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1 de 8
“
Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores
SOBRAMES-SP - Regional do Estado de São Paulo
OBandeirante
15
Ano XV - n° 166 - Setembro de 2006
Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida
a partir da leitura de um livro.
Henry David Thoreau - escritor, ensaista, poeta e naturalista - (1817-1862)
“
Com a participação de 30 autores
encerrou-se no último dia 31 de
agosto o prazo para adesão à
coletânea “A Pizza Literária - nona
fornada”, obra que tem previsão de
lançamento em novembro. Todas as
informações podem ser vistas
também num BLOG criado
exclusivamente para divulgar a
coletâneadurante toda sua
produção. Saiba o que vem sendo
feito para tornar essa publicação
mais um sucesso editorial da
SOBRAMES-SP. Veja na página 8.
Uma publicação feita por
Médicos
Escritores
Tudo sobre a
Coletânea 2006
O médico urologista Helio Begliomini
é o único candidato ao cargo de
presidente da SOBRAMES-SP para o
biênio 2007/2008, encabeçando a
chapa denominada “Amor à
SOBRAMES-SP”. No próximo dia 21
de setembro deve acontecer a
Assembléia Geral Ordinária onde
haverá a eleição. Saiba o que
Begliomini espera de todos os
membros da entidade, além de
outros detalhes sobre a eleição de
setembro. Leia as informações na
página 8.
Tudo sobre as
Eleições 2006
Suplemento Literário
vem com estes autores
A cada edição procuramos fazer do
Suplemento Literário uma mostra do
que há de melhor de nossos autores.
Neste mês selecionamos textos de
José R. Louzã, Evanil P. de Campos,
Karin S. R. Massaro, Camilo A. M.
Xavier, Arary da C.Tiriba, Carlos A.
F. Galvão, Alitta G. C. R. R. da Silva,
Wilma L. S. Moraes, Mário de M.
Faro, Rodolpho Civile e Tatiana
Belinky. Você é nosso convidado
para participar desta festa de letras,
que está nas páginas 3 a 6.
De repente recebo um
telefonema: do outro lado da linha o meu
confrade da SOBRAMES-SP, Gimenes, nome
de guerra de um guerreiro jornalista.
“Jucovsky, você acaba de ser convocado
para apresentar o texto da capa do nosso
jornal”.
Isso é bom, pensei depois de
desligar, é um sinal de dupla mão, da
energia universal que torna o homem
gregário e sociável movido sempre pela
necessidade de não estar sozinho.
E ainda assim nos grandes
centros, populações alienadas vivem em
florestas de concreto, num misto de
vulnerável contemplação envoltos num
torpor incorpóreo. Imagens casuais
vieram à minha memória em estágios de
sucessivos sentimentos presentes num lúcido torpor, projetando
entre nuvens apagadas significativos encontros que procuro de
quando em vez, com saudades, revivê-los para não esquecê-los.
Encontros em venturosos instantes, mesmo distantes,
fixaram-se na minha mente sempre com o maior carinho. Vejo-me
“de repente, não mais que de repente” em comunhão com líricos
colegas escritores, poéticos trovadores declamando e confessando
como fiéis e incondicionais amantes da literatura e da poesia.
Quem, senão eu mesmo, poderia em pensamento cavalgar
na direção de um passado remoto, para me ver numa visão de
sonhos, retirar das brumas um conjunto de emoções sensoriais do
estudante que um dia fui?
Relembrando na penumbra de minha juventude, flutuando
letárgico, época colorida onde imperava e só fazia sentido viver
na plenitude de se poder estar em toda parte onde tudo parecia
estar sempre impregnado do alegre vital vigor.
Fugidias e sinuosas lembranças desaguam indeléveis no
coração do meu eu sensorial, tomando forma de um pulsar fecundo
e abrangente dos laços de ternura do passado.
Encontros
José Jucovsky
José Jucovsky é médico ginecologista - São Paulo
Ainda hoje revelam inspirações
inconscientes resultantes da seiva motora
deste universos há muito esmaecido. Ambiente
fértil, mescla de várias culturas e classes sociais
em tons coloridos, moldam um espaço histórico
a conquistar e construir, deixando um legado
espiritual inestimável.
Trago ainda hoje na minha pele o cálido
sopro impregnado de maresia e poesia
aconchegante e envolvente brando vento,
fugaz ou persistente, acariciando a vida com
pujança, alegria e esperança.
Com um longo suspiro de alívio e uma
agradável sensação física, chego ao
computador para reproduzir algumas destas
lembranças.
Idéias e ideais são sempre pessoais;
a essência humana e social de quem tenha vivido
na segunda metade do século passado ou mesmo nos dias de hoje
tem que buscar, decifrar, ordenar e escrever com vontade e
dedicação. Adotar critérios de fidelidade, boa-fé e determinação
em cada nova geração para que possam introduzir normas
equilibradas válidas consolidando fragmentos de leveza espiritual
sem deixar de reverenciar o passado.
Nosso jornal “O Bandeirante” acolhe e publica as idéias
dos sobramistas desenhando de forma sutíl e perspicaz a
complexidade do ideal coletivo. Representa bens maiores de forma
lúcida, não só o orgulho democrático como não admite
parcialidades, intolerâncias e preconceitos: é alvo e porta aberta
ao amor e à sabedoria universal.
E, em atenção especial ao pedido do confrade amigo,
entre cliques, tiques e toques compulsivos, na paisagem de uma
noite fria paulistana, após um dia de trabalho, vou digitando na
tentativa de lograr atender o telefonema recebido, consciente
que há o momento de parar para o leitor não cansar.
O Bandeirante - ANO XIV - nº 166 - Setembro 2006 - Publicação da SOBRAMES-SP - Sociedade Brasileira de Médicos
Escritores Regional do Estado de São Paulo - Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP - telefax (11)
3062.9887 / 3062-3604 - Projeto Gráfico e Diagramação: Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. - E-mail: rumoeditorial@uol.com.br
Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes Salun. Redatores: Luiz Giovani, Marcos Gimenes Salun. Jornalista Responsável: Marcos Gimenes
Salun - MTb 20.405 - SP - Correspondência: Av.Prof. Sylla Mattos, 652 - apto. 12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 -
E-mail: sobrames@uol.com.br - Diretoria Gestão 2005/2006 - Presidente: Flerts Nebó. Primeiro-secretário: Marcos Gimenes Salun
Segundo-secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Tesoureiro: Milton Maretti. Conselho Fiscal Efetivos: Luiz Giovani, Madalena
J.G.M.Nebó, José Rodrigues Louzã. Suplentes: Sérgio Perazzo, José Jucovsky, Arlete M.M.Giovani.
Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não significam, necessariamente, a opinião da SOBRAMES-SP
O Bandeirante
Setembro 2006
Algo sobre independência
HOSPITAL METROPOLITANO
Serviços de Pronto-socorro
e tratamentos de ambulatório.
Rua Marcelina, 441 - Vila Romana - SP
(11) 3677.2000
2
LIFE SYSTEM
ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA
Avenida Brasil, 598 – Jardim América – SP
(11) 3885 – 8000
lifesystem@uol.com.br
Flerts Nebó
MEMÓRIA VIVA NA INTERNET - Quem procura informações
sobre algumas publicações antigas como as revistas O Cruzeiro
(1928), O Malho (1902) e Careta (1908) e quiser ver a
reprodução de artigos e de algumas de suas edições não
pode deixar visitar o site MEMÒRIA VIVA em
www.memoriaviva.com.br. No ar desde abril de 1998, o site
já recebeu prêmios e elogios da imprensa. Contém ainda
inúmeras biografias de personalidades ligadas à cultura, às
artes, à literatura e à política, tais como Camara Cascudo,
Luz del Fuego, Elis Regina, Heitor Villa-Lobos, Monteiro
Lobato, Zila Mamede, Nísia Floresta e Gregório de Matos,
para citar apenas alguns. Em outro link do site é possível ver
fotos antigas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e
Natal. Vale a pena um passeio por esse recanto virtual.
Expediente
Editorial Rápidas
Superpizza
Setembro é o mês em que, no dia 7, se
comemora a “Independência” de nossa terra...
Na realidade o célebre “Grito do Ipiranga” jamais
foi proferido, não passando de um “grito
literário”, de algum autor que, infelizmente, não
conheço. Foi esse autor quem “colocou” na boca
do Príncipe Regente a célebre frase
“Independência ou Morte!”, quando D.Pedro I
voltava de Santos, onde fora abafar uma revolta
do povo daquela cidade.
Todos sabemos que o rei de Portugal, D.
João VI, havia recomendado ao filho Pedro, que
se encontrava na Regência de nossa terra, que
“colocasse sobre sua cabeça a coroa” antes que
algum aventureiro a tomasse.
Bem, se o grito existiu ou não pouco
importa, mas o fato é que nunca fomos
independentes!Digo isto porque desde que o Brasil
foi “descoberto” (outra das mentiras inventadas
por algum escritor) alguém colocou na carta de
Pero Vaz de Caminha: “nela, se plantando, tudo
dá!”. Isto é um fato e podemos constatar
realmente que “tudo dá”: desde exploradores de
nossa terra até políticos desonestos. Estes sempre
existiram e continuarão a existir, enquanto o Brasil
tiver um território no qual cabem e sobram
espaços maiores que toda a Europa junta, e
enquanto essa imensidão tiver tantas e tantas
riquezas a serem exploradas e “espoliadas”.
De qualquer maneira é bom que
comemoremos a nossa “pretensa” Independência,
pois o poeta já disse: “Ama com fé e orgulho a
terra onde nascestes”. E aqui vai o nosso grito:
VIVA O BRASIL AMADO!
Resultado sai mês que vem
O resultado do desafio literário da SUPERPIZZA nº 14, que
teve como tema o mote “Pai e família”, e cujas
apresentações aconteceram na Pizza Literária do dia 17 de
agosto, será divulgado no dia 20 de outubro, a partir das
19h30, na Pizzaria Bonde Baulista, na Rua Oscar Freire 1597.
O autor de um dos seis textos sobre o tema que foram
apresentados receberá uma garrafa de vinho.Na próxima
edição devulgaremos o resultado e publicaremos o texto
escolhido por um leitor convidado.
ATUALIZE SEU CADASTRO E NÃO PERCA O CONTATO - Sempre
que você tiver alterações em seu endereço (residencial ou
profissional), telefones e especialmente endereços de e-
mail (o que acontece com muita freqüência), envie-nos as
informações atuais para atualização. Você pode nos enviar
as informações para o e-mail SOBRAMES@UOL.COM.BR ou
para o endereço da redação deste jornal, indicado abaixo.
UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - Fundada em janeiro de
1958 a UBE - União Brasileira de Escritores congrega hoje
mais de 3000 escritores associados em todo o Brasil. Dentre
eles existem vários autores que também pertencem à
SOBRAMES, em suas várias regionais. No site da UBE em
www.ube.org.br você poderá conhecer inúmeros detalhes
e informações sobre essa entidade, além de poder associar-
se a ela. Há também dezenas de informações de interesse
de escritores além de links para diversos sites ligados à
literatura. Recomendamos uma visita ao site da UBE.
3O Bandeirante
Setembro 2006SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
Ação e intenção
Evanil Pires de Campos
Médico infectologista - Botucatu - SP
Paraíso perdido
José Rodrigues Louzã
Médico - São Paulo - SP
O paraíso está sempre escondido,
passamos toda a vida a procurá-lo
mas é muito difícil encontrá-lo
e ele para nós parece perdido!
Paraíso, por que fazes assim?
Por que na vida nunca te alcançamos?
Por que nunca obtemos o que almejamos?
Por que esta procura eterna, sem fim?
Procurei-te muito, em casas e lares
em escolas e hospitais, a esmo,
em toda religião e toda grei,
procurei-te por todos os lugares,
mas estavas, só, dentro de mim mesmo,
“paraíso perdido que eu achei!” *
*Guilherme de Almeida, do livro “Poesia Vária” - As chaves de ouro
A intenção não demanda a ação
Possui, creio, parca e tênue interação
O propósito verdadeiro, concebe.
No coração, o intelecto embebe.
A perspicaz percepção ativada,
Da ação ignara foge imaculada.
Na face, os olhos singelos do ato
Mostram a imagem real do fato.
Na fala, a expressão fugaz e servil
Revela a real volição oculta
No volúvel e débil frase estulta.
O escárnio entrevê o covil e o vil
A falsidade posta no gesto, provera
Ilídima ação e/ou núbil intenção vera.
do livro “Florilégio Poético e crônicas Seletas - 2000
Anjo blindado
Karin Schmidt Rodrigues Massaro
Médica hematologista - São Paulo - SP
Como não poderia ser,
fui afetada.
Sua fascinação.
Seu gesto.
Sempre.
Helpless.
Homeless.
Sou homeotérmica.
Febres me tomam.
Queimo em pensamentos.
Minhas pernas tremem
e me apertam.
Alta freqüência.
Danço até cair.
Mas você é indecifrável.
Não é permitido.
Anjo blindado.
Blind!
Eu falo estranhos sinais,
estranhas palavras
para lhe aguçar.
Mas Deus!
Você não falou,
pois é proibido.
Desencantada, estou.
Eu, a obcecada,
preciso de um tempo
pra me recompor.
Oficina
Camilo André Mércio Xavier
Médico ortopedista - Ribeirão Preto - SP
a oficina para você treinar o olhar
tem um furo no fundo da lata
a superfície é lisa
o buraco é estreito
mas não impede visão ampla
você vê imagens novas
transformadas
soltas simples despojadas
quase aladas
leve descuido
altera tudo
a luz fica escassa
você não divisa mais nada
tudo vira sombra
seu universo fica escuro
você fica perdido
para voltar a enxergar
você tem que re-aprender e
treinar
a fixar seu olhar
para dentro de si mesmo
e acreditar
que você deve ser
o principal foco de seu treinado olhar.
4
O Bandeirante
Setembro 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
A medicina literária
de Fernando Namora
Arary da Cruz Tiriba
Médico infectologista - São Paulo - SP
Literatura médica é uma expressão corrente,
a qual tenho repudiado. Para mim, literatura é a
expressão artística das letras, em prosa ou poesia, onde
está embarcado o sentimento, enquanto que a
mensagem médica, em oposição, e necessariamente,
é objetiva e fria. Por isso, à literatura médica, prefiro
chamar ‘comunicação médica’ ou ‘imprensa médica’,
mas estou certo de estar sozinho nessa defesa. Um
sinônimo, esquecido, soaria mais em sintonia que
literatura médica: ‘letradura’ médica.
Na defesa solitária da observação que acabo de
formular, aponto aquilo que se identifica como medicina
literária. Aí, sim, inscrevem-se os médicos-literatos,
os escritores não-médicos que têm preenchido páginas
elegantes sobre temas médicos ou sobre biografias de
médicos.
A reunião de julho 2006 da Sociedade Brasileira
de Médicos Escritores, denominada ‘Pizza Literária’ foi
dedicada a escritores consagrados. Escolhi Fernando
Gonçalves Amora, médico e escritor português (1919-
89). Fernando Amora em ‘Deuses e demônios da
medicina’ elegeu 20 médicos, vinte paradigmas. Dentre
eles pinço alguns episódios sobre Robert Koch,
descobridor do bacilo de tuberculose, fonte dos
‘postulados de Koch’, produtor da tuberculina e
descobridor, também, do vibrião colérico. Não me
deterei nos sucessos do Nobel-1905, mas repetirei
Fernando Amora.
Quando menino, Koch achou entre os pertences
paternos uma lupa, descoberta logo disputada entre os
irmãos, mas barganhou-a pela coleção de selos. Passou
então a estudar as formas exteriores e interiores de
animaizinhos. Seu quarto cheirava a ratos, rãs e
salamandras; seu refúgio, para os parentes, passou a
ser indesejável menos para a pequena Emy, horrorizada
com os bichos, mas entusiasmada com as descobertas.
Quando no campo, deitada na relva, admirava com
ternura, o adolescente excêntrico e sonhador. Manteve-
se, até então, a fã incondicional.
Em 1862 ingressou, Koch, na Universidade de
Gottingen para estudar medicina. profissão que exerceu
por pouco tempo: sua vocação para a pesquisa na área
das ciências naturais foi mais forte; abandonou o
exercício galênico. Pretendia ajudar os necessitados,
de outra forma, indagando e descobrindo causas de
doenças e respectivos meios de prevenção.
Emy finalmente casou-se com o homem que
amara desde a infância. Mas a continuidade dos hábitos
de seu marido − habitante permanente do laboratório −
levou à mudez de Emy e ao esfriamento do matrimônio.
Ele não a fizera companheira; ela não realizara a
felicidade com que sonhara. O romance se extinguiu
com o divórcio.
Passo a episódio outro. Pasteur e Koch foram
convidados pelo governo do Egito para estudar
e controlar a epidemia da cólera que dizimava
os descendentes dos coptas. Pasteur, que
desdenhava os alemães, recusou. Ademais,
para elucidar a questão seriam bastantes dois
de seus assistentes, Thuillier e Roux. Assim,
os três se empenharam nas investigações. Os franceses
chegaram a anunciar a descoberta do agente da cólera o
que não passava de artefato microscópico, enquanto,
Koch, imperturbável, já identificara o vibrião virulento. A
essa altura Thuillier tinha contraído a cólera, estava à
morte; Koch foi visitá-lo. Thuillier, ainda consciente,
balbuciando, interrogou: ‘era.. o bacilo ...da... cólera?’
Responde Koch: “sim, era. Você o descobriu”.
Koch, depositou coroas sobre a sepultura: ‘elas
são muito simples, mas são de louros, como se dão aos
bravos’.
Mais tarde, depois de estacionar na Índia,
devotado sempre à ciência, extasiou-se diante de um
retrato num cavalete; o da rapariguinha fresca e loira, de
olhos curiosos; Hedwig Freiburg, em pessoa, viria a
desfazer a solidão do valoroso combatente.
Ainda tentou recuperar, com argumentos, sua
crença na cura da tuberculose pela tuberculina. Quando
adoeceu pediu para que o levassem para um lugar onde
houvesse floresta e o céu imenso. Morreu dias depois na
Floresta Negra.
A Ordem dos Médicos de Berlim inscreve na
‘Medalha Robert Koch: “Das pequenas coisas do Mundo
crias, tu, a tua grandeza”.
São Paulo pode Pará
Carlos Augusto Ferreira Galvão*
Médico psiquiatra - São Paulo - SP
Todas as terras têm um encanto
Para vê-los basta ter raciocínio
Os do Pará te envolvem como um manto
Pois é a terra cujo nome é fascínio
Cada terra tem sua particularidade
A cultura, a dança, a comida, a tradição
O Pará é a seara da alacridade
De um povo que pensa com o coração
A SOBRAMES de São Paulo é vibrante
Tem mineiro, argentino e até paulista
Também Evanir, Luiz Jorge e Josyanne à vista
Representantes de um Pará brilhante.
* Carlos Galvão também é paraense e completa o time
de escritores desse Estado, membros da SOBRAMES-SP.
Esta poesia é uma das muitas “poesias de guardanapo”
escritas pelo autor durante as reuniões da Pizza Literária.
O Bandeirante
Setembro 2006
5SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
Valsa
Alitta Guimarães C.R.R.da Silva
Médica psiquiatra - São Lourenço - MG
Do Danúbio Azul aos Bosques de
Viena bastavam apenas alguns passos,
alguns rodopios. As maiores distâncias,
naquela noite, sumiam sob os seus pés.
A vertigem da valsa corava de carmim, fazia brilhar
os rostos. Seus pés marcavam, levemente, e se soltavam,
puro encanto. Maravilha! Até quem não sabia valsar se
empolgava e ia para a pista, a início tímido, depois
também fazendo bonito. Incrível noite! Em tonturas, como
se tivessem tomado champanhe, felizes, elas valsavam.
Embalados pela música, quase hipnotizados, mas fortes,
eles valsavam.
Os pés voavam e giravam, os corações pulsavam,
faltava-lhes até o ar, de vez em quando. Então, era
necessário ir para fora, nas varandas, e de lá assistir,
descansando, os pares rodopiando em sincronia, juntos e
num grande círculo. Após respirarem fundo, disfarçarem
o brilho do rosto, conterem a excitação crescente, era
tempo de voltar e valsarem de novo todos, vertiginosos
rodopios. Era pura mágica, todas elas estavam lindas e
soltas, todos eles elegantes e com ar de caçadores. E
para todos, o tempo se soltava dos relógios,
passava célere, voava e também valsava,
esquecido de quem era, com pés envoltos em
fantasia, mal tocando o chão. Envolvia os pares
enlaçados, deixava um gostinho de eternidade
nos olhares e toques de mãos.
E o tempo valsava, distraído, com todos,
esquecia-se de passar. Até que, de chôfre, voltou
velozmente aos relógios, abalando todos em seu transe.
Recolheram suas coisas, foram embora tristemente,
envolvidos pela saudade dos fatos recentes e por um luar
de alumínio. Sabiam todos que o encanto não se repetiria,
quem sabe tão cedo, quem sabe nunca mais.
Os pés, antes cheios de leveza, pesaram nos passos,
começaram a doer, voltando para casa cheios de má
vontade. Mas nos ouvidos ainda ressoavam as melhores
valsas.
Um ou outro, apesar da chuva fina, apesar da hora
tardia e do visível cansaço, mesmo sem par, ainda valsavam
nas ruas.
Os outros, ah, os outros, que ainda se despediam,
olhavam aquilo e sorriam nostalgicamente, talvez
pensando como Capuleto: “For you and I are past our
dancing days” (Shakespeare, 1564-1616, “Romeu e
Julieta”, Ato I).
Onde o viver
Wilma Lucia da Silva Moraes
Médica anestesiologista - Americana - SP
De sonhos vivi,
quando em ti celebrei o prazer,
ao te buscar no amor.
Da dor não morri,
quando de ti me afastei,
a fugir deste amor.
Na lembrança encontrei,
razão de viver na ilusão,
de tua presença viva, ainda.
Meu sofrer apaziguei,
quando em ti busquei,
paz no teu conforto.
Os sentidos acalmei
quando sem tua luz
foi um buscar inconstante,
de apenas instantes,
para alimento d’alma
aplacando a fome de ti.
Buscando o viver,
entreguei-me à lembrança,
e te encontrei em mim.
Coletânea de
sentenças médicas
Mário de Mello Faro
Médico pneumologista - São Paulo - SP
“O peso da vida não é mensurável.”
“A árvore da vida não tem folhas e nem galhos.”
“A vida é como um açude: quando cheio, transborda.”
“A boca é a porta de entrada do exagero.”
“A gordura não é saúde, é peso somente.”
“Os suores frios não se aquecem com facilidade.”
“O sangue azul dos fidalgos é vermelho.”
“O nó cego é sempre visível.”
“A queda da pressão não é uma cascata.”
“Os nervos de aço são frágeis. E não enferrujam.”
“O pulmão é a Amazônia do ser humano.”
“A catarata é a queda da visão.”
“Não há agasalho que acabe com aquele frio na
barriga.”
6
O Bandeirante
Setembro 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento
LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário
Pedro e Paulo
Rodolpho Civile
Médico - São José dos Campos - SP
“Tu é Pedro e sobre esta pedra
edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela. E Eu te darei as chaves do reino
dos céus, e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado
também nos céus”.
E Paulo... Perseguindo os cristãos ao aproximar-se
de Damasco, subitamente o cercou uma luz vinda do céu.
E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Paulo,
Paulo, por que me persegues?”. Mas... Não cabe aqui, a
um simples e modesto escrevinhador de poucas palavras,
descrever e comentar o apostolado destes dois queridos
discípulos de Jesus Cristo...
Limita-se, na saudosa reminiscência de outros
tempos... Tempos idos e vividos que não voltarão mais...
Lembranças de um bairro, de gente que ali viveu, trabalhou
e sofreu, semelhante a todo mortal em qualquer tempo e
em qualquer lugar... Conheceu bem de perto as agruras
dos seus semelhantes, tentou dar-lhes, como médico, um
pouco de paz, saúde e amor. Se conseguiu, ainda não
sabe... De novo, o estalo e as imagens dos irmãos Pedro
e Paulo. Vindos do norte para tentarem melhorar de vida
em São Paulo. Doce ilusão... Escolheram o bairro dos
imigrantes calabreses, o Bexiga, que os recebeu de braços
abertos. Modestamente, se arrumaram num cortiço da
Rua Conselheiro Carrão. Pedro, mais capacitado, arranjou
emprego como pedreiro numa construtora. Não perdeu
tempo e, logo, amasiou-se com uma cabrocha da Vai-Vai.
Amor à primeira vista e, de samba em samba, ia tocando
a vida da melhor maneira possível. Pouco dinheiro, mas
muito entusiasmo, alegria e vontade de vencer.
Paulo, ao contrário, apesar de forte, alto,
musculoso, carregava nas suas costas e na sua cabeça o
retardo que o atingiu desde criança. Raciocínio lento,
arrastado, falava pouco, entrecortado, reflexos
diminuídos. Olhos parados, sem brilho, lábios caídos, sem
vida. Para comer, trabalhava como carregador de pacotes,
encomendas do açougueiro, do padeiro, do vendeiro.
Ajudava nas feiras, as mulheres nas compras, lavava
quintais e carros e recebia em troca, algumas miseráveis
moedas. Mal e mal conhecia os números e algumas
palavras. E, assim, ia arrastando a sua sina, sem outras
pretensões. Não se queixava e nem se revoltava quando
a criançada o chamava de bobo e, os adultos, de idiota.
Já se acostumara com os impropérios. Às vezes, procurava
o padre Carmelo, da Igreja de Nossa Senhora Achiropita,
para saber por que Deus o tinha esquecido e recebia do
sacerdote palavras de conforto, compreensão e amor:
“Meu filho! Deus não se esqueceu de você! As privações
que você está passando agora serão recompensadas na
eternidade, no Paraíso, onde estão os justos, os bons!
Deus, na Sua misericórdia, estará sempre ao seu lado!”
Paulo baixava a cabeça, beijava a mão do sacerdote
e, lentamente, se retirava, com as lágrimas descendo
pelo rosto. E continuava na sua vidinha... Na sua labuta,
com muito trabalho e perseverança, dentro dos limites
de sua capacidade intelectual. Paulo, freqüentemente,
lavava o piso da casa lotérica “Felicidade”,
situada nas esquinas das ruas Conselheiro
Ramalho e Manuel Dutra. Recebia algumas
moedas e frações de bilhetes da loteria
federal. De tanto ser chamado de “burro” e
“bosta de vaca” pelo irmão Pedro, Paulo pediu
e ganhou do dono da lotérica, pedaços de “burro” (números
09, 10, 11 e 12) e da “vaca” (97, 98, 99, 00).
O destino e a sorte são caprichosos... Não deu outra:
1º prêmio, o “burro” com o número 10, 2º prêmio, a
“vaca” com o 99 e os milhares acompanhando os bilhetes
premiados. Foi uma emoção para um pobre retardado...
Custou-lhe a acreditar que fosse o abonado pela sorte.
Recebeu a “Bolada” de dinheiro meio aparvalhado e,
aconselhado pelo dono da lotérica, abriu uma caderneta
de poupança na Caixa Edonômica Federal. Que mudança
na sua vida! comprou algumas roupas e sapatos. Cortou
o cabelo à “americana”. Com outro visual, aparentava
ser outro homem... E agora? E o trabalho? Continuar como
biscateiro? Não tinha mais necessidade...Abrir uma firma?
Não tinha capacidade e nem tirocínio. Procurou o irmão,
que lhe deu vários palpites, inclusive o de administrar os
seus bens. Desconfiado, não cedeu aos conselhos
fraternais, mas aceitou de imediato, convencido da voz
melíflua de Marcolina, a amante de Pedro: “Você precisa
gozar a vida! Que adianta ter dinheiro se você não sabe
aproveitá-lo?A vida é curta... Você agora é outro homem.
Eu sei como deixá-lo feliz!”
O resultado foi extraordinário!Paulo e Marcolina
sumiram do Bexiga com a deliciosa finalidade de gozar a
vida. Pedro ficou a “ver navios”. Tempos depois, Paulo
retornou ao Bexiga, tão pobre quanto era antes, espoliado
pela cabrocha. O dinheiro? “O vento levou”... “Mondo
cane”... Roubar de um pobre diabo! Destino cruel de certas
criaturas... Vieram ao mundo só para sofrer... O tempo
passou e com ele os nossos sonhos... Hoje, ao recordar a
figura dolente de Paulo, não consigo segurar as minhas
lágrimas...
Limeriques para SOBRAMES
Tatiana Belinky
Escritora - São Paulo - SP
Eu quero que este limerique
A minha opinião comunique:
o que eu sei bem
é que não há quem
O charme da Pizza explique
Doutores de corpos e de almas
(‘té dores de amor deixam calmas!)
Médicos autores
Poetas escritores,
Merecem aplausos e palmas
Repleta de alegres “etcéteras”
Viceja a Pizza das Letras
séria e hilária
festa extraordinária
Que viva a Pizza Literária!
Arlinda Lamego convida para a noite de autógrafos e
lançamento de seu mais novo livro, “A Poética das Emoções”.
O evento acontecerá no dia 28 de setembro, às 19h30, no
Centro Cultural APSEN, na Casa da Fazenda do Morumbi
(Av.Morumbi, 5554) e marca também a abertura da exposição
de telas da médica Lindinalva Borges. A exposição
permanecerá aberta ao público de 29 se setembro a 15 de
outubro, de terça a sábado das 12h00 às 20h00 e domingos
das 12h00 às 18h00. Informações (11) 3739-5110 ou pelo e-
mail arlindalamego@uol.com.br Atividades até o final de 2006
O Bandeirante
Setembro 2006 7
Restando pouco mais de três meses para o final do
ano e também da gestão 2005/2006 da atual diretoria, a
SOBRAMES-SP ainda tem muita coisa a ser feita. Anote em
sua agenda as atividades programadas até dezembro e não
deixe de participar.
Agenda
Registro
Conferência de Begliomini no RJ
Helio Begliomini proferiu no dia 31 de agosto, a convite do
Prof. Dr. Ronaldo Damião, titular de urologia da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro, uma conferência cultural na
insigne Academia Nacional de Medicina, sediada na cidade
maravilhosa, sobre o “O Médico e a Arte de Escrever”. Além
dos acadêmicos da vetusta instituição estiveram presentes,
prestigiando o evento, os seguintes confrades cariocas da
SOBRAMES-RJ e da Abrames: Abílio Kac, Luiz Gondim de
Araújo Lins, Zilda Cormack e Tito de Abreu Fialho.
Arlinda no Centro Cultural APSEN
ENDOMED MEDICINA LABORATORIAL
Sede:Av.Eng.GeorgeCorbisier,746
Pq.Jabaquara-SP
CAC0800-170-004
E-mail: endomed@terra.com.br
O envio de notícias, publicações ou informações sobre lançamentos de livros para a redação do jornal
“O Bandeirante” pode ser feito para um dos seguintes endereços: Redação: Av. Prof.Sylla Mattos,
652 - apto.12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 * Sede: Rua Alves Guimarães,
251 - Pinheiros - São Paulo - SP - CEP 05410-000
Autores no Congresso de Urologia
Durante o IX Congresso Paulista de Urologia realizado de 06 a
09 de setembro no Hotel Gran Meliá, em São Paulo, dois
autores da SOBRAMES-SP lançaram novos livros. Paulo Rodarte
apresentou ao público “Resmundos e Gracejos”, seu novo
livro de contos e crônicas. Helio Begliomini lançou a obra
“Urologia, Vida e Ética”, que contém estudos, ensaios,
artigos e pareceres sobre ética médica escritos pelo autor
nos últimos vinte anos. Maiores informações sobre a obra
dos dois autores, ou aquisição das mesmas poderá ser feito
entrando-se em contato com Paulo Rodarte pelo e-mail
pera@navinet.com.br e com Helio Begliomini pelo e-mail
heomini.ops@terra.com.br. A Ambos os parabéns.
Endereços, horários e referências
Pizza Literária: São realizadas na Rua Oscar Freire, 1597 -
Pizzaria Bonde Paulista - a partir de 19h30
Reunião de Diretoria: São realizadas na sede da
sociedade, na Rua Alves Guimarães, 251 - a partir de 20h30
Mais livros na estante da SOBRAMES
Recebemos na redação três novos livros recém-editados por
nossos confrades. São eles: “Considerações sobre a obra de
Machado de Assis” - ensaio de Evanil Pires de Campos, edição
do autor que poderá ser contactado para aquisições e
maiores informações pelo e-mail btclaipi@terra.com.br. De
Thereza Freire Vieira, também edição da autora, recebemos
o romance “O Castelo de Pedra e as Cerejeiras em Flôr”.
Para aquisições do livro e contato com a autora escreva para
R.29 de Agosto, 177 - Jd.Morumbi - Taubaté - SP - CEP. 12060-
410. Recebemos ainda o romance “De Quem a Culpa...?”, de
Nelson Jacintho, FUNPEC Editora. Informações e contatos
com o autor: njacinto@convex.com.br.
05.09.2006 Reunião de diretoria
21.09.2006 194ª Pizza Literária
Assembléia Geral Ordinária.
Eleições de diretoria para biênio 2007/2008.
03.10.2006 Reunião de diretoria.
19.10.2006 195ª Pizza Literária
Premiação da 14ª Superpizza
Divulgação do tema da próxima Superpizza
07.11.2006 Reunião de diretoria
16.11.2006 196ª Pizza Literária
15ª Superpizza (apresentação de textos)
ESPECIAL em NOVEMBRO, em dia a confirmar:
Lançamento da coletânea
“ A Pizza Literária - nona fornada”
05.12.2006 Reunião de Diretoria
21.12.2006 197ª Pizza Literária
Entrega do PRÊMIO BERNARDO DE OLIVEIRA
MARTINS (poesia) e do PREMIO FLERTS NEBÓ
(prosa) - edição 2005/2006.
Transmissão de cargos para a Diretoria
Eleita para o biênio 2007/2008.
Entrega dos prêmios em dezembro
Concursos
Para melhor adequar sua agenda de atividades, a
diretoria da SOBRAMES-SP decidiu, em sua reunião do último
dia 5 de setembro, que a entrega dos prêmios de prosa e
poesia de 2005/2006 será realizada no dia 21.12.2006. Na
última Pizza Literária do ano serão anunciados: vencedor do
“Prêmio Bernardo de Oliveira Martins”, para a melhor poesia
do ano, e mais duas menções honrosas; vencedor do
“Prêmio Flerts Nebó”, para o melhor texto em prosa do
ano, e mais duas menções honrosas.
Estão participando do concurso de prosa, que chega
esta ano à sua sétima edição, todos os textos apresentados
nas Pizzas Literárias entre agosto de 2005 e junho de 2006.
Da nona edição do concurso de poesias participam aquelas
apresentadas no período de novembro de 2005 a outubro
de 2006. São convidados para compor o juri desses
concursos, confrades de outras regionais da SOBRAMES, que
oportunamente serão anunciados neste jornal.
Recebemos na caixa do correio
De Daniel Marun (Lençóis Paulista-SP) convite para
lançamento da coletânea “Emoções na Trajetória de um
Médico” - 23.09.2006; do Conselho Regional de Contabilidade
(Departamento Cultural-SP) convite para recital de violão de
Rafael Altro e exposição de Gil Sabino - 13.09.2006; da
SOBRAMES-PE a edição nº 33, de setembro 2006, do Boletim
SOBRAMES editado por aquela regional. Registramos ainda
vários e-mails recebidos em sobrames@uol.com.br.
8
O Bandeirante
Setembro 2006
O Dr.Helio Begliomini, médico urologista que já
ocupou a presidência da SOBRAMES-SP (1992-1994) e
também a da SOBRAMES Nacional (1998-2000), além de
diversos outros cargos na diretoria de ambas, foi o único
candidato a apresentar a inscrição de uma chapa
completa para concorrer às eleições de setembro de 2006,
para o comando da SOBRAMES-SP durante o biênio 2007-
2008, conforme determina o Estatuto da Sociedade.
Com o nome de “Amor à SOBRAMES-SP”, a chapa
é assim composta: Presidente: Helio Begliomini; Vice-
presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeira-
Secretária: Maria do Céu Coutinho Louza; Segundo-
Secretário: Evanir da Silva Carvalho; Primeiro-
Tesoureiro: Marcos Gimenes Salun; Segunda-
Tesoureira: Lígia Terezinha Pezzuto; Conselho Fiscal -
Titulares: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba, Luiz Jorge
Ferreira; Conselho Fiscal - Suplentes: CarlosA. Ferreira
Galvão; Geovah Paulo da Cruz; Helmut Adolf Mataré.
As eleições serão realizadas durante a
Assembléia Geral Ordinária convocada para o dia 21 de
setembro de 2006. Poderão votar os Membros Titulares,
Acadêmicos e Colaboradores quites com a tesouraria da
entidade e os Membros Eméritos, Honorários e
Beneméritos. O edital de convocação foi publicado nas
edições de julho e agosto deste jornal e espera-se a
participação de todos neste importante momento de
manifestação democrática da liberdade sempre
preservada pela SOBRAMES-SP.
Eleições
Eleja a nova diretoria
para o biênio 2007/2008
30 autores presentes nesta
edição da obra paulista
Esgotado o prazo de adesão em 31 de agosto, foi
registrada a participação de 30 autores na coletânea “A
Pizza Literária - nona fornada” organizada pela
SOBRAMES-SP e que neste ano será publicada pela Rumo
Editorial Produções e Edições Ltda.
Confira a lista dos escritores: Alcione Alcântara
Gonçalves (Tupã-SP); Arlete Miranda Mazzini Giovani
(São Paulo-SP); Carlos José Benatti (São Paulo-SP);
Evandro Guimarães de Sousa (São Paulo-SP); Evanil
Pires de Campos (Botucatu-SP); Evanir da Silva Carvalho
(São Paulo-SP); Fernando Batigália (São José do Rio Preto-
SP); Flerts Nebó (São Paulo-SP); Guaracy Lourenço da
Costa (Araraquara-SP); Helio Begliomini (São Paulo-SP);
Hélio José Déstro (São Paulo-SP); HelmutAdolph Mataré
(Bertioga-SP); Humberto Golfieri Jr. (Cascavél- PR); José
Jucovsky (São Paulo-SP); José Rodrigues Louzã (São
Paulo-SP); Josyanne Rita de Arruda Franco (Jundiaí-
SP); Luiz Giovani (São Paulo-SP); Luiz Jorge Ferreira
(Osasco-SP); Manlio Mario Marco Napoli (São Paulo-SP);
Marcos Gimenes Salun (São Paulo-SP); Maria Virgínia
Bosco (São Paulo-SP); Mélida Francisca Velasco
Cassanello (São Paulo - SP); Nelson Jacintho (Ribeirão
Preto-SP); Rodolpho Civile (São José dos Campos-SP);
Rubens Paulo Gonçalves (São Paulo-SP); Sérgio Perazzo
(São Paulo-SP); Sônia Regina Andruskevicius de Castro
(São Paulo-SP); Thereza Freire Vieira (Taubaté-SP);
Walter Whitton Harris (São Paulo-SP) e Wilma Lúcia da
Silva Moraes (Americana-SP).
No momento os trabalhos encontram-se em fase
de confirmação da quantidade de textos com que cada
autor está participando, bem como o de assinatura de
contrato e pagamento das quotas de participação. Nos
próximos dias, concluída a fase atual, os autores
receberão seus textos já editorados, para efetuarem a
revisão e aprovação final.
Você poderá acompanhar todas as etapas sobre a
coletânea no BLOG criado especialmente para a obra,
onde constam informações sobre as fases de produção,
além de informações sobre as outras oito edições. Visite:
http://coletanea2006.blogspot.com.
Em breve a diretoria estará definindo a data e
local de lançamento da obra. Cada autor receberá um
lote de convites para que distribua a quem queira
convidar para essa ocasião. A recepção para o dia do
lançamento já vem sendo planejada pela diretoria da
SOBRAMES-SP e pela Rumo Editorial. Maiores detalhes
serão divulgados oportunamente a todos, através deste
jornal e também de comunicados por e-mail ou por notas
divulgadas no BLOG da COLETÂNEA.
Certamente a nona edição dessa série de
coletâneas que vem sendo publicada pela SOBRAMES-SP
desde 1990 será mais um grande marco editorial na
história das publicações da regional paulista, graças ao
talento dos autores participantes e à seriedade e
excelente qualidade das produções.
Coletânea
Empenho e colaboração de
todos é muito importante
O Dr.Helio Begliomini tem participado das
reuniões da atual diretoria, na condição de candidato e
também como colaborador. Em todas as oportunidades
Hélio tem se manifestado bastante animado e ao mesmo
tempo apreensivo com o novo desafio que terá que
enfrentar caso se confirme sua eleição.
Entusiasta e amante inveterado da SOBRAMES
de longa data, tendo participado inclusive da fundação
da regional Paulista, Begliomini prevê que haverá muito
trabalho pela frente e espera contar com a colaboração
de todos os membros para a obtenção de um bom
resultado. Conta também com o empenho de todos os
diretores que estarão consigo na direção da associação
durante dos próximos dois anos, caso seja confirmada
sua eleição: “Acho que, independentemente do cargo
que ocuparem na diretoria, todos devem se empenhar
para dividir tarefas, executar trabalhos e colaborar no
que for possível para o progresso e para o bem da
SOBRAMES-SP. Isso é extensivo a todos os demais
membros da entidade, mesmo não estando na diretoria.”
- ressalta Hélio Begliomini.

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  • 1. “ Informativo Mensal da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores SOBRAMES-SP - Regional do Estado de São Paulo OBandeirante 15 Ano XV - n° 166 - Setembro de 2006 Muitos homens iniciaram uma nova era na sua vida a partir da leitura de um livro. Henry David Thoreau - escritor, ensaista, poeta e naturalista - (1817-1862) “ Com a participação de 30 autores encerrou-se no último dia 31 de agosto o prazo para adesão à coletânea “A Pizza Literária - nona fornada”, obra que tem previsão de lançamento em novembro. Todas as informações podem ser vistas também num BLOG criado exclusivamente para divulgar a coletâneadurante toda sua produção. Saiba o que vem sendo feito para tornar essa publicação mais um sucesso editorial da SOBRAMES-SP. Veja na página 8. Uma publicação feita por Médicos Escritores Tudo sobre a Coletânea 2006 O médico urologista Helio Begliomini é o único candidato ao cargo de presidente da SOBRAMES-SP para o biênio 2007/2008, encabeçando a chapa denominada “Amor à SOBRAMES-SP”. No próximo dia 21 de setembro deve acontecer a Assembléia Geral Ordinária onde haverá a eleição. Saiba o que Begliomini espera de todos os membros da entidade, além de outros detalhes sobre a eleição de setembro. Leia as informações na página 8. Tudo sobre as Eleições 2006 Suplemento Literário vem com estes autores A cada edição procuramos fazer do Suplemento Literário uma mostra do que há de melhor de nossos autores. Neste mês selecionamos textos de José R. Louzã, Evanil P. de Campos, Karin S. R. Massaro, Camilo A. M. Xavier, Arary da C.Tiriba, Carlos A. F. Galvão, Alitta G. C. R. R. da Silva, Wilma L. S. Moraes, Mário de M. Faro, Rodolpho Civile e Tatiana Belinky. Você é nosso convidado para participar desta festa de letras, que está nas páginas 3 a 6. De repente recebo um telefonema: do outro lado da linha o meu confrade da SOBRAMES-SP, Gimenes, nome de guerra de um guerreiro jornalista. “Jucovsky, você acaba de ser convocado para apresentar o texto da capa do nosso jornal”. Isso é bom, pensei depois de desligar, é um sinal de dupla mão, da energia universal que torna o homem gregário e sociável movido sempre pela necessidade de não estar sozinho. E ainda assim nos grandes centros, populações alienadas vivem em florestas de concreto, num misto de vulnerável contemplação envoltos num torpor incorpóreo. Imagens casuais vieram à minha memória em estágios de sucessivos sentimentos presentes num lúcido torpor, projetando entre nuvens apagadas significativos encontros que procuro de quando em vez, com saudades, revivê-los para não esquecê-los. Encontros em venturosos instantes, mesmo distantes, fixaram-se na minha mente sempre com o maior carinho. Vejo-me “de repente, não mais que de repente” em comunhão com líricos colegas escritores, poéticos trovadores declamando e confessando como fiéis e incondicionais amantes da literatura e da poesia. Quem, senão eu mesmo, poderia em pensamento cavalgar na direção de um passado remoto, para me ver numa visão de sonhos, retirar das brumas um conjunto de emoções sensoriais do estudante que um dia fui? Relembrando na penumbra de minha juventude, flutuando letárgico, época colorida onde imperava e só fazia sentido viver na plenitude de se poder estar em toda parte onde tudo parecia estar sempre impregnado do alegre vital vigor. Fugidias e sinuosas lembranças desaguam indeléveis no coração do meu eu sensorial, tomando forma de um pulsar fecundo e abrangente dos laços de ternura do passado. Encontros José Jucovsky José Jucovsky é médico ginecologista - São Paulo Ainda hoje revelam inspirações inconscientes resultantes da seiva motora deste universos há muito esmaecido. Ambiente fértil, mescla de várias culturas e classes sociais em tons coloridos, moldam um espaço histórico a conquistar e construir, deixando um legado espiritual inestimável. Trago ainda hoje na minha pele o cálido sopro impregnado de maresia e poesia aconchegante e envolvente brando vento, fugaz ou persistente, acariciando a vida com pujança, alegria e esperança. Com um longo suspiro de alívio e uma agradável sensação física, chego ao computador para reproduzir algumas destas lembranças. Idéias e ideais são sempre pessoais; a essência humana e social de quem tenha vivido na segunda metade do século passado ou mesmo nos dias de hoje tem que buscar, decifrar, ordenar e escrever com vontade e dedicação. Adotar critérios de fidelidade, boa-fé e determinação em cada nova geração para que possam introduzir normas equilibradas válidas consolidando fragmentos de leveza espiritual sem deixar de reverenciar o passado. Nosso jornal “O Bandeirante” acolhe e publica as idéias dos sobramistas desenhando de forma sutíl e perspicaz a complexidade do ideal coletivo. Representa bens maiores de forma lúcida, não só o orgulho democrático como não admite parcialidades, intolerâncias e preconceitos: é alvo e porta aberta ao amor e à sabedoria universal. E, em atenção especial ao pedido do confrade amigo, entre cliques, tiques e toques compulsivos, na paisagem de uma noite fria paulistana, após um dia de trabalho, vou digitando na tentativa de lograr atender o telefonema recebido, consciente que há o momento de parar para o leitor não cansar.
  • 2. O Bandeirante - ANO XIV - nº 166 - Setembro 2006 - Publicação da SOBRAMES-SP - Sociedade Brasileira de Médicos Escritores Regional do Estado de São Paulo - Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - CEP 05410-000 - Pinheiros - São Paulo - SP - telefax (11) 3062.9887 / 3062-3604 - Projeto Gráfico e Diagramação: Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. - E-mail: rumoeditorial@uol.com.br Editores: Flerts Nebó, Marcos Gimenes Salun. Redatores: Luiz Giovani, Marcos Gimenes Salun. Jornalista Responsável: Marcos Gimenes Salun - MTb 20.405 - SP - Correspondência: Av.Prof. Sylla Mattos, 652 - apto. 12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 - E-mail: sobrames@uol.com.br - Diretoria Gestão 2005/2006 - Presidente: Flerts Nebó. Primeiro-secretário: Marcos Gimenes Salun Segundo-secretário: Maria do Céu Coutinho Louzã. Tesoureiro: Milton Maretti. Conselho Fiscal Efetivos: Luiz Giovani, Madalena J.G.M.Nebó, José Rodrigues Louzã. Suplentes: Sérgio Perazzo, José Jucovsky, Arlete M.M.Giovani. Matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores e não significam, necessariamente, a opinião da SOBRAMES-SP O Bandeirante Setembro 2006 Algo sobre independência HOSPITAL METROPOLITANO Serviços de Pronto-socorro e tratamentos de ambulatório. Rua Marcelina, 441 - Vila Romana - SP (11) 3677.2000 2 LIFE SYSTEM ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA Avenida Brasil, 598 – Jardim América – SP (11) 3885 – 8000 lifesystem@uol.com.br Flerts Nebó MEMÓRIA VIVA NA INTERNET - Quem procura informações sobre algumas publicações antigas como as revistas O Cruzeiro (1928), O Malho (1902) e Careta (1908) e quiser ver a reprodução de artigos e de algumas de suas edições não pode deixar visitar o site MEMÒRIA VIVA em www.memoriaviva.com.br. No ar desde abril de 1998, o site já recebeu prêmios e elogios da imprensa. Contém ainda inúmeras biografias de personalidades ligadas à cultura, às artes, à literatura e à política, tais como Camara Cascudo, Luz del Fuego, Elis Regina, Heitor Villa-Lobos, Monteiro Lobato, Zila Mamede, Nísia Floresta e Gregório de Matos, para citar apenas alguns. Em outro link do site é possível ver fotos antigas das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Natal. Vale a pena um passeio por esse recanto virtual. Expediente Editorial Rápidas Superpizza Setembro é o mês em que, no dia 7, se comemora a “Independência” de nossa terra... Na realidade o célebre “Grito do Ipiranga” jamais foi proferido, não passando de um “grito literário”, de algum autor que, infelizmente, não conheço. Foi esse autor quem “colocou” na boca do Príncipe Regente a célebre frase “Independência ou Morte!”, quando D.Pedro I voltava de Santos, onde fora abafar uma revolta do povo daquela cidade. Todos sabemos que o rei de Portugal, D. João VI, havia recomendado ao filho Pedro, que se encontrava na Regência de nossa terra, que “colocasse sobre sua cabeça a coroa” antes que algum aventureiro a tomasse. Bem, se o grito existiu ou não pouco importa, mas o fato é que nunca fomos independentes!Digo isto porque desde que o Brasil foi “descoberto” (outra das mentiras inventadas por algum escritor) alguém colocou na carta de Pero Vaz de Caminha: “nela, se plantando, tudo dá!”. Isto é um fato e podemos constatar realmente que “tudo dá”: desde exploradores de nossa terra até políticos desonestos. Estes sempre existiram e continuarão a existir, enquanto o Brasil tiver um território no qual cabem e sobram espaços maiores que toda a Europa junta, e enquanto essa imensidão tiver tantas e tantas riquezas a serem exploradas e “espoliadas”. De qualquer maneira é bom que comemoremos a nossa “pretensa” Independência, pois o poeta já disse: “Ama com fé e orgulho a terra onde nascestes”. E aqui vai o nosso grito: VIVA O BRASIL AMADO! Resultado sai mês que vem O resultado do desafio literário da SUPERPIZZA nº 14, que teve como tema o mote “Pai e família”, e cujas apresentações aconteceram na Pizza Literária do dia 17 de agosto, será divulgado no dia 20 de outubro, a partir das 19h30, na Pizzaria Bonde Baulista, na Rua Oscar Freire 1597. O autor de um dos seis textos sobre o tema que foram apresentados receberá uma garrafa de vinho.Na próxima edição devulgaremos o resultado e publicaremos o texto escolhido por um leitor convidado. ATUALIZE SEU CADASTRO E NÃO PERCA O CONTATO - Sempre que você tiver alterações em seu endereço (residencial ou profissional), telefones e especialmente endereços de e- mail (o que acontece com muita freqüência), envie-nos as informações atuais para atualização. Você pode nos enviar as informações para o e-mail SOBRAMES@UOL.COM.BR ou para o endereço da redação deste jornal, indicado abaixo. UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - Fundada em janeiro de 1958 a UBE - União Brasileira de Escritores congrega hoje mais de 3000 escritores associados em todo o Brasil. Dentre eles existem vários autores que também pertencem à SOBRAMES, em suas várias regionais. No site da UBE em www.ube.org.br você poderá conhecer inúmeros detalhes e informações sobre essa entidade, além de poder associar- se a ela. Há também dezenas de informações de interesse de escritores além de links para diversos sites ligados à literatura. Recomendamos uma visita ao site da UBE.
  • 3. 3O Bandeirante Setembro 2006SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário Ação e intenção Evanil Pires de Campos Médico infectologista - Botucatu - SP Paraíso perdido José Rodrigues Louzã Médico - São Paulo - SP O paraíso está sempre escondido, passamos toda a vida a procurá-lo mas é muito difícil encontrá-lo e ele para nós parece perdido! Paraíso, por que fazes assim? Por que na vida nunca te alcançamos? Por que nunca obtemos o que almejamos? Por que esta procura eterna, sem fim? Procurei-te muito, em casas e lares em escolas e hospitais, a esmo, em toda religião e toda grei, procurei-te por todos os lugares, mas estavas, só, dentro de mim mesmo, “paraíso perdido que eu achei!” * *Guilherme de Almeida, do livro “Poesia Vária” - As chaves de ouro A intenção não demanda a ação Possui, creio, parca e tênue interação O propósito verdadeiro, concebe. No coração, o intelecto embebe. A perspicaz percepção ativada, Da ação ignara foge imaculada. Na face, os olhos singelos do ato Mostram a imagem real do fato. Na fala, a expressão fugaz e servil Revela a real volição oculta No volúvel e débil frase estulta. O escárnio entrevê o covil e o vil A falsidade posta no gesto, provera Ilídima ação e/ou núbil intenção vera. do livro “Florilégio Poético e crônicas Seletas - 2000 Anjo blindado Karin Schmidt Rodrigues Massaro Médica hematologista - São Paulo - SP Como não poderia ser, fui afetada. Sua fascinação. Seu gesto. Sempre. Helpless. Homeless. Sou homeotérmica. Febres me tomam. Queimo em pensamentos. Minhas pernas tremem e me apertam. Alta freqüência. Danço até cair. Mas você é indecifrável. Não é permitido. Anjo blindado. Blind! Eu falo estranhos sinais, estranhas palavras para lhe aguçar. Mas Deus! Você não falou, pois é proibido. Desencantada, estou. Eu, a obcecada, preciso de um tempo pra me recompor. Oficina Camilo André Mércio Xavier Médico ortopedista - Ribeirão Preto - SP a oficina para você treinar o olhar tem um furo no fundo da lata a superfície é lisa o buraco é estreito mas não impede visão ampla você vê imagens novas transformadas soltas simples despojadas quase aladas leve descuido altera tudo a luz fica escassa você não divisa mais nada tudo vira sombra seu universo fica escuro você fica perdido para voltar a enxergar você tem que re-aprender e treinar a fixar seu olhar para dentro de si mesmo e acreditar que você deve ser o principal foco de seu treinado olhar.
  • 4. 4 O Bandeirante Setembro 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário A medicina literária de Fernando Namora Arary da Cruz Tiriba Médico infectologista - São Paulo - SP Literatura médica é uma expressão corrente, a qual tenho repudiado. Para mim, literatura é a expressão artística das letras, em prosa ou poesia, onde está embarcado o sentimento, enquanto que a mensagem médica, em oposição, e necessariamente, é objetiva e fria. Por isso, à literatura médica, prefiro chamar ‘comunicação médica’ ou ‘imprensa médica’, mas estou certo de estar sozinho nessa defesa. Um sinônimo, esquecido, soaria mais em sintonia que literatura médica: ‘letradura’ médica. Na defesa solitária da observação que acabo de formular, aponto aquilo que se identifica como medicina literária. Aí, sim, inscrevem-se os médicos-literatos, os escritores não-médicos que têm preenchido páginas elegantes sobre temas médicos ou sobre biografias de médicos. A reunião de julho 2006 da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores, denominada ‘Pizza Literária’ foi dedicada a escritores consagrados. Escolhi Fernando Gonçalves Amora, médico e escritor português (1919- 89). Fernando Amora em ‘Deuses e demônios da medicina’ elegeu 20 médicos, vinte paradigmas. Dentre eles pinço alguns episódios sobre Robert Koch, descobridor do bacilo de tuberculose, fonte dos ‘postulados de Koch’, produtor da tuberculina e descobridor, também, do vibrião colérico. Não me deterei nos sucessos do Nobel-1905, mas repetirei Fernando Amora. Quando menino, Koch achou entre os pertences paternos uma lupa, descoberta logo disputada entre os irmãos, mas barganhou-a pela coleção de selos. Passou então a estudar as formas exteriores e interiores de animaizinhos. Seu quarto cheirava a ratos, rãs e salamandras; seu refúgio, para os parentes, passou a ser indesejável menos para a pequena Emy, horrorizada com os bichos, mas entusiasmada com as descobertas. Quando no campo, deitada na relva, admirava com ternura, o adolescente excêntrico e sonhador. Manteve- se, até então, a fã incondicional. Em 1862 ingressou, Koch, na Universidade de Gottingen para estudar medicina. profissão que exerceu por pouco tempo: sua vocação para a pesquisa na área das ciências naturais foi mais forte; abandonou o exercício galênico. Pretendia ajudar os necessitados, de outra forma, indagando e descobrindo causas de doenças e respectivos meios de prevenção. Emy finalmente casou-se com o homem que amara desde a infância. Mas a continuidade dos hábitos de seu marido − habitante permanente do laboratório − levou à mudez de Emy e ao esfriamento do matrimônio. Ele não a fizera companheira; ela não realizara a felicidade com que sonhara. O romance se extinguiu com o divórcio. Passo a episódio outro. Pasteur e Koch foram convidados pelo governo do Egito para estudar e controlar a epidemia da cólera que dizimava os descendentes dos coptas. Pasteur, que desdenhava os alemães, recusou. Ademais, para elucidar a questão seriam bastantes dois de seus assistentes, Thuillier e Roux. Assim, os três se empenharam nas investigações. Os franceses chegaram a anunciar a descoberta do agente da cólera o que não passava de artefato microscópico, enquanto, Koch, imperturbável, já identificara o vibrião virulento. A essa altura Thuillier tinha contraído a cólera, estava à morte; Koch foi visitá-lo. Thuillier, ainda consciente, balbuciando, interrogou: ‘era.. o bacilo ...da... cólera?’ Responde Koch: “sim, era. Você o descobriu”. Koch, depositou coroas sobre a sepultura: ‘elas são muito simples, mas são de louros, como se dão aos bravos’. Mais tarde, depois de estacionar na Índia, devotado sempre à ciência, extasiou-se diante de um retrato num cavalete; o da rapariguinha fresca e loira, de olhos curiosos; Hedwig Freiburg, em pessoa, viria a desfazer a solidão do valoroso combatente. Ainda tentou recuperar, com argumentos, sua crença na cura da tuberculose pela tuberculina. Quando adoeceu pediu para que o levassem para um lugar onde houvesse floresta e o céu imenso. Morreu dias depois na Floresta Negra. A Ordem dos Médicos de Berlim inscreve na ‘Medalha Robert Koch: “Das pequenas coisas do Mundo crias, tu, a tua grandeza”. São Paulo pode Pará Carlos Augusto Ferreira Galvão* Médico psiquiatra - São Paulo - SP Todas as terras têm um encanto Para vê-los basta ter raciocínio Os do Pará te envolvem como um manto Pois é a terra cujo nome é fascínio Cada terra tem sua particularidade A cultura, a dança, a comida, a tradição O Pará é a seara da alacridade De um povo que pensa com o coração A SOBRAMES de São Paulo é vibrante Tem mineiro, argentino e até paulista Também Evanir, Luiz Jorge e Josyanne à vista Representantes de um Pará brilhante. * Carlos Galvão também é paraense e completa o time de escritores desse Estado, membros da SOBRAMES-SP. Esta poesia é uma das muitas “poesias de guardanapo” escritas pelo autor durante as reuniões da Pizza Literária.
  • 5. O Bandeirante Setembro 2006 5SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário Valsa Alitta Guimarães C.R.R.da Silva Médica psiquiatra - São Lourenço - MG Do Danúbio Azul aos Bosques de Viena bastavam apenas alguns passos, alguns rodopios. As maiores distâncias, naquela noite, sumiam sob os seus pés. A vertigem da valsa corava de carmim, fazia brilhar os rostos. Seus pés marcavam, levemente, e se soltavam, puro encanto. Maravilha! Até quem não sabia valsar se empolgava e ia para a pista, a início tímido, depois também fazendo bonito. Incrível noite! Em tonturas, como se tivessem tomado champanhe, felizes, elas valsavam. Embalados pela música, quase hipnotizados, mas fortes, eles valsavam. Os pés voavam e giravam, os corações pulsavam, faltava-lhes até o ar, de vez em quando. Então, era necessário ir para fora, nas varandas, e de lá assistir, descansando, os pares rodopiando em sincronia, juntos e num grande círculo. Após respirarem fundo, disfarçarem o brilho do rosto, conterem a excitação crescente, era tempo de voltar e valsarem de novo todos, vertiginosos rodopios. Era pura mágica, todas elas estavam lindas e soltas, todos eles elegantes e com ar de caçadores. E para todos, o tempo se soltava dos relógios, passava célere, voava e também valsava, esquecido de quem era, com pés envoltos em fantasia, mal tocando o chão. Envolvia os pares enlaçados, deixava um gostinho de eternidade nos olhares e toques de mãos. E o tempo valsava, distraído, com todos, esquecia-se de passar. Até que, de chôfre, voltou velozmente aos relógios, abalando todos em seu transe. Recolheram suas coisas, foram embora tristemente, envolvidos pela saudade dos fatos recentes e por um luar de alumínio. Sabiam todos que o encanto não se repetiria, quem sabe tão cedo, quem sabe nunca mais. Os pés, antes cheios de leveza, pesaram nos passos, começaram a doer, voltando para casa cheios de má vontade. Mas nos ouvidos ainda ressoavam as melhores valsas. Um ou outro, apesar da chuva fina, apesar da hora tardia e do visível cansaço, mesmo sem par, ainda valsavam nas ruas. Os outros, ah, os outros, que ainda se despediam, olhavam aquilo e sorriam nostalgicamente, talvez pensando como Capuleto: “For you and I are past our dancing days” (Shakespeare, 1564-1616, “Romeu e Julieta”, Ato I). Onde o viver Wilma Lucia da Silva Moraes Médica anestesiologista - Americana - SP De sonhos vivi, quando em ti celebrei o prazer, ao te buscar no amor. Da dor não morri, quando de ti me afastei, a fugir deste amor. Na lembrança encontrei, razão de viver na ilusão, de tua presença viva, ainda. Meu sofrer apaziguei, quando em ti busquei, paz no teu conforto. Os sentidos acalmei quando sem tua luz foi um buscar inconstante, de apenas instantes, para alimento d’alma aplacando a fome de ti. Buscando o viver, entreguei-me à lembrança, e te encontrei em mim. Coletânea de sentenças médicas Mário de Mello Faro Médico pneumologista - São Paulo - SP “O peso da vida não é mensurável.” “A árvore da vida não tem folhas e nem galhos.” “A vida é como um açude: quando cheio, transborda.” “A boca é a porta de entrada do exagero.” “A gordura não é saúde, é peso somente.” “Os suores frios não se aquecem com facilidade.” “O sangue azul dos fidalgos é vermelho.” “O nó cego é sempre visível.” “A queda da pressão não é uma cascata.” “Os nervos de aço são frágeis. E não enferrujam.” “O pulmão é a Amazônia do ser humano.” “A catarata é a queda da visão.” “Não há agasalho que acabe com aquele frio na barriga.”
  • 6. 6 O Bandeirante Setembro 2006 SuplementoSuplementoSuplementoSuplementoSuplemento LiterárioLiterárioLiterárioLiterárioLiterário Pedro e Paulo Rodolpho Civile Médico - São José dos Campos - SP “Tu é Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. E Eu te darei as chaves do reino dos céus, e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus”. E Paulo... Perseguindo os cristãos ao aproximar-se de Damasco, subitamente o cercou uma luz vinda do céu. E caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia: “Paulo, Paulo, por que me persegues?”. Mas... Não cabe aqui, a um simples e modesto escrevinhador de poucas palavras, descrever e comentar o apostolado destes dois queridos discípulos de Jesus Cristo... Limita-se, na saudosa reminiscência de outros tempos... Tempos idos e vividos que não voltarão mais... Lembranças de um bairro, de gente que ali viveu, trabalhou e sofreu, semelhante a todo mortal em qualquer tempo e em qualquer lugar... Conheceu bem de perto as agruras dos seus semelhantes, tentou dar-lhes, como médico, um pouco de paz, saúde e amor. Se conseguiu, ainda não sabe... De novo, o estalo e as imagens dos irmãos Pedro e Paulo. Vindos do norte para tentarem melhorar de vida em São Paulo. Doce ilusão... Escolheram o bairro dos imigrantes calabreses, o Bexiga, que os recebeu de braços abertos. Modestamente, se arrumaram num cortiço da Rua Conselheiro Carrão. Pedro, mais capacitado, arranjou emprego como pedreiro numa construtora. Não perdeu tempo e, logo, amasiou-se com uma cabrocha da Vai-Vai. Amor à primeira vista e, de samba em samba, ia tocando a vida da melhor maneira possível. Pouco dinheiro, mas muito entusiasmo, alegria e vontade de vencer. Paulo, ao contrário, apesar de forte, alto, musculoso, carregava nas suas costas e na sua cabeça o retardo que o atingiu desde criança. Raciocínio lento, arrastado, falava pouco, entrecortado, reflexos diminuídos. Olhos parados, sem brilho, lábios caídos, sem vida. Para comer, trabalhava como carregador de pacotes, encomendas do açougueiro, do padeiro, do vendeiro. Ajudava nas feiras, as mulheres nas compras, lavava quintais e carros e recebia em troca, algumas miseráveis moedas. Mal e mal conhecia os números e algumas palavras. E, assim, ia arrastando a sua sina, sem outras pretensões. Não se queixava e nem se revoltava quando a criançada o chamava de bobo e, os adultos, de idiota. Já se acostumara com os impropérios. Às vezes, procurava o padre Carmelo, da Igreja de Nossa Senhora Achiropita, para saber por que Deus o tinha esquecido e recebia do sacerdote palavras de conforto, compreensão e amor: “Meu filho! Deus não se esqueceu de você! As privações que você está passando agora serão recompensadas na eternidade, no Paraíso, onde estão os justos, os bons! Deus, na Sua misericórdia, estará sempre ao seu lado!” Paulo baixava a cabeça, beijava a mão do sacerdote e, lentamente, se retirava, com as lágrimas descendo pelo rosto. E continuava na sua vidinha... Na sua labuta, com muito trabalho e perseverança, dentro dos limites de sua capacidade intelectual. Paulo, freqüentemente, lavava o piso da casa lotérica “Felicidade”, situada nas esquinas das ruas Conselheiro Ramalho e Manuel Dutra. Recebia algumas moedas e frações de bilhetes da loteria federal. De tanto ser chamado de “burro” e “bosta de vaca” pelo irmão Pedro, Paulo pediu e ganhou do dono da lotérica, pedaços de “burro” (números 09, 10, 11 e 12) e da “vaca” (97, 98, 99, 00). O destino e a sorte são caprichosos... Não deu outra: 1º prêmio, o “burro” com o número 10, 2º prêmio, a “vaca” com o 99 e os milhares acompanhando os bilhetes premiados. Foi uma emoção para um pobre retardado... Custou-lhe a acreditar que fosse o abonado pela sorte. Recebeu a “Bolada” de dinheiro meio aparvalhado e, aconselhado pelo dono da lotérica, abriu uma caderneta de poupança na Caixa Edonômica Federal. Que mudança na sua vida! comprou algumas roupas e sapatos. Cortou o cabelo à “americana”. Com outro visual, aparentava ser outro homem... E agora? E o trabalho? Continuar como biscateiro? Não tinha mais necessidade...Abrir uma firma? Não tinha capacidade e nem tirocínio. Procurou o irmão, que lhe deu vários palpites, inclusive o de administrar os seus bens. Desconfiado, não cedeu aos conselhos fraternais, mas aceitou de imediato, convencido da voz melíflua de Marcolina, a amante de Pedro: “Você precisa gozar a vida! Que adianta ter dinheiro se você não sabe aproveitá-lo?A vida é curta... Você agora é outro homem. Eu sei como deixá-lo feliz!” O resultado foi extraordinário!Paulo e Marcolina sumiram do Bexiga com a deliciosa finalidade de gozar a vida. Pedro ficou a “ver navios”. Tempos depois, Paulo retornou ao Bexiga, tão pobre quanto era antes, espoliado pela cabrocha. O dinheiro? “O vento levou”... “Mondo cane”... Roubar de um pobre diabo! Destino cruel de certas criaturas... Vieram ao mundo só para sofrer... O tempo passou e com ele os nossos sonhos... Hoje, ao recordar a figura dolente de Paulo, não consigo segurar as minhas lágrimas... Limeriques para SOBRAMES Tatiana Belinky Escritora - São Paulo - SP Eu quero que este limerique A minha opinião comunique: o que eu sei bem é que não há quem O charme da Pizza explique Doutores de corpos e de almas (‘té dores de amor deixam calmas!) Médicos autores Poetas escritores, Merecem aplausos e palmas Repleta de alegres “etcéteras” Viceja a Pizza das Letras séria e hilária festa extraordinária Que viva a Pizza Literária!
  • 7. Arlinda Lamego convida para a noite de autógrafos e lançamento de seu mais novo livro, “A Poética das Emoções”. O evento acontecerá no dia 28 de setembro, às 19h30, no Centro Cultural APSEN, na Casa da Fazenda do Morumbi (Av.Morumbi, 5554) e marca também a abertura da exposição de telas da médica Lindinalva Borges. A exposição permanecerá aberta ao público de 29 se setembro a 15 de outubro, de terça a sábado das 12h00 às 20h00 e domingos das 12h00 às 18h00. Informações (11) 3739-5110 ou pelo e- mail arlindalamego@uol.com.br Atividades até o final de 2006 O Bandeirante Setembro 2006 7 Restando pouco mais de três meses para o final do ano e também da gestão 2005/2006 da atual diretoria, a SOBRAMES-SP ainda tem muita coisa a ser feita. Anote em sua agenda as atividades programadas até dezembro e não deixe de participar. Agenda Registro Conferência de Begliomini no RJ Helio Begliomini proferiu no dia 31 de agosto, a convite do Prof. Dr. Ronaldo Damião, titular de urologia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, uma conferência cultural na insigne Academia Nacional de Medicina, sediada na cidade maravilhosa, sobre o “O Médico e a Arte de Escrever”. Além dos acadêmicos da vetusta instituição estiveram presentes, prestigiando o evento, os seguintes confrades cariocas da SOBRAMES-RJ e da Abrames: Abílio Kac, Luiz Gondim de Araújo Lins, Zilda Cormack e Tito de Abreu Fialho. Arlinda no Centro Cultural APSEN ENDOMED MEDICINA LABORATORIAL Sede:Av.Eng.GeorgeCorbisier,746 Pq.Jabaquara-SP CAC0800-170-004 E-mail: endomed@terra.com.br O envio de notícias, publicações ou informações sobre lançamentos de livros para a redação do jornal “O Bandeirante” pode ser feito para um dos seguintes endereços: Redação: Av. Prof.Sylla Mattos, 652 - apto.12 - Jardim Santa Cruz - São Paulo - SP - CEP 04182-010 * Sede: Rua Alves Guimarães, 251 - Pinheiros - São Paulo - SP - CEP 05410-000 Autores no Congresso de Urologia Durante o IX Congresso Paulista de Urologia realizado de 06 a 09 de setembro no Hotel Gran Meliá, em São Paulo, dois autores da SOBRAMES-SP lançaram novos livros. Paulo Rodarte apresentou ao público “Resmundos e Gracejos”, seu novo livro de contos e crônicas. Helio Begliomini lançou a obra “Urologia, Vida e Ética”, que contém estudos, ensaios, artigos e pareceres sobre ética médica escritos pelo autor nos últimos vinte anos. Maiores informações sobre a obra dos dois autores, ou aquisição das mesmas poderá ser feito entrando-se em contato com Paulo Rodarte pelo e-mail pera@navinet.com.br e com Helio Begliomini pelo e-mail heomini.ops@terra.com.br. A Ambos os parabéns. Endereços, horários e referências Pizza Literária: São realizadas na Rua Oscar Freire, 1597 - Pizzaria Bonde Paulista - a partir de 19h30 Reunião de Diretoria: São realizadas na sede da sociedade, na Rua Alves Guimarães, 251 - a partir de 20h30 Mais livros na estante da SOBRAMES Recebemos na redação três novos livros recém-editados por nossos confrades. São eles: “Considerações sobre a obra de Machado de Assis” - ensaio de Evanil Pires de Campos, edição do autor que poderá ser contactado para aquisições e maiores informações pelo e-mail btclaipi@terra.com.br. De Thereza Freire Vieira, também edição da autora, recebemos o romance “O Castelo de Pedra e as Cerejeiras em Flôr”. Para aquisições do livro e contato com a autora escreva para R.29 de Agosto, 177 - Jd.Morumbi - Taubaté - SP - CEP. 12060- 410. Recebemos ainda o romance “De Quem a Culpa...?”, de Nelson Jacintho, FUNPEC Editora. Informações e contatos com o autor: njacinto@convex.com.br. 05.09.2006 Reunião de diretoria 21.09.2006 194ª Pizza Literária Assembléia Geral Ordinária. Eleições de diretoria para biênio 2007/2008. 03.10.2006 Reunião de diretoria. 19.10.2006 195ª Pizza Literária Premiação da 14ª Superpizza Divulgação do tema da próxima Superpizza 07.11.2006 Reunião de diretoria 16.11.2006 196ª Pizza Literária 15ª Superpizza (apresentação de textos) ESPECIAL em NOVEMBRO, em dia a confirmar: Lançamento da coletânea “ A Pizza Literária - nona fornada” 05.12.2006 Reunião de Diretoria 21.12.2006 197ª Pizza Literária Entrega do PRÊMIO BERNARDO DE OLIVEIRA MARTINS (poesia) e do PREMIO FLERTS NEBÓ (prosa) - edição 2005/2006. Transmissão de cargos para a Diretoria Eleita para o biênio 2007/2008. Entrega dos prêmios em dezembro Concursos Para melhor adequar sua agenda de atividades, a diretoria da SOBRAMES-SP decidiu, em sua reunião do último dia 5 de setembro, que a entrega dos prêmios de prosa e poesia de 2005/2006 será realizada no dia 21.12.2006. Na última Pizza Literária do ano serão anunciados: vencedor do “Prêmio Bernardo de Oliveira Martins”, para a melhor poesia do ano, e mais duas menções honrosas; vencedor do “Prêmio Flerts Nebó”, para o melhor texto em prosa do ano, e mais duas menções honrosas. Estão participando do concurso de prosa, que chega esta ano à sua sétima edição, todos os textos apresentados nas Pizzas Literárias entre agosto de 2005 e junho de 2006. Da nona edição do concurso de poesias participam aquelas apresentadas no período de novembro de 2005 a outubro de 2006. São convidados para compor o juri desses concursos, confrades de outras regionais da SOBRAMES, que oportunamente serão anunciados neste jornal. Recebemos na caixa do correio De Daniel Marun (Lençóis Paulista-SP) convite para lançamento da coletânea “Emoções na Trajetória de um Médico” - 23.09.2006; do Conselho Regional de Contabilidade (Departamento Cultural-SP) convite para recital de violão de Rafael Altro e exposição de Gil Sabino - 13.09.2006; da SOBRAMES-PE a edição nº 33, de setembro 2006, do Boletim SOBRAMES editado por aquela regional. Registramos ainda vários e-mails recebidos em sobrames@uol.com.br.
  • 8. 8 O Bandeirante Setembro 2006 O Dr.Helio Begliomini, médico urologista que já ocupou a presidência da SOBRAMES-SP (1992-1994) e também a da SOBRAMES Nacional (1998-2000), além de diversos outros cargos na diretoria de ambas, foi o único candidato a apresentar a inscrição de uma chapa completa para concorrer às eleições de setembro de 2006, para o comando da SOBRAMES-SP durante o biênio 2007- 2008, conforme determina o Estatuto da Sociedade. Com o nome de “Amor à SOBRAMES-SP”, a chapa é assim composta: Presidente: Helio Begliomini; Vice- presidente: Josyanne Rita de Arruda Franco; Primeira- Secretária: Maria do Céu Coutinho Louza; Segundo- Secretário: Evanir da Silva Carvalho; Primeiro- Tesoureiro: Marcos Gimenes Salun; Segunda- Tesoureira: Lígia Terezinha Pezzuto; Conselho Fiscal - Titulares: Flerts Nebó, Arary da Cruz Tiriba, Luiz Jorge Ferreira; Conselho Fiscal - Suplentes: CarlosA. Ferreira Galvão; Geovah Paulo da Cruz; Helmut Adolf Mataré. As eleições serão realizadas durante a Assembléia Geral Ordinária convocada para o dia 21 de setembro de 2006. Poderão votar os Membros Titulares, Acadêmicos e Colaboradores quites com a tesouraria da entidade e os Membros Eméritos, Honorários e Beneméritos. O edital de convocação foi publicado nas edições de julho e agosto deste jornal e espera-se a participação de todos neste importante momento de manifestação democrática da liberdade sempre preservada pela SOBRAMES-SP. Eleições Eleja a nova diretoria para o biênio 2007/2008 30 autores presentes nesta edição da obra paulista Esgotado o prazo de adesão em 31 de agosto, foi registrada a participação de 30 autores na coletânea “A Pizza Literária - nona fornada” organizada pela SOBRAMES-SP e que neste ano será publicada pela Rumo Editorial Produções e Edições Ltda. Confira a lista dos escritores: Alcione Alcântara Gonçalves (Tupã-SP); Arlete Miranda Mazzini Giovani (São Paulo-SP); Carlos José Benatti (São Paulo-SP); Evandro Guimarães de Sousa (São Paulo-SP); Evanil Pires de Campos (Botucatu-SP); Evanir da Silva Carvalho (São Paulo-SP); Fernando Batigália (São José do Rio Preto- SP); Flerts Nebó (São Paulo-SP); Guaracy Lourenço da Costa (Araraquara-SP); Helio Begliomini (São Paulo-SP); Hélio José Déstro (São Paulo-SP); HelmutAdolph Mataré (Bertioga-SP); Humberto Golfieri Jr. (Cascavél- PR); José Jucovsky (São Paulo-SP); José Rodrigues Louzã (São Paulo-SP); Josyanne Rita de Arruda Franco (Jundiaí- SP); Luiz Giovani (São Paulo-SP); Luiz Jorge Ferreira (Osasco-SP); Manlio Mario Marco Napoli (São Paulo-SP); Marcos Gimenes Salun (São Paulo-SP); Maria Virgínia Bosco (São Paulo-SP); Mélida Francisca Velasco Cassanello (São Paulo - SP); Nelson Jacintho (Ribeirão Preto-SP); Rodolpho Civile (São José dos Campos-SP); Rubens Paulo Gonçalves (São Paulo-SP); Sérgio Perazzo (São Paulo-SP); Sônia Regina Andruskevicius de Castro (São Paulo-SP); Thereza Freire Vieira (Taubaté-SP); Walter Whitton Harris (São Paulo-SP) e Wilma Lúcia da Silva Moraes (Americana-SP). No momento os trabalhos encontram-se em fase de confirmação da quantidade de textos com que cada autor está participando, bem como o de assinatura de contrato e pagamento das quotas de participação. Nos próximos dias, concluída a fase atual, os autores receberão seus textos já editorados, para efetuarem a revisão e aprovação final. Você poderá acompanhar todas as etapas sobre a coletânea no BLOG criado especialmente para a obra, onde constam informações sobre as fases de produção, além de informações sobre as outras oito edições. Visite: http://coletanea2006.blogspot.com. Em breve a diretoria estará definindo a data e local de lançamento da obra. Cada autor receberá um lote de convites para que distribua a quem queira convidar para essa ocasião. A recepção para o dia do lançamento já vem sendo planejada pela diretoria da SOBRAMES-SP e pela Rumo Editorial. Maiores detalhes serão divulgados oportunamente a todos, através deste jornal e também de comunicados por e-mail ou por notas divulgadas no BLOG da COLETÂNEA. Certamente a nona edição dessa série de coletâneas que vem sendo publicada pela SOBRAMES-SP desde 1990 será mais um grande marco editorial na história das publicações da regional paulista, graças ao talento dos autores participantes e à seriedade e excelente qualidade das produções. Coletânea Empenho e colaboração de todos é muito importante O Dr.Helio Begliomini tem participado das reuniões da atual diretoria, na condição de candidato e também como colaborador. Em todas as oportunidades Hélio tem se manifestado bastante animado e ao mesmo tempo apreensivo com o novo desafio que terá que enfrentar caso se confirme sua eleição. Entusiasta e amante inveterado da SOBRAMES de longa data, tendo participado inclusive da fundação da regional Paulista, Begliomini prevê que haverá muito trabalho pela frente e espera contar com a colaboração de todos os membros para a obtenção de um bom resultado. Conta também com o empenho de todos os diretores que estarão consigo na direção da associação durante dos próximos dois anos, caso seja confirmada sua eleição: “Acho que, independentemente do cargo que ocuparem na diretoria, todos devem se empenhar para dividir tarefas, executar trabalhos e colaborar no que for possível para o progresso e para o bem da SOBRAMES-SP. Isso é extensivo a todos os demais membros da entidade, mesmo não estando na diretoria.” - ressalta Hélio Begliomini.