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CURSO DE PÓS–GRADUAÇÃO LATO SENSU




      Design de Superfície:
    Criatividade e Tecnologia




                             Renata Rubim




                                 Joinville – SC
                                 Abril de 2010

© Professora Renata Rubim                                 0
16 e 17/04 ; 14 e 15/05 Design de Superfície: Criatividade e Tecnologia Renata Rubim




Transmitir aos alunos a compreensão e o domínio do uso das técnicas básicas para criar
uma superfície contínua (o “rapport”).


Exercitar a criatividade para desenvolvimento de soluções próprias a partir de métodos
específicos e técnicas fundamentais de "rapport" .
Desenvolver, com metodologia apropriada e demonstração de técnicas, conhecimento
intelectual e de domínio prático, que possibilitam ao aluno se expressar de acordo com
suas possibilidades. O foco é dirigido a projetos do mercado real para uso futuro.
Oferecer possibilidades de aplicação do design de superfície. Exercitar os processos de
crítica e autocrítica.



Aula 1- apresentação pessoal e do workshop com data show e demonstração de técnica
básica de rapport.
Aula 2 - Exercícios aplicativos, análise crítica em conjunto e demonstrações de técnica 2
de rapport.
Aula 3 - Exercícios aplicativos e análise crítica em conjunto. Demonstrações de técnica
avançada de rapport.
Aula 4 - Exercícios aplicativos, análise crítica em conjunto e encerramento.


Aulas práticas de atelier.



As avaliações são compostas sempre de algumas etapas :
1) o aluno apresenta o seu trabalho e faz uma auto avaliação
2) o grupo avalia o trabalho do colega
3) a professora faz uma análise final
4) o aluno pode, se quiser, reavaliar questões que surgiram e comentá-las


Desenhando a Superfície - Renata Rubim, ed Rosari 2e. 2010.
Design de Superfície - Evelise Anicet Rüthschilling, ed: UFRGS 2008
Fio a Fio Tecidos, Moda e Linguagem, Gilda Chataignier, ed Estação das Letras 2006

© Professora Renata Rubim                                                                   1
A cor no processo criativo - Um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe - Lilian Ried
Miller Barros, ed. Senac São Paulo : 2ª ed., 2007
Tecidos: História, Tramas, Tipos e Usos - Dinah B. Pezzolo, ed. Senac São Paulo 2007


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Renata Rubim é designer de superfícies e consultora de cores. Colabora com a difusão
do design em projetos industriais e educativos. Em palestras e workshops pelo Brasil e
América Latina compartilha conhecimento adquirido ao freqüentar a Rhode Island School
of Design, Providence, USA, com bolsa Fulbright. Escreveu “Desenhando a Superfície”,
Ed. Rosari, SP, primeiro no Brasil sobre o tema. Seu escritório (www.renatarubim.com.br)
atende a clientes de diferentes segmentos. Recebeu os prêmios Bornancini 2008 e
Idea/Brasil 2009, com parcerias.




© Professora Renata Rubim                                                                   2
Texto 1
                                      Dizainer o quê?

A recepcionista leu o nome e soletrou d-e s-i-g-n-e-r. Olhou espantada para o moço de
aparência tão normal que podia ser confundida com um engenheiro, um arquiteto.
- O senhor designa alguma coisa? – perguntou.
- “Designo”, sim. Computadores, lanternas, relógios de ponto e até vasos sanitários.
A moça se sentiu alvo de piadas, fechou a cara e anunciou o designer pelo nome.
- Pode mandar entrar o “dizainer”- mandou o chefe.
A recepcionista olhou se esguelha para o rapaz na saída. Mas no dia seguinte ele estava
de volta, acompanhado de mais dois.
- Quem são esses caras? – ela perguntou à secretária do chefe.
- São a equipe que vai bolar as novas máquinas. E também as embalagens e preparar
   o kit de montagem nas feiras.
Sem perceber, aportuguesando a pronúncia, a recepcionista conseguiu entender o
sentido daquela profissão. Os que “designam” projetam, programam o futuro. E
materializam seu trabalho em desenhos, quando praticam o design gráfico ou
programação visual e também em modelos tridimensionais, ao projetar produtos.

Como explica o Novo Dicionário Aurélio: “Design – concepção de um projeto ou modelo;
planejamento. Designer – indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo”.
Mestre Aurélio não deixa de citar seus sinônimos: desenhista industrial ou de produto e
programador visual. Porque no Brasil de trinta anos atrás a expressão cunhada para
traduzir design foi desenho industrial, institucionalizada pela primeira escola universitária
do ramo, a ESDI carioca.

Hoje, as associações profissionais adotam o design como nome para alívio de seus
participantes, confundidos durante muitos anos com os desenhistas formados pelas
escolas técnicas de 2º grau, onde o “desenho industrial” se resume à representação
visual de projetos para fabricação. Aliás, a mudança na nomenclatura da profissão foi
objeto de vários encontros de docentes e profissionais que rebatizaram sua atividade
respeitando as palavras já consagradas e entendidas em todo o mundo: design industrial
e design gráfico.

Mas a confusão da nomenclatura dessa profissão ainda jovem e incompreendida não
para por aí. A palavra design popularizou-se com conteúdos que estão longe de retratar o
alcance da atividade.

Muitos cabeleireiros chiques passaram a denominar seu ofício de hair design, costureiros
preferem atender pelo pomposo nome de fashion designers, Ou seja, cada vez mais
confunde-se design com aparência. Fala-se em design de um automóvel ou de uma
caneta pensando-se apenas na sua exterioridade, como se o designer fosse um
esteticista de plantão chamado a dar os retoques finais num rosto de cuja concepção ele
não participou.

Design, no entanto, é uma palavra que remete a criação original. Em inglês, a expressão
argument for design é o argumento das existência de Deus baseada na evidência do
design na criação.
© Professora Renata Rubim                                                                       3
Design é desígnio, projeto. No entanto, a versão do designer como maquiador se ampara,
mais do que nas trilhas morfológicas da língua, que durante muitos anos dominou a
industria americana onde ao departamento de design cabia o styling, exatamente o make-
up final dos produtos.

No Brasil, mesmo gente muito bem informada troca design por designer, esquecendo-se
que designer é o profissional do design, assim como baker é padeiro e bake é assar,
worker é trabalhador e work é trabalho etc. Não adianta. Por mais anos de Cultura Inglesa
que o cidadão tenha em seu currículo, não é difícil ouvir deslizes do tipo “o designer
dessa minha cadeira é genial”.

Os profissionais já se acostumaram e ouvem os barbarismos com bom humor. Elas
sabem que o cidadão se referiu aos design da cadeira e não ao autor dela. Mesmo
porque são ainda poucos os produtos assinados. Na área de móveis começa a ficar
comum o design by. Mas a nossa volta existem milhares de produtos de pais
desconhecidos, o que, se para alguns expressa o não reconhecimento social da
profissão, para outros é apenas a contingência do mundo industrial povoado de objetos,
muitos deles fruto da criação coletiva, ou redesenho do redesenho de antigos produtos.

O importante do reconhecimento segundo muitos profissionais, não é a assinatura como
marca artística, mas a incorporação do bom design a tudo que nos cerca.

Artigo de Ethel Leon na Revista Design/Interiores




                                           Texto 2
                                    Inspiração para o Design

Muitos indivíduos ficam bem perdidos quando enfrentados com a tarefa de achar
“inspiração”. Mas a inspiração pode vir de qualquer estímulo que desperte o processo
criativo. Fontes de inspiração estão literalmente em todos os lugares. Mas o mais
importante de tudo é a sensibilidade artística do designer e o estilo interpretativo que faz o
design criativo existir.

Finalmente a criatividade desenvolve-se através de uma consciência contínua e trabalho
duro combinados com a curiosidade de procurar e explorar novas fontes de estimulação
artística e modos de expressão. A seguir algumas fontes novas e tradicionais a explorar.

FONTES TRADICIONAIS

No desenho têxtil de estamparia existem várias fontes tradicionais de inspiração. Os
desenhos chamados “figurativos” são baseados nas formas de animais, pássaros,
insetos, vida marítima e no corpo humano. Conjuntos ou narrativos é uma categoria que
envolve vários objetos tais como cartas de jogo, bicicletas, guarda-chuvas e leques. Os
“cênicos” que consistem de cenários ao ar livre e paisagens e os “florais”, baseados na
flora, tem sido há muito usados como fontes de referência. Outras fontes de inspiração
incluem todo um grupo de “formas geométricas” e “superfícies com textura” tais como
© Professora Renata Rubim                                                                        4
peles amimais e mármore. As longas relações estabelecidas entre essas imagens e
tecidos estampados poderiam parecer difícil – se não impossível – de se fazer qualquer
coisa nova ou inovação com elas. Mas isso não é o caso.

Muitos fatores podem influenciar a maneira de como um designer em particular vai
interpretar fontes de referência tradicionais. Tecnologia – o desenvolvimento de novos
processos de estamparia e gravação – pode influenciar. Existem tantos métodos pelos
quais os têxteis podem ser estampados hoje em dia que, praticamente qualquer design,
não importa sua complexidade, pode ser estampado por um método ou outro.

Tendências contemporâneas podem influenciar a direção artística de uma maneira muito
intensa. O designer pode tanto reagir desenhando de acordo com essas tendências,
como indo contra elas. Mas talvez o elemento mais importante na interpretação inovativa
de qualquer das fontes tradicionais de referência é o estilo individual do próprio designer.

Essa interpretação personalizada, muitas vezes referida como “a caligrafia, a mão”,
desenvolve-se em cada designer com o tempo o treinamento, observação e a prática
mais elementos estéticos e técnicos. Apesar de ser possível a designers muito
experientes de trabalhar com mais de um “estilo, caligrafia”, esta é como uma assinatura
– não há duas iguais.

FONTES NOVAS

Virtualmente qualquer objeto tem o potencial para o desenvolvimento numa imagem têxtil.
As coisas mais comuns – coisas que vemos na nossa rotina diária – são possíveis fontes
de referência. Inspire-se numa casca de ovo quebrada ou alguns clips de papel
espalhados. Até o aparelho de TV pode ser uma fonte de inspiração para o
desenvolvimento de um motivo. Imagens podem ser produzidas do lixo das ruas ou
praticamente de qualquer fenômeno natural – da belíssima formação de padrões das
ondas do mar até as qualidades da chuva ou iluminação. Estruturas arquitetônicas ou
formações de nuvens podem ser usadas separadamente ou em conjunto. Nosso meio
ambiente é recheado de um sem número de referências visuais que esperam para ser
desenvolvidas em desenhos. Através de consciência você vai descobrir infinitas fontes de
referência.

Além disso, o fato de se desenhar um motivo nem sempre é motivado por uma fonte de
referência. O catalisador para novas idéias é as vezes a descoberta de um novo
instrumento, uma nova técnica ou uma nova ferramenta. O designer pode criar toda uma
série de conceitos interessantes baseado apenas no uso destes. Uma vez que você tenha
o controle de um novo meio (instrumento) ou é capaz de reproduzir uma técnica
consistemente, este torna-se parte de seu vocabulário de trabalho. Mas designers
profissionais estão constantemente atrás de novas maneiras de desenvolverem imagens
e fazer marcas.

Outro acesso a fontes de inspiração é chamado “conceito de design” no qual o designer
tenta transmitir um sentimento, um humor ou um conceito, como “tranqüilidade”,
“atividade”, “densidade” ou “indiferença”. Conceitos como “luz no espaço” ou “evolução da
linha” contribuem para a criação de interessantes designs de tecido porque as
interpretações podem ser feitas num nível muito pessoal.

© Professora Renata Rubim                                                                      5
Os maiores obstáculos para a criatividade que a maioria dos alunos tem que superar
freqüentemente envolvem noções pré-concebidas do que um desenho têxtil é ou deveria
ser. Inspiração pode vir virtualmente de qualquer fonte. Não há nenhuma necessidade de
se limitar a uma maneira estabelecida de desenhar. Ao contrário, você deveria utilizar-se
de uma variedade de avenidas criativas. Não existe uma só solução para qualquer
problema de design.

O desenvolvimento de um desenho têxtil se dá freqüentemente em quatro estágios. Se
você for um designer iniciante pode querer seguir este procedimento:
   • Seleção de uma ou mais fontes de referência.
   • Escolha de uma ou mais técnicas e instrumentos.
   • Desenvolvimento de uma nova imagem (motivo) baseado numa interpretação de
       uma fonte de referencia e usando a técnica adequada.
   • Uso de uma ou mais imagens num layout ou numa composição apropriada ao
       formato de estamparia têxtil (croquis).

O período inicial de aprendizado é de descobertas e excitação. É importante se dar conta,
entretanto, que o aprimoramento não é adquirido da noite para o dia. Assim como a
técnica para cada passo é dominada através de estágios. O desenvolvimento artístico é
um processo em movimento que continua por toda a vida criativa do designer.

GUARDANDO ANOTAÇÕES

Uma vez que você começou a procurar referências você vai se defrontar com um sem
número de idéias, imagens e cores – mais do que você seja capaz de se lembrar. Por
essa razão é válido guardar um “Caderno de Rascunhos de Inspiração para Design”. Nele
você deveria guardar rascunhos e idéias que possam ser usadas no desenvolvimento de
um design. Desenhar é muito importante. Guardar notas e registros do que você vê
desenhando vai ajudar a desenvolver sua sensibilidade visual e a cultivar a sua
imaginação. Você poderá também querer colecionar fotos, amostras de cor, folhas secas
ou qualquer outra coisa que inspire você.

EXPOSIÇÃO E CONSCIÊNCIA

Para a maioria dos designers iniciantes, as maiores fontes de estimulação para o
crescimento criativo e o desenvolvimento são propiciadas pela exposição individual a tudo
e pela consciência. Visitar exposições que acontecem nos museus e galerias proporciona
que se exponha aos trabalhos criativos dos outros. Ler livros estimula e enriquece a
mente e a imaginação. Viajar, quando possível, pois a experiência de diferentes formas
de vida e cultura podem ser extraordinariamente enriquecedores para o artista. Museus
também deveriam ser visitados para referências históricas e étnicas. Muito pode ser
adquirido estudando-se elementos de design de diferentes culturas e períodos. Ainda que
você não queira copiar um estilo ou um período histórico – esse tipo de trabalho cai na
categoria de reprodução têxtil – você poderá querer inspirar-se para sintetizar o que você
não vê em novas criações de sua autoria.

Consciência visual é outra preocupação importante. Esteja já ciente do que rodeia. Preste
atenção a todos os detalhes e mais. Pergunte a você mesmo “como é que eu vejo?”
Defina essa afirmação e arquive suas respostas no seu caderno de rascunhos. Daí olhe e
© Professora Renata Rubim                                                                    6
pergunte de novo. Continue a fazer isso até você ter esgotado todas as possibilidades;
comece o processo novamente.

É interessante de se ver que diferentes pessoas olhando um mesmo objeto
freqüentemente tem várias interpretações do que vêem. Mesmo quando é visto do mesmo
ângulo, na mesma luz, na mesma hora, a maneira que um objeto se parece vai depender
da consciência visual de cada indivíduo.

Experimente esse exercício para ajudar a expandir sua percepção visual própria. Escolha
um objeto suficientemente pequeno para levar a vários lugares fora do seu contexto
habitual – um ovo fervido (duro) por exemplo. Coloque um na sua sala ou na areia da
praia. Como vai o espaço ambiental mudar sua aparência de um lugar para outro?
Visualize o ovo de uma distância de 3 cm. Qual é a relação entre o ovo e o espaço? Olhe
o ovo em diferentes horas do dia e em diferentes posições da luz. Como isso vai modificar
em termos de cor, forma ou “astral”? Qual é a relação entre o ovo e suas formas nestas
ocasiões? Esse é um simples exercício de visualização e conscientização que pode ser
altamente esclarecedor.

Por último, esteja ciente do processo de desenhar. Imagens e layouts podem mudar e
desenvolver-se da idéia inicial. Muitas vezes o designer iniciante fica tão obcecado na
idéia do design pronto que muitas possibilidades fascinantes que poderiam se
desenvolver durante a execução são desperdiçadas e desprezadas. Há vezes que “erros”
podem ser mais empolgantes que a intenção original. Permita a você mesmo de crescer.
Seja flexível e aberto a experimentação.

ARTIGO DO LIVRO “PRINTED TEXTILES” DE TERRY GENTILLE




                                          Texto 3
                            A força das cores no mundo dos negócios

As cores exercem grande influência no mundo dos negócios e na vida dos seres
humanos. Elas são fortes ferramentas de marketing e produzem verdadeiras induções de
identificação com o objetivo de transformar sonhos em realidades.

Pode parecer filosófico, mas vejamos: todos nós temos um grupo de cores da nossa
preferência. Dentro desse grupo, sempre exaltamos uma ou, no máximo, duas cores de
maior valor, que definimos como as cores da nossa preferência absoluta. Quando
compramos uma roupa ou um automóvel, ou pintamos um ambiente, buscamos cores que
traduzam, através desta identificação, uma condição de diferenciação e que gerem ainda
a sensação de bem-estar.

O setor têxtil é, provavelmente, um dos setores mais versáteis, pois necessita efetuar
duas campanhas de mudança de cores a cada ano: uma baseada na coleção primavera-
verão e outra na coleção outono–inverno. Assim, as cores nascem com uma
antecedência de dois ou três anos, antes mesmo que sejam lançadas no mercado. As

© Professora Renata Rubim                                                                   7
cores para 2008, por exemplo, já estavam sendo trabalhadas em 2004/2005, da mesma
maneira que as tonalidades para 2010/2011 já estão em pleno andamento.

As cores possuem ainda uma periodicidade cíclica, gerada através de um espaço de
tempo – que compreende um intervalo entre o lançamento e seu retorno, de um período
correspondente em média entre 20 e 30 anos. Assim, as cores retornam com uma nova
roupagem, um novo apelo, uma nova proposta.

Este movimento dinâmico iniciado pela indústria têxtil e seguido pela maioria dos outros
segmentos é influenciado também por outros fatores como: movimentos artísticos e
culturais, apelos e ou identidades visuais, novas linhas de produtos, relançamentos e
campanhas publicitárias.

Alguns segmentos dependem da cor como ferramenta para simbolizar a mudança. Como
exemplo, podemos citar os artigos eletro-eletrônicos,cujos tons prata deverão ser em
breve substituídos por tons dourados claros, também denominados de leves e discretos,
assim como tonalidades claras e médias de grafites.

As geladeiras e os produtos da chamada “linha branca” estão sendo lançados em novas
linhas coloridas, dentro de um conceito atual, embora já utilizado na década de 70. Até na
telefonia celular podemos observar aparelhos coloridos como sendo propostas cada vez
mais comuns neste segmento de mercado, da mesma forma o iPod.

No segmento decorativo e arquitetural, anualmente são direcionadas novas cores,
visando criar uma nova identificação entre o mercado e os consumidores. A utilização
cada vez mais freqüente pelo consumidor de identificação das cores pessoais com as
inúmeras propostas contidas nos sistemas tintométricos vem alavancando o uso de novas
tonalidades de cores.

Neste segmento, nos deparamos com uma nova realidade principalmente na cidade de
São Paulo. Em função da nova legislação sobre a identidade visual das fachadas, todos
buscam criar uma nova identidade visual para os seus imóveis com a aplicação e
combinações de cores contrastantes que permitam um impacto visual. Essa postura
poderá ser adotada em outras capitais, conforme vêm anunciando as autoridades de
várias localidades.

Vários estudos e avaliações são projetados e efetuados pelos principais produtores de
tintas para este segmento. Os fabricantes levam em conta as tendências de cores,
conforme as observações de vários profissionais que participam também do processo de
seleção das novas cores. Eventos como a Casa Cor são utilizados como um tipo de
laboratório para permitir que os consumidores tenham uma visão mais realística das
utilizações das cores dentro de ambientes diferenciados.

Em alguns mercados, como o automotivo, a cor é diretamente ligada ao design do
produto, chegando até mesmo a traduzir estilos. As cores vermelhas sólidas, por
exemplo, possuem um apelo mais esportivo do que os vermelhos azulados; o marrom não
é bem aceito pelos brasileiros como cor para veículos; já as cores escuras, sobretudo o
preto, refletem uma certa simbologia de status em quase todos os artigos.


© Professora Renata Rubim                                                                    8
Hoje, quando todos correm em busca de resultados cada vez melhores e mais rápidos, as
cores têm um papel ainda mais importante como ferramenta de marketing. Dentro do
conceito onde o estudo virou trabalho e o trabalho virou estudo, é fundamental selecionar
uma paleta de cores correta, levando em conta o máximo de informações, tendências,
design do produto e público-alvo, entre outros fatores.

A globalização tornou essa disputa ainda mais acirrada e, assim, as cores seguem
exercendo um poder diferenciador na cadeia dos consumidores. As cores passaram a ser
um item qualificador, com um papel extremamente importante para alavancar as vendas.
As cores seguem exercendo grande influência no mundo dos negócios, pois possuem o
poder de despertar emoções na alma, no senso, na imaginação, na inspiração, na
motivação e no desejo de todo ser humano.

Marcos Luiz Ziravello Quíndici é membro do Conselho Técnico Cientifico da Associação
Pró-Cor do Brasil; é químico, consultor e designer de cores para a indústria em geral –
email mquindici@uol.com.br; www.rainbowcores.com.br. 28/nov/07

http://www.mundocor.com.br/cores/coresneg.asp




                                        Texto 4
                                      A falha criativa

Vivemos um mundo voltado à perfeição. Com os avanços da tecnologia, conseguimos
incontáveis progressos. Exemplo: dos bancos de dados de uma empresa são eliminados
nomes em duplicidade, complementados dados (endereço, nome, etc). Nossas ligações
telefônicas podem ser rastreadas com exatidão. Além disto, o Word em que escrevo
agora me permite voltar, apagar, mudar a fonte, de tal forma que você leia um texto “sem
erros”. As máquinas fotográficas digitais nos permitem deletar sem dó nem piedade fotos
“ruins”.   Rumamos     para    a    perfeição,    o   que    é   ótimo    ou    péssimo.

A falha é essencial ao processo criativo. De muitas falhas resulta uma grande sacada. E
não falo exclusivamente do processo criativo artístico, mas também científico. Muitas
foram as descobertas feitas ou em cima de falhas ou contando com a ajuda do acaso.
Assim foi, segundo narram, quando Isaac Newton descobriu a lei da gravidade. Uma
maçã        caiu      da      árvore        diretamente       na       sua      cabeça.

Assim, esta nossa sede de eliminar todos os ácaros, lavar as mãos 23 vezes por dia,
eliminar todas as falhas, também pode deixar uma herança ruim. Claro que não estou
defendendo a volta ao passado. Dentro do processo produtivo, a eliminação de falhas não
só é recomendável como essencial. Através da eliminação de falhas, houve significativo
aumento de produtividade. O que defendo é que deixemos de lado um pouco este desejo
incontrolável de eliminar todas as falhas em algumas áreas da nossa vida.

Quando criança, eu via e desejava ser como os caubóis americanos: homens firmes, frios,
de uma só palavra e tiro. Infalíveis. Cresci e vi que nada na vida é assim. Lamento,
inclusive, que estes filmes ainda sejam veiculados e propaguem a idéia de homens
© Professora Renata Rubim                                                                   9
infalíveis. Isto cria na cabeça das crianças e depois dos adultos uma idéia de que a
infalibilidade é natural ao ser humano, quando é exatamente o contrário.

O resultado disto pode ser visto no Japão, por exemplo. Li que há filhos de japoneses que
vivem dentro de seus quartos, isolados. Só saem para ir a alguma loja de conveniência,
na madrugada. Têm pouquíssimo contato com seus pais e familiares e com a sociedade.
Se comunicam através da Internet. Por que vivem assim? Porque não se ajustaram ao
modus vivendi japonês de altíssima competitividade e padrões rigorosíssimos
preestabelecidos. Como se sabe, os japoneses são bem mais rigorosos do que nós,
brasileiros. Então os pais, por sentirem vergonha de filhos “desajustados”, os sustentam e
são coniventes com este modo de vida isolado e, certamente, depressivo de seus filhos.
Uma herança da cultura do super-herói, do caubói, do infalível(e não somente norte-
americana).

As falhas são inerentes à condição humana. Mesmo o maior super-herói de todos, o
Super-Homem, caía frente à criptonita. O que está faltando é cada um identificar e
assumir as criptonitas de suas vidas. Todos nós as temos. Mas no que tange à
criatividade, a falha é essencial. Senão, possivelmente a arte seria feita somente de
quadrados e círculos perfeitos, triângulos isósceles, uma chatice(para a arte). Seriam
usadas as cores do arco-íris e pronto. Falhar, além de permitir ao autor enxergar algo que
não veria, que não era previsto(um imprevisto sempre faz com que lancemos mão de algo
novo para enfrentá-lo), enxergar sob outro ponto de vista. Uma falha abre um novo ponto
de vista e, dele, podem surgir grandes observações e descobertas. Nas falhas estão
muitas vezes escondidas grandes virtudes.

Flavio Paiva para a Coletiva net em 19/11/2004




© Professora Renata Rubim                                                                    10

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  • 1. CURSO DE PÓS–GRADUAÇÃO LATO SENSU Design de Superfície: Criatividade e Tecnologia Renata Rubim Joinville – SC Abril de 2010 © Professora Renata Rubim 0
  • 2. 16 e 17/04 ; 14 e 15/05 Design de Superfície: Criatividade e Tecnologia Renata Rubim Transmitir aos alunos a compreensão e o domínio do uso das técnicas básicas para criar uma superfície contínua (o “rapport”). Exercitar a criatividade para desenvolvimento de soluções próprias a partir de métodos específicos e técnicas fundamentais de "rapport" . Desenvolver, com metodologia apropriada e demonstração de técnicas, conhecimento intelectual e de domínio prático, que possibilitam ao aluno se expressar de acordo com suas possibilidades. O foco é dirigido a projetos do mercado real para uso futuro. Oferecer possibilidades de aplicação do design de superfície. Exercitar os processos de crítica e autocrítica. Aula 1- apresentação pessoal e do workshop com data show e demonstração de técnica básica de rapport. Aula 2 - Exercícios aplicativos, análise crítica em conjunto e demonstrações de técnica 2 de rapport. Aula 3 - Exercícios aplicativos e análise crítica em conjunto. Demonstrações de técnica avançada de rapport. Aula 4 - Exercícios aplicativos, análise crítica em conjunto e encerramento. Aulas práticas de atelier. As avaliações são compostas sempre de algumas etapas : 1) o aluno apresenta o seu trabalho e faz uma auto avaliação 2) o grupo avalia o trabalho do colega 3) a professora faz uma análise final 4) o aluno pode, se quiser, reavaliar questões que surgiram e comentá-las Desenhando a Superfície - Renata Rubim, ed Rosari 2e. 2010. Design de Superfície - Evelise Anicet Rüthschilling, ed: UFRGS 2008 Fio a Fio Tecidos, Moda e Linguagem, Gilda Chataignier, ed Estação das Letras 2006 © Professora Renata Rubim 1
  • 3. A cor no processo criativo - Um estudo sobre a Bauhaus e a teoria de Goethe - Lilian Ried Miller Barros, ed. Senac São Paulo : 2ª ed., 2007 Tecidos: História, Tramas, Tipos e Usos - Dinah B. Pezzolo, ed. Senac São Paulo 2007 ! " #" $% %" Renata Rubim é designer de superfícies e consultora de cores. Colabora com a difusão do design em projetos industriais e educativos. Em palestras e workshops pelo Brasil e América Latina compartilha conhecimento adquirido ao freqüentar a Rhode Island School of Design, Providence, USA, com bolsa Fulbright. Escreveu “Desenhando a Superfície”, Ed. Rosari, SP, primeiro no Brasil sobre o tema. Seu escritório (www.renatarubim.com.br) atende a clientes de diferentes segmentos. Recebeu os prêmios Bornancini 2008 e Idea/Brasil 2009, com parcerias. © Professora Renata Rubim 2
  • 4. Texto 1 Dizainer o quê? A recepcionista leu o nome e soletrou d-e s-i-g-n-e-r. Olhou espantada para o moço de aparência tão normal que podia ser confundida com um engenheiro, um arquiteto. - O senhor designa alguma coisa? – perguntou. - “Designo”, sim. Computadores, lanternas, relógios de ponto e até vasos sanitários. A moça se sentiu alvo de piadas, fechou a cara e anunciou o designer pelo nome. - Pode mandar entrar o “dizainer”- mandou o chefe. A recepcionista olhou se esguelha para o rapaz na saída. Mas no dia seguinte ele estava de volta, acompanhado de mais dois. - Quem são esses caras? – ela perguntou à secretária do chefe. - São a equipe que vai bolar as novas máquinas. E também as embalagens e preparar o kit de montagem nas feiras. Sem perceber, aportuguesando a pronúncia, a recepcionista conseguiu entender o sentido daquela profissão. Os que “designam” projetam, programam o futuro. E materializam seu trabalho em desenhos, quando praticam o design gráfico ou programação visual e também em modelos tridimensionais, ao projetar produtos. Como explica o Novo Dicionário Aurélio: “Design – concepção de um projeto ou modelo; planejamento. Designer – indivíduo que planeja ou concebe um projeto ou modelo”. Mestre Aurélio não deixa de citar seus sinônimos: desenhista industrial ou de produto e programador visual. Porque no Brasil de trinta anos atrás a expressão cunhada para traduzir design foi desenho industrial, institucionalizada pela primeira escola universitária do ramo, a ESDI carioca. Hoje, as associações profissionais adotam o design como nome para alívio de seus participantes, confundidos durante muitos anos com os desenhistas formados pelas escolas técnicas de 2º grau, onde o “desenho industrial” se resume à representação visual de projetos para fabricação. Aliás, a mudança na nomenclatura da profissão foi objeto de vários encontros de docentes e profissionais que rebatizaram sua atividade respeitando as palavras já consagradas e entendidas em todo o mundo: design industrial e design gráfico. Mas a confusão da nomenclatura dessa profissão ainda jovem e incompreendida não para por aí. A palavra design popularizou-se com conteúdos que estão longe de retratar o alcance da atividade. Muitos cabeleireiros chiques passaram a denominar seu ofício de hair design, costureiros preferem atender pelo pomposo nome de fashion designers, Ou seja, cada vez mais confunde-se design com aparência. Fala-se em design de um automóvel ou de uma caneta pensando-se apenas na sua exterioridade, como se o designer fosse um esteticista de plantão chamado a dar os retoques finais num rosto de cuja concepção ele não participou. Design, no entanto, é uma palavra que remete a criação original. Em inglês, a expressão argument for design é o argumento das existência de Deus baseada na evidência do design na criação. © Professora Renata Rubim 3
  • 5. Design é desígnio, projeto. No entanto, a versão do designer como maquiador se ampara, mais do que nas trilhas morfológicas da língua, que durante muitos anos dominou a industria americana onde ao departamento de design cabia o styling, exatamente o make- up final dos produtos. No Brasil, mesmo gente muito bem informada troca design por designer, esquecendo-se que designer é o profissional do design, assim como baker é padeiro e bake é assar, worker é trabalhador e work é trabalho etc. Não adianta. Por mais anos de Cultura Inglesa que o cidadão tenha em seu currículo, não é difícil ouvir deslizes do tipo “o designer dessa minha cadeira é genial”. Os profissionais já se acostumaram e ouvem os barbarismos com bom humor. Elas sabem que o cidadão se referiu aos design da cadeira e não ao autor dela. Mesmo porque são ainda poucos os produtos assinados. Na área de móveis começa a ficar comum o design by. Mas a nossa volta existem milhares de produtos de pais desconhecidos, o que, se para alguns expressa o não reconhecimento social da profissão, para outros é apenas a contingência do mundo industrial povoado de objetos, muitos deles fruto da criação coletiva, ou redesenho do redesenho de antigos produtos. O importante do reconhecimento segundo muitos profissionais, não é a assinatura como marca artística, mas a incorporação do bom design a tudo que nos cerca. Artigo de Ethel Leon na Revista Design/Interiores Texto 2 Inspiração para o Design Muitos indivíduos ficam bem perdidos quando enfrentados com a tarefa de achar “inspiração”. Mas a inspiração pode vir de qualquer estímulo que desperte o processo criativo. Fontes de inspiração estão literalmente em todos os lugares. Mas o mais importante de tudo é a sensibilidade artística do designer e o estilo interpretativo que faz o design criativo existir. Finalmente a criatividade desenvolve-se através de uma consciência contínua e trabalho duro combinados com a curiosidade de procurar e explorar novas fontes de estimulação artística e modos de expressão. A seguir algumas fontes novas e tradicionais a explorar. FONTES TRADICIONAIS No desenho têxtil de estamparia existem várias fontes tradicionais de inspiração. Os desenhos chamados “figurativos” são baseados nas formas de animais, pássaros, insetos, vida marítima e no corpo humano. Conjuntos ou narrativos é uma categoria que envolve vários objetos tais como cartas de jogo, bicicletas, guarda-chuvas e leques. Os “cênicos” que consistem de cenários ao ar livre e paisagens e os “florais”, baseados na flora, tem sido há muito usados como fontes de referência. Outras fontes de inspiração incluem todo um grupo de “formas geométricas” e “superfícies com textura” tais como © Professora Renata Rubim 4
  • 6. peles amimais e mármore. As longas relações estabelecidas entre essas imagens e tecidos estampados poderiam parecer difícil – se não impossível – de se fazer qualquer coisa nova ou inovação com elas. Mas isso não é o caso. Muitos fatores podem influenciar a maneira de como um designer em particular vai interpretar fontes de referência tradicionais. Tecnologia – o desenvolvimento de novos processos de estamparia e gravação – pode influenciar. Existem tantos métodos pelos quais os têxteis podem ser estampados hoje em dia que, praticamente qualquer design, não importa sua complexidade, pode ser estampado por um método ou outro. Tendências contemporâneas podem influenciar a direção artística de uma maneira muito intensa. O designer pode tanto reagir desenhando de acordo com essas tendências, como indo contra elas. Mas talvez o elemento mais importante na interpretação inovativa de qualquer das fontes tradicionais de referência é o estilo individual do próprio designer. Essa interpretação personalizada, muitas vezes referida como “a caligrafia, a mão”, desenvolve-se em cada designer com o tempo o treinamento, observação e a prática mais elementos estéticos e técnicos. Apesar de ser possível a designers muito experientes de trabalhar com mais de um “estilo, caligrafia”, esta é como uma assinatura – não há duas iguais. FONTES NOVAS Virtualmente qualquer objeto tem o potencial para o desenvolvimento numa imagem têxtil. As coisas mais comuns – coisas que vemos na nossa rotina diária – são possíveis fontes de referência. Inspire-se numa casca de ovo quebrada ou alguns clips de papel espalhados. Até o aparelho de TV pode ser uma fonte de inspiração para o desenvolvimento de um motivo. Imagens podem ser produzidas do lixo das ruas ou praticamente de qualquer fenômeno natural – da belíssima formação de padrões das ondas do mar até as qualidades da chuva ou iluminação. Estruturas arquitetônicas ou formações de nuvens podem ser usadas separadamente ou em conjunto. Nosso meio ambiente é recheado de um sem número de referências visuais que esperam para ser desenvolvidas em desenhos. Através de consciência você vai descobrir infinitas fontes de referência. Além disso, o fato de se desenhar um motivo nem sempre é motivado por uma fonte de referência. O catalisador para novas idéias é as vezes a descoberta de um novo instrumento, uma nova técnica ou uma nova ferramenta. O designer pode criar toda uma série de conceitos interessantes baseado apenas no uso destes. Uma vez que você tenha o controle de um novo meio (instrumento) ou é capaz de reproduzir uma técnica consistemente, este torna-se parte de seu vocabulário de trabalho. Mas designers profissionais estão constantemente atrás de novas maneiras de desenvolverem imagens e fazer marcas. Outro acesso a fontes de inspiração é chamado “conceito de design” no qual o designer tenta transmitir um sentimento, um humor ou um conceito, como “tranqüilidade”, “atividade”, “densidade” ou “indiferença”. Conceitos como “luz no espaço” ou “evolução da linha” contribuem para a criação de interessantes designs de tecido porque as interpretações podem ser feitas num nível muito pessoal. © Professora Renata Rubim 5
  • 7. Os maiores obstáculos para a criatividade que a maioria dos alunos tem que superar freqüentemente envolvem noções pré-concebidas do que um desenho têxtil é ou deveria ser. Inspiração pode vir virtualmente de qualquer fonte. Não há nenhuma necessidade de se limitar a uma maneira estabelecida de desenhar. Ao contrário, você deveria utilizar-se de uma variedade de avenidas criativas. Não existe uma só solução para qualquer problema de design. O desenvolvimento de um desenho têxtil se dá freqüentemente em quatro estágios. Se você for um designer iniciante pode querer seguir este procedimento: • Seleção de uma ou mais fontes de referência. • Escolha de uma ou mais técnicas e instrumentos. • Desenvolvimento de uma nova imagem (motivo) baseado numa interpretação de uma fonte de referencia e usando a técnica adequada. • Uso de uma ou mais imagens num layout ou numa composição apropriada ao formato de estamparia têxtil (croquis). O período inicial de aprendizado é de descobertas e excitação. É importante se dar conta, entretanto, que o aprimoramento não é adquirido da noite para o dia. Assim como a técnica para cada passo é dominada através de estágios. O desenvolvimento artístico é um processo em movimento que continua por toda a vida criativa do designer. GUARDANDO ANOTAÇÕES Uma vez que você começou a procurar referências você vai se defrontar com um sem número de idéias, imagens e cores – mais do que você seja capaz de se lembrar. Por essa razão é válido guardar um “Caderno de Rascunhos de Inspiração para Design”. Nele você deveria guardar rascunhos e idéias que possam ser usadas no desenvolvimento de um design. Desenhar é muito importante. Guardar notas e registros do que você vê desenhando vai ajudar a desenvolver sua sensibilidade visual e a cultivar a sua imaginação. Você poderá também querer colecionar fotos, amostras de cor, folhas secas ou qualquer outra coisa que inspire você. EXPOSIÇÃO E CONSCIÊNCIA Para a maioria dos designers iniciantes, as maiores fontes de estimulação para o crescimento criativo e o desenvolvimento são propiciadas pela exposição individual a tudo e pela consciência. Visitar exposições que acontecem nos museus e galerias proporciona que se exponha aos trabalhos criativos dos outros. Ler livros estimula e enriquece a mente e a imaginação. Viajar, quando possível, pois a experiência de diferentes formas de vida e cultura podem ser extraordinariamente enriquecedores para o artista. Museus também deveriam ser visitados para referências históricas e étnicas. Muito pode ser adquirido estudando-se elementos de design de diferentes culturas e períodos. Ainda que você não queira copiar um estilo ou um período histórico – esse tipo de trabalho cai na categoria de reprodução têxtil – você poderá querer inspirar-se para sintetizar o que você não vê em novas criações de sua autoria. Consciência visual é outra preocupação importante. Esteja já ciente do que rodeia. Preste atenção a todos os detalhes e mais. Pergunte a você mesmo “como é que eu vejo?” Defina essa afirmação e arquive suas respostas no seu caderno de rascunhos. Daí olhe e © Professora Renata Rubim 6
  • 8. pergunte de novo. Continue a fazer isso até você ter esgotado todas as possibilidades; comece o processo novamente. É interessante de se ver que diferentes pessoas olhando um mesmo objeto freqüentemente tem várias interpretações do que vêem. Mesmo quando é visto do mesmo ângulo, na mesma luz, na mesma hora, a maneira que um objeto se parece vai depender da consciência visual de cada indivíduo. Experimente esse exercício para ajudar a expandir sua percepção visual própria. Escolha um objeto suficientemente pequeno para levar a vários lugares fora do seu contexto habitual – um ovo fervido (duro) por exemplo. Coloque um na sua sala ou na areia da praia. Como vai o espaço ambiental mudar sua aparência de um lugar para outro? Visualize o ovo de uma distância de 3 cm. Qual é a relação entre o ovo e o espaço? Olhe o ovo em diferentes horas do dia e em diferentes posições da luz. Como isso vai modificar em termos de cor, forma ou “astral”? Qual é a relação entre o ovo e suas formas nestas ocasiões? Esse é um simples exercício de visualização e conscientização que pode ser altamente esclarecedor. Por último, esteja ciente do processo de desenhar. Imagens e layouts podem mudar e desenvolver-se da idéia inicial. Muitas vezes o designer iniciante fica tão obcecado na idéia do design pronto que muitas possibilidades fascinantes que poderiam se desenvolver durante a execução são desperdiçadas e desprezadas. Há vezes que “erros” podem ser mais empolgantes que a intenção original. Permita a você mesmo de crescer. Seja flexível e aberto a experimentação. ARTIGO DO LIVRO “PRINTED TEXTILES” DE TERRY GENTILLE Texto 3 A força das cores no mundo dos negócios As cores exercem grande influência no mundo dos negócios e na vida dos seres humanos. Elas são fortes ferramentas de marketing e produzem verdadeiras induções de identificação com o objetivo de transformar sonhos em realidades. Pode parecer filosófico, mas vejamos: todos nós temos um grupo de cores da nossa preferência. Dentro desse grupo, sempre exaltamos uma ou, no máximo, duas cores de maior valor, que definimos como as cores da nossa preferência absoluta. Quando compramos uma roupa ou um automóvel, ou pintamos um ambiente, buscamos cores que traduzam, através desta identificação, uma condição de diferenciação e que gerem ainda a sensação de bem-estar. O setor têxtil é, provavelmente, um dos setores mais versáteis, pois necessita efetuar duas campanhas de mudança de cores a cada ano: uma baseada na coleção primavera- verão e outra na coleção outono–inverno. Assim, as cores nascem com uma antecedência de dois ou três anos, antes mesmo que sejam lançadas no mercado. As © Professora Renata Rubim 7
  • 9. cores para 2008, por exemplo, já estavam sendo trabalhadas em 2004/2005, da mesma maneira que as tonalidades para 2010/2011 já estão em pleno andamento. As cores possuem ainda uma periodicidade cíclica, gerada através de um espaço de tempo – que compreende um intervalo entre o lançamento e seu retorno, de um período correspondente em média entre 20 e 30 anos. Assim, as cores retornam com uma nova roupagem, um novo apelo, uma nova proposta. Este movimento dinâmico iniciado pela indústria têxtil e seguido pela maioria dos outros segmentos é influenciado também por outros fatores como: movimentos artísticos e culturais, apelos e ou identidades visuais, novas linhas de produtos, relançamentos e campanhas publicitárias. Alguns segmentos dependem da cor como ferramenta para simbolizar a mudança. Como exemplo, podemos citar os artigos eletro-eletrônicos,cujos tons prata deverão ser em breve substituídos por tons dourados claros, também denominados de leves e discretos, assim como tonalidades claras e médias de grafites. As geladeiras e os produtos da chamada “linha branca” estão sendo lançados em novas linhas coloridas, dentro de um conceito atual, embora já utilizado na década de 70. Até na telefonia celular podemos observar aparelhos coloridos como sendo propostas cada vez mais comuns neste segmento de mercado, da mesma forma o iPod. No segmento decorativo e arquitetural, anualmente são direcionadas novas cores, visando criar uma nova identificação entre o mercado e os consumidores. A utilização cada vez mais freqüente pelo consumidor de identificação das cores pessoais com as inúmeras propostas contidas nos sistemas tintométricos vem alavancando o uso de novas tonalidades de cores. Neste segmento, nos deparamos com uma nova realidade principalmente na cidade de São Paulo. Em função da nova legislação sobre a identidade visual das fachadas, todos buscam criar uma nova identidade visual para os seus imóveis com a aplicação e combinações de cores contrastantes que permitam um impacto visual. Essa postura poderá ser adotada em outras capitais, conforme vêm anunciando as autoridades de várias localidades. Vários estudos e avaliações são projetados e efetuados pelos principais produtores de tintas para este segmento. Os fabricantes levam em conta as tendências de cores, conforme as observações de vários profissionais que participam também do processo de seleção das novas cores. Eventos como a Casa Cor são utilizados como um tipo de laboratório para permitir que os consumidores tenham uma visão mais realística das utilizações das cores dentro de ambientes diferenciados. Em alguns mercados, como o automotivo, a cor é diretamente ligada ao design do produto, chegando até mesmo a traduzir estilos. As cores vermelhas sólidas, por exemplo, possuem um apelo mais esportivo do que os vermelhos azulados; o marrom não é bem aceito pelos brasileiros como cor para veículos; já as cores escuras, sobretudo o preto, refletem uma certa simbologia de status em quase todos os artigos. © Professora Renata Rubim 8
  • 10. Hoje, quando todos correm em busca de resultados cada vez melhores e mais rápidos, as cores têm um papel ainda mais importante como ferramenta de marketing. Dentro do conceito onde o estudo virou trabalho e o trabalho virou estudo, é fundamental selecionar uma paleta de cores correta, levando em conta o máximo de informações, tendências, design do produto e público-alvo, entre outros fatores. A globalização tornou essa disputa ainda mais acirrada e, assim, as cores seguem exercendo um poder diferenciador na cadeia dos consumidores. As cores passaram a ser um item qualificador, com um papel extremamente importante para alavancar as vendas. As cores seguem exercendo grande influência no mundo dos negócios, pois possuem o poder de despertar emoções na alma, no senso, na imaginação, na inspiração, na motivação e no desejo de todo ser humano. Marcos Luiz Ziravello Quíndici é membro do Conselho Técnico Cientifico da Associação Pró-Cor do Brasil; é químico, consultor e designer de cores para a indústria em geral – email mquindici@uol.com.br; www.rainbowcores.com.br. 28/nov/07 http://www.mundocor.com.br/cores/coresneg.asp Texto 4 A falha criativa Vivemos um mundo voltado à perfeição. Com os avanços da tecnologia, conseguimos incontáveis progressos. Exemplo: dos bancos de dados de uma empresa são eliminados nomes em duplicidade, complementados dados (endereço, nome, etc). Nossas ligações telefônicas podem ser rastreadas com exatidão. Além disto, o Word em que escrevo agora me permite voltar, apagar, mudar a fonte, de tal forma que você leia um texto “sem erros”. As máquinas fotográficas digitais nos permitem deletar sem dó nem piedade fotos “ruins”. Rumamos para a perfeição, o que é ótimo ou péssimo. A falha é essencial ao processo criativo. De muitas falhas resulta uma grande sacada. E não falo exclusivamente do processo criativo artístico, mas também científico. Muitas foram as descobertas feitas ou em cima de falhas ou contando com a ajuda do acaso. Assim foi, segundo narram, quando Isaac Newton descobriu a lei da gravidade. Uma maçã caiu da árvore diretamente na sua cabeça. Assim, esta nossa sede de eliminar todos os ácaros, lavar as mãos 23 vezes por dia, eliminar todas as falhas, também pode deixar uma herança ruim. Claro que não estou defendendo a volta ao passado. Dentro do processo produtivo, a eliminação de falhas não só é recomendável como essencial. Através da eliminação de falhas, houve significativo aumento de produtividade. O que defendo é que deixemos de lado um pouco este desejo incontrolável de eliminar todas as falhas em algumas áreas da nossa vida. Quando criança, eu via e desejava ser como os caubóis americanos: homens firmes, frios, de uma só palavra e tiro. Infalíveis. Cresci e vi que nada na vida é assim. Lamento, inclusive, que estes filmes ainda sejam veiculados e propaguem a idéia de homens © Professora Renata Rubim 9
  • 11. infalíveis. Isto cria na cabeça das crianças e depois dos adultos uma idéia de que a infalibilidade é natural ao ser humano, quando é exatamente o contrário. O resultado disto pode ser visto no Japão, por exemplo. Li que há filhos de japoneses que vivem dentro de seus quartos, isolados. Só saem para ir a alguma loja de conveniência, na madrugada. Têm pouquíssimo contato com seus pais e familiares e com a sociedade. Se comunicam através da Internet. Por que vivem assim? Porque não se ajustaram ao modus vivendi japonês de altíssima competitividade e padrões rigorosíssimos preestabelecidos. Como se sabe, os japoneses são bem mais rigorosos do que nós, brasileiros. Então os pais, por sentirem vergonha de filhos “desajustados”, os sustentam e são coniventes com este modo de vida isolado e, certamente, depressivo de seus filhos. Uma herança da cultura do super-herói, do caubói, do infalível(e não somente norte- americana). As falhas são inerentes à condição humana. Mesmo o maior super-herói de todos, o Super-Homem, caía frente à criptonita. O que está faltando é cada um identificar e assumir as criptonitas de suas vidas. Todos nós as temos. Mas no que tange à criatividade, a falha é essencial. Senão, possivelmente a arte seria feita somente de quadrados e círculos perfeitos, triângulos isósceles, uma chatice(para a arte). Seriam usadas as cores do arco-íris e pronto. Falhar, além de permitir ao autor enxergar algo que não veria, que não era previsto(um imprevisto sempre faz com que lancemos mão de algo novo para enfrentá-lo), enxergar sob outro ponto de vista. Uma falha abre um novo ponto de vista e, dele, podem surgir grandes observações e descobertas. Nas falhas estão muitas vezes escondidas grandes virtudes. Flavio Paiva para a Coletiva net em 19/11/2004 © Professora Renata Rubim 10