SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 8
Descargar para leer sin conexión
Jornal



   O Bandeirante
           Ano XX - no 232 - MARÇO de 2012
           Publicação Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo - SOBRAMES-SP




                                  Imagens de mentes
Josyanne Rita de Arruda Franco
Médica Pediatra
Presidente da Sobrames SP / Biênio 2011-2012




    O que faz alguém escrever? Os                    no interlocutor, produzindo uma                             um traço de sua personalidade;
pensamentos que fervilham, uma                       resposta singular, única, variável                          porém quando o artista obriga-
ideia que germina na cabeça de                       e de acordo com o sujeito que se                            se a fazer, realizar demasiado,
um escritor amador ou profis-                        apropria momentaneamente da-                                perde a autenticidade, e as ca-
sional, ou a vontade de traduzir                     quela forma de arte. A arte pode                            racterísticas que assinalam o
em palavras imagens que se su-                       surgir de um esforço intelectu-                             verdadeiro talento dissipam-se
cedem, oníricas e fantasiosas, na                    al coerente, construído segun-                              em mosaicos de sua arte, calei-
retina de um homem comum que                         do padrões, modelos, exemplos                               doscópios impessoais tratados
se transmuta em olhar de pessoa                      anteriores; acontecer de forma                              ao acaso da situação, forçados
criativa?                                            explosiva, imaginativa e desorga-                           pelas contingências, excessivos
    Muito já se escreveu sobre o                     nizada feito mata virgem; pode                              na elementar vaidade.
fenômeno que impele o ser hu-                        ainda ser extraída das sensações,                              Talvez por isso alguns escri-
mano a realizar um esforço cria-                     dos impulsos selvagens, adorme-                             tores se incomodem tanto com
tivo que traduza o que vai dentro                    cidos e despertados por buliçosos                           obras encomendadas, inclusive
de seu âmago e se transforme,                        pensamentos; advir inexplorada,                             relatando bloqueio no processo
à revelia, em uma obra de arte                       desconhecida, intuitiva, sem ex-                            criativo, já que condição essen-
fadada a ser famosa, marcar um                       plicação.                                                   cial para criar se dá em situação
tempo ou simplesmente existir                           Artistas buscam notoriedade,                             imprescindível de liberdade, de
para alguns. Se todo artista tem                     prestígio, destaque. Alguns de-                             inquietação íntima que provoca e
um quê de contraventor, se rom-                      monstram alguma melancolia                                  faz eclodir a necessidade de di-
pe com as regras do usual para                       por sentirem-se pouco produti-                              zer o quase que completamente
oferecer reflexão, questionamen-                     vos, demorarem a criar, realizar                            indizível.
to, emoção ou mesmo pura e sin-                      sua arte; outros precisam mos-                                 Todas as formas genuínas de
gela empatia, é de se acreditar                      trar atividade fazendo muitas                               arte são imagens de mentes; em
que a arte não só expressa o que                     coisas ao mesmo tempo, que-                                 muitas ocasiões, imagens demen-
quer dizer seu autor, mas busca,                     rendo mostrar versatilidade e                               tes... Escrever é tentar a narrati-
no outro, o que existe dentro                        capacidade de imaginação, mer-                              va do pictograma que fervilha no
dele, expectador. Eco e Narciso...                   gulhando em processos insanos                               peito e manifesta a loucura do vi-
Narciso e o lago.                                    de produtividade, que exaurem                               ver apaixonado... Criação ímpar
    A arte tem uma função simbó-                     e tornam os objetos de sua arte                             que experimenta intensidade e
lica, produz uma forma, um jeito,                    cópias de si mesma. O estilo de                             não reconhece fronteiras, porque
uma estética para os conteúdos                       cada autor aparece em suas com-                             não admite partidas e chegadas,
psíquicos do sujeito e reverbera                     posições artísticas, conferindo                             começo ou fim.
2      O BANDEIRANTE - Março de 2012


EXPEDIENTE                                                                                             A responsabilidade de
Jornal O Bandeirante
ANO XX - no 232 - Março 2012                                                                               quem escreve
Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores - Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP      .
Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros -
São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores:
Josyanne Rita de Arruda Franco e Carlos Augusto Ferreira                                                    “Tu és responsável por aquilo que cativas”
Galvão. Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha
Pezzuto (MTb 17.671-SP). Redação e Correspondência: Rua                                                                     - Antoine de Saint-Exupéry
Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP
13201-100 – Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com Tels.:
(11) 4521-6484 Celular (11) 9937-6342. Colaboradores desta
edição:Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini, José Alberto
Vieira, José Jucovsky, Flerts Nebó, Josyanne Rita de Arruda                                          Muitos escrevem para expressar um pensamento,
Franco, Leda Rezende, Ligia Terezinha Pezzuto, Nelson
Jacintho e Rodolpho Civile.                                                                        um sentimento, outros por defenderem uma ideia,
Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de
                                                                  uma posição, outros por puro devaneio. Desejamos que aqueles que nos leem
1.000 exemplares PDF enviados por e-mail.
                                                                  percebam o que está diante de nossas palavras. Que eles sintam o que nós
Diretoria - Gestão 2011/2012 - Presidente: Josyanne Rita
de Arruda Franco. Vice-Presidente: Luiz Jorge Ferreira.
Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo-
                                                                  sentimos. Vejam o que nós vemos. Afinal escrever é em última análise nos di-
Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro-
Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida
                                                                  rigirmos aos outros. Podemos omitir. Podemos mentir, contar meias verdades.
Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos:
Hélio Begliomini, Carlos Augusto Ferreira Galvão e Roberto        Fazer ficção de algo que é real ou o inverso. Criamos mitos, anjos e demônios.
Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes: Alcione Alcântara
Gonçalves, Flerts Nebó e Manlio Mário Marco Napoli.               Na hora em que escrevemos temos a onipotência das palavras. Entretanto, não
  Matérias assinadas são de responsabilidade de seus
autores e não representam, necessariamente, a opinião
                                                                  controlamos a capacidade que o leitor tem de dar vida às nossas palavras. O
                   da Sobrames-SP
                                                                  que o outro molda em sua mente, os sentimentos que ele desperta, isso não
                 Editores de O Bandeirante
                                                                  podemos determinar. Nossa escrita pode deflagrar reflexões, atos e atitudes
Flerts Nebó – novembro a dezembro de 1992
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1993-1994                   e o que advém disso é imprevisível. Escrever é atirar uma flecha no vazio –
Carlos Luiz Campana e Hélio Celso Ferraz Najar – 1995-1996
Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1996-2000                   nunca se sabe aonde vai atingir. Daí a importância e a responsabilidade dos
Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun – 2001 a abril de 2009
Helio Begliomini – maio a dezembro de 2009                        que escrevem. Somos livres para escrevermos o que quisermos, mas temos
Roberto A. Aniche e Carlos A. F. Galvão - 2010
Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão - janeiro 2011         que nos submeter às ideias que divulgamos.
               Presidentes da Sobrames – SP

1º. Flerts Nebó (1988-1990)
                                                                                                                           José Alberto Vieira
2º. Flerts Nebó (1990-1992)
3º. Helio Begliomini (1992-1994)
4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996)
5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998)
6º. Walter Whitton Harris (1999-2000)
7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002)
8º. Luiz Giovani (2003-2004)
9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005)
10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006)
11º. Helio Begliomini (2007-2008)
12º. Helio Begliomini (2009-2010)
13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012)


  Editores: Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão
  Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto
  Diagramação: Mateus Marins Cardoso
  Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica




                      CUPOM DE ASSINATURAS*
      Preço de 12 exemplares impressos: R$ 36,00
    Nome:___________________________________________________________

    End.completo: (Rua/Av./etc.) _______________________________________
                                                                                                                      Aniversário
                                                                                                                         MARÇO: nesta data
    ________________________________ nº. _______ complemento _________                                                 querida, nossos parabéns!

    Cidade:_____________ Estado:_____ E-mail:___________________________

      Grátis: Além da edição impressa que será enviada por correio, o assinante                                     Helio Begliomini – 21/03
      receberá por e-mail 12 edições coloridas em arquivo digital (PDF)
                                                                                                                    Maria da Glória Moreira Civile – 21/03
                            *Disponível para o público em geral e para não sócios da SOBRAMES-SP
 Preencha este cupom, recorte e envie juntamente com cheque nominal à SOBRAMES-SP para REDAÇÃO
“O Bandeirante” R. Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A - V. Municipal - CEP 13201-100 - Jundiaí - SP
        Dê uma assinatura de “O BANDEIRANTE” de presente para um colega
SUPLEMENTO LITERÁRIO
                                                                              O BANDEIRANTE - Março de 2012     3
                                                  Notícias

   O Prêmio Bernardo de Oliveira Martins de Melhor Poesia (2010-
2011) agraciou nosso confrade José Jucovsky, autor do belíssimo soneto
Miragem Triunfal. A SOBRAMES-SP parabeniza o brilhante associado
pela conquista de um prêmio desejado por todos os grandes poetas da
regional paulista.
   Em homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, nossa queridíssi-
ma Maria da Glória Civile recebeu singelo mimo em nome de todas as
associadas da regional paulista. Merecido destaque para a estimada sócia,
presença constante e muito benquista nas festivas Pizzas Literárias.
   Foi inaugurada, em 6 de março, a biblioteca do Hospital Municipal
Central de Osasco “Antonio Giglio”, com o nome de Biblioteca “Dr.
Walter Whitton Harris”, homenageando o associado da Sobrames-SP, e
que é o responsável pelo Grupo de Patologias do Pé e Tornozelo da Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia
daquela entidade, em Osasco/SP. Honra deveras merecida ao prestigiado médico sobramista, ex-presidente da nossa
querida entidade. Parabéns, Dr. Walter!
   A SOBRAMES-PE abriu em março primoroso calendário de eventos comemorativos pelos 40 anos de fundação.
Desejamos êxito aos confrades e confreiras pernambucanos, prosperidade e muitos novos associados à querida re-
gional.
   A Academia Ituana de Letras, em comemoração aos 402 anos da cidade de Itu - aniversário ocorrido em 02/02 -
promoverá solenidade de lançamento do aguardado livro “Um Olhar Sobre Itu, 2012”, ocasião em que a presidente
da SOBRAMES-SP, Josyanne Rita de Arruda Franco, proferirá algumas palavras em homenagem à cidade histórica
que, de forma gentil e hospitaleira, acolheu, em setembro passado, nossa XI Jornada Médico-Literária Paulista,
estabelecendo laços de amizade e colaboração. O evento acontecerá no dia 23/03, sexta-feira, à noite. Todos estão
convidados. Parabéns, Itu! Parabéns, ACADIL!
                                                  A Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí enviou convite
                                               para as festividades de 40 anos da prestigiada entidade, em 20 de abril,
                                               com posse de quatro acadêmicas e apresentações artísticas e musicais.
                                               Votos de sucesso para a AFLAJ!
                                                  A dica do mês é a Sabatina Literária que estamos preparando para
                                               14/04, sábado, na sede campestre da APM. Esperamos a adesão dos
                                               sócios nesta oportunidade de congraçamento e descontração, quando
                                               nossa confreira Márcia Etelli realizará breve palestra tendo como tema
                                               “Dicas de Poesia”.
                                               Agradecemos a colaboração dos membros associados da SOBRAMES-
                                            SP nos compromissos para com a sociedade: presença nas atividades,
                                            participação atuante, doações e contribuição financeira por meio do
pagamento da anuidade ajudam a regional a promover encontros agradáveis, editar a Antologia e programar, com
esmero e dedicação, as festejadas Jornadas Médico-Literárias Paulistas.
   Enviem notícias sobre os eventos em que participam como médicos-escritores, lançamentos ou convites para os
e-mails da presidente (josyannerita@gmail.com) ou da secretária (marciaetelli@ig.com.br). Divulgar as atividades dos
associados em nosso boletim é interesse da Sobrames-SP.
    O boletim literário O Bandeirante tem circulado em todos os lugares possíveis, até inusitados. Nossos confrades
e confreiras têm se empenhado na distribuição dos exemplares, o que tem garantido espaço para nossa publicação
dentro de escolas, igrejas, clubes, restaurantes, padarias e outros espaços da comunidade. Anuncie sua atividade pro-
fissional em O Bandeirante e convide os amigos para uma assinatura mensal: aproveite a oportunidade de divulgar
seu trabalho, clínica ou escritório nas páginas de um informativo diferenciado, inteligente e criativo.
   O blog da SOBRAMES-SP está cada dia mais bonito e bem elaborado, graças aos esforços dos confrades Marcos
Salun e Márcia Etelli. Visitem o endereço http://sobramespaulista.blogspot.com e aproveitem a beleza da viagem a
um mundo de palavras e imagens.
4   O BANDEIRANTE - Março de 2012
                                                                                         SUPLEMENTO LITERÁRIO




       Quem é? Quem é?
       (Resposta da edição de fevereiro)
       Geovah Paulo da Cruz, grande escritor e
        querido confrade da SOBRAMES-SP.


                                      Perfil 2012 Sobrames-SP
Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini

Atuação: engenheira de produção e segurança do trabalho.
Cidade de nascimento: São Paulo.
Comida preferida: à base de frutos do mar.
Esporte: ginástica, natação e caminhada.
Livro de cabeceira atual: Rotarismo escrito pelo Helio.
Filme: gosto de assistir comédias e romances.
Fim de semana: pode ser na praia ou no campo, de preferência na com-
panhia de familiares e amigos.
Viagem inesquecível: quando conhecemos os monastérios de Los Mete-
oros em Kalambaca, na Grécia; fantásticos!!
Sonho: que seja descoberta a máquina do tempo para, de vez em quando,
dar uma passeadinha em momentos do passado que foram maravilhosos
e marcantes.
Intolerância: à mentira e à falta de ética.
Características pessoais: sou franca, leal, romântica, ética, comunicativa,
alegre e responsável.
Projeto futuro: continuar a planejar novas viagens que considero uma
excelente forma de adquirir cultura e proporcionar momentos prazerosos e felizes.
Filosofia de vida: procuro viver com intensidade um dia após o outro, buscando compartilhar a felicidade com quem
está ao meu lado.
Dicas de viagem: Conheça o Peru e não deixe de ir a Machupicchu.
SUPLEMENTO LITERÁRIO
                                                                O BANDEIRANTE - Março de 2012   5
          Depois da folia
                                                  Meu retiro com o Senhor
Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini
                                                  Ligia Terezinha Pezzuto


  Sobre o chão
  As estrelas caem                                  Aquietar a alma,
  Junto às purpurinas,                              Pacificar o coração,
  Confetes e serpentinas.                           Ordenar os afetos.
  O Pierrô esparramado,
  Não ouve                                          Escutar meu ser mais íntimo,
  O debilitado trio,                                Conversar com o Senhor
  Que da avenida se despede.                        Num lugar preparado com amor.
  Dançarinos e colombinas
  Se lançam em alvoroço                             Tudo me leva a mais vida
  Atrás do último grito,                            Porque o Amor fala forte,
  Que o brilho do sol                               Em brisa leve e calma,
  Não consegue calar.                               A trazer-me paz duradoura.
  O tempo se esvai
  Como sempre previsto.                             É preciso silenciar.
  Emudece a alegria,                                Abastecer-me dessa paz
  Vencida pelo cansaço,                             Para melhor amar e viver
  Dos foliões desavisados.                          E cada vez mais me libertar.
  Que se acabam nas cinzas,
  De uma quarta-feira qualquer.                     Conforme os desejos
                                                    De Deus-Pai,
        Miragem triunfal                            Criador.
          (Prêmio de poesia Bernardo
        de Oliveira Martins - 2010-2011)

José Jucovsky                                         Depois daquela folia
                                                         (sonho banhado em absinto)
  Variado vento vagando vacilante
                                                  Josyanne Rita de Arruda Franco
  Bafeja suave sonolenta madrugada
  Aurora de luz no lusco-fusco insinuante
  Decifra a magia da amena noite enluarada!
                                                    Depois que Pandora surtou
  A névoa rente ao solo se dissipa titilante        Ao ver que Caronte virou
  À medida que o sol em êxtase gradual              A barca com a bela passista
  Abraça luzindo o renascer a cada instante         Assim que o dia nasceu
  Nem antes nem depois o mundo matinal!             E Dionísio bebeu
                                                    Estrelas de purpurina
  No deslumbrante céu, em alegre fantasia,          Nem vi que o amor vadiou
  Vê-se leve e serena a natureza despertar          Que minha Escola passou
  Refletindo a tímida luz de um novo dia!           Deixando só Hades e cinzas...
                                                    Eu nunca mais que fui eu
  Serpenteando visível crepúsculo espectral!        No Olimpo existo: sou Zeus
  Poética imagem ao deslumbrar o fulgor solar       Depois daquela folia!
  Transforma cores e sons em um sonho triunfal!
6   O BANDEIRANTE - Março de 2012
                                                                                                  SUPLEMENTO LITERÁRIO




                               Vida em um formigueiro
Flerts Nebó



    Por que intitulei este trabalho Esta vida é um Formigueiro? Simples, andei lendo e aprendendo como vivem as Formigas e
lhes posso assegurar que elas possuem uma “organização” que muitos países em todo o Globo Terrestre não tiveram, nem
o têm em nossos dias. Tentarei fazer, como se fosse um resumo, qual a conformação da vida das formigas. E lhes direi:
   1. As formigas são insetos de cabeça triangular, mandíbulas fortes e o seu abdome está ligado ao tórax por um delgado
      pedículo.
   2. Vivem associadas. Havendo em cada formigueiro os “machos”, as “fêmeas” e as neutras ou operárias.
   3. As fêmeas são maiores que os machos e possuem asas.
   4. Os operários não têm asas, estão incumbidos da criação das chamadas “larvas” e da construção dos formigueiros.
   5. As larvas saem de pequenos ovos brancos, postos pelas fêmeas, que “por acaso” são postos quando estas percorrem
      os interiores das galerias dos formigueiros.
   6. Os neutros ou operários os recolhem com cuidado, prendendo-os entre suas mandíbulas e os vão revirando como se
      estivessem lambendo e os amontoam em sítios especialmente reservados para isso.
   7. É o calor que faz com que as larvas saiam desses ovos, elas são brancas e alongadas e são bem tratadas peças operárias.
      As larvas não têm patas e em uma parte de volume maior está sua boca e são alimentadas pelas operárias.
   Elas fiam um casulo muito delicado o qual é “rasgado” pelas operárias para poderem sair. Saindo desses casulos, ficam
conservados dentro do formigueiro onde são guardadas pelas operárias mais velhas, sendo protegidas, instruídas, dirigidas
pelas mais velhas e revelam a habilidade nas construções das galerias, nas abóbodas subterrâneas e ali elas dispõem de
alimentação.
   Como se possuíssem uma linguagem - que são sinais - exprimem suas necessidades e, se por acaso forem atacadas,
umas entram de imediato para avisar enquanto outras procuram se defender, com valentia, procurando dar tempo para
a defesa das “cidades” atacadas.
   Uma das maiores curiosidades é a “arte” como as formigas retiram dos chamados pulgões sua alimentação.
   Esses pulgões possuem na parte traseira dois tubérculos que expelem um líquido açucarado; segundo as diferentes
espécies de formigas, funcionam como “vacas dos formigueiros”, alimentando-as.
   Posso dizer que VALEU a procura, aprendi coisas que não sabia.




                                                     A noite
Nelson Jacintho



   Caminha a noite pela estrada do escuro...                        Perseguindo a espuma que se eleva
   Solitária, a minha alma desolada                                 A cada respirar do mar insone...
   Segue o fio de luz de uma esperança                              O vento, à minha frente, abre meus olhos...
   Que se esconde por detrás do negro muro...                       As janelas batendo, abre os ouvidos...
   Fico sentado sozinho na janela...                                Um tiro na escuridão acorda o medo,
   Pensamentos são cartas espalhadas,                               Um choro de criança abre os sentidos...
   Cujos jogos, ora perco, ora ganho                                A ambulância passa de repente...
   Nos avanços naturais das madrugadas...                           Esganiça a sirene do bombeiro...
   Eu viajo num barco há muitos nós                                 Um incêndio põe fogo na minha alma,
   Rasgando sem piedade a branca espuma                             Vai queimá-la, se a não salvar primeiro...
   Que o brilho, lava, da lua sobre o mar,                          Mas a noite é a mãe terna do poeta...
   Como o das estrelas, uma a uma...                                A escuridão lhe fornece a claridade,
   Já vai longe o meu barco de papel...                             É fonte inesgotável de ternura
   Já some no horizonte a luz em cone,                              Tudo lhe dá, do consolo à saudade...
SUPLEMENTO LITERÁRIO
                                                                               O BANDEIRANTE - Março de 2012              7
                             Carnaval                                              Walter Whitton Harris
                                                                                        Cirurgia do Pé e Tornozelo
                                                                                          Ortopedia e Traumatologia Geral
                                                                                           CRM 18317
Rodolpho Civile                                                                              Av. Pacaembu, 1.024
                                                                                              01234-000 - São Paulo - SP
                                                                                               Tel.: 3825-8699
                                                                                                 Cel.: 9932-5098

    Segundo a Enciclopédia BARSA, o carnaval é um conjunto de festividades
populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas nos dias que          Dr. Carlos Augusto Galvão
antecedem o início da Quaresma, quando começa a abstinência de carne               Psiquiatria e Psicoterapia
durante 40 dias, proibida pela Igreja.                                             Rua Maestro Cardim, 517
    O termo Carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim       Paraíso – Tel: 3541-2593
medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII,
que significava a véspera da quarta-feira de cinzas.
    A origem do Carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem               PUBLICIDADE
num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o Início do Ano,                TABELA DE PREÇOS 2009
mas há quem diga que suas principais manifestações ocorreram na Roma dos                (valor do anúncio por edição)
Césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei         1 módulo horizontal          R$ 30,00
Momo é uma das formas de Dionísio – o deus Baco, patrono do vinho e do              2 módulos horizontais        R$ 60,00
                                                                                    3 módulos horizontais        R$ 90,00
seu cultivo, e isto faz recuar a origem do Carnaval para a Grécia arcaica, para     2 módulos verticais          R$ 60,00
os festejos que honravam a colheita. Sempre de uma forma de comemorar,              4 módulos                    R$ 120,00
com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos        6 módulos                    R$ 180,00
indispensáveis à vida.                                                              Outros tamanhos              sob consulta
    Deixando de lado o conceito, a origem e o período de duração em outros                 josyannerita@gmail.com
países, no Brasil o Carnaval compreende os 3 dias de folias e orgia que pre-
cedem a quarta-feira de cinzas. Sempre com grande sucesso, as exibições das
escolas de samba do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e de outros
lugares... O País para a vê-las... Para o povo, principalmente os mais humildes,
dias de glória, com apresentações de “ricas” fantasias adquiridas durante o ano
                                                                                   REVISÃO
à custa de muito sacrifício, criativos sambas-enredo, cansativos ensaios com       de textos em geral
as baterias, badalados carros alegóricos, enfim uma apoteose organizada de         Ligia Pezzuto
descontração, beleza, ritmo e alegria. É o Carnaval na sua pujança! Mudou um       Especialista em Língua Portuguesa
pouco nas suas características em relação ao passado, quando estava presente
                                                                                    (11) 3864-4494 ou 8546-1725
o entrudo, que consistia em lançar uns aos outros água, farinha, tinta, etc. e o
corso em carros abertos com muita serpentina, confete e lança-perfumes. O
que ainda persiste são os bailes de clubes animados por renomadas orquestras.
Ao falar neles, uma profunda nostalgia apodera-se do meu ser, lembranças de                           longevità
tempos idos e vividos que não voltarão mais...                                                        (11) 3531-6675
    Vou narrar um episódio de minha vida acontecido durante o Carnaval.               Estética facial, corporal e odontológica *
Isso já faz algum tempo...                                                            Massagem * Drenagem * Bronze Spray *
    Como é do conhecimento geral, os calabreses são muito radicais e ciumen-                     Nutricionista * RPG
tos em relação à família. Ai de quem mexer com ela... O meu pai (calabrês          Rua Maria Amélia L. de Azevedo, 147 - 1o. andar
do Bexiga) não fugia à regra. Só consentiu de minha irmã caçula ir ao baile
carnavalesco do City Bank em minha companhia. A contragosto, cedi aos
rogos da mana. No salão do Comercial, na Rua Líbero Badaró, acompanhado            Terminou de
por um amigo, instalamo-nos próximos à pista de dança. A minha atenção
foi logo despertada por uma moça na mesa ao lado, acompanhada por fa-
                                                                                   escrever seu
miliares. Os nossos olhos se cruzaram e, após um leve aceno, saímos para           livro? Então
dançar. Fiquei impressionado com a beleza da moça e, depois de abraçá-la,          publique!
trocar amabilidades e informações, aconteceu... Inexplicavelmente (inebriado
pelos encantos daquela criatura) disse a ela: “não sei por que, mas acho que
vou casar com você”. Ela gentilmente sorriu, concordando, mas naturalmente         Nesta hora importante, não deixe de
desconfiada... Enquanto isso, o som gostoso do gingado do samba: “é com            consultar a RUMO EDITORIAL.
esta que eu vou”... “é com esta que eu vou”...                                     Publicações com qualidade impecável,
                                                                                   dedicação, cuidado artesanal e preço
    O destino é caprichoso... Não deu outra... O tempo passou e com ele um
                                                                                   justo. Você não tem mais desculpas
amor profundo, intenso e sublime. A bela mulher dos meus sonhos deu-me
                                                                                   para deixar seu talento na gaveta.
três filhos e quatro netos, uma maravilhosa família.
    Com ela eu fui, vou e irei até o fim dos meus dias.                                rumoeditorial@uol.com.br
                                                                                              (11) 9182-4815
   Viva o Carnaval!
8   O BANDEIRANTE - Março de 2012
                                                                                                SUPLEMENTO LITERÁRIO




                                          Café prismático

Leda Rezende




    Não dava para acreditar. Aliás. Dava para acreditar. Não dava era para compreender. Minha avó sempre me disse
isso. Fique atenta no que acredita e não compreende, menina, fique atenta. Às vezes penso que escutei pouco a minha
avó. Vai ver por isso encontro mais problemas. Que soluções.
    O lugar era adequado. A cafeteria uma delicadeza. Isso sem falar naquele burburinho. Vozes sussurradas fazem
mais efeito que gritadas. Todos ali sussurravam. Dando seu estilo musical nas entonações. Nos pequenos silêncios.
Como uma partitura. Numa sequência sem maestro. Mas com cadência. Assim era o ambiente. Uma quase orques-
tra. De sons. E tons. Até de sotaques. Uma exposição cautelosa das ideias. Em pianíssimo. Em alegretto. Até cabia um
allegro ma non troppo.
    O olhar veio antes. Era um olhar lúdico. O corpo todo veio depois. Mas tinha uma sintonia com o olhar. Deveria
ser mesmo um lugar que gostava. Que frequentava. Ou que tentava frequentar. Com o olhar percorria os lugares. E
buscava o seu. Vago. Uma mesa. Uma cadeira. Um assento. Onde pudesse abrigá-los. Corpo e olhar. E o riso. Ria
como se para alguém. Concluí. Deveria ser o alguém interior. Uma daquelas comemorações festivas. Entre ego e
superego. Ou entre ego e alter ego. Vai lá saber.
    Algo de repente ficou errado. Nesse momento o olhar mudou. Já não era mais lúdico. Era um olhar envelhecido.
Ele veio na direção dela. Com ar de desagrado. Gesticulando para ela. Com desaprovação. O corpo em sintonia com
o olhar. Desagradável. O dedo substituiu a fala e apontou faltas. Muitas faltas. Faltava lugar. Faltava tempo. Faltava
espaço. Parecia que apenas sobrava espera. Desconforto. E dedos. Ele gesticulava. Ela observava. Parecia hesitante,
mas atenta. Por segundos retirava o olhar dele e olhava o espaço. O ambiente. Ele insistiu. O olhar dela mudou. Era
agora um olhar resignado.
    Ele foi à frente. Deu as costas. Ela o seguiu. Iam sair. Fiquei pensando no porquê da concessão. Nas mil razões
das concessões. Durou pouco meu pensamento. Não cheguei nem na segunda razão. Até respirei aliviada. Vi que ela
voltou. Voltou. Quase dei um pulinho da cadeira. Que teria acontecido? E com ela um novo olhar. Olhar de decisão.
Ia ficar. Quase aplaudi. Eu me contive. Ele ainda ficou por um instante de pé. Diante dela. Reprovou. Apontou. Res-
mungou. Acatou.
    Enquanto ela sentava, ele foi buscar o café. Estava irritado. Expressão de tédio, como ela diria se o estivesse vendo.
Pensei. Este deverá ser o café mais caro do planeta. Mas ela deve saber o que faz. E se tudo tem um preço, que seja pago
antecipado. Acompanhado de uma parcela de prazer. Procede. E vai ver sempre tem uma forma de evitar juros.
    Era alta. Magra. Elegante. Porte ereto. Gestual delicado. Fugia ao comum. Tinha cabelos brancos. Não tingidos.
Longos. Presos com uma fivela sofisticada. Uma roupa despojada e adequada. Já sentada, sorriu. Para quem estava
em volta. Eu me incluí. Elogiei a decisão. Fez um olhar de surpresa. Não se imaginava observada. Agradeceu. Com
singeleza. Com tranquilidade.
    Ele vinha em direção dela. Segurando a bandeja. Tentando
equilibrar irritação, aceitação, cobrança futura, café e bolinhos.
Não devia ser fácil. A expressão estava insegura. Desta vez ela
o recebeu com um outro olhar. Olhar de irreverência.
    Sabe-se lá por que perguntei se era escritora. Nem sei de
onde tirei essa ideia. Mas perguntei. Ela respondeu. Com se-
renidade. Com uma voz firme. Não. Sou atriz. Devo ter feito
uma coletânea de todos os olhares dela. Em mim. Ao mesmo
tempo. Pelo jeito que ela me olhou. Sorri. E parabenizei.
Com entusiasmo.
    Lembrei da minha avó. Agora sim. Acreditei e compreendi.
E o contrário também vale.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15quintaldasletras
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46luisprista
 
Livro Itinerância Poética
Livro Itinerância PoéticaLivro Itinerância Poética
Livro Itinerância Poéticaguieduca
 
Julio Plaza Leitura e Invencao
Julio Plaza Leitura e InvencaoJulio Plaza Leitura e Invencao
Julio Plaza Leitura e Invencaoieiro
 
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbiuspeloburaco
 
Interpretação do Ex- Libris
Interpretação do Ex- LibrisInterpretação do Ex- Libris
Interpretação do Ex- LibrisRODRIGO ORION
 
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Acervo_DAC
 
Material didático Autorretrato
Material didático AutorretratoMaterial didático Autorretrato
Material didático AutorretratoMaíla Valentim
 
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)Elizandra Raquel Azeveo Velho
 
Tudo sobre associacionismo
Tudo sobre associacionismoTudo sobre associacionismo
Tudo sobre associacionismoJoão Ginga Jr
 
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autor
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autorAcre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autor
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autorAMEOPOEMA Editora
 

La actualidad más candente (16)

Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
Pessoa ortónimo proposta para análise de poemas 14_15
 
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46
ApresentaçãO Para DéCimo Segundo Ano, Aula 46
 
Livro Itinerância Poética
Livro Itinerância PoéticaLivro Itinerância Poética
Livro Itinerância Poética
 
P si arte ii ppt final
P si arte ii ppt finalP si arte ii ppt final
P si arte ii ppt final
 
Julio Plaza Leitura e Invencao
Julio Plaza Leitura e InvencaoJulio Plaza Leitura e Invencao
Julio Plaza Leitura e Invencao
 
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius
“Grande Sertão Veredas” e a Banda de Möbius
 
Cinema e Video
Cinema e VideoCinema e Video
Cinema e Video
 
Interpretação do Ex- Libris
Interpretação do Ex- LibrisInterpretação do Ex- Libris
Interpretação do Ex- Libris
 
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...Souza; fabiana andrelina de   corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
Souza; fabiana andrelina de corpo poético linguagem pictórica com inserção ...
 
Apostila de-arte-ensino-mc3a9dio-2c2aa-sc3a9rie
Apostila de-arte-ensino-mc3a9dio-2c2aa-sc3a9rieApostila de-arte-ensino-mc3a9dio-2c2aa-sc3a9rie
Apostila de-arte-ensino-mc3a9dio-2c2aa-sc3a9rie
 
Material didático Autorretrato
Material didático AutorretratoMaterial didático Autorretrato
Material didático Autorretrato
 
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)
Artes visuais-e-histc3b3ria-da-arte-ensino-mc3a9dio (2)
 
Tudo sobre associacionismo
Tudo sobre associacionismoTudo sobre associacionismo
Tudo sobre associacionismo
 
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autor
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autorAcre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autor
Acre 007 edição 007 julho, agosto e setembro... para revisão de autor
 
Linguagem pictorica
Linguagem pictoricaLinguagem pictorica
Linguagem pictorica
 
00136
0013600136
00136
 

Destacado (17)

Gga, Jr. Cv 1 B
Gga, Jr. Cv 1 BGga, Jr. Cv 1 B
Gga, Jr. Cv 1 B
 
Cosmetic dentistry
Cosmetic dentistryCosmetic dentistry
Cosmetic dentistry
 
ETFs Awareness_Advanced
ETFs Awareness_AdvancedETFs Awareness_Advanced
ETFs Awareness_Advanced
 
Internet researcher and blogger
Internet researcher and bloggerInternet researcher and blogger
Internet researcher and blogger
 
El buen uso del internet
El buen uso del internetEl buen uso del internet
El buen uso del internet
 
Strana 03
Strana 03Strana 03
Strana 03
 
O Bandeirante 112006
O Bandeirante 112006O Bandeirante 112006
O Bandeirante 112006
 
Strana 12
Strana 12Strana 12
Strana 12
 
PROYECTO TITULO URBANO, PARQUE METROPOLITANO
PROYECTO TITULO URBANO, PARQUE METROPOLITANOPROYECTO TITULO URBANO, PARQUE METROPOLITANO
PROYECTO TITULO URBANO, PARQUE METROPOLITANO
 
Strana 25
Strana 25Strana 25
Strana 25
 
123456
123456123456
123456
 
Singapore tep
Singapore tepSingapore tep
Singapore tep
 
#завтракдонора
#завтракдонора#завтракдонора
#завтракдонора
 
Mapa mantal
Mapa mantalMapa mantal
Mapa mantal
 
Strana 15
Strana 15Strana 15
Strana 15
 
Boletín nº 2 (año 2016)
Boletín nº 2 (año 2016)Boletín nº 2 (año 2016)
Boletín nº 2 (año 2016)
 
Publicaciones manuel peláezdelrosal
Publicaciones manuel peláezdelrosalPublicaciones manuel peláezdelrosal
Publicaciones manuel peláezdelrosal
 

Similar a Imagens de mentes

A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010
A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010
A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010Smar Brasil
 
LC 03 Movimento Perceptivo
LC 03 Movimento PerceptivoLC 03 Movimento Perceptivo
LC 03 Movimento PerceptivoOdair Tuono
 
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.docPaula Duarte
 
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012Marcos Gimenes Salun
 
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdf
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdfdavid-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdf
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdfRobertaPaixo4
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptANNECAROLINEMORAESDE1
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptCaroline Assis
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptCaroline Assis
 
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly Mendes
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly MendesArte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly Mendes
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly MendesNatália Malheiro
 
Uma Conversa Diferente
Uma Conversa DiferenteUma Conversa Diferente
Uma Conversa Diferenteelvandroburity
 
Fernando pessoa conteúdos essenciais
Fernando pessoa conteúdos essenciaisFernando pessoa conteúdos essenciais
Fernando pessoa conteúdos essenciaisbecresforte
 
Encontro 6 - Autoretrato
Encontro 6 - AutoretratoEncontro 6 - Autoretrato
Encontro 6 - Autoretratogernacor
 
Literatura,desejo e fantasia
Literatura,desejo e fantasiaLiteratura,desejo e fantasia
Literatura,desejo e fantasiaEspaco_Pedagogia
 
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunha
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunhaO s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunha
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunhaUNEB
 

Similar a Imagens de mentes (20)

Fernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-OrtónimoFernando Pessoa-Ortónimo
Fernando Pessoa-Ortónimo
 
A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010
A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010
A Arte de Ler (Vanderlei Miranda) - Cidadão do Futuro 2010
 
LC 03 Movimento Perceptivo
LC 03 Movimento PerceptivoLC 03 Movimento Perceptivo
LC 03 Movimento Perceptivo
 
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
2782472-Sintese-da-materia-de-12º-ano-Portugues-preparacao-para-o-exame.doc
 
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012
O Bandeirante - n.231 - Fevereiro de 2012
 
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdf
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdfdavid-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdf
david-lapoujade-as-existc3aancias-minimas.pdf
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
 
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.pptADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
ADJETIVO NA CONSTRUÇÃO DOS SENTIDOS.ppt
 
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly Mendes
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly MendesArte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly Mendes
Arte - O que é Arte? - 3aço - Prof. Kelly Mendes
 
Vidas
VidasVidas
Vidas
 
Uma Conversa Diferente
Uma Conversa DiferenteUma Conversa Diferente
Uma Conversa Diferente
 
Fernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimoFernando pessoa ortónimo
Fernando pessoa ortónimo
 
Arte 1 médio slide
Arte 1 médio slideArte 1 médio slide
Arte 1 médio slide
 
Fernando pessoa conteúdos essenciais
Fernando pessoa conteúdos essenciaisFernando pessoa conteúdos essenciais
Fernando pessoa conteúdos essenciais
 
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdffernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
fernandopessoa_ortonimoeheteronimos.pdf
 
Encontro 6 - Autoretrato
Encontro 6 - AutoretratoEncontro 6 - Autoretrato
Encontro 6 - Autoretrato
 
Literatura,desejo e fantasia
Literatura,desejo e fantasiaLiteratura,desejo e fantasia
Literatura,desejo e fantasia
 
Recrearte
RecrearteRecrearte
Recrearte
 
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunha
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunhaO s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunha
O s reflexoas do eu em mulher no espelho de helena parente cunha
 

Más de Marcos Gimenes Salun

O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015
O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015
O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015Marcos Gimenes Salun
 
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015O Bandeirante - nº 268 - março de 2015
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015Marcos Gimenes Salun
 
Revista opinias nº 8 - janeiro 2015
Revista opinias nº 8  -  janeiro 2015Revista opinias nº 8  -  janeiro 2015
Revista opinias nº 8 - janeiro 2015Marcos Gimenes Salun
 
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista Opinias nº 06 - Novembro 2014
Revista Opinias  nº 06 - Novembro 2014Revista Opinias  nº 06 - Novembro 2014
Revista Opinias nº 06 - Novembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Marcos Gimenes Salun
 
O Bandeirante - Setembro 2014 - nº 262
O Bandeirante -  Setembro 2014 - nº 262O Bandeirante -  Setembro 2014 - nº 262
O Bandeirante - Setembro 2014 - nº 262Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014Marcos Gimenes Salun
 
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014Marcos Gimenes Salun
 
O Bandeirante - n.260 - julho 2014
O Bandeirante - n.260 - julho 2014O Bandeirante - n.260 - julho 2014
O Bandeirante - n.260 - julho 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista Opinias n 02 - julho de 2014
Revista Opinias n 02 - julho de 2014Revista Opinias n 02 - julho de 2014
Revista Opinias n 02 - julho de 2014Marcos Gimenes Salun
 
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014Marcos Gimenes Salun
 

Más de Marcos Gimenes Salun (20)

O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015
O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015
O Bandeirante - n® 269 - Abril de 2015
 
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015O Bandeirante - nº 268 - março de 2015
O Bandeirante - nº 268 - março de 2015
 
Revista OPINIAS nº 09
Revista OPINIAS   nº 09Revista OPINIAS   nº 09
Revista OPINIAS nº 09
 
O Bandandeirante - fevereiro 2015
O Bandandeirante - fevereiro 2015O Bandandeirante - fevereiro 2015
O Bandandeirante - fevereiro 2015
 
Revista opinias nº 8 - janeiro 2015
Revista opinias nº 8  -  janeiro 2015Revista opinias nº 8  -  janeiro 2015
Revista opinias nº 8 - janeiro 2015
 
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
Jornal "O Bandeirante" - nº 266 - Janeiro de 2015
 
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014
Revista OPINIAS nº 07 - Dezembro 2014
 
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014
O Bandeirante - nº 265 - Dezembro 2014
 
Revista Opinias nº 06 - Novembro 2014
Revista Opinias  nº 06 - Novembro 2014Revista Opinias  nº 06 - Novembro 2014
Revista Opinias nº 06 - Novembro 2014
 
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014
O Bandeirante - nº 264 - novembro 2014
 
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014
Revista OPINIAS - nº 05 - Outubro de 2014
 
O Bandeirante - Outubro 2014
O Bandeirante - Outubro 2014O Bandeirante - Outubro 2014
O Bandeirante - Outubro 2014
 
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
 
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
Revista OPINIAS nº 04 - Setembro 2014
 
O Bandeirante - Setembro 2014 - nº 262
O Bandeirante -  Setembro 2014 - nº 262O Bandeirante -  Setembro 2014 - nº 262
O Bandeirante - Setembro 2014 - nº 262
 
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014
Revista OPINIAS - nº 03 - Agosto 2014
 
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014
"O Bandeirante" - nº 261 - agosto 2014
 
O Bandeirante - n.260 - julho 2014
O Bandeirante - n.260 - julho 2014O Bandeirante - n.260 - julho 2014
O Bandeirante - n.260 - julho 2014
 
Revista Opinias n 02 - julho de 2014
Revista Opinias n 02 - julho de 2014Revista Opinias n 02 - julho de 2014
Revista Opinias n 02 - julho de 2014
 
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
Revista OPINIAS - n.1 - junho 2014
 

Imagens de mentes

  • 1. Jornal O Bandeirante Ano XX - no 232 - MARÇO de 2012 Publicação Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo - SOBRAMES-SP Imagens de mentes Josyanne Rita de Arruda Franco Médica Pediatra Presidente da Sobrames SP / Biênio 2011-2012 O que faz alguém escrever? Os no interlocutor, produzindo uma um traço de sua personalidade; pensamentos que fervilham, uma resposta singular, única, variável porém quando o artista obriga- ideia que germina na cabeça de e de acordo com o sujeito que se se a fazer, realizar demasiado, um escritor amador ou profis- apropria momentaneamente da- perde a autenticidade, e as ca- sional, ou a vontade de traduzir quela forma de arte. A arte pode racterísticas que assinalam o em palavras imagens que se su- surgir de um esforço intelectu- verdadeiro talento dissipam-se cedem, oníricas e fantasiosas, na al coerente, construído segun- em mosaicos de sua arte, calei- retina de um homem comum que do padrões, modelos, exemplos doscópios impessoais tratados se transmuta em olhar de pessoa anteriores; acontecer de forma ao acaso da situação, forçados criativa? explosiva, imaginativa e desorga- pelas contingências, excessivos Muito já se escreveu sobre o nizada feito mata virgem; pode na elementar vaidade. fenômeno que impele o ser hu- ainda ser extraída das sensações, Talvez por isso alguns escri- mano a realizar um esforço cria- dos impulsos selvagens, adorme- tores se incomodem tanto com tivo que traduza o que vai dentro cidos e despertados por buliçosos obras encomendadas, inclusive de seu âmago e se transforme, pensamentos; advir inexplorada, relatando bloqueio no processo à revelia, em uma obra de arte desconhecida, intuitiva, sem ex- criativo, já que condição essen- fadada a ser famosa, marcar um plicação. cial para criar se dá em situação tempo ou simplesmente existir Artistas buscam notoriedade, imprescindível de liberdade, de para alguns. Se todo artista tem prestígio, destaque. Alguns de- inquietação íntima que provoca e um quê de contraventor, se rom- monstram alguma melancolia faz eclodir a necessidade de di- pe com as regras do usual para por sentirem-se pouco produti- zer o quase que completamente oferecer reflexão, questionamen- vos, demorarem a criar, realizar indizível. to, emoção ou mesmo pura e sin- sua arte; outros precisam mos- Todas as formas genuínas de gela empatia, é de se acreditar trar atividade fazendo muitas arte são imagens de mentes; em que a arte não só expressa o que coisas ao mesmo tempo, que- muitas ocasiões, imagens demen- quer dizer seu autor, mas busca, rendo mostrar versatilidade e tes... Escrever é tentar a narrati- no outro, o que existe dentro capacidade de imaginação, mer- va do pictograma que fervilha no dele, expectador. Eco e Narciso... gulhando em processos insanos peito e manifesta a loucura do vi- Narciso e o lago. de produtividade, que exaurem ver apaixonado... Criação ímpar A arte tem uma função simbó- e tornam os objetos de sua arte que experimenta intensidade e lica, produz uma forma, um jeito, cópias de si mesma. O estilo de não reconhece fronteiras, porque uma estética para os conteúdos cada autor aparece em suas com- não admite partidas e chegadas, psíquicos do sujeito e reverbera posições artísticas, conferindo começo ou fim.
  • 2. 2 O BANDEIRANTE - Março de 2012 EXPEDIENTE A responsabilidade de Jornal O Bandeirante ANO XX - no 232 - Março 2012 quem escreve Publicação mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores - Regional do Estado de São Paulo SOBRAMES-SP . Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP Telefax: (11) 3062-9887 / 3062-3604 Editores: Josyanne Rita de Arruda Franco e Carlos Augusto Ferreira “Tu és responsável por aquilo que cativas” Galvão. Jornalista Responsável e Revisora: Ligia Terezinha Pezzuto (MTb 17.671-SP). Redação e Correspondência: Rua - Antoine de Saint-Exupéry Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A – V. Municipal – CEP 13201-100 – Jundiaí – SP E-mail: josyannerita@gmail.com Tels.: (11) 4521-6484 Celular (11) 9937-6342. Colaboradores desta edição:Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini, José Alberto Vieira, José Jucovsky, Flerts Nebó, Josyanne Rita de Arruda Muitos escrevem para expressar um pensamento, Franco, Leda Rezende, Ligia Terezinha Pezzuto, Nelson Jacintho e Rodolpho Civile. um sentimento, outros por defenderem uma ideia, Tiragem desta edição: 300 exemplares (papel) e mais de uma posição, outros por puro devaneio. Desejamos que aqueles que nos leem 1.000 exemplares PDF enviados por e-mail. percebam o que está diante de nossas palavras. Que eles sintam o que nós Diretoria - Gestão 2011/2012 - Presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco. Vice-Presidente: Luiz Jorge Ferreira. Primeiro-Secretário: Márcia Etelli Coelho. Segundo- sentimos. Vejam o que nós vemos. Afinal escrever é em última análise nos di- Secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Primeiro- Tesoureiro: José Alberto Vieira. Segundo-Tesoureiro: Aida rigirmos aos outros. Podemos omitir. Podemos mentir, contar meias verdades. Lúcia Pullin Dal Sasso Begliomini. Conselho Fiscal Efetivos: Hélio Begliomini, Carlos Augusto Ferreira Galvão e Roberto Fazer ficção de algo que é real ou o inverso. Criamos mitos, anjos e demônios. Antonio Aniche. Conselho Fiscal Suplentes: Alcione Alcântara Gonçalves, Flerts Nebó e Manlio Mário Marco Napoli. Na hora em que escrevemos temos a onipotência das palavras. Entretanto, não Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não representam, necessariamente, a opinião controlamos a capacidade que o leitor tem de dar vida às nossas palavras. O da Sobrames-SP que o outro molda em sua mente, os sentimentos que ele desperta, isso não Editores de O Bandeirante podemos determinar. Nossa escrita pode deflagrar reflexões, atos e atitudes Flerts Nebó – novembro a dezembro de 1992 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1993-1994 e o que advém disso é imprevisível. Escrever é atirar uma flecha no vazio – Carlos Luiz Campana e Hélio Celso Ferraz Najar – 1995-1996 Flerts Nebó e Walter Whitton Harris – 1996-2000 nunca se sabe aonde vai atingir. Daí a importância e a responsabilidade dos Flerts Nebó e Marcos Gimenes Salun – 2001 a abril de 2009 Helio Begliomini – maio a dezembro de 2009 que escrevem. Somos livres para escrevermos o que quisermos, mas temos Roberto A. Aniche e Carlos A. F. Galvão - 2010 Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão - janeiro 2011 que nos submeter às ideias que divulgamos. Presidentes da Sobrames – SP 1º. Flerts Nebó (1988-1990) José Alberto Vieira 2º. Flerts Nebó (1990-1992) 3º. Helio Begliomini (1992-1994) 4º. Carlos Luiz Campana (1994-1996) 5º. Paulo Adolpho Leierer (1996-1998) 6º. Walter Whitton Harris (1999-2000) 7º. Carlos Augusto Ferreira Galvão (2001-2002) 8º. Luiz Giovani (2003-2004) 9º. Karin Schmidt Rodrigues Massaro (jan a out de 2005) 10º. Flerts Nebó (out/2005 a dez/2006) 11º. Helio Begliomini (2007-2008) 12º. Helio Begliomini (2009-2010) 13º. Josyanne Rita de Arruda Franco (2011-2012) Editores: Josyanne R. A. Franco e Carlos A.F. Galvão Revisão: Ligia Terezinha Pezzuto Diagramação: Mateus Marins Cardoso Impressão e Acabamento: Expressão e Arte Gráfica CUPOM DE ASSINATURAS* Preço de 12 exemplares impressos: R$ 36,00 Nome:___________________________________________________________ End.completo: (Rua/Av./etc.) _______________________________________ Aniversário MARÇO: nesta data ________________________________ nº. _______ complemento _________ querida, nossos parabéns! Cidade:_____________ Estado:_____ E-mail:___________________________ Grátis: Além da edição impressa que será enviada por correio, o assinante Helio Begliomini – 21/03 receberá por e-mail 12 edições coloridas em arquivo digital (PDF) Maria da Glória Moreira Civile – 21/03 *Disponível para o público em geral e para não sócios da SOBRAMES-SP Preencha este cupom, recorte e envie juntamente com cheque nominal à SOBRAMES-SP para REDAÇÃO “O Bandeirante” R. Francisco Pereira Coutinho, 290, ap. 121 A - V. Municipal - CEP 13201-100 - Jundiaí - SP Dê uma assinatura de “O BANDEIRANTE” de presente para um colega
  • 3. SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Março de 2012 3 Notícias O Prêmio Bernardo de Oliveira Martins de Melhor Poesia (2010- 2011) agraciou nosso confrade José Jucovsky, autor do belíssimo soneto Miragem Triunfal. A SOBRAMES-SP parabeniza o brilhante associado pela conquista de um prêmio desejado por todos os grandes poetas da regional paulista. Em homenagem pelo Dia Internacional da Mulher, nossa queridíssi- ma Maria da Glória Civile recebeu singelo mimo em nome de todas as associadas da regional paulista. Merecido destaque para a estimada sócia, presença constante e muito benquista nas festivas Pizzas Literárias. Foi inaugurada, em 6 de março, a biblioteca do Hospital Municipal Central de Osasco “Antonio Giglio”, com o nome de Biblioteca “Dr. Walter Whitton Harris”, homenageando o associado da Sobrames-SP, e que é o responsável pelo Grupo de Patologias do Pé e Tornozelo da Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia daquela entidade, em Osasco/SP. Honra deveras merecida ao prestigiado médico sobramista, ex-presidente da nossa querida entidade. Parabéns, Dr. Walter! A SOBRAMES-PE abriu em março primoroso calendário de eventos comemorativos pelos 40 anos de fundação. Desejamos êxito aos confrades e confreiras pernambucanos, prosperidade e muitos novos associados à querida re- gional. A Academia Ituana de Letras, em comemoração aos 402 anos da cidade de Itu - aniversário ocorrido em 02/02 - promoverá solenidade de lançamento do aguardado livro “Um Olhar Sobre Itu, 2012”, ocasião em que a presidente da SOBRAMES-SP, Josyanne Rita de Arruda Franco, proferirá algumas palavras em homenagem à cidade histórica que, de forma gentil e hospitaleira, acolheu, em setembro passado, nossa XI Jornada Médico-Literária Paulista, estabelecendo laços de amizade e colaboração. O evento acontecerá no dia 23/03, sexta-feira, à noite. Todos estão convidados. Parabéns, Itu! Parabéns, ACADIL! A Academia Feminina de Letras e Artes de Jundiaí enviou convite para as festividades de 40 anos da prestigiada entidade, em 20 de abril, com posse de quatro acadêmicas e apresentações artísticas e musicais. Votos de sucesso para a AFLAJ! A dica do mês é a Sabatina Literária que estamos preparando para 14/04, sábado, na sede campestre da APM. Esperamos a adesão dos sócios nesta oportunidade de congraçamento e descontração, quando nossa confreira Márcia Etelli realizará breve palestra tendo como tema “Dicas de Poesia”. Agradecemos a colaboração dos membros associados da SOBRAMES- SP nos compromissos para com a sociedade: presença nas atividades, participação atuante, doações e contribuição financeira por meio do pagamento da anuidade ajudam a regional a promover encontros agradáveis, editar a Antologia e programar, com esmero e dedicação, as festejadas Jornadas Médico-Literárias Paulistas. Enviem notícias sobre os eventos em que participam como médicos-escritores, lançamentos ou convites para os e-mails da presidente (josyannerita@gmail.com) ou da secretária (marciaetelli@ig.com.br). Divulgar as atividades dos associados em nosso boletim é interesse da Sobrames-SP. O boletim literário O Bandeirante tem circulado em todos os lugares possíveis, até inusitados. Nossos confrades e confreiras têm se empenhado na distribuição dos exemplares, o que tem garantido espaço para nossa publicação dentro de escolas, igrejas, clubes, restaurantes, padarias e outros espaços da comunidade. Anuncie sua atividade pro- fissional em O Bandeirante e convide os amigos para uma assinatura mensal: aproveite a oportunidade de divulgar seu trabalho, clínica ou escritório nas páginas de um informativo diferenciado, inteligente e criativo. O blog da SOBRAMES-SP está cada dia mais bonito e bem elaborado, graças aos esforços dos confrades Marcos Salun e Márcia Etelli. Visitem o endereço http://sobramespaulista.blogspot.com e aproveitem a beleza da viagem a um mundo de palavras e imagens.
  • 4. 4 O BANDEIRANTE - Março de 2012 SUPLEMENTO LITERÁRIO Quem é? Quem é? (Resposta da edição de fevereiro) Geovah Paulo da Cruz, grande escritor e querido confrade da SOBRAMES-SP. Perfil 2012 Sobrames-SP Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini Atuação: engenheira de produção e segurança do trabalho. Cidade de nascimento: São Paulo. Comida preferida: à base de frutos do mar. Esporte: ginástica, natação e caminhada. Livro de cabeceira atual: Rotarismo escrito pelo Helio. Filme: gosto de assistir comédias e romances. Fim de semana: pode ser na praia ou no campo, de preferência na com- panhia de familiares e amigos. Viagem inesquecível: quando conhecemos os monastérios de Los Mete- oros em Kalambaca, na Grécia; fantásticos!! Sonho: que seja descoberta a máquina do tempo para, de vez em quando, dar uma passeadinha em momentos do passado que foram maravilhosos e marcantes. Intolerância: à mentira e à falta de ética. Características pessoais: sou franca, leal, romântica, ética, comunicativa, alegre e responsável. Projeto futuro: continuar a planejar novas viagens que considero uma excelente forma de adquirir cultura e proporcionar momentos prazerosos e felizes. Filosofia de vida: procuro viver com intensidade um dia após o outro, buscando compartilhar a felicidade com quem está ao meu lado. Dicas de viagem: Conheça o Peru e não deixe de ir a Machupicchu.
  • 5. SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Março de 2012 5 Depois da folia Meu retiro com o Senhor Aida Lucia Pullin Dal Sasso Begliomini Ligia Terezinha Pezzuto Sobre o chão As estrelas caem Aquietar a alma, Junto às purpurinas, Pacificar o coração, Confetes e serpentinas. Ordenar os afetos. O Pierrô esparramado, Não ouve Escutar meu ser mais íntimo, O debilitado trio, Conversar com o Senhor Que da avenida se despede. Num lugar preparado com amor. Dançarinos e colombinas Se lançam em alvoroço Tudo me leva a mais vida Atrás do último grito, Porque o Amor fala forte, Que o brilho do sol Em brisa leve e calma, Não consegue calar. A trazer-me paz duradoura. O tempo se esvai Como sempre previsto. É preciso silenciar. Emudece a alegria, Abastecer-me dessa paz Vencida pelo cansaço, Para melhor amar e viver Dos foliões desavisados. E cada vez mais me libertar. Que se acabam nas cinzas, De uma quarta-feira qualquer. Conforme os desejos De Deus-Pai, Miragem triunfal Criador. (Prêmio de poesia Bernardo de Oliveira Martins - 2010-2011) José Jucovsky Depois daquela folia (sonho banhado em absinto) Variado vento vagando vacilante Josyanne Rita de Arruda Franco Bafeja suave sonolenta madrugada Aurora de luz no lusco-fusco insinuante Decifra a magia da amena noite enluarada! Depois que Pandora surtou A névoa rente ao solo se dissipa titilante Ao ver que Caronte virou À medida que o sol em êxtase gradual A barca com a bela passista Abraça luzindo o renascer a cada instante Assim que o dia nasceu Nem antes nem depois o mundo matinal! E Dionísio bebeu Estrelas de purpurina No deslumbrante céu, em alegre fantasia, Nem vi que o amor vadiou Vê-se leve e serena a natureza despertar Que minha Escola passou Refletindo a tímida luz de um novo dia! Deixando só Hades e cinzas... Eu nunca mais que fui eu Serpenteando visível crepúsculo espectral! No Olimpo existo: sou Zeus Poética imagem ao deslumbrar o fulgor solar Depois daquela folia! Transforma cores e sons em um sonho triunfal!
  • 6. 6 O BANDEIRANTE - Março de 2012 SUPLEMENTO LITERÁRIO Vida em um formigueiro Flerts Nebó Por que intitulei este trabalho Esta vida é um Formigueiro? Simples, andei lendo e aprendendo como vivem as Formigas e lhes posso assegurar que elas possuem uma “organização” que muitos países em todo o Globo Terrestre não tiveram, nem o têm em nossos dias. Tentarei fazer, como se fosse um resumo, qual a conformação da vida das formigas. E lhes direi: 1. As formigas são insetos de cabeça triangular, mandíbulas fortes e o seu abdome está ligado ao tórax por um delgado pedículo. 2. Vivem associadas. Havendo em cada formigueiro os “machos”, as “fêmeas” e as neutras ou operárias. 3. As fêmeas são maiores que os machos e possuem asas. 4. Os operários não têm asas, estão incumbidos da criação das chamadas “larvas” e da construção dos formigueiros. 5. As larvas saem de pequenos ovos brancos, postos pelas fêmeas, que “por acaso” são postos quando estas percorrem os interiores das galerias dos formigueiros. 6. Os neutros ou operários os recolhem com cuidado, prendendo-os entre suas mandíbulas e os vão revirando como se estivessem lambendo e os amontoam em sítios especialmente reservados para isso. 7. É o calor que faz com que as larvas saiam desses ovos, elas são brancas e alongadas e são bem tratadas peças operárias. As larvas não têm patas e em uma parte de volume maior está sua boca e são alimentadas pelas operárias. Elas fiam um casulo muito delicado o qual é “rasgado” pelas operárias para poderem sair. Saindo desses casulos, ficam conservados dentro do formigueiro onde são guardadas pelas operárias mais velhas, sendo protegidas, instruídas, dirigidas pelas mais velhas e revelam a habilidade nas construções das galerias, nas abóbodas subterrâneas e ali elas dispõem de alimentação. Como se possuíssem uma linguagem - que são sinais - exprimem suas necessidades e, se por acaso forem atacadas, umas entram de imediato para avisar enquanto outras procuram se defender, com valentia, procurando dar tempo para a defesa das “cidades” atacadas. Uma das maiores curiosidades é a “arte” como as formigas retiram dos chamados pulgões sua alimentação. Esses pulgões possuem na parte traseira dois tubérculos que expelem um líquido açucarado; segundo as diferentes espécies de formigas, funcionam como “vacas dos formigueiros”, alimentando-as. Posso dizer que VALEU a procura, aprendi coisas que não sabia. A noite Nelson Jacintho Caminha a noite pela estrada do escuro... Perseguindo a espuma que se eleva Solitária, a minha alma desolada A cada respirar do mar insone... Segue o fio de luz de uma esperança O vento, à minha frente, abre meus olhos... Que se esconde por detrás do negro muro... As janelas batendo, abre os ouvidos... Fico sentado sozinho na janela... Um tiro na escuridão acorda o medo, Pensamentos são cartas espalhadas, Um choro de criança abre os sentidos... Cujos jogos, ora perco, ora ganho A ambulância passa de repente... Nos avanços naturais das madrugadas... Esganiça a sirene do bombeiro... Eu viajo num barco há muitos nós Um incêndio põe fogo na minha alma, Rasgando sem piedade a branca espuma Vai queimá-la, se a não salvar primeiro... Que o brilho, lava, da lua sobre o mar, Mas a noite é a mãe terna do poeta... Como o das estrelas, uma a uma... A escuridão lhe fornece a claridade, Já vai longe o meu barco de papel... É fonte inesgotável de ternura Já some no horizonte a luz em cone, Tudo lhe dá, do consolo à saudade...
  • 7. SUPLEMENTO LITERÁRIO O BANDEIRANTE - Março de 2012 7 Carnaval Walter Whitton Harris Cirurgia do Pé e Tornozelo Ortopedia e Traumatologia Geral CRM 18317 Rodolpho Civile Av. Pacaembu, 1.024 01234-000 - São Paulo - SP Tel.: 3825-8699 Cel.: 9932-5098 Segundo a Enciclopédia BARSA, o carnaval é um conjunto de festividades populares que ocorrem em diversos países e regiões católicas nos dias que Dr. Carlos Augusto Galvão antecedem o início da Quaresma, quando começa a abstinência de carne Psiquiatria e Psicoterapia durante 40 dias, proibida pela Igreja. Rua Maestro Cardim, 517 O termo Carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim Paraíso – Tel: 3541-2593 medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas. A origem do Carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem PUBLICIDADE num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o Início do Ano, TABELA DE PREÇOS 2009 mas há quem diga que suas principais manifestações ocorreram na Roma dos (valor do anúncio por edição) Césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei 1 módulo horizontal R$ 30,00 Momo é uma das formas de Dionísio – o deus Baco, patrono do vinho e do 2 módulos horizontais R$ 60,00 3 módulos horizontais R$ 90,00 seu cultivo, e isto faz recuar a origem do Carnaval para a Grécia arcaica, para 2 módulos verticais R$ 60,00 os festejos que honravam a colheita. Sempre de uma forma de comemorar, 4 módulos R$ 120,00 com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos 6 módulos R$ 180,00 indispensáveis à vida. Outros tamanhos sob consulta Deixando de lado o conceito, a origem e o período de duração em outros josyannerita@gmail.com países, no Brasil o Carnaval compreende os 3 dias de folias e orgia que pre- cedem a quarta-feira de cinzas. Sempre com grande sucesso, as exibições das escolas de samba do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia, Pernambuco e de outros lugares... O País para a vê-las... Para o povo, principalmente os mais humildes, dias de glória, com apresentações de “ricas” fantasias adquiridas durante o ano REVISÃO à custa de muito sacrifício, criativos sambas-enredo, cansativos ensaios com de textos em geral as baterias, badalados carros alegóricos, enfim uma apoteose organizada de Ligia Pezzuto descontração, beleza, ritmo e alegria. É o Carnaval na sua pujança! Mudou um Especialista em Língua Portuguesa pouco nas suas características em relação ao passado, quando estava presente (11) 3864-4494 ou 8546-1725 o entrudo, que consistia em lançar uns aos outros água, farinha, tinta, etc. e o corso em carros abertos com muita serpentina, confete e lança-perfumes. O que ainda persiste são os bailes de clubes animados por renomadas orquestras. Ao falar neles, uma profunda nostalgia apodera-se do meu ser, lembranças de longevità tempos idos e vividos que não voltarão mais... (11) 3531-6675 Vou narrar um episódio de minha vida acontecido durante o Carnaval. Estética facial, corporal e odontológica * Isso já faz algum tempo... Massagem * Drenagem * Bronze Spray * Como é do conhecimento geral, os calabreses são muito radicais e ciumen- Nutricionista * RPG tos em relação à família. Ai de quem mexer com ela... O meu pai (calabrês Rua Maria Amélia L. de Azevedo, 147 - 1o. andar do Bexiga) não fugia à regra. Só consentiu de minha irmã caçula ir ao baile carnavalesco do City Bank em minha companhia. A contragosto, cedi aos rogos da mana. No salão do Comercial, na Rua Líbero Badaró, acompanhado Terminou de por um amigo, instalamo-nos próximos à pista de dança. A minha atenção foi logo despertada por uma moça na mesa ao lado, acompanhada por fa- escrever seu miliares. Os nossos olhos se cruzaram e, após um leve aceno, saímos para livro? Então dançar. Fiquei impressionado com a beleza da moça e, depois de abraçá-la, publique! trocar amabilidades e informações, aconteceu... Inexplicavelmente (inebriado pelos encantos daquela criatura) disse a ela: “não sei por que, mas acho que vou casar com você”. Ela gentilmente sorriu, concordando, mas naturalmente Nesta hora importante, não deixe de desconfiada... Enquanto isso, o som gostoso do gingado do samba: “é com consultar a RUMO EDITORIAL. esta que eu vou”... “é com esta que eu vou”... Publicações com qualidade impecável, dedicação, cuidado artesanal e preço O destino é caprichoso... Não deu outra... O tempo passou e com ele um justo. Você não tem mais desculpas amor profundo, intenso e sublime. A bela mulher dos meus sonhos deu-me para deixar seu talento na gaveta. três filhos e quatro netos, uma maravilhosa família. Com ela eu fui, vou e irei até o fim dos meus dias. rumoeditorial@uol.com.br (11) 9182-4815 Viva o Carnaval!
  • 8. 8 O BANDEIRANTE - Março de 2012 SUPLEMENTO LITERÁRIO Café prismático Leda Rezende Não dava para acreditar. Aliás. Dava para acreditar. Não dava era para compreender. Minha avó sempre me disse isso. Fique atenta no que acredita e não compreende, menina, fique atenta. Às vezes penso que escutei pouco a minha avó. Vai ver por isso encontro mais problemas. Que soluções. O lugar era adequado. A cafeteria uma delicadeza. Isso sem falar naquele burburinho. Vozes sussurradas fazem mais efeito que gritadas. Todos ali sussurravam. Dando seu estilo musical nas entonações. Nos pequenos silêncios. Como uma partitura. Numa sequência sem maestro. Mas com cadência. Assim era o ambiente. Uma quase orques- tra. De sons. E tons. Até de sotaques. Uma exposição cautelosa das ideias. Em pianíssimo. Em alegretto. Até cabia um allegro ma non troppo. O olhar veio antes. Era um olhar lúdico. O corpo todo veio depois. Mas tinha uma sintonia com o olhar. Deveria ser mesmo um lugar que gostava. Que frequentava. Ou que tentava frequentar. Com o olhar percorria os lugares. E buscava o seu. Vago. Uma mesa. Uma cadeira. Um assento. Onde pudesse abrigá-los. Corpo e olhar. E o riso. Ria como se para alguém. Concluí. Deveria ser o alguém interior. Uma daquelas comemorações festivas. Entre ego e superego. Ou entre ego e alter ego. Vai lá saber. Algo de repente ficou errado. Nesse momento o olhar mudou. Já não era mais lúdico. Era um olhar envelhecido. Ele veio na direção dela. Com ar de desagrado. Gesticulando para ela. Com desaprovação. O corpo em sintonia com o olhar. Desagradável. O dedo substituiu a fala e apontou faltas. Muitas faltas. Faltava lugar. Faltava tempo. Faltava espaço. Parecia que apenas sobrava espera. Desconforto. E dedos. Ele gesticulava. Ela observava. Parecia hesitante, mas atenta. Por segundos retirava o olhar dele e olhava o espaço. O ambiente. Ele insistiu. O olhar dela mudou. Era agora um olhar resignado. Ele foi à frente. Deu as costas. Ela o seguiu. Iam sair. Fiquei pensando no porquê da concessão. Nas mil razões das concessões. Durou pouco meu pensamento. Não cheguei nem na segunda razão. Até respirei aliviada. Vi que ela voltou. Voltou. Quase dei um pulinho da cadeira. Que teria acontecido? E com ela um novo olhar. Olhar de decisão. Ia ficar. Quase aplaudi. Eu me contive. Ele ainda ficou por um instante de pé. Diante dela. Reprovou. Apontou. Res- mungou. Acatou. Enquanto ela sentava, ele foi buscar o café. Estava irritado. Expressão de tédio, como ela diria se o estivesse vendo. Pensei. Este deverá ser o café mais caro do planeta. Mas ela deve saber o que faz. E se tudo tem um preço, que seja pago antecipado. Acompanhado de uma parcela de prazer. Procede. E vai ver sempre tem uma forma de evitar juros. Era alta. Magra. Elegante. Porte ereto. Gestual delicado. Fugia ao comum. Tinha cabelos brancos. Não tingidos. Longos. Presos com uma fivela sofisticada. Uma roupa despojada e adequada. Já sentada, sorriu. Para quem estava em volta. Eu me incluí. Elogiei a decisão. Fez um olhar de surpresa. Não se imaginava observada. Agradeceu. Com singeleza. Com tranquilidade. Ele vinha em direção dela. Segurando a bandeja. Tentando equilibrar irritação, aceitação, cobrança futura, café e bolinhos. Não devia ser fácil. A expressão estava insegura. Desta vez ela o recebeu com um outro olhar. Olhar de irreverência. Sabe-se lá por que perguntei se era escritora. Nem sei de onde tirei essa ideia. Mas perguntei. Ela respondeu. Com se- renidade. Com uma voz firme. Não. Sou atriz. Devo ter feito uma coletânea de todos os olhares dela. Em mim. Ao mesmo tempo. Pelo jeito que ela me olhou. Sorri. E parabenizei. Com entusiasmo. Lembrei da minha avó. Agora sim. Acreditei e compreendi. E o contrário também vale.