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Alvoroço de festa no céu
LISPECTOR, Clarice. Como nasceram as estrelas,
Nova Fronteira.
Fevereiro
Não é que na véspera do Carnaval
houve no céu uma festa para os bichos
da selva?
Os convites foram entregues por um beija-flor que
delicadamente os deixava em cima de corolas de vitórias-
régias. O bicho que ia passando via o seu nome no envelope e
pulava de alegria: tinha sido contemplado com um programa
para o fim de semana!
Mas notaram todos que só recebiam convites os
bichos de asas. O que era uma injustiça.
Pelo menos foi o que o sapo gordo pensou. Os
animais de terra estavam conformados,
esperando o dia em que houvesse a festa lá na
selva mesmo. Mas, como eu disse, o sapo verde
não. Todos riam dele e de suas reclamações
coaxadas e inúteis.
Ele aproveitou o fim manso da tarde
para gritar bem alto e ser ouvido.
— Eu também vou!
Os pássaros caçoaram e perguntaram:
— Cadê tuas asas, bicho feio?
Foi então que pensou: devo consultar quem é igual a
mim, porém mais velho. E realmente, no brejo que
ficava entre as samambaias e avencas, encontrou
um sapo velho e cheio de sabedoria chamado Quá-
quá-quá. Este sim amedrontou com as intenções do
sapo jovem:
— Olhe, é melhor para sua saúde não sair do chão e
ter água por perto.
Então o sapo jovem disse-lhe:
— O senhor é capaz de guardar um segredo? Pois
bem, eu vou dançar lá em cima. Basta-me que o
urubu feio leve seu violão.
Quá-quá-quá disse-lhe que não o entendia.
O sapo foi falar com o urubu:
— Você vai levar seu violão, urubu?
O urubu, de violão debaixo da asa, nem se dignou a
responder.
— Senhor urubu, quer me fazer um único favor? O de
ver se estou naquela esquina?
O urubu, meio burro, replicou que, já que era um só
favor, ele iria. E não carregou o violão.
O sapo mais que depressa entrou no violão e ficou
lá bem quieto, embora tivesse uma vontade louca
de fumar. O urubu voltou para lhe dizer que não o
havia encontrado na esquina – mas cadê o sapo?
Sumira, pensou. E pensou: agora vou para o céu.
Para encurtar a história, o sapo, dentro do violão,
chegou ao céu e mais do que depressa pulou para
fora e começou a dançar todo feliz. Os pássaros
se espantaram, perguntaram ao senhor sapo
como havia chegado. Mas a alma do negócio é o
segredo e o sapo só respondeu malcriado: — é
que eu me arranjo sempre!
E entrou de novo sorrateiro no violão para ir
embora. Mas o urubu percebeu a coisa e ficou
raivoso: Espertinho, não é? Pois agora mesmo é
que você vai voar, vou te soltar no ar. Então o
sapo pediu todo manhoso:
— Está vendo aquela pedra e aquele lago? Pelo
amor de Deus, deixe eu cair na pedra porque se
eu cair no lago eu me afogo!
— Pois é no lago que eu vou te largar, para você
morrer!
— O sapo bem feliz, caiu no lago, e salvou-se.
● Moral da festa? Bem, não houve.
Apresentação feita por Sheyla de Jesus Tasso para a turma de CM2 da CSI-Lyon em
fev /2014
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Lenda Alvoroço de festa no céu

  • 1. Alvoroço de festa no céu LISPECTOR, Clarice. Como nasceram as estrelas, Nova Fronteira.
  • 2. Fevereiro Não é que na véspera do Carnaval houve no céu uma festa para os bichos da selva?
  • 3. Os convites foram entregues por um beija-flor que delicadamente os deixava em cima de corolas de vitórias- régias. O bicho que ia passando via o seu nome no envelope e pulava de alegria: tinha sido contemplado com um programa para o fim de semana!
  • 4. Mas notaram todos que só recebiam convites os bichos de asas. O que era uma injustiça. Pelo menos foi o que o sapo gordo pensou. Os animais de terra estavam conformados, esperando o dia em que houvesse a festa lá na selva mesmo. Mas, como eu disse, o sapo verde não. Todos riam dele e de suas reclamações coaxadas e inúteis.
  • 5. Ele aproveitou o fim manso da tarde para gritar bem alto e ser ouvido. — Eu também vou! Os pássaros caçoaram e perguntaram: — Cadê tuas asas, bicho feio?
  • 6. Foi então que pensou: devo consultar quem é igual a mim, porém mais velho. E realmente, no brejo que ficava entre as samambaias e avencas, encontrou um sapo velho e cheio de sabedoria chamado Quá- quá-quá. Este sim amedrontou com as intenções do sapo jovem: — Olhe, é melhor para sua saúde não sair do chão e ter água por perto.
  • 7. Então o sapo jovem disse-lhe: — O senhor é capaz de guardar um segredo? Pois bem, eu vou dançar lá em cima. Basta-me que o urubu feio leve seu violão. Quá-quá-quá disse-lhe que não o entendia.
  • 8. O sapo foi falar com o urubu: — Você vai levar seu violão, urubu? O urubu, de violão debaixo da asa, nem se dignou a responder. — Senhor urubu, quer me fazer um único favor? O de ver se estou naquela esquina? O urubu, meio burro, replicou que, já que era um só favor, ele iria. E não carregou o violão.
  • 9. O sapo mais que depressa entrou no violão e ficou lá bem quieto, embora tivesse uma vontade louca de fumar. O urubu voltou para lhe dizer que não o havia encontrado na esquina – mas cadê o sapo? Sumira, pensou. E pensou: agora vou para o céu.
  • 10. Para encurtar a história, o sapo, dentro do violão, chegou ao céu e mais do que depressa pulou para fora e começou a dançar todo feliz. Os pássaros se espantaram, perguntaram ao senhor sapo como havia chegado. Mas a alma do negócio é o segredo e o sapo só respondeu malcriado: — é que eu me arranjo sempre!
  • 11. E entrou de novo sorrateiro no violão para ir embora. Mas o urubu percebeu a coisa e ficou raivoso: Espertinho, não é? Pois agora mesmo é que você vai voar, vou te soltar no ar. Então o sapo pediu todo manhoso: — Está vendo aquela pedra e aquele lago? Pelo amor de Deus, deixe eu cair na pedra porque se eu cair no lago eu me afogo!
  • 12. — Pois é no lago que eu vou te largar, para você morrer! — O sapo bem feliz, caiu no lago, e salvou-se. ● Moral da festa? Bem, não houve.
  • 13. Apresentação feita por Sheyla de Jesus Tasso para a turma de CM2 da CSI-Lyon em fev /2014 Lenda retirada do livro abaixo :