O artigo discute a obrigatoriedade do novo Bloco K do SPED Fiscal, que requer que empresas apresentem informações detalhadas sobre seus estoques, movimentações e processos produtivos. Isso trará maior controle tributário para o fisco e também pode representar oportunidades para as empresas, desde que tomem medidas para organizar seus processos e sistemas para atender a nova exigência.
Contabilidade em Revista analisa impactos da implantação do Bloco K
1. Natal - RN | Ano I | Edição 1 | 2016
w w w. q u o r u m s o l u c o e s . c o m . b r
Tânia Gurgel comenta sobre o Bloco K e o impacto na sua gestão
CONTABILIDADE EM REVISTA
A transformação da
contabilidade
A transformação da
contabilidade
para o mundo digitalpara o mundo digital
atecnologia para
melhorar o ambiente
de negócios do RN
Erivan relata os 55
anos do curso de
COntabilidade na UFRN
O presidente João
Gregório fala sobre
educação continuada
JUCERN história CRC/RN
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4. 4
xxxxxxxxxx
Artigos
10
TANIA GURGEL
Bloco K, qual o
impacto na gestão?
20
Marconi Brasil
A NFC-e e a modernização
do varejo no Brasil e no RN
24
Roberto Dias
Contador 4i: a quarta Onda
nos Negócios Contábeis
30
Juscileide Ferreira
Resgate de ações e valores
34
Marcelo dos Santos
Inovação Disruptiva: quatro
formas de gerar valor no
escritório contábil?
42
Marco Antonio
Utilização indevida do
celular no trabalho
Editorial
4
marcos Dantas
As oportunidades multiplicam-se
à medida que são agarradas (Sun Tzu)
A responsabilidade de envolver empresas, instituições e pessoas
para produzir informação e conhecimento não é tarefa das mais fáceis,
mas, para nós, é um prazer permanente fazer com que terceiros sejam
beneficiados com conteúdos atualizados e com segurança.
Pensando nisso, a Quórum Soluções, uma empresa com mais de
15 anos de atuação comprometida com a informação e capacitação de
pessoas para o crescimento profissional, enxergou essa grande oportu-
nidade no mercado, editando esta publicação especializada para o pú-
blico contábil e empresarial.
Com a evolução tecnológica dos aplicativos e as importantes alte-
rações na legislação, podemos assegurar que os profissionais da con-
tabilidade foram os que mais absorveram essas novidades nos últimos
10 anos, inclusive impactando em todas as empresas associadas, sejam
de pequeno, médio ou grande porte. E por que não dizer na sociedade
como um todo.
Nesta primeira edição, destacamos temas relevantes, tais como
a iniciativa pioneira da Junta Comercial do Estado do Rio Grande do
Norte (Jucern) com o Escritório do Empreendedor, que reúne, em um
mesmo espaço físico, os diversos órgãos responsáveis pela legaliza-
ção e orientação das empresas. Enfatizamos ainda a atuação do Conse-
lho Regional de Contabilidade (CRC-RN) na valorização profissional e
educação continuada, como também artigos de Tânia Gurgel e Roberto
Dias Duarte, renomados especialistas com destaque a nível nacional.
Assim, a QUORUM EM REVISTA deseja a todos uma excelente lei-
tura e nos encontraremos na próxima edição.
Atenciosamente.
Marcos Dantas
Diretor
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6. > Quorum em Revista <6
Sumário índice
Fotografia
Demis Roussos, Diógenes
Vasconcelos e arquivos pessoais
Revisão
Angélica Fonseca
Diagramação
Terceirize (84) 3211-5075
E-mail
contato@quorumsolucoes.com.br
Comercial
Marcos Dantas
Fone:(84) 99981-5755
Impressão
Unigráfica
Asmatériasassinadasnão
expressamnecessariamentea
opiniãodaRevista
Diretor
Marcos Dantas
Edição
Júlio Rocha
expediente
Endereço
Rua Villa Lobos, 3377 - Candelária - Cep: 59.065-440 -
Natal/RN
Tels:l. (84) 99981-5755(TIM) 4141-4131
Site: www.quorumsolucoes.com.br
12Jucern
Entrevista com Sâmya Bastos
34DICAS DE GESTÃO
Coloque um tubarão
no seu próprio aquário
22
14CRC-RN
Entrevista com o presidente
João Gregório Júnior
Segurança digital
Como se proteger contra
o sequestro de dados Depoimentos
Clientes da Quórum Soluções
falam sobre capacitação
32
DemisRoussos
CONTABILIDADE EM REVISTA
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10. > Quorum em Revista <10
bloco K: o que é?
O Bloco K é um novo bloco de informações a
ser entregue mensalmente dentro do arquivo da
EFD (Escrituração fiscal digital) do IPI/ICMS, o
também chamado SPED Fiscal.
Nesse bloco, o contribuinte precisa apresentar
todas as movimentações do processo produtivo,
ou de compra e venda no caso de atacado, assim
como as demais movimentações que impactam
no estoque da empresa; além de apresentar o sal-
do quantitativo de estoque de todos os insumos e
produtos.
O fisco, também, terá mais controle sobre as
baixas por perda, roubo, perecimento dentre ou-
tros, os quais com certeza impactam na apura-
ção dos impostos, sejam eles do direito do crédito
como do estorno quando a mercadoria não tiver
saída subsequente.
Importante destacar que atualmente o fisco já
tem as informações do estoque que são transmi-
tidas por meio do bloco H, e a movimentação dos
materiais pode ser feita eletronicamente pelas
informações da Nota Fiscal Eletrônica Nfe.
Você deve estar se perguntando de que manei-
ra o fisco controla, pela nota simples, pelo EAN, o
Código de Barra do Produto. Isso mesmo, confor-
me o ajuste SINIEF 16/10, publicado em dezem-
bro de 2010, desde 1º de julho de 2011, tornou-se
obrigatório o preenchimento do código de barras
dos produtos no campo referenciado na nota fis-
cal eletrônica. Dessa forma, os campos cEAN e
cEANTrib devem conter o código de barras com
o GTIN (numeração global do item comercial)
quando o produto comercializado possuir essa
codificação. Mesmo não sendo o fabricante, se o
produto comercializado possuir código de barras
com GTIN, deve ser informado na nota fiscal ele-
trônica.
Quando começa a obrigatoriedade de entrega
do bloco K?
Para janeiro de 2017, ficam obrigadas a entre-
gar essas informações as empresas com fatura-
mento superior a R$ 300 milhões e com CNAEs
industriais (de 10 a 32). Além disso, é obrigatório
para empresas do Recof ou regime alternativo.
Para o ano de 2018, é indispensável às empre-
sas com faturamento superior a R$ 78 milhões.
Para 2019, o restante das empresas.
Quais os impactos e preocupações com a im-
plantação dessa nova obrigatoriedade? Quem
ganha ou perde nesse cenário?
Impacto operacional: uma vez que os sistemas
ERP não estão preparados para gerar as informa-
ções no leiaute solicitado pelo Fisco, muitas em-
presas não possuem a integração das informa-
ções em uma única plataforma, muitas precisam
contar com um módulo fiscal para complementar
e realizar a geração das informações consolida-
das, ai vem o questionamento, todos os dados es-
tão alinhados?
processos internos: O problema começa desde
o cadastro completo do produto e sua movimen-
tação, pois esses processos não são centralizados
em uma única área de gestão, e sim por diversas
outras áreas (como Engenharia, Produção, Cadas-
tros, Compras, Custos), assim o treinamento e ca-
pacitação de todos envolvidos e importante, pois
todos terão que se adaptar a gestão em real time
para que possam reportar as informações de for-
ma adequada.
Falta de contagem dos estoques, inventário
por amostragem todos esses processos precisam
ser revistos.
risco tributário: Hoje há esse risco com as in-
formações do Bloco H, mas com a implementação
do Bloco K, o Fisco poderá criticar o saldo quanti-
artIGo
Bloco K, qual o impacto na gestão?
artIGo
tÂnIa GurGEL
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11. > Quorum em Revista < 11
tativo de estoque dos insumos
e produtos controlados pela
empresa, tanto internamente
como o estoque em poder de
terceiros. Todas as movimen-
tações que impactarem o sal-
do desses insumos e produtos
devem ser apresentados no
SPED Fiscal, nos dois Bloco H
e Bloco K, e conciliados.
A empresa corre risco de
perder seus benefícios fiscais?
Claro que sim, pois a maior
parte dos benefícios fiscais uti-
lizados pelas empresas são ba-
seados em informações de pro-
dução, compra e venda, sejam:
Drawback, Reintegra, FCI entre
outros. Caso as informações
entregues no Bloco K e Bloco H estejam incoeren-
tes com esses benefícios, a empresa corre o risco
de perdê-lo ou sofrer autuações.
Quais são os pontos positivos?
Sempre menciono, se o Fisco sabe o quanto
você comprou e vendeu e, através de parâmetros
do mercado, seu lucro, por que você também não
tem isso em real time?
Dessa forma, destaco que o Bloco K tem se
mostrado uma ótima oportunidade para a em-
presa implementar mudanças de controle sobre o
processo produtivo e eliminarem os “ajustes con-
tábeis”. Organizar a logística de entrega, prazos
de recebimento e tempo de estoques, bem como,
apoiar ações de marketing.
Além, é claro, de tentar eliminar os ajustes de
quantidades que muitas vezes são realizados sem
lastro fiscal, fora do período de fechamento e nor-
malmente impactam a formação do custo do pro-
duto vendido (CPV), podendo impactar a formação
do preço de venda e até mesmo o Imposto de Renda.
Fundamentalmente, o maior aspecto positivo
é que o Bloco K e Bloco H exigem uma constante
revisão de processos e da área fiscal de todos os
insumos e produtos utilizados no processo pro-
dutivo, produtos de compra e venda e, caso seja
realizado por profissionais com
expertise em tributação, pode
representar oportunidade de
ganhos de créditos tributários,
principalmente de ICMS, IPI, PIS
e COFINS para a empresa.
Você sabe por onde começar?
Contrate um serviço de con-
sultoria, ou um especialista em
SPED, com interface de expe-
riência nas áreas produtiva, co-
mercial e fiscal. Ele preparará sua
empresa, de seus fornecedores
e clientes como um todo para o
atendimento da obrigação.
As principais fases e ativida-
des da consultoria são:
• Mapeamento e Diagnóstico:
• Entendimento da obrigato-
riedade pela organização;
• Compreensão das áreas chaves e mapeamen-
to dos processos e pontos de ruptura;
• Elaboração da matriz de riscos e sugestões;
• Identificação de problemas operacionais;
• Gestão da Mudança;
• Montagem de plano de ação e acompanha-
mento da execução;
• Apoio na parametrização e geração do Bloco
K em seu ERP ou Solução Fiscal;
• Suporte na resolução de dúvidas conceituais
quanto ao Bloco K.
faça já uma auditoria eletrônica de todo seu
estoque:
Realize uma varredura de toda a movimenta-
ção de entrada e saída dos últimos 5 anos e com-
pare com as informações já repassadas ao fisco
no Bloco H. Veja se as informações dos sistemas
internos estão alinhadas.
Se possível verifique a validação do Bloco K
gerado pelo sistema, realize uma validação de
ponta a ponta, analisando desde a coerência entre
os registros até o recálculo dos estoques declara-
dos pela empresa. Para isso, a TAF CONSULTO-
RIA disponibiliza dois níveis de auditoria, entre
em contato.
* Tania Gurgel, Professora de Pós Graduação em diversas instituições, Contadora e Advogada Tributarista.
artIGoartIGo
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arQuivo Da eFD
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12. > Quorum em Revista <12
Jucern
A tecnologia tem ganhado a
cada dia mais importância nas
relações empresariais e de desen-
volvimento econômico, diminuin-
do a burocracia e oportunizando
investimentos e lucratividade.
Nesse contexto, a Junta Comercial
do Rio Grande do Norte (Jucern)
atua de maneira integrada com os
demais órgãos necessários para a
abertura e legalização das empre-
sas, aliando agilidade e inovação.
De acordo com a presidente da
Jucern, Samya Bastos, o estado
está associado à Redesim, ferra-
menta que reúne os dados cadas-
trais da Receita Federal do Brasil
e dos diversos órgãos Estaduais e
Municipais.
“Quando assumimos em 2014,
a Redesim possuía apenas 20 mu-
nicípios do RN integrados. Hoje já
temos 165 municípios e todos eles
trabalhando com a pesquisa de
viabilidade e inscrição municipal
automáticas. Além da presença da
Receita, emitimos CNPJ também
no ato de abertura da empresa e
a inscrição na Junta Comercial, e
estamos com a Secretaria Estadu-
al de Tributação, que emite a ins-
crição estadual. O Corpo de Bom-
beiros também está integrado e
aquelas empresas que apresentam
baixo risco recebem o laudo auto-
mático. Estamos em fase final de
integração, até meados de novem-
bro, com o Idema para o licen-
ciamento ambiental e órgãos de
vigilância sanitária municipais e
estadual”, detalhou Samya.
A Receita Federal faz um
ranking de integração em relação
à Redesim como forma de esti-
mular uma competição sadia en-
tre os estados. “Estávamos em 20º
lugar em 2014 e, hoje, estamos em
8º lugar com o objetivo de chegar
ao topo”, ressaltou a presidente da
Junta Comercial.
A Jucern também conta com o
sistema Junta Digital, que permite
a tramitação do processo todo ele-
tronicamente a partir da abertura
e da certificação digital. O que an-
tes podia durar 30 a 60 dias, hoje
todo esse processo está aconte-
cendo, em média, com pouco mais
de uma hora de duração e tempo
máximo de 24 horas, dependendo
do horário de entrada no sistema.
“Digitalizamos também a
maioria dos nossos postos de
atendimento pelo estado, facili-
tando e dando agilidade ao em-
presário do interior, visto que
Jucern utiliza tecnologia para
melhorar o ambiente de negócios
e o desenvolvimento do RN
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13. > Quorum em Revista < 13
Jucern
13
JuntaDigital,
permitea
tramitação
doprocesso
eletrônicoa
partirda
aberturaeda
certificação
digital
90% dos nossos processos são de
pequenas empresas e com anda-
mento simples. Temos trabalhado
muito na questão da capacitação,
juntos aos conselhos, associações
e Sebrae. A Junta Digital permite
que ao invés de onze passos para a
abertura de uma empresa, isso seja
feito atualmente com apenas três”
destacou Samya.
O Governo do Estado desem-
penha a missão de criar melhores
condições para o ambiente de ne-
gócios. “Dentro desse planejamento
concentramos em um mesmo es-
paço físico, no shopping Via Direta,
o Escritório do Empreendedor com
todos os órgãos necessários para
abertura e legalização de empresas,
orientação, licenciamento ambien-
tal, emissão de laudos técnicos e
concessão de crédito. Em nível es-
tadual, a nossa iniciativa é primei-
ra no Brasil, temos integração de
órgãos federais, estaduais e muni-
cipais. Técnicos especializados de
todos os órgãos parceiros para o
melhor atendimento foram capa-
citados para o trabalho integrado”,
salientou Samya.
Trabalhando a simplificação dos
procedimentos a cada dia, o novo
programa “Fácil RN” amplia a Re-
desim e facilita o processo de lega-
lização das empresas, mapeando e
entendendo como pode solucionar
possíveis problemas para rever pro-
cedimentos no intuito de melhorar
o ambiente de negócios, gerar em-
prego e renda.
“Damos total apoio à atividade
empresarial geradora de emprego,
renda e riquezas do estado. Nossa
meta é atingir no ranking o pri-
meiro lugar com integração dos
órgãos e 100% dos municípios,
além de incorporar a OAB e cartó-
rio”, declarou.
Entre os dias 23 e 26 de novem-
bro, Natal sediará o Encontro Na-
cional de Juntas Comerciais, com
presença de todos os estados, com
o intuito de debater, padronizar e
regulamentar todo o procedimento
de forma nacional, uniformizando
as regras de maneira cada vez mais
célere. “Teremos também as pre-
senças do ministro do Trabalho e
secretário da Micro e Pequena Em-
presa”, finalizou Samya.
Presidente da Jucern, Samya Bastos
Quorum Contabilidade.indd 13 08/11/2016 17:38:27
14. > Quorum em Revista <14
crc/rn
A atividade do profissional
contábil é fundamental na so-
ciedade atual, apesar de parecer
distante da realidade de algumas
pessoas. Os empresários com vi-
são empreendedora enxergam o
contador como um assessor im-
portante para a condução de seus
negócios. O Conselho Regional
de Contabilidade do Rio Grande
do Norte (CRC/RN), com foco na
capacitação permanente e valo-
rização do profissional, destaca
que apesar do momento delica-
do de crise, a colaboração de um
contador é essencial para auxiliar
nas ações de recuperação das em-
presas e para a retomada do cres-
cimento socioeconômico. O pro-
fissional é o intermediador entre
o contribuinte e o Fisco, e exerce
um papel estratégico da contabi-
lidade para a gestão e sucesso dos
negócios.
O presidente do CRC/RN, con-
tador João Gregório Júnior, à fren-
te do conselho desde 2014, en-
fatiza que a preocupação com a
educação continuada da categoria
é uma das prioridades da institui-
ção, para que o mercado disponha
de especialistas qualificados. “En-
tre 2014 e 2016, ministramos pa-
lestras, minicursos e outros even-
tos, trazendo profissionais da área
que são referências no país, visan-
Conselho Regional de Contabilidade
focado na educação Continuada e na
Valorização profissionalValorização profissional
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15. > Quorum em Revista < 15
crc/rn
do a capacitação do profissional
de contabilidade do Rio Grande
do Norte”, afirmou Gregório. “Sa-
bemos que hoje o mundo passa
por uma turbulência na economia,
momento oportuno para mostrar
que somos capacitados e, nada
mais adequado, do que contar com
um consultor, perito, contador, au-
ditor para na hora certa estar ao
lado do empresário”, explicou.
O volume de eventos realiza-
dos pelo setor de Desenvolvimen-
to Profissional do CRC/RN mostra
que a meta vem sendo alcançada
a cada ano. De acordo com o Rela-
tório de Gestão do Exercício 2014,
foram realizados 66 eventos, entre
seminários, encontros, palestras,
fóruns, cursos e treinamentos,
atendendo um público de 5.428
profissionais, em vários municí-
pios do estado, como Natal, Mos-
soró, Assú, Caicó, Currais Novos,
Ceará Mirim, Pau dos Ferros, Ma-
cau, João Câmara e Parnamirim.
Já o relatório de 2015 aponta que
foram realizados no ano passado,
52 eventos, beneficiando 4.300
profissionais. Em 2015, além dos
municípios atendidos em 2014,
aconteceram ações também em
Angicos e Nova Cruz. A maioria
dos eventos é gratuito e o parti-
cipante faz a doação de um quilo
de alimento não perecível. O CRC
cumpre sua responsabilidade so-
cial, destinando o material arreca-
dado às instituições de caridade.
Neste ano de 2016, antes mes-
mo de acabar o ano, o número de
eventos praticamente dobrou em
relação ao ano passado. Até o fi-
nal de outubro, foram realizadas
96 ações e ainda estão previstas -
até o final do ano - a realização de
mais cinco. Entre elas, destaca-se o
XIII Encontro Norte-rio-granden-
se de Ciências Contábeis (ENCC),
o maior evento da classe contábil
aqui no RN, que ocorre entre os
dias 16 e 18 de novembro, no Teatro
Riachuelo. Este ano, no mesmo pe-
ríodo, será realizada a I Convenção
Contábil Potiguar. “O XIII Encontro
Norte-Rio-Grandense de Ciências
Contábeis (CNCC) será umas das
maiores edições do evento e, em
paralelo, acontecerá a I Convenção
Contábil Potiguar.
A nossa expectativa é de que
mais de 1.300 pessoas participem
do encontro. O ENCC vai contar
com presença de grandes pales-
trantes, como Eliseu Martins, um
dos maiores nomes da contabili-
dade”, disse João Gregório. Eliseu
Martins é professor emérito da Fa-
culdade de Economia, Administra-
ção e Contabilidade da USP e acu-
mula uma atuação plural e bons
frutos conquistados pelo trabalho
dedicado ao aperfeiçoamento da
contabilidade no mercado de tra-
balho. Ele fará a palestra de aber-
tura do ENCC e explanará sobre as
IFRS em relação ao seu apareci-
mento, início operacional (adoção)
e efeitos sofridos pelas empresas
de forma crítica.
João Gregório lembra ainda
que, em 2017, além da 14ª edição
do ENCC, também acontecerá, em
Natal, o 13º Encontro Nordestino de
Contabilidade (Enecon), que contará
com a presença de todos os Conse-
lhos Regionais do Nordeste e repre-
sentantes de outras regiões.
João Gregório prima pela trans-
parência na gestão. Diante disso, o
Conselho Regional de Contabili-
dade do RN atende criteriosamen-
te o que determina a Lei nº 12.527,
de 18 de novembro de 2011, que
dispõe sobre os procedimentos a
serem observados para garantir
o acesso às informações, previsto
na Constituição Federal.
acolaboração
DeumconTaDor
éessencialpara
auXiliarnas
açÕesDe
recuperação
Dasempresase
paraa
reTomaDaDo
crescimenTo
acolaboração
Quorum Contabilidade.indd 15 08/11/2016 17:38:31
16. > Quorum em Revista <16
CRC/RN
DELEGACIAS REGIONAIS: O
PROFISSIONAL DO INTERIOR
MAIS PRÓXIMO AO CRC/RN
Conselho Regional de Contabi-
lidade do Rio Grande do Norte dis-
põe atualmente de 12 delegacias
espalhadas pelo interior do estado.
A mais nova unidade foi instalada
recentemente em Ceará Mirim,
numa solenidade ocorrida no últi-
mo dia 21 de outubro. O presiden-
te João Gregório empossou como
titular da Delegacia do município
de Ceará Mirim, o contador Luiz
Antônio Pessoa de Araújo. Dessa
forma, o CRC/RN já agrega as se-
guintes delegacias (além de Ceará
Mirim): Mossoró - delegado José
Nilson Rodrigues; Assú - delega-
da Morgania Cristina de Medeiros
Soares; Caicó - delegado Vivaldo
Miguel de Melo; Currais Novos -
delegada Antonia Ivaneide Santos
Nobrega; Pau dos Ferros - dele-
gada Hildérica de Sena Sarmento
Freitas; Macau - delegado João
Possidonio de Oliveira Neto; João
Câmara - delegado Gilvan Dantas;
Parnamirim - delegado Francisco
Rodrigues de Figueiredo; Angicos
- delegado Agecy Anaximandro
da Cunha Pessoa; Patú - delegado
Wylker Preston Leite Batista da
Costa; e Nova Cruz - delegado Val-
dês Silva. As unidades regionais
aproximam os profissionais con-
tábeis do interior do Rio Grande
do Norte à instituição, agilizando
pendências e demandas, e promo-
vendo capacitação profissional.
CONTADOR: FIGURA OBRIGA-
TÓRIA PARA A PRESTAÇÃO DE
CONTAS ELEITORAIS
AAs alterações na legislação
para as Eleições Municipais de
2016 provocaram uma valoriza-
ção significativa para o profissio-
nal da contabilidade. A Resolução
23.463/2015 do Tribunal Superior
Eleitora (TSE) determina a obriga-
toriedade de um advogado e um
contador na prestação de contas
dos candidatos. Eles são respon-
sáveis pela elaboração do proces-
so e devem assinar a prestação de
contas dos candidatos a cargos
eletivos. O CRC/RN teve um pa-
pel fundamental na orientação
e preparação dos profissionais
para atender a demanda. O pre-
sidente do conselho, por meio de
uma portaria assinada no dia 25
de maio de 2015, instituiu uma
comissão de estudo e divulgação
da prestação de contas eleitoral.
“Por meio das nossas Delegacias
Regionais, percorremos prati-
camente todo o RN, levando co-
nhecimento para os profissionais
sobre a matéria, além de vários
outros temas e procedimentos da
contabilidade”, disse Gregório.
CLASSE UNIDA, PROFISSÃO
FORTALECIDA
FFazendo uma análise sobre
o momento atual, João Gregório
sente orgulho em concluir que a
classe passa por um momento de
união e fortalecimento entre as en-
tidades representativas. “Agradeço
a toda equipe que faz o CRC/RN,
todo o envolvimento dos profis-
sionais dos diversos setores, con-
selheiros e apoio de toda a classe
e entidades, como a Academia
Norte-Rio-Grandense de Conta-
bilidade, Associação dos Peritos e
Auditores, Sescon e Sindcont/RN”,
lembrou o presidente.
A contabilidade é uma das
profissões em maior ascensão
no mercado de trabalho, mas é
preciso estar atento à velocidade
João Gregório Júnior, Presidente do CRC/RN
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17. > Quorum em Revista < 17
CRC/RN
Atravésdas
nossas
Delegacias
Regionais,
percorremos
praticamente
todooRN,
levandoo
conhecimento
paraos
profissionais
Sede do CRC do RN
das transformações tecnológicas,
como também às constantes al-
terações impostas pela legisla-
ção. Nesse sentido, João Gregório
Júnior destaca a importância da
atualização profissional em um
meio cada vez mais inovador.
“Diante da informatização dos ór-
gãos fiscalizadores, por exemplo,
queremos mostrar à sociedade
e ao empresariado a importân-
cia de procurar um profissional
capacitado, além de investir em
tecnologia de ponta na empresa.
O profissional, por sua vez, preci-
sa da consciência de que para ge-
renciar o seu cliente, é necessário
também a utilização de uma boa
ferramenta de gestão. Só assim o
sistema operacional da empresa
poderá funcionar devidamente,
controlando os custos, manten-
do-se vivo e com lucratividade”.
“QUORUM CONTABILIDADE
E GESTÃO”
O presidente do conselho res-
salta a importância do lançamen-
to da revista “Quorum Contabili-
dade e Gestão” para a categoria
contábil. “A publicação surge no
momento oportuno, com parcei-
ra de importantes instituições:
CRC/RN, Secretaria de Tribu-
tação do Estado do RN, Jucern,
UFRN e outras, como também
de grandes profissionais locais e
nacionais. Trata-se de uma revis-
ta com temas relevantes, atuais e
que chegará gratuitamente a to-
dos os profissionais com registro
no CRC/RN”, explicou.
Quorum Contabilidade.indd 17 08/11/2016 17:38:33
18. > Quorum em Revista <18
História
Em 10 de março de 2017, o cur-
so de Ciências Contábeis da Uni-
versidade Federal do Rio Gran-
de do Norte completará 55 anos.
O departamento, a coordenação
do curso e a pós-graduação estão
com uma programação voltada a
essa importante data, incluindo a
edição de um livro e uma galeria
de fotos e vídeos. A programação
ocorrerá entre os dias 06 e 10 de
março de 2017, culminando em um
evento social de confraternização.
Essa história remonta a pri-
meira escola com formato pro-
fissionalizante do RN, a Escola de
Comércio de Natal, posteriormen-
te transformada, pelo Decreto-lei
de 1943, em Escola Técnica de
Comércio, cuja fundação é atribuí-
da aos esforços empreendidos por
uma equipe de professores, com
destaque para o papel exercido
por Dom Antônio dos Santos Ca-
bral e o professor Ulisses Celesti-
no de Gois. Este, um dos grandes
pilares da contabilidade brasileira
e o primeiro professor da discipli-
na Contabilidade Geral.
Pelos registros, em 28 de de-
zembro de 1964, a Faculdade de
Ciências Econômicas, Contábeis
e Atuariais foi agregada à Univer-
sidade do Rio Grande do Norte,
conforme delimitou o artigo 1º da
Resolução nº 101/64-CONSUNI,
e, em 1971, a Lei 5.702 autorizou
a incorporação da Faculdade à
UFRN, de acordo com a publica-
ção no Diário Oficial da União do
dia 16 de setembro de 1971.
Nesses 55 anos, o curso pro-
porciona formação de pessoas,
que atuam nas mais diversas áre-
as da profissão contábil. No seio
empresarial, é inegável a parti-
cipação da mão de obra formada
pela UFRN. O curso tem ramifi-
cações nas grandes empresas de
Auditoria, como Deloitte, Ernest
& Young e PWC.
No contexto público, essa re-
presentação é ainda mais consi-
derável, com destaque a ocupação
de secretarias de governo, em ní-
vel estadual e municipal. Atu-
almente três docentes do curso
ocupam cargos de secretários, um
Contabilizando 55 anos de história do
curso de Ciências Contábeis da ufrn
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19. > Quorum em Revista < 19
história
no executivo municipal, e dois no
nível estadual, tribunal de justiça
e tribunal de contas. No âmbito
da UFRN, docentes do curso são
os titulares da Pró-reitoria de Ad-
ministração, auditoria interna e
outros órgãos.
Outros profissionais ocuparam
e ocupam cargos em importantes
órgãos nacionais e internacionais,
como a Secretaria Executiva do
Ministério da Previdência, Mi-
nistério do Planejamento, Fundo
Monetário internacional, Conse-
lhos de Administração de grandes
empresas e Banco Central.
Grande parte da mão de obra
que compõe as equipes docentes
de outras instituições de ensino
do Estado tem origem na UFRN,
com destaque para a capacitação
proporcionada pelo Programa de
Pós-graduação em Ciências Con-
tábeis, que já titulou mais de 80
mestres e doutores ao longo da
sua existência. Esse número é
ainda mais expressivo se forem
contabilizados todos os cursos de
especialização já realizados.
O curso também representa
um elo entre as instituições da
classe contábil e os futuros pro-
fissionais, pois consolida na sua
formação uma aproximação dos
estudantes com essas institui-
ções, divulgando os valores e as
conquistas resultantes da mili-
tância classista.
Atualmente o corpo docente
é composto por 44 professores,
sendo 34 efetivos, dos quais 17 são
doutores, 15 mestres e 2 especia-
listas. Dos mestres, 6 estão cur-
sando doutorado e um dos espe-
cialistas, concluindo o mestrado.
Fazem parte ainda da equipe 12
professores substitutos, dos quais
apenas 3 ainda não têm mestrado,
mas estão cursando.
Sobre infraestrura, o curso dis-
põe de auditório e laboratórios
JunTaDiGiTal,
permiTea
TramiTaçãoDo
processo
eleTrônicoa
parTirDa
aberTuraeDa
cerTiFicação
DiGiTal
próprios bem equipados e com
recursos tecnológicos importan-
tes, que permitem integrar os dis-
centes à prática da profissão.
A cada semestre é realizada
uma semana de integração pe-
dagógica, durante a qual a equipe
discute os rumos do curso, revi-
sam os planejamentos e sociali-
zam suas experiências em sala.
Essas atividades só demonstram
o nível de qualidade que o cur-
so possui e refletem nas estatís-
ticas sobre o desempenho dos
formandos. Dados comprovam
que a maior taxa de aprovação
no exame de suficiência do Con-
selho Federal de Contabilidade é
de egressos do curso de ciências
contábeis da UFRN.
Por essas e outras questões, o
Curso de Ciências Contábeis da
UFRN é avaliado como um dos
melhores do país. Esse nível de
importância é refletido nas pro-
duções técnicas e acadêmicas dos
docentes e discentes, com a pu-
blicação de artigos e edição de li-
vros técnicos na área empresarial
e governamental.
São muitas as conquistas por
vir, mas pode-se afirmar que, até
este momento, o curso tem exer-
cido um papel relevante na socie-
dade, e o resgate histórico desse
papel é apenas uma exigência na-
tural desse mérito.
Erivan Ferreira Borges, Doutor
em Ciências Contábeis pela
UnB/UFPB/UFRN
Quorum Contabilidade.indd 19 08/11/2016 17:38:37
20. > Quorum em Revista <20
artIGo
O mercado do varejo no Brasil tem reagido de
forma positiva aos avanços tecnológicos propi-
ciados pela era moderna, seguindo a tendência
mundial como reflexo da popularização da inter-
net e das tecnologias móveis, permitindo às or-
ganizações constantes revisões em seus proces-
sos internos com objetivo de alcançar excelência
operacional e obter vantagem competitiva no
mercado de atuação.
É o caso, por exemplo, dos restaurantes que aos
poucos estão inserindo o cardápio digital via ta-
blet e outros serviços complementares por meio
do uso de tecnologias móveis. Lojas de vestuário
e calçados também começam a implantar no-
vidades que permitem ao cliente, com o próprio
smartphone, obter informações detalhadas sobre
o produto, selecioná-lo e pagar através de proces-
sos digitais, tornando a experiência de compra
mais agradável. Além disso, as novas tecnologias
estimulam o comércio eletrônico, promovem a
integração entre as lojas virtual e física, aumen-
tando as possibilidades de vendas.
Nesse contexto, a NFC-e (Nota Fiscal de Con-
sumidor Eletrônica), documento fiscal eletrônico
implantado recentemente pelas administrações
tributárias do Brasil, oferece solução tecnológica
moderna baseada em internet e conectividade,
conferindo simplificação às empresas no cum-
primento das obrigações tributárias acessórias e
favorecendo maior interação com o consumidor
final, através da consulta e validação em tempo
real do documento fiscal emitido.
A NFC-e substitui o cupom fiscal impresso
pelo equipamento ECF (emissor de cupom fis-
cal) e o tradicional talonário em papel (nota fiscal
modelo 2) para representar as operações de ven-
da para consumidor, notadamente nas operações
do varejo de mercadorias. Com o novo documento
fiscal eletrônico, as empresas têm a oportunida-
de de modernizar o processo de emissão do do-
cumento fiscal e reduzir custos operacionais, em
especial, os decorrentes da dispensa de uso do
equipamento ECF e procedimentos associados,
tornando, inclusive, desnecessária a homologação
de software emissor do documento fiscal.
A revisão do conceito de ‘ponto-de-venda’
(PDV), o compartilhamento de impressora PDV
comum – em média, 25% do custo de um ECF –,
a racionalização de outros recursos tecnológicos
e materiais, a padronização e uniformização do
documento fiscal no país são alguns dos exem-
plos de benefícios para as empresas do varejo
com o uso da NCF-e. Além disso, o novo mode-
lo operacional permite a adoção de tecnologias
inovadoras baseadas em mobilidade - tais como
smartphone e tablets - dentro do processo de ne-
gócios, agregando valor aos serviços oferecidos
ao cliente.
No Brasil, algumas empresas do varejo – dos
mais diversos segmentos - já transformaram essa
oportunidade em realidade, graças às inovações
tecnológicas decorrentes do uso da NFC-e. Os co-
laboradores incorporam o tablet e o smartphone
como ferramentas de trabalho e usam aplicativos
de vendas embarcados integrando os processos
de pedido de venda, pagamento e emissão de
NFC-e ao próprio sistema de gestão empresarial.
Desde 2013 implantado de forma gradual em
todo o país, a NFC-e fez com que as administra-
ções tributárias estaduais investissem na prepara-
ção de um parque tecnológico capaz de suportar a
demanda para processar e armazenar o grande vo-
A NFC-e e a modernização
do varejo no Brasil e no RN
marconI BrasIL
soarEs DE souza
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21. > Quorum em Revista < 21
* Marconi Brasil Soares de Souza é mestre em administração, professor efetivo da Faculdade Mau-
rício de Nassau, auditor fiscal do Estado do RN e atual como líder estadual do projeto NFC-e
artIGo
Peças e acessórios veí-
culos e motos
Informática, telefonia,
eletrodomésticos
Eletrodomésticos, peças e
acessório de eletrônicos,
Móveis, tecidos, livrarias,
material esportivo
Produtos alimentícios,
bebidas e fumo
Postos de combustíveis
Farmácias, cosméticos,
perfumarias, óticas
Lojas de vestuário, cal-
çados, jóias
Peças e acessórios veí-
culos e motos
Informática, telefonia,
eletrodomésticos
Eletrodomésticos, peças e
acessório de eletrônicos,
Móveis, tecidos, livrarias,
material esportivo
1/Janeiro/2017 1/Abril/2017 1/Julho/2017
lume de informações. Atualmente, cerca de
300 milhões de documentos fiscais do varejo
são emitidos mensalmente por mais de 200
mil estabelecimentos espalhados pelo país.
A quase totalidade de unidades federadas do
Brasil (26, de um total de 27) autoriza o uso, ou
já sinaliza, pela adoção da NFC-e. Esses fatos
corroboram o sucesso da implantação e a efe-
tiva padronização e uniformização do uso do
novo documento fiscal eletrônico.
No Rio Grande do Norte, a SET – Secre-
taria de Estado da Tributação, órgão respon-
sável pela administração tributária estadu-
al, sinalizou claramente pela adoção ampla
da NFC-e em substituição aos documen-
tos anteriores, cupom fiscal e nota fiscal
modelo 2 (talonário em papel). O decreto
26.002/2016, publicado em abril de 2016,
alterou o R-ICMS/RN e instituiu a NFC-e,
sua operacionalização e todos os procedi-
mentos associados. A similaridade com o
modelo operacional da NF-e (utilizado na
venda entre empresas) é marcante e facilita,
sobretudo, a sua implantação pelos estabe-
lecimentos comerciais.
Além disso, o mesmo instrumento nor-
mativo definiu os prazos de obrigatorie-
dade de uso da NFC-e no RN pelo varejo
e demais estabelecimentos de venda para
consumidor final, de forma escalonada por
segmento econômico, entre janeiro e julho
de 2017, como mostrado no quadro 1. Em
termos práticos, significa dizer que todo e
qualquer estabelecimento comercial po-
tiguar que realize venda para consumidor
final, independentemente da atividade, de-
verá adotar essa sistemática no próximo
ano. Exceção prevista para estabelecimento
inscrito na condição de MEI (micro empre-
sário individual).
As empresas podem se antecipar à obri-
gatoriedade e aderir voluntariamente ao
novo documento fiscal e, assim, planejar
a migração do sistema de gestão, proceder
com a substituição dos equipamentos ECF
e passar a usufruir dos benefícios da NFC-e
para o varejo. No RN, em outubro de 2016,
mais de 1.800 estabelecimentos já adota-
ram e aprovaram o novo modelo. Juntos,
emitem cerca de 2 milhões de documentos
eletrônicos por mês. A tendência é de au-
mento dessa adesão, na medida em que se
aproxima o prazo para a obrigatoriedade, a
partir de 2017.
Rapidamente, a NFC-e tornou-se uma
realidade no país, transformando de forma
positiva e irreversível a maneira de fazer
varejo. Percebe-se, portanto, uma conver-
gência de ações promovidas pela adoção da
NFC-e e pela integração das novas tecno-
logias que oportunizam a modernização do
varejo no Brasil e no Rio Grande do Norte.
Principais segmentos obrigados ao uso da NFC-e no RN
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22. > Quorum em Revista <22
Depoimentos
GILBERTO ALVES ROCHA
Hugo Taixo
Luiz Antonio
Contabilista e Bacharel em Direito, trabalhando
como gerente contábil e fiscal, há 25 anos no gru-
po A.Gaspar, composto pelas empresas: construto-
ra A Gaspar s/a, a G Hoteis e Turismo s/a (Ocean
Palace), Raros Agro Industria Produtos Aromáticos
S/A, todas de lucro real e sociedades anônimas e,
tendo em vista a complexidade das obrigações
principais e acessórias, hoje tão absurdamente exi-
gidas por parte dos entes federativos, necessário se
faz estarmos sempre nos reciclando para atender
estas demandas, e ,para isto, contamos com um
belo oferecimento de cursos e seminários por par-
te da quórum soluções, através do seu sócio o se-
nhor Marcos Dantas. O Brasil vive, atualmente,
uma terrível crise entre os 3 poderes, tendo como
consequência disso mudanças constantes nas le-
gislações, tributária, previdenciária, contábil, fiscal
e societária. Contamos sempre com a Quórum So-
luções, pois ela está antenada com estas mudan-
ças e nos oferecendo cursos diversos ministrados
por excelentes instrutores.
Contabilista, CRC-RN sob nº 3.194 SRJ, responsável pelas escri-
tas fiscais das empresas do Grupo SALINOR, com Matriz no Rio
de Janeiro-RJ e Filiais nos Estados de São Paulo e Rio Grande do
Norte, tenho participado, juntamente com minha equipe de vá-
rios treinamentos ministrados pela empresa QUORUM Soluções
Empresariais, nas cidades de Natal e Mossoró, e por meio destes
treinamentos fizeram com que aumentássemos os nossos conhe-
cimentos das matérias relacionadas aos assuntos de ordem fiscal,
tributária e contábil.
A empresa QUORUM Soluções Empresariais está de parabéns
por ministrar esses treinamentos, pois tem engrandecido o co-
nhecimento da classe contábil.
Sempre acreditei na dedicação, na perseverança,
e assim acredito na Quorum Soluções Empresariais,
como uma parceira dos contadores e dos empresá-
rios, que ao longo dos anos dedicou-se a nos oferecer
treinamentos, sistemas e outros produtos que auxi-
liam os empresários na busca de bons resultados.
Optar pela QUORUM em seus treinamentos, é
buscar se qualificar com qualidade. É um investi-
mento com retorno imediato, diante da segurança
em aplicar o aprendizado no dia-a-dia.
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23. > Quorum em Revista < 23
Quorum Contabilidade.indd 23 08/11/2016 17:38:40
24. > Quorum em Revista <24
artIGo
Uberização, mobilidade, Big Data, gamificação,
internet das coisas, indústria 4.0. O que esses con-
ceitos tão frequentes no mundo corporativo têm
a ver com o universo dos escritórios contábeis?
Durante o 20º Congresso Brasileiro de Contabi-
lidade, que ocorreu em Fortaleza, de 11 a 14 de se-
tembro, pude constatar que chegamos ao ponto de
inflexão na curva de desenvolvimento dos negó-
cios contábeis e que todos esses novos pensamen-
tos têm convergido para uma transformação ainda
mais profunda no modelo de negócios do setor.
Ao observar e analisar detalhadamente todos
os expositores e prestar atenção a cada palavra
dita pelas centenas de pessoas que me procura-
ram para trocar ideias sobre a evolução do setor
contábil, alguns fatos ficaram evidentes. O prin-
cipal deles é que, por mais que os escritórios se
esforcem no sentido de melhorar a sua gestão,
há significativa pressão pela redução de preços,
acompanhada pela enorme elevação dos custos.
Muitos, inclusive, chegaram a me relatar que
estavam se desfazendo de bens pessoais para
cobrir o caixa do escritório, dado o cenário atual,
agravado pela inadimplência oriunda da crise que
se instaurou em nosso país.
Em contrapartida, alguns poucos empreende-
dores da contabilidade esboçavam um largo sorri-
so, traduzindo os bons resultados de suas empresas.
Estes, claramente, colhiam os frutos do investimen-
to constante em inovação no modelo de negócios.
Na outra ponta, a maioria absoluta dos exposito-
res foi formada por empresas do setor de tecnologia
da informação. Enquanto metade dos fornecedores
de TI apresentavam soluções velhas para proble-
mas igualmente velhos, a outra fatia trazia inova-
ções como nunca antes vistas em anos anteriores.
Era como uma competição de taxímetros
mais modernos contra soluções, de fato, inovado-
ras, como o aplicativo Uber. Nem é preciso dizer
quem chamou mais atenção, né? Acredito mesmo
que boa parte das empresas do primeiro grupo
não estarão no próximo Congresso.
Mas o que está acontecendo? Explico fazendo
referência à mudança a que todas as atividades
econômicas estão sujeitas: a Quarta Onda da Re-
volução Industrial!
As primeiras ondas da Revolução Industrial
A primeira onda, no século XVIII, foi marcada
pA primeira onda, no século XVIII, foi marcada pela
mudança do processo produtivo artesanal pela li-
nha de produção e pela mecanização do trabalho. O
setor contábil também passou por essa transforma-
ção, mas em um tempo não tão distante.
Os escritórios adotaram máquinas e criaram
processos para escrituração de livros contábeis e
fiscais. Ainda hoje é possível conhecer essas má-
quinas no Museu Brasileiro da Contabilidade, man-
tido pelo Conselho Federal.
Com o aperfeiçoamento das máquinas e o uso
da energia elétrica, a Segunda Onda surgiu nos
Estados Unidos, ao final do século XIX. Máqui-
nas mais sofisticadas e tecnologias de comu-
nicação, como telefone, telex e fax marcaram
alguns avanços nas organizações contábeis bra-
sileiras na década de 1980.
O surgimento da informática deu início à Tercei-
ra Onda da Revolução Industrial. Da mesma forma,
os escritórios começaram a utilizar tais recursos a
partir do final dos anos 80. Grandes ganhos de pro-
dutividade se multiplicaram desde então: técnicas
Contador 4i: a quarta Onda
nos Negócios Contábeis
roBErto DIas DuartE
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25. > Quorum em Revista < 25
* É professor, mentor de empresas de tecnologia e presidente do Conselho de Administraçãoda NTW Franquia Contábil
industriais de controle da produção e programas de
melhoria da qualidade passaram a ser largamente
empregadas, o que fez muitas organizações contá-
beis conquistarem certificações ISO, seguindo os
passos da indústria.
O mundo 4i
O dilema atual é que muita gente ainda não se
deu conta de que estamos vivendo a Quarta Onda,
que deu origem ao termo Indústria 4.0 ou, simples-
mente, 4i. Automação extrema, hiperconectivida-
de, computação em nuvem e a internet das coisas
mudaram radicalmente o perfil dos consumidores.
O tempo de espera deixou de ser medido em
minutos. Alguns segundos já são suficientes para
irritar qualquer um. Qualidade em produtos e
serviços tornaram-se commodities e não é mais
considerada ponto de vantagem competitiva.
A hiperinformação do consumidor e a ultra-
competicão, por sua vez, criaram uma feroz con-
corrência por preços. Máquinas conectadas pro-
duzem informações e automatizam processos de
forma inimaginável. E o cliente só consegue per-
ceber valor em serviços que proporcionam uma
experiência incrível e memorável.
Tecnologias disruptivas: o alicerce do Contador 4i
Essa já é a realidade que vivemos nas empre-
sas (não mais escritórios) contábeis. Quem poderia
conceber a ideia de um scanner que armazena os
documentos em nuvem, classificando-os, organi-
zando-os e compartilhando-os automaticamente?
E essa máquina “ïnteligente” e conectada ainda ge-
rar o lançamento contábil? Esses são um (apenas
um) dos usos da internet das coisas que começa-
ram o movimento de disrupção no mercado.
Aplicativos, obviamente em nuvem, que conec-
tam fiscos, clientes, empresas contábeis, clientes
dos clientes e fornecedores dos clientes, utilizando
os documentos fiscais digitais. E esses aplicativos
ainda geram os lançamentos contábeis.
Contratos compartilhados entre as partes in-
teressadas, assinados no próprio smartphone do
signatário, com validade jurídica e fluxo de assi-
naturas e aprovações controlado automaticamen-
te. E… não preciso mais guardá-los!
Sistemas de apoio à gestão, obviamente em nu-
vem, usando conceitos de videogames? Tudo para
facilitar a vida do usuário (que não é mais usuário,
é um cliente que quer uma experiência incrível). E
ainda geram os lançamentos contábeis!
Enfim, a Quarta Onda está causando uma gi-
gantesca transformação no mercado. Tanto forne-
cedores de “taxímetro” quanto os “taxistas” estão
entrando em declínio acelerado. Por outro lado, há
empreendedores inovadores criando (ou recrian-
do) modelos de negócios contábeis de altíssimo
desempenho e entregando valor a seus clientes.
A questão é: você já percebeu isso? Os seus
clientes, posso garantir, já estão vivendo esse
novo cenário e a única alternativa para sua em-
presa se manter competitiva é adaptar-se ao novo
e desafiador mundo do Contador 4i.
*Roberto Dias Duarte é professor, mentor de
empresas de tecnologia e presidente do Conselho
de Administração da NTW Franquia Contábil.
artIGo
Quorum Contabilidade.indd 25 08/11/2016 17:38:41
26. > Quorum em Revista <26
Atualização
A partir de janeiro de 2018, a comunica-
ção entre empresas, órgãos e entidades do
governo federal – entre elas Caixa Econô-
mica Federal, Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), Ministério da Previdência
(MPS), Ministério do Trabalho e Emprego
(MTE) e Secretaria da Receita Federal do
Brasil (RFB) - seguirá novos rumos.
Isso porque entra em vigor a nova obri-
gatoriedade que unificará a base de recebi-
mento de dados trabalhistas, previdenciá-
rios e tributários, de modo que assim haja
um cruzamento de dados, bem como a eli-
minação gradual de inúmeras obrigações
acessórias atreladas à contratação de cola-
boradores, quer seja com vínculo empre-
gatício ou sem vínculo, o chamado eSocial.
A nova forma de comunicação, antes
prevista como parte integrante do Pro-
grama do Sistema Público de Escritu-
ração Digital (Sped), agora possui portal
de informações separado que foi lança-
do em junho de 2013, no endereço www.
esocial.gov.br.
Como se preparar para o
eSocial
Quorum Contabilidade.indd 26 08/11/2016 17:38:41
27. > Quorum em Revista < 27
Atualização
eSocialnão
atinge
somenteum
departamento,
masdiversas
áreasda
empresa
Diante do acima exposto, sa-
lientamos que o eSocial abran-
gerá os empregados regidos pela
CLT; os empregados domésticos;
os servidores públicos federais,
estaduais e municipais; o traba-
lhador rural; o trabalhador avulso;
o trabalhador temporário; o con-
tribuinte individual; trabalhador
cujo contrato individual de traba-
lho esteja suspenso, pela licença
médica ou pelo afastamento por
gozo de benefício previdenciário
de auxílio doença ou de aposen-
tadoria por invalidez; o cooperado
e o estagiário.
Há uma grande jornada pela
frente e, para perfeita adequação a
esse novo cenário, é indispensável
o envolvimento de toda empresa,
pois o eSocial não atinge somente
um departamento, mas diversas
áreas da empresa, por exemplo,
Tecnologia da Informação, Re-
cursos Humanos, Departamento
Pessoal, Compras, Fiscal, Jurídico,
Contabilidade, Segurança do Tra-
balho entre outros.
Por isso, é necessário seguir
alguns passos para que não haja
dificuldade na implantação e ade-
quação ao eSocial, desta forma, é
importante primeiramente orga-
nizar todos os dados do empre-
gador e dos empregados, a fim de
evitar riscos trabalhistas e autua-
ções do Ministério do Trabalho e
Emprego, do INSS e da Receita Fe-
deral, ou seja, revisar os cadastros
dos empregados com relação à
consistência do cadastro existen-
te no banco de dados do CNIS –
Cadastro Nacional de Informações
Sociais versus CPF – Cadastro de
Pessoa Física).
Em segundo lugar, é muito
importante a verificação do cor-
reto preenchimento dos laudos
ambientais e condições de riscos
(PCMSO – Programa de Contro-
le Médico de Saúde Ocupacional;
PPRA – Programa de Prevenção de
Riscos Ambientais; e o PPP – Perfil
Profissiográfico Previdenciário).
A respeito do risco de autua-
ção pelas empresas sobre a carga
tributária, recomendo a realização
O que é o programa eSocial?
O eSocial – Sistema de Escritu-
ração Digital das Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e Trabalhistas – é
uma ferramenta eletrônica desen-
volvida pelo Governo Federal, insti-
tuída pelo Decreto nº 8.373/2014, que
sistematiza, por meio de um canal
único, as informações fiscais, pre-
videnciárias e trabalhistas de todos
os empregados, tendo por finalidade
padronizar sua transmissão, valida-
ção, armazenamento e distribuição,
constituindo-se em um ambiente
nacional, importante frisar o artigo
2º desse Decreto que menciona:
“Art. 2º O eSocial é o instrumento de unificação da prestação das infor-
mações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e
trabalhistas e tem por finalidade padronizar sua transmissão, validação, ar-
mazenamento e distribuição, constituindo ambiente nacional composto por:
I - escrituração digital, contendo informações fiscais, previdenciárias e tra-
balhistas;
II - aplicação para preenchimento, geração, transmissão, recepção, validação
e distribuição da escrituração; e
III - repositório nacional, contendo o armazenamento da escrituração.
§ 1º A prestação das informações ao eSocial substituirá, na forma disciplina-
da pelos órgãos ou entidades partícipes, a obrigação de entrega das mesmas
informações em outros formulários e declarações a que estão sujeitos:
I - o empregador, inclusive o doméstico, a empresa e os que forem a eles
equiparados em lei;
II - o segurado especial, inclusive em relação a trabalhadores que lhe pres-
tem serviço;
III - as pessoas jurídicas de direito público da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios; e
IV - as demais pessoas jurídicas e físicas que pagarem ou creditarem por si
rendimentos sobre os quais tenha incidido retenção do Imposto sobre a Renda
Retido na Fonte - IRRF, ainda que em um único mês do ano-calendário”.
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28. > Quorum em Revista <28
Atualização
de um estudo acerca da incidência
de FGTS, INSS, IRRF, Contribuição
Sindical, das rubricas (verbas tra-
balhistas), principalmente se tem
discussão na esfera judicial ou ad-
ministrativa sobre determinada
verba, pois o sistema não avisará se
a correlação de incidência está cor-
reta ou não, mas com certeza esse
será um dos pontos primordiais de
cruzamento da fiscalização.
Neste artigo não daria para re-
tratar todos os pontos de atenção
e alertas sobre o eSocial. Assim,
é evidente que a capacitação da
equipe também será outro pon-
to crucial para prevenir o envio
de informações erroneamente
aos órgãos competentes. O eSo-
cial transporta para o ambien-
te digital obrigações que já são
cumpridas pelas empresas atu-
almente, entretanto, existem no-
vas informações cadastrais sobre
funcionários que passarão a ser
obrigatórias, segundo previsto no
layout do sistema.
Não tenho dúvida de que o
eSocial não é só uma revisão dos
processos nas empresas, mas
também uma mudança cultural.
Isso porque softwares só apoiam
processos. Se a empresa trabalhar
com automatização de processos
errôneos, o fisco seja informado
mais rapidamente dos erros co-
metidos pela empresa, mas com
um detalhe muito importante:
riqueza de provas e detalhes das
informações.
Em resumo, se hoje você não
cumpre as normas da CLT (Con-
solidação das Leis do Trabalho),
com o eSocial você informará
isso mais rapidamente ao Fisco.
A expectativa é de que as obri-
gações acessórias hoje existentes
diminuam em médio prazo. Con-
tudo, neste primeiro momento,
empresas, contabilistas e demais
envolvidos estão se adaptando
às atuais e às novas exigências,
como recentemente foi disponi-
bilizado o manual da versão 2.2 e
seus layouts. Esse material deve
ser analisado com muito carinho,
pois parece a implantação será
morosa, porém, digo-lhes que a
contagem regressiva já começou
há muito tempo.
Um grande ganho com esse sis-
tema é para o trabalhador, princi-
palmente o autônomo, pois terão
no sistema eletrônico as informa-
ções já inseridas no Cadastro Na-
cional de Informação Social (CNIS),
o que facilita a vida do trabalhador
quando, por exemplo, necessita
da concessão de um benefício do
INSS. Antes, ele tinha que, dife-
rentemente do trabalhador com
carteira assinada, provar vínculo
de prestação de serviço e guardar
documentos utilizados na época.
Com esse novo modelo, esses pro-
fissionais também poderão fiscali-
zar o próprio cadastro, evidencian-
do as prestações de serviço.
Já para os funcionários, o go-
verno espera que o eSocial per-
mita aos próprios trabalhadores
“fiscalizem” se as empresas estão
cumprindo as obrigações, como o
depósito do FGTS, e tenham mais
facilidade para a elaboração de
provas para concessão de bene-
fícios previdenciários. Da mesma
maneira, as empresas terão como
comprovar de forma mais fácil
que estão em dia e não devem
nada aos colaboradores.
O eSocial faz com que a rela-
ção entre empregados e empre-
gadores seja mais transparente.
Muitos questionam as multas
específicas do eSocial, eu sempre
menciono que, como nesse siste-
ma há interface de dados com 5
(cinco) órgãos envolvidos no pro-
jeto, se houver omissão ou erro de
informação, a empresa poderá ser
autuada pela mesma informação
por mais de um órgão no caso de
ter previsão legal para esse dado
omisso, fora de prazo ou errado,
por exemplo, falta de registro do
funcionário quando do início da
prestação de serviço.
Como todas essas informações
são transmitidas online, ressalta-
mos que todos os arquivos serão
no formato XML, implicando em
cada evento corresponder a um ar-
quivo, e a folha de pagamento será
desmembrada por trabalhador, em
outras palavras, se a empresa tem
100 funcionários, no mínimo, se-
rão transmitidos 100 arquivos.
Por fim, voltando às obriga-
ções acessórias, vale destacar que
o eSocial substituirá uma série
delas, sejam o livro de registro de
empregado, a folha de pagamen-
to, a Comunicação de Acidente de
Trabalho (CAT), o perfil profissio-
gráfico previdenciário, o arquivos
eletrônicos entregues à fiscaliza-
ção (Manad), o termo de rescisão
e formulários do seguro desem-
prego, a Guia de Recolhimento do
FGTS e Informações à Previdên-
cia Social (Gfip), a Relação Anual
de Informações Sociais (Rais), o
Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged) e a De-
claração do Imposto de Renda Re-
tido na Fonte (Dirf).
Quorum Contabilidade.indd 28 08/11/2016 17:38:42
30. > Quorum em Revista <30
JuscILEIDE FErrEIra
Resgate de ações e valores
Falar da Academia Norte-Rio-Grandense de Ci-
ências Contábeis (ACADERNCIC) significa homena-
gear seu fundador e o patrono da contabilidade poti-
guar, o Professor Contador Ulyssis Celestino de Góis.
A Academia iniciou as atividades no dia 16 de
julho de 1977, por idealização do grandioso mestre
Ulyssis, que se associou aos 39 jovens fundadores
em prol do desenvolvimento dos aspectos práti-
co e científico da contabilidade.
Trata-se de uma instituição estadual, sem fins
lucrativos ou econômicos, com prazo indetermi-
nado e sede, em Natal-RN, na Praça André de Al-
buquerque, nº 04, sala 01- Cidade Alta, prédio do
Sindicato dos contabilistas no Estado do RN.
Possui por objeto a valorização educacional e
cultural, a imagem, desenvolvimento e estímulo
ao conhecimento filosófico, científico e tecno-
lógico das Ciências Contábeis, inclusive na ação
socioambiental. Visando a cumprir seu escopo
abrange todos os aspectos educacionais e cultu-
rais, de comunicação, difusão e informação ao fiel
cumprimento de seus objetivos.
As 40 cadeiras da ACADERNCIC estão ocupa-
das por membros fundadores e efetivos, conta-
bilistas brasileiros e bacharéis em Ciências Con-
tábeis de mérito reconhecido, domiciliados nesta
capital ou em outros municípios do RN, patroci-
nados por nomes que se destacam no Brasil pelo
exercício profissional da contabilidade, magisté-
rio ou em atividades afins.
Sendo uma instituição com 39 anos de exis-
tência, registra-se que ela, após o falecimento do
professor Ulyssis, em dezembro de 1990, passou
por um período de 20 anos em silêncio. Retornou
suas atividades no dia 06 de maio de 2010, por
ocasião de um fórum no Auditório da Reitoria da
Universidade Federal do RN que abordou a temá-
tica, Academia Norte-Rio-Grandense de Ciências
Contábeis: uma busca através dos tempos. Projeto
de responsabilidade do Departamento de Ciências
Contábeis – UFRN, encabeçado pela professora
Márcia Chacon, com a colaboração da contadora
Jucileide Ferreira Leitão.
Após esse resgate, a instituição destaca-se pelo
cumprimento do seu objetivo social, mediante a
realização de cursos e divulgação da história con-
tábil potiguar. Por essa ótica, torna-se capacitadora
do programa de educação continuada do Conselho
Federal de Contabilidade (CFC), por meio da reali-
zação de inúmeros eventos. Vale destacar, o Fórum
Internacional da história contabilística: Portugal
– Brasil, ocorrido no dia 13 de julho de 2013, em
Natal/RN; além dos eventos voltados à discussão
da internacionalização da contabilidade nos exer-
cícios de 2014 e 2015. Em 2016, concretizaram-se
inúmeras ações que receberam pontuação do CFC:
1- IFRS aplicadas às pequenas e médias empresas
– de Mossoró, Caicó e Natal; 2- Auditoria voltada
às Normas Internacionais – Natal; 3- Contabilidade
aplicada ao setor público – Natal; e 4- Cursos de pe-
rícia com visão teórica e prática –Mossoró e Natal.
Para a divulgação da história contábil potiguar,
criou-se o Memorial Contador Professor Ulyssis
Celestino de Góis, resultado de uma parceria com
o Conselho Regional de Contabilidade do RN-CR-
CRN e o SINDCONTRN, e aberto para visitação da
sociedade contábil potiguar na sede do Sindicato
dos Contabilistas no Estado do RN.
O lemático da Academia está representado
pelo “Ad Augusta Per Augusta”, que significa: Vai-
-se a coisas grandiosas, por meio de coisas gran-
diosas. Nesse contexto, percebe-se que a história
representa a trajetória cultural de um povo, de
uma categoria. E assim, apresentam-se as novas
gerações à linha do tempo da profissão contábil
em nosso Estado.
* Presidente da Academia Norte-Rio-Grandense de Ciências Contábeis (ACADERNCIC)
artIGo
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31. > Quorum em Revista < 31
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
> QQuorum em RevistaQuorum em RevistaQuorum em Revistauorum em Revistauorum em Revistauorum em Revista < 3131
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32. > Quorum em Revista <32
Segurança
Como se proteger contra o
em computadores
sequestro de dados
É extremamente comum a ocorrência de incidentes, onde empre-
sas (de grande, médio e pequeno porte) são afetadas pelo sequestro
de dados informáticos. Esta modalidade de crime se baseia na in-
disponibilidade ao acesso legível de arquivos às vítimas, com base
em tecnologia que visa o embaralhamento (criptografia) do conteúdo
destes respectivos arquivos. Nestes casos, o responsável pelo ataque,
solicita um valor financeiro, visando o fornecimento de código que
promete o retorno do acesso aos respectivos arquivos afetados. Este
tipo de ataque aos sistemas informatizados também se denomina
Ransomware (que do inglês significa sequestro de dados).
Por Marcelo Lau
Quorum Contabilidade.indd 32 08/11/2016 17:38:47
33. > Quorum em Revista < 33
Segurança
Dentre estas empresas afetadas
por um Ransomware, estão estabele-
cimentos comerciais e empresas de
contabilidade, dentre outras empresas,
que detêm dados de seus respectivos
clientes. A área de TI (Tecnologia da
Informação) ou área de informática,
nada podem fazer para o restabeleci-
mento destes dados, quando a empre-
sa vitimada não possui medidas mí-
nimas em Segurança da Informação.
Os dados mais importantes, afeta-
dos por este tipo de ameaça, são ban-
cos de dados e arquivos atrelados à
produtividade como planilhas, docu-
mentos textuais, pois o sequestro de
dados visa indisponibilizar arquivos
de forma seletiva, visando o compro-
metimento de arquivos mais impor-
tantes às empresas.
Algumas medidas podem e devem
ser adotadas, visando a redução de
riscos de uma empresa a este tipo de
ameaça, onde se destaca em primei-
ro lugar a identificação de todos os
arquivos críticos à empresa (mesmo
os arquivos mais antigos que possam
vir a ser requeridos por necessidades
técnicas, operacionais, legais, dentre
outros motivos). Uma vez identifica-
dos tais conteúdos, recomenda-se a
adoção de realização de cópia de se-
gurança (também denominado como
backup), que tem como objetivo sal-
vaguardar em local seguro tais infor-
mações. Para que estas ações sejam
realizadas com sucesso, espera-se que
seja adotado um processo, alinhado a
tecnologias que permitam a realiza-
ção de cópias de segurança em mídia,
sendo esta salvaguardada em local
seguro (com acesso restrito à mesma)
e preferencialmente externo às insta-
lações do local onde residem os dados
da empresa. Se tem casos de compro-
metimento de dados pelo sequestro
de arquivos, onde a empresa afetada
contava com backup, entretanto o
mesmo se encontrava conectado em
sistemas afetados pelo Ransomware.
Nesta condição, infelizmente, os da-
dos salvaguardados também tinham
sido comprometidos pelo atacante.
Outra preocupação atrelada à esta
ameaça, está relacionada à forma que
o Ransomware atinge sistemas e ar-
quivos na empresa. É comum que tal
ameaça venha a afetar um compu-
tador e por meio deste comprometi-
mento, demais outros computadores
sejam afetados em sequência, portan-
to a velocidade de identificação des-
ta ameaça determina a extensão de
computadores e dados afetados pelo
sequestro de dados.
Neste ponto, é recomendado que
empresas sejam cautelosas ao uso de
mídias removíveis como pen drives,
que consiste em um dos vetores de in-
fecção de computadores por este tipo
de ameaça (mesmo que um antivírus
esteja instalado e em funcionamento
no computador). Além disto, é im-
portante que o acesso à internet seja
devidamente controlado por tecnolo-
gias que realizem a filtragem ao aces-
so à sites, pois isto reduz a probabili-
dade de infecção do computador em
função do acesso indevido à algum
link que leve a vítima ao download
do Ransomware. Algumas restrições
ainda complementares podem ser
realizadas, desde que os profissionais
de TI ou a área de informática tenha
habilidade em “blindar” o ambiente,
reduzindo a propensão de ocorrências
indesejáveis como estas, atreladas ao
sequestro de dados.
Independente destas ações aqui
recomendadas, ainda se torna impres-
cindível a orientação dos usuários de
computadores sobre os riscos atrela-
dos ao sequestro de dados e respecti-
vas boas práticas que podem vir a ser
adotados. Estas ações são denomina-
das como conscientização, e esperam
que as orientações disseminadas aos
funcionários possam não só impedir
eventos indesejados como este, mas
também serve como elemento de
alerta, caso alguém possa identificar
uma potencial ameaça que possa vir a
comprometer os dados e as respecti-
vas informações.
Quorum Contabilidade.indd 33 08/11/2016 17:38:48
34. > Quorum em Revista <34
marcELo Dos santos
Inovação Disruptiva: quatro formas de
gerar valor no escritório contábil?
Como você, contador, quer ser percebido pelo
mercado e por seus clientes? Você quer ser vis-
to como um empresário que busca a inovação
na contabilidade ou prefere manter-se na zona
de conforto, sem grandes diferenciais em meio à
concorrência? Basta ver o que está acontecendo
em diversos segmentos: a queda das livrarias tra-
dicionais, com o advento da Amazon e seu mo-
delo de e-commerce seguido em todo o mundo;
o fim da era PC (computadores pessoais), com a
disseminação e o aumento do poder de proces-
samento dos smartphones; até a reviravolta da
indústria de táxis, com a chegada do Uber. Todos
esses exemplos de inovação disruptiva estão re-
volucionando os seus segmentos tradicionais de
atuação, fazendo com que as empresas tradicio-
nais do ramo precisem se reinventar ou, até mes-
mo, fecharem as portas. No segmento contábil, o
contador do futuro precisa também buscar inova-
ção para seus serviços.
Ser bem sucedido é ter entusiasmo para adap-
tar-se ao mundo em rápida mudança. Mas como
você pode capitalizar essas tendências de inovação
disruptiva e diferenciar sua prática daquelas orga-
nizações contábeis que ainda estão presas ao pas-
sado? E mais, como essa inovação contábil pode
ser transformada em valor para o seu escritório e
percebida por seus clientes? No blog ContaAzul
para Contadores, você já leu sobre segmentação,
franquias contábeis, proximidade com o cliente,
formas de buscar produtividade e como mostrar
seu valor para posicionar-se e firmar seu espaço.
Tudo isso é de grande relevância para gerar
diferenciação e, neste artigo, serão apresentadas e
reforçadas mais quatro dicas de como o contador
do futuro pode transformar a inovação disruptiva
em valor para a sua organização contábil. Confira:
1. Conteúdo de valor
A publicidade tradicional não está mais fun-
cionando. A dica é criar um conteúdo “matador”,
a partir de postagens no blog do seu site, com
orientações para melhorar a organização das in-
formações contábeis para as PMEs. Por exemplo,
você pode demonstrar o seu talento e inteligência
para atuais e potenciais clientes. Não esqueça que
postagens utilizando o recurso de vídeo criam
diferenciais e um chamariz no excesso de infor-
mações disponíveis hoje. Uma sugestão é incluir
na proposta de trabalho o acesso a conteúdos e
vídeos educativos.
2. Mobilidade
A adoção generalizada de dispositivos móveis
possibilitou uma enorme mudança para qualquer
negócio. Certifique-se de otimizar o seu conteúdo
online para smartphones. Qualquer um que faça
uma busca online deve ver, em primeira mão, um
mapa e uma descrição geral do seu negócio no
Google. Se ainda não o fez, essa é a primeira coisa
que você deve corrigir para ter presença online.
É preciso, contudo, estar preparado para ser ágil
no atendimento. Certifique-se de que você está
conectado para resolver potenciais momentos
de insatisfação do cliente, dúvidas e desejos. Por
“você”, entenda-se todos os pontos de contato da
sua empresa com o cliente.
O sucesso de Uber foi devido ao fato de que seus
carros realmente aparecem rapidamente ao serem
chamados e você pode ver a localidade deles, o que
não ocorre para a maioria das pessoas ao chamar
um táxi. Com isso, as centrais de táxi tiveram que
rapidamente adotar as mesmas tecnologias mobi-
le do Uber, a fim de buscar competitividade.
artIGo
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35. > Quorum em Revista < 35
3. Previsão de sucesso
Com dados ricos sobre o desempenho dos ne-
gócios prontamente disponíveis nas plataformas
em nuvem, é hora da organização contábil pensar
em si mesma como uma empresa de gestão de
processos de negócios. O contador pode (e deve!)
aproveitar a riqueza de dados de seus clientes
para obter uma maior compreensão sobre a sua
saúde financeira. Usando um software de integra-
ção contábil na nuvem, como o ContaAzul para
Contadores, é possível analisar rapidamente o que
está acontecendo no negócio do cliente e forne-
cer um serviço de maior valor agregado do que
simplesmente realizar obrigações fiscais.
Muitas vezes, as questões financeiras das em-
presas causam mais falhas para o negócio do que
as condições de mercado. Por isso, contar com a
tecnologia para trabalhar de forma integrada com
um contador que atue de forma consultiva, leva
ao aumento das receitas para os clientes. Passan-
do da economia da atenção para a economia da
intenção, você ajuda seus clientes a compreender
e aproveitar essa mudança em seu benefício.
4. Propósito
Propósito pode ser definido como um modo
único e autêntico, por meio do qual sua marca faz
a diferença no mundo. O publicitário americano
Joey Reiman, apontado como um dos gurus que
estão mudando as formas de trabalho, quer aju-
dar as empresas a identificar seu “propósito” – e
lucrar com isso. Reiman foi o responsável pela in-
ternacionalização das sandálias Havaianas para a
Alpargatas. “Descobrimos que a marca vai muito
além dos chinelos. Ela vende a alegria de viver do
povo brasileiro e hoje é um sucesso de vendas em
todo o mundo.”
A Apple, uma das marcas mais admiradas e
desejadas do mundo, também é um ótimo exem-
plo de propósito que gera valor. Steve Jobs dizia
que sua empresa não vende computadores ou
smartphones, vende design, inovação e criativi-
dade. Outro caso de sucesso é americana Graco,
uma das líderes mundiais de assentos infantis e
carrinhos de bebês. Antes, quando limitava-se a
fabricar e vender seus produtos, faturava 450 mi-
lhões de dólares. A partir do momento em que
estabeleceu como propósito ajudar os pais a criar
melhor seus filhos e direcionar suas ações para
isso, em uma década, o faturamento mais que do-
brou, para 1,3 bilhão de dólares.
Em relação aos negócios, quando o propósito
pessoal é bem definido, é muito provável que o
da empresa também seja. Em consequência disso,
fica muito mais fácil promover uma oferta de va-
lor para o mercado, porque você consegue trans-
mitir confiança naquilo que oferece.
Você pode escolher ser engolido pelas mudan-
ças disruptivas ou abraçar essa inovação, garan-
tindo que a sua organização contábil esteja numa
posição mais para Uber e Amazon do que para a
livraria da esquina ou para o velho táxi. Na con-
tabilidade do futuro, o software online na nuvem
disponível, acessível e integrado é o suporte para
gerar inovação disruptiva.
* Sócio & Head do ContaAzul para Contadores
artIGo
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36. > Quorum em Revista <36
Metas
Coloque um tubarão
no seu próprio aquário
DICAS DE GESTÃO
O ser humano em geral é um
ser que nasceu para ser desafiado.
Durante milhões de anos tivemos
que correr para conquistar nos-
sos objetivos. Ainda na época das
cavernas éramos desafiados para
conseguir alimentos, fugir dos
predadores, procriar e dar conti-
nuidade à espécie.
Os japoneses, por exemplo,
sempre gostaram de peixe fresco.
Contudo, as águas perto do Japão
não produzem peixes há bastan-
te tempo. Assim, para abastecer a
população, os japoneses começa-
ram a fabricar navios pesqueiros
maiores, que pudessem ir a gran-
des distâncias. Quanto mais longe
iam, mais demoravam para retor-
nar com os peixes, que chegavam
“passados”, desagradando os con-
sumidores. As empresas de pes-
ca tentaram resolver o problema:
instalaram nos navios grandes
aquários, nos quais colocavam os
peixes vivos. Com isso, porém, os
animais retornavam em tanques
superlotados e, por falta de espaço,
não conseguiam nadar, chegando
cansados e abatidos, embora vi-
vos. Infelizmente os japoneses
não gostaram do sabor desses
peixes, pois, em função de não se
mexerem, perdiam todo o frescor.
Como, então, resolver o problema?
Quorum Contabilidade.indd 36 08/11/2016 17:38:55
37. > Quorum em Revista < 37
Os japoneses formularam so-
luções para resolver esse entrave
mercadológico e chegaram a uma
conclusão muito parecida com o
mundo dos humanos: colocaram
dentro do aquário um pequeno
tubarão. O predador comia alguns
peixes, mas a maioria chegava ao
destino vivo, nadando rápido e
muito frescos.
Ter um tubarão no aquário é
saudável. Da mesma forma, o pro-
fissional de qualidade deve mer-
gulhar no aquário que contenha
um tubarão, deve estar atento a
ambientes competitivos e colo-
car-se em situações desafiadoras,
que o deixarão mais preparado.
Se você é líder, lembre-se de
que seus subordinados são seres
humanos regidos por essa lógi-
ca. Se você não mantiver o grupo
desafiado, as pessoas tenderão a
acomodar-se. É importante que
existam metas e objetivos que fa-
çam todos ficarem velozes e aler-
tas o tempo inteiro. Uma forma de
manter o tubarão sob controle é
planejar o futuro.
EMPRESÁRIO
Defina o motivo filosófico da
sua empresa existir, pense se as
ações, rotinas e métodos aplicados
estão de acordo com o propósito da
empresa. Neste momento, analise
se os colaboradores possuem os
valores, as crenças e a ética para
contribuírem com o propósito da
firma. Analise se há um tubarão no
seu aquário, se possui um concor-
rente agressivo e se o mercado está
mudando mais rápido do que a sua
capacidade de adaptar-se.
GERENTE
Você precisa ter a noção de
que é muito importante inserir
um tubarão em seu setor, que as
metas e objetivos sejam desafia-
dores e que as pessoas percebam
que uma empresa se faz com cada
setor contribuindo para o todo.
Sugiro a você que imprima e
entregue este artigo para todos
da empresa. Depois disso, marque
uma reunião, peça aos colabora-
dores que elenquem quais são os
tubarões que os movem continu-
amente. Diga a todos que essa di-
nâmica tem como proposta criar
um ambiente colaborativo, em
que todos ajudem a montar uma
estrutura de cobrança mútua. En-
fim, você, enquanto líder, deve
criar o que é mais importante para
uma empresa: entendimento do
seu time. Além disso, tem a chan-
ce de ser o tubarão no aquário de
cada setor, visto que a presença
do líder faz todos se mexerem,
crescerem e aprimorarem-se.
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40. > Quorum em Revista <40
Informação
O QUE É?
EFD-REINF Dentre as informações
prestadas através da EFD-
-Reinf, destacam-se aque-
las associadas:
• aos serviços tomados/presta-
dos mediante cessão de mão
de obra ou empreitada;
• às retenções na fonte (IR,
CSLL, COFINS, PIS/PASEP)
incidentes sobre os paga-
mentos diversos efetuados a
pessoas físicas e jurídicas;
• aos recursos recebidos por
/ repassados para associação
desportiva que mantenha
equipe de futebol profissional;
• à comercialização da pro-
dução e à apuração da contri-
buição previdenciária subs-
tituída pelas agroindústrias
e demais produtores rurais
pessoa jurídica;
• às empresas que se sujeitam
à CPRB (cf. Lei 12.546/2011);
• às entidades promotoras de
evento que envolva associação
desportiva mantenedora de
clube de futebol profissional.
Fonte portal RFB.
A Escrituração Fiscal Digital das
Retenções e Informações da Con-
tribuição Previdenciária Substitu-
ída (EFD-Reinf) é o mais recente
módulo do Sistema Público de Es-
crituração Digital (SPED) e está sen-
do construída em complemento ao
Sistema de Escrituração Digital das
Obrigações Fiscais, Previdenciárias
e Trabalhistas (eSocial).
A liberação antecipada do
layout EFD-Reinf, em versão beta,
associada à regular liberação de
versões melhoradas, cumpre dois
grandes desideratos:
• fomenta a construção coletiva
que caracteriza o SPED e oportu-
niza a preparação gradual das em-
presas para adaptação de seus sis-
temas à nova obrigação acessória.
A EFD-Reinf abarca todas as
retenções do contribuinte sem
relação ao trabalho, bem como as
informações sobre a receita bru-
ta para a apuração das contribui-
ções previdenciárias substituídas.
A nova escrituração substituirá as
informações contidas em outras
obrigações acessórias, como o mó-
dulo da EFD-Contribuições, que
apura a Contribuição Previdenci-
ária sobre a Receita Bruta (CPRB).
Essa escrituração está modu-
larizada por eventos de informa-
ções, contemplando a possibilida-
de de múltiplas transmissões em
períodos distintos, de acordo com
a obrigatoriedade legal.
Quorum Contabilidade.indd 40 08/11/2016 17:39:05
42. UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO
CeLULAR nO tRABALHO
> Quorum em Revista <42
artIGo
* Empresário contábil, contador, bacharel em direito, pós-graduado em direito tributário e consultor tributário e contábil do SINFAC-SP –
Sindicato das Sociedades de Fomento Mercantil Factoring do Estado de São Paulo.
Atualmente, o uso do telefone celular no am-
biente de trabalho vem se tornando um grande
problema para as empresas. Ultrapassada, nossa
legislação trabalhista não menciona a aplicação
da lei sobre o uso deste aparelho.
Enquanto isso, de grandes a pequenas compa-
nhias já estão restringindo – ou mesmo proibindo
– a utilização de celulares durante o expediente.
Há funcionários que acham absurdas as apli-
cações de tais medidas e entendem que se trata
de uma violação ao direito de comunicação. Te-
mos que ressaltar que o empregado vende ao em-
pregador sua força motriz, ou seja, o trabalho.
O trabalho é todo exercício destinado a obter
um retorno, cuidado, tarefa, obrigação e empre-
nho. Para alcançarmos este objetivo, ele precisa
fluir de forma constante e lógica. O celular se tor-
nou, então, um dos grandes vilões, tirando o foco e
causando o constante fracionamento do trabalho.
Ora, se a lei proíbe o uso do aparelho celular
quando dirigimos, sob o risco de desatenção e
acidentes, fica explícito que seu uso em qualquer
outro lugar tira a atenção.
Durante as atividades manuais e rotineiras, o
uso do celular é um forte elemento para a ocor-
rência de acidentes. Para os trabalhos intelectu-
ais, a perda do foco leva a grandes desperdícios,
como na leitura deste artigo.
Caso você pare para atender o celular, ao retor-
nar a leitura, asseguro que terá que procurar onde
parou relendo frases até que retorne onde estava.
A princípio parece um tempo insignificante, po-
rém se multiplicarmos pela quantidade de liga-
ções no decorrer do seu dia, irá notar que se trata
de um tempo valioso e sem volta.
As empresas podem adotar procedimentos
para reduzir e restringir a utilização do telefone
celular, estabelecendo um Manual de Proce-
dimentos e Regras. A adoção de tal norma de-
verá apresentar, no ato da contratação do fun-
cionário ou prestador de serviço, uma cópia do
documento para que se conheçam as regras e
os procedimentos do local que irá trabalhar ou
prestar serviços.
Pela falta da lei já existe jurisprudência sobre
o assunto:
EMENTA: “RESTRIÇÃO AO USO DE TELE-
FONES CELULARES NO HORÁRIO DE LABOR.
PODER DIRETIVO DO EMPREGADOR. A proibi-
ção do uso de aparelho celular pelo empregado,
no período em que está laborando, está inserida
no poder diretivo do empregador, porquanto tais
equipamentos permitem que a qualquer mo-
mento o trabalhador interrompa suas atividades
profissionais para dedicar-se a questões particu-
lares, nem sempre de caráter urgente, desvian-
do sua atenção. A interferência na concentração
gera não apenas uma interrupção dos serviços,
mas também pode provocar acidente de trabalho,
pondo em risco a integridade física dos trabalha-
dores envolvidos na tarefa.” (Ac. 3ª T. Proc. RO
0000852-84.2011.5.12.0032. Maioria, 20.03.12.
Rel.: Juíza Maria de Lourdes Leiria. Disp. TRT-
-SC/DOE 30.0312. da de Publ. 02.04.12).
Ao restringir o uso do celular, a empresa po-
derá colocar à disposição dos colaboradores um
telefone fixo para que recebam ligações, no caso,
por exemplo, de uma emergência familiar. O as-
sunto é polêmico, e vale a pena refletir, mesmo
morando no “país do jeitinho”.
UTILIZAÇÃO INDEVIDA DO
marco antonIo GranaDo
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xxxxxxxxxx
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44. > Quorum em Revista <44
Tecnologia
A contabilidade e as
tendências digitais
1
Quais tendências terão o maior impacto sobre as empresas de conta-
bilidade e seus clientes ao longo dos próximos cinco anos? E quão prepa-
rados estão os contadores para aproveitar essas tendências? Essas duas
perguntas são fundamentais para toda e qualquer contabilidade que busca
crescer e fazer com que os seus clientes cresçam junto.
Uma pesquisa realizada pela Wolters Kluwer, com cerca de 500 conta-
bilidades norte-americanas, definiu as 5 principais tendências que todo o
mercado contábil irá encarar nos próximos anos:
Maior foco no serviço ao cliente
O serviço ao cliente progrediu nos últimos anos. O
contato entre a empresa e seus clientes passou de
pouco frequente e superficial para mais presente e
aberto. O grande desafio agora é proporcionar melhor
atendimento ao cliente, aproveitando-se da tecnolo-
gia para automatizar processos e liberar sua equipe
para oferecer uma consultoria personalizada através
de aconselhamentos estratégicos aos clientes.
“Agilidade supera capacidade. O ritmo de mudança
está mais rápido do que nunca, e os contabilistas
que se concentram mais na agilidade do que na ca-
pacidade vão prosperar nos próximos anos.” Doug
Sleeter, fundador e CEO da The Sleeter Group Inc.,
o maior orgão independente norte-americano de
apoio à contadores de MPE’s.
De acordo com os resultados da pesquisa, oito em
cada dez empresas afirmam que um maior foco no
serviço ao cliente terá um enorme impacto sobre
o futuro do seu negócio. Além disso, quando so-
licitados a classificar a importância da tecnologia
para empresas de contabilidade, 76% dos escritó-
rios que se sentem muito bem preparados, disse-
ram que a tecnologia terá um impacto importante
sobre a sua capacidade de prestar serviços, suporte
e agregar valor, bem como manter os clientes.
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Tecnologia
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Oportunidades digitais:
Redução dos custos, aumento da produtividade
dos funcionários, aproveitamento dos dispositivos
móveis e plataformas digitais, e integração com a
nuvem. Tudo isso já é uma realidade em algumas
contabilidades.
De acordo com a pesquisa, quase 80% das empre-
sas que se dizem preparadas para as novas ten-
dências digitais, afirma que tal realidade irá de-
sempenhar um papel muito significativo em seus
negócios dentro dos próximos cinco anos.
Além disso, entre os 93% dos contadores que di-
zem ter soluções móveis já implementadas ou
fazem planos de possuir, afirmam que o benefí-
cio número um é de melhorar o atendimento ao
cliente (58%), seguida pela melhoria da produtivi-
dade (55%) e maior qualidade de vida profissional
e pessoal (49%).
Apesar de não ser uma realidade brasileira, a pes-
quisa também constatou que a maioria dos escri-
tórios contábeis norte-americanos (65%) já adota-
ram a tecnologia cloud em seus processos.
Desafios da integração de
tecnologia
Muito se fala hoje sobre investi-
mentos estratégicos em tecno-
logia, oferecendo um caminho
de migração e integração har-
moniosa de tecnologias novas
e emergentes. Mas quais são as
recompensas para a integração
de tecnologias?
Hoje, no Brasil, muitas automa-
tizações já ajudam os escritórios
a realizar os fechamentos con-
tábeis de seus clientes, como
por exemplo a baixa das notas
fiscais de saída dos clientes que
pode ser feita do site do governo.
Mas o que ainda é um grande
atraso para os escritórios são os
inúmeros documentos que de-
pois de digitados pelos clientes,
precisam ser novamente digi-
tados e lançados no sistema da
contabilidade. Por isso, o Con-
taAzul está desenvolvendo um
software que revolucionará a
forma como os escritórios con-
tábeis encaram essa realidade,
podendo reduzir toda a digita-
ção da movimentação financei-
ra que, segundo nossos estudos
levam em média dois dias intei-
ros de trabalho para cada cliente,
para apenas quinze minutos.
A gestão de talentos e planejamento de sucessão
Um grande desafio para os escritórios contábeis é a identifi-
cação e gestão de novos talentos, assim como o desenvolvi-
mento de novas e diferentes habilidades, e gerenciamento da
aposentadoria de líderes seniores. Segundo a pesquisa, quase
7 em cada 10 empresas preocupam-se com a gestão de novos
talentos e investem em uma equipe de planejamento de su-
cessão. Uma realidade do mercado contábil brasileiro é que 75%
dos contadores possuem mais de 40 anos de idade.
“Grandes empresas, com 50 ou mais empregados, normal-
mente têm planos de sucessão, com os esforços para reter
talentos. Entre as empresas menores, com menos de 25 tra-
balhadores, cerca de 70% não têm qualquer tipo de plano de
sucessão, nem intensão de capacitar os seus empregados. Isso
se traduz em um enorme desperdício de talentos.” Bill Carli-
no, Diretor do Transition Advisors
As mídias sociais como ferramenta de negócio
Segundo uma pesquisa realizada em dezembro de 2014, pelo
empresário Roberto Dias Duarte, cerca de 33% dos escritórios
contábeis utilizam as funcionalidades das redes sociais como
forma de divulgar sua empresa, comercializar os seus negó-
cios, encontrar e engajar os clientes on-line e acompanhar o
cenário competitivo. Entre os outros 70%, alguns escritórios
planejam ingressar em um futuro próximo e outros nem ao
menos cogitam a hipótese de usufruir da ferramenta.
As empresas que utilizam as mídias sociais dizem que os
maiores benefícios de se ter presença digital estão no au-
mento da satisfação do cliente, seguido pelo benefício de
atrair e conquistar novos negócios.
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eventos em 2017
nataL sErÁ a sEDE Do PrÓxImo
Encontro norDEstIno DE
contaBILIDaDE
Após mais de duas décadas, Natal recebe a próxima edição
do Encontro Nordestino de Contabilidade (ENECON). A decisão
foi anunciada no encerramento da 12º edição do evento, na úl-
tima sexta-feira, 2, na cidade de Recife.
Presente ao momento, o presidente do Conselho Regional de
Contabilidade do RN, João Gregório Júnior, destacou que “será
um desafio grande organizar este evento, mas com a experi-
ência que adquirimos com o Encontro Norte-Rio-Grandense,
que realizamos anualmente, acredito que repetiremos o suces-
so desta edição”.
Caberá ao CRCRN organizar a 13º edição do ENECON, que
acontece em 2017. “Construiremos um evento cujo principal
objetivo será propiciar um espaço para debates que servirão de
referência e base sobre a contabilidade. Em minha interpreta-
ção, o cenário digital que se apresenta atualmente será inten-
sificado, o que requer dos profissionais capacitações para nos
mantermos atualizados. Este será o norte da programação que
vamos montar”, colocou Gregório Júnior.
ENECON
O Encontro Nordestino teve sua primeira edição realizada
em 1993. A única vez em que o RN foi sede do evento foi no
distante ano de 1995, quando o CRCRN estava sob a presidên-
cia de José Jeová Soares.
XI Encontro Nacional da mulher
contabilista em Gramado- RS de 13
a 15/09/17
XVI Convenção de Contabilidade
do Rio Grande do Sul 13 a 15/09/17
XXXII Conferência Interamericana
de Contabilidade - Lima/Peru de 23
a 25/10/17
informações: Informações sobre esse
evento no site: ccpsm.org.pe/sede-la-
-xxxii-conferencia-interamerica
17ª CONESCAP Manaus/AM
15 a 17/11/17
XI Encontro Nacional da mulher
Foto divulgação: Canindé Soares
Fotosdivulgação
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