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Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana
Daniel
PEGADA ECOLÓGICA E
ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO:
CASO ESTUDO DE CASCAIS
SUSANA DANIEL
2
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
Após a 2.ª Guerra Mundial
Crescimento Económico descurando o ambiente
Junho de 1972 – 1.ª atitude Mundial nas relações Homem-Ambiente,
“Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente”, ONU.
Referência para o conceito de desenvolvimento sustentável
1987
Relatório “O Nosso Futuro Comum” – Comissão Brudtland – ONU
Define pela 1.ª vez
desenvolvimento sustentável
3
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
São indicadores socialmente dotados de significado que reflectem de forma
sintética uma preocupação social do ambiente, devendo ser inseridos nos
processos de decisão. (Marzall e Almeida, 2000)
Os indicadores de sustentabilidade podem ser utilizados para (Van Bellen,
2005):
- orientação de políticas públicas;
- implementação de projectos;
- gestão ambiental;
- actualizar bases dos dados;
- conceder informação ao público;
- medir quantitativamente e qualitativamente as alterações sofridas pelos
ecossistemas.
A Pegada Ecológica (ou em inglês Ecological Footprint)
surge como indicador de sustentabilidade ambiental.
4
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
O conceito foi usado pela primeira vez em 1992, por William Rees, Professor
na British Columbia University;
É um método desenvolvido pelo próprio em co-autoria com Mathis
Wackernagel, no livro “Our Ecological Footprint – Reducing Human on Earth”,
publicado em 1996.
Mede a pressão que a humanidade exerce na biosfera, comparando a procura
humana por recursos e serviços dos ecossistemas, com a capacidade que o
planeta tem para gerar estes recursos e serviços.
Unidade: Hectare Global (gha)
Diferenciar as áreas quanto à sua importância
para o consumo humano
Hectare Real Hectare GlobalFactor de equivalência
5
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
A Pegada Ecológica (p.e.) resulta do somatório de diferentes áreas (Global
Footprint Network - GFN, 2010):
1. pastagem (grazingland), produção de carne, leite e derivados, pele e lã;
2. floresta (forestland), produção de madeira, produtos derivados e pasta de
madeira.
3. pesca (fishingland), produtividade necessária para o crescimento do peixe e
marisco.
4. solo agrícola (cropland), área utilizada na
produção de alimento e fibra para
alimentação, rações, óleos e borracha.
5. área construída (built-up-land), área
ocupada por infra-estruturas,
incluindo transportes, habitação e
indústrias.
6. carbono (carbonland),
área florestal necessária para capturar
as emissões de dióxido de carbono.
6
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
Biocapacidade
[Oferta da Natureza]
Pegada Ecológica
[Consumo]
Deficit
Ecológico
B < PE
Saldo
Ecológico
Sustentável
B > PE
B = PE
Para determinar se os níveis de procura humana por recursos renováveis e
emissões de dióxido de carbono podem ser mantidos, compara-se a P.E.com a
capacidade regenerativa do planeta – a Biocapacidade.
A Biodiversade é expressa em gha e é soma das áreas bioprodutivas…
7
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
1.º estimar o consumo médio anual para determinados itens de consumo;
2.º dividir o consumo total pelo tamanho da população – consumo per capita;
3.º estimar a área apropriada per capita (‘aa’) para a produção de cada um dos
principais itens de consumo (‘i’), dividindo o consumo médio anual per capita
(‘c’) por sua respectiva produtividade média anual (‘p’) (Wackernagel & Rees,
1996).
A p.e. média per capita (‘ef’) é calculada pelo somatório das áreas de
ecossistema apropriadas (𝑎𝑎𝑖) por todos os itens (‘n’).
Para obter a p.e. total (𝐸𝐹 𝑇) de uma população estudada em dado espaço local,
regional, nacional ou global, multiplicamos a Pegada Ecológica per capita (ef)
pelo total da população estudada (N):
𝑎𝑎𝑖 = 𝑐𝑖 / 𝑝𝑖
𝑒𝑓 =
𝑖=1
𝑛
𝑎𝑎𝑖
𝐸𝐹 𝑇 = 𝑁 (𝑒𝑓)
Pegada Ecológica por componente entre 1961 - 2006
Fonte: Living Planet, 2010)
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
A P.E. Mundial duplicou desde 1996, essencialmente devido ao aumento
da pegada de carbono.
Recursos Necessários
Fonte: Living Planet, 2008)
Se continuarmos com o mesmo ritmo de consumo, em 2040 serão
necessários dois Planetas TERRA, em recursos.
9Pegada ecológica per capita por país, em 2007
(Adaptado de Living Planet, 2010)
 Os países desenvolvidos possuem valores mais elevados de P.E. - acima
da biocapacidade disponível;
 Os países em desenvolvimento possuem uma P.E.inferior.
Mundo 2007 (GFN, 2010)
PE - 2,7 gha/pessoa
B -1,8 gha/pessoa
Deficit ecológico - Overshoot
(0,9 gha/pessoa )
Portugal 2007 (GFN, 2010)
PE - 4,47 gha/pessoa (39.º lugar)
B - 1,3 gha/pessoa (85.º lugar)
United Arab Emirates – Qatar
Denmark - Belgium - EUA
Afghanistan – Banglades
Timor-Leste
10
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
Fonte. Global Footprint Network, 2010
Dia em que a humanidade ultrapassou o saldo ecológico
(overshootday)
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Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
O Concelho de Cascais é delimitado a Norte pelo Concelho de Sintra, a Este pelo
Concelho de Oeiras e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico.
Este Município é constituído por seis Freguesias (Cascais, Alcabideche, Estoril,
Parede, São Domingos de Rana e Carcavelos).
Área de 97,1 km2
População em 2005: 183 573 habitantes (CMCascais, 2009)
Carta de Enquadramento do Concelho de Cascais na AML
(fonte: Agência Cascais Natura, 2009)
O concelho insere-se na AML
Sede de concelho: Vila de Cascais
A cerca de 30 Km da capital
12
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
Distribuição da população activa por sector económico
Agenda 21 - Cascais, 2007 com base nos censos de 2001
Área de PNSC pertencente ao Concelho de Cascais
Agenda 21 - Cascais, 2007
Densidade Populacional das Freguesias do Concelho de Cascais
Agenda 21 - Cascais, 2007 com base nos censos de 2001
33 km2
de PNSC pertencentes ao Concelho
Sector primário
Sector secundário
Sector terciário
13
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
 Projecto-piloto a nível nacional;
 Desenvolvido em 2009, pelo Centro de Estudos e Estratégias para a
Sustentabilidade (CESTRAS) e Agenda Cascais 21;
 Com base nas orientações de GFN– Footprint Standarts 2006;
 Ano estudado: 2005;
 Método “top-down” de desagregação de dados nacionais a partir da análise
financeira da matriz “input-output” (dados nacionais foram reduzidos à
escala municipal por sucessivas operações de cálculo).
Dados utilizados:
 Dados da GFN
 Matriz “input-output “ (MAMAOT)
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Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
p.e. Cascais = 5,2 gha/pessoa
Principais Factores (CESTRAS, 2009):
 Elevado poder de compra (4.º a nível nacional – INE, 2005).
 Integrado na AML.
 Grande pólo de desenvolvimento económico, industrial e social do país.
 p.e. Portugal = 4.4 gha/pessoa
 p.e. Europa= 5 gha/pessoa
 p.e. Mundo = 2,7 gha/pessoa
No entanto, outras cidades, a p.e.:
 Marin (EUA) = 10,9 gha/pessoa
 Victoria (Austrália) = 8.1 gha/pessoa
 Londres (UK) = 6,63 gha/pessoa
15
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
p.e. por tipo de terra
A maior parcela é a do carbono -
52%, - elevada quantidade de
emissões de dióxido de carbono no
Concelho.
p.e. por nível de ensino:
Pegada Ecológica de Cascais por tipo de terra
CESTRAS, 2011
Pegada Ecológica de Cascais por nível de ensino
CESTRAS, 2011
A um nível de ensino mais elevado
corresponde um consumo menos
sustentável.
Maiores rendimentos  maior consumo,
e consequentemente maiores impactos
ambientais.
16
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
N.º COICOP Categoria de Consumo
Pegada de
Cascais
(gha/pessoa)
Pegada de
Portugal
(gha/pessoa)
Diferencial
Consumo - Agregados
01
Produtos Alimentares e Bebidas não
alcoólicas
1,665 1,437 0,228
02 Bebidas Alcoólicas e Tabaco 0,054 0,047 0,007
03 Vestuário e Calçado 0,111 0,084 0,027
04
Habitação, Água, Electricidade, Gás e outros
combustíveis
0,706 0,568 0,138
05
Acessório para o lar, equipamento doméstico
e manutenção corrente da habitação
0,088 0,063 0,025
06 Saúde 0,006 0,005 0,001
07 Transportes 0,388 0,299 0,089
08 Comunicações 0,003 0,002 0,001
09 Lazer, Recreação e Cultura 0,189 0,132 0,057
10 Educação 0,003 0,002 0,001
11 Restaurantes e Hotéis 0,439 0,338 0,101
12 Bens e artigos diversos 0,331 0,248 0,083
Consumo - Extra Agregados
Administração Pública 0,3618 0,3618 -
ISFLSF 0,0444 0,0444 -
Formação Bruta de Capital Fixo 0,804 0,804 -
Pegada Ecológica Total (gha/pessoa) 5,2 4,4 0,8
• COICOP (Classification of Individual
Consumption by Purpose) sistema
internacional de classificação das
categorias de consumo individual,
desenvolvido pela Divisão de
Estatística, da ONU.
• A categoria correspondente a
“Produtos Alimentares e Bebidas
não Alcoólicas”, é a principal
responsável pela eleva P.E.
• Surpresa neste estudo e sugere
uma maior atenção à alimentação
como área de consumo/produção.
• 2.º principal categoria - Habitação,
Água, Electricidade, Gás e Outros
Combustíveis.
Pegada Ecológica para Cascais e Portugal em 2005, dividida por
componentes de consumo segundo o sistema COICOP
(Adpatado CESTRAS; 2009)
18
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
O Pacto de Autarcas (Covenant of Mayors), integrado no Plano Europeu de Acção
para Eficiência Energética, pretende reduzir, até 2020, 20 % a emissão de gases
com efeito de estufa (GEE) produzidos pelos municípios signatários, aumentando
em 20% a eficiência energética e em 20% as fontes e energia renováveis.
Este projecto conta actualmente com 3150 municípios signatários (sendo 71
portugueses). (http://www.pactodeautarcas.eu).
No sentido de reduzir a p.e., o grande desafio em Cascais é reduzir a
electricidade, gás e outros combustíveis (CO2), e com a adesão ao Pacto de
Autarcas em Dezembro de 2008, esse desafio tornou-se mais objectivo.
O objectivo do Plano Municipal de Acção é o de identificar medidas que visem o
aumento da eficiência energética, e consequente redução do consumo de
energia e das emissões de GEE.
19
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
A taxa anual de redução de emissões estabelecida no Plano Municipal de Acção
para a Eficiência Energética e Sustentabilidade de Cascais, são:
 - 2,1% no Sector dos Edifícios (residenciais, serviços, indústria);
 - 1,75% no Sector dos Transportes (públicos, municipais e privados).
O sector dos Edifícios, Infra-Estruturas e Indústria conta com 12 projectos
desenvolvidos ou a desenvolver :
(i) Projecto Caça Watts (diagnóstico e auditoria energética às habitações);
(ii) Projecto e Monitorização de Consumos Energéticos de Edifícios Municipais
(de consumos eléctricos em 24 edifícios municipais, com perspectiva de
alargamento à totalidade, ou seja 63 edifícios);
(iii) Projecto PROEE (pesquisa de mercado, equipamento inovador e mais
eficiente do ponto de vista energético);
(iv) Projecto CSOLAR – Cascais Solar (campanha de divulgação e promoção de
tecnologia Solar Térmica e Fotovoltaica);
(v) Projecto Correcção do Factor de Potência em Edifícios Municipais;
20
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
Projectos do sector dos Edifícios, Infra-Estruturas e Indústria (cont.)
(vi) Projecto IEECYBER (verificação e análise do padrão de consumo de energia
em edifícios e escolas do Município);
(vii) Projecto VALECIAPS – Valorização Energética no Centro de Interpretação
Ambiental da Pedra do Sal;
(viii) Projecto Requalifica Five (reabilitar equipamentos de cariz social do
Concelho);
(ix) Projecto COPM – Co-geração Piscinas de Cascais (elaboração de relatório com
recomendações para optimização das necessidades energéticas da piscina e
articulação da metodologia de implantação e operacionalização);
(x) Projecto Energy Kids (Educação Ambiental na Área da Energia, nas escolas);
(xi) Projecto SMART (integração de tecnologias inovadoras de alta eficiência para
equipamento público);
(xii) Projecto Valorização Energética da Tratolixo SA (estudo de solução integrada
de valorização energética de resíduos e aproveitamento de energias renováveis)
21
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
O sector dos Transportes e Mobilidade conta com 4 projectos:
(xiii) Projecto Transportes Públicos (levantamento dos serviços de transporte e
inserção de mecânica interactiva da rede de transportes no SIG);
(xiv) Projecto Planos de Mobilidade (estudo estratégico de alternativas de
circuitos entre outros);
(xv) Projecto Eco-Condução (formação sobre os princípios da condução
ecológica);
(xvi) Projecto Recolher e Reciclar para Circular (recolha de óleos alimentares
usados nos estabelecimentos de ensino do Concelho de Cascais).
Estão previstas a aplicação de mais medidas no âmbito da Gestão de Resíduos e
Gestão do Consumo de Água, cujo campo de aplicação não se enquadra de uma
forma directa nos outros dois descritos anteriormente.
22
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
A p.e. pode ajudar os indivíduos, as organizações e os governos a estabelecerem
estratégias conducentes a um desenvolvimento sustentável.
Medidas/Estratégias que poderiam ser desenvolvidas pelo poder político no
Município de Cascais:
1. Substituição da iluminação pública pela tecnologia LED - díodos emissores de
luz (light-emitting diode) (SMART);
2. Alimentação de semáforos com energia solar (SMART);
3. Aproveitamento de pequenos espaços verdes para a produção hortícola;
4. Recolha de água da chuva, na maior quantidade possível para ser utilizada na
rega de espaços verdes;
5. Monotorização das emissões de GEE das principais indústrias localizadas no
Município, com aplicação de medidas punitivas;
23
6. Melhoria do sistema de transportes públicos, que se revela muito deficiente
(Projecto Planos de Mobilidade);
24
7. Construção de mais estacionamento junto à linha caminho-de-ferro;
25
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
p.e. Cascais (5.2 gha/pessoa)
elevada quando comparada com Portugal, Europa ou Mundo
Cascais 18% > Portugal (4.4)
Cascais 4 % > Europa (5.0)
Cascais 92% > Mundo (2.7)
𝒑. 𝒆. 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝑴𝒖𝒏𝒊𝒄í𝒑𝒊𝒐 = 183 573 ℎ𝑎𝑏 ∗ 5.2
𝑔ℎ𝑎
ℎ𝑎𝑏
= 𝟗𝟓𝟒 𝟓𝟖𝟎 𝐠𝐡𝐚
Mas, a Biocapacidade de Cascais é apenas de 12 000 gha:
á𝒓𝒆𝒂 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒂𝒓𝒂𝒄𝒕𝒊𝒗𝒂 =
954580 gha
12 000 𝑔ℎ𝑎
= 𝟕𝟗, 𝟓
Podemos concluir que o território necessita de uma área correspondente a 79,5
vezes maior para garantir os recursos necessários para o seu nível de consumo.
26
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
A p.e. Cascais só não é ainda superior porque é bastante atenuada pela área do
Parque Natural Sintra-Cascais – captura de emissões de CO2.
(Eugénio Sequeira, Liga Protecção da Natureza)
A p.e., permitirá “antecipar medidas para proteger o ambiente e promover o
desenvolvimento sustentável do concelho”
(Carlos Carreiras, vice-presidente CMCascais)
Com:
 intervenção e responsabilização dos vários agentes da sociedade;
 adesão ao Projecto Pacto de Autarcas;
 elaboração de Plano Municipal de Acção Para a Eficiência Energética e
Sustentabilidade de Cascais - 17 projectos.
12 projectos
sector dos edifícios, infra-
estruturas e indústria
4 projectos
sector dos transportes e
mobilidade
O Município estudado está no caminho certo, para reduzir a p.e. …
27
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel
 Agência Cascais Energia. (2010) Estrutura do Plano de Acção de Energia e
Sustentabilidade . Pacto dos Autarcas. Cascais
 Benko, Georges. (1999). A Ciência Regional. Celta Editora. Oeiras.
 Brundland, Gro Harlem. (1987). Our Commom Future. Oxford University
Press. Orford.
 Global Footprint Network. (2008). Calculating the Ecological Footprint of
ICLEI´s Cities. ICLEI´s Footprint Iniciativa.
 Sousa, David Silva e. (2009). Glocal 2009 – Pegada Ecológica aplicada a
cidades: perpectivas a partir do projecto-piloto de cascais. Comunicação do
director do CESTRAS. Pensar Global Agir Local – Conferência Nacional sobre a
Agenda 21 Local. Estoril
 - Wackernagel, Mathis; Rees, William. (1996). Our Ecological Footprint –
Reducing Human on Earth. Gabriola Island. New Society Publishers. Canada.
28
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana
Daniel
FIM
29
Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana
Daniel
PEGADA ECOLÓGICA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO:
CASO ESTUDO DE CASCAIS
POR
SUSANA DANIEL
SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E LOCAL
DOCENTE: ANA FERREIRA

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  • 1. 1 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel PEGADA ECOLÓGICA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO: CASO ESTUDO DE CASCAIS SUSANA DANIEL
  • 2. 2 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel Após a 2.ª Guerra Mundial Crescimento Económico descurando o ambiente Junho de 1972 – 1.ª atitude Mundial nas relações Homem-Ambiente, “Primeira Conferência Mundial sobre o Homem e o Meio Ambiente”, ONU. Referência para o conceito de desenvolvimento sustentável 1987 Relatório “O Nosso Futuro Comum” – Comissão Brudtland – ONU Define pela 1.ª vez desenvolvimento sustentável
  • 3. 3 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel São indicadores socialmente dotados de significado que reflectem de forma sintética uma preocupação social do ambiente, devendo ser inseridos nos processos de decisão. (Marzall e Almeida, 2000) Os indicadores de sustentabilidade podem ser utilizados para (Van Bellen, 2005): - orientação de políticas públicas; - implementação de projectos; - gestão ambiental; - actualizar bases dos dados; - conceder informação ao público; - medir quantitativamente e qualitativamente as alterações sofridas pelos ecossistemas. A Pegada Ecológica (ou em inglês Ecological Footprint) surge como indicador de sustentabilidade ambiental.
  • 4. 4 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel O conceito foi usado pela primeira vez em 1992, por William Rees, Professor na British Columbia University; É um método desenvolvido pelo próprio em co-autoria com Mathis Wackernagel, no livro “Our Ecological Footprint – Reducing Human on Earth”, publicado em 1996. Mede a pressão que a humanidade exerce na biosfera, comparando a procura humana por recursos e serviços dos ecossistemas, com a capacidade que o planeta tem para gerar estes recursos e serviços. Unidade: Hectare Global (gha) Diferenciar as áreas quanto à sua importância para o consumo humano Hectare Real Hectare GlobalFactor de equivalência
  • 5. 5 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel A Pegada Ecológica (p.e.) resulta do somatório de diferentes áreas (Global Footprint Network - GFN, 2010): 1. pastagem (grazingland), produção de carne, leite e derivados, pele e lã; 2. floresta (forestland), produção de madeira, produtos derivados e pasta de madeira. 3. pesca (fishingland), produtividade necessária para o crescimento do peixe e marisco. 4. solo agrícola (cropland), área utilizada na produção de alimento e fibra para alimentação, rações, óleos e borracha. 5. área construída (built-up-land), área ocupada por infra-estruturas, incluindo transportes, habitação e indústrias. 6. carbono (carbonland), área florestal necessária para capturar as emissões de dióxido de carbono.
  • 6. 6 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel Biocapacidade [Oferta da Natureza] Pegada Ecológica [Consumo] Deficit Ecológico B < PE Saldo Ecológico Sustentável B > PE B = PE Para determinar se os níveis de procura humana por recursos renováveis e emissões de dióxido de carbono podem ser mantidos, compara-se a P.E.com a capacidade regenerativa do planeta – a Biocapacidade. A Biodiversade é expressa em gha e é soma das áreas bioprodutivas…
  • 7. 7 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel 1.º estimar o consumo médio anual para determinados itens de consumo; 2.º dividir o consumo total pelo tamanho da população – consumo per capita; 3.º estimar a área apropriada per capita (‘aa’) para a produção de cada um dos principais itens de consumo (‘i’), dividindo o consumo médio anual per capita (‘c’) por sua respectiva produtividade média anual (‘p’) (Wackernagel & Rees, 1996). A p.e. média per capita (‘ef’) é calculada pelo somatório das áreas de ecossistema apropriadas (𝑎𝑎𝑖) por todos os itens (‘n’). Para obter a p.e. total (𝐸𝐹 𝑇) de uma população estudada em dado espaço local, regional, nacional ou global, multiplicamos a Pegada Ecológica per capita (ef) pelo total da população estudada (N): 𝑎𝑎𝑖 = 𝑐𝑖 / 𝑝𝑖 𝑒𝑓 = 𝑖=1 𝑛 𝑎𝑎𝑖 𝐸𝐹 𝑇 = 𝑁 (𝑒𝑓)
  • 8. Pegada Ecológica por componente entre 1961 - 2006 Fonte: Living Planet, 2010) Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel A P.E. Mundial duplicou desde 1996, essencialmente devido ao aumento da pegada de carbono. Recursos Necessários Fonte: Living Planet, 2008) Se continuarmos com o mesmo ritmo de consumo, em 2040 serão necessários dois Planetas TERRA, em recursos.
  • 9. 9Pegada ecológica per capita por país, em 2007 (Adaptado de Living Planet, 2010)  Os países desenvolvidos possuem valores mais elevados de P.E. - acima da biocapacidade disponível;  Os países em desenvolvimento possuem uma P.E.inferior. Mundo 2007 (GFN, 2010) PE - 2,7 gha/pessoa B -1,8 gha/pessoa Deficit ecológico - Overshoot (0,9 gha/pessoa ) Portugal 2007 (GFN, 2010) PE - 4,47 gha/pessoa (39.º lugar) B - 1,3 gha/pessoa (85.º lugar) United Arab Emirates – Qatar Denmark - Belgium - EUA Afghanistan – Banglades Timor-Leste
  • 10. 10 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel Fonte. Global Footprint Network, 2010 Dia em que a humanidade ultrapassou o saldo ecológico (overshootday)
  • 11. 11 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel O Concelho de Cascais é delimitado a Norte pelo Concelho de Sintra, a Este pelo Concelho de Oeiras e a Sul e Oeste pelo Oceano Atlântico. Este Município é constituído por seis Freguesias (Cascais, Alcabideche, Estoril, Parede, São Domingos de Rana e Carcavelos). Área de 97,1 km2 População em 2005: 183 573 habitantes (CMCascais, 2009) Carta de Enquadramento do Concelho de Cascais na AML (fonte: Agência Cascais Natura, 2009) O concelho insere-se na AML Sede de concelho: Vila de Cascais A cerca de 30 Km da capital
  • 12. 12 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel Distribuição da população activa por sector económico Agenda 21 - Cascais, 2007 com base nos censos de 2001 Área de PNSC pertencente ao Concelho de Cascais Agenda 21 - Cascais, 2007 Densidade Populacional das Freguesias do Concelho de Cascais Agenda 21 - Cascais, 2007 com base nos censos de 2001 33 km2 de PNSC pertencentes ao Concelho Sector primário Sector secundário Sector terciário
  • 13. 13 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel  Projecto-piloto a nível nacional;  Desenvolvido em 2009, pelo Centro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade (CESTRAS) e Agenda Cascais 21;  Com base nas orientações de GFN– Footprint Standarts 2006;  Ano estudado: 2005;  Método “top-down” de desagregação de dados nacionais a partir da análise financeira da matriz “input-output” (dados nacionais foram reduzidos à escala municipal por sucessivas operações de cálculo). Dados utilizados:  Dados da GFN  Matriz “input-output “ (MAMAOT)
  • 14. 14 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel p.e. Cascais = 5,2 gha/pessoa Principais Factores (CESTRAS, 2009):  Elevado poder de compra (4.º a nível nacional – INE, 2005).  Integrado na AML.  Grande pólo de desenvolvimento económico, industrial e social do país.  p.e. Portugal = 4.4 gha/pessoa  p.e. Europa= 5 gha/pessoa  p.e. Mundo = 2,7 gha/pessoa No entanto, outras cidades, a p.e.:  Marin (EUA) = 10,9 gha/pessoa  Victoria (Austrália) = 8.1 gha/pessoa  Londres (UK) = 6,63 gha/pessoa
  • 15. 15 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel p.e. por tipo de terra A maior parcela é a do carbono - 52%, - elevada quantidade de emissões de dióxido de carbono no Concelho. p.e. por nível de ensino: Pegada Ecológica de Cascais por tipo de terra CESTRAS, 2011 Pegada Ecológica de Cascais por nível de ensino CESTRAS, 2011 A um nível de ensino mais elevado corresponde um consumo menos sustentável. Maiores rendimentos  maior consumo, e consequentemente maiores impactos ambientais.
  • 16. 16 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel N.º COICOP Categoria de Consumo Pegada de Cascais (gha/pessoa) Pegada de Portugal (gha/pessoa) Diferencial Consumo - Agregados 01 Produtos Alimentares e Bebidas não alcoólicas 1,665 1,437 0,228 02 Bebidas Alcoólicas e Tabaco 0,054 0,047 0,007 03 Vestuário e Calçado 0,111 0,084 0,027 04 Habitação, Água, Electricidade, Gás e outros combustíveis 0,706 0,568 0,138 05 Acessório para o lar, equipamento doméstico e manutenção corrente da habitação 0,088 0,063 0,025 06 Saúde 0,006 0,005 0,001 07 Transportes 0,388 0,299 0,089 08 Comunicações 0,003 0,002 0,001 09 Lazer, Recreação e Cultura 0,189 0,132 0,057 10 Educação 0,003 0,002 0,001 11 Restaurantes e Hotéis 0,439 0,338 0,101 12 Bens e artigos diversos 0,331 0,248 0,083 Consumo - Extra Agregados Administração Pública 0,3618 0,3618 - ISFLSF 0,0444 0,0444 - Formação Bruta de Capital Fixo 0,804 0,804 - Pegada Ecológica Total (gha/pessoa) 5,2 4,4 0,8 • COICOP (Classification of Individual Consumption by Purpose) sistema internacional de classificação das categorias de consumo individual, desenvolvido pela Divisão de Estatística, da ONU. • A categoria correspondente a “Produtos Alimentares e Bebidas não Alcoólicas”, é a principal responsável pela eleva P.E. • Surpresa neste estudo e sugere uma maior atenção à alimentação como área de consumo/produção. • 2.º principal categoria - Habitação, Água, Electricidade, Gás e Outros Combustíveis. Pegada Ecológica para Cascais e Portugal em 2005, dividida por componentes de consumo segundo o sistema COICOP (Adpatado CESTRAS; 2009)
  • 17. 18 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel O Pacto de Autarcas (Covenant of Mayors), integrado no Plano Europeu de Acção para Eficiência Energética, pretende reduzir, até 2020, 20 % a emissão de gases com efeito de estufa (GEE) produzidos pelos municípios signatários, aumentando em 20% a eficiência energética e em 20% as fontes e energia renováveis. Este projecto conta actualmente com 3150 municípios signatários (sendo 71 portugueses). (http://www.pactodeautarcas.eu). No sentido de reduzir a p.e., o grande desafio em Cascais é reduzir a electricidade, gás e outros combustíveis (CO2), e com a adesão ao Pacto de Autarcas em Dezembro de 2008, esse desafio tornou-se mais objectivo. O objectivo do Plano Municipal de Acção é o de identificar medidas que visem o aumento da eficiência energética, e consequente redução do consumo de energia e das emissões de GEE.
  • 18. 19 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel A taxa anual de redução de emissões estabelecida no Plano Municipal de Acção para a Eficiência Energética e Sustentabilidade de Cascais, são:  - 2,1% no Sector dos Edifícios (residenciais, serviços, indústria);  - 1,75% no Sector dos Transportes (públicos, municipais e privados). O sector dos Edifícios, Infra-Estruturas e Indústria conta com 12 projectos desenvolvidos ou a desenvolver : (i) Projecto Caça Watts (diagnóstico e auditoria energética às habitações); (ii) Projecto e Monitorização de Consumos Energéticos de Edifícios Municipais (de consumos eléctricos em 24 edifícios municipais, com perspectiva de alargamento à totalidade, ou seja 63 edifícios); (iii) Projecto PROEE (pesquisa de mercado, equipamento inovador e mais eficiente do ponto de vista energético); (iv) Projecto CSOLAR – Cascais Solar (campanha de divulgação e promoção de tecnologia Solar Térmica e Fotovoltaica); (v) Projecto Correcção do Factor de Potência em Edifícios Municipais;
  • 19. 20 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel Projectos do sector dos Edifícios, Infra-Estruturas e Indústria (cont.) (vi) Projecto IEECYBER (verificação e análise do padrão de consumo de energia em edifícios e escolas do Município); (vii) Projecto VALECIAPS – Valorização Energética no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal; (viii) Projecto Requalifica Five (reabilitar equipamentos de cariz social do Concelho); (ix) Projecto COPM – Co-geração Piscinas de Cascais (elaboração de relatório com recomendações para optimização das necessidades energéticas da piscina e articulação da metodologia de implantação e operacionalização); (x) Projecto Energy Kids (Educação Ambiental na Área da Energia, nas escolas); (xi) Projecto SMART (integração de tecnologias inovadoras de alta eficiência para equipamento público); (xii) Projecto Valorização Energética da Tratolixo SA (estudo de solução integrada de valorização energética de resíduos e aproveitamento de energias renováveis)
  • 20. 21 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel O sector dos Transportes e Mobilidade conta com 4 projectos: (xiii) Projecto Transportes Públicos (levantamento dos serviços de transporte e inserção de mecânica interactiva da rede de transportes no SIG); (xiv) Projecto Planos de Mobilidade (estudo estratégico de alternativas de circuitos entre outros); (xv) Projecto Eco-Condução (formação sobre os princípios da condução ecológica); (xvi) Projecto Recolher e Reciclar para Circular (recolha de óleos alimentares usados nos estabelecimentos de ensino do Concelho de Cascais). Estão previstas a aplicação de mais medidas no âmbito da Gestão de Resíduos e Gestão do Consumo de Água, cujo campo de aplicação não se enquadra de uma forma directa nos outros dois descritos anteriormente.
  • 21. 22 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel A p.e. pode ajudar os indivíduos, as organizações e os governos a estabelecerem estratégias conducentes a um desenvolvimento sustentável. Medidas/Estratégias que poderiam ser desenvolvidas pelo poder político no Município de Cascais: 1. Substituição da iluminação pública pela tecnologia LED - díodos emissores de luz (light-emitting diode) (SMART); 2. Alimentação de semáforos com energia solar (SMART); 3. Aproveitamento de pequenos espaços verdes para a produção hortícola; 4. Recolha de água da chuva, na maior quantidade possível para ser utilizada na rega de espaços verdes; 5. Monotorização das emissões de GEE das principais indústrias localizadas no Município, com aplicação de medidas punitivas;
  • 22. 23 6. Melhoria do sistema de transportes públicos, que se revela muito deficiente (Projecto Planos de Mobilidade);
  • 23. 24 7. Construção de mais estacionamento junto à linha caminho-de-ferro;
  • 24. 25 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel p.e. Cascais (5.2 gha/pessoa) elevada quando comparada com Portugal, Europa ou Mundo Cascais 18% > Portugal (4.4) Cascais 4 % > Europa (5.0) Cascais 92% > Mundo (2.7) 𝒑. 𝒆. 𝒕𝒐𝒕𝒂𝒍 𝒅𝒐 𝑴𝒖𝒏𝒊𝒄í𝒑𝒊𝒐 = 183 573 ℎ𝑎𝑏 ∗ 5.2 𝑔ℎ𝑎 ℎ𝑎𝑏 = 𝟗𝟓𝟒 𝟓𝟖𝟎 𝐠𝐡𝐚 Mas, a Biocapacidade de Cascais é apenas de 12 000 gha: á𝒓𝒆𝒂 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒂𝒓𝒂𝒄𝒕𝒊𝒗𝒂 = 954580 gha 12 000 𝑔ℎ𝑎 = 𝟕𝟗, 𝟓 Podemos concluir que o território necessita de uma área correspondente a 79,5 vezes maior para garantir os recursos necessários para o seu nível de consumo.
  • 25. 26 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel A p.e. Cascais só não é ainda superior porque é bastante atenuada pela área do Parque Natural Sintra-Cascais – captura de emissões de CO2. (Eugénio Sequeira, Liga Protecção da Natureza) A p.e., permitirá “antecipar medidas para proteger o ambiente e promover o desenvolvimento sustentável do concelho” (Carlos Carreiras, vice-presidente CMCascais) Com:  intervenção e responsabilização dos vários agentes da sociedade;  adesão ao Projecto Pacto de Autarcas;  elaboração de Plano Municipal de Acção Para a Eficiência Energética e Sustentabilidade de Cascais - 17 projectos. 12 projectos sector dos edifícios, infra- estruturas e indústria 4 projectos sector dos transportes e mobilidade O Município estudado está no caminho certo, para reduzir a p.e. …
  • 26. 27 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel  Agência Cascais Energia. (2010) Estrutura do Plano de Acção de Energia e Sustentabilidade . Pacto dos Autarcas. Cascais  Benko, Georges. (1999). A Ciência Regional. Celta Editora. Oeiras.  Brundland, Gro Harlem. (1987). Our Commom Future. Oxford University Press. Orford.  Global Footprint Network. (2008). Calculating the Ecological Footprint of ICLEI´s Cities. ICLEI´s Footprint Iniciativa.  Sousa, David Silva e. (2009). Glocal 2009 – Pegada Ecológica aplicada a cidades: perpectivas a partir do projecto-piloto de cascais. Comunicação do director do CESTRAS. Pensar Global Agir Local – Conferência Nacional sobre a Agenda 21 Local. Estoril  - Wackernagel, Mathis; Rees, William. (1996). Our Ecological Footprint – Reducing Human on Earth. Gabriola Island. New Society Publishers. Canada.
  • 27. 28 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel FIM
  • 28. 29 Desenvolvimento Regional e Local – Dezembro de 2011 - Susana Daniel PEGADA ECOLÓGICA E ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO: CASO ESTUDO DE CASCAIS POR SUSANA DANIEL SEMINÁRIO DE DESENVOLVIMENTO REGIONAL E LOCAL DOCENTE: ANA FERREIRA