fizeram parte do
surgimento das Relações Públicas nos Estados Unidos e no Brasil.
Marcos Históricos do Surgimento de Relações Públicas
Ano Fatos Históricos dos Estados Unidos
“Thomas Jefferson, 3º Presidente dos EUA, usa pela primeira vez a expressão
1807 “public relations” ao enviar uma mensagem ao Congresso norte-americano,
onde enfatizou a necessidade do poder público prestar contas ao povo”. Wey
(1986, p. 32).
“Ivy Lee, o “pai” das Relações Públicas norte-americanas, ao resolver a greve
1916 da Colorado Fuel & Iron, do grupo Rockfeller”. Wey (1986, p. 32).
“Primeiro serviço oficial de relações públicas a funcionar em caráter sistemático
1917 e permanente, sob o nome de ‘Serviço de informação Pública’”. Wey (1986, p.
32).
Ano Fatos Históricos do Brasil
“Eduardo Pinheiro Lobo considerado o “pai” das relações públicas no Brasil,
1908 ocupava o cargo de chefe do Departamento de Luz e Força”. Andrade (1993, p.
72).
“Fundado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), subordinado
1939 diretamente ao presidente da República Getúlio Vargas”. Wey (1986, p. 34).
1967 “Primeiro país a regulamentar a profissão de Relações Públicas, pela Lei nº
5.377, de 11 de dezembro de 1967”. Kunsch (2006, p. 4).
Quadro 1: Marcos históricos do surgimento das Relações Públicas nos EUA e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo autor
24. 21
As Relações Públicas nasceram da necessidade de humanizar as relações entre as
pessoas e as organizações. O profissional de Relações Públicas visa à integração da
opinião pública das organizações e seus públicos, com isso objetiva a satisfação do
cliente, seja ele, interno ou externo, procurando sempre direcionar todo o trabalho na
utilização de ferramentas e veículos que mais se enquadrem na situação da organização.
Com os pontos mais relevantes da história das Relações Públicas citados no
início desse capítulo, o próximo contém uma abordagem dos conceitos que definem
essa profissão.
1.2. Conceitos
Apontar apenas um conceito de Relações Públicas em que haja consentimento da
maioria dos profissionais da área é uma tarefa complicada, pois há muitas definições
sobre o que ela é.
Para Pinho (2001, p. 83) as Relações Públicas podem ser entendidas como “uma
função de administração e estratégica dos contatos e do relacionamento entre uma
organização e os diferentes públicos que a constituem ou que com ela se relacionam e
interagem”. Contudo, as Relações Públicas possibilitam um equilíbrio de interesses
entre as organizações e seus públicos.
A definição oficial da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP),
segundo Andrade (1993, p. 41) diz que:
Entende-se por Relações Públicas o esforço deliberado, planificado, coeso e
contínuo da alta administração, para estabelecer e manter uma compreensão
mútua entre uma organização, pública ou privada, e seu pessoal, assim como
entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada, direta ou
indiretamente.
Explicando essa definição, Andrade (1993, p. 41) ressalta que nela "aparece a
mutualidade de entendimento entre uma organização e seus diversos públicos, bem
como a característica de função administrativa dada às Relações Públicas”. Tendo como
25. 22
base as duas citações anteriores, pode-se afirmar que ambas têm como eixo central a
reciprocidade entre características de funções administrativas e seus públicos.
Pinho (1990, p. 28) apresenta à seguinte definição para Relações Públicas, “é
uma função de caráter permanente, planificada e regular, que, partindo do pressuposto
de que a boa vontade da opinião pública é fundamentalmente importante para a vida de
qualquer empresa, pessoa, entidade ou órgão governamental”.
Dentre as habilitações da Comunicação Social, a área de Relações Públicas é a
que mais se difere das demais por ser mais específica, França (apud KUNSCH, 2006, p.
3) justifica:
Sua aplicação se faz na forma de prestação de serviços de consultoria e
assessoria. Atua como técnica especializada de relacionamento, cujo objetivo
principal é perceber as realidades da sociedade/organização, a
obrigatoriedade de seus inter-relacionamentos institucionais e
mercadológicos, suas necessidades permanentes de comunicação e seus
envolvimentos harmônicos ou controversos com a sociedade. Sua influência
é exercida de forma efetiva no planejamento e na ordenação inteligente de
diretrizes e ações em benefícios, tanto das organizações como da sociedade,
tendo como resultado final a conquista da aceitação e do apoio da opinião
pública.
Mediante as definições supracitadas, pode-se concluir que é preciso mais estudo
nesse campo, pois ainda não há um conceito completo que explique essa atividade,
segundo Ferrari (apud MOURA P., 2008, p. 10) “é preciso definir relações públicas de
forma clara e concisa”, e para isso é necessário “desenvolver pesquisas que permitam
identificar as suas diferenças locais e, então estruturar um programa de divulgação, de
forma a possibilitar à sociedade uma compreensão adequada de seu conceito.”
Com a sua técnica especializada no relacionamento de forma planejada, a
atividade de Relações Públicas se torna para organização uma forma eficiente de ter o
apoio da opinião pública. Para entender, de fato, o que esse profissional faz, é
importante ir além da conceituação e conhecer as funções que o destacam das demais
áreas da comunicação.
26. 23
1.3. Funções
O principal diferencial do profissional de Relações Públicas é o planejamento
que irá direcionar seus processos e, consequentemente, suas fases. O decreto Nº. 63.283
de 1968, citado por Berni (2002, p. 28), define por lei quais são as funções de Relações
Públicas:
a)À orientação de dirigentes de instituições públicas ou privadas na
formulação de políticas de Relações Públicas. b)À promoção de maior
interação de uma instituição na comunidade. c)À informação e orientação da
opinião sobre objetivos elevados de uma instituição. d)Ao assessoramento na
solução de problemas institucionais que influam na posição da entidade
perante a opinião pública. e)Ao planejamento e execução de campanhas de
opinião pública. f)À consultoria externa de Relações Públicas com dirigentes
de instituições. g)Ao ensino de disciplinas específicas ou de técnicas de
Relações Públicas, oficialmente estabelecidas.
Lopes e Vieira (2004, p. 175) abordam de forma simplificada “as atividades
básicas e específicas de um profissional de Relações Públicas estão contidas em cinco
segmentos”:
· “Assessoria e Consultoria sugerem à alta administração políticas para os
setores da empresa que trabalham com a opinião pública”, define Gimenez (2006. p.
29). As duas áreas buscam orientar nas escolhas de caminhos e nas soluções de
possíveis problemas, sempre para construir e manter a melhor imagem da organização.
· “Pesquisa realiza todos aqueles levantamentos que entende necessários
para respaldar seu trabalho”, define Gimenez (2006. p. 30). A pesquisa para um
profissional de Relações Públicas serve como fornecedora de elementos, para analisar
uma possível situação, orientar o diagnóstico e possibilitar a criação de ações
estratégicas.
· “Planejamento elabora programas e projetos de Relações Públicas e
requisita recursos técnicos e humanos para a sua execução”, define Gimenez (2006. p.
30). O planejamento passa por várias etapas. É um instrumento que permite fazer um
diagnóstico da organização, pois reduz a ocorrência de risco, permitindo alcançar mais
facilmente os objetivos definidos.
27. 24
· “Execução realiza todos os trabalhos concernentes à divulgação
jornalística, comunicação com os públicos e eventos”, (GIMENEZ, 2006. p. 30).
· “Avaliação apura, com técnicas de pesquisa e análise, os resultados dos
trabalhos de Relações Públicas desenvolvidos”, (GIMENEZ, 2006. p. 32)..
Em todos os conceitos e funções abordadas nesse capítulo, esse profissional
busca manter o equilíbrio entre as reivindicações dos públicos e os interesses da
organização. Com isso, o Relações Públicas agrega valor à marca do assessorado, pois
trabalha com a opinião pública, a fim de favorecer a imagem da organização.
28. 25
2. IMAGEM PÚBLICA
O profissional de Relações Públicas, como assessor não apenas da imagem
pessoal, mas também da imagem corporativa, exerce a função de elaborar planos
estratégicos para agregar valor ao maior patrimônio do seu assessorado; a imagem. A
força da imagem, trabalhada em unidade com a identidade, que reflete diretamente a
exposição pública do profissional.
Em entrevista, Simões (apud AFONSO, 2002. p. 48) explica qual é a
importância da transmissão de uma imagem organizacional positiva:
Não só no mercado globalizado a imagem organizacional pode e deve ser um
diferencial da organização com a concorrência. Além disso, de uma maneira
ou de outra gerar uma boa imagem gera credibilidade entre públicos e
cooperação para organização.
Assim, para fundamentar a escolha pelo foco em imagem, torna-se necessário
definir claramente a diferença entre “marca”, “identidade”, “imagem” e "reputação".
Ressaltando que as teorias sobre a matéria são voltadas para organizações, estas então,
serão utilizadas, tendo em vista o profissional liberal como sua própria marca.
2.1. Conceituação de Marca, Identidade, Imagem e Reputação
Existe uma oferta infinita de conceituações sobre marca, identidade, imagem e
reputação em abordagens das formas mais simples às mais complexas.
Segundo Martins (2006, p. 08), marca é:
29. 26
A união de atributos tangíveis e intangíveis, simbolizados num logotipo,
gerenciados de forma adequada e que criam influência e geram valor. Trata-
se de um sistema integrado que promete e entrega soluções desejadas pelas
pessoas.
Mendonça (apud PEREIRA 2008, p. 03) já define marcas como “Sinais gráficos
ou figurativos, destinados a individualizar os produtos de uma empresa industrial ou as
mercadorias postas à venda em uma casa de negócio” e complementa que essa
identificação possibilita “conhecer sua origem ou procedência, e atestando a atividade e
o trabalho de que são resultados.”
Aaker (apud EFROM e CAPITANI, 2009, p. 04) defende que marca não é só um
diferencial estratégico, mas também principal fonte de vantagem das empresas.
(...) marca é um nome diferenciado e/ou símbolo destinado a identificar os
bens ou serviços de um vendedor, ou de um grupo de vendedores, e a
diferenciar esses bens e serviços daqueles das concorrentes, de forma que
essa marca sinaliza ao consumidor a origem do produto e protege, tanto
consumidor quanto fabricante, dos concorrentes que disponibilizam ofertas
que pareçam idênticas.
Já Kapferer (apud LOURO, 2000, p. 27) diz que marca dá significado e direção
à empresa ou pessoa pública no decorrer do tempo, “uma marca não é um produto. É a
essência do produto, o seu significado e a sua direção, que define a sua identidade no
tempo e no espaço”.
Conhecendo as definições e funções da marca, é possível sintetizar o conceito
como o meio que as organizações e pessoas públicas utilizam para diferenciar seus
produtos/serviços dos demais. A marca é definição simbólica das características da
organização.
Já a identidade nada mais é que, a personalidade da empresa ou da imagem
pessoal que se manifesta diretamente nas suas ações. Para se pensar na gestão da
comunicação, ter a identidade bem definida é fundamental, para tornar isso possível é
imprescindível o autoconhecimento, além de manter coerência e sintonia entre as ações
e processo comunicacional.
30. 27
Capriotti (apud FASCIONI, 2008, p. 74) explica que “a identidade corporativa
seria o conjunto de características, valores e crenças com as quais a organização se
identifica e se autodiferencia das outras organizações concorrentes do mercado”.
Fascioni (2008, p. 75) define que identidade corporativa é “o conjunto de
características essenciais que tornam uma empresa única, essencial, inigualável” e
complementa “(...) a identidade de uma empresa é a sua essência, seus princípios,
crenças, manias, qualidades, aspirações, sonhos, limitações.”
Uma empresa com identidade forte e convincente pode alcançar com maior
facilidade seu público-alvo. Kunsch (2006, p. 121) conceitua de forma mais ampla:
(...) Comunicação da identidade corporativa é aquela que melhor e mais
eficazmente atinge os públicos de interesse institucional, empregado,
governo, imprensa, acionistas, instituições financeiras. E como fazer
comunicação da identidade corporativa com eficazes e, principalmente,
palpáveis resultados? Deve-se investir em Planejamento estratégico.
Costa (apud 2003, p. 62) esclarece que “a identidade da empresa é seu DNA. Por
isso, e não por outro motivo, toda empresa é única, diferente e irrepetível”, e
complementa afirmando que a identidade é algo mais profundo, pois está impregnada
no ser e forma de fazer da organização.
Conforme afirma Costa (apud FARIAS, 2002, p. 03) uma identidade forte,
claramente diferenciada e gerenciada resulta um ‘estilo’, esse estilo nada mais é que a
“imagem”. Se a identidade representa características inerentes à individualidade de cada
organização, que a diferencia das demais e mostra como verdadeiramente ela é, a
imagem é sua extensão, ou seja, são os atributos percebidos pelos públicos e opinião
pública.
Cesca (2006, p. 213) explica por que é fundamental manter fidelidade entre
identidade e imagem, pois “a imagem da marca é o reflexo (nem sempre fiel) da
personalidade da marca que reside na mente das pessoas. É o que as pessoas acreditam
que a marca é, seus sentimentos e suas expectativas relativamente à empresa e ao
produto.”
Ainda segundo Cesca (2006, p. 213), “enquanto a identidade é um conceito
emissor, porque se vincula ao que a empresa é, a imagem é um conceito receptor, pois
reflete a forma como é percebida pelos públicos.”
31. 28
Kunsch (2003, p. 170) afirma que “Imagem tem a ver com o imaginário das
pessoas, com as percepções. É uma visão intangível, abstrata das coisas, uma visão
subjetiva de determinada realidade.”
Bueno (2005, p. 19) destaca que a “criação” dessa imagem pode ser influenciada
por interferência e colaboração das fontes de informação.
A imagem corporativa é a representação mental de uma organização
construída por um indivíduo ou grupo a partir de percepções e experiências
concretas (os chamados “momentos de verdade‟), informações e influências
recebidas de terceiros ou da mídia. Ela constitui-se uma síntese integradora,
que acumula aspectos cognitivos, afetivos e valorativos, e expressa a leitura,
ainda que muitas vezes superficial, incompleta ou equivocada, da identidade
corporativa de uma organização.
O reconhecimento da importância da imagem positiva vem ganhando cada vez
mais espaço nas organizações. Torquato (apud AFONSO, 2002, p. 27 - 28) reforça que
“conceito de ampla significação para as empresas modernas é o da imagem, que, na
verdade, resulta do desenvolvimento do conceito da comunicação. Por imagem, deve-se
entender aquilo que a empresa deseja projetar.”
Costa (apud FARIAS, 2002, p. 04) conceitua imagem de forma ampla quando
diz:
A imagem é a resultante da identidade organizacional, expressa nos feitos e
nas mensagens. Para a empresa a imagem é um instrumento estratégico, um
conjunto de técnicas mentais e materiais, que tem por objetivo criar e fixar na
memória do público, os ‘valores’ positivos, motivadores e duradouros. Estes
valores são reforçados ao longo do tempo (reimpregnação da mente) por
meio dos serviços, atuações e comunicações. A imagem é um valor que
sempre se deseja positivo – isso é, crescente e acumulativo -, e cujos
resultados são o suporte favorável aos êxitos presentes e sucessivos da
organização.
A imagem é a materialização da identidade, a visão externa que os diversos
públicos têm da marca. Tendo em vista essa ligação de conceitos, a comunicação
configura a percepção da imagem de forma coerente e positiva, que consequentemente
agregará valor ao profissional. A soma de experiências dos públicos com a imagem irá
acarretar na reputação.
32. 29
Imagem e reputação são conceitos semelhantes em alguns aspectos, mas são
distintos. Enquanto a imagem é a projeção da percepção dos públicos, a reputação é essa
percepção de forma ampliada. Segundo Silva A. (2011, p.31):
A reputação tem por base impulsos que se referem a um repertório ampliado,
não restrito aos fatores preço, qualidade, distribuição e publicidade. A
reputação é a resultante de um processo que tem por base os valores e a
identidade da empresa, refletidos sobre a forma como ela se relaciona com o
meio ambiente e como trata seus stakeholders.
Para Bueno (2005, p.18-20) a reputação é a somatória de atributos e virtudes do
assessorado, que o difere dos demais, esta por sua vez é uma visão mais consolidada e
amadurecida da percepção do público. “A reputação é uma leitura mais aprofundada,
mais nítida, mais intensa de uma organização e que, na prática, apenas um número
reduzido de organizações chega a ser contemplada com esse nível de representação.”
Segundo Thevissen (apud ALMEIDA, 2005, p. 120) “A reputação pode ser
entendida como um crédito de confiança adquirido pela organização, estando esse
crédito associado a um nome, familiaridade, boa vontade, credibilidade e
reconhecimento.” Apresenta também o lado oposto; a reputação negativa, que “significa
crédito limitado ou até mesmo nenhum crédito na linha de relações com os stakeholders
e, mais do que uma ameaça, pode representar uma real ruptura entre empresa e
ambiente.”
Almeida (2010) em entrevista explica que “Reputação envolve ações e
comportamentos. Passa por como é percebido o dia a dia de uma organização, não
apenas aqui e agora, mas principalmente ao longo dos anos” e alerta que “com as mídias
sociais e maior educação para o consumo consciente, o risco de afetar a reputação de
uma empresa cresce, mas a capacidade de monitoramento não evolui na mesma
proporção”.
Brandt e Johnson (apud FASCIONI, 2008, p. 75) apresentam um quadro que
expõe de forma simples e esclarecedora a diferença entre imagem e identidade, na qual
acrescentamos marca e reputação.
33. 30
MARCA IDENTIDADE IMAGEM REPUTAÇÃO
Identificação Essência Aparência Aparência
consolidada
Ponto de vista dos Ponto de vista dos Ponto de vista dos Ponto de vista dos
emissores emissores receptores receptores
Sinaliza Ativa Passiva Estrutural
Envolve qualidades Reflete qualidades Reflete qualidades Somatória de
funcionais duradouras superficiais experiências
Visão voltada ao Visão voltada para o Visão Visão interna e
valor da marca futuro retrospectiva externa
Operacional Estratégica Tática Duradoura
Associações à Associações que se Associações Associado à
fidelidade quer construir existentes resposta
Quadro 2: Diferença entre marca, identidade, imagem e reputação (adaptado).
Fonte: Brandt e Johnson (1997).
Transmitir à opinião pública uma ideia de identidade e imagem alinhadas, para
que a boa reputação seja consistente e duradoura, é essencial para gerar resultados
positivos no processo de posicionamento de qualquer imagem pública.
2.2. Posicionamento da imagem pública
O posicionamento da imagem é um processo amplo, que necessita de cuidado e
dedicação e essa imagem se constrói – ou destrói – com comportamentos, sistemas,
palavras e mecanismos. Poyares (1998, p. 29) aconselha “Meditem todos os que
precisam da imagem pública sobre o cuidado que devem ter com o seu marketing”.
Poyares (1998, p. 88) reforça que “o mecanismo de formação da imagem supõe certos
intermediantes na adaptação da realidade exterior ao mundo interior, através do
processo de comunicação.”
Conforme afirma Weber (apud SILVA C. e MARQUES, 2009, p. 47), ao usar
estratégias e mecanismos adequados ao campo da imagem pública, o profissional “altera
34. 31
sua forma de ser e de se fazer percebido perante o complexo mundo da disputa pela
visibilidade”.
Para Rigitano (apud CHAMUSCA e CARVALHAL, 2011, p. 6), quando se trata
de posicionar a imagem pública, é preciso pensar a combinação entre interesses e
possibilidades que abrem espaço para sua recepção.
(...) duas coisas são importantes de se ter em mente: a) a recepção (o público)
não trabalha no vazio; b) uma imagem pública não é algo imutável. Ligado a
isso, vale destacar que a construção de uma imagem pública passa não só
pelo que se fala. É também o que se faz, (produzindo fatos noticiosos
irresistíveis aos meios) e a forma como se apresenta (já que a imagem visual
é a primeira que se tem).
Poyares (1998, p. 91–95) salienta que “o campo da comunicação e das Relações
Públicas é essencialmente a macro-comunidade, dentro da qual podemos operar, para
efeito de motivação ou aceleração de atitudes”. Para isso o assessor pode utilizar
mecanismos de simplificação psicológica, que são:
a. Símbolo – recurso usado para simplificar a memorização de algo complexo ou
abstrato, geralmente é usado figuras e legendas (POYARES, 1998, p. 91–95).
b. Estereótipo – redução da figura concreta para figura popular, que na área da
Comunicação Social, permite que essa seja sugerida ou ministrada (POYARES, 1998,
p. 91–95).
c. Personificação – é a transfiguração da organização em pessoa, para se igualar
ao público e conseguir a identificação deles (POYARES, 1998, p. 91–95).
Silva C. e Marques (2009, p. 54) apresentam um quadro onde são demonstradas
as três ações/etapas que contribuem para a construção e desconstrução da imagem
pública. Para adequação ao tema proposto, foram realizadas adaptações para o contexto
de “imagem pública do profissional liberal”.
35. 32
Produção de Controle e difusão Gerenciamento da
Etapa Imagem da imagem circulação da
imagem nos media
Divisão do trabalho e Adequação dos Trabalho colaborativo
cooperação entre os elementos e em equipe feito
membros da equipe de discursivos da pelos profissionais
Construção marketing. Adequação imagem a quadros encarregados pelo
dos interesses de
dos sentido monitoramento de
assessorados coletivos.
às Co- mídia.
nhecimento
estratégias publicitárias. das
expectativas gerais.
Divergências de interes- Falta de coesão e Ausência de trabalho
ses, desestruturação da conseqüente integrado,
Desconstrução equipe, descompasso recepção negativa fragilidades na
entre a imagem ansiada da imagem junto à imagem gerada.
e a imagem projetada. opinião pública.
Quadro 3: Construção e desconstrução da imagem pública (Adaptado).
Fonte: Silva e Marques (2009, p. 54).
Torquato (apud SILVA C. e MARQUES, 2009, p. 51) enfatiza que “a imagem
pública pode ser alterada, destruída e reconstruída num processo ininterrupto, sendo
também vulnerável a acontecimentos inesperados e desestabilizantes.”
A respeito do posicionamento eficaz da imagem pública, Gomes (apud SILVA
C. e MARQUES, 2009, p. 46) diz que “por meio da elaboração de um tipo de estratégia
comunicativa, a qual não se limita a conferir existência midiática a esses atores, mas
deve assegurar sua presença constante na esfera de visibilidade pública.”
Gomes (apud SILVA C. e MARQUES, 2009, p. 49) afirma que o
posicionamento da imagem requer “elaboração de estratégias comunicativas capazes
não só de administrar, gerenciar e controlar mensagens” e ressalta que é preciso
estabelecer relações entre o assessorado e os diferentes públicos (fãs, patrocinadores,
mídia, contratantes, etc.) responsáveis pela formação da opinião pública.
Para Aaker (apud SERRALVO e FURRIER, 2011, p. 02), as vantagens de uma
posição de uma marca bem concebida e implementada traz uma série de ganhos à
organização:
(a) orientam e aperfeiçoam a estratégia de marca; (b) proporcionam opções
de expansão da marca; (c) melhoram a memorização da marca; (d) dão
significado e concentração para a organização; (e) geram uma vantagem
competitiva; (f) ocupam uma posição sólida contra a concorrência; (g) dão
propriedade sobre um símbolo de comunicação; (h) provêm eficiências em
termos de custos de execução.
36. 33
Nesse sentido, o trabalho de Relações Públicas surge com o intuito de construir a
imagem pública perante a opinião pública de forma estratégica, segundo Kunsch (2006,
p. 34) “exercer função estratégica significa ajudar as organizações se posicionarem
perante a sociedade, demonstrando qual é a razão de ser do seu empreendimento”.
Farias (2002, p. 05) afirma que o assessor deve lançar mão de uma política de
comunicação equilibrada, que acarretará na valorização do assessorado em um mercado
competitivo, “esse trabalho de maior fôlego, orquestrado, deve objetivar a conquista,
ampliação e manutenção das bases, levando à maior participação pela organização no
market share de seu segmento.”
A via proposta pelo mercado, política de comunicação, construção e manutenção
da imagem pública, deve estar alinhada e claramente compreendida entre profissional,
público e opinião pública. Rigitano (apud CHAMUSCA e CARVALHAL, 2011, p. 06)
assegura que quando se trata de avaliar os resultados do posicionamento da imagem
pública “é importante que se conheça os movimentos da opinião pública, bem como sua
forma de aferição por meio de sondagens”, pois ela afeta diretamente os negócios e a
vida de qualquer organização.
Kunsch (2006, p. 35) aponta que as Relações Públicas atuando estrategicamente,
devem embasar-se na pesquisa e no planejamento para encontrar estratégias
comunicacionais que prevejam e facilitem o enfretamento das reações dos públicos e da
opinião pública de forma dinâmica e eficiente.
2.3. Opinião pública
Para compreender o processo de formação da opinião pública é primordial
entender o que de fato é opinião pública. Essa não é tarefa fácil, pois é um tema com
muitas conceituações, mas fazer essa definição é extremamente importante e necessário
para se compreender a dimensão do termo.
Historicamente a opinião pública está ligada à política, mas foi tomando
dimensões inesperadas e hoje exerce força em todas as áreas da sociedade. Childs
(1967, p. 44 - 61) descreve a origem da opinião pública.
37. 34
A origem da expressão ‘opinião pública’ está envolta em mistério. Na
literatura da Grécia e Roma antigas, bem como ao longo da Idade Média, os
filósofos tinham inteira consciência da importância da opinião das massas. A
frase "voz populi, vox Dei" data da última parte da Idade Média.
Sobre Opinião Pública, Speier (apud BITENCOURT, 2007 , p. 26-27) esclarece
“que suas opiniões possam influenciar ou determinar as ações, o pessoal, a estrutura do
governo.”
Childs (1967, p. 44 - 61) salienta que “Opinião pública é qualquer coleção de
opiniões individuais, independentemente do grau de concordância ou uniformidade.”
Segundo Fortes (2008, p.31) a opinião pública percebeu o poder de sua energia
moral e do seu julgamento, e que ela “decorre das massas que, tendo objetivo de
observação, expressam seu apoio ou sua discordância durante análise das proposições
controvertidas”. Fortes complementa “o sentimento coletivo ou público pode voltar-se
contra ou a favor de uma organização, motivado por fatores marcadamente
insignificantes ou por causas altamente relevantes.”
Doob (apud 1998. p. 72) diz que “opinião pública significa a atitude de gente em
relação a um tema enquanto membro do mesmo grupo social”.
A opinião pública é a expressão de um grupo ou públicos que se identificam por
um propósito ou uma ideia e têm grande poder. O profissional de Relações Públicas
precisa conhecer o processo de formação da opinião pública, para obter êxito na
construção da imagem do assessorado perante seus públicos.
2.3.1. Formação da opinião pública
No processo de posicionamento da imagem é fundamental conquistar a
confiança e credibilidade da opinião pública, esta por sua vez está embasada em fatores
que contribuem para a formação das correntes da opinião pública. Augras (apud SENA,
2007, p. 284) cita esses fatores:
a. Fatores psicológicos: Compreende o nível interpessoal, onde crenças,
ideologias, o lado não-racional e afetivo tem maior influência. (AUGRAS, apud SENA,
2007, p. 284).
38. 35
b. Fatores sociológicos: Abrange o nível social, os fatores econômicos (classe
social), ecológicos (localização geográfica) e grupos (idade, etnia e sociais) interferem
na orientação, sentido e formação da opinião. (AUGRAS, apud SENA, 2007, p. 284).
c. Fatores históricos: Corresponde ao nível circunstancial, no qual os
acontecimentos afetam a conscientização da opinião pública, podendo distorcer a
percepção do fato. (AUGRAS, apud SENA, 2007, p. 284).
Gomes (1984) acrescenta mais um fator de formação da opinião pública e
explica:
d. Veículos de comunicação massiva: busca pelo controle da opinião pública
pelos meios de comunicação. “Somos constantemente bombardeados pelos veículos de
comunicação massiva que agem sobre nossas opiniões, nossas atitudes, nossas ações.
Bombardeiam nossos lares e formam nossas crianças.”
Poyares (1998, p. 69) ressalta que as Relações Públicas têm que se adaptar ao
meio e as opiniões que mudam constantemente:
Opinião representa uma tomada de posição, uma atitude. Toda essa breve
análise gera uma série de implicações, não apenas para a conceituação de
opinião pública, mas também para a formulação do conceito e da
metodologia de relações públicas. A natureza do ato, com seu sentido de
contingência, isto é, não absolutamente necessário, a permanente
interdependência de um ou “outro” o processo de formação impõem às
relações públicas a regra de visar sempre e apenas a médias e de se organizar
como um processo em contínua adaptação ao meio.
Diante do exposto percebe-se que o Relações Públicas exerce seu papel
fundamental como formador da opinião pública esclarecida, crítica e capaz de se
expressar, principalmente com as mudanças que a sociedade vem sofrendo, onde as
novas tecnologias despertam a necessidade do comunicador de se manter atento ao que
acontece no ciberespaço e como se dá esse processo informativo.
39. 36
2.3.2. Formação da opinião pública na era digital
Com o advento da tecnologia a fonte formadora de opinião pública, a
informação, passa por intensas alterações devido ao seu grande fluxo. Castells (apud
POZOBON, 2010, p. 04) entende que existe uma nova configuração social, que as redes
digitais compõem o eixo principal. Castells (apud POZOBON, 2010, p. 04) sustenta sua
tese afirmando que “como a cultura é mediada e determinada pela comunicação, as
próprias culturas, isto é, nossos sistemas de crenças e códigos historicamente
produzidos são transformados de maneira fundamental.”
Com o surgimento das mídias digitais as funções “emissor” e “receptor” se
confundem, pois ambos produzem e recebem informações. Cremades (2009, p. 202)
define esse processo como “verdadeira ideologia” e reforça:
Essa nova ideologia de comunicação baseia-se no livre fluxo de informações
e ideias, que é interativo, igualitário e não discriminatório. É o que o Direito
chama de liberdade de expressão. Não se pode esquecer, entretanto, que tal
denominação engloba uma pluralidade de direitos. Assim, vale ressaltar a
denominação de Torres Del Moral ao conjunto dessas liberdades, “liberdade
de comunicação pública”, entendendo como pública tudo que transcende a
própria individualidade, ou seja, toda comunicação possível.
Essa nova possibilidade de “troca de informações” implica diretamente na
formação da opinião pública. Segundo Lemos e Lévy (apud POZOBON, 2010, p. 10)
“as pessoas têm muita coisa a dizer”. O resultado é que “esse deslocamento da palavra,
esse “poder de dizer enfim”, esse “mostrar” e “se mostrar” generalizado é que é uma das
principais dimensões da revolução ciberdemocrática em curso.”
Esse cenário atual exige uma nova postura do assessor e seu assessorado.
Segundo Kunsch (2006, p.141):
A velocidade das mudanças que ocorrem em todos os campos impele a um
novo comportamento institucional das organizações perante a opinião
pública. Elas passam a se preocupar sempre mais com as relações sociais,
com os acontecimentos políticos e com os fatos econômicos mundiais. E
nesse contexto, a atuação das Relações Públicas será fundamental, pois
caberá a essa atividade a função de uma auditoria social. Isto é, terá de saber
40. 37
avaliar as reações da opinião pública para traçar as estratégias de
comunicação.
Ainda sobre a nova postura do assessor e assessorado, Kunsch (2006, p. 132)
reitera que “As organizações modernas, para se posicionar perante a sociedade e fazer
frente a todos os desafios da complexidade contemporânea, necessitam planejar,
administrar e pensar estrategicamente a sua comunicação.”
Segundo Pozobon (2010, p.11), nesse processo de convergência de informações,
o comunicador precisa transmitir informações qualificadas e sobre o seu assessorado,
“Ao expor informações qualificadas, a mídia disponibiliza pontos de vista diferenciados
para que a audiência possa formar seu próprio juízo e interpretar a informação recebida
a partir das suas experiências de vida.” Complementa:
(...) a publicização de uma determinada questão no espaço da visibilidade
mediada permite sua disseminação a um público múltiplo e heterogêneo,
viabilizando a capacidade de uma interpretação crítica e diversificada da
audiência. É neste sentido que, hoje, a esfera pública converte-se numa arena
de entrecruzamento de diferentes demandas, proposições e pontos de vista,
ainda mediada pelo poder e pelo discurso da mídia.
(POZOBON, 2010, p. 12)
Cremades (2009, p. 205) reforça a importância da informação no cenário
interativo quando diz que, “o poder da sociedade atual depende cada vez mais da
informação”.
Em suma, essa intensa troca que as mídias digitais possibilitam, interfere
diretamente na imagem do assessorado e no papel do profissional de comunicação, pois
a comunicação precisa ser bem planejada.
As opiniões são trocadas a todo instante dificultando seu controle, mas a base da
formação da opinião pública é a mesma “informação”, só por meio dela que o assessor
poderá controlar como está a imagem do assessorado.
41. 38
2.3.3. Influência da opinião pública na imagem pública
A imagem pública está associada à formulação da opinião pública e o debate,
pois vai além de estigmas e rótulos. Por isso, é preciso estar atento aos movimentos da
opinião pública com relação à imagem do assessorado. Segundo Chamusca e Carvalhal
(2002, p. 06):
A sondagem dos públicos por meio de pesquisas de opinião, no âmbito
organizacional, geralmente é utilizada para a análise da imagem institucional.
Chegar a essa imagem, contudo, não se considera uma tarefa fácil, pois, ela
encontra-se num elo perdido de uma realidade fragmentada em três
dimensões. A primeira dimensão é a imagem que a organização imagina que
tem, a segunda é a imagem que ela gostaria de ter, a terceira e última é a que
realmente tem, ou seja, é a que a opinião pública percebe, que por mais
incrível que pareça, geralmente não corresponde com nenhuma das duas
anteriores.
É de suma importância acompanhar a posição da opinião pública para conhecer
o resultado do trabalho de construção de imagem, pois segundo Canfield (apud
CHAMUSCA e CARVALHAL, 2011, p. 06) “A opinião pública de uma organização é
continuamente influenciada por fatores sobre os quais a organização não exerce nenhum
controle, tais sejam a mudança das condições econômicas, transformações sociais, ou
ações das agências de pressão ou do governo.”
Sousa (apud MOURA C., FUSTINONI e HATAMURA, 2007, p. 36), diz que
caso se detectem crises na imagem, é preciso gerenciar a opinião pública
estrategicamente e que “este é um setor específico da área de Relações Públicas e em
situações como estas ele deve atentar a postura correta a tomar, levando em
consideração as conseqüências futuras que cada ação gerará.”
Mesmo não tendo controle nos fatores que formam a opinião pública, toda
organização quer exercer algum nível de influência sobre a opinião pública e saber a
imagem que os públicos percebem com relação a elas. Baseado nessa ideia nota-se que a
imagem perante a opinião pública é algo poderoso e de grande valor à empresa.
Segundo Neves (1998, p. 63), “Imagem tanto pode enriquecer, como levar à falência”.
Por meio da opinião pública, as empresas buscam credibilidade. Torquato (apud
SIMON, 2003, p. 23) afirma que “a credibilidade também é um produto, que tem seu
42. 39
ciclo de vida e suas fases. Pensando na credibilidade como produto, imaginamos que
seu ciclo vital tem início nos diagnósticos e nos redimensionamentos.”
Neves (2002, p.78) ressalta que “a opinião pública raramente julga a
performance de um organização baseada em fatos, mas em percepções, estereótipos e
emoções.”
Cabe então ao profissional de Relações Públicas identificar o posicionamento da
opinião pública e perceber suas mudanças e anseios. E assim intermediar o processo de
formação e fortalecimento da imagem do assessorado, para que atenda às necessidades
de forma equitativa para ambos os lados.
Para isso, um relacionamento ético e transparente é fator primordial, em que o
profissional de Relações Públicas assessora estrategicamente as ações para a aceitação
pública desse profissional e, consequentemente, soma credibilidade à imagem do
profissional liberal.
43. 40
3. ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Um assessor de comunicação deve atuar em áreas estratégicas de uma
organização, tornando-se um gestor da comunicação, contudo, estabelecendo e
mantendo contato com os veículos de comunicação.
Lopes (2004, p. 90) diz que assessoria de comunicação busca uma comunicação
mais permanente, aplicada de forma estratégica e integrada:
Assessoria de comunicação é um setor especializado que busca
permanentemente o aprimoramento dos fluxos de comunicação no interior
das organizações e perante a opinião pública (...) coordena todo o trabalho de
comunicação, definindo estratégias que reúnem os setores de Jornalismo
(Assessoria de imprensa), Relações Públicas e Publicidade e Propaganda, que
nos dias de hoje são cada vez mais integrados.
No decorrer dos anos a assessoria de comunicação passou por profundas
alterações, tendo em vista as mudanças ocorridas na sociedade. Para tornar
compreensível esse processo de adaptação, será descrito como ele se deu.
3.1. História da Assessoria de Comunicação
A história de assessoria de comunicação se assemelha ao surgimento das
Relações Públicas, visto que as datas, episódios e fatos históricos se confundem por
terem tido o mesmo fundador, Ivy Lee. O marco para assessoria de comunicação, como
afirma Wey (1986, p. 31), foi a carta de princípios, escrita em 1906 por Ivy Lee:
Este não é um departamento de imprensa secreto. Todo o nosso trabalho é
feito às claras. Nós pretendemos fazer a divulgação de notícias. Isto não é um
agenciamento de anúncios. Se acharem que nosso assunto ficaria melhor na
seção comercial, não o usem. Nosso assunto é exato. Maiores detalhes, sobre
44. 41
qualquer questão, serão dados prontamente e qualquer diretor de jornal
interessado será auxiliado, com o maior prazer, na verificação direta de
qualquer declaração do fato. Em resumo, nosso plano é divulgar,
prontamente, para o bem das empresas e das instituições públicas com
absoluta franqueza, à imprensa e ao público dos Estados Unidos, informações
relativas e assuntos de valor e de interesse para o público.
Como relata Duarte (2003, p.36) “Lee estabeleceu um pequeno conjunto de
regras ético-morais, em favor do pressuposto da confiabilidade”. Wey (2003, p.36)
complementa, “uma excelente orientação para os especialistas modernos”. A Carta de
Lee deu início a uma informação mais exata e bem mais produzida para os públicos,
através de um assessor de comunicação.
A “Declaração de princípios”, escrita por Lee, norteia um conjunto de valores
éticos de um assessor de comunicação. A esse respeito, Alberto André (apud, KOPPLIN
e FERRARETTO, 2009, p. 29) afirma que ética é:
O conjunto de normas que devem reger sua conduta no desempenho da
profissão. [...] O professor Eugênio Castelli comparou liberdade e
responsabilidade, afirmando que o ‘dever de informar se apoiou na liberdade
e pressupõe um ato de responsabilidade com a verdade’, estabelecendo este
quadro de tríplice ponto de vista da liberdade:
a) moral, em que despontam a verdade e o respeito para com a dignidade do
ser humano e implica a consciência profissional;
b) social, em que a liberdade de informar corresponde ao direito de ser bem
informado;
c) legal, que é o comprimento das leis.
Neste quadro adaptado estão citados os marcos históricos do surgimento de
assessoria de comunicação nos Estados Unidos e no Brasil.
Marcos Históricos do Surgimento de Assessoria de Comunicação
Ano Fatos Históricos dos Estados Unidos
Phineas T. Barnum, dono do Circo Barnum, comprava espaços nos jornais para divulgar
1868 os espetáculos de sua companhia para despertar a curiosidade e atrair a atenção do
público (Kopplin e Ferraretto, 2009, p. 25).
“The public be damed (O público que se dane) Willian Henry Vanderbilt”, (Wey,
1882 1986, p. 30). Foi por essa frase que surgiu o interesse por um profissional de assessoria
de comunicação
“A primeira guerra mundial foi chamada pelo New York Times de a ‘primeira guerra
1922 dos agentes de imprensa’” (Duarte, 2003, p. 58). O trabalho de assessoria de imprensa
foi muito utilizado com o objetivo de arrecadar recursos financeiros e ressaltar o
patriotismo.
45. 42
Ano Fatos Históricos do Brasil
“O presidente Nilo Peçanha ao organizar a estrutura do Ministério da Agricultura,
1909 Indústria e Comércio, cria a Secção de Publicações e Biblioteca para integrar serviços
de atendimento, publicações, informações e propaganda” (Duarte, 2003, p. 82).
A empresa Light (The São Paulo Transway Light and Power) fundou o Boletim Light, o
1925 1º house organ no Brasil, Rego (apud DUARTE, 2003 p. 26).
“Criado o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), misturando divulgação,
1939 comunicação institucional e censura” (Duarte, 2003, p. 27).
Quadro 4: Marcos históricos do surgimento da Assessoria de Comunicação nos Estados
Unidos e no Brasil.
Fonte: Elaborado pelo autor
A atividade de assessoria de comunicação no Brasil passou a ter maior
importância a partir da retomada da democracia, após a ditadura, além do aumento de
competitividade, as pessoas começaram a ter liberdade de escolhas bem fundamentadas,
julgamentos independentes e exigir respostas rápidas, forçando as organizações a
tomarem providências para se comunicar com eles. (DUARTE, 2011, p. 59)
Em 1990, no Brasil o Código de Defesa do Consumidor possibilitou o
surgimento de grande número de serviços de atendimento ao consumidor. Sobre esse
momento Gimenes (2006, p. 82) afirma que, “o consumidor nunca foi muito respaldado
pelas organizações em geral, até que o Código de Defesa fosse aprovado e lhe desse a
oportunidade de pelo menos poder reivindicar seus direitos.” Isso fez com que os
assessores de comunicação adotassem uma nova postura, na qual a transparência passou
a reger a atividade. Gimenes (2006, p. 83-85) cita alguns aspectos que passaram a ser
primordiais para que um plano de Relações Públicas obtivesse sucesso:
Divulgar a empresa entre os consumidores; Abrir a empresa para programas
de visitas; Responder a todas as perguntas dos consumidores; Oferecer
produtos honestos e preços juntos; Veicular propagandas honestas; Treinar as
pessoas que irão atender os consumidores que se sentirem lesados em busca
de informações; Ouvir, com disposição, as reclamações dos consumidores;
Garantir ao consumidor a qualidade daquilo que ele adquiriu, sob pena de lhe
restituir o pagamento se o que foi comprado não corresponder à sua
finalidade e; Atender as pretensões dos consumidores reais e potenciais.
Com essa busca incansável pela qualidade, as organizações tiveram outra nova
realidade para enfrentar, a globalização, que trouxe a concorrência mundial. Segundo
46. 43
Miguel Jorge (apud GIMENES, 2006, p. 87) “[...] com o acirramento da concorrência
em escala internacional, as empresas dependem, cada vez mais, de eficientes canais de
comunicação”, e complementa afirmando “[...] Isto é fundamental para tornar
conhecidos novos conceitos, repensar os processos produtivos e métodos
organizacionais e buscar soluções para os novos paradigmas apresentados”. Mais uma
vez o profissional de comunicação teve que se readequar a essa nova necessidade.
O fator “novas tecnologias” somado à internet foi, sem dúvida, o que mais
alterou o comportamento dos públicos, das empresas e da sociedade como um todo.
Pois, o uso cada vez mais constante dos meios de comunicação de acesso rápido fez
com que o assessor de comunicação aderisse algumas características, esclarece Bueno
(2003, p. 54 – 55).
O assessor moderno não pode abrir mão dos seus contatos virtuais, do
relacionamento direto com as fontes da empresa ou entidade, via e-mail,
acesso frequente e intenso aos jornais on-line, às listas de discussão etc.,
mesmo quando está fora do horário do expediente. [...] As preocupações do
trabalho ficam agora permanentemente armazenadas no seu notebook e
andam ao seu lado o dia todo. O celular fica sistematicamente ligado, pois
um jornalista ou um executivo de sua empresa podem acessá-lo a qualquer
momento para repercutir temas ou marcar uma reunião de emergência [...]
Essas novas mudanças fizeram com que os profissionais de assessoria de
comunicação se adaptassem ao mundo digital, para que, no final, o cliente criasse uma
relação de maior proximidade, por ambos estarem inseridos no mesmo contexto. Para
entender melhor o que faz um assessor de comunicação, serão abordadas suas funções e
singularidades da assessoria.
3.1.1. Assessoria de Comunicação x Assessoria de Imprensa
A atividade de assessoria é uma área estratégica e que segue um plano de
comunicação, compreendendo princípios que vão da ética, responsabilidade social até
valores da sociedade junto aos seus diversos públicos.
47. 44
O assessor de comunicação tem ações voltadas à elaboração de um bom
relacionamento com a imprensa, segundo Lopes e Vieira (2004, p. 91) as suas funções
são:
Definir estratégia de abordagem e aproximação; estabelecer programas
completos de relacionamento; manter contato permanente e dar atendimento
aos chamados e demandas; elaborar e distribuir informações sobre a
organização, que digam respeito às suas ações, produtos, serviços, fatos e
acontecimentos ligados direta ou indiretamente a ela, na forma de sugestões
de pauta, press realese e press kits, organizar e dirigir entrevistas e coletivas;
criar e produzir manuais de atendimento e relacionamento com a imprensa;
treinar dirigentes e executivos para o atendimento à imprensa, dentro de
padrões de relacionamento, confiança e credibilidade.
Há muitas divergências entre Jornalistas e os Relações Públicas em relação às
funções de um assessor de imprensa e assessor de comunicação, no ponto onde se
delimita cada área. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) (2007, p. 10) define
assessoria de imprensa da seguinte forma:
Serviço prestado à instituições públicas e privadas, que se concentra, no
envio frequente de informações jornalísticas, dessas organizações, para os
veículos de comunicação em geral. Esses veículos são jornais diários;
revistas semanais, revistas mensais, revistas especializadas, emissoras de
rádio, agências de notícia, sites, portais de notícia e emissoras de tevê.
Assessoria de comunicação se tornou mais viável, por oferecer uma
comunicação integrada e de acordo com que o cliente necessita, como explica Passadori
e Assad (2009, p. 56), e diz que “assessoria de comunicação desenvolve melhores
ferramentas para que o cliente esteja seguro quanto ao posicionamento estratégico de
sua marca, em cada situação de pronunciamento público.”
O ponto que diferencia assessoria de comunicação com a de imprensa é sua
abrangência, pelo fato de possuir mais ferramentas e por ter uma visão mais estratégica.
Contudo, ela administra as informações de forma que chegue não só para imprensa, mas
para todos os seus públicos.
48. 45
3.2. Comunicação organizacional digital aplicada ao profissional liberal
Dando seguimento ao estudo sobre assessoria de comunicação, a pesquisa será
afunilada para falar sobre o trabalho no mundo digital. Atualmente, os profissionais que
não estiverem atentos a essa nova forma de trabalho, poderão ficar à margem, ou talvez,
fora do mercado de trabalho. Capella (2009) enfatiza que:
Com as novas tecnologias e ferramentas, não é precipitado afirmar que os
melhores profissionais de comunicação estão inseridos em uma esfera
totalmente digital, constituída, principalmente, pelo Twitter, Facebook, blog,
Listal, Delicius, Orkut, YouTube e MySpace, entre tantas outras social
medias.
A comunicação digital tem um processo em rede e interativo, alguns atributos
podem ser considerados como explica Terra (2008, p. 31) “a comunicação segmentada,
de relevância para o usuário, bidirecional, interativa que permite participação e
construção coletivas, direta, ágil, de rápida disseminação [...]”.
Simões (1995) já afirmava que a informação unilateral é insuficiente para o
processo de comunicação, mas é o elemento ativador do processo, desde que ela seja
percebida pelo público.
Segundo Machado, Müller e Barichello (2011, p. 02) nesse novo contexto, o
profissional de Relações Públicas passa a desempenhar um forte papel na comunicação
digital, fazendo assim uma comunicação efetiva: “porque com as possibilidades de
interação sociotécnica, que a atual ambiência midiática permite, pode-se afirmar que já
ultrapassamos as teorias de “construtor de uma boa imagem”, ou de “aceitação pelos
públicos”, para ingressar numa era de “diálogo efetivo”.
Terra (2010) afirma que a tecnologia da informação invadiu a atividade de
Relações Públicas e modificou a relação entre a organização e público, o poder de
comunicar-se estava apenas nas mãos dos grandes grupos corporativos, agora está nas
mãos dos públicos. Ela completa o raciocínio dizendo que “devido às redes sociais on
line, as marcas que aproveitarem esses espaços conseguirão gerar ressonância e
lealdades duradouras”.
49. 46
Para Bueno e Terra (2010, p. 01) “as organizações já não podem negligenciar as
mídias sociais, seja porque os usuários produzem conteúdos relativos às suas marcas,
seja por opção em participar desses ambientes interativos e estreitar o relacionamento
[...]”. Complementando, Marien (apud TERRA, 2008, p. 52) afirma que as informações
postadas nas redes sociais impactam imediatamente a imagem da organização: “o que é
dito nos blogs ou mostrado no Youtube tem impacto imediato na reputação da empresa,
que não tem mais o controle das informações”. Nesse contexto o profissional de
Relações Públicas ganha espaço se estiver preparado para atuar nesse espaço virtual.
Reforçando a importância de um profissional de Relações Públicas no processo
de comunicação digital, Moresco e Ikeno (2010) afirmam que o uso dos meios digitais
sem planejamento pode ser mais prejudicial do que benéfico à empresa, com isso “as
organizações necessitam do acompanhamento e mediação de um profissional para
pensar, planejar e monitorar as novas formas de relacionamento por meio das mídias
sociais [...]”.
As constantes mudanças que ocorreram na sociedade nos últimos anos,
impulsionadas pelas inovações tecnológicas, fizeram com os profissionais da
comunicação se adaptassem a esse novo estilo de vida do indivíduo. O público dos anos
2000 é mais ágil e imediatista, pois o novo contexto social exige isso, que fez das
ferramentas que a internet tem, uma nova forma de se comunicar com as pessoas,
organizações e ídolos com as quais se identificam. Para tanto, é necessário que as
empresas estejam preparadas para atuar nesse meio virtual, para que não corram o risco
de serem ‘deletadas’ em definitivo da mente de seus seguidores.
3.3. Mídias digitais
Para que se entenda melhor o processo de Assessoria de Comunicação Digital é
necessário que, algumas informações sejam passadas sobre o processo de transmissão
de informações pela internet. Isso posto, Chamusca (2010, p. 74) declara que mídia
digital abrange uma esfera maior na comunicação, para ele é necessário que haja um
processo de infocomunicação, ou seja, deve permitir um diálogo entre o informante e o
informado.