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Existem muitas maneiras de se viver a semana santa. Alguns comungam ideais e atitudes participando dos preparativos e execução das atividades religiosas, outros fazem retiros espirituais, outros aproveitam a natureza e outros relaxam em casa.
Todas são boas opções!
Mas o que eu gosto de focar na semana santa é a sensação de pertencimento a algo maior e de agradecimento pela vida que temos. Seria muito bom se a maior parte de nós vivêssemos a maioria dos dias com disponibilidade e gratidão, tendo boa vontade de participar de atividades coletivas para atingir objetivos comunitários, como é o caso das procissões, missas, vigílias e outras atividades realizadas durante este período.
Resolvi fazer esta apresentação para compartilhar um pouco das tradições mineiras (e brasileiras).
Entre tantas cidades, escolhi Mariana, São João del-Rei e Ouro Preto por serem mais documentadas e considerá-las bastante representativas.
Paz, fé e força para todos nós!
2. Quem visita as cidades históricas de Minas Gerais na Semana Santa encontra, além da arquitetura
barroca, diversas manifestações religiosas. É possível contemplar os mistérios dos antigos tempos
que inspiraram trabalhos de poetas, pintores e escultores que viveram entre os séculos XVIII e
XIX.
Ouro Preto, Mariana, Ouro Branco, Sabará, Congonhas, Diamantina, Serro, São João del-Rei e
Tiradentes oferecem um belo cenário com seu casario colonial, suas igrejas e museus, pontes e
ruas de pedras, além das roupas dos anjos e dos paramentos dos sacerdotes e fiéis que
acompanham as procissões.
Nestas e em outras regiões de Minas Gerais as celebrações, encenações, missas e vigílias atraem
turistas de todo o país e do exterior que vivenciam a religiosidade, lenta e respeitosa, das pessoas
nas ladeiras e antigos templos, na simbologia da vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus
Cristo.
5. Mariana se destaca pela tradição e simplicidade comovente de sua Semana Santa.
As celebrações começam na Quinta-feira Santa com a Benção dos Santos Óleos. A cerimônia
marca o início do Tríduo Pascal (três dias de preparação para a Páscoa) com a consagração dos
sacerdotes e a bênção dos óleos do batismo, da crisma e da unção dos enfermos.
Se destaca a Procissão das Almas, que ocorre na madrugada da Sexta-feira da Paixão para o
Sábado de Aleluia. Os moradores e visitantes vestem túnicas brancas e saem pelas ruas,
revivendo uma antiga lenda da cidade. Reza a lenda que nesta época do ano os mortos saem do
cemitério, em procissão, e vão até a igreja passando por todo centro histórico.
A representação da Paixão de Cristo, dividida em duas partes, acontece entre quinta e sexta-feira,
geralmente na Praça Minas Gerais.
No Sábado de Aleluia há shows musicais e a queima do Judas, na qual bonecos de pano são
pregados na cruz e incinerados.
Na tarde do Domingo de Páscoa acontece a Procissão de Ramos nas ruas cobertas com tapetes
de serragem colorida, pó de café e cal, feitos pela população.
13. A Semana Santa de São João del-Rei, conhecida como a terra da música e do soar dos sinos, conserva
antigas características barrocas. A música das orquestras bicentenárias Ribeiro Bastos e Lira
Sanjoanense abrilhantam os principais cerimoniais, seja nas solenidades da Catedral-Basílica de Nossa
Senhora do Pilar, seja em cerimônias públicas, como no Ato do Lava-Pés, realizado na Quinta-Feira
Santa, que lembra o gesto de Jesus Cristo, lavando os pés de seus 12 apóstolos, ou no Descendimento
da Cruz e na Procissão do Enterro, na Sexta-Feira da Paixão.
O período religioso prima pela organização, beleza cênica, emoção e tradição. A celebração é a única no
Brasil que preservou a utilização do latim nos Motetos e nas Matinas e Laudes, tocados e cantados na
Catedral do Pilar.
Um dos destaques é o Descendimento da Cruz, realizado na Sexta-Feira Santa, na escadaria da Igreja
de Nossa Senhora das Mercês. Em seguida, segue a Procissão do Enterro, com o acompanhamento de
milhares de pessoas.
No Sábado Santo a comunidade cristã é convidada a permanecer em espírito de recolhimento, seguindo
toda a noite com a Vigília Pascal. Para encerrar, no Domingo da Ressurreição, o Bispo Diocesano
celebra a Solene Missa Pontifical.
As partituras de autoria de compositores que viveram na região nos séculos XVII e XVIII – Padre José
Maria Xavier, Ireno Batista Lopes, Manoel Dias – são executadas pela Orquestra Ribeiro Bastos. Não
há encenação teatral da paixão e morte de Cristo. As imagens de Jesus e de Nossa Senhora, dos dois
ladrões, entre outras, são mantidas nas procissões.
O ponto alto é o Descendimento da Cruz e, em seguida, a Procissão do Enterro, com o
acompanhamento de milhares de pessoas. O cortejo percorre as principais ruas do centro histórico da
cidade em silêncio, só quebrado pelo Canto da Verônica – interpretado por uma das cantoras do coral da
Orquestra Ribeiro Bastos, em frente dos Passinhos (pequenas capelas encravadas entre as casas
coloniais) – ou pelas matracas (instrumentos de percussão, com base de madeira e argolas de ferro) que
seguem a procissão. Jovens retratam as personagens bíblicas, como Salomé com a cabeça de São
João Batista, Ruth, Judith, Josué e Abrahão. Tem ainda a Guarda Pretoriana, vestida a caráter, com
lanças pontiagudas, ao lado do esquife de Cristo, depois de sua agonia no Calvário.
24. Ouro Preto tem uma maneira peculiar de celebrar a Quaresma e a Semana Santa. Por características de
sua formação, a cidade possui duas igrejas matrizes, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar e o Santuário
de Nossa Senhora da Conceição, que se revezam na realização da Semana Santa.
Na noite da Quarta-feira Santa acontece na igreja responsável pela organização naquele ano uma
celebração de origem medieval: o Ofício das Trevas. A igreja fica às escuras, iluminada apenas por velas.
Os fiéis rezam salmos, lamentações e fazem leituras da Bíblia. Ao final de cada salmo, uma vela é
apagada. A celebração lembra o sofrimento de Cristo descrito na Bíblia.
Na Quinta-feira Santa há na Igreja de São Francisco de Assis a Bênção dos Santos Óleos e a celebração
do Lava-pés, quando o arcebispo repete o gesto de humildade de Jesus e lava os pés dos apóstolos,
representados por crianças da comunidade.
Na Sexta-feira da Paixão acontece a solene procissão do Santo Sepulcro, na qual a imagem de Cristo é
levada do Santuário de Nossa Senhora da Conceição até a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, cuja
fachada é ornamentada para a ocasião nas cores vermelha e roxa em sinal de luto. Os fiéis, enfeitados
com roupas religiosas, representam ao longo do caminho figuras e passagens bíblicas. Esse é o único dia
do ano em que não são celebradas missas.
No Sábado de Aleluia, os fiéis ficam em vigília, à espera da chegada do Domingo da Ressurreição. O dia
marca o início do ano litúrgico católico. Também é o dia da confecção dos tapetes de serragem nas ruas
e quando as janelas das casas são decoradas com colchas de retalho, toalhas bordadas e vasos de
flores. Em Ouro Preto, a confecção dos tapetes conta com a participação de moradores e turistas. O
trabalho atravessa a madrugada.
No Domingo de Ramos, os ramos das plantas são abençoados de manhã na Igreja de São Francisco de
Assis. À tarde duas procissões saem de áreas diferentes da cidade e se encontram na Praça Tiradentes,
para simbolizar o encontro de Maria com seu filho carregando a cruz, a caminho do calvário.
Os tapetes, confeccionados com serragem colorida, pétalas de rosas, palha de café, cal e outros
produtos, se transformam em imagens que simbolizam a fé cristã, e ligam a Matriz do Pilar, no centro, à
Igreja do Senhor Bom Jesus do Matozinhos. A extensão do tapete é de dois quilômetros e boa parte do
material utilizado para confecção é fornecida pela prefeitura.