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GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ
      CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG




OS BENEFÍCIOS QUE UM SISTEMA DE SUPPLY CHAIN MANAGEMENT TRAZ A DISTRIBUIÇÃO
DE MERCADORIA: COMO A INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES PODE BENEFICIAR A
LOGÍSTICA DE SAÍDA DE DISTRIBUIDORES DE BENS DE CONSUMO.




                              RICARDO RABAY

MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM SISTEMAS
INTEGRADOS DE GESTÃO.



      Aprovada por:



                      ________________________________________

                      Nome: __________________________________




                      ________________________________________

                      Nome: __________________________________




                               SÃO PAULO, SP – BRASIL

                                       2009




         Apoio:




                                     24/4/2009
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                                             À minha futura esposa, pais e
                                              mestres que me apoiaram e
                                        suportaram ao longo do curso e do
                                       desenvolvimento deste documento.
   Apoio:




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                                   AGRADECIMENTOS

       Agradeço primeiramente aos meus pais por sempre permitirem meu acesso a uma

educação de qualidade desde a base educacional até os cursos complementares de idiomas.


       Aos mestres da graduação em Ciência da Computação da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo, pela formação de uma base sólida de conhecimentos em computação,

permitindo desenvolver-me no mercado de trabalho.


       Aos mestres da graduação em Administração do Instituto de Tecnologia Mauá (EAM -

Escola de Administração Mauá), que ofereceram o complemento sólido e necessário em

administração que me faltava para um melhor desempenho na área de Sistemas de

Informação.


       Aos mestres que nos ministraram aulas e palestras ao longo do eMBSIG, que

permitiram-me atualizar e adquirir conhecimentos de total relevância para minha vida

profissional. Ao meu orientador, Leandro S. Jesus, pela paciência, orientação e

disponibilidade de acesso ao longo da construção deste texto


       À Axia Consulting, por permitir acesso ao caso de sucesso na implementação da

EMBRACO.


       Ao ETAPA e a UFRJ por proverem todo apoio necessário ao decorrer do eMBSIG.


       E por fim aos meus amigos e familiares (em especial a Renata) pelo apoio e

compreensão de minha ausência no decorrer do desenvolvimento deste estudo.


       Obrigado a todos!



              Apoio:




                                        24/4/2009                                         III
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Resumo da Monografia apresentada à Escola de Engenharia / UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Sistemas Integrados
de Gestão.




       OS   BENEFÍCIOS QUE UM SISTEMA DE SUPPLY      CHAIN MANAGEMENT   TRAZ A DISTRIBUIÇÃO DE
MERCADORIA:  COMO A INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES PODE BENEFICIAR A LOGÍSTICA DE SAÍDA DE
DISTRIBUIDORES DE BENS DE CONSUMO.




                                           Ricardo Rabay



                                             Abril/2009




Orientador:          Prof. Leandro S. Jesus, M.Sc.




          A crescente necessidade de integração entre as cadeias de organizações em
busca de ganho competitivo vem fazendo com que a gestão da cadeia de suprimentos
torne-se uma ferramenta praticamente indispensável no conjunto de aplicações de
grandes organizações e de seus stakeholders. Este estudo visa apresentar os benefícios
proporcionados pela aplicação desta ferramenta à logística de distribuição, tomando
como exemplo casos voltados a organizações de distribuição de bens de consumo que
utilizam a solução líder de mercado para grandes organizações atualmente.
Primeiramente o leitor encontrará um embasamento teórico, visando situá-lo em meio
ao assunto que será tratado, seguido da apresentação de casos onde a aplicação da
ferramenta proporcionou ganhos à logística de distribuição, culminando na afirmação
que o Supply Chain Management influencia positivamente a logística de saída.



Palavras Chave: Supply Chain Management, Sistemas de Informação, Logística de
Distribuição.


            Apoio:




                                              24/4/2009                                     IV
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Abstract of Paper presented to Escola de Engenharia / UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements to achieve the degree of Specialist in Management Information
Systems.




       THE BENEFITS THAT A SUPPLY CHAIN MANAGEMENT SYSTEM BRINGS TO GOODS DISTRIBUTION:
HOW   THE INTEGRATION AMONG ORGANIZATIONS MAY BENEFIT THE OUTBOUND LOGISTICS OF
CONSUMER’S GOODS DISTRIBUTORS.




                                         Ricardo Rabay



                                             April/2009




Advisor:            M.Sc. Leandro S. Jesus




            The increasing demand for integration observed in organization’s chains
seeking competitive advantage is converting the supply chain management into an
essential feature in the set of applications used by huge organizations and their
stakeholders. This study aims to present the benefits that the application of this
feature causes in the outbound logistics, being further supported by business cases in
which consumer goods distributors uses the currently SCM market leader solution.
First, a theoretical basis will be presented, in order to familiarize the reader with the
subject of discussion and, after that, some business cases will illustrate how the use of
this feature may enhance the outbound logistics operation, culminating in the
statement that Supply Chain Management positively influences the outbound logistics.



Key Words: Supply Chain Management, Information Systems, Outbound Logistics.




           Apoio:




                                             24/4/2009                                 V
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                                                  SUMÁRIIO
                                                  SUMÁR O

1     Introdução ............................................................................................................... 14

    1.1.       Objetivos Gerais e Específico .......................................................................... 21

    1.2.       Relevância e Justificativa ................................................................................. 21

    1.3.       Método de trabalho e Resultados esperados ................................................. 22

2     Embasamento Teórico ............................................................................................ 23

    2.1.       Integração entre Organizações ....................................................................... 23

    2.2.       A Logística Geral e os Sistemas Logísticos ....................................................... 27

      Definição................................................................................................................. 27

      Histórico, Evolução e Importância atual ................................................................ 28

      A Logística e a Tecnologia da Informação .............................................................. 31

    2.3.       Sistemas de Informações Gerenciais (SIG’s) ................................................... 33

      Sistemas Integrados de Gestão .............................................................................. 33

      Sistemas de Apoio a Decisão (SAD’s) ..................................................................... 39

      Sistemas de Informação Gerenciais x Sistemas de Apoio a Decisão ...................... 43

3     Supply Chain Management e a Logística de Distribuição ....................................... 44

    3.1.       Supply Chain Management: O Conceito ......................................................... 44

      Histórico e Definição .............................................................................................. 44

      Conceitos Básicos ................................................................................................... 48

      Modelos para Supply Chain .................................................................................... 59

    3.2.       Supply Chain Management: O SAD ................................................................. 75

      Dos Sistemas ERP aos sistemas SCM ...................................................................... 75
      Apoio:




                                                   24/4/2009
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      Sistemas SCM – Ferramenta de Apoio à Decisão ................................................... 77

      Sistemas SCM – Principais Funcionalidades ........................................................... 81

      Sistemas SCM – Soluções de mercado ................................................................... 91

4     Estudo(s) de caso(s)................................................................................................. 93

    4.1.       Distribuidora Z de bens de consumo – Somente com SAP ECC (ERP) ............. 93

      Estrutura organizacional......................................................................................... 94

      Sistemas e recursos de TI utilizados para Supply Chain ......................................... 95

      Solução Supply Chain desenvolvida no ERP ........................................................... 96

      Críticas a ferramenta .............................................................................................. 99

    4.2.       Caso Embraco – ECC (ERP) e SCM SAP .......................................................... 101

      Histórico e posicionamento no mercado ............................................................. 102

      Supply Chain global da EMBRACO ........................................................................ 102

      2003: Desafios do Negócio ................................................................................... 103

      O Projeto OTD: Estruturando os processos do Supply Chain ............................... 104

      A implementação do S&OP na Europa: O primeiro passo ................................... 105

      Implementando o planejamento tático integrado (S&OP) e de curto prazo nas

      Américas ............................................................................................................... 106

      A estruturação e implementação do Order Fulfillment na Europa ...................... 107

      A última cadeia de operações: os desafios da implementação na Ásia ............... 107

      Resultados expressivos para o negócio ................................................................ 108

      Próximos passos: A integração global do planejamento de operações e o

      alinhamento com estratégias lean de manufatura .............................................. 110


      Apoio:




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    4.3.       A Importância do SCM como Sistema – Analisando os casos: Impactos

    Positivos e Negativos na Logística de Distribuição ................................................. 110

    4.4.       Projetando a aplicação do SCM a Distribuidora Z ......................................... 113

5     Conclusão .............................................................................................................. 114

    5.1.       Considerações Finais ..................................................................................... 115

6     Bibliografia ............................................................................................................ 117




      Apoio:




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                                                      ÍÍNDIICE DE IILLUSTRAÇÕES
                                                        ND CE DE USTRAÇÕES




FIGURA 1: COMPLEXIDADE DA GESTÃO ................................................................................................................ 15

FIGURA 2: EXEMPLO DE EMPRESAS OPERANDO COM A CADEIA DE VALOR .................................................................... 16

FIGURA 3: COMPLEXIDADE DE OPERAÇÕES ........................................................................................................... 18

FIGURA 4: FRAMEWORK DA CADEIA DE VALOR...................................................................................................... 23

FIGURA 5: A LOGÍSTICA EMPRESARIAL (SIMPLIFICADO) ........................................................................................... 30

FIGURA 6: EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO........................................................................................... 33

FIGURA 7: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS (SIG'S) ..................................................................................... 35

FIGURA 8: ESTRUTURA CONCEITUAL DOS SISTEMAS ERP E SUA EVOLUÇÃO DESDE O MRP ............................................. 36

FIGURA 9: SISTEMAS DE APOIO A DECISÃO ........................................................................................................... 40

FIGURA 10: EXEMPLO DA RELAÇÃO ENTRE OS SIG E OS SAD ................................................................................... 43

FIGURA 11: PRINCIPAIS COMPONENTES DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ....................................................................... 49

FIGURA 12: DETALHAMENTO DOS PRINCIPAIS COMPONENTES DO SCM ..................................................................... 49

FIGURA 13: MODELO PARA CADEIA DE SUPRIMENTOS............................................................................................ 51

FIGURA 14: EXEMPLO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS............................................................................................... 58

FIGURA 15: VISÃO DO SCOR SOBRE MODELOS DE REFERÊNCIA ............................................................................... 63

FIGURA 16: ABRANGÊNCIA DO MODELO SCOR - DO FORNECEDOR DO FORNECEDOR AO CLIENTE DO CLIENTE.................... 64

FIGURA 17: SUBDIVISÃO DOS PROCESSOS ............................................................................................................ 66

FIGURA 18: NÍVEIS DE DETALHAMENTO DO MODELO SCOR (TRADUZIDO) ................................................................. 67

FIGURA 19: SCM FRAMEWORK ......................................................................................................................... 68

FIGURA 20: OS 8 PROCESSOS DO FRAMEWORK DO MODELO DO GSCF ...................................................................... 70

FIGURA 21: TIPOS DE RELACIONAMENTO NO MODELO DO GSCF .............................................................................. 72

FIGURA 22: A EVOLUÇÃO DOS SI'S ATÉ O SCM ATUAL............................................................................................ 76

FIGURA 23: A RELAÇÃO ENTRE O SCM E O ERP .................................................................................................... 77

FIGURA 24: POSSÍVEIS NÍVEIS DE HIERARQUIA ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO ..................................... 79

FIGURA 25: MODELOS DE REFERÊNCIA PARA SCM ................................................................................................ 80

                   Apoio:




                                                                   24/4/2009                                                    P á g i n a |9
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FIGURA 26: MODELO DE REFERÊNCIA PARA OS SISTEMAS INTEGRADOS DE INFORMAÇÃO PARA SCM ............................... 82

FIGURA 27: PERCENTUAL DE IMPLANTAÇÃO POR SEGMENTOS DE APLICAÇÃO EM SCM ................................................. 92

FIGURA 28: ESTRUTURA DA SOLUÇÃO SAP SCM .................................................................................................. 93

FIGURA 29: ESTRUTURA DISTRIBUIDORA / PRODUTORA SIMPLIFICADA ...................................................................... 95

FIGURA 30: AUTOMAÇÃO DO ABASTECIMENTO DA DISTRIBUIDORA ........................................................................... 97

FIGURA 31: TELAS DA SOLUÇÃO DESENVOLVIDA PARA A DISTRIBUIDORA .................................................................... 99

FIGURA 32: ESCOPO DA SOLUÇÃO ADOTADA PARA DISTRIBUIDORA.......................................................................... 100

FIGURA 33: O EFEITO CHICOTE (BULLWHIP EFFECT) .............................................................................................. 100

FIGURA 34: SUPPLY CHAIN DA EMBRACO ........................................................................................................ 103

FIGURA 35: EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTOQUE ................................................................................................. 109




                   Apoio:




                                                                24/4/2009                                                 P á g i n a | 10
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                                                        ÍÍNDIICE DE TABELLAS
                                                          ND CE DE TABE AS




TABELA 1: MARKET SHARE DE SOFTWAREHOUSES PARA SCM .................................................................................. 20

TABELA 2: EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO EMPRESARIAL ............................................................................... 37

TABELA 3: OS 7 PRINCÍPIOS DO SUPPLY CHAIN MANAGEMENT................................................................................. 57

TABELA 4: COMPARATIVO GSCF X SCOR ............................................................................................................ 74




                   Apoio:




                                                                 24/4/2009                                                 P á g i n a | 11
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                                       LIISTA DE SIIGLLAS
                                       L STA DE S G AS

AIS   Arquitetura Integrada de Sistemas

APO   Advanced Planner and Optimizer

APS   Advanced Planning and Scheduling

ATO   Assembly To Order

ATP   Available-to-Promise

BI    Business Intelligence

CAE   Computer Aided Engineering

CAD   Computer Aided Design

CAM   Computer Aided Manufacturing

CIM   Computer Integrated Manufacturing

CRM   Customer Relationship Management

DSS   Decision Support Systems (SAD em Português)

DM    Data Mining

DRP   Distribution Resource Planning

DW    Data Warehouse

EAI   Enterprise Application Integration

ECR   Efficient Consumer Response

EDI   Electronic Data Interchange

EIS   Enterprise Information System

ERP   Enterprise Resource Planning

ERM   Employee Relationship Management

ES    Enterprise Systems

EVA   Economic Value Added

JIT   Just- in-Time

MES   Manufacturing Execution System

MIS   Management Information System (SIG em Português)

MPS   Master Production Schedule (PMP em Português)

MRP   Material Requirements Planning

          Apoio:




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MRPII Manufacturing Resources Planning

MTO    Make To Order

MTS    Make To Stock

OTD    Order To Delivery

OTIF   On Time In Full

PCP    Planejamento e Controle da Produção

PDM    Product Development Management

PLM    Product Lifecycle Management

PMP    Planejamento Mestre da Produção

SAD    Sistemas de Apoio a Decisão

SAE    Sistemas de Apoio ao Executivo

SCM    Supply Chain Management

SCOR   Supply Chain Operation Reference Model

SIG    Sistemas Integrados de Gestão

SIT    Sistemas de Informação Transacionais

SLA    Service Level Agreement

SOP    Sales Operation Planning

SRM    Supplier Relationship Management

TI     Tecnologia da Informação

TOC    Theory of Constraints




           Apoio:




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1   INTRODUÇÃO

       Com o final do século passado e o decorrer da chamada “Era da Informação” o mundo

experimentou e absorveu um fenômeno chamado Globalização. Com a maior mudança já

sofrida em todos os tempos, na qual o mercado e o raio de ação das organizações passaram a

ser muito mais abrangentes, criou-se uma grande necessidade de adaptação ao novo

ambiente instalado.


       Com este grande aumento no escopo de ação destas organizações, houve a

intensificação da necessidade de entregas de produtos nas mais diversas localidades onde os

clientes se encontravam, Assim como a disponibilidade de fornecedores, com condições

vantajosas (preços, tecnologia etc.) passou também a ser extremamente abrangente.


       Apesar da abertura de novos mercados e disponibilidade de novos insumos, o antigo

modelo de “comprar o mais barato no momento” ou “apertar o fornecedor” para obtenção de

ganhos passou a não ser uma prática mais tão simples quanto antes. O cliente agora exige

mais qualidade e preço baixo, afinal a oferta neste momento é muito maior, o mercado é o

mundo. Além disso, os bons fornecedores passam a atender preferencialmente aqueles

clientes que pagam um preço melhor por seus produtos / serviços.


       Assim, tornou-se imprescindível conhecer cada vez mais o cliente para saber quais as

suas reais necessidades e desejos, pois desta forma é possível saber o que oferecer no

momento certo em meio às tantas ofertas do mercado. Da mesma forma tornou-se inevitável

conhecer melhor o fornecedor, sabendo que o mesmo poderá suprir os insumos corretos com

valor e prazo compatível a operação da organização.




            Apoio:




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                                                                      1
                                       Figura 1: Complexidade da gestão




        A integração entre as organizações passou a ser um grande diferencial em um

mercado extremamente competitivo como o atual. Baseado no conceito da Cadeia de Valor,

criado por Michael Porter2, diversos especialistas3, ao entender que o conceito de Cadeia de

Valor era insuficiente para representar um ambiente complexo como o atual, desenvolveram o

conceito de Redes de Valor (Value Network), demonstrando a importância de possuir uma

rede de stakeholders4 com valores que supram as necessidades da organização.




1
  Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1
2
  A cadeia de valor é um conceito de Michael Porter apresentado no livro Competitive Advantage no
qual ele demonstra um framework de valores principais e de apoio de uma organização, junto ao
conceito das 5 forças de Porter.
3
   Clayton Christensen, Fjeldstad and Stabells, Normann and Ramirez, Verna Allee entre outros
compartilham a visão sobre a importância das organizações em rede e suas cadeias de valores.
4
  Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo que refere-se a qualquer
pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma organização.
             Apoio:




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                       Figura 2: Exemplo de empresas operando com a cadeia de valor

          Resumidamente podemos colocar que o modelo das organizações em redes permite

que haja uma grande integração entre as organizações em diversos aspectos, uma vez que as

mesmas podem conhecer os valores de seus pares anteriores e posteriores no processo da

cadeia.


          Uma vez colocado este novo modelo atual de organizações em redes, surge a

necessidade de uma logística de operação robusta que permita suportar a execução desta

operação altamente complexa e sincronizada. Para atender um mercado extremamente

competitivo, o conhecimento de fornecedores e clientes é um diferencial de grande relevância

para as organizações.


          Com a disseminação dos estabelecimentos virtuais, operando através da modalidade

de ecommerce6, portais de procurement7, entre outros, a logística se tornou mais do que

nunca um grande diferencial competitivo. Neste novo ambiente integrado, a distribuição de

5
  Fonte: http://www.proofofvaluenetwork.com
6
  Comércio eletrônico
7
   Ambientes virtuais onde se ofertam e compram produtos e insumos, compreendendo diversas
organizações (1-n e n-n)
              Apoio:




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mercadorias aos clientes não deve ser somente geograficamente ampla ou regionalmente

eficiente (com freqüência garantida), mas há de ser também extremamente rápida e flexível

para acompanhar a demanda dos stakeholders envolvidos na rede de valor, permitindo o fluxo

contínuo de andamento desta.


        Quanto ao local de armazenagem e de industrialização dos produtos não basta

somente estar localizado em um ambiente protegido ou seguro, este deve ser

estrategicamente localizado de forma a garantir a agilidade e a velocidade da distribuição. Ao

transporte, nesta nova configuração, não basta ter segurança e confiabilidade somente, os

custos envolvidos devem ser baixos e a entrega rápida.


        Imagine as operações de recebimento, processamento e distribuição envolvidas na

logística de cada organização para um ambiente como o atual, com altos graus de exigência.

Agora extrapole o controle de toda esta operação logística, operando de forma síncrona entre

cada componente da rede de valor.


        O que temos em mente no momento seria seguramente um ambiente caótico com

operações travadas e atrasos caso não houvesse um grande auxílio da tecnologia para que seja

possível orquestrar toda essa movimentação com a confiabilidade necessária e prazos

sincronizados.


        Hoje possuímos em todas as grandes organizações sistemas de planejamento dos

recursos empresariais (ERP’s8) que controlam toda a parte contábil, fiscal e logística da

operação. Estes sistemas trouxeram um grande ganho e agilidade aos processos internos das

empresas, porém foram concebidos com o intuito de controlar custos e contabilizações.




8
  Enterprise Resource Planning. Amplamente difundidos estes tipos de sistemas permitem efetuar a
gestão integrada das operações internas de uma ou mais organizações, além de facilitar a comunicação
com sistemas externos.
             Apoio:




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           Apesar de terem desenvolvido bem seus módulos9 logísticos, estes atendem bem

quando o escopo é a operação de uma empresa, porém ao extrapolarmos a amplitude para

um ambiente que opera em rede, os mesmos não atendem satisfatoriamente a complexidade

da operação.


           Como exemplo imagine a complexidade que possui a logística de distribuição de uma

organização distribuidora de produtos de bens de consumo. Para atender as exigências de

mercado, uma vez inserida em uma rede, torna-se necessário, além de controlar suas

atividades, efetuar o papel de coordenadora das interações entre os stakeholders da rede.




                                                                             10
                                       Figura 3: Complexidade de operações

           Imagine que nesta operação extremamente complexa, cada componente da rede

possua um sistema ERP e que estes tenham que interagir entre eles. Uma vez que são

ferramentas operacionais e permitem interações com sistemas externos, é possível com alguns

desenvolvimentos efetuar uma integração entre eles.


           Com a rede operando integrada é possível agilizar processos e troca de informações,

porém, lembrando que os ERP’s são sistemas desenvolvidos para efetuar transações

operacionais, como podemos decidir se para a rede é mais interessante produzir o produto X



9
    Conjunto de operações de uma área. Ex.: Compras, Vendas, Contabilidade etc.
10
     Adaptado de http://www.eil.utoronto.ca/iscm-descr.html
               Apoio:




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na fábrica A ou na fábrica B, levando em conta a disponibilidade de insumos e prazo de

entrega dos fornecedores α e β e os anseios e necessidades dos clientes 1 e 2?


        Percebe-se que a operação torna-se extremamente complexa para ser gerenciada pela

Distribuidora (no papel de coordenadora), por mais integrações que existam entre os sistemas

ERP de cada organização. Para este cenário torna-se necessária a implantação de uma

ferramenta analítica que possa atuar de forma integrada com cada sistema de gestão da rede,

permitindo que este exerça o papel que lhe é cabido: executar, agilizar e facilitar a operação;

deixando o papel de coordenação para um sistema analítico.


        Hoje existem os mais diversos tipos de sistemas de análise e planejamento, cada um

com seu foco, seja ele no cliente (CRM11), no fornecedor (SRM12), na cadeia de abastecimento

/ demanda (SCM), entre outros. As opções no mercado de fornecedores de software de gestão

ainda são restritas, porém bem maduras devido ao desenvolvimento de aplicativos específicos

(agora transformados em ferramenta) ao longo dos anos.


        É possível através do gráfico abaixo identificar os principais fornecedores e verificar

que as grandes softwarehouses13 do mercado estão tendo um maior crescimento conforme a

disseminação da ferramenta. Em contrapartida a grande parte dividida em “Outros” está

diminuindo, demonstrando que os aplicativos específicos estão perdendo mercado para os

conjuntos de ferramentas oferecidos pelos principais players.




11
   Customer Relationship Management – Gerenciamento do relacionamento com o cliente
12
   Supplier Relationship Management – Gerenciamento do relacionamento com o fornecedor
13
   Produtores de software
            Apoio:




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                                              Market Share SCM
                                                          2006    2007
                                                                                                   52,50%
                                                                                          56,80%

                              22,40%
                                           16,00%
                        20,00%
                                     14,90%
                                                       3,90%
                                                                     2,70%
                                                                                 2,60%
                                                  2,70%          3,00%       2,70%

                        SAP      Oracle    JDA Software     Ariba Manhatan Ass.
                                                                                Outros




                   Vendas                  Market Share     Vendas             Market Share
     Empresa                                                                                       Crescimento
                   2007 (Us$ mil)          2007             2006 (Us$ mil)     2006
     SAP           1.334,40                22,40%           1.011,60           20,00%              31,90%
     Oracle        955,20                  16,00%           757,50             14,90%              26,10%
     JDA Software 229,60                   3,90%            137,20             2,70%               67,40%
     Ariba         160,30                  2,70%            150,70             3,00%               6,30%
     Manhatan Ass. 152,20                  2,60%            134,60             2,70%               13,00%
     Outros        3.131,50                52,50%           2.878,50           56,80%              8,80%
     Total         5.963,20                100,00%          5.070,10           100,00%             17,60%

                                                                                     14
                                 Tabela 1: Market Share de softwarehouses para SCM


           Colocados os pontos discutidos até o momento, podemos identificar a relevância da

discussão sobre a ferramenta de Supply Chain Management (SCM), voltada à logística de

distribuição. Para facilitar o entendimento da aplicação e apresentação dos benefícios

proporcionados pela aplicação desta ferramenta analítica iremos tomar como exemplo casos

voltados a distribuidora de bens de consumo que utilizam a solução líder de mercado para

grandes organizações atualmente.




14
     Fonte: Gartner (Maio, 2008). Obtido em http://www.sdcexec.com
               Apoio:




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   1.1. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICO



       Objetivos Gerais:

      Apresentar os benefícios que um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos

pode proporcionar à logística de saída com foco em organizações que são distribuidoras de

bens de consumo.

       Objetivos Específicos:

    Permitir ao leitor conhecer a fundo os benefícios e perdas que um sistema de

gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM - Supply Chain Management) pode trazer a

distribuição de organizações que trabalham com bens de consumo.




   1.2. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA




       A crescente necessidade de integração entre as cadeias de organizações em busca de

ganho competitivo vem fazendo com que a gestão da cadeia de suprimentos torne-se uma

ferramenta praticamente indispensável no conjunto de aplicações de grandes organizações e

de seus stakeholders.


       Desta forma o tema torna-se relevante pela atualidade e pela crescente utilização nas

mais diversas organizações e setores da indústria. Os ganhos relatados pelos usuários desta

ferramenta de gestão desperta cada vez mais o interesse das cadeias de organizações em

possuir uma integração em prol do benefício mútuo.


       O SCM (Supply Chain Management) vem sendo considerado a evolução dos módulos

de logística, que previamente eram contemplados em aplicações específicas ou em sistemas

ERP (Enterprise Resource Planning), que vem se mostrando insuficientes em ambientes

extremamente complexos.
            Apoio:




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        Além disso, como especialista no módulo de Logística na ferramenta de ERP da SAP, o

tema desperta interesse pessoal e dos profissionais de logística devido à ligação direta com a

solução de sistemas de gerenciamento voltados à área. O fato deste estudo ser

especificamente voltado a empresas de distribuição de bens de consumo, seguramente

despertará o interesse dos stakeholders envolvidos em cadeias de organizações semelhantes.




    1.3. MÉTODO DE TRABALHO E RESULTADOS ESPERADOS




        O estudo estará estruturado de forma que seja apresentado um embasamento teórico,

visando situar melhor o leitor em meio ao assunto que será tratado, seguido da apresentação

de casos onde a aplicação da ferramenta proporcionou ganhos à logística de distribuição em

comparação com um caso onde não houve a aplicação da ferramenta. Por fim o estudo tem

como objetivo corroborar com a afirmação de que os sistemas de Supply Chain Management

influenciam positivamente a logística de saída e trazem ganhos a distribuição para o cliente.


        Como premissa ao leitor, relacionada ao texto que este encontrará, o objeto de estudo

deste trabalho não é demonstrar em detalhes os algoritmos de cálculo utilizados para calcular

previsões de demanda, abastecimento, entre outros e sim apresentar os recursos

disponibilizados nestes sistemas e quais as razões da aplicação destes nas organizações podem

trazer diversos benefícios à logística de distribuição.


        Espera-se que ao final do estudo o leitor possa conhecer genericamente o

funcionamento de um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos e suas aplicações

na logística de distribuição, além de constatar que o sistema de distribuição das organizações é

diretamente beneficiado através de uma integração entre organizações, através de um sistema

de gerenciamento da cadeia de suprimentos.


             Apoio:




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2    EMBASAMENTO TEÓRICO



     2.1. INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES




        Antes de entendermos o conceito de Cadeia de Abastecimento (Supply Chain) torna-se

necessário construir um modelo mental de como a relação entre as organizações se dá no

mundo atual. Uma representação aceita mundialmente e amplamente utilizada para

representar uma organização é Cadeia de Valor, apresentada por Michael Porter em seu livro

Competitive Advantage (1985).


        O framework da Cadeia de Valor é um modelo que permite analisar atividades

específicas pelas quais as organizações podem criar valor e vantagem competitiva.

Porter divide o modelo em Atividades Primárias e Atividades de apoio para representar

uma organização.




                                                                            15
                                   Figura 4: Framework da Cadeia de Valor

        ATIVIDADES PRIMÁRIAS


                      Logística de Compras (Inbound Logistics): Inclui recebimento, armazenamento,

                      gerenciamento de estoque e gerenciamento de transportes.
15
   Extraído de http://www.valuebasedmanagement.net/methods_porter_value_chain.html, baseado no
livro de Michael E. Porter - Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance
             Apoio:




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            Operações    -   Produção    (Operations):   Inclui   maquinário,     embalagem,

            montagem, manutenção de equipamentos, testes e outras atividades de

            criação de valor que transformam os insumos em produto acabado.

            Logística de Distribuição (Outbound Logistics): Atividades que são necessárias

            para levar o produto acabado até ao cliente: gerenciamento de armazém,

            atendimento de pedidos, transporte e gerenciamento da distribuição.

            Marketing e Vendas (Marketing and Sales): As atividades associadas a trazer os

            clientes à compra dos produtos, incluindo a seleção do canal de vendas,

            propaganda, promoção, vendas, precificação, varejo etc.

            Serviços (Service): As atividades que mantém e melhoram o valor do produto,

            incluindo atendimento ao cliente, serviços de reparo, instalação, treinamento,

            gerenciamento de peças de reposição, melhorias etc.


ATIVIDADES DE APOIO


            Compras – Aquisição (Procurement): Cotação e compra de insumos, serviços,

            peças de reposição, imóveis, máquinas etc

            Desenvolvimento    de    tecnologia     (Technology   Development):      Inclui   o

            desenvolvimento de tecnologia para apoiar as atividades da cadeia de valor,

            assim como pesquisa e desenvolvimento, automação de processos, desenho e

            redesenho.

            Gerenciamento de recursos humanos (Human Resource Management): As

            atividades associadas com recrutamento, desenvolvimento (educação),

            retenção e recompensa de empregados e gerentes.

            Infraestrutura (Firm Infrastructure): Inclui gerenciamento geral, planejamento,

            direito, finanças, contabilidade, relações públicas, gerenciamento da qualidade

            etc.


   Apoio:




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        Ao separar uma organização por suas atividades de relevância estratégica, torna-se é

possível ter uma visão geral de cada componente, permitindo traçar seus valores e identificar

possíveis ajustes a serem feitos. Representar uma organização através da Cadeia de Valor nos

permite ter de forma sintética o conjunto de produtos, serviços e benefícios que esta pode

oferecer.


        Com a complexidade do ambiente atual, surgiu a necessidade de existir uma melhor

representação que pudesse contemplar não somente a organização e seus relacionamentos

internos e externos, mas sim um conjunto de organizações e como estes se relacionam entre si

em um mesmo ambiente.


        O conceito de redes de valor vai além de analisar a organização como uma única

cadeia de valor, propondo que existem conjuntos internos e externos de valores à uma ou

mais organizações que compartilhem um mesmo modelo de negócio.


        Segundo Clayton Christensen, redes de valor são "O conjunto dos fornecedores, canais

para o mercado e colaboradores que apóiam um mesmo modelo de negócio dentro de uma

indústria. Quando prováveis perturbadores entram em uma rede de valor existente, estes

devem adaptar os seus modelos de negócios conforme a rede de valor atual e, portanto, não

causar perturbação porque estes se tornam co-optados."


        Freqüentemente, as Redes de Valor são consideradas por compor grupos de empresas

que trabalham em conjunto para produzir e distribuir um produto ao cliente. As relações entre

os clientes de uma única organização são exemplos de como redes valor pode ser encontradas

em qualquer organização. As empresas podem acessar os seus clientes diretamente, como,

por exemplo, através do telefone ou indiretamente através da combinação os recursos

próprios ou dos clientes juntos.




            Apoio:




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           O objetivo das redes de valor é gerar benefícios para todos stakeholders envolvidos na

rede. O valor do conhecimento intangível dentro destas redes é tão importante como um valor

monetário. Com o propósito de obter sucesso uma rede deve compartilhar o conhecimento de

forma que as melhores situações ou oportunidades possam ser criadas para seus

componentes, ou seja, uma rede deve trabalhar alinhada de forma que o propósito de obter

um resultado conjunto tenha prioridade em relação ao resultado individual.


           Segundo Fleury16, existem dois tipos de integração entre empresas, a serem

considerados: integração através de Redes e integração através das Cadeias Produtivas. A

diferença entre as duas está diretamente relacionada com o poder de barganha, o qual

estabelece os papéis dos participantes e as regras para as operações integradas.


           As Cadeias Produtivas são comandadas por empresas que estabelecem as regras de

formação e apropriação de valores. De uma forma geral este tipo de configuração envolve

questões de poder. Ex. a Cadeia da indústria automobilística. As Redes envolvem parcerias

entre empresas que tem o mesmo poder de barganha e interesses e competências

complementares. Como exemplo citamos as parcerias entre empresas da área de petróleo e

seus prestadores de serviços na área de engenharia. Neste caso, no desenvolvimento de

tecnologias específicas, as companhias de petróleo contam com seus parceiros especializados

e em geral estabelecem parcerias de longo prazo.


           Este conceito será complementar a outros que se seguirão ao longo deste estudo e

deve ser considerado de suma importância para a boa prática do gerenciamento da cadeia de

suprimentos e distribuição de mercadorias.




16
     FLEURY, Afonso - The changing pattern of Operations Management In developing countries
                Apoio:




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    2.2. A LOGÍSTICA GERAL E OS SISTEMAS LOGÍSTICOS




       Definição




       Ultimamente a palavra Logística tem sido associada apenas para indicar a

movimentação de mercadorias (transporte). Porém, como podemos verificar nas definições

abaixo, o termo Logística representa muito mais do que somente mera movimentação de bens

e insumos.


       Segundo o dicionário Aurélio, o termo Logística vem do francês Logistique, explicando

este como "a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e

desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção

e evacuação de material para fins operativos ou administrativos".


       Segundo Ballou (1993, p.24):


       “A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem,

que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de

consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento,

com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.”


       Uma definição um pouco mais atual, já integrada à gestão da cadeia de Suprimentos, é

a do CSCMP:


       “Gerenciamento Logístico é aquela parte da gestão da cadeia de suprimentos que

planeja, implanta e controla o eficiente, eficaz fluxo de saída e reverso e a armazenagem de




             Apoio:




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mercadorias, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de

consumo, a fim de satisfazer os requisitos dos clientes.”17




           Histórico, Evolução e Importância atual




           Desde a antiguidade a Logística faz parte da História da humanidade e das

organizações. Naquela época era necessário que os habitantes vivessem próximos as fontes de

suprimentos, pois os recursos de armazenagem e transporte eram escassos, devido a limitação

tecnológica.


           Na Grécia, por volta do século III a.C., a Logística era conceituada como a arte de

calcular (aritmética aplicada). Já no inicio do século XVII, na França, o conceito logístico foi

introduzido ao mundo através da guerra. Devido às crescentes dificuldades operacionais

(posicionamento, transporte etc), os franceses criaram a patente de General de Lógis (do

verbo francês Lôger, que significa alojar) para coordenar as ações relacionadas às operações

da guerra.


           Apesar da extrema importância do assunto, só no inicio do século XIX, a Logística foi

reconhecida do ponto de vista acadêmico, passando a ser estudada como ferramenta

estratégica e introduzida nas organizações, após algumas modificações, do conceito original.

CHING18 relata em sua obra que até 1950 as atividades da logística estavam dispersas pelas

mais diversas áreas. Com a falta de uma área específica, os conflitos eram constantes, uma vez

que nenhum departamento preocupava-se em tratar toda a operação e sim somente a parte

que lhe era competente. O desenvolvimento real da área ocorreu somente quando a área de

Marketing começa a ganhar destaque, voltando a área de produção para o consumidor.

17
     Definição de gerenciamento logístico do Council of Supply Chain Management Professionals
18
     CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – Supply chain (1999, p.20-25)
                Apoio:




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        Após a Segunda Guerra Mundial, as organizações, com o mercado em recessão foram

forçadas melhorar a produtividade, além de reduzir os custos. Devido a esta necessidade, a

área de logística passou a ganhar destaque, pois permitia a otimização de custos, através de

seus controles. Em meados à década de 1970, a logística já estava implantada em diversas

organizações, porém ainda visando somente a redução de custos e não a otimização de

processos.


        A evolução da logística continuou desenvolvendo-se através das décadas. Em 1980, a

logística possuía apenas foco nas metodologias e modais de transportar, e armazenar. Daí

surge o errôneo estigma que perdura até a presente data, resumindo de forma simplista

logística a transporte.


        Já na década de 1990, a abrangência da logística começa a tomar a forma atual, pois

através dos cálculos iniciou-se a geração de conhecimento científico, dos estudos das relações,

dispersões e movimentos etc.; voltados à Administração de Materiais, Distribuição,

Movimentação e Armazenagem de Produtos.


        Com o passar dos anos e o desenvolvimento dos mercados as organizações passaram a

se preocupar com a gestão de suprimentos, de forma a aperfeiçoar seus processos. Em um

ambiente muito mais complexo e amplo, com foco em Controle, Planejamento, Tecnologia da

Informação, Finanças e Serviço ao Cliente. Todas essas evoluções, aliadas ao processo de

globalização, trouxeram novos desafios para as organizações, introduzindo o conceito de

Logística Integrada que proporciona trabalhar em uma operação complexa no mercado

competitivo do mundo globalizado.




             Apoio:




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                                  Figura 5: A Logística Empresarial (Simplificado)


           No Brasil, a Logística surgiu apenas no inicio da década de 1980, após a explosão da

Tecnologia da Informação através de algumas associações que tinham a difícil missão de

disseminar este novo conceito, voltado para as organizações. Apesar da grande divulgação e a

reconhecida importância do tema em um país de dimensões grandes como o Brasil, somente

ao final da década de 1990 surgiram as graduações e especializações e até mesmo os cursos de

aperfeiçoamentos na área especifica.


           Mesmo com a evolução da logística no país, ainda hoje são mais utilizadas as

experiências práticas que o conhecimento cientifico. Porém estas práticas mostram-se

insuficientes para atender o mercado competitivo e exigente, ávido pela excelência e a eficácia

no atendimento. Podemos afirmar que seguramente que o ponto mais vulnerável na Logística

atualmente é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em

função do pouco tempo, foi menos desenvolvido, que as tecnologias. As organizações chegam

a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes profissionais.


           Exaltando a importância da área podemos dizer que a Logística, por ser uma grande

controladora de diversas operações, é ainda a principal iniciativa de redução de custo de uma

organização. Hoje é difícil se pensar em otimização dos recursos (produtividade) e redução de



19
     FONTE: Adaptado de Ballou (1993)
               Apoio:




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custos sem que não se pense em Logística antes, daí a necessidade de aliar conhecimento,

habilidade, tecnologia e capital humano qualificado para planejar e operar este componente

tão importante das organizações e que cada vez mais ultrapassa o limite de uma organização,

integrando-se a rede.




       A Logística e a Tecnologia da Informação




       Apesar da informação sempre ter sido um elemento de vital importância nas

operações logísticas, com as possibilidades oferecidas atualmente pela tecnologia, ela está

impulsionando também a estratégia competitiva da logística. Com o desenvolvimento do

conceito do MRP, MRP II e sua evolução para os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG),

mais popularizados pelos ERP’s, a operação da Logística ganhou agilidade na apuração de

custos e controle da operação.


       Segundo BALLOU (1993, p.278), “Os sistemas de informações gerenciais referem-se a

todo equipamento, procedimentos e pessoal que criam um fluxo de informações utilizadas nas

operações diárias de uma organização e no planejamento e controle global das atividades da

mesma”. Seguindo, BALLOU (1993, p.279) segue especificando que os sistemas de informações

logísticos são um subsistema do SIG com as “informações especificamente necessárias a

administração logística”.


       Para BOWERSOX e CLOSS (2001, p.176) as necessidades de informações logísticas

podem ser divididas em quatro níveis funcionais dentro da empresa:


                     Nível transacional, que diz respeito ao registro das atividades logísticas

                     individuais e consultas;



            Apoio:




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                     Nível de controle gerencial que está relacionado a avaliação de desempenho e

                     elaboração de relatórios;

                     Nível de análise de decisão que utiliza a informação para identificar, avaliar e

                     comparar alternativas logísticas táticas e estratégicas; e

                     Nível de planejamento estratégico que trata a estratégia logística, o qual

                     envolve a definição de metas, políticas e objetivos, decidindo a estrutura

                     logística global.


       Podemos ainda complementar esta relação entre a Tecnologia da Informação e a

Logística falando de sistemas específicos, complementares ou substitutos a módulos dos ERP’s,

como, por exemplo:


                     Sistemas de WMS´s (Warehouse Management Systems ou Sistemas de

                     Gerenciamento de Armazém) - utilizado para controlar e otimizar a

                     movimentação de mercadorias;

                     Os sistemas de Rastreamentos (tecnologia embarcada) - utilizado para

                     rastrear as unidades móveis de diversos tipos modais;

                     Roterizadores – utilizados para otimizar as rotas, proporcionando a menor

                     dispersão de tempo e quilometragem possível;

                     Etiquetas RFID (Radiofrequency Identification Data ou Identificação Via

                     Radiofreqüência) – Conhecido também como etiquetas inteligentes, utilizado

                     para comunicação e identificação de produtos, via rádio freqüência, bem

                     como a separação de mercadorias por comando de voz, que utiliza a

                     tecnologia RFID;

                     RFDC - Radiofrequency Data Collection ou Coleta de Dados por

                     Radiofreqüência;

                     Entre outros.

            Apoio:




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       2.3. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS (SIG’S)




          Sistemas Integrados de Gestão




          Os Sistemas de Informação (Information Systems) são aqueles que efetuam o

tratamento do processo de coleta, armazenamento, processamento e recuperação da

informação. Um SI pode ser composto por um único computador ou por vários.


          Para LAUDON & LAUDON (2004), Sistemas de Informação são o “Conjunto de

componentes inter-relacionados, trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,

armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a

coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações”




                                                                                  20
                                  Figura 6: Evolução dos Sistemas de Informação


20
     Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1
               Apoio:




                                               24/4/2009                               P á g i n a | 33
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          Como podemos ver na Figura 6, os Sistemas de Informação vem sofrendo evoluções

constantes desde a década de 1950. Baseados no artigo publicado por LUPPI (2008)21 podemos

dizer que devido à existência de diferentes interesses, especialidades e níveis em uma

organização, são necessários diversos tipos de sistemas de informação, pois nenhum sistema

individual pode atender todas as necessidades de uma organização.


          Este define a classificação destes em principais tipos de sistemas em:


                        Sistemas do nível operacional: prover apoio a gerentes operacionais, tais como

                        vendas, controle de estoque, faturamento, etc.;

                        Sistemas do nível de conhecimento: envolvem as estações de trabalho e

                        automação de escritório a fim de controlar o fluxo de documentos, como por

                        exemplo, sistemas de correio eletrônico e gerenciamento de documentos;

                        Sistemas do nível gerencial: tem como função atender atividades de

                        monitoração, controle, tomada de decisões e procedimentos administrativos

                        dos gerentes intermediários; e

                        Sistemas do nível estratégico: Permitem a diretoria analisar questões e

                        tendências, tanto no ambiente externo como interno a empresa, tais como

                        análise de tendências de vendas, planejamento de operações a longo prazo,

                        planejamento de curvas de lucro e investimento.


          Uma vez aplicados a uma organização inserida no mercado de negócios, este tipo de

sistema passa a basicamente prover suporte de seus processos e operações, suporte em suas

estratégias e suporte no apoio às tomadas de decisões.




21
     Iria Luppi, Tipos de Sistemas de Informação na empresa.
               Apoio:




                                                  24/4/2009                            P á g i n a | 34
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         Para CAMEIRA (2003, p. 105) Sistemas de Informação Gerencial ou simplesmente SIG

(MIS – Management Information System)22 são “O conjunto de sistemas que manipulam,

diretamente, as informações que são tratadas e utilizadas pelos processos de negócio da

empresa e desta com seus fornecedores,clientes e colaboradores (parceiros, empregados,

etc.)...”.




                                                                                 23
                           Figura 7: Sistemas de Informação Gerenciais (SIG's)




         Voltando a Figura 6, onde colocávamos a evolução dos SIG’s em uma linha do tempo,

podemos verificar que conforme as exigências do mercado aumentavam, novos tipos de

sistemas eram exigidos. A indústria foi uma das principais responsáveis por essa evolução, ao

passar pelos modelos de planejamento de materiais (MRP – Materials Requirements Planning),

planejamento de produção (MRP II – Manufacturing Resources Planning), aliados a

necessidade de integração das diversas áreas da empresa. Com isso surge uma nova classe de

SIG, denominada ERP (Enterprise Resource Planning), ou seja, Planejamento dos Recursos

Empresariais.




22
   Apenas como conhecimento adicional DAVENPORT (2000) – apud. CAMEIRA 2003 – referencia-se aos
Sistemas Integrados de Gestão simplesmente como Sistemas Empresariais (Enterprise Systems - ES)
23
   Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1
                Apoio:




                                               24/4/2009                              P á g i n a | 35
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                        Figura 8: Estrutura conceitual dos sistemas ERP e sua evolução desde o MRP




           CHOPRA e MEINDL (2003) definem ERP como sistemas que fornecem rastreamento e

visibilidade global da informação de qualquer parte da empresa e de sua Cadeia de

Suprimentos, possibilitando desta forma tomar decisões inteligentes. Seguindo estes

complementam sua definição afirmando que o ERP é um sistema integrado, que permite um

fluxo de informações único, contínuo e consistente a toda organização e, principalmente, sob

uma única base de dados.


           Além disso, para CHOPRA e MEINDL (2003), o ERP é tido como uma importante

ferramenta para a melhoria de processos de negócios (produção, compras ou distribuição)

com informações on-line e em tempo real, permitindo visualizar por completo as transações

efetuadas pela organização, desenhando um amplo cenário de seus negócios.


           Em uma visão mais ampla, CAMEIRA (2003) expõe que o uso dos ERP’s impacta não

somente nas diversas áreas da empresa, mas na “...estrutura organizacional, a cultura e a

estratégia da empresa, alterando seus processos, a forma como realiza suas atividades”.

Seguindo, o autor complementa sua idéia expondo que devido ao ganho proporcionado pela


24
     Adaptado de PADILHA & MARINS apud. CORRÊA et al. (1999, p.350)
               Apoio:




                                                   24/4/2009                                   P á g i n a | 36
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integração estes forçam o “redesenho dos processos”, simplificando o fluxo de informações

causando reformulações na estrutura das organizações que passam a ser “...mais

horizontalizadas, flexíveis e democráticas...”, formando “Um efeito de rede” no processo de

mudanças da organização.




                                                                                     25
                             Tabela 2: Evolução dos Sistemas de Gestão Empresarial

        Apesar de ser um grande promotor de mudanças e de proporcionar um grande

controle sob as operações da organização, os sistemas ERP ou Planejamento dos Recursos da

Empresa, em sua tradução literal, não refletem através de sua descrição sua real

funcionalidade. Segundo PADILHA & MARINS, referenciando KOCH, SLATER e BAATZ (1999)

sobre a descrição do ERP citam "…esqueça a parte do planejamento - ele não o faz, e esqueça

os recursos, é apenas um termo de ligação. Mas lembre-se da parte da empresa. Esta é a real

ambição dos sistemas ERP".


        Podemos verificar nas mais diversas organizações a veracidade da afirmação acima.

Desde sua concepção os ERP’s foram desenhados para oferecer um controle do fluxo de

operações, sendo fortemente embasados pelo controle de custos e contábil. Mesmo

possuindo em seu cerne toda a inteligência do MRP (I e II), JIT, SOP26, entre outros estes estão

ainda voltados à operação, ou seja, toda a atividade de Planejamento deve ser executado fora




25
   Extraído de MAZUTTI,Caroline, MAÇADA, Antonio Carlos G., RIOS, Leonardo R.O Impacto do ERP na
Gestão da Cadeia de Suprimentos.
26
   SOP – Sales Operation Planning, que traduzido significa Planejamento de Operações para Vendas, ou
seja, a estimativa do que deverá ser produzido / comprado para atender as vendas.
             Apoio:




                                              24/4/2009                                   P á g i n a | 37
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do sistema (ou em outro sistema) e posteriormente seus resultados inseridos (seja por meio

eletrônico ou manual) no ERP para que este permita “operacionalizarmos” as informações.


       Um exemplo clássico desta insuficiência para o planejamento seria o da otimização da

distribuição de mercadorias aos clientes. Imagine a operação de uma distribuidora que precise

efetuar algumas entregas a clientes que estejam localizados em áreas com restrição de

circulação de grandes veículos e horários. Contudo o envio da mercadoria desde a

distribuidora deve ser efetuado em carretas, devido a custos e espaço para carregamento.


       A maioria dos sistemas de ERP atuais estão preparados para receber tais informações e

operacionalizá-las, porém não possuem a inteligência para definir qual a melhor rota e como

deverá ser a transição do grande carregamento para veículos menores. Toda esta tarefa

deverá ser feita previamente e depois inserida no ERP para que este possa efetuar as tarefas

de cálculo de frete, faturamento e documentos fiscais, entre outros.


       Outro exemplo clássico é o do cálculo do ponto de reabastecimento de um centro de

distribuição avançado. A maioria dos ERP’s atuais permite a inserção dos valores a serem

considerados pelo MRP, gerando as necessidades de produção, compras e transferências,

porém em nenhum momento este oferece a inteligência de como chegar neste número. Mais

uma vez torna-se necessária a intervenção manual ou de outro sistema.


       A conclusão que temos a partir dos exemplos acima é que quando estamos diante de

tarefas operacionais, o ERP é a ferramenta mais adequada para as grandes organizações por

atender praticamente todas as necessidades das operações dos mais diversos ramos de

negócio. Porém, quando estamos diante de tarefas de planejamento mais complexo a

ferramenta mostra-se insuficiente, pois sua concepção foi direcionada às tarefas operacionais.




            Apoio:




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       Sistemas de Apoio a Decisão (SAD’s)




       Relembrando a figura 6 do tópico anterior os Sistemas de Apoio a Decisão ou SAD’s

(DSS – Decision Support Systems) surgiram em meados à década de 1970. Estes sistemas

apareceram devido a um ambiente de competição cada vez maior entre as organizações,

aliado a necessidade de informações rápidas para auxiliar no processo de tomada de decisão.

Impulsionados pela disponibilidade de tecnologias de hardware e software para armazenar e

buscar rapidamente as informações, os SAD’s proporcionaram acumular o conhecimento e as

experiências de especialistas em bases de conhecimentos, permitindo desta forma apoiar o

processo de planejamento estratégico empresarial.


       Atualmente as definições referentes aos SAD’s ainda são um pouco confusas, devido

ao entendimento que alguns possuem sobre os SIG’s e os SAE's (Sistemas de Apoio ao

Executivo, também conhecidos como EIS – Enterprise Information Systems).


       Segundo SPRAGUE e WATSON (1991) um SAD deve ser um sistema baseados em

computador que ajude os profissionais que tomam decisões a obter um melhor desempenho

através de uma interação direta, utilizando Modelos de Aplicação e Modelo de Dados para

tentar modelar e dar soluções a problemas semi-estruturados.


       Para LAUDON& LAUDON (2004) um SAD tem por objetivo auxiliar o processo de

decisão gerencial, combinando dados, ferramentas e modelos analíticos sofisticados e

software amigável ao usuário em um único e poderoso sistema que pode dar suporte à

tomada de decisão semi-estruturada e não-estruturada. Além disso, um SAD fornece aos

usuários um conjunto flexível de ferramentas e capacidades para analisar dados importantes.


       Se analisarmos as três categorias descritas antes das definições acima, um SAE possui

ferramentas que também auxiliam no processo de tomada de decisão na área de


            Apoio:




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planejamento estratégico e não é considerado um SAD. O mesmo acontece com os SIG’s na

área de controle gerencial. Além disso, um SAD também serve para auxiliar a resolução de

problemas estruturados.


          Apesar dos SIG’s e dos SAE’s possuírem ferramentas que também forneçam

informações para apoio à decisão, estas classes de SI não foram construídas com o objetivo de

auxiliar o processo de tomada de decisão. Quando falamos em auxiliar o processo de tomada

de decisão, não significa somente prover informações que suportem o processo de decisão,

mas que também permitam analisar alternativas, propor soluções, pesquisar o histórico das

decisões tomadas, simular situações, etc.




                                                                              27
                                      Figura 9: Sistemas de apoio a Decisão

          Como podemos verificar na Figura 9 os SAD’s possuem com característica própria a

obtenção e o processamento dados de diferentes fontes, porém talvez as principais

características que este tipo de sistema possui sejam a capacidade de executar análises,

comparações e simulações complexas e a capacidade de modelar e auxiliar na resolução de

problemas complexos. Um bom SAD deve responder rapidamente às decisões importantes,

fornecendo respostas precisas e consistentes, além de adaptar-se facilmente a eventuais

mudanças.


          Podemos decompor um SAD em três grandes elementos:



27
     Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1
               Apoio:




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                    Base de Dados: É composta pelos dados internos e externos à ferramenta.

                    Armazena os dados que servirão de entrada aos modelos, bem como suas

                    saídas. Pode ser uma base de dados própria da ferramenta ou o acesso direto

                    a outras bases.

                    Diálogo: É composta pelas interfaces que interagem diretamente com o

                    usuário da ferramenta. Deve ser de simples entendimento (intuitiva) e de fácil

                    manuseio.

                    Base de Modelos: É composta pelo conjunto de modelos de resolução de

                    problemas, sendo o principal elemento de um SAD. Deve possuir um bom

                    gerenciador de modelos, permitindo a construção de novos modelos,

                    catalogar e manter uma ampla variedade de modelos e possuir a capacidade

                    de inter-relacionar os modelos disponíveis.


       Para facilitar o entendimento faz-se necessário definir modelo em seu conceito para a

ferramenta. Segundo FREIRE “Um modelo é uma representação simplificada de uma situação

real, que pode ser construído através de muitos elementos (variáveis) e suas relações

(restrições impostas)”. A construção de um modelo para a solução de problemas é composta

de algumas etapas:


                    Definição do problema: definir qual o objeto de estudo do modelo que está

                    sendo construído, ou seja, qual a questão que o modelo deverá responder;

                    Construção do modelo: quais são as variáveis, restrições, o método de

                    resolução, entre outros que permitem encontrar a solução para o problema;

                    Solução do problema: quais os resultados em nível detalhado das variáveis e

                    de seu conjunto que respondem a questão do problema de forma mais

                    adequada;




           Apoio:




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                     Análise da solução: permite a análise da solução do problema através do

                     modelo utilizado;

                     Formulação das conclusões: permite que sejam feitas as conclusões sobre os

                     resultados apresentados pelo modelo; e

                     Correção do modelo: permite que sejam feitas correções no modelo, caso

                     sejam identificados desvios em sua construção a partir das conclusões obtidas.


       Uma vez conceituado o termo modelo, bem como as etapas de construção do mesmo,

para que um SAD permita uma boa tomada de decisão, o modelo utilizado deve permitir a

análise os dados fazendo uso de diferentes recursos e abordagens de forma que existam

alternativas para resolver determinado problema. Quanto maior o número e de melhor

qualidade forem os modelos contidos em um SAD, bem como suas fontes de dados, mais

poderoso será este no auxílio à tomada de decisão. Alguns exemplos de modelos clássicos

contidos em aplicações de SAD, voltados a Logística são: de otimização (ex.: produção), de

alocação, de transporte, de rede, de otimização de estoques, de previsão, de regressão, de

simulação, entre outros.


       Concluindo a conceituação dos SAD’s, podemos dizer que estes estão divididos em três

grandes grupos:


                     Os SAD’s baseados em dados, que são aqueles que focam a análise e o suporte

                     a decisão baseados na comparação dos dados atuais, com os dados do

                     passado e com os dados que se pretende encontrar;

                     Os SAD’s baseados em análise de informações, que utilizam a base de dados

                     para dar uma determinada orientação à decisão e a pequenos modelos,

                     permitindo prever a situações para um período próximo; e

                     Os SAD’s baseados em modelos matemáticos, estatísticos, financeiros,

                     inteligentes, entre outros, estes fazem uso de relações e fórmulas definidas. A

            Apoio:




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                        funcionalidade destes modelos podem se apresentar de variadas formas,

                        como, por exemplo, os modelos representativos, de otimização e de sugestão.




           Sistemas de Informação Gerenciais x Sistemas de Apoio a Decisão




           Apesar da recorrente confusão sobre a classificação dos sistemas que são SIG e SAD,

este estudo irá considerar como SIG, sistemas com o foco principal em tarefas operacionais,

mais especificamente para este texto os ERP’s. Como SAD serão considerados os sistemas que

estejam voltados a planejamento, simulações e tomadas de decisões que não são de cunho

totalmente operacionais e nem de cunho totalmente estratégico, mais especificamente para

este texto os SCM’s.




                                                                                          28
                                    Figura 10: Exemplo da relação entre os SIG e os SAD




28
     Adaptado de http://www.bluedzine.com/solutions/ofcx/erp/
               Apoio:




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        Neste estudo, assim como a maioria dos autores pesquisados, consideramos os SIG’s e

os SAD’s classes de sistemas de informação complementares uma a outra. O texto em sua

maior parte irá se referenciar a sistemas ERP e SCM, e não as classes supracitadas, abordando

seu relacionamento quando pertinente.



3   SUPPLY CHAIN MANAGEMENT E A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO



        Uma vez finalizada a construção do embasamento teórico passaremos ao principal

objeto de estudo deste texto: os sistemas de Supply Chain Management ou SCM. Neste ponto

iremos explorar o conceito de Supply Chain, suas aplicações em TI e sua relação com a logística

de distribuição.




    3.1. SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: O CONCEITO




        Histórico e Definição




        Supply Chain Management ou simplesmente Gestão da Cadeia de Suprimentos, apesar

de divergências entre acadêmicos, talvez seja o termo que melhor descreva a aplicação da

Logística Empresarial em uma rede de organizações. Podemos conceituar a Cadeia de

Suprimentos como uma rede de organizações envolvidas em diferentes processos e atividades,

produzindo valor na forma de produtos e serviços ao cliente.


        Para SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON (2002), em uma definição sucinta, “A gestão da

cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio



             Apoio:




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de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma

de produtos e serviços para o consumidor final”


        Em uma definição mais completa, CHOPRA e MEINDL definem Cadeia de Suprimentos

da seguinte maneira: “Supply chain consiste em todos os estágios envolvidos, direta ou

indiretamente, no preenchimento de uma ordem de um cliente. A cadeia de suprimentos inclui

não somente um fabricante e seus fornecedores, mas também transportadores, armazéns e

atacadistas, varejistas e os próprios clientes. Dentro de cada organização, como o fabricante, a

cadeia de suprimentos inclui todas as funções envolvidas no atendimento de uma ordem. Essas

funções incluem, mas não estão limitadas a, desenvolvimento de novos produtos, marketing,

operações, distribuição, finanças a serviço ao consumidor.”


        Podemos verificar que historicamente as áreas de Marketing, Distribuição,

Planejamento, Produção e de Compras nas organizações vinham, antes do conceito de Supply

Chain chegar até o momento atual, operando de forma independente. Após o movimento da

integração interna das áreas e da “horizontalização” das operações este problema distribuiu-se

pela cadeia, uma vez que cada organização tem os seus próprios objetivos que por diversas

vezes são conflitantes.


        O Marketing tem como objetivo um alto grau de atendimento ao cliente e a

maximização do volume de vendas, o que conflita diretamente com os objetivos de produção

e distribuição. Muitas operações produtivas foram concebidas para maximizar a fabricação e

reduzir os custos com pouca consideração para o impacto sobre a capacidade de

armazenagem e distribuição. Contratos de suprimentos são freqüentemente negociados com

pouquíssima informação sobre o padrão histórico de compras.


        O resultado desses fatores é que não existe um plano integrado único para a cadeia de

organizações que compõem a rede, ou seja, se existem N organizações na rede, existem N

planos também. Claramente, existia uma necessidade de um mecanismo através do qual estas
            Apoio:




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diferentes funções possam ser integradas entre as organizações. O Supply Chain Management

é uma estratégia através da qual essa integração pode ser alcançada.


        Segundo LAVASSANI (2008) houveram seis grandes movimentos no estudo sobre as

Cadeias de Suprimentos. O primeiro movimento seria a chamada Era da Criação, na qual a

primeira utilização desta terminologia foi dada por um consultor americano, no início da

década de 1980. As características desta era da Gestão da Cadeia de Suprimentos incluem a

necessidade de grandes mudanças, re-engenharia, downsizing e às práticas da administração

japonesa.


        O segundo movimento foi chamado de Era da Integração, quando o uso do EDI

(Eletronic Data Interchange)29 para troca de dados entre sistemas teve inicio na década de

1960, desenvolveu-se com a introdução do ERP na década de 1990 e continuou a expandir-se

até o século XXI com os sistemas colaborativos integrados a Internet. Esta Era teve destaque

para a redução de custos e agregação de valor através da integração.


        O terceiro movimento foi a chamada Era da Globalização, que pode ser caracterizada

pela atenção dada aos sistemas de relacionamento com os fornecedores que expandiu as

fronteiras do suprimento entre países e continentes. Apesar de algumas indústrias já

praticassem este tipo de negociação, este movimento intensificou-se somente no final da

década de 1980, quando as organizações passaram a integrar fornecedores mundiais a seus

negócios. Esta era foi caracterizada pela globalização da cadeia de suprimentos em

organizações que, com o objetivo de aumentar a vantagem competitiva e reduzir custos,

implantaram a estratégia de Global Sourcing30 ou fornecimento global.




29
   Troca de dados por meio eletrônico. No inicio eram apenas arquivos texto contendo informações que
seriam migradas de um sistema a outro. Hoje já existem inclusive padrões internacionais para a troca
destas informações entre sistemas.
30
   Define-se como estratégia de Global Sourcing a busca por fornecedores que estão localizados em
outros países ou regiões distantes, ou seja, existe uma independência da localização geográfica.
             Apoio:




                                            24/4/2009                               P á g i n a | 46
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        O quarto movimento deu-se através da terceirização da produção e distribuição, a

chamada Era da Especialização I, quando as organizações, na década de 1990, deixaram a

prática da verticalização31 para voltarem seu foco para suas competências centrais (core

competencies), adotando o modelo de especialização, e terceirizando estas atividades “não-

centrais” para outras empresas. Essa mudança provocou a extensão da cadeia de

abastecimento e distribuição pra limites fora da organização, gerando a necessidade de

controlar a cadeia com uma visão de integração entre organizações e não mais de controles

internos. Este modelo de especialização gerou redes de produção e distribuição compostas por

diversos fornecedores e clientes que agora precisam trabalhar em conjunto para desenvolver,

produzir, distribuir, divulgar, vender e oferecer serviços para os produtos.


        O quinto movimento deu-se através da segunda Era da Especialização II, que tinha

como foco a inserção do serviço especializado. Esta especialização iniciou-se na década de

1980, com o inicio das operadoras logísticas, armazéns e transportadoras comuns e foi

amadurecendo com a incorporação de aspectos como o planejamento de suprimento,

colaboração, execução e gestão do desempenho, indo assim além da logística e transporte.


        A especialização da cadeia de suprimentos permite que as organizações melhorem as

suas competências centrais da mesma forma que a terceirização da manufatura e distribuição

o fez. Este foco em suas principais competências lhes permite montar redes de melhor

desempenho, através de parceiros especialistas em cada atividade de cadeia, contribuindo

assim para a obtenção de um maior valor global da cadeia.


        Por fim, o sexto e último movimento é o chamado Supply Chain 2.0, que pode ser

considerado o “estado da arte”32 em SCM. Construído a partir da globalização e da


31
   Verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente tudo o que puder, ou
pelo menos tentará produzir. Foi predominante no início do século, quando as grandes empresas
praticamente produziam tudo o que usavam nos produtos finais.
32
   O estado da arte é o “nível de desenvolvimento atingido (por uma ciência, uma técnica) na
atualidade” (CAMEIRA, 2003 apud FERREIRA, 1999).
             Apoio:




                                            24/4/2009                               P á g i n a | 47
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especialização, o SCM 2.0 foi moldado para descrever tanto mudanças dentro da própria

cadeia de abastecimento, bem como a evolução dos processos, métodos e ferramentas que

irão geri-la nesta nova e atual "era". Seguindo a linha da Web 2.033, o SCM 2.0 é voltado para

resultados, reunindo a combinação dos processos, metodologias e ferramentas para orientar

as empresas para os seus resultados com a rapidez e velocidade que a complexidade da cadeia

de suprimentos aumenta, devido aos efeitos da concorrência global.


        O SCM 2.0 alavanca soluções comprovadamente concebidas para produzir resultados

rapidamente com a agilidade para gerenciar fluxos de cenários futuros de mudança contínua.

Estes são viabilizados através de redes de competência compostos das melhores práticas de

Supply Chain para compreender quais são os elementos, tanto operacionais como

administrativos, que influenciam os resultados, bem como a compreensão detalhada de como

gerir estes elementos para alcançar os resultados desejados.




        Conceitos Básicos




        As atividades de uma Cadeia de Suprimentos não são de responsabilidade de apenas

uma organização. Várias pessoas das mais diversas áreas das organizações componentes da

rede precisam ser ativamente envolvidas em uma série de diferentes processos para o

benefício da cadeia como um todo. Além disso, a cadeia também precisa de um coordenador34

para desenvolver um plano de operação, colocar as organizações em posições corretas e

monitorar o desempenho.


33
   Web 2.0 é definida como uma tendência no uso da World Wide Web que se destina a aumentar a
criatividade, o compartilhamento de informações e colaboração entre os usuários. Na sua essência, o
atributo comum é que a Web 2.0 nos ajuda a navegar através da vasta quantidade de informações
disponíveis na Internet para encontrar o que procuramos. É a noção de um percurso utilizável.
34
   Aqui entenda que o coordenador pode ser um grupo de pessoas de diversas organizações ou uma
organização principal (nó coordenador).
             Apoio:




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                         Figura 11: Principais componentes da Cadeia de Suprimentos

           Para que cada área da Cadeia de Suprimentos, das mais diversas organizações, possa

ter um bom desempenho, cada componente precisa entender qual é o seu papel dentro da

rede, desenvolver estratégias vencedoras e colaborar com seus parceiros na cadeia. Ao fazê-lo

de forma coordenada, os componentes do SCM podem impecavelmente executar os principais

processos, melhorando assim o desempenho como um todo.


           Sob a visão de Supply Chain Management, as principais áreas que influenciam a cadeia

(Suprimentos, Produção, Logística e Marketing35) podem ser descritas da seguinte forma:




                                                                                    36
                        Figura 12: Detalhamento dos principais componentes do SCM

35
     Aqui Marketing representa todo conceito comercial, incorporando também Vendas.
               Apoio:




                                                24/4/2009                                P á g i n a | 49
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                        Planejamento: O processo de planejamento busca criar estratégias eficazes de

                        curta e longa duração. Desde o desenho da cadeia de suprimentos à previsão

                        de demanda dos clientes, líderes em SCM precisam desenvolver estratégias

                        integradas para a cadeia.

                        Suprimentos: O processo de suprimentos tem como foco a compra de

                        matérias-primas, componentes e produtos de consumo para a operação da

                        cadeia.

                        Produção: O processo de produção envolve a manufatura, conversão ou

                        montagem de materiais em produtos acabados ou partes de outros produtos.

                        Os gestores de Supply Chain devem apoiar à produção e assegurar-se que

                        todos os insumos necessários estejam à disposição quando solicitados.

                        Logística: O processo logístico é quem controla o fluxo de mercadorias em

                        toda a cadeia de suprimentos. As empresas de Transporte, operadores

                        logísticos entre outros que possam assegurar que os bens são fluam com

                        rapidez e segurança na direção do ponto de demanda.

                        Marketing: O processo de demanda gira em torno de todas as questões que

                        estão relacionadas com o planejamento de interações com o cliente,

                        satisfazendo as suas necessidades e atendendo pedidos perfeitamente.


           Um objetivo básico da cadeia de suprimentos, e de todas as áreas envolvidas, é

maximizar e tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de

forma a atender o consumidor final mais eficientemente, tanto através da redução dos custos,

como através da adição de mais valor aos produtos finais (VOLLMANN & CORDON, 1996). Esta

redução dos custos vem sendo obtida através da diminuição do volume de transações de


36
     Adaptado de http://www.careersinsupplychain.org/what-is-scm/flows.asp
               Apoio:




                                                    24/4/2009                          P á g i n a | 50
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        CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG


informações e papéis, dos custos de transporte e estocagem, da diminuição da variabilidade

da demanda de produtos e serviços, dentre outros.


       Mais valor tem sido adicionado aos produtos, através da criação de bens e serviços

customizados, do desenvolvimento conjunto de competências distintas; através da cadeia

produtiva e dos esforços para que, tanto fornecedores como clientes, aumentem mutuamente

a lucratividade. Práticas eficazes na SCM têm sido implementadas em todo mundo, as quais

têm visado a simplificação e obtenção de uma cadeia produtiva mais eficiente.


       Podemos classificar as decisões relativas à gestão da cadeia de abastecimento em duas

grandes categorias: Estratégica e Operacional. Como o termo sugere, as decisões estratégicas

são feitas normalmente ao longo de um horizonte temporal mais longo, estando intimamente

ligadas à estratégia corporativa (por vezes estas são a estratégia corporativa) e direcionam as

políticas de Supply Chain sob a perspectiva estrutural. Por outro lado, as decisões operacionais

são de curto prazo e concentram-se nas atividades do dia-a-dia da operação. O esforço neste

tipo de decisões é a de gerir de forma eficaz e eficiente o fluxo do produto na

"estrategicamente" planejada cadeia de suprimento.




                                Figura 13: Modelo para Cadeia de Suprimentos




            Apoio:




                                            24/4/2009                            P á g i n a | 51
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  • 1. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG OS BENEFÍCIOS QUE UM SISTEMA DE SUPPLY CHAIN MANAGEMENT TRAZ A DISTRIBUIÇÃO DE MERCADORIA: COMO A INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES PODE BENEFICIAR A LOGÍSTICA DE SAÍDA DE DISTRIBUIDORES DE BENS DE CONSUMO. RICARDO RABAY MONOGRAFIA SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA ESCOLA DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM SISTEMAS INTEGRADOS DE GESTÃO. Aprovada por: ________________________________________ Nome: __________________________________ ________________________________________ Nome: __________________________________ SÃO PAULO, SP – BRASIL 2009 Apoio: 24/4/2009
  • 2. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG À minha futura esposa, pais e mestres que me apoiaram e suportaram ao longo do curso e do desenvolvimento deste documento. Apoio: 24/4/2009 II
  • 3. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente aos meus pais por sempre permitirem meu acesso a uma educação de qualidade desde a base educacional até os cursos complementares de idiomas. Aos mestres da graduação em Ciência da Computação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, pela formação de uma base sólida de conhecimentos em computação, permitindo desenvolver-me no mercado de trabalho. Aos mestres da graduação em Administração do Instituto de Tecnologia Mauá (EAM - Escola de Administração Mauá), que ofereceram o complemento sólido e necessário em administração que me faltava para um melhor desempenho na área de Sistemas de Informação. Aos mestres que nos ministraram aulas e palestras ao longo do eMBSIG, que permitiram-me atualizar e adquirir conhecimentos de total relevância para minha vida profissional. Ao meu orientador, Leandro S. Jesus, pela paciência, orientação e disponibilidade de acesso ao longo da construção deste texto À Axia Consulting, por permitir acesso ao caso de sucesso na implementação da EMBRACO. Ao ETAPA e a UFRJ por proverem todo apoio necessário ao decorrer do eMBSIG. E por fim aos meus amigos e familiares (em especial a Renata) pelo apoio e compreensão de minha ausência no decorrer do desenvolvimento deste estudo. Obrigado a todos! Apoio: 24/4/2009 III
  • 4. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Resumo da Monografia apresentada à Escola de Engenharia / UFRJ como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Especialista em Sistemas Integrados de Gestão. OS BENEFÍCIOS QUE UM SISTEMA DE SUPPLY CHAIN MANAGEMENT TRAZ A DISTRIBUIÇÃO DE MERCADORIA: COMO A INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES PODE BENEFICIAR A LOGÍSTICA DE SAÍDA DE DISTRIBUIDORES DE BENS DE CONSUMO. Ricardo Rabay Abril/2009 Orientador: Prof. Leandro S. Jesus, M.Sc. A crescente necessidade de integração entre as cadeias de organizações em busca de ganho competitivo vem fazendo com que a gestão da cadeia de suprimentos torne-se uma ferramenta praticamente indispensável no conjunto de aplicações de grandes organizações e de seus stakeholders. Este estudo visa apresentar os benefícios proporcionados pela aplicação desta ferramenta à logística de distribuição, tomando como exemplo casos voltados a organizações de distribuição de bens de consumo que utilizam a solução líder de mercado para grandes organizações atualmente. Primeiramente o leitor encontrará um embasamento teórico, visando situá-lo em meio ao assunto que será tratado, seguido da apresentação de casos onde a aplicação da ferramenta proporcionou ganhos à logística de distribuição, culminando na afirmação que o Supply Chain Management influencia positivamente a logística de saída. Palavras Chave: Supply Chain Management, Sistemas de Informação, Logística de Distribuição. Apoio: 24/4/2009 IV
  • 5. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Abstract of Paper presented to Escola de Engenharia / UFRJ as a partial fulfillment of the requirements to achieve the degree of Specialist in Management Information Systems. THE BENEFITS THAT A SUPPLY CHAIN MANAGEMENT SYSTEM BRINGS TO GOODS DISTRIBUTION: HOW THE INTEGRATION AMONG ORGANIZATIONS MAY BENEFIT THE OUTBOUND LOGISTICS OF CONSUMER’S GOODS DISTRIBUTORS. Ricardo Rabay April/2009 Advisor: M.Sc. Leandro S. Jesus The increasing demand for integration observed in organization’s chains seeking competitive advantage is converting the supply chain management into an essential feature in the set of applications used by huge organizations and their stakeholders. This study aims to present the benefits that the application of this feature causes in the outbound logistics, being further supported by business cases in which consumer goods distributors uses the currently SCM market leader solution. First, a theoretical basis will be presented, in order to familiarize the reader with the subject of discussion and, after that, some business cases will illustrate how the use of this feature may enhance the outbound logistics operation, culminating in the statement that Supply Chain Management positively influences the outbound logistics. Key Words: Supply Chain Management, Information Systems, Outbound Logistics. Apoio: 24/4/2009 V
  • 6. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG SUMÁRIIO SUMÁR O 1 Introdução ............................................................................................................... 14 1.1. Objetivos Gerais e Específico .......................................................................... 21 1.2. Relevância e Justificativa ................................................................................. 21 1.3. Método de trabalho e Resultados esperados ................................................. 22 2 Embasamento Teórico ............................................................................................ 23 2.1. Integração entre Organizações ....................................................................... 23 2.2. A Logística Geral e os Sistemas Logísticos ....................................................... 27 Definição................................................................................................................. 27 Histórico, Evolução e Importância atual ................................................................ 28 A Logística e a Tecnologia da Informação .............................................................. 31 2.3. Sistemas de Informações Gerenciais (SIG’s) ................................................... 33 Sistemas Integrados de Gestão .............................................................................. 33 Sistemas de Apoio a Decisão (SAD’s) ..................................................................... 39 Sistemas de Informação Gerenciais x Sistemas de Apoio a Decisão ...................... 43 3 Supply Chain Management e a Logística de Distribuição ....................................... 44 3.1. Supply Chain Management: O Conceito ......................................................... 44 Histórico e Definição .............................................................................................. 44 Conceitos Básicos ................................................................................................... 48 Modelos para Supply Chain .................................................................................... 59 3.2. Supply Chain Management: O SAD ................................................................. 75 Dos Sistemas ERP aos sistemas SCM ...................................................................... 75 Apoio: 24/4/2009
  • 7. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Sistemas SCM – Ferramenta de Apoio à Decisão ................................................... 77 Sistemas SCM – Principais Funcionalidades ........................................................... 81 Sistemas SCM – Soluções de mercado ................................................................... 91 4 Estudo(s) de caso(s)................................................................................................. 93 4.1. Distribuidora Z de bens de consumo – Somente com SAP ECC (ERP) ............. 93 Estrutura organizacional......................................................................................... 94 Sistemas e recursos de TI utilizados para Supply Chain ......................................... 95 Solução Supply Chain desenvolvida no ERP ........................................................... 96 Críticas a ferramenta .............................................................................................. 99 4.2. Caso Embraco – ECC (ERP) e SCM SAP .......................................................... 101 Histórico e posicionamento no mercado ............................................................. 102 Supply Chain global da EMBRACO ........................................................................ 102 2003: Desafios do Negócio ................................................................................... 103 O Projeto OTD: Estruturando os processos do Supply Chain ............................... 104 A implementação do S&OP na Europa: O primeiro passo ................................... 105 Implementando o planejamento tático integrado (S&OP) e de curto prazo nas Américas ............................................................................................................... 106 A estruturação e implementação do Order Fulfillment na Europa ...................... 107 A última cadeia de operações: os desafios da implementação na Ásia ............... 107 Resultados expressivos para o negócio ................................................................ 108 Próximos passos: A integração global do planejamento de operações e o alinhamento com estratégias lean de manufatura .............................................. 110 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a |7
  • 8. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 4.3. A Importância do SCM como Sistema – Analisando os casos: Impactos Positivos e Negativos na Logística de Distribuição ................................................. 110 4.4. Projetando a aplicação do SCM a Distribuidora Z ......................................... 113 5 Conclusão .............................................................................................................. 114 5.1. Considerações Finais ..................................................................................... 115 6 Bibliografia ............................................................................................................ 117 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a |8
  • 9. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG ÍÍNDIICE DE IILLUSTRAÇÕES ND CE DE USTRAÇÕES FIGURA 1: COMPLEXIDADE DA GESTÃO ................................................................................................................ 15 FIGURA 2: EXEMPLO DE EMPRESAS OPERANDO COM A CADEIA DE VALOR .................................................................... 16 FIGURA 3: COMPLEXIDADE DE OPERAÇÕES ........................................................................................................... 18 FIGURA 4: FRAMEWORK DA CADEIA DE VALOR...................................................................................................... 23 FIGURA 5: A LOGÍSTICA EMPRESARIAL (SIMPLIFICADO) ........................................................................................... 30 FIGURA 6: EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO........................................................................................... 33 FIGURA 7: SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAIS (SIG'S) ..................................................................................... 35 FIGURA 8: ESTRUTURA CONCEITUAL DOS SISTEMAS ERP E SUA EVOLUÇÃO DESDE O MRP ............................................. 36 FIGURA 9: SISTEMAS DE APOIO A DECISÃO ........................................................................................................... 40 FIGURA 10: EXEMPLO DA RELAÇÃO ENTRE OS SIG E OS SAD ................................................................................... 43 FIGURA 11: PRINCIPAIS COMPONENTES DA CADEIA DE SUPRIMENTOS ....................................................................... 49 FIGURA 12: DETALHAMENTO DOS PRINCIPAIS COMPONENTES DO SCM ..................................................................... 49 FIGURA 13: MODELO PARA CADEIA DE SUPRIMENTOS............................................................................................ 51 FIGURA 14: EXEMPLO DE CADEIA DE SUPRIMENTOS............................................................................................... 58 FIGURA 15: VISÃO DO SCOR SOBRE MODELOS DE REFERÊNCIA ............................................................................... 63 FIGURA 16: ABRANGÊNCIA DO MODELO SCOR - DO FORNECEDOR DO FORNECEDOR AO CLIENTE DO CLIENTE.................... 64 FIGURA 17: SUBDIVISÃO DOS PROCESSOS ............................................................................................................ 66 FIGURA 18: NÍVEIS DE DETALHAMENTO DO MODELO SCOR (TRADUZIDO) ................................................................. 67 FIGURA 19: SCM FRAMEWORK ......................................................................................................................... 68 FIGURA 20: OS 8 PROCESSOS DO FRAMEWORK DO MODELO DO GSCF ...................................................................... 70 FIGURA 21: TIPOS DE RELACIONAMENTO NO MODELO DO GSCF .............................................................................. 72 FIGURA 22: A EVOLUÇÃO DOS SI'S ATÉ O SCM ATUAL............................................................................................ 76 FIGURA 23: A RELAÇÃO ENTRE O SCM E O ERP .................................................................................................... 77 FIGURA 24: POSSÍVEIS NÍVEIS DE HIERARQUIA ENVOLVIDOS NAS ATIVIDADES DE PLANEJAMENTO ..................................... 79 FIGURA 25: MODELOS DE REFERÊNCIA PARA SCM ................................................................................................ 80 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a |9
  • 10. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG FIGURA 26: MODELO DE REFERÊNCIA PARA OS SISTEMAS INTEGRADOS DE INFORMAÇÃO PARA SCM ............................... 82 FIGURA 27: PERCENTUAL DE IMPLANTAÇÃO POR SEGMENTOS DE APLICAÇÃO EM SCM ................................................. 92 FIGURA 28: ESTRUTURA DA SOLUÇÃO SAP SCM .................................................................................................. 93 FIGURA 29: ESTRUTURA DISTRIBUIDORA / PRODUTORA SIMPLIFICADA ...................................................................... 95 FIGURA 30: AUTOMAÇÃO DO ABASTECIMENTO DA DISTRIBUIDORA ........................................................................... 97 FIGURA 31: TELAS DA SOLUÇÃO DESENVOLVIDA PARA A DISTRIBUIDORA .................................................................... 99 FIGURA 32: ESCOPO DA SOLUÇÃO ADOTADA PARA DISTRIBUIDORA.......................................................................... 100 FIGURA 33: O EFEITO CHICOTE (BULLWHIP EFFECT) .............................................................................................. 100 FIGURA 34: SUPPLY CHAIN DA EMBRACO ........................................................................................................ 103 FIGURA 35: EVOLUÇÃO DOS NÍVEIS DE ESTOQUE ................................................................................................. 109 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 10
  • 11. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG ÍÍNDIICE DE TABELLAS ND CE DE TABE AS TABELA 1: MARKET SHARE DE SOFTWAREHOUSES PARA SCM .................................................................................. 20 TABELA 2: EVOLUÇÃO DOS SISTEMAS DE GESTÃO EMPRESARIAL ............................................................................... 37 TABELA 3: OS 7 PRINCÍPIOS DO SUPPLY CHAIN MANAGEMENT................................................................................. 57 TABELA 4: COMPARATIVO GSCF X SCOR ............................................................................................................ 74 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 11
  • 12. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG LIISTA DE SIIGLLAS L STA DE S G AS AIS Arquitetura Integrada de Sistemas APO Advanced Planner and Optimizer APS Advanced Planning and Scheduling ATO Assembly To Order ATP Available-to-Promise BI Business Intelligence CAE Computer Aided Engineering CAD Computer Aided Design CAM Computer Aided Manufacturing CIM Computer Integrated Manufacturing CRM Customer Relationship Management DSS Decision Support Systems (SAD em Português) DM Data Mining DRP Distribution Resource Planning DW Data Warehouse EAI Enterprise Application Integration ECR Efficient Consumer Response EDI Electronic Data Interchange EIS Enterprise Information System ERP Enterprise Resource Planning ERM Employee Relationship Management ES Enterprise Systems EVA Economic Value Added JIT Just- in-Time MES Manufacturing Execution System MIS Management Information System (SIG em Português) MPS Master Production Schedule (PMP em Português) MRP Material Requirements Planning Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 12
  • 13. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG MRPII Manufacturing Resources Planning MTO Make To Order MTS Make To Stock OTD Order To Delivery OTIF On Time In Full PCP Planejamento e Controle da Produção PDM Product Development Management PLM Product Lifecycle Management PMP Planejamento Mestre da Produção SAD Sistemas de Apoio a Decisão SAE Sistemas de Apoio ao Executivo SCM Supply Chain Management SCOR Supply Chain Operation Reference Model SIG Sistemas Integrados de Gestão SIT Sistemas de Informação Transacionais SLA Service Level Agreement SOP Sales Operation Planning SRM Supplier Relationship Management TI Tecnologia da Informação TOC Theory of Constraints Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 13
  • 14. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 1 INTRODUÇÃO Com o final do século passado e o decorrer da chamada “Era da Informação” o mundo experimentou e absorveu um fenômeno chamado Globalização. Com a maior mudança já sofrida em todos os tempos, na qual o mercado e o raio de ação das organizações passaram a ser muito mais abrangentes, criou-se uma grande necessidade de adaptação ao novo ambiente instalado. Com este grande aumento no escopo de ação destas organizações, houve a intensificação da necessidade de entregas de produtos nas mais diversas localidades onde os clientes se encontravam, Assim como a disponibilidade de fornecedores, com condições vantajosas (preços, tecnologia etc.) passou também a ser extremamente abrangente. Apesar da abertura de novos mercados e disponibilidade de novos insumos, o antigo modelo de “comprar o mais barato no momento” ou “apertar o fornecedor” para obtenção de ganhos passou a não ser uma prática mais tão simples quanto antes. O cliente agora exige mais qualidade e preço baixo, afinal a oferta neste momento é muito maior, o mercado é o mundo. Além disso, os bons fornecedores passam a atender preferencialmente aqueles clientes que pagam um preço melhor por seus produtos / serviços. Assim, tornou-se imprescindível conhecer cada vez mais o cliente para saber quais as suas reais necessidades e desejos, pois desta forma é possível saber o que oferecer no momento certo em meio às tantas ofertas do mercado. Da mesma forma tornou-se inevitável conhecer melhor o fornecedor, sabendo que o mesmo poderá suprir os insumos corretos com valor e prazo compatível a operação da organização. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 14
  • 15. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 1 Figura 1: Complexidade da gestão A integração entre as organizações passou a ser um grande diferencial em um mercado extremamente competitivo como o atual. Baseado no conceito da Cadeia de Valor, criado por Michael Porter2, diversos especialistas3, ao entender que o conceito de Cadeia de Valor era insuficiente para representar um ambiente complexo como o atual, desenvolveram o conceito de Redes de Valor (Value Network), demonstrando a importância de possuir uma rede de stakeholders4 com valores que supram as necessidades da organização. 1 Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1 2 A cadeia de valor é um conceito de Michael Porter apresentado no livro Competitive Advantage no qual ele demonstra um framework de valores principais e de apoio de uma organização, junto ao conceito das 5 forças de Porter. 3 Clayton Christensen, Fjeldstad and Stabells, Normann and Ramirez, Verna Allee entre outros compartilham a visão sobre a importância das organizações em rede e suas cadeias de valores. 4 Stakeholder (em português, parte interessada ou interveniente), é um termo que refere-se a qualquer pessoa ou entidade que afeta ou é afetada pelas atividades de uma organização. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 15
  • 16. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 5 Figura 2: Exemplo de empresas operando com a cadeia de valor Resumidamente podemos colocar que o modelo das organizações em redes permite que haja uma grande integração entre as organizações em diversos aspectos, uma vez que as mesmas podem conhecer os valores de seus pares anteriores e posteriores no processo da cadeia. Uma vez colocado este novo modelo atual de organizações em redes, surge a necessidade de uma logística de operação robusta que permita suportar a execução desta operação altamente complexa e sincronizada. Para atender um mercado extremamente competitivo, o conhecimento de fornecedores e clientes é um diferencial de grande relevância para as organizações. Com a disseminação dos estabelecimentos virtuais, operando através da modalidade de ecommerce6, portais de procurement7, entre outros, a logística se tornou mais do que nunca um grande diferencial competitivo. Neste novo ambiente integrado, a distribuição de 5 Fonte: http://www.proofofvaluenetwork.com 6 Comércio eletrônico 7 Ambientes virtuais onde se ofertam e compram produtos e insumos, compreendendo diversas organizações (1-n e n-n) Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 16
  • 17. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG mercadorias aos clientes não deve ser somente geograficamente ampla ou regionalmente eficiente (com freqüência garantida), mas há de ser também extremamente rápida e flexível para acompanhar a demanda dos stakeholders envolvidos na rede de valor, permitindo o fluxo contínuo de andamento desta. Quanto ao local de armazenagem e de industrialização dos produtos não basta somente estar localizado em um ambiente protegido ou seguro, este deve ser estrategicamente localizado de forma a garantir a agilidade e a velocidade da distribuição. Ao transporte, nesta nova configuração, não basta ter segurança e confiabilidade somente, os custos envolvidos devem ser baixos e a entrega rápida. Imagine as operações de recebimento, processamento e distribuição envolvidas na logística de cada organização para um ambiente como o atual, com altos graus de exigência. Agora extrapole o controle de toda esta operação logística, operando de forma síncrona entre cada componente da rede de valor. O que temos em mente no momento seria seguramente um ambiente caótico com operações travadas e atrasos caso não houvesse um grande auxílio da tecnologia para que seja possível orquestrar toda essa movimentação com a confiabilidade necessária e prazos sincronizados. Hoje possuímos em todas as grandes organizações sistemas de planejamento dos recursos empresariais (ERP’s8) que controlam toda a parte contábil, fiscal e logística da operação. Estes sistemas trouxeram um grande ganho e agilidade aos processos internos das empresas, porém foram concebidos com o intuito de controlar custos e contabilizações. 8 Enterprise Resource Planning. Amplamente difundidos estes tipos de sistemas permitem efetuar a gestão integrada das operações internas de uma ou mais organizações, além de facilitar a comunicação com sistemas externos. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 17
  • 18. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Apesar de terem desenvolvido bem seus módulos9 logísticos, estes atendem bem quando o escopo é a operação de uma empresa, porém ao extrapolarmos a amplitude para um ambiente que opera em rede, os mesmos não atendem satisfatoriamente a complexidade da operação. Como exemplo imagine a complexidade que possui a logística de distribuição de uma organização distribuidora de produtos de bens de consumo. Para atender as exigências de mercado, uma vez inserida em uma rede, torna-se necessário, além de controlar suas atividades, efetuar o papel de coordenadora das interações entre os stakeholders da rede. 10 Figura 3: Complexidade de operações Imagine que nesta operação extremamente complexa, cada componente da rede possua um sistema ERP e que estes tenham que interagir entre eles. Uma vez que são ferramentas operacionais e permitem interações com sistemas externos, é possível com alguns desenvolvimentos efetuar uma integração entre eles. Com a rede operando integrada é possível agilizar processos e troca de informações, porém, lembrando que os ERP’s são sistemas desenvolvidos para efetuar transações operacionais, como podemos decidir se para a rede é mais interessante produzir o produto X 9 Conjunto de operações de uma área. Ex.: Compras, Vendas, Contabilidade etc. 10 Adaptado de http://www.eil.utoronto.ca/iscm-descr.html Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 18
  • 19. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG na fábrica A ou na fábrica B, levando em conta a disponibilidade de insumos e prazo de entrega dos fornecedores α e β e os anseios e necessidades dos clientes 1 e 2? Percebe-se que a operação torna-se extremamente complexa para ser gerenciada pela Distribuidora (no papel de coordenadora), por mais integrações que existam entre os sistemas ERP de cada organização. Para este cenário torna-se necessária a implantação de uma ferramenta analítica que possa atuar de forma integrada com cada sistema de gestão da rede, permitindo que este exerça o papel que lhe é cabido: executar, agilizar e facilitar a operação; deixando o papel de coordenação para um sistema analítico. Hoje existem os mais diversos tipos de sistemas de análise e planejamento, cada um com seu foco, seja ele no cliente (CRM11), no fornecedor (SRM12), na cadeia de abastecimento / demanda (SCM), entre outros. As opções no mercado de fornecedores de software de gestão ainda são restritas, porém bem maduras devido ao desenvolvimento de aplicativos específicos (agora transformados em ferramenta) ao longo dos anos. É possível através do gráfico abaixo identificar os principais fornecedores e verificar que as grandes softwarehouses13 do mercado estão tendo um maior crescimento conforme a disseminação da ferramenta. Em contrapartida a grande parte dividida em “Outros” está diminuindo, demonstrando que os aplicativos específicos estão perdendo mercado para os conjuntos de ferramentas oferecidos pelos principais players. 11 Customer Relationship Management – Gerenciamento do relacionamento com o cliente 12 Supplier Relationship Management – Gerenciamento do relacionamento com o fornecedor 13 Produtores de software Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 19
  • 20. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Market Share SCM 2006 2007 52,50% 56,80% 22,40% 16,00% 20,00% 14,90% 3,90% 2,70% 2,60% 2,70% 3,00% 2,70% SAP Oracle JDA Software Ariba Manhatan Ass. Outros Vendas Market Share Vendas Market Share Empresa Crescimento 2007 (Us$ mil) 2007 2006 (Us$ mil) 2006 SAP 1.334,40 22,40% 1.011,60 20,00% 31,90% Oracle 955,20 16,00% 757,50 14,90% 26,10% JDA Software 229,60 3,90% 137,20 2,70% 67,40% Ariba 160,30 2,70% 150,70 3,00% 6,30% Manhatan Ass. 152,20 2,60% 134,60 2,70% 13,00% Outros 3.131,50 52,50% 2.878,50 56,80% 8,80% Total 5.963,20 100,00% 5.070,10 100,00% 17,60% 14 Tabela 1: Market Share de softwarehouses para SCM Colocados os pontos discutidos até o momento, podemos identificar a relevância da discussão sobre a ferramenta de Supply Chain Management (SCM), voltada à logística de distribuição. Para facilitar o entendimento da aplicação e apresentação dos benefícios proporcionados pela aplicação desta ferramenta analítica iremos tomar como exemplo casos voltados a distribuidora de bens de consumo que utilizam a solução líder de mercado para grandes organizações atualmente. 14 Fonte: Gartner (Maio, 2008). Obtido em http://www.sdcexec.com Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 20
  • 21. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 1.1. OBJETIVOS GERAIS E ESPECÍFICO Objetivos Gerais: Apresentar os benefícios que um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos pode proporcionar à logística de saída com foco em organizações que são distribuidoras de bens de consumo. Objetivos Específicos: Permitir ao leitor conhecer a fundo os benefícios e perdas que um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos (SCM - Supply Chain Management) pode trazer a distribuição de organizações que trabalham com bens de consumo. 1.2. RELEVÂNCIA E JUSTIFICATIVA A crescente necessidade de integração entre as cadeias de organizações em busca de ganho competitivo vem fazendo com que a gestão da cadeia de suprimentos torne-se uma ferramenta praticamente indispensável no conjunto de aplicações de grandes organizações e de seus stakeholders. Desta forma o tema torna-se relevante pela atualidade e pela crescente utilização nas mais diversas organizações e setores da indústria. Os ganhos relatados pelos usuários desta ferramenta de gestão desperta cada vez mais o interesse das cadeias de organizações em possuir uma integração em prol do benefício mútuo. O SCM (Supply Chain Management) vem sendo considerado a evolução dos módulos de logística, que previamente eram contemplados em aplicações específicas ou em sistemas ERP (Enterprise Resource Planning), que vem se mostrando insuficientes em ambientes extremamente complexos. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 21
  • 22. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Além disso, como especialista no módulo de Logística na ferramenta de ERP da SAP, o tema desperta interesse pessoal e dos profissionais de logística devido à ligação direta com a solução de sistemas de gerenciamento voltados à área. O fato deste estudo ser especificamente voltado a empresas de distribuição de bens de consumo, seguramente despertará o interesse dos stakeholders envolvidos em cadeias de organizações semelhantes. 1.3. MÉTODO DE TRABALHO E RESULTADOS ESPERADOS O estudo estará estruturado de forma que seja apresentado um embasamento teórico, visando situar melhor o leitor em meio ao assunto que será tratado, seguido da apresentação de casos onde a aplicação da ferramenta proporcionou ganhos à logística de distribuição em comparação com um caso onde não houve a aplicação da ferramenta. Por fim o estudo tem como objetivo corroborar com a afirmação de que os sistemas de Supply Chain Management influenciam positivamente a logística de saída e trazem ganhos a distribuição para o cliente. Como premissa ao leitor, relacionada ao texto que este encontrará, o objeto de estudo deste trabalho não é demonstrar em detalhes os algoritmos de cálculo utilizados para calcular previsões de demanda, abastecimento, entre outros e sim apresentar os recursos disponibilizados nestes sistemas e quais as razões da aplicação destes nas organizações podem trazer diversos benefícios à logística de distribuição. Espera-se que ao final do estudo o leitor possa conhecer genericamente o funcionamento de um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos e suas aplicações na logística de distribuição, além de constatar que o sistema de distribuição das organizações é diretamente beneficiado através de uma integração entre organizações, através de um sistema de gerenciamento da cadeia de suprimentos. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 22
  • 23. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 2 EMBASAMENTO TEÓRICO 2.1. INTEGRAÇÃO ENTRE ORGANIZAÇÕES Antes de entendermos o conceito de Cadeia de Abastecimento (Supply Chain) torna-se necessário construir um modelo mental de como a relação entre as organizações se dá no mundo atual. Uma representação aceita mundialmente e amplamente utilizada para representar uma organização é Cadeia de Valor, apresentada por Michael Porter em seu livro Competitive Advantage (1985). O framework da Cadeia de Valor é um modelo que permite analisar atividades específicas pelas quais as organizações podem criar valor e vantagem competitiva. Porter divide o modelo em Atividades Primárias e Atividades de apoio para representar uma organização. 15 Figura 4: Framework da Cadeia de Valor ATIVIDADES PRIMÁRIAS Logística de Compras (Inbound Logistics): Inclui recebimento, armazenamento, gerenciamento de estoque e gerenciamento de transportes. 15 Extraído de http://www.valuebasedmanagement.net/methods_porter_value_chain.html, baseado no livro de Michael E. Porter - Competitive Advantage: Creating and Sustaining Superior Performance Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 23
  • 24. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Operações - Produção (Operations): Inclui maquinário, embalagem, montagem, manutenção de equipamentos, testes e outras atividades de criação de valor que transformam os insumos em produto acabado. Logística de Distribuição (Outbound Logistics): Atividades que são necessárias para levar o produto acabado até ao cliente: gerenciamento de armazém, atendimento de pedidos, transporte e gerenciamento da distribuição. Marketing e Vendas (Marketing and Sales): As atividades associadas a trazer os clientes à compra dos produtos, incluindo a seleção do canal de vendas, propaganda, promoção, vendas, precificação, varejo etc. Serviços (Service): As atividades que mantém e melhoram o valor do produto, incluindo atendimento ao cliente, serviços de reparo, instalação, treinamento, gerenciamento de peças de reposição, melhorias etc. ATIVIDADES DE APOIO Compras – Aquisição (Procurement): Cotação e compra de insumos, serviços, peças de reposição, imóveis, máquinas etc Desenvolvimento de tecnologia (Technology Development): Inclui o desenvolvimento de tecnologia para apoiar as atividades da cadeia de valor, assim como pesquisa e desenvolvimento, automação de processos, desenho e redesenho. Gerenciamento de recursos humanos (Human Resource Management): As atividades associadas com recrutamento, desenvolvimento (educação), retenção e recompensa de empregados e gerentes. Infraestrutura (Firm Infrastructure): Inclui gerenciamento geral, planejamento, direito, finanças, contabilidade, relações públicas, gerenciamento da qualidade etc. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 24
  • 25. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Ao separar uma organização por suas atividades de relevância estratégica, torna-se é possível ter uma visão geral de cada componente, permitindo traçar seus valores e identificar possíveis ajustes a serem feitos. Representar uma organização através da Cadeia de Valor nos permite ter de forma sintética o conjunto de produtos, serviços e benefícios que esta pode oferecer. Com a complexidade do ambiente atual, surgiu a necessidade de existir uma melhor representação que pudesse contemplar não somente a organização e seus relacionamentos internos e externos, mas sim um conjunto de organizações e como estes se relacionam entre si em um mesmo ambiente. O conceito de redes de valor vai além de analisar a organização como uma única cadeia de valor, propondo que existem conjuntos internos e externos de valores à uma ou mais organizações que compartilhem um mesmo modelo de negócio. Segundo Clayton Christensen, redes de valor são "O conjunto dos fornecedores, canais para o mercado e colaboradores que apóiam um mesmo modelo de negócio dentro de uma indústria. Quando prováveis perturbadores entram em uma rede de valor existente, estes devem adaptar os seus modelos de negócios conforme a rede de valor atual e, portanto, não causar perturbação porque estes se tornam co-optados." Freqüentemente, as Redes de Valor são consideradas por compor grupos de empresas que trabalham em conjunto para produzir e distribuir um produto ao cliente. As relações entre os clientes de uma única organização são exemplos de como redes valor pode ser encontradas em qualquer organização. As empresas podem acessar os seus clientes diretamente, como, por exemplo, através do telefone ou indiretamente através da combinação os recursos próprios ou dos clientes juntos. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 25
  • 26. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG O objetivo das redes de valor é gerar benefícios para todos stakeholders envolvidos na rede. O valor do conhecimento intangível dentro destas redes é tão importante como um valor monetário. Com o propósito de obter sucesso uma rede deve compartilhar o conhecimento de forma que as melhores situações ou oportunidades possam ser criadas para seus componentes, ou seja, uma rede deve trabalhar alinhada de forma que o propósito de obter um resultado conjunto tenha prioridade em relação ao resultado individual. Segundo Fleury16, existem dois tipos de integração entre empresas, a serem considerados: integração através de Redes e integração através das Cadeias Produtivas. A diferença entre as duas está diretamente relacionada com o poder de barganha, o qual estabelece os papéis dos participantes e as regras para as operações integradas. As Cadeias Produtivas são comandadas por empresas que estabelecem as regras de formação e apropriação de valores. De uma forma geral este tipo de configuração envolve questões de poder. Ex. a Cadeia da indústria automobilística. As Redes envolvem parcerias entre empresas que tem o mesmo poder de barganha e interesses e competências complementares. Como exemplo citamos as parcerias entre empresas da área de petróleo e seus prestadores de serviços na área de engenharia. Neste caso, no desenvolvimento de tecnologias específicas, as companhias de petróleo contam com seus parceiros especializados e em geral estabelecem parcerias de longo prazo. Este conceito será complementar a outros que se seguirão ao longo deste estudo e deve ser considerado de suma importância para a boa prática do gerenciamento da cadeia de suprimentos e distribuição de mercadorias. 16 FLEURY, Afonso - The changing pattern of Operations Management In developing countries Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 26
  • 27. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 2.2. A LOGÍSTICA GERAL E OS SISTEMAS LOGÍSTICOS Definição Ultimamente a palavra Logística tem sido associada apenas para indicar a movimentação de mercadorias (transporte). Porém, como podemos verificar nas definições abaixo, o termo Logística representa muito mais do que somente mera movimentação de bens e insumos. Segundo o dicionário Aurélio, o termo Logística vem do francês Logistique, explicando este como "a parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realização de: projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, transporte, distribuição, reparação, manutenção e evacuação de material para fins operativos ou administrativos". Segundo Ballou (1993, p.24): “A logística empresarial trata de todas atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de produtos desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviço adequados aos clientes a um custo razoável.” Uma definição um pouco mais atual, já integrada à gestão da cadeia de Suprimentos, é a do CSCMP: “Gerenciamento Logístico é aquela parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implanta e controla o eficiente, eficaz fluxo de saída e reverso e a armazenagem de Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 27
  • 28. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG mercadorias, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo, a fim de satisfazer os requisitos dos clientes.”17 Histórico, Evolução e Importância atual Desde a antiguidade a Logística faz parte da História da humanidade e das organizações. Naquela época era necessário que os habitantes vivessem próximos as fontes de suprimentos, pois os recursos de armazenagem e transporte eram escassos, devido a limitação tecnológica. Na Grécia, por volta do século III a.C., a Logística era conceituada como a arte de calcular (aritmética aplicada). Já no inicio do século XVII, na França, o conceito logístico foi introduzido ao mundo através da guerra. Devido às crescentes dificuldades operacionais (posicionamento, transporte etc), os franceses criaram a patente de General de Lógis (do verbo francês Lôger, que significa alojar) para coordenar as ações relacionadas às operações da guerra. Apesar da extrema importância do assunto, só no inicio do século XIX, a Logística foi reconhecida do ponto de vista acadêmico, passando a ser estudada como ferramenta estratégica e introduzida nas organizações, após algumas modificações, do conceito original. CHING18 relata em sua obra que até 1950 as atividades da logística estavam dispersas pelas mais diversas áreas. Com a falta de uma área específica, os conflitos eram constantes, uma vez que nenhum departamento preocupava-se em tratar toda a operação e sim somente a parte que lhe era competente. O desenvolvimento real da área ocorreu somente quando a área de Marketing começa a ganhar destaque, voltando a área de produção para o consumidor. 17 Definição de gerenciamento logístico do Council of Supply Chain Management Professionals 18 CHING, Hong Yuh. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada – Supply chain (1999, p.20-25) Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 28
  • 29. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Após a Segunda Guerra Mundial, as organizações, com o mercado em recessão foram forçadas melhorar a produtividade, além de reduzir os custos. Devido a esta necessidade, a área de logística passou a ganhar destaque, pois permitia a otimização de custos, através de seus controles. Em meados à década de 1970, a logística já estava implantada em diversas organizações, porém ainda visando somente a redução de custos e não a otimização de processos. A evolução da logística continuou desenvolvendo-se através das décadas. Em 1980, a logística possuía apenas foco nas metodologias e modais de transportar, e armazenar. Daí surge o errôneo estigma que perdura até a presente data, resumindo de forma simplista logística a transporte. Já na década de 1990, a abrangência da logística começa a tomar a forma atual, pois através dos cálculos iniciou-se a geração de conhecimento científico, dos estudos das relações, dispersões e movimentos etc.; voltados à Administração de Materiais, Distribuição, Movimentação e Armazenagem de Produtos. Com o passar dos anos e o desenvolvimento dos mercados as organizações passaram a se preocupar com a gestão de suprimentos, de forma a aperfeiçoar seus processos. Em um ambiente muito mais complexo e amplo, com foco em Controle, Planejamento, Tecnologia da Informação, Finanças e Serviço ao Cliente. Todas essas evoluções, aliadas ao processo de globalização, trouxeram novos desafios para as organizações, introduzindo o conceito de Logística Integrada que proporciona trabalhar em uma operação complexa no mercado competitivo do mundo globalizado. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 29
  • 30. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 19 Figura 5: A Logística Empresarial (Simplificado) No Brasil, a Logística surgiu apenas no inicio da década de 1980, após a explosão da Tecnologia da Informação através de algumas associações que tinham a difícil missão de disseminar este novo conceito, voltado para as organizações. Apesar da grande divulgação e a reconhecida importância do tema em um país de dimensões grandes como o Brasil, somente ao final da década de 1990 surgiram as graduações e especializações e até mesmo os cursos de aperfeiçoamentos na área especifica. Mesmo com a evolução da logística no país, ainda hoje são mais utilizadas as experiências práticas que o conhecimento cientifico. Porém estas práticas mostram-se insuficientes para atender o mercado competitivo e exigente, ávido pela excelência e a eficácia no atendimento. Podemos afirmar que seguramente que o ponto mais vulnerável na Logística atualmente é o capital humano, que apesar do conceito, relativamente novo no Brasil, em função do pouco tempo, foi menos desenvolvido, que as tecnologias. As organizações chegam a ponto de ruptura do desenvolvimento por falta destes profissionais. Exaltando a importância da área podemos dizer que a Logística, por ser uma grande controladora de diversas operações, é ainda a principal iniciativa de redução de custo de uma organização. Hoje é difícil se pensar em otimização dos recursos (produtividade) e redução de 19 FONTE: Adaptado de Ballou (1993) Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 30
  • 31. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG custos sem que não se pense em Logística antes, daí a necessidade de aliar conhecimento, habilidade, tecnologia e capital humano qualificado para planejar e operar este componente tão importante das organizações e que cada vez mais ultrapassa o limite de uma organização, integrando-se a rede. A Logística e a Tecnologia da Informação Apesar da informação sempre ter sido um elemento de vital importância nas operações logísticas, com as possibilidades oferecidas atualmente pela tecnologia, ela está impulsionando também a estratégia competitiva da logística. Com o desenvolvimento do conceito do MRP, MRP II e sua evolução para os Sistemas de Informações Gerenciais (SIG), mais popularizados pelos ERP’s, a operação da Logística ganhou agilidade na apuração de custos e controle da operação. Segundo BALLOU (1993, p.278), “Os sistemas de informações gerenciais referem-se a todo equipamento, procedimentos e pessoal que criam um fluxo de informações utilizadas nas operações diárias de uma organização e no planejamento e controle global das atividades da mesma”. Seguindo, BALLOU (1993, p.279) segue especificando que os sistemas de informações logísticos são um subsistema do SIG com as “informações especificamente necessárias a administração logística”. Para BOWERSOX e CLOSS (2001, p.176) as necessidades de informações logísticas podem ser divididas em quatro níveis funcionais dentro da empresa: Nível transacional, que diz respeito ao registro das atividades logísticas individuais e consultas; Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 31
  • 32. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Nível de controle gerencial que está relacionado a avaliação de desempenho e elaboração de relatórios; Nível de análise de decisão que utiliza a informação para identificar, avaliar e comparar alternativas logísticas táticas e estratégicas; e Nível de planejamento estratégico que trata a estratégia logística, o qual envolve a definição de metas, políticas e objetivos, decidindo a estrutura logística global. Podemos ainda complementar esta relação entre a Tecnologia da Informação e a Logística falando de sistemas específicos, complementares ou substitutos a módulos dos ERP’s, como, por exemplo: Sistemas de WMS´s (Warehouse Management Systems ou Sistemas de Gerenciamento de Armazém) - utilizado para controlar e otimizar a movimentação de mercadorias; Os sistemas de Rastreamentos (tecnologia embarcada) - utilizado para rastrear as unidades móveis de diversos tipos modais; Roterizadores – utilizados para otimizar as rotas, proporcionando a menor dispersão de tempo e quilometragem possível; Etiquetas RFID (Radiofrequency Identification Data ou Identificação Via Radiofreqüência) – Conhecido também como etiquetas inteligentes, utilizado para comunicação e identificação de produtos, via rádio freqüência, bem como a separação de mercadorias por comando de voz, que utiliza a tecnologia RFID; RFDC - Radiofrequency Data Collection ou Coleta de Dados por Radiofreqüência; Entre outros. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 32
  • 33. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 2.3. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS (SIG’S) Sistemas Integrados de Gestão Os Sistemas de Informação (Information Systems) são aqueles que efetuam o tratamento do processo de coleta, armazenamento, processamento e recuperação da informação. Um SI pode ser composto por um único computador ou por vários. Para LAUDON & LAUDON (2004), Sistemas de Informação são o “Conjunto de componentes inter-relacionados, trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e outras organizações” 20 Figura 6: Evolução dos Sistemas de Informação 20 Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 33
  • 34. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Como podemos ver na Figura 6, os Sistemas de Informação vem sofrendo evoluções constantes desde a década de 1950. Baseados no artigo publicado por LUPPI (2008)21 podemos dizer que devido à existência de diferentes interesses, especialidades e níveis em uma organização, são necessários diversos tipos de sistemas de informação, pois nenhum sistema individual pode atender todas as necessidades de uma organização. Este define a classificação destes em principais tipos de sistemas em: Sistemas do nível operacional: prover apoio a gerentes operacionais, tais como vendas, controle de estoque, faturamento, etc.; Sistemas do nível de conhecimento: envolvem as estações de trabalho e automação de escritório a fim de controlar o fluxo de documentos, como por exemplo, sistemas de correio eletrônico e gerenciamento de documentos; Sistemas do nível gerencial: tem como função atender atividades de monitoração, controle, tomada de decisões e procedimentos administrativos dos gerentes intermediários; e Sistemas do nível estratégico: Permitem a diretoria analisar questões e tendências, tanto no ambiente externo como interno a empresa, tais como análise de tendências de vendas, planejamento de operações a longo prazo, planejamento de curvas de lucro e investimento. Uma vez aplicados a uma organização inserida no mercado de negócios, este tipo de sistema passa a basicamente prover suporte de seus processos e operações, suporte em suas estratégias e suporte no apoio às tomadas de decisões. 21 Iria Luppi, Tipos de Sistemas de Informação na empresa. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 34
  • 35. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Para CAMEIRA (2003, p. 105) Sistemas de Informação Gerencial ou simplesmente SIG (MIS – Management Information System)22 são “O conjunto de sistemas que manipulam, diretamente, as informações que são tratadas e utilizadas pelos processos de negócio da empresa e desta com seus fornecedores,clientes e colaboradores (parceiros, empregados, etc.)...”. 23 Figura 7: Sistemas de Informação Gerenciais (SIG's) Voltando a Figura 6, onde colocávamos a evolução dos SIG’s em uma linha do tempo, podemos verificar que conforme as exigências do mercado aumentavam, novos tipos de sistemas eram exigidos. A indústria foi uma das principais responsáveis por essa evolução, ao passar pelos modelos de planejamento de materiais (MRP – Materials Requirements Planning), planejamento de produção (MRP II – Manufacturing Resources Planning), aliados a necessidade de integração das diversas áreas da empresa. Com isso surge uma nova classe de SIG, denominada ERP (Enterprise Resource Planning), ou seja, Planejamento dos Recursos Empresariais. 22 Apenas como conhecimento adicional DAVENPORT (2000) – apud. CAMEIRA 2003 – referencia-se aos Sistemas Integrados de Gestão simplesmente como Sistemas Empresariais (Enterprise Systems - ES) 23 Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 35
  • 36. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG 24 Figura 8: Estrutura conceitual dos sistemas ERP e sua evolução desde o MRP CHOPRA e MEINDL (2003) definem ERP como sistemas que fornecem rastreamento e visibilidade global da informação de qualquer parte da empresa e de sua Cadeia de Suprimentos, possibilitando desta forma tomar decisões inteligentes. Seguindo estes complementam sua definição afirmando que o ERP é um sistema integrado, que permite um fluxo de informações único, contínuo e consistente a toda organização e, principalmente, sob uma única base de dados. Além disso, para CHOPRA e MEINDL (2003), o ERP é tido como uma importante ferramenta para a melhoria de processos de negócios (produção, compras ou distribuição) com informações on-line e em tempo real, permitindo visualizar por completo as transações efetuadas pela organização, desenhando um amplo cenário de seus negócios. Em uma visão mais ampla, CAMEIRA (2003) expõe que o uso dos ERP’s impacta não somente nas diversas áreas da empresa, mas na “...estrutura organizacional, a cultura e a estratégia da empresa, alterando seus processos, a forma como realiza suas atividades”. Seguindo, o autor complementa sua idéia expondo que devido ao ganho proporcionado pela 24 Adaptado de PADILHA & MARINS apud. CORRÊA et al. (1999, p.350) Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 36
  • 37. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG integração estes forçam o “redesenho dos processos”, simplificando o fluxo de informações causando reformulações na estrutura das organizações que passam a ser “...mais horizontalizadas, flexíveis e democráticas...”, formando “Um efeito de rede” no processo de mudanças da organização. 25 Tabela 2: Evolução dos Sistemas de Gestão Empresarial Apesar de ser um grande promotor de mudanças e de proporcionar um grande controle sob as operações da organização, os sistemas ERP ou Planejamento dos Recursos da Empresa, em sua tradução literal, não refletem através de sua descrição sua real funcionalidade. Segundo PADILHA & MARINS, referenciando KOCH, SLATER e BAATZ (1999) sobre a descrição do ERP citam "…esqueça a parte do planejamento - ele não o faz, e esqueça os recursos, é apenas um termo de ligação. Mas lembre-se da parte da empresa. Esta é a real ambição dos sistemas ERP". Podemos verificar nas mais diversas organizações a veracidade da afirmação acima. Desde sua concepção os ERP’s foram desenhados para oferecer um controle do fluxo de operações, sendo fortemente embasados pelo controle de custos e contábil. Mesmo possuindo em seu cerne toda a inteligência do MRP (I e II), JIT, SOP26, entre outros estes estão ainda voltados à operação, ou seja, toda a atividade de Planejamento deve ser executado fora 25 Extraído de MAZUTTI,Caroline, MAÇADA, Antonio Carlos G., RIOS, Leonardo R.O Impacto do ERP na Gestão da Cadeia de Suprimentos. 26 SOP – Sales Operation Planning, que traduzido significa Planejamento de Operações para Vendas, ou seja, a estimativa do que deverá ser produzido / comprado para atender as vendas. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 37
  • 38. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG do sistema (ou em outro sistema) e posteriormente seus resultados inseridos (seja por meio eletrônico ou manual) no ERP para que este permita “operacionalizarmos” as informações. Um exemplo clássico desta insuficiência para o planejamento seria o da otimização da distribuição de mercadorias aos clientes. Imagine a operação de uma distribuidora que precise efetuar algumas entregas a clientes que estejam localizados em áreas com restrição de circulação de grandes veículos e horários. Contudo o envio da mercadoria desde a distribuidora deve ser efetuado em carretas, devido a custos e espaço para carregamento. A maioria dos sistemas de ERP atuais estão preparados para receber tais informações e operacionalizá-las, porém não possuem a inteligência para definir qual a melhor rota e como deverá ser a transição do grande carregamento para veículos menores. Toda esta tarefa deverá ser feita previamente e depois inserida no ERP para que este possa efetuar as tarefas de cálculo de frete, faturamento e documentos fiscais, entre outros. Outro exemplo clássico é o do cálculo do ponto de reabastecimento de um centro de distribuição avançado. A maioria dos ERP’s atuais permite a inserção dos valores a serem considerados pelo MRP, gerando as necessidades de produção, compras e transferências, porém em nenhum momento este oferece a inteligência de como chegar neste número. Mais uma vez torna-se necessária a intervenção manual ou de outro sistema. A conclusão que temos a partir dos exemplos acima é que quando estamos diante de tarefas operacionais, o ERP é a ferramenta mais adequada para as grandes organizações por atender praticamente todas as necessidades das operações dos mais diversos ramos de negócio. Porém, quando estamos diante de tarefas de planejamento mais complexo a ferramenta mostra-se insuficiente, pois sua concepção foi direcionada às tarefas operacionais. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 38
  • 39. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Sistemas de Apoio a Decisão (SAD’s) Relembrando a figura 6 do tópico anterior os Sistemas de Apoio a Decisão ou SAD’s (DSS – Decision Support Systems) surgiram em meados à década de 1970. Estes sistemas apareceram devido a um ambiente de competição cada vez maior entre as organizações, aliado a necessidade de informações rápidas para auxiliar no processo de tomada de decisão. Impulsionados pela disponibilidade de tecnologias de hardware e software para armazenar e buscar rapidamente as informações, os SAD’s proporcionaram acumular o conhecimento e as experiências de especialistas em bases de conhecimentos, permitindo desta forma apoiar o processo de planejamento estratégico empresarial. Atualmente as definições referentes aos SAD’s ainda são um pouco confusas, devido ao entendimento que alguns possuem sobre os SIG’s e os SAE's (Sistemas de Apoio ao Executivo, também conhecidos como EIS – Enterprise Information Systems). Segundo SPRAGUE e WATSON (1991) um SAD deve ser um sistema baseados em computador que ajude os profissionais que tomam decisões a obter um melhor desempenho através de uma interação direta, utilizando Modelos de Aplicação e Modelo de Dados para tentar modelar e dar soluções a problemas semi-estruturados. Para LAUDON& LAUDON (2004) um SAD tem por objetivo auxiliar o processo de decisão gerencial, combinando dados, ferramentas e modelos analíticos sofisticados e software amigável ao usuário em um único e poderoso sistema que pode dar suporte à tomada de decisão semi-estruturada e não-estruturada. Além disso, um SAD fornece aos usuários um conjunto flexível de ferramentas e capacidades para analisar dados importantes. Se analisarmos as três categorias descritas antes das definições acima, um SAE possui ferramentas que também auxiliam no processo de tomada de decisão na área de Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 39
  • 40. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG planejamento estratégico e não é considerado um SAD. O mesmo acontece com os SIG’s na área de controle gerencial. Além disso, um SAD também serve para auxiliar a resolução de problemas estruturados. Apesar dos SIG’s e dos SAE’s possuírem ferramentas que também forneçam informações para apoio à decisão, estas classes de SI não foram construídas com o objetivo de auxiliar o processo de tomada de decisão. Quando falamos em auxiliar o processo de tomada de decisão, não significa somente prover informações que suportem o processo de decisão, mas que também permitam analisar alternativas, propor soluções, pesquisar o histórico das decisões tomadas, simular situações, etc. 27 Figura 9: Sistemas de apoio a Decisão Como podemos verificar na Figura 9 os SAD’s possuem com característica própria a obtenção e o processamento dados de diferentes fontes, porém talvez as principais características que este tipo de sistema possui sejam a capacidade de executar análises, comparações e simulações complexas e a capacidade de modelar e auxiliar na resolução de problemas complexos. Um bom SAD deve responder rapidamente às decisões importantes, fornecendo respostas precisas e consistentes, além de adaptar-se facilmente a eventuais mudanças. Podemos decompor um SAD em três grandes elementos: 27 Extraído de http://www.scribd.com/doc/53408/SIGAula1 Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 40
  • 41. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Base de Dados: É composta pelos dados internos e externos à ferramenta. Armazena os dados que servirão de entrada aos modelos, bem como suas saídas. Pode ser uma base de dados própria da ferramenta ou o acesso direto a outras bases. Diálogo: É composta pelas interfaces que interagem diretamente com o usuário da ferramenta. Deve ser de simples entendimento (intuitiva) e de fácil manuseio. Base de Modelos: É composta pelo conjunto de modelos de resolução de problemas, sendo o principal elemento de um SAD. Deve possuir um bom gerenciador de modelos, permitindo a construção de novos modelos, catalogar e manter uma ampla variedade de modelos e possuir a capacidade de inter-relacionar os modelos disponíveis. Para facilitar o entendimento faz-se necessário definir modelo em seu conceito para a ferramenta. Segundo FREIRE “Um modelo é uma representação simplificada de uma situação real, que pode ser construído através de muitos elementos (variáveis) e suas relações (restrições impostas)”. A construção de um modelo para a solução de problemas é composta de algumas etapas: Definição do problema: definir qual o objeto de estudo do modelo que está sendo construído, ou seja, qual a questão que o modelo deverá responder; Construção do modelo: quais são as variáveis, restrições, o método de resolução, entre outros que permitem encontrar a solução para o problema; Solução do problema: quais os resultados em nível detalhado das variáveis e de seu conjunto que respondem a questão do problema de forma mais adequada; Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 41
  • 42. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Análise da solução: permite a análise da solução do problema através do modelo utilizado; Formulação das conclusões: permite que sejam feitas as conclusões sobre os resultados apresentados pelo modelo; e Correção do modelo: permite que sejam feitas correções no modelo, caso sejam identificados desvios em sua construção a partir das conclusões obtidas. Uma vez conceituado o termo modelo, bem como as etapas de construção do mesmo, para que um SAD permita uma boa tomada de decisão, o modelo utilizado deve permitir a análise os dados fazendo uso de diferentes recursos e abordagens de forma que existam alternativas para resolver determinado problema. Quanto maior o número e de melhor qualidade forem os modelos contidos em um SAD, bem como suas fontes de dados, mais poderoso será este no auxílio à tomada de decisão. Alguns exemplos de modelos clássicos contidos em aplicações de SAD, voltados a Logística são: de otimização (ex.: produção), de alocação, de transporte, de rede, de otimização de estoques, de previsão, de regressão, de simulação, entre outros. Concluindo a conceituação dos SAD’s, podemos dizer que estes estão divididos em três grandes grupos: Os SAD’s baseados em dados, que são aqueles que focam a análise e o suporte a decisão baseados na comparação dos dados atuais, com os dados do passado e com os dados que se pretende encontrar; Os SAD’s baseados em análise de informações, que utilizam a base de dados para dar uma determinada orientação à decisão e a pequenos modelos, permitindo prever a situações para um período próximo; e Os SAD’s baseados em modelos matemáticos, estatísticos, financeiros, inteligentes, entre outros, estes fazem uso de relações e fórmulas definidas. A Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 42
  • 43. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG funcionalidade destes modelos podem se apresentar de variadas formas, como, por exemplo, os modelos representativos, de otimização e de sugestão. Sistemas de Informação Gerenciais x Sistemas de Apoio a Decisão Apesar da recorrente confusão sobre a classificação dos sistemas que são SIG e SAD, este estudo irá considerar como SIG, sistemas com o foco principal em tarefas operacionais, mais especificamente para este texto os ERP’s. Como SAD serão considerados os sistemas que estejam voltados a planejamento, simulações e tomadas de decisões que não são de cunho totalmente operacionais e nem de cunho totalmente estratégico, mais especificamente para este texto os SCM’s. 28 Figura 10: Exemplo da relação entre os SIG e os SAD 28 Adaptado de http://www.bluedzine.com/solutions/ofcx/erp/ Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 43
  • 44. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Neste estudo, assim como a maioria dos autores pesquisados, consideramos os SIG’s e os SAD’s classes de sistemas de informação complementares uma a outra. O texto em sua maior parte irá se referenciar a sistemas ERP e SCM, e não as classes supracitadas, abordando seu relacionamento quando pertinente. 3 SUPPLY CHAIN MANAGEMENT E A LOGÍSTICA DE DISTRIBUIÇÃO Uma vez finalizada a construção do embasamento teórico passaremos ao principal objeto de estudo deste texto: os sistemas de Supply Chain Management ou SCM. Neste ponto iremos explorar o conceito de Supply Chain, suas aplicações em TI e sua relação com a logística de distribuição. 3.1. SUPPLY CHAIN MANAGEMENT: O CONCEITO Histórico e Definição Supply Chain Management ou simplesmente Gestão da Cadeia de Suprimentos, apesar de divergências entre acadêmicos, talvez seja o termo que melhor descreva a aplicação da Logística Empresarial em uma rede de organizações. Podemos conceituar a Cadeia de Suprimentos como uma rede de organizações envolvidas em diferentes processos e atividades, produzindo valor na forma de produtos e serviços ao cliente. Para SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON (2002), em uma definição sucinta, “A gestão da cadeia de suprimentos é a gestão da interconexão das empresas que se relacionam por meio Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 44
  • 45. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG de ligações à montante e à jusante entre os diferentes processos, que produzem valor na forma de produtos e serviços para o consumidor final” Em uma definição mais completa, CHOPRA e MEINDL definem Cadeia de Suprimentos da seguinte maneira: “Supply chain consiste em todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no preenchimento de uma ordem de um cliente. A cadeia de suprimentos inclui não somente um fabricante e seus fornecedores, mas também transportadores, armazéns e atacadistas, varejistas e os próprios clientes. Dentro de cada organização, como o fabricante, a cadeia de suprimentos inclui todas as funções envolvidas no atendimento de uma ordem. Essas funções incluem, mas não estão limitadas a, desenvolvimento de novos produtos, marketing, operações, distribuição, finanças a serviço ao consumidor.” Podemos verificar que historicamente as áreas de Marketing, Distribuição, Planejamento, Produção e de Compras nas organizações vinham, antes do conceito de Supply Chain chegar até o momento atual, operando de forma independente. Após o movimento da integração interna das áreas e da “horizontalização” das operações este problema distribuiu-se pela cadeia, uma vez que cada organização tem os seus próprios objetivos que por diversas vezes são conflitantes. O Marketing tem como objetivo um alto grau de atendimento ao cliente e a maximização do volume de vendas, o que conflita diretamente com os objetivos de produção e distribuição. Muitas operações produtivas foram concebidas para maximizar a fabricação e reduzir os custos com pouca consideração para o impacto sobre a capacidade de armazenagem e distribuição. Contratos de suprimentos são freqüentemente negociados com pouquíssima informação sobre o padrão histórico de compras. O resultado desses fatores é que não existe um plano integrado único para a cadeia de organizações que compõem a rede, ou seja, se existem N organizações na rede, existem N planos também. Claramente, existia uma necessidade de um mecanismo através do qual estas Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 45
  • 46. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG diferentes funções possam ser integradas entre as organizações. O Supply Chain Management é uma estratégia através da qual essa integração pode ser alcançada. Segundo LAVASSANI (2008) houveram seis grandes movimentos no estudo sobre as Cadeias de Suprimentos. O primeiro movimento seria a chamada Era da Criação, na qual a primeira utilização desta terminologia foi dada por um consultor americano, no início da década de 1980. As características desta era da Gestão da Cadeia de Suprimentos incluem a necessidade de grandes mudanças, re-engenharia, downsizing e às práticas da administração japonesa. O segundo movimento foi chamado de Era da Integração, quando o uso do EDI (Eletronic Data Interchange)29 para troca de dados entre sistemas teve inicio na década de 1960, desenvolveu-se com a introdução do ERP na década de 1990 e continuou a expandir-se até o século XXI com os sistemas colaborativos integrados a Internet. Esta Era teve destaque para a redução de custos e agregação de valor através da integração. O terceiro movimento foi a chamada Era da Globalização, que pode ser caracterizada pela atenção dada aos sistemas de relacionamento com os fornecedores que expandiu as fronteiras do suprimento entre países e continentes. Apesar de algumas indústrias já praticassem este tipo de negociação, este movimento intensificou-se somente no final da década de 1980, quando as organizações passaram a integrar fornecedores mundiais a seus negócios. Esta era foi caracterizada pela globalização da cadeia de suprimentos em organizações que, com o objetivo de aumentar a vantagem competitiva e reduzir custos, implantaram a estratégia de Global Sourcing30 ou fornecimento global. 29 Troca de dados por meio eletrônico. No inicio eram apenas arquivos texto contendo informações que seriam migradas de um sistema a outro. Hoje já existem inclusive padrões internacionais para a troca destas informações entre sistemas. 30 Define-se como estratégia de Global Sourcing a busca por fornecedores que estão localizados em outros países ou regiões distantes, ou seja, existe uma independência da localização geográfica. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 46
  • 47. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG O quarto movimento deu-se através da terceirização da produção e distribuição, a chamada Era da Especialização I, quando as organizações, na década de 1990, deixaram a prática da verticalização31 para voltarem seu foco para suas competências centrais (core competencies), adotando o modelo de especialização, e terceirizando estas atividades “não- centrais” para outras empresas. Essa mudança provocou a extensão da cadeia de abastecimento e distribuição pra limites fora da organização, gerando a necessidade de controlar a cadeia com uma visão de integração entre organizações e não mais de controles internos. Este modelo de especialização gerou redes de produção e distribuição compostas por diversos fornecedores e clientes que agora precisam trabalhar em conjunto para desenvolver, produzir, distribuir, divulgar, vender e oferecer serviços para os produtos. O quinto movimento deu-se através da segunda Era da Especialização II, que tinha como foco a inserção do serviço especializado. Esta especialização iniciou-se na década de 1980, com o inicio das operadoras logísticas, armazéns e transportadoras comuns e foi amadurecendo com a incorporação de aspectos como o planejamento de suprimento, colaboração, execução e gestão do desempenho, indo assim além da logística e transporte. A especialização da cadeia de suprimentos permite que as organizações melhorem as suas competências centrais da mesma forma que a terceirização da manufatura e distribuição o fez. Este foco em suas principais competências lhes permite montar redes de melhor desempenho, através de parceiros especialistas em cada atividade de cadeia, contribuindo assim para a obtenção de um maior valor global da cadeia. Por fim, o sexto e último movimento é o chamado Supply Chain 2.0, que pode ser considerado o “estado da arte”32 em SCM. Construído a partir da globalização e da 31 Verticalização é a estratégia que prevê que a empresa produzirá internamente tudo o que puder, ou pelo menos tentará produzir. Foi predominante no início do século, quando as grandes empresas praticamente produziam tudo o que usavam nos produtos finais. 32 O estado da arte é o “nível de desenvolvimento atingido (por uma ciência, uma técnica) na atualidade” (CAMEIRA, 2003 apud FERREIRA, 1999). Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 47
  • 48. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG especialização, o SCM 2.0 foi moldado para descrever tanto mudanças dentro da própria cadeia de abastecimento, bem como a evolução dos processos, métodos e ferramentas que irão geri-la nesta nova e atual "era". Seguindo a linha da Web 2.033, o SCM 2.0 é voltado para resultados, reunindo a combinação dos processos, metodologias e ferramentas para orientar as empresas para os seus resultados com a rapidez e velocidade que a complexidade da cadeia de suprimentos aumenta, devido aos efeitos da concorrência global. O SCM 2.0 alavanca soluções comprovadamente concebidas para produzir resultados rapidamente com a agilidade para gerenciar fluxos de cenários futuros de mudança contínua. Estes são viabilizados através de redes de competência compostos das melhores práticas de Supply Chain para compreender quais são os elementos, tanto operacionais como administrativos, que influenciam os resultados, bem como a compreensão detalhada de como gerir estes elementos para alcançar os resultados desejados. Conceitos Básicos As atividades de uma Cadeia de Suprimentos não são de responsabilidade de apenas uma organização. Várias pessoas das mais diversas áreas das organizações componentes da rede precisam ser ativamente envolvidas em uma série de diferentes processos para o benefício da cadeia como um todo. Além disso, a cadeia também precisa de um coordenador34 para desenvolver um plano de operação, colocar as organizações em posições corretas e monitorar o desempenho. 33 Web 2.0 é definida como uma tendência no uso da World Wide Web que se destina a aumentar a criatividade, o compartilhamento de informações e colaboração entre os usuários. Na sua essência, o atributo comum é que a Web 2.0 nos ajuda a navegar através da vasta quantidade de informações disponíveis na Internet para encontrar o que procuramos. É a noção de um percurso utilizável. 34 Aqui entenda que o coordenador pode ser um grupo de pessoas de diversas organizações ou uma organização principal (nó coordenador). Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 48
  • 49. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Figura 11: Principais componentes da Cadeia de Suprimentos Para que cada área da Cadeia de Suprimentos, das mais diversas organizações, possa ter um bom desempenho, cada componente precisa entender qual é o seu papel dentro da rede, desenvolver estratégias vencedoras e colaborar com seus parceiros na cadeia. Ao fazê-lo de forma coordenada, os componentes do SCM podem impecavelmente executar os principais processos, melhorando assim o desempenho como um todo. Sob a visão de Supply Chain Management, as principais áreas que influenciam a cadeia (Suprimentos, Produção, Logística e Marketing35) podem ser descritas da seguinte forma: 36 Figura 12: Detalhamento dos principais componentes do SCM 35 Aqui Marketing representa todo conceito comercial, incorporando também Vendas. Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 49
  • 50. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG Planejamento: O processo de planejamento busca criar estratégias eficazes de curta e longa duração. Desde o desenho da cadeia de suprimentos à previsão de demanda dos clientes, líderes em SCM precisam desenvolver estratégias integradas para a cadeia. Suprimentos: O processo de suprimentos tem como foco a compra de matérias-primas, componentes e produtos de consumo para a operação da cadeia. Produção: O processo de produção envolve a manufatura, conversão ou montagem de materiais em produtos acabados ou partes de outros produtos. Os gestores de Supply Chain devem apoiar à produção e assegurar-se que todos os insumos necessários estejam à disposição quando solicitados. Logística: O processo logístico é quem controla o fluxo de mercadorias em toda a cadeia de suprimentos. As empresas de Transporte, operadores logísticos entre outros que possam assegurar que os bens são fluam com rapidez e segurança na direção do ponto de demanda. Marketing: O processo de demanda gira em torno de todas as questões que estão relacionadas com o planejamento de interações com o cliente, satisfazendo as suas necessidades e atendendo pedidos perfeitamente. Um objetivo básico da cadeia de suprimentos, e de todas as áreas envolvidas, é maximizar e tornar realidade as potenciais sinergias entre as partes da cadeia produtiva, de forma a atender o consumidor final mais eficientemente, tanto através da redução dos custos, como através da adição de mais valor aos produtos finais (VOLLMANN & CORDON, 1996). Esta redução dos custos vem sendo obtida através da diminuição do volume de transações de 36 Adaptado de http://www.careersinsupplychain.org/what-is-scm/flows.asp Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 50
  • 51. GRUPO DE PRODUÇÃO INTEGRADA COPPE & ESCOLA DE ENGENHARIA/ UFRJ CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO DE NEGÓCIOS INTEGRADOS EMBSIG informações e papéis, dos custos de transporte e estocagem, da diminuição da variabilidade da demanda de produtos e serviços, dentre outros. Mais valor tem sido adicionado aos produtos, através da criação de bens e serviços customizados, do desenvolvimento conjunto de competências distintas; através da cadeia produtiva e dos esforços para que, tanto fornecedores como clientes, aumentem mutuamente a lucratividade. Práticas eficazes na SCM têm sido implementadas em todo mundo, as quais têm visado a simplificação e obtenção de uma cadeia produtiva mais eficiente. Podemos classificar as decisões relativas à gestão da cadeia de abastecimento em duas grandes categorias: Estratégica e Operacional. Como o termo sugere, as decisões estratégicas são feitas normalmente ao longo de um horizonte temporal mais longo, estando intimamente ligadas à estratégia corporativa (por vezes estas são a estratégia corporativa) e direcionam as políticas de Supply Chain sob a perspectiva estrutural. Por outro lado, as decisões operacionais são de curto prazo e concentram-se nas atividades do dia-a-dia da operação. O esforço neste tipo de decisões é a de gerir de forma eficaz e eficiente o fluxo do produto na "estrategicamente" planejada cadeia de suprimento. Figura 13: Modelo para Cadeia de Suprimentos Apoio: 24/4/2009 P á g i n a | 51