Este capítulo discute a virtude da fé em 5 seções:
1) A estrutura antropológica do ato de crer, enfatizando a fé como entrega pessoal a Deus.
2) A mensagem bíblica sobre a fé, incluindo a fé no Deus da Aliança e exemplos de fé nos evangelhos.
3) A reflexão eclesial sobre a fé, com pensamentos dos Padres da Igreja sobre a fé.
4) A doutrina da Igreja sobre a fé.
5) A relação
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
A virtude da fé - josé román flechas
1. Capítulo 5 – Virtude da Fé
1. Estrutura Antropológica do Ato de Crer
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
4. Doutrina da Igreja
5. Fé e Responsabilidade Moral
José Román Flecha Andrés, Vida Cristã, Vida Teologal - Para uma Moral da
Virtude
By Rogério Viana
Professor: Padre Dr. Wagner Ferreira
2. A Virtude da Fé
“A virtude da fé nos remete à
experiência da crença, à aventura de
crer!” (ANDRÉS, p.73)
“A fé é uma adesão pessoal do homem a
Deus” (CEC 150)
3. A Virtude da Fé
Fenomenologia da Crença
Crença
Afetividade
Vontade
Inteligência
Psiquismo
Humano
Crer = é afirmar a realidade! (não evadir-se)
“Laín Entralgo”
(ANDRÉS, p. 73)
4. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
Virtude da Fé
1) Admissão do Real
2) Admissão = modo de entrega
3) Entrega = “ir de nós até outra pessoa, dar-
nos a ela” (Zubiri)
CRER
(ANDRÉS, p. 74)
6. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.1. A fé como entrega
Entrega do “eu pessoal”
1) Autoconfiança;
2) Autodomínio;
3) Autoconfiança;
Crer – diz do “eu real” (forma concreta), mas também o
“eu ideal”.
Crer é projetar-se para o futuro; autotranscender-se no
tempo.
Não é crer em “algo”, mas “alguém” e fazer da nossa
vida uma entrega; à sua verdade, bondade e beleza.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 74)
7. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.1. A fé como entrega
“Fé é uma adesão pessoal, firme, opcional e
incondicional a outra pessoa.”
Cremos em Deus, por isso manifestamos nossa entrega.
Resumo: A fé como entrega à realidade pessoal de Deus
como verdadeira é a essencia da entrega do homem a
Deus, do acesso do homem a Deus. (Zubiri)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 75)
9. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.2. Crença e diálogo
Ao crer, não limitamos crer “algo” ou “em algo”, mas em
“alguém” = confiança, verdade, apoio dos nosso projeto
vital.
G. Marciel afirma que quando cremos, assumimos um
compromisso fundamental de crer, mas NÃO É referente
“ao que eu tenho”, mas “ao que sou”.
Confiança = 1) descança nela, é o fundamento
2) oferece homenagem; Devoção (atenção,
dedicação e entrega)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 75-76)
10. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.2. Crença e diálogo
A crença humana – conteúdo intelectual = vontade.
Fé teologal – não está isenta deste componente de
confiança no apoio de “alguém pessoal”.
Crer implica “Crer algo” e sobretudo significa “crer em
alguém”.
“Confiar em alguém e confiar-se a alguém.” (F. Sebastian)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 76)
12. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.3. Crer em Comunidade
Relações interpessoais – relação entre o indivíduo e a
sociedade.
Crer num “grupo social” = prestar-lhe filiação e fidelidade.
Atitudes importantes:
1) Confessa dependência (+ ou -) em relação ao grupo.
2) Professa uma pertença (+ ou -) sentida e consentida.
3) Promete uma colaboração em favor dos ideais, valores,
fronteiras, longa vivência e até proselitismo, que
configuram a identidade e o dinamismo do grupo.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 76-77)
13. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
1.3. Crer em Comunidade
Crer é se identificar com um grupo = comunidade.
Crer no ser humano, na sociedade humana, no mundo,
humanizado ou humanizável, é dar assentimento, mas
também colaboração (CEC 171-185)
Em forma analógica este modelo é válido pois o ato de fé
em Deus revela a estrutura de que “ninguém crê sozinho
em Deus.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 77)
14. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
Virtude da Fé
Ideia de Fé
raíz ‘mn
1) ‘aman (substantivos ‘emet e ‘emûnah
1.1 consciência objetiva = resistir
1.2 consciência subjetiva = se apoiar (sólido e
seguro)
Aplica-se: Dinastia estável (2 Sm 7,16), ao coração fiel (Ne 9,8) e ao
Deus que mantém sua aliança (Dt 7,9)
Substantivo = designa verdade (mentira) = Fidelidade
(ANDRÉS, p. 77)
16. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
A primeira aliança; pai do povo, seus guias, seus profetas e
seus fieis.
“A fé orienta suas decisões e marca o tom de sua oração”
A) O ensinamento nos relatos históricos (Abraaão, Gn 15,6).
Abraão teve fé no Deus das promessas; terra e filho
(realidades aparentes impossíveis) (Gn 12, 1-4; Hb 11,8), fiava
num Deus invisível. Abraão é modelo para seu povo.
Moisés (figura paradigmática), pois Deus prometeu um
projeto de libertação para seu povo.
História de Israel = tentações de infidelidade (Nm 20,12)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 78)
17. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
B) Experiência de fé = mensagem dos profetas. Deus
estimula o profeta Isaías para ir ao encontro do rei Acaz.
“Sem firme confiança, não vos firmareis” (Is 7,9).
“Não é firmeza social e política que gera a fé. É a fé que
produzirá como fruto a estabilidade.”
Palabra de Deus = ponto de apoio da história da salvação
= a fé é o centro de gravidade.
Fé = fundamenta a existência do povo, que pela fé vive.
(Alonso Schokel)
Relato político-militar = Deus não se mostra na força, mas
na debilidade.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 79-80)
18. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.1. Fé no Deus da Aliança
C) Oração do povo israelita;
Os salmos nos lembram-nos que o “pecado do povo”
consistiu:
1) Não terem fé em seu Deus nem confiar em seu auxílio (Sl 78,22);
2) Em não se fiar nos planos de Deus (Sl 106, 13);
3) Em não crer na palabra de Deus (Sl 106,24) ;
Fiar-se em Deus, em suas palavras e mandamentos é
fundamental para a experiência religiosa. (Sl 119,66)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 81)
20. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.2. Tua fé te salvou
“A fé é a noção mais complexa do NT (mais densa), pois
engloba normalmente a esperança e a caridade, implica
todas as facudades do justo e orienta sua vida moral; mas é
a atitude, a reação mai fundamental e a mais simples do
homem em relação a Deus”. (C. Spiq)
O NT revela-se como fundamental a experiência de crer e a
vivência da fé. A primeira bem aventurança da fé: a que
proclama bem aventurada Maria por ter crido.
Fé vinha unida a conversão: “O Reino de Deus aproximou-
se; convertei-vos e crede no Evangelho” (Mc 1,15) Crer no
Evangelho é como crer em Jesus. Os discípulos creram nele
(cf. Jo2,22)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 81)
21. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.2. Tua fé te salvou
Tentação = pensar que a fé se adquire de uma vez por
todas. Jesus perguntou várias vezes para os discípulos onde
estava a fé deles. (cf. Mc 4,40; Mt 8,26; Lc 8,25)
A fé nasce na confiança de um “estrangeiro” e na ousadia
de uma “mulher pagã” com mais vigor que o povo de israel
(Mt 8,10; 15,28)
A fé é itinerante. Jesus desce do monte (transfigrução) e
encontra um rapaz epilético e seu pai; “Eu creio, mas vem
em auxílio da minha falta de fé” (Mc 9,24).
Crer é aceitar a Deus (Pai de Jesus).
A fé é sempre um descobrimento pascal = “Bem
aventurados os que não viram e contudo creram. (Jo 20,29)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 82)
23. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.3. Ficai firmes na fé
A fé é dinâmica como o vento. A vida de Paulo é um
testemunho; Nessa fé se fundamenta sua intrepidez para
falar de Jesus Cristo e anuniá-lo.
Paulo diz que a “salvação vem pela fé em Jesus e não pelas
leis ditadas por Moises.
Tentação = achar que a salvação está garantida por um
sentimento de fé.
São Tiago afirma que a fé sem as obras de caridade é
morta (Tg 2,20)
“As obras da fé e seus frutos são visíveis no amor e na
hospitalidade, o anúncio do evangelho e na firmeza ante a
perseguição.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 82)
24. 2. Mensagem Bíblica Sobre a Fé
2.3. Ficai firmes na fé
A fé equivale à certeza de que Cristo habita no crente (Ef
3,17)
Comporta uma exigência comunitária; comunidade que
confessa: um só Senhor; uma só fé, um só bautismo.
Fé é a certeza do que não se vê! (cf. Hb 11,1)
A visão do triunfo escaltológico do Cordeiro; daqueles que
guardam fielmente os mandamentos de Deus e a fé de
Jesus. (choro, sangue, da perseguição e do martírio)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
25. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
Virtude da Fé
Cristianismo
(História da fé cristã)
1) Dimensão sociológica
2) Vivência da vocação a crer no Deus de
Jesus Cristo
Teologia – reflexão sobre a fé nesse Deus e em seu Messias Jesus.
(ANDRÉS, p. 83)
27. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
Padres Apostólicos – grandeza e necessidade da fé.
Análise do “ato” e o “hábito da fé” – aceitação firme e livre
dos mistérios de Deus (Pastor Hermas) pela autoridade do
Deus (da misericórdia) que o revela.
A) A sabedoria do Oriente (São Teófilo de Antioquia); a fé
precede toda a atividade humana. Não se pode viver sem
crer nas coisas (fiar-se nelas) e nas pessoas, portanto,
igualmente razoável será confiar e crer em Deus.”
“… a fé como conhecimento complexo das coisas que são
necessárias.” (São Clemente de Alexandria)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
28. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
Duas acepções:
1) Assentimento prestado a alguma coisa;
2) Uma graça outorgada por Cristo; transcende os limites
da dogmática e também as realidades humanas
(São Cirilo de Jerusalém)
Nos salvamos pela fé, não pela fé em si (conhecer a Deus),
mas porque Deus revela que existe e recompensa quem o
busca. (São Basílio)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 83)
29. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Pensamento dos Padres
B) Cristandade Ocidental (Santo Agostinho)
“Se não entende, crê. A inteligência é o prêmio da fé.” Essa
é a fé que Deus exige de nós.
À contraposição entre fé e razão, Agostinho colocou outra,
entre mistérios (perceptível) e a fé.
Outra contraposição: afirmar a superiodade de do credere
Deum (Deus é o objeto da fé) sobre o credere Deo (Deus é
fiador dessa fé e o destinatário da confiança do crente). O
primeiro movimento leva ao segundo, mas o contrário,
nem sempre, pois o diabo acredita na existência de Deus,
embora não cressem “nEle”.
Por fim o milagre – consequência da fé.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 84-85)
31. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
A) “a fé a certeza do ânimo sobre coisas não presentes,
acima da opinião e abaixo da ciência.” (São Vitor de São Hugo)
No início do século XIII, Guilherme de Auxere (1230foi o
primeiro a elaborar uma “Síntese Teológica Sobre o Ato de
Fé”
B) “A fé nos encaminha, crendo e assentindo, ao
sumamente verdadeiro (função da graça em relação às
coisas que hão de crer)
A fé abre os horizontes:
1) Do amor;
2) Do compromisso moral;
3) Da prece cristã
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 85-86)
32. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) Para ele (Tomás de Aquino) o objeto da fé = verdade
primeira, uma vez que a fé não admite como certa verdade
alguma, mas porque foi revelado por Deus; pois apoia-se
na própria verdade divina como em seu meio. O objeto
material da fé não é somente Deus, mas muitas outras
coisas, que não se enquadram no assentimento da fé se
não dizem a respeito de Deus.
“Nada se enquadra na fé se não está ordenado por Deus.”
Neste objeto estão; o mistério da salvação que se reúnem
no credo.
Ao estudar o ato de fé – o entendimento admite como
certa; a verdade divina
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
33. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) Partindo de Aristoteles, Tomás aponta a necessidade de
crer para aprender. É preciso escutar o Pai para chegar a
Cristo; (Jo 6,45)) Para chegar a perfeita bem aventurança é
preciso crer em Deus como o discípulo no seu mestre (2-
2,2,3)
Para ele, a virtude da fé ordena a vontade infalivelmente
para um fim bom. É a primeira das virtudes porque chega-
se o último fim por meio da esperança e caridade.
A virtude da fé é um dom divino.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
34. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
C) “Na teologia da fé, o Doutor Angélico destaca dois
pontos:
1) Caráter sobrenatural e transcendente (qualquer
realidade meramente humana – virtudes infusas)
2) Sua inteção de situar o ato de fé (epistemológico
humano = justificar)
Entre estes dois pontos encontra-se a definição de fé
segundo o livro dos Hb 11,1: “A fé é um modo de possuir
desde agora o que se espera, um meio de conhecer
realidades que não se veem.” (B. Sesboué)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 86-87)
35. 3. Reflexão Eclesial Sobre a Fé
3.1. Santo Tomás de Aquino
Tomás ajuda a situar a virtude da fé no terreno da atividade
racional própria do ser humano, mas dá ênfase excessiva
ao aspecto intelectual e cognitivo da fé, pois dá espaço
para uma compreensão da fé como “confiança afetuosa”
num tu que oferece apoio, firmeza, um sentido à vida do ser
humano.
Santo Tomás pregunta se a fé é maior numa pessoa que
em outra. Sim
1) Referente ao entendimento: uma pessoa pode crer mais
verdades explícitas que outra
2) No âmbito da vontade (subjetiva): a fé pode ser maior à
medida em que determine maior prontidão, entrega e
confiança (2-2-,5,4)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 88)
38. 4. Doutrina da Igreja
4.1. De Trento ao Vaticano I
Trento: A confiança como pedra de toque. Lutero
interpretou o conceito agostiniano de fé como confiança
em Deus (A liberdade do cristão, Lutero).
Assim, o Concílio ressaltou a aceitação da revelação divina:
“dispõem-se para a justiça mesma quando, movidos e
ajudados pela graça divina, tendo concebido a fé pelo
ouvido (Rm 10,17), por meio da graça, justifica o ímpio, por
meio da redenção que está Jesus Cristo (Rm 3,24).
O texto faz referência; ao temor filial; ao arrependimento,
ao propósito de receber o batismo e obsevar os
mandamentos divinos. No itinerário da justificação a fé é:
1) confiante; 2) esperançosa; 3) amorosa.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 88-89)
39. 4. Doutrina da Igreja
4.1. De Trento ao Vaticano I
O Vaticano I: dificuldade antopológica, pois o romantismo
ressaltava exageradamente o papel do sentimento como
“caminho de acesso à verdade humana” e também “à
verdade revelada”, por isso a Igreja teve que afirmar o valor
racional da fé.
Na Constituição Dei Filius, concebia a fé como ato, mas
também como virtude, quer era definida como “uma
virtude sobrenatural, que com a inspiração e ajuda da graça
de Deus, cremos ser verdadeiro o que por ele foi revelado,
não pela verdade das coisas percebidas pela lei natural da
razão, mas pela autoridade do mesmo Deus que revela, o
que não pode nem se enganar nem nos enganar. (DS 3008)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 89)
41. 4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total
e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu
entendimento e vontade, aceitando livremente como
verdade o que Deus revela. Mas para responder é
necessário a graça de Deus.
Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da
verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé
uma vez para sempre transmitida aos santos’.
O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a
fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia,
a celebração da fé e sobre a liberdade que exige.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 90)
42. 4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O Concílio Vaticano II – “pela fé o homem se entrega total
e livremente a Deus, oferece-lhe a homenagem total de seu
entendimento e vontade, aceitando livremente como
verdade o que Deus revela. Mas para responder é
necessária a graça de Deus.
Pelo sentido da fé, excitado e sustentado pelo Espírito da
verdade, o Povo de Deus, apega-se indefectivelmente ‘à fé
uma vez para sempre transmitida aos santos’.
O Concílio elaborou uma ampla reflexão teológica sobre a
fé. Nela encontram; sua origem, sua formação, sua eficácia,
a celebração da fé e sobre a liberdade que exige.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 89-90)
43. 4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
C) Vivência da Fé:
Celebração Litúrgica como vida diária, que posteriormente
acarreta uma “Profissão de Fé” (LG 35). O chamado a
difundir a fé exige (obrigação) uma profunda vivência da
vida cristã (AG 36b).
“o divórcio entre a fé e a vida diária de muitos deve ser
considerado um dos mais graves erros da nossa época.
(AG 43a).
D) A liberdade:
Necessária para compreensão da vocação completa do ser
humano (GS 11a); na dimensão temporal e também no seu
destino eterno. (GS 18b).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 91)
44. 4. Doutrina da Igreja
4.2. A fé do Vaticano II
O ser humano é convidado a professar a fé (DH 14d), por
isso a Igreja proíbe severamente que se obrigue alguém –
ou que seja atraído por meios indiscretos – a abraçar a fé, d
mesmo modo como defende com energia o direito de que
ninguém seja afastado da fé com humilhações e ameaças”
(AG 13c).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 91)
46. 4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
A fé, concedida por Deus ao homem, é um caminho de vida e
traz ao ser humano uma nova visão do mundo, da vida e do
sentido da existência.
A) A fé surge com a escuta da pregação, por issso, Cristo veio a
este mundo ensinar a fé. No Catecismo Romana, o significado de
fé – assentimento ao que nos foi revelado por Deus, manifestado
externamente por meio:
1) Profissão de fé;
2) Do testemunho;
3) Da pregação;
Fé “fiducial” – para se preparar para a oração, o crente deve ter
fé na onipotência e misericórdia de Deus, da qual nasce a
confiança do orante. Se a fé leva à oração, a oração torna a fé
firme e estável.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 92-93)
47. 4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
B) Valores antropológios; pois a fé é um caminho, uma mudança
radical (conduta habituais). O crente coloca sua confiança em
Deus e em sua Palavra.
O catecismo Romano apresenta fé como “um projeto de vida
que abarca tudo e uma atitude real da existência [..] o homem se
entrega inteira e livremente a Deus, oferece-lhe homenagem
total de seu entendimento e vontade, assentindo livremente no
que Deus revela (DV 5).
No Catecismo alemão conclue-se quatro afirmações:
1) A fé é a resposta do homem à revelação que Deus fez de si mesmo;
2) A fé é, portanto, um dom gratuito da graça iluminadora de Deus;
3) A fé é também um ato livre e responsável do homem;
4) Assim, a fé é encontro, comunicação e amizade com Deus,
plenitude de sentido e salvação do homem todo.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 93-94)
48. 4. Doutrina da Igreja
4.3. A Catequse da Igreja
C) A fé como ato intelectual é mencionada seja como atitude de
vida e como virtude.
Primeira Parte - Conteúdo do Credo cristão – natureza do ato de
crer (§142-194)
Volta a aparecer na 3ª Parte – “considera a fé como objeto da
moralidade e o primeiro dos deveres do comportamento moral
cristão. (CEC 2087; 2088)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 95)
49. 1. Estrutura Antropológica do ato de Crer
5. Fé e Responsabilidade Moral
Virtude da Fé
Vinculação entre fé e o compromisso concreto dos crentes.
Relação “fé-obras” ou a implicação “verdade-amor” –
questões inevitáveis na história do cristianismo.
Teólogos salamanquinos no século XVI discutiram questões
sociais, políticas e eclesiásticas – dimensões reais do
planeta. Isso para validar a objeção de consciência diante
de leis que atentam contra a dignidade humana.
50. VirtudedaFé
5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1 Implicação fé-compromisso no
Novo Testamento
51. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1. Implicação fé-compromisso no NT
Evangelhos: Marcos sugere o imperativo “Convertei-vos,
arrependei-vos, fazei penitência” foi algo ampliado “crer no
Evangelho” e “acolher a salvação”.
Jovem Rico – seguimento do mestre (Mt 19,21); “vende tudo o
que possuis, dá-o aos pobres e terás um tesouro nos céus.
Depois, vem e segue-me”
São Paulo: insiste na novidade da vida do cristão; “se
revestiram de Cristo” (Gl 3,27), ou, “revesti-vos do Senhor
Jesus Cristo”” (Rm 13,14), além de trazer conceitos de
justificação e libertação, vida em Cristo, vida ressuscitada
(teologia paulina).
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 96)
52. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.1. Implicação fé-compromisso no NT
Teologia Joanina: a fé e apresentada como aceitação
(graça de Deus) da pessoa de Jesus e dos títulos
messiânicos que Jesus reinvidica para si. (Jo 6,29; 12,47)
A relação entre fé e o amor é um tema fundamental e
recorrente (1Jo 3,14; 4,16; 3Jo 5)
Livro do Apocalipse: o ato de fé implica nas comunidades
cristãs uma postura de fidelidade a seu Senhor. Essa
fidelidade a Jesus Cristo e à sua mensagem é exemplificada
em várias atitudes concretas. Nelas, as obras do cristão
representam o sinal da verificação de sua fé (Ap 2,2-19)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 96)
53. VirtudedaFé
5. Fé e Responsabiliade Moral
5.2 Deveres da virtude e
pecados contra a fé
54. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
A fé está chamada a produzir frutos:
“Da fé gera a continência, da continência a simplicidade, da
simplicidade, a inocência, da inocência a modéstia, da
modéstia a ciência, da ciência, a Caridade. (Pastor de
Hermas)
A) Teologia Moral: a fé está integrada por três atitudes
fundamentais:
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 98)
55. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
1) Virtude da fé – fruto de uma eleição gratuita (chamado,
vocação). “Cremos em Deus porque ele quis crer em
nós.”
2) Viver a fé significa também uma abertura à capacidade
de dialogar. Crer em Deus é manter-nos dispo´níveis
para o encontro com o tu.
3) A fé em Deus, além da vocação e da capaciade de
dialogar, inclui sempre o amor. Crer em Deus é saber-
nos amados e portadores de um amor que nos
ultrapassa (nova antropologia = nova ética)
“O homem é o ser que se sabe amado por Deus e
transmite seu amor aos irmãos.”
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 98-99)
56. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
B) Nos tratados de teologia moral costumavam expor
detalhadamente os pecados que se opõem à fé. Por excesso;
a credulidade excessiva e a supertiação. E, outos, por falta;
a infidelidade, a apostasia, a heresia, a dúvida, a ignorância
e a omissão dos atos da fé quando há obrigação de os
realizar.
A fé é um dom de Deus, por isso a dúvida voluntária e a
dúvida involuntária, são pecados contra essa virtude
teologal e pode levar à cegueira do espírito. (CEC 2088)
E ainda, a “incredulidade” gera a heresia, a apostasia e o
cisma (CEC 2089)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 99)
57. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
C) Nos manuais de teologia incluia os perigos contra a fé:
a) O trato com não-católicos (religioso, perversão e
escândalo);
b) A assistência a escolas não-católicas (perversão);
c) A leitura de livros heréticos;
d) O matrimônio com hereges ou incrédulos;
Mas a própria Igreja reconhecem valores positivos nos não-
crentes (LG 16; GS 12a; 21f), mas propõe a evangelização e a oferta
da mensagem da salvação entre eles (LG 28d; SC 8b; PO 4a; AA 6c) –
solicitude pastoral pelos não-crentes (CD 13a; PO 9c; OT 19a)
O maior perigo não está no encontro com os não-crentes, mas
na apatia, na preguiça. Privatização da Fé (p. 100)
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 100)
58. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
CONCLUINDO: É preciso abrir o coração para voltar a
imaginar e propor-se os esplêndidos desafios que nos
propõe nossa fé num DEUS PAI TODO PODEROSO:
1) Saber que coisas são formosas, que a rosa e a tormenta
têm um sentido e que a dor nunca é inútil.
2) Negar-se a aceitar que a beleza seja apenas uma
nostalgia e que a justiça seja apenas uma palabra que
brilha nos discursos.
3) É aceitar e proclamar que as coisas foram feitas para o
homem e não o homem para as coisas, porque o projeto
de Deus criador é um plano de amor para seus filhos.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)
59. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
4) É saber que a história tem sentido apenas em Deus e
nunca em outras metas, e que podemos e devemos ser livres
diante de tantos ídolos que reclamam nossa adoração.
5) É aceitar com alegria nossa tarefa de colaboradores nesta
criação e de sonhadores ativos na nova e definitiva criação.
6) É proclamar nossa esperançanum céu novo e numa nova
terra, nos quais habitem a justiça, a paz e a ternura.
7) É aceitar que sua paternidade nos une na fraternidade,
que não haverá irmãos enquanto não reconhecermos o
rosto de um Pai comum e reconciliador.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)
60. 5. Fé e Responsabilidade Moral
5.2. Deveres da virtude e pecados contra fé
8) É protestar que ninguém pode ser esquecido proscrito,
utilizado e vendido diante do rosto de um Deus e Pai que
derruba do trono os poderosos.
9) É confessar que fomos chamados a viver e a conviver, a
orar e a trabalhar, a contemplar e a aceitar, a receber e a
entregar, ou seja, a nos entregar.
Virtude da Fé
(ANDRÉS, p. 101)