3. BIOGRAFIA
Nascido em Tóquio em 1948, Hiroshi Sugimoto é um dos artistas mais procurados da fotografia
contemporânea e é bastante conhecido pelas suas impressões a preto e branco em gelatina de
prata. Sugimoto formou-se em 1970 na universidade de “Saint Paul” em Tokyo com uma licenciatura em
política e sociologia. Pouco tempo depois, mudou o rumo da sua carreira e matriculou-se no “Art Centre
College of Design”, em Los Angeles, onde recebeu o seu BFA (Bacharelado em Belas Artes) em 1974.
Após a sua formação, mudou-se para Nova Iorque onde se encontra actualmente.
As suas influências vão desde William Henry Fox Talbot, o pioneiro (século 19) da fotografia moderna, até
Marcel Duchamp e Dada. O seu interesse em Talbot e Duchamp reflecte-se na sua dedicação à ciência e
história por detrás da fotografia como um meio, enquanto permanence firmemente enraizado dentro da
história da arte. O seu trabalho está dividido em séries, que analisam diversos assuntos e temas. Entre as
suas series as mais populares estão Cinemas (1978), Paisagens Marítimas (1980) e Arquitectura (1997),
bem como Dioramas de História Natural, Ceras e Esculturas Budistas.
Cada série é denomindada adequadamente após o tema em questão, mas a maneira que o artista
escolhe ao fotografar o assunto suscita o seu estilo fortemente reconhecido.
BIOGRAFIA
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5. TÉCNICA
O artista utiliza uma camara de grande formato, do século 19. De acordo com o seu trabalho, Sugimoto utiliza
diferentes distâncias de exposição: a série Joe foi feita a curta exposição, enquanto que a série de Cinemas
fora tirada durante a projecção de cada filme. A sua série de Dioramas, tirada em museus de história natural,
tem um tempo de exposição que varia entre 20 a 40 minutos. As suas fotografias de longa exposição só
podem ser tiradas com a ajuda de um tripé (na fotografia manual, o tempo de exposição deve ser mais rápido
que 1/60 de segundo). O efeito de desfoque na série Joe é proveniente do uso não-convencional do “infinito”,
que se refere aos lugares mais longínquos do plano de fundo. Enquanto que o mais distante que uma lente
tradicional pode focar é o infinito, a sua camara de grande formato pode ser forçada a dobrar o “efeito
infinito”, que resulta no desfoque da fotografia.
Sugimoto considera-se um artista dos primórdios da fotografia:
“As pessoas costumavam sentir a luz e como afectaria a superfície de um objecto. O céu, e as luzes que atravessam a
janela, estão em constante mudança a cada segundo e a cada minuto. Portanto tinhas de adivinhar o que iria acontecer
a seguir. Tinhas de desenvolver o teu próprio senso de melhor equilíbrio em F-stop e velocidade do obturador. Treinei-me
da melhor forma, ao passar 30 anos a fazer isto. Dado que a máquina não consegue medir algumas coisas, factores
muito íntimos. O que os primeiros fotógrafos ganharam com o estudo da natureza, as pessoas agora tendem a
depender do computador e de outras máquinas para tal. Não é bom o suficiente. Precisas de muito mais que isso." 1
1 | HIROSHI SUGIMOTO AND ART:21 INTERVIEW. 2005. ART:21 PBS. 17 APRIL 2006. | TÉCNICA
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6. TÉCNICA (CONTINUAÇÃO)
Para o seu trabalho, o artista prefere as tradicionais impressões em gelatin de prata à base de fibras, uma técnica desenvolvida nos anos de
1870, que se tornou no meio mais popular de fazer impressões a preto e branco a partir de negativos, até à recente introdução da fotografia
digital. As impressões tradicionais envolviam papel embebido numa camada de gelatina, que contém sais de prata sensíveis à luz. Enquanto
que a maioria dos fotógrafos profissionais prefere ter as suas impressões desenvolvidas num laboratório, Sugimoto segue os passos dos
pioneiros, envolvendo-se na arte da impressão manual das suas fotografias.
Existem duas fases principais no desenvolvimento da fotografia a preto e branco:
• O negativo é projectado e ampliado no papel fotográfico revestido de gelatina de prata. A película de filme 8x10 deve ser processada em
escuridão absoluta.
• As impressões são processadas manualmente em bandejas com produtos químicos, e lavadas extensivamente para assegurar a sua
natureza de arquivo. “Arquivo” é uma qualificação técnica relativamente ao tempo de vida de uma fotografia impressa. Quanto às
impressões em gelatina de prata à base de fibras, a sua superfície tem um tempo de duração estimado para permanecer intacta durante
aproximadamente 100 anos.
Geralmente, Sugimoto produz edições limitadas. Relativamente às suas fotografias de grande escala, são feitas normalmente cinco cópias,
enquanto que as impressões mais pequenas são produzidas em vinte e cinco cópias. Os formatos maiores são assinados e etiquetados no
verso, já os mais pequenos são gravados e assinados na montagem.
Até agora, para Sugimoto tem sido uma excepção trabalhar com fotografia a cores; no entanto, a série que se encontra a trabalhar de
momento, que recai sobre esta categoria, é intitulada de Colors of Shadow.
TÉCNICA
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14. HIROSHI SUGIMOTO
VIDA & OBRA
HISTÓRIA DAS ARTES VISUAIS E CONTEMPORÂNEAS
PROFESSOR PEDRO COLAÇO DO ROSÁRIO
COMUN I CAÇÃO & MULT I MÉDIA, EC T/ UTAD
Ricardo Sousa
Nº 58330
2013
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