06 propriedades fisicas do solo ligadas a mecanização
11 propriedades químicas do solo
1. Barreiros-PE
2014
PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO
Instituto Federal de Pernambuco - Campus Barreiros
Departamento de Desenvolvimento Educacional
Coordenação do Curso Superior de Tecnologia em
Agroecologia
Fundamentos de Solos
Prof. Rômulo Souza
2. Colóides
COLÓIDE: Compreende as partículas do solo menores que 1 µm que
são responsáveis pela atividade química do solo.
A fração coloidal do solo é bastante heterogênea, pois é constituída
de diferentes espécies de minerais e materiais orgânicos e, ainda, está
no solo em meio a partículas maiores, como silte e areia.
3. Superfície especifica; Cargas elétricas e Adsorção de íons
A ASE de uma massa de partículas aumenta proporcionalmente
com a diminuição do diâmetro.
É a medida da área da superfície das partículas por unidade de
peso (m2 g-1).
As partículas coloidais apresentam alta superfície especifica;
4. Quanto maior a ASE → maior será a reatividade das partículas do
solo.
Varia em função do
tamanho e tipo de
minerais;
Aresta
(mm)
Número de
partículas
Superfície
específica (m2/g)
Fração do solo
correspondente
10
1
0,1
0,01
0,001
1
103
106
109
1012
0,0006
0,006
0,06
0,6
6,0
cascalho
areia grossa
areia fina
silte
argila
5. Em geral as partículas coloidais apresentam cargas elétricas
quando colocadas em um meio líquido polar.
As cargas elétricas dos colóides podem ser negativas ou
positivas.
Origem das cargas NEGATIVAS dos colóides do solo
As cargas negativas existentes no solo podem ser classificadas em
cargas permanentes e cargas dependentes do pH.
6. pH < 5,0 (predomínio de cargas positivas – atraem ânions)
pH > 5,0 (predomínio de cargas negativas – atraem cátions)
Origem das cargas POSITIVAS dos colóides do solo
Normalmente ocorrem em menor quantidade que as cargas
negativas, mas prestam importante função, de vez que são
responsáveis pela adsorção de ânions (muitos dos quais são
nutrientes).
São sempre dependentes do pH, aumentando à medida em que
este diminui.
Origem: Superfície de óxidos de Fe e Al;
7. Lixiviação
As cargas elétricas do solo (argilominerais e matéria
orgânica) são fundamentais para a sustentação do
crescimento e desenvolvimento das plantas porque são elas
as responsáveis pela retenção dos nutrientes essenciais no
solo.
O solo funciona como um reservatório que estoca
nutrientes, liberando-os para a solução do solo em
pequenas quantidades, de onde as plantas podem absorvê-
los.
IMPORTÂNCIA DAS CARGAS ELETRICAS
8. ADSORÇÃO: Fenômeno químico de ligação ou atração entre a carga
de um colóide e um íon da solução do solo e que resulta na sua
retenção.
+
+
+
+
Solução do soloColóide do solo
Na+
Na+
Mg2+
Mg2+
Ca2+
Ca2+
K+
PO4
3
-
PO4
3
-
Cl-
Cl-
Dessorção
Adsorção
Os fenômenos de adsorção e
dessorção são comumente
chamados de fenômenos de
troca (CTC e CTA)
- Capacidade de troca de Cátions (CTC) – Cargas negativas
- Capacidade de troca de Ânions (CTA) – Cargas positivas
9. ELETROSTÁTICAS X COVALENTES
TIPOS DE ENERGIA DE LIGAÇÃO ENTRE COLÓIDES E ÍONS
Fatores que afetam a energia de ligação entre os colóides e o íons :
Valência – Exceto H
Raio de hidratação
Concentração do íon na solução - o aumento da concentração de
um íon na solução do solo provocará maior adsorção do mesmo,
deslocando os demais adsorvidos que estejam em menor
concentração
Seletividade do colóide
13. Fatores que afetam a CTC do solo:
1) Quantidade e tipo de minerais de argila (1:1 e 2:1);
2) Área superficial especifica (ASE)
3) Presença de óxidos e hidróxidos de Fe e Al
4) Teor de matéria orgânica;
5) pH (cargas dependentes de pH)
14. - O fenômeno de troca é REVERSÍVEL;
- O fenômeno de troca é uma relação ESTEQUIOMÉTRICA, isto é,
obedece à lei dos equivalentes químicos;
PRINCÍPIOS BÁSICOS QUE CARACTERIZAM A CTC
15. Desafio 01: Quantos kg de Ca2+ um solo argiloso com CTC de 1,7
cmolckg-1 seriam adsorvidos considerando uma área de 01 hectare e
uma profundidade de 40 cm e uma densidade do solo de 1,23 g cm-
3? Massa atômica do cálcio: 40,08g
1 mol de Ca2+ 40,08 g
1 molc de Ca 40,08/2= 20,04 g
1 mol de Ca 20,04 g
0,017 molc de Ca X
Peso de solo= 10000m2 x 0,4m = 4000 m3 x 1,23= 4920 t = 4920000 kg
X= 0,34g
1 kg de solo 0,34 g
4920000 kg de solo X
X= 1672800g = 1672,8 kg ou 1,67
t da Ca
ENTENDENDO A CTC DO SOLO e a unidade que a representa: cmolc kg-1
16. REAÇÃO DO SOLO
• Disponibilidade de elementos essenciais às plantas
• Problemas de toxidez de Al e Mn;
• Baixos teores de cátions de caráter básico, como Ca e Mg;
• Desenvolvimento de microrganismos do solo;
• Necessidade de calagem
IMPORTÂNCIA
17. CONCEITO ÁCIDO-BASE
De acordo com a definição de Brönsted-Lowry (1923), ÁCIDO
é uma espécie química que doa prótons
Entende por BASE toda substância capaz de receber prótons da
água dando origem ao íon hidroxila
B + H2O BH+ + OH-
HA + H2O A- + H+ (H3O+)
Os solos apresentam uma reação ÁCIDA, NEUTRA OU ALCALINA → pH
A fonte de acidez do solo deve-se a presença de “GRUPOS ÁCIDOS”
com diferentes capacidades de ceder prótons.
18.
H
1
logpH
ACIDEZ: Capacidade de uma substância liberar H+ na solução
do solo, sendo esta expresso em termos de pH
Quanto MENOR o valor de pH, MAIOR a atividade de íons H+ e
maior é o caráter ácido da substância
Onde: (H+) = atividade de íons H+ em mol L-1. Concentração muito
baixa~atividade
Solos tropicais Lixiviação de
bases
Degradação
química do solo
20. 1) ACIDEZ ATIVA
TIPOS DE ACIDEZ
Medida da atividade dos íons H+ na solução do solo. É determinada
pela leitura de pH do solo.
H
1
logpH
Considerando uma concentração de H+= 10-3 (0,001) mol L-1, qual
seria o pH?
pH = 3,0
Considerando uma concentração de H+= 10-2 (0,01) mol L-1, qual
seria o pH?
pH = 2,0
21. Determinação da acidez ativa
O pH pode ser influenciado pelo manejo (irrigação, precipitação,
adubações, calagem). Dependem da época de amostragem;
Para determinar a acidez ativa são utilizados métodos
potenciométricos com eletrodo específico;
Os métodos potenciométricos mais comuns são:
água
KCl 1 mol L-1
CaC2 1 mol L-1
23. 2) ACIDEZ POTENCIAL
São os íons adsorvidos aos colóides do solo (ions H+ não
dissociados)
ACIDEZ POTENCIAL = ACIDEZ TROCÁVEL + ACIDEZ NÃO TROCÁVEL
Mede a quantidade de Al3+ (principalmente) e H+ retidos pelas
cargas negativas dos argilominerais e da matéria orgânica;
Esta acidez é determinada por extração, com solução de KCl 1
mol L-1 a pH em torno de 5,5, visto que para valores de pH maior
que 5,6 ocorre a precipitação do Al3+
2.1 ACIDEZ TROCÁVEL
Esta acidez é representada por H + Al;
24. Íons H+ ligados covalentemente que se dissociam de compostos
orgânicos, de grupos OH na superfície das argilas, e de alguns
polímeros de Alumínio e que não são facilmente deslocados para
a solução do solo
2.2 ACIDEZ NÃO TROCÁVEL
Acidez não trocável = acidez potencial - acidez trocável
Acidez potencial: Extração com um sal tamponado a pH 7,0
25. A capacidade tampão é "resistência que os solos apresentam a
mudanças de pH". O poder tampão, também pode ser definido
como sendo a quantidade de base necessária para elevar em uma
unidade o pH do solo.
É maior nos solos mais argilosos e com maiores teores de matéria
orgânica.
PODER TAMPÃO
26. ORIGEM DA ACIDEZ DO SOLO
1) Chuva ácida;
2) Material de origem;
3) Remoção de bases :a remoção de cátions de caráter básico do solo
pela lixiviação, erosão, e pelas culturas, resulta no aumento de formas
trocáveis de H+ e de Al3+ no complexo sortivo (CTC efetiva).
O Al3+ na solução do solo sofre HIDRÓLISE, gerando acidez
complexo sortivo (CTC efetiva).
Al3+ + 2 H2O Al(OH)2++ H3O+
Al(OH)2+ + 2 H2O Al(OH)2
++ H3O+
Al(OH)2
+ + 2 H2O Al(OH)0 + H3O+
OBS importante: Em pH superior a 5,5, todo o Al3+ estará hidrolisado.
Pode-se dizer que cada mol de Al3+ produzirá três moles H3O+
27. 4) Grupos ácidos da Matéria orgânica do solo
As moléculas orgânicas apresentam radicais ácidos de
superfície como é o caso dos grupos carboxílicos e fenólicos. Tais
grupos dissociam-se liberando prótons (H+) na solução do solo
R – OH + H2O R – O- + H3O+
R – COOH + H2O R – COO- + H3O+
5) Argilominerais silicatados e não silicatados
Os grupos estruturais Si-OH e Al-OH expostos nas superfícies dos
minerais de argila silicatada, assim como os grupos Al-OH e Fe-OH nos
oxihidróxidos de Fe e Al contribuem para a geração de acidez
Si ] OH + H2O Si ] O- + H3O+
Al ] OH + H2O Si ] O- + H3O+
28. 6) Decomposição da matéria orgânica
A decomposição da matéria orgânica gera acidez de diversas formas,
através de reações de nitrificação, oxidação e geração de CO2. A
mineralização de compostos orgânicos libera compostos de N e S
que, ao sofrerem oxidação, podem liberar prótons na solução do
solo, de acordo com as reações:
A oxidação biológica de compostos orgânicos produz CO2, o qual
reage com água para formar ácido carbônico, que se dissocia e
acidifica o solo.
29. 7) Fertilizantes minerais
A maior alteração do pH do solo é promovida pelos fertilizantes
nitrogenados amoniacais, ou por aqueles que resultam na formação
de amônio no solo, como é o caso da uréia.
O NH4
+ pode, também, deslocar o Al3+ adsorvido, gerando acidez no
solo:
Argila] Al3+ + 3NH4
+ ↔ Argila] (NH4
+)3 + Al3+
Al3+ + 6H2O ↔ Al(OH)3 + 3H3O+
8) Absorção de nutrientes pelas plantas
30. Principais formas de alcalinidade no solo
Cátions metálicos como K, Ca, Mg e Na predominando no
complexo de troca podem influenciar diretamente na
concentração de íons H+ (OH-):
Solo = Ca2++ 2 H2O ⇔ Solo = 2H++ Ca2++ 2OH-
Quanto maior a participação de alcalinos e alcalinos-terrosos
(saturação de bases) no complexo de troca, maior será o pH do
solo.
Uso excessivo de calcário
33. EFEITOS NOCIVOS DA ACIDEZ
A elevada acidez de grande parte dos SOLOS TROPICAIS
condiciona uma alta atividade do Al na solução do solo,
DEFICIÊNCIA de Ca, Mg e P.
Principais sintomas de toxicidade do Al3+ podem ser observados no
sistema radicular:
- Raízes caracteristicamente curtas e grossas;
- Inibição do crescimento e coloração escura;
- Predisposição da planta injuriada a infecções por fungos;
- Inibição da divisão celular, com a conseqüente inibição do
alongamento celular
34. CORREÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO
Uso do CALCÁRIO
Consiste na aplicação no solo de materiais que neutralizam a
acidez, ou seja, uso de materiais de reação básica (OH-) e que tem
em comum Ca+ Mg = CALAGEM.
Fontes: CaCO3 (Calcário calcítico) MgCO3 (Calcário Magnesiano),
Ca,MgCO3 (Calcário dolomítico)
IMPORTANTE
A reação do calcário com o solo é relativamente lenta e depende,
basicamente, da disponibilidade de água. Por isso, recomenda-se que
sua aplicação no solo seja feita com alguma antecedência ao plantio,
de modo que, na época de estabelecimento das culturas, a acidez já
tenha sido, pelo menos, parcialmente corrigida.
35. VANTAGENS DA CALAGEM
Corrigir a toxidez do Al e de Mn
Corrigir a acidez do solo, pela neutralização do H+.
Fornecer Ca e Mg para as plantas,
Gerar cargas negativas no solo e, consequentemente, aumentar a
retenção de cátions (maior CTCefetiva);
Aumenta a disponibilidade de P e Mo
Aumenta a atividade microbiana - maior decomposição da
Matéria Orgânica;
g) Propiciar condições para melhor crescimento dos sistema
radicular e aumentar a absorção de água e nutrientes;
36. ÉPOCA E MODO DE APLICAÇÃO DO CALCÁRIO
- Aplicado dois a três meses antes do plantio
- Distribuído uniformemente sobre a superfície do solo
- Incorporado com arado e grade
Aplicação superficial
Baixo custo
Não há revolvimento do solo;
Correção somente das camadas superficiais;
Incorporação
↑ área de contato solo/calcário
Correção mais uniforme em profundidade;
↑ custo com operações
Destruturação e ↑ risco de erosão