O documento discute três distúrbios alimentares: anorexia, bulimia e obesidade. Descreve seus sintomas físicos e psicológicos, causas, consequências e formas de tratamento, que envolvem equipes multidisciplinares com psiquiatras, psicólogos e nutricionistas. O objetivo é modificar pensamentos e comportamentos, restaurar peso saudável e estabelecer padrões alimentares regulares.
6. É uma perturbação psicológica e com
implicações físicas emocionais graves.
Afecta predominantemente as
adolescentes com maior risco de
incidência entre os 14-18 anos, podendo
iniciar-se mais cedo.
Embora seja predominante no sexo
feminino, surge também no sexo masculino.
7. Caracteriza-se essencialmente por um medo
intenso de engordar mesmo quando muito
magra.
A pessoa que sofre de anorexia por mais
magra que seja, sempre que se olha ao
espelho, vê -se como uma pessoa
extremamente gorda algo que não
corresponde ao seu aspecto físico real, bem
pelo contrário.
Trata-se de um transtorno da alimentação
ao qual se dá actualmente muito mais
importância do que no passado.
8.
9. Esfera alimentar:
Recusa em ingerir alimentos ricos em hidratos de carbono e
gorduras;
Medo intenso e inexplicável de engordar
Tem dificuldade em comer em locais públicos
Outras áreas do comportamento além da alimentar:
Interesse especial pelo valor nutritivo da cada alimento
Por vezes são exímias cozinheiras
Passam grande parte do tempo a melhorar as condições
nutricionais dos seus familiares
Submetem-se a exercícios físicos excessivos
Diminuem as horas de sono
Isolamento social e dificuldade para namoros e vida sexual
10. Desenvolvimento de comportamentos
ritualizados à refeição (ex. cortar a comida
aos bocadinhos);
Não assumir a fome;
Isolamento social;
Atitude extremamente critica em relação
à imagem e forma corporal;
Grandes oscilações de peso;
11. Emagrecimento rápido sem causa
aparente
Cabelos finos e quebradiços
Interrupção do ciclo menstrual nas
raparigas - amenorreia
Vómito
Perda de erecção nos rapazes
12. Desnutrição:
Perda de tecido adiposo
Perda da massa muscular
Fraqueza, fadiga
Cardiovasculares:
Perda de músculo cardíaco
Bradicardia
Arritmias
Gastro – intestinais:
Dor abdominal
Obstipação
13. Dermatológicas:
Pele e cabelos secos
Queda de cabelo
Edema
Hematológicas:
Anemia
Neurológicas:
Depressão
Atrofias irreversíveis do cérebro
15. 1. Restauração de peso normal/razoável
- menstruação e ovulação normais (mulheres)
- função sexual e níveis hormonais normais
(homem)
- desenvolvimento físico e sexual normal nas
crianças e adolescentes
2. Motivação do paciente para recuperar
hábitos e comportamentos alimentares
saudáveis e participar no tratamento;
3. Corrigir pensamentos, sentimentos e atitudes
disfuncionais relacionadas com a desordem;
16. 4. Corrigir sequelas biológicas e
psicológicas da desnutrição;
5. Tratamento de condições
psiquiátricas associadas;
6. Garantir suporte e aconselhamento
familiar;
7.Prevenir recaídas;
17. Níveis de tratamento:
Hospitalização (4-10 semanas)
Hospitalização parcial
Programas residenciais
Paciente externo
Escolha do nível de tratamento:
Parâmetros físicos + parâmetros comportamentais
18.
19. A bulimia nervosa pode ser considerada
uma consequência da anorexia. Uma
pessoa com bulimia (bulímica) ingere
grandes quantidades de alimentos para
em seguida livrar-se deles, vomitando-
os.
20. Factores psicológicos
Factores físicos
Reduzem a auto-estima
Factores académicos
e o auto-controlo
Factores sociais
Factores genéticos
Crises de desenvolvimento e angústia e
emocional
21. Momentos de voracidade alimentar com frequência
de pelo menos 2 vezes por semana em 3 meses
consecutivos;
Exageradas restrições alimentares;
Provocam o vómito;
Usam processos químicos de emagrecimento;
Exercício físico exagerado;
Sinais de automutilação e flagelação;
22. Físicos:
Grandes oscilações de peso
Perda de potássio e desidratação
Rosto inchado – indução sistemática do vómito
Garganta irritada e glândulas aumentadas
Irritações graves do esófago – acidez gástrica
Fadiga
Dificuldade em dormir
Irregularidade menstrual
Fraqueza muscular
Rebentamento dos vasos
Problemas dentários
23. Psicológicos:
Emotividade e depressão
Alterações de humor
Obsessão por dietas
Dificuldade de controlo
Auto-criticismo severo
Auto-estima determinada pelo peso
Medo de não conseguir parar de comer
voluntariamente
Necessidade de aprovação dos outros
24. Comportamentais :
Obsessão por comida
Indisposição depois das refeições
Comer às escondida
Uso de clisteres
Provocação do vómito
Isolamento social
Exercício físico em excesso
Jejuns prolongados e frequentes
Fuga a restaurantes e refeições planeadas
25. Episódios de ingestão compulsiva de uma quantidade de
alimentos muito superior à maioria das pessoas:
A nível acelerado e caótico
Sem qualquer selecção de alimentos
Com o desaparecimento das sensações de prazer ou da
obtenção da saciedade
Sentimento de total falta de controlo na ingestão dos alimentos
Comportamentos compensatórios decorrentes para perder peso
e prevenir o seu ganho:
Vómito auto-induzido
Abuso de laxantes e outros medicamentos
Jejum e exercício físico prolongados
26. Fadiga e perda de energia
Menstruação irregular ou inexistente
Desidratação
Obstipação
Diarreia
Lesão das extremidades nervosas que
alimentam as fibras musculares do intestino
Falta de ar
Batimentos cardíacos irregulares
Depressão
27. Inchaço e dores de estômago
Enfraquecimento da estrutura óssea
Perda do esmalte dentário
Irritação crónica da garganta
Problemas de fígado e rins
Aumento da glândula parótida
Desequilíbrio hidro-electrolítico
Mãos e pés inchados
Hipotensão
Úlceras
Dilatação e ruptura gástrica
Escoriações nas mãos e nas articulações
Anemia
Paragem cardíaca e morte
28. O tratamento deve ser conduzido por uma equipa
composta de:
- Psiquiatra
- Psicólogo
- Nutricionista
- Endocrinologista
- Assistente social
O primeiro objectivo do tratamento é acabar com o
ciclo de ingestão compulsiva, seguida de manobras
purgativas ou de jejum prolongado.
Estabelecimento de um padrão alimentar regular e disciplinado.
29. Objectivos clarificados e etapas bem
definidas sobre a terapia a adoptar pelo
doente.
Um tratamento adequado da bulimia nervosa
deverá incluir:
* Tratamento psicológico
* Tratamento farmacológico
* Aconselhamento nutricional
* Internamento em casos muito graves
30. Objectivo: - analisar e modificar os
pensamentos, crenças e
sentimentos que desencadeiam e perpetuam
o ciclo bulímico.
O tratamento psicológico passa pelas
seguintes terapias:
* Terapia cognitivo-comportamental
* Terapia familiar
* Terapia de grupo
31. Fundamental para aqueles que mantêm
uma forte dependência emocional das
famílias.
Objectivo: - modificação do padrão de
comportamento alimentar, conseguida
pela aliança terapêutica estabelecida
com a família.
32. Partilha de experiências individuais: o
doente apercebe-se que não está sozinho
e que a recuperação é possível.
Discutidas e planeadas actividades, regras
do tratamento e suas modificações com a
evolução do tratamento.
Psicoterapia interpessoal variante
psicodinâmica desta terapia, sendo a
primeira com efeitos equivalentes aos da
terapia cognitivo-comportamental.
33. Antidepressivos o seu uso deriva da
associação frequente desta doença
com a doença depressiva.
Funciona como complemento dos
métodos de reabilitação nutricional e
de psicoterapia.
Não é o tratamento principal, nem o
mais eficaz!
34. Essencial para que o doente saiba exactamente aquilo
que deverá comer consoante o distúrbio alimentar de que
padece.
Objectivos: - reconhecimento do verdadeiro valor dos
nutrientes e da sua importância na alimentação
Comportamento
alimentar saudável
- correcção dos erros alimentares e introdução ou
restabelecimento de padrões alimentares adequados.
- ajuda na planificação do guia de refeições, baseada no
conhecimento da história dietética do bulimico.
Padrão de refeições regular e disciplinado
35. Só ocorre quando existem complicações
clínicas, risco de suicídio, ou quando houver
fracasso do tratamento no ambulatório.
36. Bulimia Anorexia
– Idade atingida: 18-40 – Idade atingida: 13-14 anos;
anos 16-17 anos
Não há perda Perda significativa de peso
– –
significativa de peso Preferência pela magreza
–
Satisfação com um peso extrema
–
abaixo da média Amenorreia
–
Nem sempre ocorre
– Faz gala do seu estado
–
amenorreia Facilmente diagnosticada
–
Guarda segredo
– Internamento mais frequente
–
Passa facilmente
– Dietas loucas
–
despercebida
Internamento raro
–
Períodos de voracidade
–
alimentar
37.
38. A obesidade pode definir-se como um
aumento da quantidade de energia
armazenada como gordura.
Este aumento de energia depende de
factores como a idade, o sexo, o estado
de saúde, a herança genética e o
ambiente.
39. Aumento do índice de massa corporal;
Aumento da percentagem de gordura
subcutânea a partir da prega subcutânea;
Não conseguir permanecer em pé muito
tempo;
Cansaço;
40. Aumento de peso;
Maior gordura acumulada;
Maior risco de desenvolver doenças
como a
hipertensão, diabetes, cancro, AVC ou
lesões no esqueleto
41. Consumo excessivo de alimentos
empacotados (gomas, bolos,…);
Consumo de alimentos hiper-calóricos (fast-
food);
Ingestão rápida de alimentos;
Beber grande quantidade de refrigerantes
(Coca- Cola / sumos);
Ter alimentação desmedida e sem regras.
42. O tratamento da obesidade baseia-se
num plano dietético e de exercício para
reduzir o peso e obter um crescimento
correcto.
É também necessário um forte apoio
afectivo;
Entre 80% e 90% dos indivíduos voltam
ao peso anterior.
43.
44. Os distúrbios alimentares são doenças psiquiátricas
estando na sua origem a interacção de factores
psicológicos, biológicos, familiares e socioculturais.
Caracterizam-se, fundamentalmente por alterações
significativas do comportamento alimentar.
Ocorrem predominantemente nos países
industrializados, tendo uma incidência menor nos
países pouco desenvolvidos e fora do mundo
ocidental. Afectam sobretudo as mulheres jovens.
Podem ser tratados na maior parte dos casos;