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1
DANIELI DA ROSA MARTINS
ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A
EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO
NOVO HAMBURGO
2007
2
DANIELI DA ROSA MARTINS
ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A
EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO
Monografia apresentada como requisito
parcial para a obtenção do titulo de
Especialista em Enfermagem, no Curso de
Pós – Graduação Lato Sensu Especialização
em Saúde do Trabalhador do Centro
Universitário Feevale.
Orientadora: Clarice Fürstenau
NOVO HAMBURGO
2007
3
A Comissão examinadora, abaixo assinada,
aprova a monografia
ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A
EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO
DANIELI DA ROSA MARTINS
Requisito Parcial para obtenção do grau
de Especialista em Saúde do Trabalhador
no Centro Universitário Feevale
COMISSÃO EXAMINADORA
_______________________________________
Profª. Esp. Clarice Fürstenau
(Orientadora)
_____________________________________________
Profª. Ms. Gladis Luisa Baptista
_____________________________________________
Profª. Ms. Micheline Gisele Dalarosa
Novo Hamburgo, 2007
4
...muitas vezes estamos em dificuldades,
mas não somos derrotados.
Algumas vezes ficamos em dúvida,
mas nunca desesperados.
Temos muitos inimigos,
mas nunca nos falta um amigo.
Às vezes somos feridos,
mas não destruídos.
2 Coríntios 4, 8-10
5
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por ter me iluminado
nos momentos mais difíceis dessa caminhada, dando-me força garra e
perseverança para superar todos os obstáculos e dificuldades que nela encontrei.
Em especial e de forma carinhosa a minha família, ao meu Pai pela
compreensão e apoio, a minha querida mãe e amiga pelo seu carinho, apoio e
dedicação que recebi nos momentos de alegria e tristeza, sempre me animando em
seguir em frente, aos meus queridos irmãos pela compreensão. Obrigada serei
sempre grata.
Ao meu noivo, por preencher meu coração, por toda a sua compreensão,
você é um companheiro fiel e amável, sua presença me dá uma nova dimensão de
felicidade.
A todos os meus colegas e amigos, pelo apoio e amizade.
Um especial agradecimento a Profª. e Coordenadora do Curso de Pós
Graduação Jacinta Renner, pelo seu empenho e dedicação para o sucesso desse
curso, e que sempre esteve ao meu lado buscando soluções para as dificuldades
desta caminhada.
A minha Profª. e orientadora Clarice Fürstenau, pela sua presença sincera e
amiga, agradeço por ter dedicado seu tempo e sua experiência em toda a trajetória
deste estudo.
A todos os professores do curso de pós-graduação em saúde do
trabalhador, meu carinho e gratidão, alem de professores foram mestres e amigos.
Meu especial agradecimento a todas as pessoas que colaboraram como
sujeitos da pesquisa.
A todos que de uma maneira ou de outra contribuíram para a realização
desta conquista, os meus sinceros agradecimentos.
Obrigada.
6
RESUMO
Ao ocorrer um acidente de trabalho, supõe-se haver um vínculo entre o acidente e a
função exercida pelo trabalhador acidentado. Esta monografia trata dos acidentes de
trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo a equipe de limpeza de um
Hospital de Pronto Socorro e, tem por objetivo geral identificar a prevalência de
acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo o pessoal que
atua no setor de limpeza hospitalar. O estudo se caracteriza como observacional
descritivo com análise e discussão de dados sob o paradigma quantitativo. A
amostra foi composta por 24 trabalhadores do setor da limpeza hospitalar, ocorreu
perda amostral de oito trabalhadores desde setor. Conclui-se que ocorreram três
acidentes de trabalho com perfurocortantes na instituição em estudo. Os acidentes
ocorrerão durante o manuseio da caixa de descarte e no recolhimento e transporte
de sacos de lixo. Os setores onde os acidentes ocorrerão foram a emergência e a
pediatria. Foi possível identificar também que os trabalhadores acidentados ficaram
expostos, no momento do acidente, aos seguintes fluidos: sangue, fluido corporal
com sangue e fluido desconhecido. Acredita-se que o número reduzido de acidentes
de trabalho com perfurocortantes, nesta instituição, está relacionado com a
conscientização dos trabalhadores através da importância do uso de Equipamento
de Proteção Individual (EPI) e da participação dos mesmos nas orientações e
capacitações que a instituição oferece. Outro fator que pode ser considerado para o
pequeno número de acidentes é a baixa demanda de trabalho destes profissionais.
Atendendo a orientação do Ministério da Saúde todos os acidentes envolvendo os
trabalhadores foram notificados.
Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Biossegurança. Exposição a agentes
biológicos.
7
ABSTRACT
When a work accident happens, is supposed to have a relation between the accident
and the work exercised for the injured worker. This paper is about the work accidents
with cutting and piercing involving the clean team of a First Aid Hospital and have as
general objective identify the prevalence of work accidents with cutting and piercing
instruments involving the persons that work in the hospital clean sectors. The study is
known as descriptive observational with analyses and discussion of dates, by
quantitative paradigm. The sample was composed by 24 workers from the hospital
clean sectors, and occurred in this sample a lost of 8 workers. The results indicated
the occurrence of three work accidents with cutting and piercing. The accidents
occurred during the handling of boxes with cutting and piercing and the gathering and
transport of the garbage bags. The sectors where the accidents occurred were the
emergency and the pediatric unit. The accident workers were expose to the following
fluids at the moment of the accident: blood, body fluid with blood and unknown fluid.
The reduced number of work accidents in this institution is believed in the conscience
of the workers about the importance to use the EPI and their participation in the
orientations and capacitations given by the Institution. Other factor that can be
considered to the little number of accidents is the low demand of work of this
professional. All accidents with this professional were notifications, attendance the
orientation from Health Ministry.
Keywords: Accident work; clean team; cutting and piercing.
8
SUMÁRIO
INTRODUÇÂO..................................................................................................... 9
1 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 12
1.1 Breve histórico sobre a saúde do trabalhador no Brasil................................. 12
1.2 Acidentes de trabalho: prevenção e cuidados................................................ 14
1.3 O ambiente hospitalar..................................................................................... 19
1.3.1Os profissionais da saúde e os acidentes de trabalho................................. 20
1.3.2 O serviço de higiene hospitalar: riscos relacionados com a ocupação....... 24
1.3.2.1 Prevenção e notificação dos acidentes com perfurocortantes
envolvendo os profissionais da área da saúde..................................................... 27
2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.......................................................... 31
2.1 Característica da investigação........................................................................ 31
2.1.1 Tipo de pesquisa......................................................................................... 31
2.2 População e Amostra..................................................................................... 31
2.2.1 Campo do estudo........................................................................................ 31
2.2.2 População.................................................................................................... 32
2.2.3 Amostra....................................................................................................... 32
2.3 Período de Investigação................................................................................. 33
2.4 Coleta de Dados............................................................................................. 33
2.5 Apresentação e Análise dos Dados................................................................ 34
2.6 Aspectos éticos da pesquisa...................................................................... 34
3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS........................................... 36
3.1 Apresentação dos Sujeitos da Pesquisa........................................................ 36
3.2 Tipos de Acidentes de Trabalho com a equipe de limpeza hospitalar........... 38
3.3 Circunstancia dos Acidentes.......................................................................... 41
3.4 Importância das notificações e participação nas orientações........................ 42
4 CONCLUSÂO.................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS.................................................................................................... 47
APENDICE A – Questionário............................................................................. 52
APENDICE B –Termo de consentimento Livre e Esclarecido do Participante.... 54
9
INTRODUÇÃO
A área de Saúde do Trabalhador, no Brasil, tem uma conotação própria,
reflexo da trajetória que lhe deu origem e vem constituindo seu marco referencial,
seu corpo conceitual e metodológico. É uma área da Saúde Pública que prevê o
estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados
ao trabalho.
Segundo Gomez e Costa (1997, p.01),
a saúde dos trabalhadores se torna questão na medida em que outras
questões são colocadas no país. Manifesta-se no âmago da construção
de uma sociedade democrática, da conquista de direitos elementares de
cidadania, da consolidação do direito à livre organização dos
trabalhadores.
O ambiente de trabalho é o local onde se desenvolve a prestação dos
serviços e, também, o ambiente reservado pelo empregador para o descanso do
empregado. O trabalho é um dos elementos que mais interferem nas condições e
qualidade de vida do homem e, portanto, na sua saúde. Dessa forma é fundamental
ser dotado de condições higiênicas básicas, regras de segurança capazes de
preservar a integridade física e a saúde dos empregados, com a antecipação, o
reconhecimento, a avaliação e o domínio dos riscos concretos ou potenciais
existentes (MAIA 2000).
No ambiente de trabalho muitas vezes estamos expostos a riscos de
acidentes, onde acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a
serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando
lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente,
(BARBOSA; 2001).
A lesão corporal pode ser caracterizada apenas pela redução da função de
determinado órgão ou segmento do organismo, como os membros. Essa lesão
corporal pode provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.
10
Devido a esses acidentes, todo e qualquer estabelecimento de assistência a
saúde, tem que prestar a segurança e saúde no trabalho, por isso foi estabelecida a
NR-32-Norma Regulamentadora de segurança e saúde no trabalho em
estabelecimentos e assistência á saúde (BRASIL, 2005).
Esta norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a
implementação de medidas de proteção a segurança e a saúde dos trabalhadores
em estabelecimentos de assistência a saúde, bem como daqueles que exercem
atividades de promoção e assistência à saúde em geral. No âmbito desta
regulamentação define-se instituição de saúde como sendo “qualquer edificação
destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de
promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível
de complexidade” (BRASIL, 2005).
Dentro do contexto do trabalho em saúde, área de atuação da pesquisadora
surge o interesse de buscar mais dados em relação aos acidentes que ocorrem com
os trabalhadores que exercem suas atividades profissionais em contato com
resíduos biológicos.
A temática central desta investigação se concentra nos acidentes de
trabalho com instrumentos perfurocortante envolvendo a equipe de limpeza de um
pronto socorro. A opção por este tema de pesquisa adveio do interesse e
preocupação com os riscos ocupacionais que os trabalhadores que realizam a
limpeza hospitalar estão expostos e, devido ao fato da manipulação de materiais
perfurocortantes onde esses trabalhadores estão envolvidos no seu dia a dia, no seu
ambiente de trabalho.
Diante das questões acima apresentadas, foi proposta a realização de um
estudo que está inserido na linha de pesquisa da avaliação e qualidade dos serviços
e no processo de trabalho em saúde, destacando-se os meios, as condições e as
relações de trabalho.
Este trabalho se caracteriza como um estudo observacional descritivo com
análise e discussão de dados sob o paradigma quantitativo com delineamento
11
transversal, onde a população alvo da pesquisa foi de trabalhadores da limpeza
hospitalar de um pronto socorro de um município da mesorregião metropolitana de
Porto Alegre, RS.
OBJETIVOS
Apresentam-se a seguir os objetivos desta investigação.
Objetivo geral
Identificar a prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos
pérfurocortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar;
Objetivos específicos:
Identificar quais são os objetos perfurocortantes causadores dos acidentes
de trabalho, envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar;
Verificar em quais situações de trabalho e setores do hospital ocorreram os
acidentes;
Identificar a associação dos dados pessoais e o tempo de serviço dos
trabalhadores com a ocorrência de acidentes com perfurocortantes;
Verificar a relação da capacitação para prevenção de acidentes com a
ocorrência do acidente com perfurocortantes.
12
1 REVISÃO DE LITERATURA
Para fundamentar a respectiva pesquisa serão abordados os seguintes
temas: saúde do trabalhador, risco biológico, prevenção e cuidados de acidentes de
trabalho.
1.1 Breve histórico sobre a saúde do trabalhador no Brasil
Este capítulo tem como objetivo apresentar um breve histórico sobre a
evolução da saúde do trabalhador, no Brasil, em especial a partir do ano de 1970.
Esta área prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância dos agravos à
saúde relacionada ao trabalho.
Em meados de 1970, surge o Movimento de Reforma Sanitária, propondo
uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade brasileira,
incluindo a Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2005).
A alternativa para redução de acidentes no Brasil na década de 70, devido
aos altos índices de acidentes, foi através da imposição legal para as empresas
contratarem profissionais especializados, tais como: médicos do trabalho, auxiliares
de enfermagem ou enfermeiro do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança
(BRASIL, 2005).
Segundo Anvisa,
[...] são obrigadas a manter os Serviços Especializados em Engenharia
de Segurança e Medicina do trabalho (SESMT) e as Comissões Internas
de Prevenção de Acidentes (CIPA) as empresas privadas e públicas
(incluindo os hospitais) que possuem empregados regidos pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). São responsabilidades
inerentes à CIPA e SESMT: a. zelar pela saúde e integridade física do
trabalhador; b. revisar todos os acidentes envolvendo visitantes,
pacientes e funcionários, bem como manter relatórios e estatísticas de
todos os danos; c. investigar e analisar acidentes, recomendando
medidas preventivas e corretivas para evitá-los; apoiar a área gerencial
13
como consultor na área de segurança do trabalho e atividades afins; e.
coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a
população envolvida em situações de incêndio (BRASIL, 2007 p. 01).
Todos esses profissionais criaram e fazem parte do Serviço Especializado
em Engenharia e Segurança do Trabalho e em Medicina do Trabalho – SESMT. O
contingente destes profissionais é dimensionado de acordo com o grau de risco e o
número de trabalhadores das empresas (BONCIANI, 1994).
Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º,
parágrafo 3º, regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do
Trabalhador como “um conjunto de atividades” que se destina, através das ações de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos
trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos
trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho
(BRASIL, 2007).
Essa legislação surge em decorrência do crescente número de
trabalhadores e, buscando oportunizar a realização de ações voltadas para a
promoção e a proteção à saúde dos mesmos. Contribuíram, também, para a
elaboração deste ato legislativo o elevado número de acidentes de trabalho que
estava e, ainda está ocorrendo no Brasil (BRASIL, 2007).
De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, no Brasil, atualmente,
existem aproximadamente 70 milhões de trabalhadores, mas somente 33% – o que
corresponde a 25 milhões de trabalhadores – têm atendimento pela Previdência
Social e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este contingente se refere àqueles
trabalhadores que têm carteira de trabalho assinada e emprego formal (CAMPOS,
2003, s.p).
Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social
mostram que os números de acidentes de trabalho, no Brasil, dados relacionados
com aqueles trabalhadores que possuem emprego formal e, suas piores
conseqüências que são a morte e a invalidez permanente, estão diminuindo nos
últimos anos (CAMPOS, 2003, s.p).
14
1.2 Acidente de trabalho: prevenção e cuidados
Acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no exercício do trabalho
prestado à empresa e que provocam lesões corporais ou perturbações funcionais
que podem resultar em morte ou na perda ou em redução, permanente ou
temporária, das capacidades físicas ou mentais do trabalhador (BENSOUSSAN e
ALBIERI, 1997).
Para complementar a idéia anterior, de acordo com a Lei nº. 8213, onde a
mesma trata dos benefícios da Previdência Social, esta estabelece em seu art. 19:
acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço
da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no
inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução,
permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.
Os acidentes de trabalho são os maiores desafios para a saúde do
trabalhador, atualmente e no futuro. De acordo com a OPAS - Organização Pan-
americana de Saúde (2006, p. 02) estes desafios estão ligados “aos problemas de
saúde ocupacional, com as novas tecnologias, novas substâncias químicas,
problemas relacionados com a crescente mobilidade dos trabalhadores e ocorrência
de novas doenças ocupacionais”.
Em 1998 foram registrados, no Brasil, mais de 414 mil acidentes, em 2001 o
total de acidentes foi de 339 mil, ou seja, uma queda de aproximadamente 18%. Em
2003, foram 399.077 e 465.700 em 2004, mais da metade destes acidentes
ocorreram na região Sudeste, onde 279.680 pessoas tiveram algum tipo de acidente
de trabalho. No ano de 2005 foram registrados 491.711 acidentes de trabalho,
Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (Vasconcelos, 2007, s.p).
Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, ocorrem, no Brasil por ano,
em média, 12,6 acidentes para cada 100 mil trabalhadores ao passo que esse índice
15
é de 7,6 na França; 5,5 na Alemanha; 4,2 na Finlândia e 2,7 na Suécia. (Campos
2003, s.p).
A maior parte dos acidentados é do sexo masculino, correspondendo a
378.604. A faixa etária que apresenta maior concentração de acidentes é entre os
25 e 29 anos de idade, correspondendo a 75.046 casos, dados do ministério do
trabalho e emprego (Vasconcelos, 2007, s.p).
Este elevado número de acidentes de trabalho, evidenciado pelos dados
apontados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, causa um grande e forte impacto
na previdência social, pois além de prejuízos diretos e indiretos o custo destes
acidentes para a sociedade brasileira, foi da ordem de R$22 bilhões em 2001. Este
valor foi maior do que todo o orçamento da Saúde naquele ano (Campos, 2003, s.p).
De acordo com Campos, as campanhas de prevenção continuada são as
melhores soluções para diminuir esse número sinistro. Entretanto, estima-se que os
custos da prevenção realizada no Brasil não ultrapassem os R$ 5 bilhões, incluindo
gastos com equipamentos, profissionais e treinamento (Campos, 2003, s.p).
Ainda conforme o autor, se apenas metade dos valores gerados pelos
prejuízos anuais fosse aplicada em prevenção de acidentes, se chegaria aos
percentuais de acidentes do 1º mundo, em menos de uma década, com apenas 20%
dos acidentes e 5% das mortes de hoje.
Conforme Santana et al (2006, p. 1005),
no Brasil, com base no PIB do ano 2002, essas estimativas de perda
ficariam entre US$ 21,899,480 e US$ 54,748,700 refletindo baixa
efetividade das políticas e programas de prevenção de agravos à saúde no
trabalho. Tais valores limitam-se aos custos econômicos e não incluem
aqueles decorrentes dos impactos emocionais e familiares, dificilmente
mensuráveis.
Os trabalhadores são as vítimas pessoais mais transparentes dos acidentes
do trabalho. Esses acidentes são identificados visualmente por um simples curativo
16
num dedo ou até por uma parte do corpo engessada ou quando não ocorre o óbito
cuja evidencia é inquestionável (ZOOCCHIO, 2001).
Conforme Bensoussan e Albieri (1997 p. 69):
no termo da legislação consideram-se acidentes de trabalho, as seguintes
entidades mórbidas: I – a doença profissional, assim entendida a produzida
ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo
de atividade e constante da relação que trata o anexo ao decreto nº. 2172; II
– a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se
relaciona diretamente, desde que constante da relação mencionada.
Para Bensoussan e Albieri (1997), o acidente inicial se caracteriza
independentemente de existir acidentado e, tem como exemplo a explosão de um
forno. O acidente inicial é aquele que desencadeia um ou mais acidentes causando
lesão, já o acidente pessoal depende de existir acidentado, e tem como exemplo o
choque de um veículo contra uma parede.
O acidente sem lesão é aquele que não apresenta lesão corporal, e o
acidente de trajeto é aquele em que o empregado sofre no seu percurso da sua
residência para o trabalho e vice-versa. Esses acidentes de trabalho não existem
como figuras que permanecem no espaço, eles acontecem por uma ou mais causas.
Estes acidentes depois que acontecem deixam de existir, entretanto, deixam suas
conseqüências, que são muitas vezes tristes e dolorosas (ZOOCCHIO, 2001).
De acordo com Zoocchio (2001, p. 26):
[...] para que aconteça um acidente é preciso que existam condições
propicias ao acontecimento. Essas condições são os riscos de acidente que
poderão estar nas condições e meios de trabalho ou no comportamento das
pessoas.
Essa condição expressa no parágrafo anterior são as causas diretas e
indiretas dos acidentes, pois refletem as condições inseguras existentes no
ambiente de trabalho que acaba levando o trabalhador a praticar atos que
desencadeiam os acidentes.
17
Dentre as condições inseguras podemos destacar: a falta de dispositivos de
proteção em máquinas e outros equipamentos; dispositivos de proteção existentes,
mas inadequados ou em más condições; falhas de processo ou método de trabalho;
EPI não fornecido pela empresa ou inadequado ao risco que deveria neutralizar;
nível de iluminação insuficiente para trabalho; produtos perigosos expostos
(ZOOCCHIO, 2001).
Todas essas condições citadas podem existir dentro de um ambiente de
trabalho, como também podem ser criadas, durante a execução das tarefas, através
do descontrole, desorganização, precipitação ou, muitas vezes, pela própria
negligência dos trabalhadores. Por isso a atenção, a concentração naquilo que está
fazendo ou executando é fundamental para a integridade física do trabalhador
(MACHADO et al, 1992).
Conforme Bensoussan e Albieri (1997) o acidente de trabalho engloba em
sua definição legal o acidente típico, o acidente de trajeto e a doença profissional.
Os acidentes de trabalho podem ser classificados como: acidentes típicos,
de trajeto e doenças do trabalho ou ocupacionais. Acidentes Típicos são todos os
acidentes que ocorrem no desenvolvimento do trabalho na própria empresa ou a
serviço desta, acidentes de trajeto, são os acidentes que ocorrem no trajeto entre a
residência e o trabalho ou vice-versa. As doenças ocupacionais são aquelas
causadas pelo tipo de trabalho ou pelas condições do ambiente de trabalho (SILVA,
2007, s.p).
Conforme Brasil (1994) o anexo IV - Portaria nº. 25, de 29/12/94 os
principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza, são os
riscos apresentados na tabela abaixo:
18
Grupo Riscos Descrição
1 Físicos
Ruído, calor, frio, pressões, umidade,
radiações ionizantes e não ionizantes e
vibrações.
2 Químicos
Poeiras, fumo, gases, vapores, névoas,
neblinas e substâncias compostas ou
produtos químicos em geral.
3 Biológicos
Fungos, vírus, parasitas, bactérias,
protozoários e bacilos.
4 Ergonômicos
Esforço físico intenso, levantamento e
transporte manual de peso, exigência de
postura inadequada, controle rígido de
produtividade, imposição de ritmos
excessivos, trabalho em turno e noturno,
jornadas de trabalho prolongadas,
monotonia e repetitividade e outras
situações causadoras de stress físico e/ou
psíquico.
5 Acidentes
Arranjo físico inadequado, iluminação
inadequada, probabilidade de incêndio e
explosão, eletricidade,
máquinas e equipamentos sem proteção,
armazenamento inadequado, quedas e
animais peçonhentos.
Fonte: Riscos Ocupacionais (Brasil, 1994).
Os acidentes acarretam vários tipos de prejuízos, sendo que destes, alguns
dão origem a ações legais movidas entre os envolvidos. Essa situação tem ocorrido
e sido registrado, com freqüência, em países desenvolvidos (BRASIL, 2007).
Dentre os acidentes de trabalho, a temática central desta pesquisa, é sobre
os acidentes de trabalho com material biológico, com o pessoal da higienização
dentro de uma instituição hospitalar. Onde estes acidentes representam um risco
para os trabalhadores das instituições hospitalares devido à possibilidade de
transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida AIDS (HIV), as quais podem ser letais (BRANDÃO
JÚNIOR, 2000).
19
1.3 O Ambiente hospitalar
O hospital é um local destinado ao atendimento de doentes, para
proporcionar o diagnóstico e os tratamentos necessários. Historicamente, os
hospitais surgiram como lugares de acolhida de doentes e peregrinos, durante a
idade média (BRASIL, 2006).
Atualmente há diferenciação entre hospitais públicos e privados. Os
hospitais públicos são financiados e mantidos pelo estado, sendo o custo menor
para os doentes em comparação com os hospitais privados. Geralmente os hospitais
privados têm melhor qualidade que os públicos (BRASIL, 2006).
Considerando os hospitais públicos e privados a classificação será aplicada
aos hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde, ordenando-os, de acordo
com suas características, em um dos seguintes portes; Hospital de Porte I;
Hospital de Porte II; Hospital de Porte III e IV (BRASIL, 2000).
No âmbito desta classificação (BRASIL, 2000), considera-se:
Hospitais Tipo I – são hospitais especializados, que contam com recursos
tecnológicos e humanos adequados para o atendimento das
urgências/emergências de natureza clínica e cirúrgica, nas áreas de pediatria ou
traumato-ortopedia ou cardiologia.
Hospitais Tipo II – são hospitais gerais que dispõem de unidade de
urgência/emergência e de recursos tecnológicos e humanos adequados para o
atendimento geral das urgências/emergências de natureza clínica e cirúrgica.
Hospitais Tipo III e IV – são hospitais gerais caracterizados como aqueles
que contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para o
atendimento geral das urgências/emergências clínicas, cirúrgicas e
traumatológicas, desempenham ainda as atribuições de capacitação,
aprimoramento e atualização dos recursos humanos envolvidos com as atividades
20
meio e fim da atenção às urgências/emergências.
Dentro de uma instituição hospitalar existem vários tipos de atendimentos,
que vai desde o mais simples até o mais complexo. Dentre os tipos podemos citar:
ambulatorial, cirúrgico, UTI, infectologia, neurologia, clinico geral, pediatria,
maternidade, oncologia, infectologia, psiquiatria, entre outros (BRASIL, 1999).
O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde e
demais trabalhadores, incluindo o pessoal da higienização a uma diversidade de
riscos, especialmente os biológicos. Com o elevado número de atendimento e com
uma enorme circulação de pessoas o ambiente hospitalar pode conter focos de
infecção podendo ser transmitida ao ser humano. Esse ambiente, incluindo o ar,
água e as superfícies que cercam o paciente guarda íntima relação com as
infecções hospitalares, podendo através deste, proporcionar focos de contato e de
transmissão (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000).
De acordo com Andrade, Angerami e Padovani (2000, p. 164):
[...] embora as principais causas de infecção hospitalar estejam
relacionadas com o doente, susceptível á infecção e com os métodos
diagnósticos e terapêuticos utilizados, não se pode deixar de considerar a
parcela de responsabilidade relacionada aos padrões de assepsia e de
higiene do ambiente hospitalar.
Dentro de um ambiente hospitalar os principais riscos envolvem os diversos
profissionais da saúde, o que será apresentado no subcapítulo a seguir.
1.3.1 Os profissionais da saúde e os acidentes de trabalho
Acidente no ambiente hospitalar é fato. No Brasil, os acidentes de trabalho
com perfurocortantes em instituições hospitalares, começaram a ser citadas em
estudos de pesquisa na década de 70, porém a partir da década de 80, com o
alarme das publicações e debates sobre a AIDS, muitos profissionais tanto da saúde
quanto o pessoal da limpeza atemorizam-se com a possibilidade de contrair a
21
doença em acidentes com materiais contaminados com secreções e fluidos, comuns
em materiais cortantes e perfurantes (MACHADO et al, 1992).
Estes envolvem os agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos e
podem ocorrer com os profissionais da área da saúde, pacientes, visitantes e,
também, com os trabalhadores da limpeza hospitalar (BRASIL, 2007).
Os principais acidentes de trabalho que ocorrem com os profissionais de
saúde são acidentes de trajeto, no caso de ambulâncias e outros veículos de saúde,
depois vêm os perfurocortantes contaminados com material biológicos e, os
químicos, como os casos de contaminação com hipoclorito de sódio (alvejante) e
glutaraldeído (esterilizante) (BRASIL, 2006).
Os materiais perfurocortantes mais conhecidos são seringas, agulha,
escalpe ampolas, vidros, bisturi, ou seja, aqueles que são pontiagudos ou que são
capazes de causar lesão ou cortes (ZOOCCHIO, 2001).
Os acidentes ocasionados por picadas de agulhas são responsáveis por 80
a 90% das transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde e o
risco de transmissão de infecção de uma agulha contaminada é de três para a
Hepatite B, um em trinta para hepatite C e um em trezentos para o HIV (BRANDÃO
JÚNIOR, 2000).
No estudo feito por Ruizi, Barbosa e Solen (2004) com dados sobre causa
do acidente de trabalho, totalizando 728 entrevistados, nota-se que os acidentes
com materiais perfurocortantes foram os mais freqüentes (348=40,4%), seguidos
pelas quedas e traumas (290=33,7%) e por acidentes com materiais biológicos
(90=10,5%), como sangue, fezes, urina, vômitos e outras secreções apontam para o
mesmo panorama em relação ao acidentes de trabalho apontados em outros
estudos.
Neste mesmo estudo os autores apontam que, em relação á faixa etária dos
sujeitos acidentados,
22
[...] a maioria (797-92,6%) dos trabalhadores tinha entre 21 a 50 anos, 342
(39,7%) na faixa de 31 a 40 anos, com menor ocorrência de acidentes de
trabalho na faixa de idade de 61 anos ou mais (3-0,3%), seguido dos mais
jovens, isto é, com até 20 anos de idade (2-0,2%), além de ficar destacado
que em 3 (0,3%) CATs não havia registro da idade dos trabalhadores
acidentados.
De acordo com estudo de BASSO (1999), os perfurocortantes representam
80,5% dos acidentes na área da saúde, sendo o sangue a principal fonte 79,7%.
Este estudo também mostra que os profissionais, têm um grande risco para
acidentes e que esses ocorrem predominantemente em indivíduos jovens, com
menor experiência.
Os dados do estudo do autor (1999) apontam que: dos 1096 entrevistados,
236 (21,5%) tiveram acidentes nos últimos doze meses. A categoria que sofreu
maior número de acidentes foi a dos estudantes de medicina, 55,4%, seguido pelos
residentes 44,5%, pelos médicos assistentes 24,1%, pelos auxiliares e técnicos de
enfermagem 14,7%, pelo pessoal da limpeza 11,3%, técnicos de laboratório 10,5%,
pelos enfermeiros 10,2% e pelos atendentes de enfermagem 3,6%.
Além do risco de contrair infecções o acidente pode gerar no trabalhador,
sérias repercussões psicossociais levando-o a mudanças nas relações; de trabalho,
familiares e sociais, devido às associações ao HIV e a AIDS, as reações
psicossomáticas pós-profilaxia utilizada devido à exposição ocupacional e o impacto
emocional (BRANDÃO JÚNIOR, 2000).
Quando ocorre um acidente de trabalho, este deve ser comunicado, a
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte da ocorrência, e em caso de morte
de imediato a autoridade competente sob pena de multa. Na falta desse
comprimento, caberá ao setor de benefícios comunicarem a ocorrência no setor de
fiscalização do INSS para a execução de uma multa devida (MICHEL, 2001).
Para a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde se destacam a
NR 5, NR 6 e a NR 32. A NR 5 orienta sobre a implantação e atuação da Comissão
Interna de Prevenção de Acidentes nas empresas privadas, públicas e órgãos
governamentais que possuam empregados regidos pela CLT. Estas instituições a
23
partir desta NR ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento, por
estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (FRIAS
JUNIOR, 1999).
A NR 6 dispõe sobre a obrigatoriedade do uso dos Equipamentos de
Proteção Individual. Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo
dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a
proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a
fornecer aos empregados gratuitamente. Também foi criada, em 2005, a NR 32 que
estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à
segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles
que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral (FRIAS
JUNIOR, 1999).
No contexto desta norma regulamentadora um serviço de saúde é
compreendido como
[...] qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da
população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência,
pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Para fins
de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da
exposição ocupacional a agentes biológicos. Consideram-se Agentes
Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as
culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons (Portaria MTE 485,
2005).
Com todas essas normativas e com a participação conjunta de trabalhadores
e técnicos da área, é garantida a todos os trabalhadores condição digna de saúde e
segurança assim como a qualidade de vida, pois nestes novos tempos, com a
terceirização, os limites da antiga fábrica já não são nítidos e, a constante
fragmentação do trabalho e a maciça incorporação de tecnologias de automação
vêm modificando substancialmente o papel do trabalhador junto ao coletivo (FRIAS
JUNIOR, 1999).
As atividades e os riscos ocupacionais destes trabalhadores serão
apresentados no subcapitulo a seguir.
24
1.3.2 O serviço de higiene hospitalar: riscos relacionados com a ocupação
profissional
O serviço de higiene e limpeza hospitalar é o responsável por toda a
remoção de sujeiras, detritos indesejáveis e microorganismos presentes no
ambiente hospitalar, mediante a utilização de processo mecânico e químico. O
principal requisito do processo de limpeza hospitalar é a segurança dos pacientes e
empregados contra infecções e acidentes (BRASIL, 2000).
Dentre o cotidiano dos hospitais uma das atividades é a limpeza da unidade,
reconhecendo-a como uma das formas de manter o ambiente biologicamente
seguro, e quem realiza esta atividade é o pessoal da limpeza (ANDRADE,
ANGERAMI e PADOVANI, 2000).
Define-se como limpeza hospitalar o processo de remoção de sujidades
mediante a aplicação de energia, química, mecânica ou térmica num determinado
período de tempo. Esta limpeza tem por finalidade preparar o ambiente hospitalar
para suas atividades, manter a ordem do ambiente e conservar equipamentos e
instalações. (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000).
Conforme Andrade, Angerami e Padovani (2000), a limpeza hospitalar ou
higienização se classifica em: higienização concorrente, esta ocorre, quando o
ambiente se encontra ocupado, sendo realizada a limpeza diária e reposição de
materiais, tais como o papel toalha e o papel higiênico; a higienização terminal que
ocorre quando há desocupação do ambiente e, envolve a limpeza de pisos, tetos,
paredes e anexos que são: janelas, portas, vidros, luminárias, etc.; a higienização
das salas cirúrgicas, que envolve também a limpeza operatória, ou seja, a
descontaminação imediata após o derramamento de líquidos e secreções orgânicas;
Para que ocorra a devida higienização as equipes de limpeza hospitalar
devem receber forte treinamento para procurar atender aos requisitos da
organização, além de aplicar melhoria constante de métodos, produtos de limpeza e
25
do tratamento do lixo hospitalar, de forma a evitar focos de contaminação e infecção
acidental (BRASIL, 2000).
Nas unidades de saúde a equipe de profissionais que realiza a limpeza
hospitalar geralmente é responsável, também, pelo recolhimento e destinação do
lixo hospitalar onde muitas vezes se encontram resíduos biológicos, químicos
radioativos, medicamentos e perfurocortantes. Estes materiais estão classificados
como lixo perigoso, devido à fonte potencial de contaminação e disseminação de
doenças e, por isso necessitam de cuidados especiais (ANDRADE, ANGERAMI e
PADOVANI, 2000).
De acordo com Schneider et. al (2004, p. 20)
define-se resíduo ou lixo como tudo aquilo que não tem mais utilidade e que
se joga fora. O sentimento que o homem tem em relação a esse é de algo
que quer se desfazer rapidamente e que deve ser lançado o mais longe
possível de sua visão e olfato.
O ambiente de trabalho deve manter condições higiênicas básicas, além de
assegura o cumprimento de regras de segurança para a preservação da integridade
física e a saúde dos empregados. Assim, a antecipação, o reconhecimento, a
avaliação e o domínio dos riscos existentes irão propiciar segurança, conforto e
higiene aos empregados (SANTOS JUNIOR, 2000).
A área da saúde hospitalar é uma das mais sensíveis às implicações
sociais e laborais. As atividades de limpeza no ambiente hospitalar, muitas vezes
podem apresentar um universo de riscos e acidentes, refletindo prontamente na
segurança e saúde das pessoas inseridas nesse ambiente (SANTOS JUNIOR,
2000).
Conforme Santos Junior (2000, p. 41),
por trás da simplicidade aparente das atividades de limpeza no ambiente
hospitalar não é mostrado um universo de riscos e acidentes. A área da
saúde é uma das mais sensíveis implicações sociais e laborais, refletindo
prontamente na segurança e saúde das pessoas inseridas neste ambiente.
26
Conforme o estudo de Silva, 1999 em relação ao acidentes de trabalho com
o pessoal da higienização, representado por 19 trabalhadores 73,1 %, relata não ter
sofrido nenhum tipo de acidente desde que começou a trabalhar no hospital
estudado. Dos sete trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de acidente,
cinco deles 71,4 %, informaram ter tido corte produzido por material perfurocortante,
como agulhas e bisturis, descartados em locais inadequados, na opinião deles.
Ainda de acordo com Santos Junior (2000, p. 70).
[...] um levantamento feito em um dos hospitais da Capital de Florianópolis
relata o número de acidentes de trabalho e as categorias profissionais
envolvidas. Os acidentes com agulhas envolvendo o pessoal da
higienização e limpeza são bastante significativos, chegando a 24% dos
casos relacionados em oito anos, sendo que em alguns anos alcançou 35%.
Segundo o estudo de Shimizu e Ribeiro (2002), muitas vezes o pessoal da
higienização sofre os acidentes de trabalho, por descuido dos demais trabalhadores
da saúde, que descartam materiais perfurocortantes nas lixeiras das unidades.
Nesse sentido é necessário ressaltar a importância e a necessidade de descartar
esse tipo de material em recipientes próprios.
O mesmo autor nos coloca que
[...] o grande número de estudantes que não recebem orientação nos cursos
sobre a necessidade de descartar esse tipo de material em recipientes
próprios, outro fator que aumenta o risco de exposição desses
trabalhadores a acidentes é a necessidade de coletar recipientes com
excesso de materiais perfurocortantes (SCHIMIZU, RIBEIRO, 2002, p. 370).
Apesar dos hospitais prestarem assistência, tratamento e cura para as
pessoas que precisam, também podem se tornar responsável pelo adoecimento dos
profissionais que colaboram para o bem estar de todos, uma vez que todos os
trabalhadores que atuam em áreas hospitalares estão expostos aos riscos
ocupacionais, devido ao elevado desempenho das suas funções, principalmente
aqueles que trabalham com a limpeza hospitalar, para prestar um bem estar do
ambiente para os pacientes e visitantes (MACHADO et al, 1992).
27
Acidentes de trabalho ocasionados com materiais perfurocortantes entre o
pessoal da higienização hospitalar são freqüentes devido ao número elevado de
recolhimento de lixo, pois muitas vezes, os profissionais da saúde não respeitam o
limite da caixa de descarte, enchendo-a, onde é aí que ocorrem os acidentes.
Quanto estes acidentes ocorrem com material contaminado, o mesmo pode
acarretar doenças como a hepatite B, hepatite C, e a síndrome da imunodeficiência
adquirida – AIDS (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000).
1.3.2.1 Prevenção e notificação dos acidentes perfurocortantes envolvendo os
profissionais da área da saúde
Devido ao risco evidente de acidentes de trabalho, o pessoal que realiza a
higienização hospitalar deve estar sempre atento para que não ocorram esses tipos
de acidentes, deve sempre ter em mente as medidas de prevenção, o uso dos
equipamentos necessários, evitando assim os possíveis riscos ocupacionais que o
cerca, no ambiente de trabalho (BENSOUSSAN e ALBIERI, 1997).
Para evitar acidentes e minimizar riscos a saúde ocupacional, o manejo de
resíduos infectantes requer algumas medidas preventivas e alguns cuidados que
são: a mínima manipulação desses resíduos, manterem os sacos contendo esses
resíduos infectantes em local seguro, nunca abrir sacos contendo esses resíduos
com vista a inspecionar seu conteúdo, adotar procedimentos de manejo que
preservem a integridade dos sacos plásticos contendo tais resíduos, instituí o uso
dos equipamentos de proteção individual para o manejo de resíduos que são: luvas
de borracha espessa, botas com salto de borracha, óculos de segurança
(SCHNEIDER et. al, 2004).
Para que as atividades desenvolvidas pela equipe de higienização ocorram
com segurança é necessário o uso dos EPI, pois as maiores fontes de
contaminação são o contato das mãos com a boca, com o olho, com os cortes, com
as feridas e a perfuração cutânea. Para prevenir a contaminação acidental com
riscos biológicos, de acordo com BRASIL (2007), devem ser utilizados os seguintes
EPI:
28
- Usar luvas, quando a atividade a ser desenvolvida possibilitar o contato com fluídos
corpóreos, tais como soro, plasma, urina, ou sangue total;
- Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver
possibilidade de espirros de fluidos;
- Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for
reconhecido;
Além disso, outras orientações devem ser seguidas por estes profissionais
para evitar a contaminação, conforme a seguir:
- Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada;
- Evitar o contato das mãos com a face;
- Não usar pias de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene
pessoal;
- Cobrir todos os cortes superficiais e ferimentos antes de iniciar os trabalhos de
limpeza;
- Seguir os protocolos de biossegurança para o transporte do lixo e para o depósito
de materiais contaminados;
- Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas, sempre que necessário;
- Manter os frascos que contêm material infectante fechados, toda vez que não
estiverem em uso;
Qualquer que seja a dimensão de um acidente ocorrido o mesmo deve ser
documentado e avaliado, visando à identificação das causas e possíveis correções,
esse histórico é muito importante para a análise de tendências, isto é verificação de
ocorrência de uma mesma área, ou período (BRASIL, 2006).
29
Toda e qualquer informação sobre acidentes e doenças relacionadas ao
trabalho, devem ser obtidas por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho
(CAT) do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), disponibilizadas ao
SUS, complementadas com os dados que deverão ser estabelecidos em fluxos
específicos advindos da obrigatoriedade da notificação pela Portaria nº. 777 de
28/04/04 do MS e futuramente regulamentados pelo SINAN (Sistema Nacional de
Agravos de Notificação) (BRASIL, 2006).
Essa notificação se destaca, pois tem a importância de estabelecer um fluxo
de notificação rápida dos acidentes graves, fatais e em menores dos serviços de
saúde, para permitir a pronta investigação das condições de ocorrência do evento e
evitar que o ambiente seja descaracterizado (BRASIL, 2001). No caso da ocorrência
de acidentes de trabalho envolvendo a exposição a material biológico, com ou sem
afastamento do trabalhador, a comunicação de acidente de trabalho (CAT) deve ser
emitida.
Entretanto, faz-se necessário entender não somente a conceituação e de
que forma se investiga o acidente de trabalho, mas sim, como funciona o Sistema de
Informação em Saúde do Trabalhador, isto é, como funciona a metodologia da
Notificação dos Acidentes de Trabalho.
Cabe salientar que um Programa de Prevenção de Acidentes, realizado
através de capacitações, palestras cursos proporcionam condições ambientais
seguras para os empregados. O hospital e a empresa prestadora de serviços devem
desenvolver continuamente esta política, para os seus trabalhadores que através
das mesmas, ficam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e
acidentes; promover e reforçar práticas seguras de trabalho; e proporcionar
ambientes livres de riscos, de acordo com as obrigatoriedades das legislações
pertinentes (BRASIL, 2001).
O treinamento e capacitação dos empregados, a busca da eficiência e
eficácia nos serviços oferecidos, a produtividade e qualidade no trabalho são fatores
que devem permear qualquer relação de trabalho, pois uma das maneiras de
motivar o seu colaborador a trabalhar com qualidade e segurança, é a realização de
30
treinamentos, onde aprenderá a desenvolver seu total potencial contribuindo muito
mais para a empresa ou instituição onde trabalha (BRASIL, 2001).
Uma das estratégias, é que as equipes de profissionais estejam sempre em
processo de aprendizagem, podendo assim contribuir efetivamente para o
desenvolvimento de uma organização, principalmente sem acidentes de trabalho.
Nessas capacitações e treinamentos devem ser abordados assuntos que vai desde
riscos de acidente de trabalho que podem acontecer dentro de uma instituição
hospitalar, até a prevenção e os cuidados que os trabalhadores devem toar para se
precaver e evitar um possível acidente de trabalho (BRASIL, 2001).
De acordo com o estudo de Caixieta e Barbosa-Branco (2005), o coeficiente
de acidentabilidade de trabalho envolvendo material biológico nos últimos dois anos
não diminuiu após o treinamento recebido pelos profissionais da saúde, com o
conteúdo sobre biossegurança. Os dados desta investigação mostram um
coeficiente mais elevado de acidentes para aqueles que referem ter recebido
treinamento (44,5%) do que para os que não receberam treinamento (37,3%).
Entretanto, pode-se questionar qual seria este coeficiente caso os
trabalhadores não tivessem recebido nenhum tipo de orientação uma vez que o
estudo do autor não aponta dados anteriores para que se possa fazer uma análise
mais aprofundada.
O que se pode afirmar é que cabe ao trabalhador usar as medidas
preventivas para evitar um possível acidente. Entretanto, as medidas preventivas
não devem só existir no papel, mas ser efetivamente aplicadas. Os trabalhadores
devem ter acesso às informações sobre os riscos e cuidados que envolvem sua
atividade, e participar nas medidas de promoção da saúde e prevenção dos
acidentes. (BRASIL, 2007).
31
2 PROCEDIMENTO METODOLOGICO
Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, optou-se por utilizar a
seguinte metodologia:
2.1 Características da investigação:
2.1.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa propôs um estudo observacional descritivo de caráter
quantitativo com delineamento transversal que teve como objetivo geral identificar a
prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo
o pessoal da limpeza hospitalar.
Para Polit, Beck e Hungler (2004, p.164), “em um estudo quantitativo, o
delineamento de pesquisa apresenta as estratégias que o pesquisador planeja
adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis”.
Ainda, de acordo com, Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva
tem como finalidade observar, descrever e documentar os aspectos da situação, e
os estudos transversais envolvem coleta de dados em um ponto do tempo, onde sua
principal vantagem é que são econômicos e fáceis de controlar.
2.2 População e amostra
2.2.1 Campo do estudo
A pesquisa foi realizada em um hospital de pronto socorro de um município
da mesorregião metropolitana de Porto Alegre, RS.
32
O Hospital em estudo é referencia para emergências e urgências no Rio
Grande do Sul, com atuação voltada para o município e região metropolitana. Possui
cento e vinte leitos e quatro salas de cirurgia. Os procedimentos realizados são:
Neurocirurgia, Traumatologia, Cirurgia plástica reparadora, Bucomaxilofacial,
Urgências Clinicas e Urgências Cirúrgicas.
Os atendimentos mensais desta instituição são: cirurgias de média e alta
complexidade totalizam 90, internações 180, atendimentos são 400 e exames
laboratoriais são 600.
2.2.2 População
A população deste estudo foi composta por todos os profissionais que atuam
efetivamente na higienização da instituição e no recolhimento e destinação dos
resíduos hospitalares, totalizando 32 trabalhadores.
2.2.3 Amostra
Após a definição da população, a amostra ficou classificada como não-
probabilística, por conveniência.
A amostra não-probabilística quer dizer, segundo Jansen, Quevedo e
Hoppee (s.d, p. 29), que “nem todos os elementos da população tem probabilidade
de seleção, as unidades amostrais não são excluídas por seleção aleatória mas de
acordo com o julgamento pessoal do entrevistador”.
Na classificação por conveniência, de acordo com os autores Jasen,
Quevedo e Hoppee (s.d; p. 29) os “elementos são selecionados para a amostra com
base na conveniência, por exemplo, para fazer uma pesquisa de opinião,
entrevistamos os consumidores voluntários”.
33
A amostra foi composta por vinte quatro pessoas de ambos os sexos que
realizam a limpeza hospitalar nos dois turnos, totalizando a perda amostral de oito
trabalhadores. Constatou-se essa perda amostral devido ao não retorno do
questionário.
Os profissionais, que atuam durante o turno diurno, são responsáveis pela
higienização dos seguintes setores: emergência, UTI, banco de sangue, estar
médico, laboratório, gesso, corredor, banheiros, administração, ambulatórios, pátio,
vestiário, expurgo, guarita, almoxarifado, dormitórios, rouparia, banheiros,
manutenção, engenharia, internação, pediatria, bloco cirúrgico. Enquanto aqueles
que atuam da noite higienizam os setores de: emergência e RX, banco de sangue,
ambulatório, banheiros, recepção central, bloco, UTI, internação I e II, pediatria,
manutenção, vestiário, guarita, dormitórios, pátio e lixo.
2.3 Período de investigação
A coleta dos dados da pesquisa ocorreu no segundo semestre de 2007, nos
meses de julho e agosto.
2.4 Coleta dos dados
A coleta dos dados foi realizada através de um questionário (APÊNDICE A),
contendo dados de identificação e questões de acordo com a ocorrência de
acidentes relacionados à sua atividade laboral, bem como sobre a participação em
atividades educativas voltadas á prevenção destes acidentes.
Para Goldim (2000), um questionário ou observação estruturada, é aquele
onde o pesquisador vai a campo com uma formatação previamente elaborada.
Deve-se ter clareza da questão, ater-se a uma única idéia para melhor
compreensão.
34
2.5 Apresentação e Análise dos Dados
A apresentação e análise dos dados coletados se processou, utilizando um
banco de dados na planilha Excel e posterior análise em programa estatístico
Statistical Package for Social Sciences (SPSS 10.01)1
. Os dados coletados foram
analisados sob distribuição de freqüência, e tabela cruzada.
Para Doria Filho (1999, p.46): ”uma distribuição de freqüência é uma
organização de dados brutos em uma forma tabular usando classes (ou intervalos) e
freqüências”.
Doria Filho (1999, p.50) ainda coloca que:
Um gráfico ou diagrama é uma representação geométrica da relação entre
variáveis. Ele exige o leitor a fazer uma imagem mental dos dados
apresentados e, facilita a visualização de relações não identificáveis na
observação de uma tabela.
2.6 Aspectos éticos da pesquisa
Este estudo desenvolveu-se com trabalhadores da limpeza hospitalar que
trabalham em um Hospital de Pronto Socorro de um município da região
metropolitana de Porto Alegre - RS, e respeitou os aspectos éticos e legais,
respaldada na resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - sobre a
pesquisa envolvendo seres Humanos (BRASIL, 1996).
Inicialmente o projeto do Trabalho de Conclusão de Curso de Pós
Graduação – TCC foi encaminhado para apreciação do Comitê de Ética do Centro
Universitário Feevale de Novo Hamburgo, RS. Posteriormente à sua aprovação o
projeto foi apresentado aos trabalhadores quando então foram explicados os
1
O Statical Packagem for the Social Sciences (SPSS 10.01) é um programa de estatística, em
formato de banco de dados, que permite inserir, organizar e analisar dados através de cálculos
estatísticos, tabelas e gráficos, entre outros. Além disso, o SPSS é um programa extremamente
confiável, no que se refere à qualidade dos resultados (WAGNER; MOTTA; DORNELLES, 2004).
35
objetivos e a relevância do estudo solicitando o seu consentimento para incluí-los no
mesmo. Os entrevistados foram orientados de que sua participação na pesquisa não
incorrerá em riscos ou prejuízos. Os direitos dos participantes foram preservados ao
longo do estudo.
Os funcionários que concordaram em participar fizeram a assinatura dos
participantes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) em
duas vias, ficando uma para o (a) participante do estudo e outra para a
pesquisadora, para que posteriormente as informações obtidas possam ser
utilizadas em publicações de livros, revistas e artigos sempre de forma anônima.
36
3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS
Após várias leituras e reflexões do questionário que foi aplicado e
respondido pelos profissionais da equipe de limpeza hospitalar de um hospital pronto
socorro, e com intuito de identificar a prevalência de acidentes de trabalho com
instrumentos perfurocortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar, os dados
foram analisados e serão apresentados na seguinte seqüência:
- Apresentação dos sujeitos da pesquisa;
- Tipos de acidentes de trabalho com a equipe de limpeza hospitalar;
- Circunstâncias dos acidentes;
- Importância das notificações, e o cuidado e manuseio que se deve ter com
o lixo hospitalar dentro de um ambiente de trabalho.
3.1 Apresentação dos sujeitos da pesquisa;
O estudo contou com a participação de 24 trabalhadores da limpeza
hospitalar, esses foram estudados através de um questionário com questões
pertinentes aos acidentes com perfurocortantes.
Trata-se de uma amostra de dezenove (79,2%) trabalhadoras do sexo
feminino e cinco (20,8%) do sexo masculino.
No grupo avaliado, observou-se que, com relação à escolaridade, não foi
detectado índice de analfabetismo entre os participantes da pesquisa. Dos vinte e
quatro trabalhadores, 8,3% possuem o ensino fundamental incompleto; 62,5% o
ensino fundamental completo e 29,2% o ensino médio, como está exposto na Tabela
01 logo abaixo:
37
Tabela 01 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto ao
sexo e escolaridade. Porto Alegre, 2007.
Variáveis Freqüência %
Sexo
Feminino
Masculino
19
5
79,2
20,8
Escolaridade
Ensino fundamental 15 62,5
Ensino fundamental incompleto 2 8,3
Ensino médio 7 29,2
Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007.
Nos resultados obtidos nesse estudo, dos vinte e quatro trabalhadores
estudados, a distribuição dos profissionais segundo o sexo, a predominância ocorreu
com o sexo feminino.
Para Carlotto (2002), a divisão do trabalho é uma constante na história das
mulheres e homens, a explicação para tal fato se dá a partir do papel das mulheres
na reprodução biológica. Essa divisão se carrega de significados e de praticas que
muda conforme a sociedade e o seu momento histórico.
Segundo o mesmo autor, entretanto, “tem em comum o fato de que o
trabalho das mulheres, e aqui vamos nos deter na formação social capitalista, não
ser tido como diferente, mas como um trabalho que não recebe a mesma
valorização e conseqüentemente remuneração atribuída ao trabalho masculino”
(CARLOTO, 2002, s.p).
Do ponto de vista o papel da mulher, é o conjunto de transformação que
ocorrem nos padrões culturais e nos valores relativos ao papel social, intensificadas
pelo movimento feminista desde 1970 e pela presença cada vez maior nos espaços
públicos, alterando assim a sua identidade feminina, cada vez mais voltada para o
trabalho produtivo, ficando assim dividido homens e mulheres no mundo do trabalho
(CARLOTO, 2002).
Analisa-se, no entanto que a divisão sexual existe em todos os setores do
mundo do trabalho, onde há atribuição de determinadas atividades para mulheres e
outras para os homens. Historicamente as atividades femininas são consideradas
38
secundárias isto quer dizer menos valorizadas tanto sociais como econômicas
(PASTORE; DALLA ROSA, s.d).
Verificou-se que na caracterização dos trabalhadores da higienização que a
maioria é do sexo feminino, estes dados obtidos foram semelhantes ao estudo
realizado por (PASTORE; DALLA ROSA, s.d), tomando como referência, o setor
hospitalar, incluindo a higienização, as mulheres aparecem em porcentagem
superior, em torno de 70% do conjunto dos trabalhadores. Os dados apontados
pelos autores são compatíveis com aqueles encontrados nesta pesquisa.
É importante ressaltar, no entanto, que a maioria dos trabalhadores da
higienização é do sexo feminino. Certamente o trabalho executado pelas
trabalhadoras nesse serviço, coexiste devido a crescente dedicação das mulheres
ao trabalho doméstico. A explicação para tal fato muitas vezes se apóia num
determinismo onde as mulheres são responsáveis pelas atividades reprodutivas,
pelos cuidados com a casa e com os membros da família, onde a mulher acaba
sendo vista como um ser responsável, e cuidador.
Em relação à escolaridade, os dados obtidos nessa pesquisa, com os
trabalhadores da higienização, apontam que o maior percentual de trabalhadores
investigados possui o ensino fundamental. Provavelmente este fato de deva a menor
necessidade de qualificação profissional necessária para a realização destas
atividades. Outro aspecto a ser destacado é de que, em função dos baixos salários
geralmente percebidos por estes profissionais, talvez a exigência de maior nível de
escolarização seja reduzida.
3.2 Tipos de acidentes de trabalho com a equipe de limpeza hospitalar.
Com base no que foi evidenciado nesse estudo e frente ao exposto, pode-
se dizer que dos 24 trabalhadores entrevistados, três trabalhadores, perfazendo
12,5% sofreram acidentes com perfurocortante durante o seu trabalho dentro da
instituição.
39
Dos três trabalhadores que sofreram acidente com perfurocortante todos
ficaram expostos a um tipo de fluido corporal que estava presente no material
causador do acidente, sendo que dos três acidentados, um que representa 33,3%
ficou exposto no acidente com perfurocortante a algum tipo de fluido desconhecido.
Outro trabalhador que também totaliza 33,3% referiu que sofreu acidente com
material perfurocortante com sangue, e o terceiro acidentado informou que ficou
exposto no acidente a outro fluido corporal não identificado, com sangue. Isto fica
visualizado na tabela 02 logo abaixo:
Tabela 02 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto ao
acidente e fluído a que ficou exposto. Porto Alegre, 2007.
Variáveis Freqüência %
Acidente com perfurocortante
SIM 03 12,5
NÃO 21 87,5
Tipo de Fluido
Desconhecido 1 33,3
Sangue 1 33,3
Outro fluido corporal com sangue 1 33,3
Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007.
Silva (1999) realizou um estudo no Hospital Municipal Paulino Werneck no
setor de emergência com o objetivo de investigar os riscos à saúde dos
trabalhadores da higienização. Em relação aos acidentes de trabalho com o pessoal
da higienização, representado por 19 trabalhadores 73,1 %, relataram não ter sofrido
nenhum tipo de acidente desde que começou a trabalhar no hospital estudado. Dos
sete trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de acidente, cinco deles,
71,4 %, informaram ter tido corte produzido por material perfurocortante, como
agulhas e bisturis, descartados em locais inadequados, na opinião deles.
A área de saúde hospitalar é uma das mais sensíveis às implicações sociais
e laborais. As atividades de limpeza no ambiente hospitalar, muitas vezes podem
apresentar um universo de riscos e acidentes, refletindo prontamente na segurança
e saúde das pessoas inseridas nesse ambiente (SANTOS JUNIOR, 2000).
40
Basso (1999) realizou um estudo, no hospital escola governamental de porte
extra, com o objetivo de caracterizar os acidentes envolvendo sangue e fluido
corpóreo e associá-los as características da população estudada e aos fatores de
risco que envolve esses acidentes. Os dados desta pesquisa corroboram com os do
autor, em relação aos perfurocortantes, que são responsáveis pela maioria dos
acidentes com o pessoal que trabalha dentro de uma instituição hospitalar, que vai
desde os médicos até o pessoal da higienização. Ainda, segundo o estudo do autor
os perfurocortantes representam 80,5% dos acidentes na área da saúde, sendo o
sangue a principal fonte 79,7%.
O mesmo estudo aponta ainda que, a categoria que sofreu maior número de
acidentes foi a dos estudantes de medicina, 55,4%, seguido pelos residentes 44,5%,
pelos médicos assistentes 24,1%, pelos auxiliares e técnicos de enfermagem 14,7%,
pelo pessoal da limpeza 11,3%, técnicos de laboratório 10,5%, pelos enfermeiros
10,2% e pelos atendentes de enfermagem 3,6%.
O acidente de trabalho é uma situação presente no cotidiano dos
trabalhadores da emergência. Onde é importante ressaltar os riscos que os
trabalhadores estão expostos durante o seu turno de trabalho, e ao entrarem em
contato com microorganismos (principalmente vírus e bactérias) ou material infecto
contagiante, os quais podem causar doenças como: tuberculose, hepatite, rubéola,
herpes, escabiose e AIDS.
Certamente, a conseqüência da exposição ocupacional com os
microorganismos pelo sangue não é só referente às infecções, mas também relativa
ao trauma psicológico ocasionado pela espera do resultado de uma possível soro-
conversão e mudanças, no relacionamento social e familiar, efeito das drogas
profiláticas aos organismos dos trabalhadores.
Comparando a média do tempo de serviço com os acidentados e os não
acidentados observou-se que: a média variou de 12,33 meses para os acidentados e
9,24 meses para os não acidentados, percebe-se que os acidentados tinham tempo
maior de serviço, podendo nos levar a inferir o maior tempo de serviço pode levar o
41
profissional a se tornar menos cuidadoso em relação à proteção dos
perfurocortantes.
Em relação ao tempo de serviço, foi constatado que, a maioria dos
entrevistados trabalha há pouco mais de um ano na instituição. Pode-se inferir que
nesse serviço de higienização hospitalar existe um elevado índice de rotatividade, o
que poderia contribuir para uma maior ocorrência de acidentes de trabalho uma vez
que estes profissionais não possuem um maior nível de treinamento.
Entretanto, dos acidentados todos possuíam mais de um ano de trabalho na
instituição, porém ao co-relacionar este fato com a circunstância causadora do
acidente observamnos que todos estavam relacionados com o acondicionamento
inadequado dos perfurocortantes. Desta forma deve ser feito um trabalho mais
efetivo com os demais profissionais da área da saúde, especialmente da
enfermagem, no sentido de sensibilizá-los para o descarte adequado destes
materiais.
3.3 Circunstâncias dos acidentes
A partir da observação e análise do resultado do questionário ocorreu a
demarcação da ocorrência objetiva para edificação desta pesquisa. A circunstância
e o setor onde os acidentes de trabalho mais ocorreram, no ambiente hospitalar,
estão expostos na tabela 03.
Observa-se que um dos acidentes ocorreu com o manuseio da caixa de
descarte, correspondendo a 33,3% e, duas no recolhimento ou transporte de sacos
de lixo, totalizando 66,7. As unidades em que os acidentes ocorreram foram os
setores da emergência 66,7% e da pediatria 33,3%.
42
Tabela 03 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto à
circunstância e local de ocorrência do acidente. Porto Alegre, 2007.
Variáveis Freqüência %
Circunstância do acidente
Manuseio da caixa de descarte 01 33,3
Recolher/transportar sacos de lixo 02 66,7
Setor do acidente
Emergência 02 66,7
Pediatria 01 33,3
Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007.
Conforme mostra a tabela 03 identificou-se que o maior número de
acidentes de trabalho por materiais perfurocortantes e fluidos biológicos. Ocorreu no
setor de emergência. Isto pode ser atribuído devido à complexidade dos cuidados
dos pacientes ali internados e ao ritmo intenso de trabalho.
Um estudo de Shimizu; Ribeiro (2002) identificou que o maior número de
acidentes com perfurocortantes e fluidos biológicos ocorreu nas unidades de clinica
médica, maternidade e centro cirúrgico. Entretanto, esse resultado não é compatível
com os dados dessa pesquisa, onde o maior número de acidentes ocorreu na
emergência e pediatria, o que pode ser atribuído ao fato de que a instituição onde
este estudo foi desenvolvido ser um hospital pronto socorro que atende urgência e
emergência.
O presente estudo não evidenciou a ocorrência de acidentes com
perfurocortantes nas unidades de Centro Cirúrgico e UTI. Inferimos que estas
unidades, por serem unidades especializadas e fechadas, apesar da complexidade
dos cuidados aos pacientes, os profissionais da higienização têm a possibilidade de
desenvolver suas atividades de forma mais planejada, com maior tranqüilidade,
reduzindo desta forma os riscos.
43
Neste estudo, pode-se observar que os acidentes de trabalho com material
perfurocortante e resíduos biológicos, foram 100% através da caixa de descarte e
manuseio e transporte do lixo hospitalar. Analisando esta situação pode-se inferir
que as causas mais freqüentes de ocorrência do acidente é o descarte do
perfurocortante em local impróprio, por profissionais da área da saúde que muitas
vezes não observam o local certo do descarte, ou até mesmo por descuido,
acarretando assim o acidente de trabalho nos profissionais responsáveis pela
higienização.
Estes dados encontrados entram em concordância ao estudo de Moura, Gir
e Canini, (2006), que aponta que as causas mais freqüentes de ocorrência do
acidente é o descarte do perfurocortante em local impróprio (21,6%), ao descartar o
material (14,4%) e durante o transporte do material (13,7%).
3.4 Importância das notificações, e da participação nas orientações
Nota-se que a CAT é um instrumento importante na análise epidemiológica
do acidente de trabalho, pois, pode disponibilizar variadas informações sobre o
acidente, essa importância da notificação ficou clara aos trabalhadores ao serem
questionados em relação à notificação dos que sofreram acidente de trabalho, três
(100%) responderam que realizaram a notificação logo após o acidente.
Tendo com referência a totalidade dos casos notificados, ou seja 100%,
logo após o acidente pode-se inferir, nesse estudo que os trabalhadores conhecem
a importância da notificação do mesmo, pois é através desta que se facilita e se
agiliza o registro dos acidentes e das doenças ocupacionais, pelo empregador,
havendo ou não afastamento do profissional de suas atividades laborais.
Quando questionados quanto à participação e recebimento de orientações
para a prevenção de acidentes 18 (75%) dos trabalhadores responderam que
participaram de treinamentos ou receberam algum tipo de orientação e, apenas 6
44
(25%) dos trabalhadores, afirmam não ter realizado treinamento ou recebido
orientação.
Ao cruzar as variáveis, “ter recebido orientações” e “a ocorrência de
acidentes”, se evidenciou que, neste grupo a capacitação não foi determinante para
a não ocorrência de acidente, pois todos os acidentados receberam treinamento
e/ou orientação. Por outro lado dentre aqueles que não receberam treinamento não
houve nenhum acidente
A capacitação e o treinamento dos funcionários são importantes para uma
instituição de saúde, pois é através dela que os trabalhadores, conhecem o perigo
do ambiente hospitalar e como se prevenir dos acidentes. O sucesso de qualquer
programa educativo está diretamente ligado à participação e reconhecimento por
parte dos trabalhadores e apoio da instituição.
45
CONCLUSÃO
Em um contexto geral, o acidente de trabalho, torna-se um importante
assunto de avaliação, devido à preocupação com os riscos ocupacionais que os
trabalhadores que atuam na limpeza de um ambiente hospitalar estão expostos, pois
manipulam esses materiais e muitas vezes acabam se acidentando, resultando em
agravos a sua saúde.
Os dados investigados permitem concluir acerca dos objetivos que estes
foram alcançados, pois se observou em relação ao objetivo geral que a prevalência
de acidentes com perfurocortantes com o pessoal de limpeza do hospital foi de três.
No que diz respeito aos objetivos específicos da pesquisa, no tocante aos
objetos perfurocortantes causadores dos acidentes, observou-se que todos os
acidentes foram causados por agulhas e a situação de trabalho em que ocorreram
os acidentes constatou-se que foram duas: no manuseio das caixas de descarte e
no recolhimento/transporte dos sacos de lixo. Não restam dúvidas de que deva
existir um padrão de treinamento com enfoque nas ações implementadas
destacando os cuidados conforme a função a ser exercida.
Os setores onde mais ocorreram acidentes com perfurocortantes foram o
setor de emergência e o de pediatria do Hospital.
Com relação à associação dos dados pessoais dos trabalhadores com a
ocorrência dos acidentes de trabalho nesta instituição, constatou-se que: ocorreram
mais acidentes com trabalhadores do sexo masculino (2/1), a média da faixa etária
de maior incidência de acidentes foi de 27,67 anos e a média de tempo de serviço
foi de 12,33 meses. No fator escolaridade, o maior número de acidentes ocorreu
com os trabalhadores que possuíam o ensino fundamental completo (dois
trabalhadores). Houve um trabalhador acidentado com o ensino fundamental
incompleto. Constatou-se que, na instituição, nenhum dos trabalhadores de setor de
higienização que possui ensino médio completo, se acidentou.
46
As pessoas responsáveis pela limpeza, muitas vezes trabalham sem ter
noção do perigo a que estão expostas, porém, o hospital onde foi desenvolvido o
estudo, preocupado com a segurança de seus funcionários, presta esclarecimentos
através de palestras, treinamentos e capacitações, além de oferecer equipamentos e
materiais de proteção individual. Estes fatores podem ter sido coadjuvantes do baixo
número de acidentes ocorridos.
Na prevenção de acidentes do trabalho é importante ressaltar que se torna
necessário trabalhar este tema continuamente, alertando para todos os riscos de
acidentes, propondo medidas para redução destes riscos. As medidas de segurança
no trabalho devem, e podem ser concretizadas se houver boa vontade e persistência
de todos os trabalhadores e empresas envolvidas.
47
REFERÊNCIAS
ANDRADE, D; ANGERAMI E.L.S.; PADOVANI. C. Condições microbiológicas dos
leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. Rev. Saúde Pública; São Paulo-
SP, v.34, n. 2, p.139-169, abril. 2000.
BARBOSA, A. N. F. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Atlas,
2001.
BENSOUSSAN, E; ALBIERI, S. Manual de higiene, segurança e medicina do
trabalho. São Paulo: Atheneu, 1997.
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de Janeiro, v.45, s.n, p.53-58, dezembro. 1994.
BRANDÃO JUNIOR P.S. Biossegurança e AIDS: as dimensões psicossociais do
acidente com material biológico no trabalho em hospital. 2000, p.124. Dissertação
(Mestrado em Ciência na área da Saúde Publica). Escola Nacional de Saúde
Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Rio de Janeiro (RJ), 2000.
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princípios básicos e da previdência social. Disponível em:
http://www.010dataprev.gov.br/sidex/paginas/42/1991/8213.htm . Acesso em 20 de
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BRASIL, 1994. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 9
que dispõe sobre o Programa de prevenção de riscos ambientais. Brasília:
Imprensa Nacional, 1994. Endereço eletrônico: <http://www.mtb.gov.br> acesso em
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BRASIL, 2001. Ministério da Previdência e Assistência Social. Informe Previdência
Social. N º 10, vol. 13. Outubro 2001.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. PORTARIA nº. 485, de 11 de novembro
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em Estabelecimentos de Saúde, (DOU de 16/11/05) 2005. Seção disponível em:
<http://mte.gov.br/legislação/normas_regulamentadoras/nr_32.pdf.> Acesso em 21
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BRASIL, 2000. Ministério da Saúde. Segurança no ambiente hospitalar.
Disponível em: <http://anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seg_hosp.pdf> 2000;
acesso em 10 de maio de 2007.
48
BRASIL, 2006. Ministério da Saúde. Segurança no ambiente hospitalar/ manuais
de segurança. Disponível em:
<http://anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seg_hosp.pdf> 2006; acesso em 10 de
maio de 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Regulamentadora 32 que dispõe sobre
Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde -16/11/2005. Disponível em:
http://www.trt02.gov.br/geral/tribunal2/legis/CLT/NRs/NR_32_html .Acesso em 20 de
janeiro de 2008.
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Anexo IV – Portaria nº. 25, de 29/12/1994, que dispõem sobre - Riscos Ambientais.
Disponível em:
<http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/1994/p_19941229_25.asp.>
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(Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação
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Disponível em: http://www.pucsp.br/cipa/artigos/seguranca_trabalho.html. Acesso
em 15 de dezembro de 2007.
50
SCHNEIDER, V. E; EMMERICH, R. C, DUARTE, V. C; ORLANDIN, S. M. Manual
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Caxias do Sul, RS: Educs, 2004.
VASCONCELOS. L. Agencia Brasil. 2007 Disponíveis em:
www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/02/04materia.2007-02-04.0541366175/view.
Acesso em 20 de janeiro de 2008
WAGNER, M. B. MOTTA, V. T. DORNELLES, C. SPSS passo a passo: statistical
package for the social sciences. Caxias do Sul: Educs, 2004.
ZOOCCHIO, Á. Segurança e saúde no trabalho: como entender e cumprir as
obrigações pertinentes. São Paulo: LTR, 2001.
51
APÊNDICES
52
APENDICE A - QUESTIONÁRIO
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE ACIDENTES COM A EQUIPE DE
LIMPEZA
Prezado Amigo!
Este questionário não é obrigatório. Solicitamos então que você responda de acordo
com a sua opinião a respeito dos itens apresentados. Não há necessidade de
identificação.
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÂO
Idade: _______________________ Sexo: M ( ) F ( )
Escolaridade: ________________________________
Tempo em que trabalha na empresa: __________________________
II – DADOS REFERENTE AO ACIDENTE DE TRABALHO
· VOCÊ JÁ SOFREU ACIDENTE DE TRABALHO?
( ) Sim ( ) Não
· COM QUAL TIPO DE MATERIAL:
( ) Agulhas
( ) Vidro
( ) Lamina
( ) Outro perfuro-cortante Qual:__________________________________
· COM QUAL TIPO DE FLUIDO:
( ) Sangue
( ) Outro fluido corporal sem sangue
( ) Outro fluido corporal com sangue
( ) Desconhecido
53
III – CIRCUNSTÂNCIA DO ACIDENTE
( ) Recolher/transportar sacos de lixo
( ) Contato com roupas sujas
( ) Contato com mobiliário sujo
( ) Manuseio da caixa de descarte
( ) Limpeza do Piso
( ) Outra Circunstancia ( ) Qual____________________
IV – EM QUAL SETOR OCORREU O ACIDENTE
( ) Enfermarias;
( ) UTI, Bloco Cirúrgico;
( ) Laboratórios;
( ) Emergência
( ) Refeitório
( ) Copa
( ) Banheiro
( ) Outros setores de atendimento ao paciente. Qual : _______________
V – VOCÊ REALIZOU A NOTIFICAÇÂO NA CAT´s?
( ) Sim ( ) Não
VI - Você já foi convidado a participar de algum tipo de orientação em relação
ao cuidado no manuseio do lixo hospitalar?
( ) Sim ( ) Não
VII - Se foi convidado, você participou?
( ) Sim ( ) Não
54
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO
PARTICIPANTE
Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa
sob o tema: “acidentes de trabalho com perfuro-cortantes envolvendo o pessoal da
limpeza hospitalar em um pronto socorro”. Tendo em vista o interesse e a
preocupação com os riscos ocupacionais que os empregados terceirizados que
realizam a limpeza hospitalar, estão expostos devido ao fato do elevado numero de
manipulação de materiais perfuro-cortantes é que surge o seguinte questionamento:
quais os mais freqüentes objetos causadores dos acidentes de trabalho com perfuro-
cortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar? Diante dessas questões é
que estamos nos propondo a realizar este estudo que está inserido na linha de
pesquisa da avaliação e qualidade dos serviços e ao processo de trabalho,
destacando-se os meios, as condições e as relações de trabalho e possui o seguinte
objetivo geral: Identificar quais são os mais freqüentes objetos causadores dos
acidentes de trabalho, envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar; e como objetivos
específicos: Identificar em qual situação de trabalho em que ocorreram os acidentes;
Identificar em qual dos setores hospitalares em que ocorrem os acidentes; Identificar
os dados pessoais como: sexo, idade, e grau de escolaridade; Identificar tempo de
experiência, ou o tempo de serviço na empresa.
O procedimento de coleta de material será da seguinte forma: A coleta de
dados será realizada no segundo semestre de 2007. Este estudo desenvolver-se-á
com trabalhadores que realizam a limpeza hospitalar, no Hospital Pronto Socorro de
um município da mesorregião metropolitana de Porto Alegre, RS.
Esse projeto está sob a responsabilidade da acadêmica Danieli da Rosa
Martins com a orientação da Profª. Clarice Fürstenau. Qualquer esclarecimento
entrar em contato telefones (51)96255009 ou (51) 99799133. A sua colaboração,
nesse estudo, será de muita importância para você, para a o Curso de
Especialização em Saúde do Trabalhador.
1. Compromissos: o professor e o acadêmico pesquisador, acima
identificados, comprometem-se a:
- tratá-lo (a) com o devido respeito e com os cuidados necessários ao seu bem
estar;
55
- respeitar sua liberdade e autonomia de decisão em participar, ou não, dessa
pesquisa;
- liberar você do compromisso de participação nessa pesquisa, assim que houver de
sua parte, manifestação desse desejo;
- utilizar-se dos seus dados para estudos e levantamentos estatísticos, incluindo a
possibilidade de publicação dos mesmos, sempre fazendo-o de forma anônima e
não identificada, garantindo em tudo a sua privacidade;
- informar, de modo claro e transparente, sobre os procedimentos necessários e
sobre os eventuais desconfortos e/ou riscos que possam vir a ocorrer;
- esclarecer todos os demais pontos sobre os quais você tem dúvidas e/ou
curiosidade ao participar dessa pesquisa.
2. Identificação e Termo de Adesão do Voluntário (a) participante dessa
pesquisa:
Nome: _________________________________ Data/ nascimento: ___/___/______
Sexo: M ( ); F ( ). Telefone: __________________
Endereço: ___________________________________________________________
Diante das informações e dos compromissos assumidos pelo pesquisador, acima
descritos, e após a devida leitura desse documento, assumo o compromisso de
participar voluntariamente dessa pesquisa, bem como autorizo a utilização dos meus
dados na forma acima descrita.
________________________ ______________________________________
Assinatura do participante Assinatura do acadêmico Pesquisador
______________________________________
Assinatura do Professor Responsável
Novo Hamburgo, _____ de ____________ _____ de 20_____.

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Acidentes de trabalho com perfurocortantes na limpeza hospitalar

  • 1. 1 DANIELI DA ROSA MARTINS ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO NOVO HAMBURGO 2007
  • 2. 2 DANIELI DA ROSA MARTINS ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO Monografia apresentada como requisito parcial para a obtenção do titulo de Especialista em Enfermagem, no Curso de Pós – Graduação Lato Sensu Especialização em Saúde do Trabalhador do Centro Universitário Feevale. Orientadora: Clarice Fürstenau NOVO HAMBURGO 2007
  • 3. 3 A Comissão examinadora, abaixo assinada, aprova a monografia ACIDENTES DE TRABALHO COM PERFUROCORTANTES ENVOLVENDO A EQUIPE DA LIMPEZA HOSPITALAR EM UM PRONTO SOCORRO DANIELI DA ROSA MARTINS Requisito Parcial para obtenção do grau de Especialista em Saúde do Trabalhador no Centro Universitário Feevale COMISSÃO EXAMINADORA _______________________________________ Profª. Esp. Clarice Fürstenau (Orientadora) _____________________________________________ Profª. Ms. Gladis Luisa Baptista _____________________________________________ Profª. Ms. Micheline Gisele Dalarosa Novo Hamburgo, 2007
  • 4. 4 ...muitas vezes estamos em dificuldades, mas não somos derrotados. Algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca desesperados. Temos muitos inimigos, mas nunca nos falta um amigo. Às vezes somos feridos, mas não destruídos. 2 Coríntios 4, 8-10
  • 5. 5 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por ter me iluminado nos momentos mais difíceis dessa caminhada, dando-me força garra e perseverança para superar todos os obstáculos e dificuldades que nela encontrei. Em especial e de forma carinhosa a minha família, ao meu Pai pela compreensão e apoio, a minha querida mãe e amiga pelo seu carinho, apoio e dedicação que recebi nos momentos de alegria e tristeza, sempre me animando em seguir em frente, aos meus queridos irmãos pela compreensão. Obrigada serei sempre grata. Ao meu noivo, por preencher meu coração, por toda a sua compreensão, você é um companheiro fiel e amável, sua presença me dá uma nova dimensão de felicidade. A todos os meus colegas e amigos, pelo apoio e amizade. Um especial agradecimento a Profª. e Coordenadora do Curso de Pós Graduação Jacinta Renner, pelo seu empenho e dedicação para o sucesso desse curso, e que sempre esteve ao meu lado buscando soluções para as dificuldades desta caminhada. A minha Profª. e orientadora Clarice Fürstenau, pela sua presença sincera e amiga, agradeço por ter dedicado seu tempo e sua experiência em toda a trajetória deste estudo. A todos os professores do curso de pós-graduação em saúde do trabalhador, meu carinho e gratidão, alem de professores foram mestres e amigos. Meu especial agradecimento a todas as pessoas que colaboraram como sujeitos da pesquisa. A todos que de uma maneira ou de outra contribuíram para a realização desta conquista, os meus sinceros agradecimentos. Obrigada.
  • 6. 6 RESUMO Ao ocorrer um acidente de trabalho, supõe-se haver um vínculo entre o acidente e a função exercida pelo trabalhador acidentado. Esta monografia trata dos acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo a equipe de limpeza de um Hospital de Pronto Socorro e, tem por objetivo geral identificar a prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo o pessoal que atua no setor de limpeza hospitalar. O estudo se caracteriza como observacional descritivo com análise e discussão de dados sob o paradigma quantitativo. A amostra foi composta por 24 trabalhadores do setor da limpeza hospitalar, ocorreu perda amostral de oito trabalhadores desde setor. Conclui-se que ocorreram três acidentes de trabalho com perfurocortantes na instituição em estudo. Os acidentes ocorrerão durante o manuseio da caixa de descarte e no recolhimento e transporte de sacos de lixo. Os setores onde os acidentes ocorrerão foram a emergência e a pediatria. Foi possível identificar também que os trabalhadores acidentados ficaram expostos, no momento do acidente, aos seguintes fluidos: sangue, fluido corporal com sangue e fluido desconhecido. Acredita-se que o número reduzido de acidentes de trabalho com perfurocortantes, nesta instituição, está relacionado com a conscientização dos trabalhadores através da importância do uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e da participação dos mesmos nas orientações e capacitações que a instituição oferece. Outro fator que pode ser considerado para o pequeno número de acidentes é a baixa demanda de trabalho destes profissionais. Atendendo a orientação do Ministério da Saúde todos os acidentes envolvendo os trabalhadores foram notificados. Palavras-chave: Saúde do trabalhador. Biossegurança. Exposição a agentes biológicos.
  • 7. 7 ABSTRACT When a work accident happens, is supposed to have a relation between the accident and the work exercised for the injured worker. This paper is about the work accidents with cutting and piercing involving the clean team of a First Aid Hospital and have as general objective identify the prevalence of work accidents with cutting and piercing instruments involving the persons that work in the hospital clean sectors. The study is known as descriptive observational with analyses and discussion of dates, by quantitative paradigm. The sample was composed by 24 workers from the hospital clean sectors, and occurred in this sample a lost of 8 workers. The results indicated the occurrence of three work accidents with cutting and piercing. The accidents occurred during the handling of boxes with cutting and piercing and the gathering and transport of the garbage bags. The sectors where the accidents occurred were the emergency and the pediatric unit. The accident workers were expose to the following fluids at the moment of the accident: blood, body fluid with blood and unknown fluid. The reduced number of work accidents in this institution is believed in the conscience of the workers about the importance to use the EPI and their participation in the orientations and capacitations given by the Institution. Other factor that can be considered to the little number of accidents is the low demand of work of this professional. All accidents with this professional were notifications, attendance the orientation from Health Ministry. Keywords: Accident work; clean team; cutting and piercing.
  • 8. 8 SUMÁRIO INTRODUÇÂO..................................................................................................... 9 1 REVISÃO DE LITERATURA............................................................................. 12 1.1 Breve histórico sobre a saúde do trabalhador no Brasil................................. 12 1.2 Acidentes de trabalho: prevenção e cuidados................................................ 14 1.3 O ambiente hospitalar..................................................................................... 19 1.3.1Os profissionais da saúde e os acidentes de trabalho................................. 20 1.3.2 O serviço de higiene hospitalar: riscos relacionados com a ocupação....... 24 1.3.2.1 Prevenção e notificação dos acidentes com perfurocortantes envolvendo os profissionais da área da saúde..................................................... 27 2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS.......................................................... 31 2.1 Característica da investigação........................................................................ 31 2.1.1 Tipo de pesquisa......................................................................................... 31 2.2 População e Amostra..................................................................................... 31 2.2.1 Campo do estudo........................................................................................ 31 2.2.2 População.................................................................................................... 32 2.2.3 Amostra....................................................................................................... 32 2.3 Período de Investigação................................................................................. 33 2.4 Coleta de Dados............................................................................................. 33 2.5 Apresentação e Análise dos Dados................................................................ 34 2.6 Aspectos éticos da pesquisa...................................................................... 34 3. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS........................................... 36 3.1 Apresentação dos Sujeitos da Pesquisa........................................................ 36 3.2 Tipos de Acidentes de Trabalho com a equipe de limpeza hospitalar........... 38 3.3 Circunstancia dos Acidentes.......................................................................... 41 3.4 Importância das notificações e participação nas orientações........................ 42 4 CONCLUSÂO.................................................................................................... 45 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 47 APENDICE A – Questionário............................................................................. 52 APENDICE B –Termo de consentimento Livre e Esclarecido do Participante.... 54
  • 9. 9 INTRODUÇÃO A área de Saúde do Trabalhador, no Brasil, tem uma conotação própria, reflexo da trajetória que lhe deu origem e vem constituindo seu marco referencial, seu corpo conceitual e metodológico. É uma área da Saúde Pública que prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância aos agravos à saúde relacionados ao trabalho. Segundo Gomez e Costa (1997, p.01), a saúde dos trabalhadores se torna questão na medida em que outras questões são colocadas no país. Manifesta-se no âmago da construção de uma sociedade democrática, da conquista de direitos elementares de cidadania, da consolidação do direito à livre organização dos trabalhadores. O ambiente de trabalho é o local onde se desenvolve a prestação dos serviços e, também, o ambiente reservado pelo empregador para o descanso do empregado. O trabalho é um dos elementos que mais interferem nas condições e qualidade de vida do homem e, portanto, na sua saúde. Dessa forma é fundamental ser dotado de condições higiênicas básicas, regras de segurança capazes de preservar a integridade física e a saúde dos empregados, com a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o domínio dos riscos concretos ou potenciais existentes (MAIA 2000). No ambiente de trabalho muitas vezes estamos expostos a riscos de acidentes, onde acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, de caráter temporário ou permanente, (BARBOSA; 2001). A lesão corporal pode ser caracterizada apenas pela redução da função de determinado órgão ou segmento do organismo, como os membros. Essa lesão corporal pode provocar a morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.
  • 10. 10 Devido a esses acidentes, todo e qualquer estabelecimento de assistência a saúde, tem que prestar a segurança e saúde no trabalho, por isso foi estabelecida a NR-32-Norma Regulamentadora de segurança e saúde no trabalho em estabelecimentos e assistência á saúde (BRASIL, 2005). Esta norma tem por finalidade estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção a segurança e a saúde dos trabalhadores em estabelecimentos de assistência a saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. No âmbito desta regulamentação define-se instituição de saúde como sendo “qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade” (BRASIL, 2005). Dentro do contexto do trabalho em saúde, área de atuação da pesquisadora surge o interesse de buscar mais dados em relação aos acidentes que ocorrem com os trabalhadores que exercem suas atividades profissionais em contato com resíduos biológicos. A temática central desta investigação se concentra nos acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortante envolvendo a equipe de limpeza de um pronto socorro. A opção por este tema de pesquisa adveio do interesse e preocupação com os riscos ocupacionais que os trabalhadores que realizam a limpeza hospitalar estão expostos e, devido ao fato da manipulação de materiais perfurocortantes onde esses trabalhadores estão envolvidos no seu dia a dia, no seu ambiente de trabalho. Diante das questões acima apresentadas, foi proposta a realização de um estudo que está inserido na linha de pesquisa da avaliação e qualidade dos serviços e no processo de trabalho em saúde, destacando-se os meios, as condições e as relações de trabalho. Este trabalho se caracteriza como um estudo observacional descritivo com análise e discussão de dados sob o paradigma quantitativo com delineamento
  • 11. 11 transversal, onde a população alvo da pesquisa foi de trabalhadores da limpeza hospitalar de um pronto socorro de um município da mesorregião metropolitana de Porto Alegre, RS. OBJETIVOS Apresentam-se a seguir os objetivos desta investigação. Objetivo geral Identificar a prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos pérfurocortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar; Objetivos específicos: Identificar quais são os objetos perfurocortantes causadores dos acidentes de trabalho, envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar; Verificar em quais situações de trabalho e setores do hospital ocorreram os acidentes; Identificar a associação dos dados pessoais e o tempo de serviço dos trabalhadores com a ocorrência de acidentes com perfurocortantes; Verificar a relação da capacitação para prevenção de acidentes com a ocorrência do acidente com perfurocortantes.
  • 12. 12 1 REVISÃO DE LITERATURA Para fundamentar a respectiva pesquisa serão abordados os seguintes temas: saúde do trabalhador, risco biológico, prevenção e cuidados de acidentes de trabalho. 1.1 Breve histórico sobre a saúde do trabalhador no Brasil Este capítulo tem como objetivo apresentar um breve histórico sobre a evolução da saúde do trabalhador, no Brasil, em especial a partir do ano de 1970. Esta área prevê o estudo, a prevenção, a assistência e a vigilância dos agravos à saúde relacionada ao trabalho. Em meados de 1970, surge o Movimento de Reforma Sanitária, propondo uma nova concepção de Saúde Pública para o conjunto da sociedade brasileira, incluindo a Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2005). A alternativa para redução de acidentes no Brasil na década de 70, devido aos altos índices de acidentes, foi através da imposição legal para as empresas contratarem profissionais especializados, tais como: médicos do trabalho, auxiliares de enfermagem ou enfermeiro do trabalho, engenheiros e técnicos de segurança (BRASIL, 2005). Segundo Anvisa, [...] são obrigadas a manter os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do trabalho (SESMT) e as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPA) as empresas privadas e públicas (incluindo os hospitais) que possuem empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). São responsabilidades inerentes à CIPA e SESMT: a. zelar pela saúde e integridade física do trabalhador; b. revisar todos os acidentes envolvendo visitantes, pacientes e funcionários, bem como manter relatórios e estatísticas de todos os danos; c. investigar e analisar acidentes, recomendando medidas preventivas e corretivas para evitá-los; apoiar a área gerencial
  • 13. 13 como consultor na área de segurança do trabalho e atividades afins; e. coordenar e treinar a equipe de Brigada Contra Incêndio, bem como a população envolvida em situações de incêndio (BRASIL, 2007 p. 01). Todos esses profissionais criaram e fazem parte do Serviço Especializado em Engenharia e Segurança do Trabalho e em Medicina do Trabalho – SESMT. O contingente destes profissionais é dimensionado de acordo com o grau de risco e o número de trabalhadores das empresas (BONCIANI, 1994). Em 1990, a Lei Orgânica da Saúde (Lei Federal 8080/90), em seu artigo 6º, parágrafo 3º, regulamentou os dispositivos constitucionais sobre Saúde do Trabalhador como “um conjunto de atividades” que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho (BRASIL, 2007). Essa legislação surge em decorrência do crescente número de trabalhadores e, buscando oportunizar a realização de ações voltadas para a promoção e a proteção à saúde dos mesmos. Contribuíram, também, para a elaboração deste ato legislativo o elevado número de acidentes de trabalho que estava e, ainda está ocorrendo no Brasil (BRASIL, 2007). De acordo com o Ministério do Trabalho e Emprego, no Brasil, atualmente, existem aproximadamente 70 milhões de trabalhadores, mas somente 33% – o que corresponde a 25 milhões de trabalhadores – têm atendimento pela Previdência Social e pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Este contingente se refere àqueles trabalhadores que têm carteira de trabalho assinada e emprego formal (CAMPOS, 2003, s.p). Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego e da Previdência Social mostram que os números de acidentes de trabalho, no Brasil, dados relacionados com aqueles trabalhadores que possuem emprego formal e, suas piores conseqüências que são a morte e a invalidez permanente, estão diminuindo nos últimos anos (CAMPOS, 2003, s.p).
  • 14. 14 1.2 Acidente de trabalho: prevenção e cuidados Acidentes de trabalho são aqueles que acontecem no exercício do trabalho prestado à empresa e que provocam lesões corporais ou perturbações funcionais que podem resultar em morte ou na perda ou em redução, permanente ou temporária, das capacidades físicas ou mentais do trabalhador (BENSOUSSAN e ALBIERI, 1997). Para complementar a idéia anterior, de acordo com a Lei nº. 8213, onde a mesma trata dos benefícios da Previdência Social, esta estabelece em seu art. 19: acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Os acidentes de trabalho são os maiores desafios para a saúde do trabalhador, atualmente e no futuro. De acordo com a OPAS - Organização Pan- americana de Saúde (2006, p. 02) estes desafios estão ligados “aos problemas de saúde ocupacional, com as novas tecnologias, novas substâncias químicas, problemas relacionados com a crescente mobilidade dos trabalhadores e ocorrência de novas doenças ocupacionais”. Em 1998 foram registrados, no Brasil, mais de 414 mil acidentes, em 2001 o total de acidentes foi de 339 mil, ou seja, uma queda de aproximadamente 18%. Em 2003, foram 399.077 e 465.700 em 2004, mais da metade destes acidentes ocorreram na região Sudeste, onde 279.680 pessoas tiveram algum tipo de acidente de trabalho. No ano de 2005 foram registrados 491.711 acidentes de trabalho, Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (Vasconcelos, 2007, s.p). Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, ocorrem, no Brasil por ano, em média, 12,6 acidentes para cada 100 mil trabalhadores ao passo que esse índice
  • 15. 15 é de 7,6 na França; 5,5 na Alemanha; 4,2 na Finlândia e 2,7 na Suécia. (Campos 2003, s.p). A maior parte dos acidentados é do sexo masculino, correspondendo a 378.604. A faixa etária que apresenta maior concentração de acidentes é entre os 25 e 29 anos de idade, correspondendo a 75.046 casos, dados do ministério do trabalho e emprego (Vasconcelos, 2007, s.p). Este elevado número de acidentes de trabalho, evidenciado pelos dados apontados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, causa um grande e forte impacto na previdência social, pois além de prejuízos diretos e indiretos o custo destes acidentes para a sociedade brasileira, foi da ordem de R$22 bilhões em 2001. Este valor foi maior do que todo o orçamento da Saúde naquele ano (Campos, 2003, s.p). De acordo com Campos, as campanhas de prevenção continuada são as melhores soluções para diminuir esse número sinistro. Entretanto, estima-se que os custos da prevenção realizada no Brasil não ultrapassem os R$ 5 bilhões, incluindo gastos com equipamentos, profissionais e treinamento (Campos, 2003, s.p). Ainda conforme o autor, se apenas metade dos valores gerados pelos prejuízos anuais fosse aplicada em prevenção de acidentes, se chegaria aos percentuais de acidentes do 1º mundo, em menos de uma década, com apenas 20% dos acidentes e 5% das mortes de hoje. Conforme Santana et al (2006, p. 1005), no Brasil, com base no PIB do ano 2002, essas estimativas de perda ficariam entre US$ 21,899,480 e US$ 54,748,700 refletindo baixa efetividade das políticas e programas de prevenção de agravos à saúde no trabalho. Tais valores limitam-se aos custos econômicos e não incluem aqueles decorrentes dos impactos emocionais e familiares, dificilmente mensuráveis. Os trabalhadores são as vítimas pessoais mais transparentes dos acidentes do trabalho. Esses acidentes são identificados visualmente por um simples curativo
  • 16. 16 num dedo ou até por uma parte do corpo engessada ou quando não ocorre o óbito cuja evidencia é inquestionável (ZOOCCHIO, 2001). Conforme Bensoussan e Albieri (1997 p. 69): no termo da legislação consideram-se acidentes de trabalho, as seguintes entidades mórbidas: I – a doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinado ramo de atividade e constante da relação que trata o anexo ao decreto nº. 2172; II – a doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, desde que constante da relação mencionada. Para Bensoussan e Albieri (1997), o acidente inicial se caracteriza independentemente de existir acidentado e, tem como exemplo a explosão de um forno. O acidente inicial é aquele que desencadeia um ou mais acidentes causando lesão, já o acidente pessoal depende de existir acidentado, e tem como exemplo o choque de um veículo contra uma parede. O acidente sem lesão é aquele que não apresenta lesão corporal, e o acidente de trajeto é aquele em que o empregado sofre no seu percurso da sua residência para o trabalho e vice-versa. Esses acidentes de trabalho não existem como figuras que permanecem no espaço, eles acontecem por uma ou mais causas. Estes acidentes depois que acontecem deixam de existir, entretanto, deixam suas conseqüências, que são muitas vezes tristes e dolorosas (ZOOCCHIO, 2001). De acordo com Zoocchio (2001, p. 26): [...] para que aconteça um acidente é preciso que existam condições propicias ao acontecimento. Essas condições são os riscos de acidente que poderão estar nas condições e meios de trabalho ou no comportamento das pessoas. Essa condição expressa no parágrafo anterior são as causas diretas e indiretas dos acidentes, pois refletem as condições inseguras existentes no ambiente de trabalho que acaba levando o trabalhador a praticar atos que desencadeiam os acidentes.
  • 17. 17 Dentre as condições inseguras podemos destacar: a falta de dispositivos de proteção em máquinas e outros equipamentos; dispositivos de proteção existentes, mas inadequados ou em más condições; falhas de processo ou método de trabalho; EPI não fornecido pela empresa ou inadequado ao risco que deveria neutralizar; nível de iluminação insuficiente para trabalho; produtos perigosos expostos (ZOOCCHIO, 2001). Todas essas condições citadas podem existir dentro de um ambiente de trabalho, como também podem ser criadas, durante a execução das tarefas, através do descontrole, desorganização, precipitação ou, muitas vezes, pela própria negligência dos trabalhadores. Por isso a atenção, a concentração naquilo que está fazendo ou executando é fundamental para a integridade física do trabalhador (MACHADO et al, 1992). Conforme Bensoussan e Albieri (1997) o acidente de trabalho engloba em sua definição legal o acidente típico, o acidente de trajeto e a doença profissional. Os acidentes de trabalho podem ser classificados como: acidentes típicos, de trajeto e doenças do trabalho ou ocupacionais. Acidentes Típicos são todos os acidentes que ocorrem no desenvolvimento do trabalho na própria empresa ou a serviço desta, acidentes de trajeto, são os acidentes que ocorrem no trajeto entre a residência e o trabalho ou vice-versa. As doenças ocupacionais são aquelas causadas pelo tipo de trabalho ou pelas condições do ambiente de trabalho (SILVA, 2007, s.p). Conforme Brasil (1994) o anexo IV - Portaria nº. 25, de 29/12/94 os principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza, são os riscos apresentados na tabela abaixo:
  • 18. 18 Grupo Riscos Descrição 1 Físicos Ruído, calor, frio, pressões, umidade, radiações ionizantes e não ionizantes e vibrações. 2 Químicos Poeiras, fumo, gases, vapores, névoas, neblinas e substâncias compostas ou produtos químicos em geral. 3 Biológicos Fungos, vírus, parasitas, bactérias, protozoários e bacilos. 4 Ergonômicos Esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, controle rígido de produtividade, imposição de ritmos excessivos, trabalho em turno e noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia e repetitividade e outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico. 5 Acidentes Arranjo físico inadequado, iluminação inadequada, probabilidade de incêndio e explosão, eletricidade, máquinas e equipamentos sem proteção, armazenamento inadequado, quedas e animais peçonhentos. Fonte: Riscos Ocupacionais (Brasil, 1994). Os acidentes acarretam vários tipos de prejuízos, sendo que destes, alguns dão origem a ações legais movidas entre os envolvidos. Essa situação tem ocorrido e sido registrado, com freqüência, em países desenvolvidos (BRASIL, 2007). Dentre os acidentes de trabalho, a temática central desta pesquisa, é sobre os acidentes de trabalho com material biológico, com o pessoal da higienização dentro de uma instituição hospitalar. Onde estes acidentes representam um risco para os trabalhadores das instituições hospitalares devido à possibilidade de transmissão de patógenos como o vírus da hepatite B (HBV) e da Síndrome da Imunodeficiência Adquirida AIDS (HIV), as quais podem ser letais (BRANDÃO JÚNIOR, 2000).
  • 19. 19 1.3 O Ambiente hospitalar O hospital é um local destinado ao atendimento de doentes, para proporcionar o diagnóstico e os tratamentos necessários. Historicamente, os hospitais surgiram como lugares de acolhida de doentes e peregrinos, durante a idade média (BRASIL, 2006). Atualmente há diferenciação entre hospitais públicos e privados. Os hospitais públicos são financiados e mantidos pelo estado, sendo o custo menor para os doentes em comparação com os hospitais privados. Geralmente os hospitais privados têm melhor qualidade que os públicos (BRASIL, 2006). Considerando os hospitais públicos e privados a classificação será aplicada aos hospitais integrantes do Sistema Único de Saúde, ordenando-os, de acordo com suas características, em um dos seguintes portes; Hospital de Porte I; Hospital de Porte II; Hospital de Porte III e IV (BRASIL, 2000). No âmbito desta classificação (BRASIL, 2000), considera-se: Hospitais Tipo I – são hospitais especializados, que contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para o atendimento das urgências/emergências de natureza clínica e cirúrgica, nas áreas de pediatria ou traumato-ortopedia ou cardiologia. Hospitais Tipo II – são hospitais gerais que dispõem de unidade de urgência/emergência e de recursos tecnológicos e humanos adequados para o atendimento geral das urgências/emergências de natureza clínica e cirúrgica. Hospitais Tipo III e IV – são hospitais gerais caracterizados como aqueles que contam com recursos tecnológicos e humanos adequados para o atendimento geral das urgências/emergências clínicas, cirúrgicas e traumatológicas, desempenham ainda as atribuições de capacitação, aprimoramento e atualização dos recursos humanos envolvidos com as atividades
  • 20. 20 meio e fim da atenção às urgências/emergências. Dentro de uma instituição hospitalar existem vários tipos de atendimentos, que vai desde o mais simples até o mais complexo. Dentre os tipos podemos citar: ambulatorial, cirúrgico, UTI, infectologia, neurologia, clinico geral, pediatria, maternidade, oncologia, infectologia, psiquiatria, entre outros (BRASIL, 1999). O ambiente hospitalar envolve a exposição dos profissionais de saúde e demais trabalhadores, incluindo o pessoal da higienização a uma diversidade de riscos, especialmente os biológicos. Com o elevado número de atendimento e com uma enorme circulação de pessoas o ambiente hospitalar pode conter focos de infecção podendo ser transmitida ao ser humano. Esse ambiente, incluindo o ar, água e as superfícies que cercam o paciente guarda íntima relação com as infecções hospitalares, podendo através deste, proporcionar focos de contato e de transmissão (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000). De acordo com Andrade, Angerami e Padovani (2000, p. 164): [...] embora as principais causas de infecção hospitalar estejam relacionadas com o doente, susceptível á infecção e com os métodos diagnósticos e terapêuticos utilizados, não se pode deixar de considerar a parcela de responsabilidade relacionada aos padrões de assepsia e de higiene do ambiente hospitalar. Dentro de um ambiente hospitalar os principais riscos envolvem os diversos profissionais da saúde, o que será apresentado no subcapítulo a seguir. 1.3.1 Os profissionais da saúde e os acidentes de trabalho Acidente no ambiente hospitalar é fato. No Brasil, os acidentes de trabalho com perfurocortantes em instituições hospitalares, começaram a ser citadas em estudos de pesquisa na década de 70, porém a partir da década de 80, com o alarme das publicações e debates sobre a AIDS, muitos profissionais tanto da saúde quanto o pessoal da limpeza atemorizam-se com a possibilidade de contrair a
  • 21. 21 doença em acidentes com materiais contaminados com secreções e fluidos, comuns em materiais cortantes e perfurantes (MACHADO et al, 1992). Estes envolvem os agentes físicos, químicos, biológicos e ergonômicos e podem ocorrer com os profissionais da área da saúde, pacientes, visitantes e, também, com os trabalhadores da limpeza hospitalar (BRASIL, 2007). Os principais acidentes de trabalho que ocorrem com os profissionais de saúde são acidentes de trajeto, no caso de ambulâncias e outros veículos de saúde, depois vêm os perfurocortantes contaminados com material biológicos e, os químicos, como os casos de contaminação com hipoclorito de sódio (alvejante) e glutaraldeído (esterilizante) (BRASIL, 2006). Os materiais perfurocortantes mais conhecidos são seringas, agulha, escalpe ampolas, vidros, bisturi, ou seja, aqueles que são pontiagudos ou que são capazes de causar lesão ou cortes (ZOOCCHIO, 2001). Os acidentes ocasionados por picadas de agulhas são responsáveis por 80 a 90% das transmissões de doenças infecciosas entre trabalhadores de saúde e o risco de transmissão de infecção de uma agulha contaminada é de três para a Hepatite B, um em trinta para hepatite C e um em trezentos para o HIV (BRANDÃO JÚNIOR, 2000). No estudo feito por Ruizi, Barbosa e Solen (2004) com dados sobre causa do acidente de trabalho, totalizando 728 entrevistados, nota-se que os acidentes com materiais perfurocortantes foram os mais freqüentes (348=40,4%), seguidos pelas quedas e traumas (290=33,7%) e por acidentes com materiais biológicos (90=10,5%), como sangue, fezes, urina, vômitos e outras secreções apontam para o mesmo panorama em relação ao acidentes de trabalho apontados em outros estudos. Neste mesmo estudo os autores apontam que, em relação á faixa etária dos sujeitos acidentados,
  • 22. 22 [...] a maioria (797-92,6%) dos trabalhadores tinha entre 21 a 50 anos, 342 (39,7%) na faixa de 31 a 40 anos, com menor ocorrência de acidentes de trabalho na faixa de idade de 61 anos ou mais (3-0,3%), seguido dos mais jovens, isto é, com até 20 anos de idade (2-0,2%), além de ficar destacado que em 3 (0,3%) CATs não havia registro da idade dos trabalhadores acidentados. De acordo com estudo de BASSO (1999), os perfurocortantes representam 80,5% dos acidentes na área da saúde, sendo o sangue a principal fonte 79,7%. Este estudo também mostra que os profissionais, têm um grande risco para acidentes e que esses ocorrem predominantemente em indivíduos jovens, com menor experiência. Os dados do estudo do autor (1999) apontam que: dos 1096 entrevistados, 236 (21,5%) tiveram acidentes nos últimos doze meses. A categoria que sofreu maior número de acidentes foi a dos estudantes de medicina, 55,4%, seguido pelos residentes 44,5%, pelos médicos assistentes 24,1%, pelos auxiliares e técnicos de enfermagem 14,7%, pelo pessoal da limpeza 11,3%, técnicos de laboratório 10,5%, pelos enfermeiros 10,2% e pelos atendentes de enfermagem 3,6%. Além do risco de contrair infecções o acidente pode gerar no trabalhador, sérias repercussões psicossociais levando-o a mudanças nas relações; de trabalho, familiares e sociais, devido às associações ao HIV e a AIDS, as reações psicossomáticas pós-profilaxia utilizada devido à exposição ocupacional e o impacto emocional (BRANDÃO JÚNIOR, 2000). Quando ocorre um acidente de trabalho, este deve ser comunicado, a Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte da ocorrência, e em caso de morte de imediato a autoridade competente sob pena de multa. Na falta desse comprimento, caberá ao setor de benefícios comunicarem a ocorrência no setor de fiscalização do INSS para a execução de uma multa devida (MICHEL, 2001). Para a segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde se destacam a NR 5, NR 6 e a NR 32. A NR 5 orienta sobre a implantação e atuação da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes nas empresas privadas, públicas e órgãos governamentais que possuam empregados regidos pela CLT. Estas instituições a
  • 23. 23 partir desta NR ficam obrigados a organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (FRIAS JUNIOR, 1999). A NR 6 dispõe sobre a obrigatoriedade do uso dos Equipamentos de Proteção Individual. Para os fins de aplicação desta NR, considera-se EPI todo dispositivo de uso individual, de fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados gratuitamente. Também foi criada, em 2005, a NR 32 que estabelece as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral (FRIAS JUNIOR, 1999). No contexto desta norma regulamentadora um serviço de saúde é compreendido como [...] qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. Para fins de aplicação desta NR, considera-se Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a agentes biológicos. Consideram-se Agentes Biológicos os microrganismos, geneticamente modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons (Portaria MTE 485, 2005). Com todas essas normativas e com a participação conjunta de trabalhadores e técnicos da área, é garantida a todos os trabalhadores condição digna de saúde e segurança assim como a qualidade de vida, pois nestes novos tempos, com a terceirização, os limites da antiga fábrica já não são nítidos e, a constante fragmentação do trabalho e a maciça incorporação de tecnologias de automação vêm modificando substancialmente o papel do trabalhador junto ao coletivo (FRIAS JUNIOR, 1999). As atividades e os riscos ocupacionais destes trabalhadores serão apresentados no subcapitulo a seguir.
  • 24. 24 1.3.2 O serviço de higiene hospitalar: riscos relacionados com a ocupação profissional O serviço de higiene e limpeza hospitalar é o responsável por toda a remoção de sujeiras, detritos indesejáveis e microorganismos presentes no ambiente hospitalar, mediante a utilização de processo mecânico e químico. O principal requisito do processo de limpeza hospitalar é a segurança dos pacientes e empregados contra infecções e acidentes (BRASIL, 2000). Dentre o cotidiano dos hospitais uma das atividades é a limpeza da unidade, reconhecendo-a como uma das formas de manter o ambiente biologicamente seguro, e quem realiza esta atividade é o pessoal da limpeza (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000). Define-se como limpeza hospitalar o processo de remoção de sujidades mediante a aplicação de energia, química, mecânica ou térmica num determinado período de tempo. Esta limpeza tem por finalidade preparar o ambiente hospitalar para suas atividades, manter a ordem do ambiente e conservar equipamentos e instalações. (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000). Conforme Andrade, Angerami e Padovani (2000), a limpeza hospitalar ou higienização se classifica em: higienização concorrente, esta ocorre, quando o ambiente se encontra ocupado, sendo realizada a limpeza diária e reposição de materiais, tais como o papel toalha e o papel higiênico; a higienização terminal que ocorre quando há desocupação do ambiente e, envolve a limpeza de pisos, tetos, paredes e anexos que são: janelas, portas, vidros, luminárias, etc.; a higienização das salas cirúrgicas, que envolve também a limpeza operatória, ou seja, a descontaminação imediata após o derramamento de líquidos e secreções orgânicas; Para que ocorra a devida higienização as equipes de limpeza hospitalar devem receber forte treinamento para procurar atender aos requisitos da organização, além de aplicar melhoria constante de métodos, produtos de limpeza e
  • 25. 25 do tratamento do lixo hospitalar, de forma a evitar focos de contaminação e infecção acidental (BRASIL, 2000). Nas unidades de saúde a equipe de profissionais que realiza a limpeza hospitalar geralmente é responsável, também, pelo recolhimento e destinação do lixo hospitalar onde muitas vezes se encontram resíduos biológicos, químicos radioativos, medicamentos e perfurocortantes. Estes materiais estão classificados como lixo perigoso, devido à fonte potencial de contaminação e disseminação de doenças e, por isso necessitam de cuidados especiais (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000). De acordo com Schneider et. al (2004, p. 20) define-se resíduo ou lixo como tudo aquilo que não tem mais utilidade e que se joga fora. O sentimento que o homem tem em relação a esse é de algo que quer se desfazer rapidamente e que deve ser lançado o mais longe possível de sua visão e olfato. O ambiente de trabalho deve manter condições higiênicas básicas, além de assegura o cumprimento de regras de segurança para a preservação da integridade física e a saúde dos empregados. Assim, a antecipação, o reconhecimento, a avaliação e o domínio dos riscos existentes irão propiciar segurança, conforto e higiene aos empregados (SANTOS JUNIOR, 2000). A área da saúde hospitalar é uma das mais sensíveis às implicações sociais e laborais. As atividades de limpeza no ambiente hospitalar, muitas vezes podem apresentar um universo de riscos e acidentes, refletindo prontamente na segurança e saúde das pessoas inseridas nesse ambiente (SANTOS JUNIOR, 2000). Conforme Santos Junior (2000, p. 41), por trás da simplicidade aparente das atividades de limpeza no ambiente hospitalar não é mostrado um universo de riscos e acidentes. A área da saúde é uma das mais sensíveis implicações sociais e laborais, refletindo prontamente na segurança e saúde das pessoas inseridas neste ambiente.
  • 26. 26 Conforme o estudo de Silva, 1999 em relação ao acidentes de trabalho com o pessoal da higienização, representado por 19 trabalhadores 73,1 %, relata não ter sofrido nenhum tipo de acidente desde que começou a trabalhar no hospital estudado. Dos sete trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de acidente, cinco deles 71,4 %, informaram ter tido corte produzido por material perfurocortante, como agulhas e bisturis, descartados em locais inadequados, na opinião deles. Ainda de acordo com Santos Junior (2000, p. 70). [...] um levantamento feito em um dos hospitais da Capital de Florianópolis relata o número de acidentes de trabalho e as categorias profissionais envolvidas. Os acidentes com agulhas envolvendo o pessoal da higienização e limpeza são bastante significativos, chegando a 24% dos casos relacionados em oito anos, sendo que em alguns anos alcançou 35%. Segundo o estudo de Shimizu e Ribeiro (2002), muitas vezes o pessoal da higienização sofre os acidentes de trabalho, por descuido dos demais trabalhadores da saúde, que descartam materiais perfurocortantes nas lixeiras das unidades. Nesse sentido é necessário ressaltar a importância e a necessidade de descartar esse tipo de material em recipientes próprios. O mesmo autor nos coloca que [...] o grande número de estudantes que não recebem orientação nos cursos sobre a necessidade de descartar esse tipo de material em recipientes próprios, outro fator que aumenta o risco de exposição desses trabalhadores a acidentes é a necessidade de coletar recipientes com excesso de materiais perfurocortantes (SCHIMIZU, RIBEIRO, 2002, p. 370). Apesar dos hospitais prestarem assistência, tratamento e cura para as pessoas que precisam, também podem se tornar responsável pelo adoecimento dos profissionais que colaboram para o bem estar de todos, uma vez que todos os trabalhadores que atuam em áreas hospitalares estão expostos aos riscos ocupacionais, devido ao elevado desempenho das suas funções, principalmente aqueles que trabalham com a limpeza hospitalar, para prestar um bem estar do ambiente para os pacientes e visitantes (MACHADO et al, 1992).
  • 27. 27 Acidentes de trabalho ocasionados com materiais perfurocortantes entre o pessoal da higienização hospitalar são freqüentes devido ao número elevado de recolhimento de lixo, pois muitas vezes, os profissionais da saúde não respeitam o limite da caixa de descarte, enchendo-a, onde é aí que ocorrem os acidentes. Quanto estes acidentes ocorrem com material contaminado, o mesmo pode acarretar doenças como a hepatite B, hepatite C, e a síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS (ANDRADE, ANGERAMI e PADOVANI, 2000). 1.3.2.1 Prevenção e notificação dos acidentes perfurocortantes envolvendo os profissionais da área da saúde Devido ao risco evidente de acidentes de trabalho, o pessoal que realiza a higienização hospitalar deve estar sempre atento para que não ocorram esses tipos de acidentes, deve sempre ter em mente as medidas de prevenção, o uso dos equipamentos necessários, evitando assim os possíveis riscos ocupacionais que o cerca, no ambiente de trabalho (BENSOUSSAN e ALBIERI, 1997). Para evitar acidentes e minimizar riscos a saúde ocupacional, o manejo de resíduos infectantes requer algumas medidas preventivas e alguns cuidados que são: a mínima manipulação desses resíduos, manterem os sacos contendo esses resíduos infectantes em local seguro, nunca abrir sacos contendo esses resíduos com vista a inspecionar seu conteúdo, adotar procedimentos de manejo que preservem a integridade dos sacos plásticos contendo tais resíduos, instituí o uso dos equipamentos de proteção individual para o manejo de resíduos que são: luvas de borracha espessa, botas com salto de borracha, óculos de segurança (SCHNEIDER et. al, 2004). Para que as atividades desenvolvidas pela equipe de higienização ocorram com segurança é necessário o uso dos EPI, pois as maiores fontes de contaminação são o contato das mãos com a boca, com o olho, com os cortes, com as feridas e a perfuração cutânea. Para prevenir a contaminação acidental com riscos biológicos, de acordo com BRASIL (2007), devem ser utilizados os seguintes EPI:
  • 28. 28 - Usar luvas, quando a atividade a ser desenvolvida possibilitar o contato com fluídos corpóreos, tais como soro, plasma, urina, ou sangue total; - Usar protetor facial, como óculos de segurança, principalmente quando houver possibilidade de espirros de fluidos; - Usar vestimentas de proteção, como aventais, quando o risco biológico for reconhecido; Além disso, outras orientações devem ser seguidas por estes profissionais para evitar a contaminação, conforme a seguir: - Lavar as mãos antes de retirar as luvas e antes de sair da área contaminada; - Evitar o contato das mãos com a face; - Não usar pias de laboratórios para lavar as mãos ou outras atividades de higiene pessoal; - Cobrir todos os cortes superficiais e ferimentos antes de iniciar os trabalhos de limpeza; - Seguir os protocolos de biossegurança para o transporte do lixo e para o depósito de materiais contaminados; - Usar soluções desinfetantes adequadamente preparadas, sempre que necessário; - Manter os frascos que contêm material infectante fechados, toda vez que não estiverem em uso; Qualquer que seja a dimensão de um acidente ocorrido o mesmo deve ser documentado e avaliado, visando à identificação das causas e possíveis correções, esse histórico é muito importante para a análise de tendências, isto é verificação de ocorrência de uma mesma área, ou período (BRASIL, 2006).
  • 29. 29 Toda e qualquer informação sobre acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, devem ser obtidas por meio da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), disponibilizadas ao SUS, complementadas com os dados que deverão ser estabelecidos em fluxos específicos advindos da obrigatoriedade da notificação pela Portaria nº. 777 de 28/04/04 do MS e futuramente regulamentados pelo SINAN (Sistema Nacional de Agravos de Notificação) (BRASIL, 2006). Essa notificação se destaca, pois tem a importância de estabelecer um fluxo de notificação rápida dos acidentes graves, fatais e em menores dos serviços de saúde, para permitir a pronta investigação das condições de ocorrência do evento e evitar que o ambiente seja descaracterizado (BRASIL, 2001). No caso da ocorrência de acidentes de trabalho envolvendo a exposição a material biológico, com ou sem afastamento do trabalhador, a comunicação de acidente de trabalho (CAT) deve ser emitida. Entretanto, faz-se necessário entender não somente a conceituação e de que forma se investiga o acidente de trabalho, mas sim, como funciona o Sistema de Informação em Saúde do Trabalhador, isto é, como funciona a metodologia da Notificação dos Acidentes de Trabalho. Cabe salientar que um Programa de Prevenção de Acidentes, realizado através de capacitações, palestras cursos proporcionam condições ambientais seguras para os empregados. O hospital e a empresa prestadora de serviços devem desenvolver continuamente esta política, para os seus trabalhadores que através das mesmas, ficam cientes de suas responsabilidades na redução de riscos e acidentes; promover e reforçar práticas seguras de trabalho; e proporcionar ambientes livres de riscos, de acordo com as obrigatoriedades das legislações pertinentes (BRASIL, 2001). O treinamento e capacitação dos empregados, a busca da eficiência e eficácia nos serviços oferecidos, a produtividade e qualidade no trabalho são fatores que devem permear qualquer relação de trabalho, pois uma das maneiras de motivar o seu colaborador a trabalhar com qualidade e segurança, é a realização de
  • 30. 30 treinamentos, onde aprenderá a desenvolver seu total potencial contribuindo muito mais para a empresa ou instituição onde trabalha (BRASIL, 2001). Uma das estratégias, é que as equipes de profissionais estejam sempre em processo de aprendizagem, podendo assim contribuir efetivamente para o desenvolvimento de uma organização, principalmente sem acidentes de trabalho. Nessas capacitações e treinamentos devem ser abordados assuntos que vai desde riscos de acidente de trabalho que podem acontecer dentro de uma instituição hospitalar, até a prevenção e os cuidados que os trabalhadores devem toar para se precaver e evitar um possível acidente de trabalho (BRASIL, 2001). De acordo com o estudo de Caixieta e Barbosa-Branco (2005), o coeficiente de acidentabilidade de trabalho envolvendo material biológico nos últimos dois anos não diminuiu após o treinamento recebido pelos profissionais da saúde, com o conteúdo sobre biossegurança. Os dados desta investigação mostram um coeficiente mais elevado de acidentes para aqueles que referem ter recebido treinamento (44,5%) do que para os que não receberam treinamento (37,3%). Entretanto, pode-se questionar qual seria este coeficiente caso os trabalhadores não tivessem recebido nenhum tipo de orientação uma vez que o estudo do autor não aponta dados anteriores para que se possa fazer uma análise mais aprofundada. O que se pode afirmar é que cabe ao trabalhador usar as medidas preventivas para evitar um possível acidente. Entretanto, as medidas preventivas não devem só existir no papel, mas ser efetivamente aplicadas. Os trabalhadores devem ter acesso às informações sobre os riscos e cuidados que envolvem sua atividade, e participar nas medidas de promoção da saúde e prevenção dos acidentes. (BRASIL, 2007).
  • 31. 31 2 PROCEDIMENTO METODOLOGICO Para alcançar os objetivos propostos neste estudo, optou-se por utilizar a seguinte metodologia: 2.1 Características da investigação: 2.1.1 Tipo de pesquisa A pesquisa propôs um estudo observacional descritivo de caráter quantitativo com delineamento transversal que teve como objetivo geral identificar a prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar. Para Polit, Beck e Hungler (2004, p.164), “em um estudo quantitativo, o delineamento de pesquisa apresenta as estratégias que o pesquisador planeja adotar para desenvolver informações precisas e interpretáveis”. Ainda, de acordo com, Polit, Beck e Hungler (2004), a pesquisa descritiva tem como finalidade observar, descrever e documentar os aspectos da situação, e os estudos transversais envolvem coleta de dados em um ponto do tempo, onde sua principal vantagem é que são econômicos e fáceis de controlar. 2.2 População e amostra 2.2.1 Campo do estudo A pesquisa foi realizada em um hospital de pronto socorro de um município da mesorregião metropolitana de Porto Alegre, RS.
  • 32. 32 O Hospital em estudo é referencia para emergências e urgências no Rio Grande do Sul, com atuação voltada para o município e região metropolitana. Possui cento e vinte leitos e quatro salas de cirurgia. Os procedimentos realizados são: Neurocirurgia, Traumatologia, Cirurgia plástica reparadora, Bucomaxilofacial, Urgências Clinicas e Urgências Cirúrgicas. Os atendimentos mensais desta instituição são: cirurgias de média e alta complexidade totalizam 90, internações 180, atendimentos são 400 e exames laboratoriais são 600. 2.2.2 População A população deste estudo foi composta por todos os profissionais que atuam efetivamente na higienização da instituição e no recolhimento e destinação dos resíduos hospitalares, totalizando 32 trabalhadores. 2.2.3 Amostra Após a definição da população, a amostra ficou classificada como não- probabilística, por conveniência. A amostra não-probabilística quer dizer, segundo Jansen, Quevedo e Hoppee (s.d, p. 29), que “nem todos os elementos da população tem probabilidade de seleção, as unidades amostrais não são excluídas por seleção aleatória mas de acordo com o julgamento pessoal do entrevistador”. Na classificação por conveniência, de acordo com os autores Jasen, Quevedo e Hoppee (s.d; p. 29) os “elementos são selecionados para a amostra com base na conveniência, por exemplo, para fazer uma pesquisa de opinião, entrevistamos os consumidores voluntários”.
  • 33. 33 A amostra foi composta por vinte quatro pessoas de ambos os sexos que realizam a limpeza hospitalar nos dois turnos, totalizando a perda amostral de oito trabalhadores. Constatou-se essa perda amostral devido ao não retorno do questionário. Os profissionais, que atuam durante o turno diurno, são responsáveis pela higienização dos seguintes setores: emergência, UTI, banco de sangue, estar médico, laboratório, gesso, corredor, banheiros, administração, ambulatórios, pátio, vestiário, expurgo, guarita, almoxarifado, dormitórios, rouparia, banheiros, manutenção, engenharia, internação, pediatria, bloco cirúrgico. Enquanto aqueles que atuam da noite higienizam os setores de: emergência e RX, banco de sangue, ambulatório, banheiros, recepção central, bloco, UTI, internação I e II, pediatria, manutenção, vestiário, guarita, dormitórios, pátio e lixo. 2.3 Período de investigação A coleta dos dados da pesquisa ocorreu no segundo semestre de 2007, nos meses de julho e agosto. 2.4 Coleta dos dados A coleta dos dados foi realizada através de um questionário (APÊNDICE A), contendo dados de identificação e questões de acordo com a ocorrência de acidentes relacionados à sua atividade laboral, bem como sobre a participação em atividades educativas voltadas á prevenção destes acidentes. Para Goldim (2000), um questionário ou observação estruturada, é aquele onde o pesquisador vai a campo com uma formatação previamente elaborada. Deve-se ter clareza da questão, ater-se a uma única idéia para melhor compreensão.
  • 34. 34 2.5 Apresentação e Análise dos Dados A apresentação e análise dos dados coletados se processou, utilizando um banco de dados na planilha Excel e posterior análise em programa estatístico Statistical Package for Social Sciences (SPSS 10.01)1 . Os dados coletados foram analisados sob distribuição de freqüência, e tabela cruzada. Para Doria Filho (1999, p.46): ”uma distribuição de freqüência é uma organização de dados brutos em uma forma tabular usando classes (ou intervalos) e freqüências”. Doria Filho (1999, p.50) ainda coloca que: Um gráfico ou diagrama é uma representação geométrica da relação entre variáveis. Ele exige o leitor a fazer uma imagem mental dos dados apresentados e, facilita a visualização de relações não identificáveis na observação de uma tabela. 2.6 Aspectos éticos da pesquisa Este estudo desenvolveu-se com trabalhadores da limpeza hospitalar que trabalham em um Hospital de Pronto Socorro de um município da região metropolitana de Porto Alegre - RS, e respeitou os aspectos éticos e legais, respaldada na resolução nº. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde - sobre a pesquisa envolvendo seres Humanos (BRASIL, 1996). Inicialmente o projeto do Trabalho de Conclusão de Curso de Pós Graduação – TCC foi encaminhado para apreciação do Comitê de Ética do Centro Universitário Feevale de Novo Hamburgo, RS. Posteriormente à sua aprovação o projeto foi apresentado aos trabalhadores quando então foram explicados os 1 O Statical Packagem for the Social Sciences (SPSS 10.01) é um programa de estatística, em formato de banco de dados, que permite inserir, organizar e analisar dados através de cálculos estatísticos, tabelas e gráficos, entre outros. Além disso, o SPSS é um programa extremamente confiável, no que se refere à qualidade dos resultados (WAGNER; MOTTA; DORNELLES, 2004).
  • 35. 35 objetivos e a relevância do estudo solicitando o seu consentimento para incluí-los no mesmo. Os entrevistados foram orientados de que sua participação na pesquisa não incorrerá em riscos ou prejuízos. Os direitos dos participantes foram preservados ao longo do estudo. Os funcionários que concordaram em participar fizeram a assinatura dos participantes do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICE B) em duas vias, ficando uma para o (a) participante do estudo e outra para a pesquisadora, para que posteriormente as informações obtidas possam ser utilizadas em publicações de livros, revistas e artigos sempre de forma anônima.
  • 36. 36 3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS Após várias leituras e reflexões do questionário que foi aplicado e respondido pelos profissionais da equipe de limpeza hospitalar de um hospital pronto socorro, e com intuito de identificar a prevalência de acidentes de trabalho com instrumentos perfurocortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar, os dados foram analisados e serão apresentados na seguinte seqüência: - Apresentação dos sujeitos da pesquisa; - Tipos de acidentes de trabalho com a equipe de limpeza hospitalar; - Circunstâncias dos acidentes; - Importância das notificações, e o cuidado e manuseio que se deve ter com o lixo hospitalar dentro de um ambiente de trabalho. 3.1 Apresentação dos sujeitos da pesquisa; O estudo contou com a participação de 24 trabalhadores da limpeza hospitalar, esses foram estudados através de um questionário com questões pertinentes aos acidentes com perfurocortantes. Trata-se de uma amostra de dezenove (79,2%) trabalhadoras do sexo feminino e cinco (20,8%) do sexo masculino. No grupo avaliado, observou-se que, com relação à escolaridade, não foi detectado índice de analfabetismo entre os participantes da pesquisa. Dos vinte e quatro trabalhadores, 8,3% possuem o ensino fundamental incompleto; 62,5% o ensino fundamental completo e 29,2% o ensino médio, como está exposto na Tabela 01 logo abaixo:
  • 37. 37 Tabela 01 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto ao sexo e escolaridade. Porto Alegre, 2007. Variáveis Freqüência % Sexo Feminino Masculino 19 5 79,2 20,8 Escolaridade Ensino fundamental 15 62,5 Ensino fundamental incompleto 2 8,3 Ensino médio 7 29,2 Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007. Nos resultados obtidos nesse estudo, dos vinte e quatro trabalhadores estudados, a distribuição dos profissionais segundo o sexo, a predominância ocorreu com o sexo feminino. Para Carlotto (2002), a divisão do trabalho é uma constante na história das mulheres e homens, a explicação para tal fato se dá a partir do papel das mulheres na reprodução biológica. Essa divisão se carrega de significados e de praticas que muda conforme a sociedade e o seu momento histórico. Segundo o mesmo autor, entretanto, “tem em comum o fato de que o trabalho das mulheres, e aqui vamos nos deter na formação social capitalista, não ser tido como diferente, mas como um trabalho que não recebe a mesma valorização e conseqüentemente remuneração atribuída ao trabalho masculino” (CARLOTO, 2002, s.p). Do ponto de vista o papel da mulher, é o conjunto de transformação que ocorrem nos padrões culturais e nos valores relativos ao papel social, intensificadas pelo movimento feminista desde 1970 e pela presença cada vez maior nos espaços públicos, alterando assim a sua identidade feminina, cada vez mais voltada para o trabalho produtivo, ficando assim dividido homens e mulheres no mundo do trabalho (CARLOTO, 2002). Analisa-se, no entanto que a divisão sexual existe em todos os setores do mundo do trabalho, onde há atribuição de determinadas atividades para mulheres e outras para os homens. Historicamente as atividades femininas são consideradas
  • 38. 38 secundárias isto quer dizer menos valorizadas tanto sociais como econômicas (PASTORE; DALLA ROSA, s.d). Verificou-se que na caracterização dos trabalhadores da higienização que a maioria é do sexo feminino, estes dados obtidos foram semelhantes ao estudo realizado por (PASTORE; DALLA ROSA, s.d), tomando como referência, o setor hospitalar, incluindo a higienização, as mulheres aparecem em porcentagem superior, em torno de 70% do conjunto dos trabalhadores. Os dados apontados pelos autores são compatíveis com aqueles encontrados nesta pesquisa. É importante ressaltar, no entanto, que a maioria dos trabalhadores da higienização é do sexo feminino. Certamente o trabalho executado pelas trabalhadoras nesse serviço, coexiste devido a crescente dedicação das mulheres ao trabalho doméstico. A explicação para tal fato muitas vezes se apóia num determinismo onde as mulheres são responsáveis pelas atividades reprodutivas, pelos cuidados com a casa e com os membros da família, onde a mulher acaba sendo vista como um ser responsável, e cuidador. Em relação à escolaridade, os dados obtidos nessa pesquisa, com os trabalhadores da higienização, apontam que o maior percentual de trabalhadores investigados possui o ensino fundamental. Provavelmente este fato de deva a menor necessidade de qualificação profissional necessária para a realização destas atividades. Outro aspecto a ser destacado é de que, em função dos baixos salários geralmente percebidos por estes profissionais, talvez a exigência de maior nível de escolarização seja reduzida. 3.2 Tipos de acidentes de trabalho com a equipe de limpeza hospitalar. Com base no que foi evidenciado nesse estudo e frente ao exposto, pode- se dizer que dos 24 trabalhadores entrevistados, três trabalhadores, perfazendo 12,5% sofreram acidentes com perfurocortante durante o seu trabalho dentro da instituição.
  • 39. 39 Dos três trabalhadores que sofreram acidente com perfurocortante todos ficaram expostos a um tipo de fluido corporal que estava presente no material causador do acidente, sendo que dos três acidentados, um que representa 33,3% ficou exposto no acidente com perfurocortante a algum tipo de fluido desconhecido. Outro trabalhador que também totaliza 33,3% referiu que sofreu acidente com material perfurocortante com sangue, e o terceiro acidentado informou que ficou exposto no acidente a outro fluido corporal não identificado, com sangue. Isto fica visualizado na tabela 02 logo abaixo: Tabela 02 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto ao acidente e fluído a que ficou exposto. Porto Alegre, 2007. Variáveis Freqüência % Acidente com perfurocortante SIM 03 12,5 NÃO 21 87,5 Tipo de Fluido Desconhecido 1 33,3 Sangue 1 33,3 Outro fluido corporal com sangue 1 33,3 Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007. Silva (1999) realizou um estudo no Hospital Municipal Paulino Werneck no setor de emergência com o objetivo de investigar os riscos à saúde dos trabalhadores da higienização. Em relação aos acidentes de trabalho com o pessoal da higienização, representado por 19 trabalhadores 73,1 %, relataram não ter sofrido nenhum tipo de acidente desde que começou a trabalhar no hospital estudado. Dos sete trabalhadores que relataram ter sofrido algum tipo de acidente, cinco deles, 71,4 %, informaram ter tido corte produzido por material perfurocortante, como agulhas e bisturis, descartados em locais inadequados, na opinião deles. A área de saúde hospitalar é uma das mais sensíveis às implicações sociais e laborais. As atividades de limpeza no ambiente hospitalar, muitas vezes podem apresentar um universo de riscos e acidentes, refletindo prontamente na segurança e saúde das pessoas inseridas nesse ambiente (SANTOS JUNIOR, 2000).
  • 40. 40 Basso (1999) realizou um estudo, no hospital escola governamental de porte extra, com o objetivo de caracterizar os acidentes envolvendo sangue e fluido corpóreo e associá-los as características da população estudada e aos fatores de risco que envolve esses acidentes. Os dados desta pesquisa corroboram com os do autor, em relação aos perfurocortantes, que são responsáveis pela maioria dos acidentes com o pessoal que trabalha dentro de uma instituição hospitalar, que vai desde os médicos até o pessoal da higienização. Ainda, segundo o estudo do autor os perfurocortantes representam 80,5% dos acidentes na área da saúde, sendo o sangue a principal fonte 79,7%. O mesmo estudo aponta ainda que, a categoria que sofreu maior número de acidentes foi a dos estudantes de medicina, 55,4%, seguido pelos residentes 44,5%, pelos médicos assistentes 24,1%, pelos auxiliares e técnicos de enfermagem 14,7%, pelo pessoal da limpeza 11,3%, técnicos de laboratório 10,5%, pelos enfermeiros 10,2% e pelos atendentes de enfermagem 3,6%. O acidente de trabalho é uma situação presente no cotidiano dos trabalhadores da emergência. Onde é importante ressaltar os riscos que os trabalhadores estão expostos durante o seu turno de trabalho, e ao entrarem em contato com microorganismos (principalmente vírus e bactérias) ou material infecto contagiante, os quais podem causar doenças como: tuberculose, hepatite, rubéola, herpes, escabiose e AIDS. Certamente, a conseqüência da exposição ocupacional com os microorganismos pelo sangue não é só referente às infecções, mas também relativa ao trauma psicológico ocasionado pela espera do resultado de uma possível soro- conversão e mudanças, no relacionamento social e familiar, efeito das drogas profiláticas aos organismos dos trabalhadores. Comparando a média do tempo de serviço com os acidentados e os não acidentados observou-se que: a média variou de 12,33 meses para os acidentados e 9,24 meses para os não acidentados, percebe-se que os acidentados tinham tempo maior de serviço, podendo nos levar a inferir o maior tempo de serviço pode levar o
  • 41. 41 profissional a se tornar menos cuidadoso em relação à proteção dos perfurocortantes. Em relação ao tempo de serviço, foi constatado que, a maioria dos entrevistados trabalha há pouco mais de um ano na instituição. Pode-se inferir que nesse serviço de higienização hospitalar existe um elevado índice de rotatividade, o que poderia contribuir para uma maior ocorrência de acidentes de trabalho uma vez que estes profissionais não possuem um maior nível de treinamento. Entretanto, dos acidentados todos possuíam mais de um ano de trabalho na instituição, porém ao co-relacionar este fato com a circunstância causadora do acidente observamnos que todos estavam relacionados com o acondicionamento inadequado dos perfurocortantes. Desta forma deve ser feito um trabalho mais efetivo com os demais profissionais da área da saúde, especialmente da enfermagem, no sentido de sensibilizá-los para o descarte adequado destes materiais. 3.3 Circunstâncias dos acidentes A partir da observação e análise do resultado do questionário ocorreu a demarcação da ocorrência objetiva para edificação desta pesquisa. A circunstância e o setor onde os acidentes de trabalho mais ocorreram, no ambiente hospitalar, estão expostos na tabela 03. Observa-se que um dos acidentes ocorreu com o manuseio da caixa de descarte, correspondendo a 33,3% e, duas no recolhimento ou transporte de sacos de lixo, totalizando 66,7. As unidades em que os acidentes ocorreram foram os setores da emergência 66,7% e da pediatria 33,3%.
  • 42. 42 Tabela 03 – Distribuição dos trabalhadores da limpeza hospitalar quanto à circunstância e local de ocorrência do acidente. Porto Alegre, 2007. Variáveis Freqüência % Circunstância do acidente Manuseio da caixa de descarte 01 33,3 Recolher/transportar sacos de lixo 02 66,7 Setor do acidente Emergência 02 66,7 Pediatria 01 33,3 Fonte: MARTINS, D.R. Coleta direta de dados por questionário. Porto Alegre, 2007. Conforme mostra a tabela 03 identificou-se que o maior número de acidentes de trabalho por materiais perfurocortantes e fluidos biológicos. Ocorreu no setor de emergência. Isto pode ser atribuído devido à complexidade dos cuidados dos pacientes ali internados e ao ritmo intenso de trabalho. Um estudo de Shimizu; Ribeiro (2002) identificou que o maior número de acidentes com perfurocortantes e fluidos biológicos ocorreu nas unidades de clinica médica, maternidade e centro cirúrgico. Entretanto, esse resultado não é compatível com os dados dessa pesquisa, onde o maior número de acidentes ocorreu na emergência e pediatria, o que pode ser atribuído ao fato de que a instituição onde este estudo foi desenvolvido ser um hospital pronto socorro que atende urgência e emergência. O presente estudo não evidenciou a ocorrência de acidentes com perfurocortantes nas unidades de Centro Cirúrgico e UTI. Inferimos que estas unidades, por serem unidades especializadas e fechadas, apesar da complexidade dos cuidados aos pacientes, os profissionais da higienização têm a possibilidade de desenvolver suas atividades de forma mais planejada, com maior tranqüilidade, reduzindo desta forma os riscos.
  • 43. 43 Neste estudo, pode-se observar que os acidentes de trabalho com material perfurocortante e resíduos biológicos, foram 100% através da caixa de descarte e manuseio e transporte do lixo hospitalar. Analisando esta situação pode-se inferir que as causas mais freqüentes de ocorrência do acidente é o descarte do perfurocortante em local impróprio, por profissionais da área da saúde que muitas vezes não observam o local certo do descarte, ou até mesmo por descuido, acarretando assim o acidente de trabalho nos profissionais responsáveis pela higienização. Estes dados encontrados entram em concordância ao estudo de Moura, Gir e Canini, (2006), que aponta que as causas mais freqüentes de ocorrência do acidente é o descarte do perfurocortante em local impróprio (21,6%), ao descartar o material (14,4%) e durante o transporte do material (13,7%). 3.4 Importância das notificações, e da participação nas orientações Nota-se que a CAT é um instrumento importante na análise epidemiológica do acidente de trabalho, pois, pode disponibilizar variadas informações sobre o acidente, essa importância da notificação ficou clara aos trabalhadores ao serem questionados em relação à notificação dos que sofreram acidente de trabalho, três (100%) responderam que realizaram a notificação logo após o acidente. Tendo com referência a totalidade dos casos notificados, ou seja 100%, logo após o acidente pode-se inferir, nesse estudo que os trabalhadores conhecem a importância da notificação do mesmo, pois é através desta que se facilita e se agiliza o registro dos acidentes e das doenças ocupacionais, pelo empregador, havendo ou não afastamento do profissional de suas atividades laborais. Quando questionados quanto à participação e recebimento de orientações para a prevenção de acidentes 18 (75%) dos trabalhadores responderam que participaram de treinamentos ou receberam algum tipo de orientação e, apenas 6
  • 44. 44 (25%) dos trabalhadores, afirmam não ter realizado treinamento ou recebido orientação. Ao cruzar as variáveis, “ter recebido orientações” e “a ocorrência de acidentes”, se evidenciou que, neste grupo a capacitação não foi determinante para a não ocorrência de acidente, pois todos os acidentados receberam treinamento e/ou orientação. Por outro lado dentre aqueles que não receberam treinamento não houve nenhum acidente A capacitação e o treinamento dos funcionários são importantes para uma instituição de saúde, pois é através dela que os trabalhadores, conhecem o perigo do ambiente hospitalar e como se prevenir dos acidentes. O sucesso de qualquer programa educativo está diretamente ligado à participação e reconhecimento por parte dos trabalhadores e apoio da instituição.
  • 45. 45 CONCLUSÃO Em um contexto geral, o acidente de trabalho, torna-se um importante assunto de avaliação, devido à preocupação com os riscos ocupacionais que os trabalhadores que atuam na limpeza de um ambiente hospitalar estão expostos, pois manipulam esses materiais e muitas vezes acabam se acidentando, resultando em agravos a sua saúde. Os dados investigados permitem concluir acerca dos objetivos que estes foram alcançados, pois se observou em relação ao objetivo geral que a prevalência de acidentes com perfurocortantes com o pessoal de limpeza do hospital foi de três. No que diz respeito aos objetivos específicos da pesquisa, no tocante aos objetos perfurocortantes causadores dos acidentes, observou-se que todos os acidentes foram causados por agulhas e a situação de trabalho em que ocorreram os acidentes constatou-se que foram duas: no manuseio das caixas de descarte e no recolhimento/transporte dos sacos de lixo. Não restam dúvidas de que deva existir um padrão de treinamento com enfoque nas ações implementadas destacando os cuidados conforme a função a ser exercida. Os setores onde mais ocorreram acidentes com perfurocortantes foram o setor de emergência e o de pediatria do Hospital. Com relação à associação dos dados pessoais dos trabalhadores com a ocorrência dos acidentes de trabalho nesta instituição, constatou-se que: ocorreram mais acidentes com trabalhadores do sexo masculino (2/1), a média da faixa etária de maior incidência de acidentes foi de 27,67 anos e a média de tempo de serviço foi de 12,33 meses. No fator escolaridade, o maior número de acidentes ocorreu com os trabalhadores que possuíam o ensino fundamental completo (dois trabalhadores). Houve um trabalhador acidentado com o ensino fundamental incompleto. Constatou-se que, na instituição, nenhum dos trabalhadores de setor de higienização que possui ensino médio completo, se acidentou.
  • 46. 46 As pessoas responsáveis pela limpeza, muitas vezes trabalham sem ter noção do perigo a que estão expostas, porém, o hospital onde foi desenvolvido o estudo, preocupado com a segurança de seus funcionários, presta esclarecimentos através de palestras, treinamentos e capacitações, além de oferecer equipamentos e materiais de proteção individual. Estes fatores podem ter sido coadjuvantes do baixo número de acidentes ocorridos. Na prevenção de acidentes do trabalho é importante ressaltar que se torna necessário trabalhar este tema continuamente, alertando para todos os riscos de acidentes, propondo medidas para redução destes riscos. As medidas de segurança no trabalho devem, e podem ser concretizadas se houver boa vontade e persistência de todos os trabalhadores e empresas envolvidas.
  • 47. 47 REFERÊNCIAS ANDRADE, D; ANGERAMI E.L.S.; PADOVANI. C. Condições microbiológicas dos leitos hospitalares antes e depois de sua limpeza. Rev. Saúde Pública; São Paulo- SP, v.34, n. 2, p.139-169, abril. 2000. BARBOSA, A. N. F. Segurança do trabalho e gestão ambiental. São Paulo: Atlas, 2001. BENSOUSSAN, E; ALBIERI, S. Manual de higiene, segurança e medicina do trabalho. São Paulo: Atheneu, 1997. BONCIANI, M. Contrato coletivo e saúde dos trabalhadores. Saúde em Debate, Rio de Janeiro, v.45, s.n, p.53-58, dezembro. 1994. BRANDÃO JUNIOR P.S. Biossegurança e AIDS: as dimensões psicossociais do acidente com material biológico no trabalho em hospital. 2000, p.124. Dissertação (Mestrado em Ciência na área da Saúde Publica). Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz; Rio de Janeiro (RJ), 2000. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº. 196/96 que dispõe sobre pesquisa envolvendo seres humanos. Brasília, 1996. BRASIL. Lei nº. 8213, de 24 de julho de1991, DOU de 14/08/1991. Da finalidade dos princípios básicos e da previdência social. Disponível em: http://www.010dataprev.gov.br/sidex/paginas/42/1991/8213.htm . Acesso em 20 de janeiro de 2008. BRASIL. 2007. Ministério da Saúde. A saúde do trabalhador. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/cidadao/visualizar_texto.cfm?idtxt=24377&ja nela=1>. Acesso em 16 de abril de 2007. BRASIL, 1994. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora nº 9 que dispõe sobre o Programa de prevenção de riscos ambientais. Brasília: Imprensa Nacional, 1994. Endereço eletrônico: <http://www.mtb.gov.br> acesso em 10 de agosto de 2007. BRASIL, 2001. Ministério da Previdência e Assistência Social. Informe Previdência Social. N º 10, vol. 13. Outubro 2001. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. PORTARIA nº. 485, de 11 de novembro de 2005. Aprova Norma Regulamentadora Nº. 32. Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde, (DOU de 16/11/05) 2005. Seção disponível em: <http://mte.gov.br/legislação/normas_regulamentadoras/nr_32.pdf.> Acesso em 21 de dezembro de 2007. BRASIL, 2000. Ministério da Saúde. Segurança no ambiente hospitalar. Disponível em: <http://anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seg_hosp.pdf> 2000; acesso em 10 de maio de 2007.
  • 48. 48 BRASIL, 2006. Ministério da Saúde. Segurança no ambiente hospitalar/ manuais de segurança. Disponível em: <http://anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/seg_hosp.pdf> 2006; acesso em 10 de maio de 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Norma Regulamentadora 32 que dispõe sobre Segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde -16/11/2005. Disponível em: http://www.trt02.gov.br/geral/tribunal2/legis/CLT/NRs/NR_32_html .Acesso em 20 de janeiro de 2008. BRASIL, 1994. Ministério do Trabalho e Emprego. Norma Regulamentadora 5, Anexo IV – Portaria nº. 25, de 29/12/1994, que dispõem sobre - Riscos Ambientais. Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/portarias/1994/p_19941229_25.asp.> Acesso em 20 de janeiro de 2008. BRASIL. OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. Disponível em: <http://www.opas.org.br/ambiente/temas.cfm?=44&area=conceito>. Acesso em 16 de abril de 2007. BASSO, M. Acidentes ocupacionais com sangue e outros fluídos corpóreos em Profissionais de Saúde. 1999, p.112. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999. CAIXETA, R. B; BARBOSA-BRANCO, A. Acidente de trabalho com material biológico, em profissionais de saúde de hospitais públicos do Distrito federal, Brasil, 2002/2003. Cad. Saúde Publica. Rio de Janeiro, v.21, n.3, p. 737-746 mai/jun. 2005. CAMPOS. S. Problemas ocupacionais de trabalho no Brasil - estatística. 2003 Disponível em: www.drashirleydecampos.com.br/noti.php?noticias=7536&assunto=Problemas%20O cupacionais . Acesso 20 de janeiro de 2008 CARLOTTO, M.C. Gênero, reestruturação produtiva e trabalho feminino. Serviço Social em Revista. Londrina, PR, v.4, n.2, s.p, Jan./Jun. 2002. DORIA FILHO, U. Introdução à bioestatística: para simples mortais. São Paulo: Negócio Editora 1999. FRIAS, C.A.S.J. A saúde do trabalhador no Maranhão: uma visão atual e proposta de atuação. 1999, p.137. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 1999. GOLDIM, J. R. Manual de Iniciação à Pesquisa em Saúde. Porto Alegre: Dacasa, 2000. GOMES, C. M.; COSTA, S.M.S.T. A construção do campo da saúde do trabalhador: percurso e dilemas. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.13 supl.2. p. 21- 32, 1997.
  • 49. 49 JANSEN, S. L.; QUEVEDO, D. M.; HOPPE, L. Manual de estatística: introdução à pesquisa e interpretação de saídas do SPSS. Centro Universitário Feevale, s.d. MACHADO, A. A; COSTA, J. C; MORIYA, T. M; FIGUEIREDO, F.C. Riscos de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) em profissionais da saúde. Revista de Saúde Pública, v.1, nº. 26, p.54-60, jun. 1992. MAIA, N. F. Apontamentos sobre o meio ambiente do trabalho. 2000. Endereço eletrônico: <http://www.prt21.gov.br/dout001.htm> acesso em 10 de agosto de 2007. MICHEL, O. Acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. 2.ed. São Paulo: LTr, 2001 MOURA, J. P; GIR, E; CANINI, S. R. M. S. Acidentes ocupacionais com material perfurocortantes em um hospital regional de Minas Gerais, Brasil. Ciência y Enfermeria, v.XII, p.29-37, 2006. PASTORE, E; DALLA-ROSA, L. A presença da mulher nos cuidados em saúde: as relações de gênero entre os trabalhadores da área da saúde. Disponível em: http://www.fazendogenero7.ufsc.br/artigos/D/Dalla_Rosa-Pastore_27.pdf. Acesso em 20 de janeiro de 2008. POLIT, D. F; BECK, C. T; HUNGLER, B.P. Fundamentos de pesquisa em enfermagem. 5. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2004. RUIZI, M. T; BARBOSA, D. B; SOLEN, Z.A.S.G. Acidentes de trabalho: um estudo sobre esta ocorrência em um hospital geral. Arq Cienc Saúde, out a dez: 11 (4): 19- 24, 2004. SANTANA, V.S. ARAÚJO-FILHO, J.B. OLIVEIRA, P. R. A; BARBOSA-BRANCO, A. Acidentes de trabalho: custos previdenciários e dias de trabalho perdidos. Rev. Saúde Pública, v.40, nº6, São Paulo, Dez. 2006. SANTOS JUNIOR, R. L. F; Acidentes de trabalho em serviços de limpeza hospitalar: Análise das causas. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) - Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis -SC, 2004. Disponível em: <http://www.cepis.opsoms.org/bvsacd/cd49/11673.pdf > acesso em 10 de setembro de 2007. SHIMIZU, H.E. RIBEIRO, E.J.G. Ocorrência de acidente de trabalho por materiais perfurocortantes e fluidos biológicos em estudantes e trabalhadores da saúde de um hospital escola de Brasília. Rev. Esc Enf USP 2002; 36(4): 367-375. SILVA, C.E.K. O processo de trabalho da limpeza e coleta do lixo hospitalar na emergência do hospital municipal Paulino Werneck. 1999, p. 97-98. Dissertação (Mestrado em Saúde Pública) – Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Osvaldo Cruz, Rio de Janeiro (RJ), 1999. SILVA, V.A. Informativo sobre segurança e acidente de trabalho. CIPA. Disponível em: http://www.pucsp.br/cipa/artigos/seguranca_trabalho.html. Acesso em 15 de dezembro de 2007.
  • 50. 50 SCHNEIDER, V. E; EMMERICH, R. C, DUARTE, V. C; ORLANDIN, S. M. Manual de gerenciamento de resíduos sólidos em serviços de saúde. 2 ed. Rev. e ampl. Caxias do Sul, RS: Educs, 2004. VASCONCELOS. L. Agencia Brasil. 2007 Disponíveis em: www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/02/04materia.2007-02-04.0541366175/view. Acesso em 20 de janeiro de 2008 WAGNER, M. B. MOTTA, V. T. DORNELLES, C. SPSS passo a passo: statistical package for the social sciences. Caxias do Sul: Educs, 2004. ZOOCCHIO, Á. Segurança e saúde no trabalho: como entender e cumprir as obrigações pertinentes. São Paulo: LTR, 2001.
  • 52. 52 APENDICE A - QUESTIONÁRIO QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DE ACIDENTES COM A EQUIPE DE LIMPEZA Prezado Amigo! Este questionário não é obrigatório. Solicitamos então que você responda de acordo com a sua opinião a respeito dos itens apresentados. Não há necessidade de identificação. I – DADOS DE IDENTIFICAÇÂO Idade: _______________________ Sexo: M ( ) F ( ) Escolaridade: ________________________________ Tempo em que trabalha na empresa: __________________________ II – DADOS REFERENTE AO ACIDENTE DE TRABALHO · VOCÊ JÁ SOFREU ACIDENTE DE TRABALHO? ( ) Sim ( ) Não · COM QUAL TIPO DE MATERIAL: ( ) Agulhas ( ) Vidro ( ) Lamina ( ) Outro perfuro-cortante Qual:__________________________________ · COM QUAL TIPO DE FLUIDO: ( ) Sangue ( ) Outro fluido corporal sem sangue ( ) Outro fluido corporal com sangue ( ) Desconhecido
  • 53. 53 III – CIRCUNSTÂNCIA DO ACIDENTE ( ) Recolher/transportar sacos de lixo ( ) Contato com roupas sujas ( ) Contato com mobiliário sujo ( ) Manuseio da caixa de descarte ( ) Limpeza do Piso ( ) Outra Circunstancia ( ) Qual____________________ IV – EM QUAL SETOR OCORREU O ACIDENTE ( ) Enfermarias; ( ) UTI, Bloco Cirúrgico; ( ) Laboratórios; ( ) Emergência ( ) Refeitório ( ) Copa ( ) Banheiro ( ) Outros setores de atendimento ao paciente. Qual : _______________ V – VOCÊ REALIZOU A NOTIFICAÇÂO NA CAT´s? ( ) Sim ( ) Não VI - Você já foi convidado a participar de algum tipo de orientação em relação ao cuidado no manuseio do lixo hospitalar? ( ) Sim ( ) Não VII - Se foi convidado, você participou? ( ) Sim ( ) Não
  • 54. 54 APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DO PARTICIPANTE Você está sendo convidado (a) como voluntário (a) a participar da pesquisa sob o tema: “acidentes de trabalho com perfuro-cortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar em um pronto socorro”. Tendo em vista o interesse e a preocupação com os riscos ocupacionais que os empregados terceirizados que realizam a limpeza hospitalar, estão expostos devido ao fato do elevado numero de manipulação de materiais perfuro-cortantes é que surge o seguinte questionamento: quais os mais freqüentes objetos causadores dos acidentes de trabalho com perfuro- cortantes envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar? Diante dessas questões é que estamos nos propondo a realizar este estudo que está inserido na linha de pesquisa da avaliação e qualidade dos serviços e ao processo de trabalho, destacando-se os meios, as condições e as relações de trabalho e possui o seguinte objetivo geral: Identificar quais são os mais freqüentes objetos causadores dos acidentes de trabalho, envolvendo o pessoal da limpeza hospitalar; e como objetivos específicos: Identificar em qual situação de trabalho em que ocorreram os acidentes; Identificar em qual dos setores hospitalares em que ocorrem os acidentes; Identificar os dados pessoais como: sexo, idade, e grau de escolaridade; Identificar tempo de experiência, ou o tempo de serviço na empresa. O procedimento de coleta de material será da seguinte forma: A coleta de dados será realizada no segundo semestre de 2007. Este estudo desenvolver-se-á com trabalhadores que realizam a limpeza hospitalar, no Hospital Pronto Socorro de um município da mesorregião metropolitana de Porto Alegre, RS. Esse projeto está sob a responsabilidade da acadêmica Danieli da Rosa Martins com a orientação da Profª. Clarice Fürstenau. Qualquer esclarecimento entrar em contato telefones (51)96255009 ou (51) 99799133. A sua colaboração, nesse estudo, será de muita importância para você, para a o Curso de Especialização em Saúde do Trabalhador. 1. Compromissos: o professor e o acadêmico pesquisador, acima identificados, comprometem-se a: - tratá-lo (a) com o devido respeito e com os cuidados necessários ao seu bem estar;
  • 55. 55 - respeitar sua liberdade e autonomia de decisão em participar, ou não, dessa pesquisa; - liberar você do compromisso de participação nessa pesquisa, assim que houver de sua parte, manifestação desse desejo; - utilizar-se dos seus dados para estudos e levantamentos estatísticos, incluindo a possibilidade de publicação dos mesmos, sempre fazendo-o de forma anônima e não identificada, garantindo em tudo a sua privacidade; - informar, de modo claro e transparente, sobre os procedimentos necessários e sobre os eventuais desconfortos e/ou riscos que possam vir a ocorrer; - esclarecer todos os demais pontos sobre os quais você tem dúvidas e/ou curiosidade ao participar dessa pesquisa. 2. Identificação e Termo de Adesão do Voluntário (a) participante dessa pesquisa: Nome: _________________________________ Data/ nascimento: ___/___/______ Sexo: M ( ); F ( ). Telefone: __________________ Endereço: ___________________________________________________________ Diante das informações e dos compromissos assumidos pelo pesquisador, acima descritos, e após a devida leitura desse documento, assumo o compromisso de participar voluntariamente dessa pesquisa, bem como autorizo a utilização dos meus dados na forma acima descrita. ________________________ ______________________________________ Assinatura do participante Assinatura do acadêmico Pesquisador ______________________________________ Assinatura do Professor Responsável Novo Hamburgo, _____ de ____________ _____ de 20_____.