SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 22
Descargar para leer sin conexión
3º ENCONTRO ESTADUAL DE SAÚDE
  BELO HORIZONTE, 26 DE FEVEREIRO DE 2013




OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE

         EUGENIO VILAÇA MENDES
A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE MINAS
  GERAIS EM ANOS DE VIDA PERDIDOS
 AJUSTADOS POR INCAPACIDADE - 2005



                 8,8%      14,9%




                                           GRUPO I
                                           GRUPO II
                                           GRUPO III
                   76,3%




 Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública. Carga global de doenças do estado de Minas Gerais, 2005. Rio de
 Janeiro, ENSP, 2011.
A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EM MINAS
  GERAIS:
  A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS


• UMA AGENDA NÃO CONCLUÍDA DE INFECÇÕES,
  DESNUTRIÇÃO E PROBLEMAS DE SAÚDE REPRODUTIVA
• O CRESCIMENTO DAS CAUSAS EXTERNAS
• A FORTE PREDOMINÂNCIA RELATIVA DAS DOENÇAS
  CRÔNICAS E DE SEUS FATORES DE RISCOS, COMO
  TABAGISMO, INATIVIDADE FÍSICA, USO EXCESSIVO DE
  ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS E ALIMENTAÇÃO INADEQUADA



  FONTES:
  Frenk J. Bridging the divide: comprehensive reform to improve health in Mexico. Nairobi, Commission on Social
  Determinants of Health, 2006
  Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
O PROBLEMA CRÍTICO DO SUS EM MINAS
      GERAIS:
      A RUPTURA DO POSTULADO DA
      COERÊNCIA

      A INCOERÊNCIA ENTRE UMA SITUAÇÃO DE SAÚDE QUE
      COMBINA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E TRANSIÇÃO
      NUTRICIONAL ACELERADAS E TRIPLA CARGA DE DOENÇA,
      COM FORTE PREDOMINÂNCIA DE CONDIÇÕES CRÔNICAS, E
      UM SISTEMA FRAGMENTADO DE SAÚDE QUE OPERA DE
      FORMA EPISÓDICA E REATIVA E QUE É VOLTADO
      PRINCIPALMENTE PARA A ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES
      AGUDAS E ÀS AGUDIZAÇÕES DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS


      FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
FONTE: MENDES (2009)
A SOLUÇÃO DO PROBLEMA CRÍTICO DO
SUS EM MINAS GERAIS:
O RESTABELECIMENTO DO POSTULADO
DA COERÊNCIA POR MEIO DAS REDES DE
ATENÇÃO À SAÚDE

O RESTABELECIMENTO DA COERÊNCIA ENTRE A SITUAÇÃO DE
SAÚDE COM TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ACELERADA E TRIPLA
CARGA DE DOENÇA COM PREDOMÍNIO RELATIVO FORTE DE
CONDIÇÕES CRÔNICAS E UM SISTEMA INTEGRADO DE SAÚDE
QUE OPERA DE FORMA CONTÍNUA E PROATIVA E VOLTADO
EQUILIBRADAMENTE PARA A ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS
E CRÔNICAS



FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
O CONCEITO DE REDES DE ATENÇÃO À
SAÚDE



AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE SÃO ARRANJOS
ORGANIZATIVOS DE AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE, DE
DIFERENTES DENSIDADES TECNOLÓGICAS, QUE INTEGRADAS
POR MEIO DE SISTEMAS DE APOIO TÉCNICO, LOGÍSTICO E DE
GESTÃO, BUSCAM GARANTIR A INTEGRALIDADE DO CUIDADO




FONTE: Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
OS ELEMENTOS DAS
    REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE



 A POPULAÇÃO E AS REGIÕES DE SAÚDE
 A ESTRUTURA OPERACIONAL
 OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE




    FONTE: Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
A ESTRUTURA OPERACIONAL DAS REDES DE ATENÇÃO À
                                 SAÚDE
                RT 1                                       RT 2                              RT 3                                    RT 4

                                                                                                                                                                        Sistema de Acesso
LOGÍSTICOS



                PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E




                                                           PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E




                                                                                             PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E




                                                                                                                                     PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E
                                                                                                                                                                             Regulado
 SISTEMAS




                                                                                                                                                                       Registro Eletrônico
                                                                                                                                                                           em Saúde
                                                  H                                                                             H                                      Sistema de Transporte
                                                                                                                                                                             em Saúde


                                                                      TERCIÁRIOS
                           TERCIÁRIOS




                                                                                                        TERCIÁRIOS




                                                                                                                                                TERCIÁRIOS
                                                      H                                                                        H                                           Sistema de Apoio
                                                                                                                                                                       Diagnóstico e Terapêutico
SISTEMAS
DE APOIO




                                                  H                                                                                                                    Sistema de Assistência
                                                       H                                                                       H H                                          Farmacêutica


                                                                                                                                                                         Teleassistência


                                                                                                                                                                       Sistema de Informação
                                                                                                                                                                             em Saúde


                                                                                                                                                                             APS E PONTOS DE ATENÇÃO
                                                      ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE                                                                                                SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA

                                                                                                                                                                           Unid. de Atenção Primária à Saúde - UAPs

                                                                                                                                                                           Ambulatório Especializado Microrregional

                                                                                                                                                                           Ambulatório Especializado Macrorregional


                                                                                POPULAÇÃO                                                                               H Hospital Microrregional
                                                                                                                                                                        H Hospital Macrorregional
OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE



• O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS
• O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS




  FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
A LÓGICA DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS
        CONDIÇÕES AGUDAS




FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS
     CONDIÇÕES AGUDAS
                                             O Sistema Manchester de
                                                Classificação de Risco

    NÚMERO                  NOME                  COR             TEMPO-ALVO

         1               Emergente              Vermelho                  0

         2             Muito urgente             Laranja                  10

         3                 Urgente              Amarelo                   60

         4             Pouco urgente              Verde                  120

         5              Não urgente                Azul                  240


FONTE: MACKWAY-JONES et al. Sistema Manchester de Classificação de Risco: classificação de risco
na urgência e emergência. Belo Horizonte, Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, 2010
O DESAFIO DA EPIDEMIA DAS CONDIÇÕES
  CRÔNICAS: A REGRA DA METADE DE
                HART
                   100%
       100
        90
         80
         70
         60                    50%
         50                                                            Série1
         40
                                          25%
         30
         20                                           12,5%
         10
          0
                  1           2           3           4


                  1. CASOS TOTAIS
                  2. CASOS DIAGNOSTICADOS
                  3. CASOS CONTROLADOS
                  4. CASOS COM PROGRAMAS DE PREVENÇÃO


    FONTE: Hart JT. Rules of halves: implications of increasing diagnosis and reducing dropout for
    future workloads and prescribing costs in primary care. British Medical Journal. 42: 116-119, 1992.
A LÓGICA DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS
       CONDIÇÕES CRÔNICAS

                                                           ATENÇÃO NO
                                                           LUGAR CERTO

                                                           ATENÇÃO ESPECIALIZADA
                                                           APS




               MODELO DE
               ESTRATIFICAÇÃO
               DE RISCO


                                                           ATENÇÃO COM
                                                           QUALIDADE CERTA

                                                           ABORDAGEM CLÍNICA POR
                                                           RISCO
                                                           CONCENTRAÇÃO DO
                                                           CUIDADO POR RISCO




Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da
estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
OS MODELOS DE ATENÇÃO ÀS
  CONDIÇÕES CRÔNICAS




• O MODELO SEMINAL: O MODELO DE ATENÇÃO CRÔNICA
• O MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DE
  DAHLGREN E WHITEHEAD
• O MODELO DA PIRÂMIDE DE RISCO
• O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS




  Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES
            CRÔNICAS




Fonte: Wagner EH. Chronic disease management: what will take to improve care for chronic illness? Efective
Clinical Practice. 1: 2-4, 1998
O MODELO DE ATENÇÃO CRÔNICA NO
                       MUNDO

      MODELO ORIGINAL                                                                                   CANADÁ
      ESTADOS UNIDOS                   HOLANDA                          DINAMARCA                  BRITISH COLUMBIA




•


       REINO UNIDO                    ALEMANHA                    PAÍSES EM                    BRASIL/SUS
                                                               DESENVOLVIMENTO




    Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da
    estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
O MODELO DA PIRÂMIDE DE RISCOS




Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
O MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL
    DE DAHLGREN E WHITEHEAD




   Fonte: Dahlgren G, Whitehead M. Policies and strategies to promote social equity in health.
   Stocolm, Institute for Future Studies, 1991.
POR QUE UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS
  CONDIÇÕES CRÔNICAS (MACC) PARA O
  SUS?

• PORQUE O SUS É UM SISTEMA PÚBLICO UNIVERSAL COM
  RESPONSABILIDADES CLARAS SOBRE TERRITÓRIOS E
  POPULAÇÕES
• PORQUE O MODELO DO SUS DEVE INCORPORAR
  INTERVENÇÕES SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS
  INTERMEDIÁRIOS E PROXIMAIS DA SAÚDE: É UM MODELO
  EXPANDIDO
• PORQUE AS INTERVENÇÕES SOBRE OS FATORES DE RISCO
  BIOPSICOLÓGICOS E SOBRE AS CONDIÇÕES DE SAÚDE
  ESTABELECIDAS DEVEM SER FEITAS POR SUBPOPULAÇÕES
  ESTRATIFICADAS POR RISCOS E POR MEIO DE TECNOLOGIAS
  DE GESTÃO DA CLÍNICA

  Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da
  estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS
      CONDIÇÕES CRÔNICAS PARA O SUS




                               Nível 3
                Gestão          1- 5% de pessoas com
               de Caso          condições altamente
                                complexas

          Gestão da Condição   Nível 2
             de Saúde          20-30% de pessoas com
                               condições complexas

                               Nível 1
        Autocuidado Apoiado     70-80% de pessoas
                                com condições simples




Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD GRATUIDO EM:
          www.apsredes.org
REFLEXÃO FINAL:

                                                                                  “OS SISTEMAS DE
                                                                                  SAÚDE
                                                                                  PREDOMINANTES EM
                                                                                  TODO MUNDO ESTÃO
                                                                                  FALHANDO POIS NÃO
                                                                                  ESTÃO CONSEGUINDO
                                                                                  ACOMPANHAR A
                                                                                  TENDÊNCIA DE
                                                                                  DECLÍNIO DOS
                                                                                  PROBLEMAS AGUDOS E
                                                                                  DE ASCENSÃO DAS
                                                                                  CONDIÇÕES CRÔNICAS.
                                                                                  QUANDO OS
                                                                                  PROBLEMAS SÃO
                                                                                  CRÔNICOS, O MODELO
                                                                                  DE TRATAMENTO
                                                                                  AGUDO NÃO FUNCIONA”
Fonte: Organização Mundial da Saúde. Cuidados inovadores para condições crônicas: componenes estruturais de ação.
Brasília, OMS, 2008

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Aula 6 Políticas Públicas de Saúde
Aula 6 Políticas Públicas de SaúdeAula 6 Políticas Públicas de Saúde
Aula 6 Políticas Públicas de Saúde
Jesiele Spindler
 
Atenção básica e redes de atenção à saúde
Atenção básica e redes de atenção à saúdeAtenção básica e redes de atenção à saúde
Atenção básica e redes de atenção à saúde
Felipe Assan Remondi
 
Saúde Pública aula 1
Saúde Pública aula 1Saúde Pública aula 1
Saúde Pública aula 1
profsempre
 
1.1 determinantes sociais-da-saude
1.1 determinantes sociais-da-saude1.1 determinantes sociais-da-saude
1.1 determinantes sociais-da-saude
Tereza Cristina
 
Reforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidaçãoReforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidação
Luanapqt
 

La actualidad más candente (20)

Aula 6 Políticas Públicas de Saúde
Aula 6 Políticas Públicas de SaúdeAula 6 Políticas Públicas de Saúde
Aula 6 Políticas Públicas de Saúde
 
Aula 2 saúde e doença
Aula 2   saúde e doençaAula 2   saúde e doença
Aula 2 saúde e doença
 
Aula de sus
Aula de susAula de sus
Aula de sus
 
Vigilancia em saude
Vigilancia em saude Vigilancia em saude
Vigilancia em saude
 
PACTO PELA SAÚDE
PACTO PELA SAÚDEPACTO PELA SAÚDE
PACTO PELA SAÚDE
 
Atenção básica e redes de atenção à saúde
Atenção básica e redes de atenção à saúdeAtenção básica e redes de atenção à saúde
Atenção básica e redes de atenção à saúde
 
Aula 01 - Sistemas de informação em saúde para gestão do SUS
Aula 01 - Sistemas de informação em saúde para gestão do SUSAula 01 - Sistemas de informação em saúde para gestão do SUS
Aula 01 - Sistemas de informação em saúde para gestão do SUS
 
Saúde Pública aula 1
Saúde Pública aula 1Saúde Pública aula 1
Saúde Pública aula 1
 
1.1 determinantes sociais-da-saude
1.1 determinantes sociais-da-saude1.1 determinantes sociais-da-saude
1.1 determinantes sociais-da-saude
 
2. sistema único de saúde (SUS)
2. sistema único de saúde (SUS)2. sistema único de saúde (SUS)
2. sistema único de saúde (SUS)
 
Saude da familia
Saude da familiaSaude da familia
Saude da familia
 
Slides sus
Slides susSlides sus
Slides sus
 
Programa de Saúde da Família (PSF
Programa de Saúde da Família (PSFPrograma de Saúde da Família (PSF
Programa de Saúde da Família (PSF
 
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDEEDUCAÇÃO EM SAÚDE
EDUCAÇÃO EM SAÚDE
 
Modelos assistenciais de saúde
Modelos assistenciais de saúdeModelos assistenciais de saúde
Modelos assistenciais de saúde
 
Saúde Coletiva - 1. introdução e conceitos fundamentais
Saúde Coletiva - 1. introdução e conceitos fundamentaisSaúde Coletiva - 1. introdução e conceitos fundamentais
Saúde Coletiva - 1. introdução e conceitos fundamentais
 
Política Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básicaPolítica Nacional de Atenção básica
Política Nacional de Atenção básica
 
Estrutura organizacional dos serviços de saúde - Redes de Atenção à Saúde (RAS)
Estrutura organizacional dos serviços de saúde - Redes de Atenção à Saúde (RAS)Estrutura organizacional dos serviços de saúde - Redes de Atenção à Saúde (RAS)
Estrutura organizacional dos serviços de saúde - Redes de Atenção à Saúde (RAS)
 
Apresentação atenção básica esf
Apresentação atenção básica   esfApresentação atenção básica   esf
Apresentação atenção básica esf
 
Reforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidaçãoReforma sanitaria e a consolidação
Reforma sanitaria e a consolidação
 

Más de Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG)

Más de Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) (20)

Coletiva de imprensa sobre Intoxicação por Dietilenoglicol
Coletiva de imprensa sobre Intoxicação por DietilenoglicolColetiva de imprensa sobre Intoxicação por Dietilenoglicol
Coletiva de imprensa sobre Intoxicação por Dietilenoglicol
 
[Apresentação] Coletiva da SES-MG sobre Malária
[Apresentação] Coletiva da SES-MG sobre Malária[Apresentação] Coletiva da SES-MG sobre Malária
[Apresentação] Coletiva da SES-MG sobre Malária
 
SES-MG realiza coletiva sobre Multivacinação e Sarampo
SES-MG realiza coletiva sobre Multivacinação e SarampoSES-MG realiza coletiva sobre Multivacinação e Sarampo
SES-MG realiza coletiva sobre Multivacinação e Sarampo
 
Atenção Primária à Saúde: Seu papel no Programa de Redução da Mortalidade Inf...
Atenção Primária à Saúde: Seu papel no Programa de Redução da Mortalidade Inf...Atenção Primária à Saúde: Seu papel no Programa de Redução da Mortalidade Inf...
Atenção Primária à Saúde: Seu papel no Programa de Redução da Mortalidade Inf...
 
Atenção Primária à Saúde e Direito à Saúde
Atenção Primária à Saúde e Direito à SaúdeAtenção Primária à Saúde e Direito à Saúde
Atenção Primária à Saúde e Direito à Saúde
 
O Programa Saúde em Casa e a Diretoria de Estrutura de Atenção Primária à Saúde
O Programa Saúde em Casa e a Diretoria de Estrutura de Atenção Primária à SaúdeO Programa Saúde em Casa e a Diretoria de Estrutura de Atenção Primária à Saúde
O Programa Saúde em Casa e a Diretoria de Estrutura de Atenção Primária à Saúde
 
Equidade em Saúde: Êxitos e Desafios para o Brasil
Equidade em Saúde: Êxitos e Desafios para o Brasil Equidade em Saúde: Êxitos e Desafios para o Brasil
Equidade em Saúde: Êxitos e Desafios para o Brasil
 
Tendências de Reformas de Atenção Primária à Saúde em Países Europeus
Tendências de Reformas de Atenção Primária à Saúde em Países EuropeusTendências de Reformas de Atenção Primária à Saúde em Países Europeus
Tendências de Reformas de Atenção Primária à Saúde em Países Europeus
 
Financiamento dos Primeiros Cuidados com a Saúde: o abismo entre o discurso e...
Financiamento dos Primeiros Cuidados com a Saúde: o abismo entre o discurso e...Financiamento dos Primeiros Cuidados com a Saúde: o abismo entre o discurso e...
Financiamento dos Primeiros Cuidados com a Saúde: o abismo entre o discurso e...
 
Equidade na Saúde: a Estrutura de Saúde da Família em Minas Gerais
Equidade na Saúde: a Estrutura de Saúde da Família em Minas GeraisEquidade na Saúde: a Estrutura de Saúde da Família em Minas Gerais
Equidade na Saúde: a Estrutura de Saúde da Família em Minas Gerais
 
Atenção Primária à Saúde e seu Desenvolvimento na Esfera Municipal
Atenção Primária à Saúde e seu Desenvolvimento na Esfera MunicipalAtenção Primária à Saúde e seu Desenvolvimento na Esfera Municipal
Atenção Primária à Saúde e seu Desenvolvimento na Esfera Municipal
 
Congresso aps ii
Congresso aps iiCongresso aps ii
Congresso aps ii
 
O Cuidado à Saúde na Atenção Primária
O Cuidado à Saúde na Atenção PrimáriaO Cuidado à Saúde na Atenção Primária
O Cuidado à Saúde na Atenção Primária
 
Congresso de Fortalecimento da Atenção Primária no Estado de Minas Gerais
Congresso de Fortalecimento da Atenção Primária no Estado de Minas GeraisCongresso de Fortalecimento da Atenção Primária no Estado de Minas Gerais
Congresso de Fortalecimento da Atenção Primária no Estado de Minas Gerais
 
Saúde Mais Perto de Você
Saúde Mais Perto de Você Saúde Mais Perto de Você
Saúde Mais Perto de Você
 
A Política de Atenção Primária à Saúde em Minas Gerais
A Política de Atenção Primária à Saúde em Minas GeraisA Política de Atenção Primária à Saúde em Minas Gerais
A Política de Atenção Primária à Saúde em Minas Gerais
 
Balanço Saúde - 2013
Balanço Saúde - 2013 Balanço Saúde - 2013
Balanço Saúde - 2013
 
Edital do 1 concurso cara de um focinho do outro
Edital do 1  concurso cara de um focinho do outroEdital do 1  concurso cara de um focinho do outro
Edital do 1 concurso cara de um focinho do outro
 
Edital do 1 concurso cara de um focinho do outro
Edital do 1  concurso cara de um focinho do outroEdital do 1  concurso cara de um focinho do outro
Edital do 1 concurso cara de um focinho do outro
 
Portaria MS Nº 2914 de 12/12/11
Portaria MS Nº 2914 de 12/12/11Portaria MS Nº 2914 de 12/12/11
Portaria MS Nº 2914 de 12/12/11
 

Os modelos de Atenção à Saúde_Eugenio Vilaça

  • 1. 3º ENCONTRO ESTADUAL DE SAÚDE BELO HORIZONTE, 26 DE FEVEREIRO DE 2013 OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE EUGENIO VILAÇA MENDES
  • 2. A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DE MINAS GERAIS EM ANOS DE VIDA PERDIDOS AJUSTADOS POR INCAPACIDADE - 2005 8,8% 14,9% GRUPO I GRUPO II GRUPO III 76,3% Fonte: Escola Nacional de Saúde Pública. Carga global de doenças do estado de Minas Gerais, 2005. Rio de Janeiro, ENSP, 2011.
  • 3. A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA EM MINAS GERAIS: A TRIPLA CARGA DE DOENÇAS • UMA AGENDA NÃO CONCLUÍDA DE INFECÇÕES, DESNUTRIÇÃO E PROBLEMAS DE SAÚDE REPRODUTIVA • O CRESCIMENTO DAS CAUSAS EXTERNAS • A FORTE PREDOMINÂNCIA RELATIVA DAS DOENÇAS CRÔNICAS E DE SEUS FATORES DE RISCOS, COMO TABAGISMO, INATIVIDADE FÍSICA, USO EXCESSIVO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS E ALIMENTAÇÃO INADEQUADA FONTES: Frenk J. Bridging the divide: comprehensive reform to improve health in Mexico. Nairobi, Commission on Social Determinants of Health, 2006 Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 4. O PROBLEMA CRÍTICO DO SUS EM MINAS GERAIS: A RUPTURA DO POSTULADO DA COERÊNCIA A INCOERÊNCIA ENTRE UMA SITUAÇÃO DE SAÚDE QUE COMBINA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA E TRANSIÇÃO NUTRICIONAL ACELERADAS E TRIPLA CARGA DE DOENÇA, COM FORTE PREDOMINÂNCIA DE CONDIÇÕES CRÔNICAS, E UM SISTEMA FRAGMENTADO DE SAÚDE QUE OPERA DE FORMA EPISÓDICA E REATIVA E QUE É VOLTADO PRINCIPALMENTE PARA A ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS E ÀS AGUDIZAÇÕES DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 FONTE: MENDES (2009)
  • 5. A SOLUÇÃO DO PROBLEMA CRÍTICO DO SUS EM MINAS GERAIS: O RESTABELECIMENTO DO POSTULADO DA COERÊNCIA POR MEIO DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE O RESTABELECIMENTO DA COERÊNCIA ENTRE A SITUAÇÃO DE SAÚDE COM TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA ACELERADA E TRIPLA CARGA DE DOENÇA COM PREDOMÍNIO RELATIVO FORTE DE CONDIÇÕES CRÔNICAS E UM SISTEMA INTEGRADO DE SAÚDE QUE OPERA DE FORMA CONTÍNUA E PROATIVA E VOLTADO EQUILIBRADAMENTE PARA A ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS E CRÔNICAS FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 6. O CONCEITO DE REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE SÃO ARRANJOS ORGANIZATIVOS DE AÇÕES E SERVIÇOS DE SAÚDE, DE DIFERENTES DENSIDADES TECNOLÓGICAS, QUE INTEGRADAS POR MEIO DE SISTEMAS DE APOIO TÉCNICO, LOGÍSTICO E DE GESTÃO, BUSCAM GARANTIR A INTEGRALIDADE DO CUIDADO FONTE: Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
  • 7. OS ELEMENTOS DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE  A POPULAÇÃO E AS REGIÕES DE SAÚDE  A ESTRUTURA OPERACIONAL  OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE FONTE: Ministério da Saúde. Portaria nº 4.279, de 30 de dezembro de 2010
  • 8. A ESTRUTURA OPERACIONAL DAS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE RT 1 RT 2 RT 3 RT 4 Sistema de Acesso LOGÍSTICOS PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E PONTOS DE ATENÇÃO SECUNDÁRIOS E Regulado SISTEMAS Registro Eletrônico em Saúde H H Sistema de Transporte em Saúde TERCIÁRIOS TERCIÁRIOS TERCIÁRIOS TERCIÁRIOS H H Sistema de Apoio Diagnóstico e Terapêutico SISTEMAS DE APOIO H Sistema de Assistência H H H Farmacêutica Teleassistência Sistema de Informação em Saúde APS E PONTOS DE ATENÇÃO ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE SECUNDÁRIA E TERCIÁRIA Unid. de Atenção Primária à Saúde - UAPs Ambulatório Especializado Microrregional Ambulatório Especializado Macrorregional POPULAÇÃO H Hospital Microrregional H Hospital Macrorregional
  • 9. OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE • O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS • O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 10. A LÓGICA DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS FONTE: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 11. UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES AGUDAS O Sistema Manchester de Classificação de Risco NÚMERO NOME COR TEMPO-ALVO 1 Emergente Vermelho 0 2 Muito urgente Laranja 10 3 Urgente Amarelo 60 4 Pouco urgente Verde 120 5 Não urgente Azul 240 FONTE: MACKWAY-JONES et al. Sistema Manchester de Classificação de Risco: classificação de risco na urgência e emergência. Belo Horizonte, Grupo Brasileiro de Classificação de Risco, 2010
  • 12. O DESAFIO DA EPIDEMIA DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS: A REGRA DA METADE DE HART 100% 100 90 80 70 60 50% 50 Série1 40 25% 30 20 12,5% 10 0 1 2 3 4 1. CASOS TOTAIS 2. CASOS DIAGNOSTICADOS 3. CASOS CONTROLADOS 4. CASOS COM PROGRAMAS DE PREVENÇÃO FONTE: Hart JT. Rules of halves: implications of increasing diagnosis and reducing dropout for future workloads and prescribing costs in primary care. British Medical Journal. 42: 116-119, 1992.
  • 13. A LÓGICA DO MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS ATENÇÃO NO LUGAR CERTO ATENÇÃO ESPECIALIZADA APS MODELO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO ATENÇÃO COM QUALIDADE CERTA ABORDAGEM CLÍNICA POR RISCO CONCENTRAÇÃO DO CUIDADO POR RISCO Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
  • 14. OS MODELOS DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS • O MODELO SEMINAL: O MODELO DE ATENÇÃO CRÔNICA • O MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE DE DAHLGREN E WHITEHEAD • O MODELO DA PIRÂMIDE DE RISCO • O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 15. O MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS Fonte: Wagner EH. Chronic disease management: what will take to improve care for chronic illness? Efective Clinical Practice. 1: 2-4, 1998
  • 16. O MODELO DE ATENÇÃO CRÔNICA NO MUNDO MODELO ORIGINAL CANADÁ ESTADOS UNIDOS HOLANDA DINAMARCA BRITISH COLUMBIA • REINO UNIDO ALEMANHA PAÍSES EM BRASIL/SUS DESENVOLVIMENTO Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
  • 17. O MODELO DA PIRÂMIDE DE RISCOS Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 18. O MODELO DA DETERMINAÇÃO SOCIAL DE DAHLGREN E WHITEHEAD Fonte: Dahlgren G, Whitehead M. Policies and strategies to promote social equity in health. Stocolm, Institute for Future Studies, 1991.
  • 19. POR QUE UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS (MACC) PARA O SUS? • PORQUE O SUS É UM SISTEMA PÚBLICO UNIVERSAL COM RESPONSABILIDADES CLARAS SOBRE TERRITÓRIOS E POPULAÇÕES • PORQUE O MODELO DO SUS DEVE INCORPORAR INTERVENÇÕES SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS INTERMEDIÁRIOS E PROXIMAIS DA SAÚDE: É UM MODELO EXPANDIDO • PORQUE AS INTERVENÇÕES SOBRE OS FATORES DE RISCO BIOPSICOLÓGICOS E SOBRE AS CONDIÇÕES DE SAÚDE ESTABELECIDAS DEVEM SER FEITAS POR SUBPOPULAÇÕES ESTRATIFICADAS POR RISCOS E POR MEIO DE TECNOLOGIAS DE GESTÃO DA CLÍNICA Fonte: Mendes EV. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde: o imperativo da consolidação da estratégia da saúde da família. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2012.
  • 20. UM MODELO DE ATENÇÃO ÀS CONDIÇÕES CRÔNICAS PARA O SUS Nível 3 Gestão 1- 5% de pessoas com de Caso condições altamente complexas Gestão da Condição Nível 2 de Saúde 20-30% de pessoas com condições complexas Nível 1 Autocuidado Apoiado 70-80% de pessoas com condições simples Fonte: Mendes EV. As redes de atenção à saúde. Brasília, Organização Pan-Americana da Saúde, 2011
  • 21. DISPONÍVEL PARA DOWNLOAD GRATUIDO EM: www.apsredes.org
  • 22. REFLEXÃO FINAL: “OS SISTEMAS DE SAÚDE PREDOMINANTES EM TODO MUNDO ESTÃO FALHANDO POIS NÃO ESTÃO CONSEGUINDO ACOMPANHAR A TENDÊNCIA DE DECLÍNIO DOS PROBLEMAS AGUDOS E DE ASCENSÃO DAS CONDIÇÕES CRÔNICAS. QUANDO OS PROBLEMAS SÃO CRÔNICOS, O MODELO DE TRATAMENTO AGUDO NÃO FUNCIONA” Fonte: Organização Mundial da Saúde. Cuidados inovadores para condições crônicas: componenes estruturais de ação. Brasília, OMS, 2008