SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 17
Descargar para leer sin conexión
Informação e inspiração para mães e pais www.revistacrescer.com.br
ESPECIALALIMENTAÇÃOTVECOMPUTADORCRIANÇATÍMIDABELEZANAGRAVIDEZCrescer171Fevereiro2008
15
IDÉIAS
para você
sobreviver
à adaptação
na escola
Só os
extrovertidos
são felizes?
Aprenda
a respeitar
a criança
tímida
OPERAÇÃO
PRATO LIMPO
Tire suas dúvidas sobre beleza na gravidez +Martha Stewart mostra
como aproveitar fotos das férias + Como customizar os tênis deles
PRATO LIMPO
Sem drama
pra comerAs melhores dicas para
você alimentar bem seu filho
(sem perder a cabeça!)
pra comerpra comer Exclusivo:pesquisa deCRESCER comos leitores mostra
o que acontece na
hora de ir paraa mesa
TV e
computador
são sim
aliados na
educação
9770104398006
00171
FEVEREIRO
2008
N0
171
R$ 8,90
CAPAbca.indd 1 24/1/2008 20:48:47
62 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8
Por DANIELA TÓFoLI E THAIS LAZZErI FoToS ANDré SPINoLA E cASTro ProDução ISAbELA cAmPoS
Este é o desejo de boa parte dos pais. Tanto que,
aqui na redação, recebemos inúmeras cartas e e-mails
todososmesescomdúvidassobrealimentação.
Para saber um pouco mais acerca do assunto e ajudar
você, CRESCERrealizou uma pesquisaexclusiva
com os leitoressobre o seu comportamento na
hora das refeições. Foram 22 perguntas na
internet, respondidas por 764 pais (70%
deles com filhos entre 0 e 4 anos) em
apenas uma semana – o que confirma como o
assunto faz parte das inquietações familiares.
Muitos resultados são animadores: cerca de
57%dosleitoresdizemliberarrefrigerante
só aos fins de semana e 34% deles fazem
as três refeições com a família todos os
dias, por exemplo. O problema aparece quando
se trata de comer verduras e legumes – tanto os
pais quanto as crianças não levam esse hábito
muito a sério. Lógico que as respostas nem
sempre refletem o que acontece em
casa todo dia (quem nunca teve uma semana
corrida e deixou a fruteira vazia?), mas o fato de os
pais terem consciência de como as refeições
precisam ser feitas já é meio caminho andado. Nas
próximas páginas, fizemos um “dossiê da
alimentação” com dicas para você realizar seu
sonho. Sirva-se das informações!
alimentação
CF171_p62-67.indd 62 24/1/2008 20:46:41
632 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r
>>
prato
limpo
Operação
Agradecimentos:EmpórioBaby&Kids(11)3022-9616;
Pepper(11)30730333;PresentesMickey(11)3088-0577;
Suxxar(11)3842-3200;TecelagemLorena(11)5543-0202;
Utilplast(11)3088-0862
CF171_p62-67.indd 63 24/1/2008 20:46:44
Nada melhor que ver as crianças comendo bem. A sensação de dever cumprido é ins-
tantânea e faz com que vocês tenham certeza, pelo menos por alguns minutos, de que são os
melhores pais do mundo. Quando elas se alimentam direito é sinal de que estão saudáveis,
felizes e crescendo! E é por isso que tantas famílias, como a sua, vira e mexe se questionam se
estãofazendoacoisacerta.éumaquestãodeinstinto.Talvezporissoospaisseesforcempara
criar hábitos saudáveis e fazer da alimentação um momento prazeroso. Ainda que de vez em
quandooexemplonãosejaodesejado,principalmentequandooassuntosãoverduras,legumes
e frutas, eles sabem o que deve ser feito.
Paracomeçartudodireitinho,amaioriaconcordaqueéprecisocomeràmesa–e62,1%dos
pais que participaram da pesquisa de crEScEr dizem fazer isso. mais de um terço (38%),
porém, faz a refeição em lugares não muito recomendados. uma parte sai andando pela casa
atrás do filho ou dá a comida enquanto ele brinca. Por sorte, é pouca gente (5,5% e 5,2%, res-
pectivamente). os outros 27,2% seguem um hábito condenado pelos especialistas – deixam a
criança comer na frente da TV. resultado: ela não se concentra na refeição, não distingue os
saboresdosalimentose,comonempercebeaquantidadedoqueestáingerindo,podecomeçar
a comer compulsivamente e se tornar obesa.
NacasadeLeilabrígidaLucindo,coordenadorapedagógica,éassimtodososdias.Enquanto
elaeomaridoJorgeLuizGomesalmoçamàmesa,escondidosdofilho–porqueseeleficacom
ocasalnãocomedireito–,opequenovêTVealmoçacomababá.Asituaçãodasecretáriaro-
sângelaSerraéinversa.ospaiscomemnosofáeofilho,sentadoàmesa.“Seiqueestáerrado,
masnocorre-correesquecemoscertosdetalhesimportantes”,diz.Sãoessesdetalhesabaseda
formação dos hábitos alimentares.
Sevocêacompanhaseufilhonahoradarefeição,porexemplo,alémdevercomoeleestáse
comportandoequaisalimentosingere,aindapoderáensiná-loacomerbem,mostrandocomo
sefaz.éissomesmo:nãoadiantadizerquebrócolisfazbemparaasaúdeeégostososevocênão
colocá-lonaboca.Apenas25%dospaisouvidosnapesquisacomemvegetais,legumesoufrutas
três vezes por dia. cerca de 32% os consomem só uma vez. o número cai para 18% quando
“A hora da refeição em casa parece uma novela.
Minha filha mais velha foge e serra os dentespra não
comer. A mais nova chora entre uma colherada
e outra.E, no meio desse fogo cruzado, tento acalmar
os ânimos para conseguir ter refeições em paz,
como deveria ser sempre”Ana Schulli, mãe de Louise, 3 anos, e Camille, 6 meses
64 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8
CF171_p62-67.indd 64 24/1/2008 20:46:49
falamos das crianças. E, como uma forma de aliviar a culpa e manter as crianças “saudáveis”, as
famílias partem para o uso de suplementos alimentares, como as vitaminas. o levantamento de
crEScEr mostra um dado alarmante: 47,5% dos pais contam já ter dado suplementos (que
precisam de recomendação médica) aos filhos.
A dona de casa Gracineide maria Silveira nos contou uma história que seria engraçada, mas
quenãoservecomoexemplo.Elanãogostadeverduras.Então,nãocompra.Quandofoialmoçar
nacasadasogra,suafilhasesurpreendeuaoveraavócomendoalimentos“verdes”.Amãeconta
queameninadisse:“Vó,nãocomeissonão,égrama.Issoécomidadecoelho.Vocêvaificarcom
dor de barriga.” A postura da filha reflete os hábitos alimentares da família.
Àsvezes,opadrãodeconsumomudacomonascimentodacriança.AfilhadeElisângelaNeres
Vieira, fiscal tributária, só almoça depois que a mãe coloca salada para todos. marcelo batista
passou a se alimentar melhor com o nascimento do filho. Já Joe Horner fez uma horta em casa.
A filha começou a ajudá-lo. “Ela tira os alimentos da horta e os vem comendo crus”, diz. outra
formadeestimularascriançasélevá-lasàfeiraouaomercado.AoperáriacristianneYoshidavai
com a filha às compras. A menina pede por pepinos, brócolis e comida japonesa.
Professor de nutrologia do Departamento de Pediatria da universidade Federal de São Paulo
(unifesp), José Augusto Taddei confirma que é importante manter rituais, como preparar os
alimentos juntos ou colocar a mesa direito, para estimular os bons hábitos alimentares. “Se a
criança participa dessas atividades, fica mais predisposta a comer o que é oferecido.” Assim, se
seu filho não aceita verduras de jeito nenhum, tente fazer uma horta em casa, ainda que seja em
vasos. Ele vai ver os alimentos crescendo, poderá colhê-los, irá acompanhar o preparo da salada
e, muito provavelmente, não reclamará de comer aquilo que ele mesmo fez.
Legumes disfarçados
Quando nada disso dá certo, alguns pais recorrem ao esconde-esconde, disfarçando ver-
duras e legumes. o prato ganha cor e graça em formatos de palhaços, jardins, bichos etc.
cristina cicolo, funcionária pública, comprou uma centrífuga para resolver o déficit na
alimentação do filho. Agora o arroz é colorido, com caldo de beterraba, espinafre e cenoura.
A façanha deu tão certo que o menino convida os amigos da escola para comer comida co-
lorida. Essa fórmula é polêmica entre os nutricionistas. maria Luiza de brito ctenas, autora
de Crescendo com Saúde (c2 Editora), por exemplo, acha que não se deve enganar a criança.
“o dia em que ela descobrir, não vai comer mais nem acreditar nos pais.” Para resolver a
questão, a massoterapeuta Fernanda Pena decidiu “maquiar” os alimentos com o aval da
filha. “Ela diz assim: ‘mamãe, esconde os legumes. Eu como, mas não quero ver.’” Trato é
Letícia de Castro
Cavalcante, mãe
de Lais, 5 anos
“Minha filha
coloca dez
bonecas
sentadas
à mesa e
pede para eu
dar comida
para elas
também. Ela
come tudo.
É um almoço
demorado,
mas funciona”
>>
652 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r
CF171_p62-67.indd 65 24/1/2008 20:46:52
trato. Disfarçar verduras e legumes é fórmula usada por 28% dos pais. cerca de 64%, porém,
colocam os vegetais no prato dos filhos, mas não forçam a barra para que comam.
é claro que a hora da refeição não pode se tornar um momento de briga constante, mas per-
sistência é fundamental. Fazer com que seu filho se acostume a novos sabores é uma tarefa que
levasemanas.“Quandofordarumnovoalimento,apresente-oempequenasquantidadeserepe-
tidamente, para a criança poder se acostumar com o gosto”, diz José Augusto, da unifesp. “boa
parte dos adultos, por exemplo, não gosta de comida japonesa logo de cara. Eles se acostumam
aospoucos,eéassimqueacontececomospequenos.”ouseja,seseufilhoreclamardaabobrinha
naprimeiravez,esperealgunsdiaseofereçadenovo.Tentetambémnovasformasdepreparodo
alimento. Na quinta vez, ele reclamará menos.
outra dica que ajuda: quando seu filho começar a comer, ainda nas papinhas, é importante
não bater tudo no liqüidificador. Se fizer isso, os alimentos ficarão com cor e sabor misturados e
acriançanãosaberáoqueestácomendo.“émelhoramassarnafrentedelaeoferecer,assimserá
possível associar um gosto a uma comida”, afirma maria Luiza.
ospaistambémprecisamlembrarqueascriançasnãovãogostardetodososalimentos.Seseu
filho não come cenoura, mas aceita a abóbora, não há problema. um substitui o outro. “Se os
nutrientes chegam à criança, ela não precisa comer de tudo”, diz Fábio Ancona Lopez, pediatra
especialista em nutrição e vice-presidente da Sociedade brasileira de Pediatria.
Quando seu filho foge da comida
comer bem, aliás, nem sempre significa comer tudo. Até completar 3 anos, é natural que a
criançasealimentemelhor.Apartirdaí,alémdelacresceremritmomaislento,outrosinteresses
dividemsuaatenção,comoasbrincadeiras.Nestafase,começamorelatosdepaisque,literalmen-
te, correm atrás dos filhos com o prato nas mãos. “Se a criança não presta atenção à comida, não
vai formar o hábito de comer na hora e no lugar certos”, afirma Fábio.
Atenção, porém, à quantidade que você coloca no prato do seu filho. Se ele come bem e está
compesoealturanormais,nãohámotivosparapreocupaçãoquandoopequenodizquenãoquer
mais. “Todo mundo tem o direito de não comer tanto quanto o pai e a mãe esperam”, diz José
Augusto. “Algumas crianças são glutonas, outras estão ‘estragadas’: sabem que os pais vão dar na
boca. o que não pode é o pai se desesperar e oferecer qualquer alimento.” Lembre-se também
de que o importante é avaliar o que a criança comeu durante a semana, e não apenas basear seu
desespero em uma refeição que não ocorreu do modo como você esperava.
Quando a criança não quer comer – e não está doente nem querendo chamar a atenção – a
soluçãoérespeitarsuavontadesemabrirexceções,afirmaomédico.“Elanãovaimorrersedeixar
Tânia Dias Gomes,
mãe de Arthur, 5 anos
“Àsvezes
meufilhousa
ahorada
refeição
para
chamar
atenção.
Quandoisso
ocorre,insisto
eelecome.
Parece quesó
quermedir
força”
66 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8
CF171_p62-67.indd 66 24/1/2008 20:46:56
dealmoçar,mastambémnãovaitersobremesa.Sugiroqueospaisguardemacomidae,quando
ela tiver fome, esquentem a refeição. é melhor que substitui-la por lanches.”
Seufilhotambémnãovaisealimentarnahoracertasevocêoferecerlanchinhosodiatodo,
principalmentesedeixarfrutasdeladoeprivilegiarprodutosindustrializados.Nossapesquisa
mostrouque55%dascriançasfazemdoislanchespordiae25%,três.“ébomcomernomeioda
manhãedatarde,desdequeesseslanchessejamsaudáveis”,dizFábio.“Hambúrguercomfritas
temdeserumalmoçoeventual,nuncaumlancheintermediário.”Atéporqueconsumirjunk
foodpodeserumhábitodifícildereverter.Tãodifícilque,àsvezes,nemospaisconseguem
largá-los.maséprecisocuidadoenãosóemdaroexemplo.Pesquisasmostramquemu-
lheresqueconsomemjunkfoodnagestaçãopodemestimularapreferênciadascrianças
poressetipodecomidaantesmesmodelasnascerem.EstudodoroyalVeterinarycol-
lege,naInglaterra,mostraqueratazanasquecomerammuitabolacha,doceebatata
nagravidez“programaram”ocomportamentodosfilhotes.Apósonascimento,eles
buscaram alimentos desse tipo e tiveram peso acima do normal.
os médicos ainda não conhecem bem o mecanismo de escolha dos alimen-
tos.“massabemosque,sevocêoferecevariedade,atéporquestãodesobrevi-
vência a criança não vai querer só doce. A não ser que já esteja viciada”, diz
José Augusto. é importante lembrar que os doces não estão proibidos, eles
sóprecisamseroferecidoscombomsenso.Antesdasrefeições,atrapalha-
rão o apetite do seu filho. o que também não quer dizer que, se você não
oferecê-los, a criança comerá bem.
Senadaparecedarcerto,oquenãoadiantaépartirparaachantagem–
táticacomumemmomentosdedesesperodeambososlados.“Seacrian-
çavêqueafamíliaprestaatençãonoqueelanãocome,acabausando os
alimentos para fazer chantagem”, diz maria Luiza. “E os pais fazem
o mesmo. Se comer a papinha, vai ganhar salgadinho. A questão é
não obrigá-la a comer. Se não está com fome para o almoço, não vai
ter fome para o doce. é uma questão de combinar as normas.” A
alimentação, como tudo na vida, também precisa de regras claras
e, para que seu filho não precise passar por uma reeducação
alimentar mais tarde, nada melhor que educá-lo agora. Só o
fato de você ter lido esta matéria mostra sua preocupação com
isso – o que já é meio caminho andado. Agora só falta colocar
em prática o que você já sabe na teoria.
dicas para
seu filho
comer bem51Tente oferecer as refeições sempre
nos mesmos local e horário. De
preferência com a TV desligada
2Dê o exemplo e também
coma saladas e frutas
3Combine regras antes: se ele
comer verduras, vai ganhar
sobremesa, por exemplo
4Caso seu filho queira “pular” a refeição,
deixe claro que ele não poderá comer
bolachas e salgadinhos dali a uma hora.
No máximo, terá seu prato esquentado
5Introduza novos alimentos aos poucos
e persista até que ele se acostume
ao gosto. se a criança participar do
processo de preparo da comida, como
a escolha dos legumes na feira ou
a ajuda no tempero, estará mais
disposta a experimentar novidades
>>
672 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r
NO site: Acesse o arquivo
CRESCER de papinha e o
blog Comer É um Barato
CF171_p62-67.indd 67 24/1/2008 20:46:59
68 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8
É só olhar para as prateleiras dos supermercados lotadas de caixinhas de leite para
as dúvidas começarem: qual o melhor tipo? As opções são tantas que comprar o produto
mais indicado para seu filho torna-se um desafio. Leite de vaca, cabra, búfala, ovelha ou
camela? Além da origem, há variações nos tipos (veja abaixo) e no teor de gordura. O in-
tegral tem pelo menos 3%; o desnatado, no máximo 0,5%; e o semi-desnatado, um valor
intermediário. A decisão de qual é melhor deve ser tomada com o pediatra. Segundo Cid
Pinheiro, pediatra do Hospital São Luiz, a maioria das crianças consome leite de vaca in-
tegral. “O desnatado e o semi são recomendados para tratamentos de doenças específicas,
como a obesidade.” O acréscimo de farinha láctea também deve ser feito com orientação
médica. Ao lado, damos uma referência da quantidade que as crianças devem consumir,
mas ela pode variar. “É preciso levar em conta a idade e informações como prematuridade
ou não.” Abaixo, os tipos de leite mais comuns nos mercados:
AromatizadosComo melhoram o
aroma, podem ser uma alternativa quando
as crianças rejeitam o leite. O produto, com
cheiro de morango ou chocolate, por exemplo,
parece um pouco escurecido. Novas marcas
estão chegando ao mercado brasileiro. É
necessário ter atenção para casos de alergia
aos aditivos, especialmente corantes, se houver.
HidrolisadosSão especialmente
recomendados para crianças com intolerância
à lactose. Nelas, as enzimas digestivas não
estão completas. Assim, aquela que falta
para digerir a lactose já age no leite antes da
ingestão. Os hidrolisados são tratados com
enzimas para a quebra do açúcar do leite,
facilitando a digestão.
enriquecidosEles têm o objetivo de
complementar a alimentação da criança
com nutrientes importantes não encontrados
no leite original ou para repor vitaminas.
Podem ser com cálcio, ferro, fibras, ácidos
graxos tipo ômega 3 ou 6 etc. O enriquecido
com ferro, por exemplo, pode ser usado em
qualquer faixa etária, mas até 2 anos é mais
Conheça as
principais diferenças
e decida qual o
mais adequado
para o seu filho
recomendado pelos pediatras por causa
da necessidade maior deste mineral. Já
os que apresentam ômega 3 ou 6 ajudam
no metabolismo e são recomendáveis por
conterem gordura de boa qualidade.
em póÉ muito prático para passeios
e viagens, já que é fácil de carregar e pode
ser preparado na hora, sem necessidade
de refrigeração. O produto é obtido por
meio da secagem, preservando seus demais
constituintes. Costuma ser mais consumido
por crianças menores, justamente por ter
uma fórmula mais balanceada e completa.
De sojaÉ indicado principalmente
para quem tem algum tipo de intolerância
a proteínas de origem animal. Sua fonte
de proteína é vegetal, e não animal, como
os demais leites, e acaba sendo uma opção
de complemento alimentar.
AchocolatadosNão são necessários.
Mas, se ainda assim você quiser dar, faça-o
após o segundo ano de vida. Antes, podem
aumentar o risco de alergia.
Fonte:DanielleBragaCheliniPereira,coordenadoradeensinodoCentroTecnológico/Institutode
LaticíniosCândidoTostes,daEmpresadePesquisaAgropecuáriadeMinasGerais
Consumo
por idade:
7 meses
a 2 anos:
3 a 4 porções
de 120 ml;
2 a 3 anos:
5 porções
de 120 ml;
4 a 6 anos:
4 porções
de 180 ml
>>
Tantos
leites
CF171_p68a69.indd 68 24/1/2008 21:09:21
692 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r
CF171_p68a69.indd 69 24/1/2008 21:09:23
SalFaz bem Osódioéoprincipalcomponentedosaldecozinha.Eletemumafunção
importantenonossoorganismo:regularaatividadedeáguaesais,participandodacontração
muscular. O sal também é importante para a transmissão de impulsos nervosos.
QuandosetornavilãoOpaladardobrasileiroseacostumouaoconsumoexcessivo.
A recomendação para adultos é de 6 gramas de sal por dia, ou uma colher de
chá. Hoje, beira 12 gramas. Crianças devem ingerir ainda menos. “Em ca-
sos raros em crianças, o organismo libera hormônios que podem causar
edemas. Essa sobrecarga de sal pode acelerar ou causar mais cedo um
problema de disfunção renal na vida adulta”, afirma Lílian Gonçal-
ves Zapoto, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). Ou-
tro quadro que vem se tornando habitual é a hipertensão infantil.
E não é só o sal de cozinha o responsável. O sódio é ingrediente
de vários produtos industrializados, como salgadinhos, e serve
como conservante.
Dica esperta Não é só o sal que dá gosto à comida. Usar temperos
como tomilho, alho, pimenta, salsinha, orégano e manjericão dá
um charme especial ao prato e dispensa o uso excessivo de sal.
GordurasFazem bem No caso de bebês, a gor-
dura encontrada no leite materno é usada na formação do siste-
ma nervoso central. Já os maiores utilizam-na de outra maneira.
Cerca de 30% da energia gasta pelo organismo provêm da queima
de gorduras. A recomendação é que seja consumida a gordura in-
saturada, que não aumenta o LDL, o colesterol ruim. Ela pode ser
encontrada em alimentos de origem vegetal, como óleo e azeite, que
são usados na preparação de refeições. As vitaminas lipossolúveis,
como A, B, D, E e K, precisam se dissolver na gordura para serem ab-
sorvidas pelo organismo. O ideal é que uma família de quatro pessoas
utilize duas latas de óleo por mês.
Mocinhos
ou vilões?
CF171_p70a71.indd 70 24/1/2008 21:10:44
Quando se tornam vilãs As gorduras saturadas aumentam o LDL e elevam as calorias
dos alimentos. Na lista, os produtos favoritos de muitas crianças: bolacha recheada,
sorvete, batata frita. O óleo reutilizado também se torna gordura saturada. Em alta
temperatura, ele libera radicais livres prejudiciais à saúde.
Dica esperta A gordura transgênica, ou trans, utilizada para melhorar o sabor
e a aparência dos alimentos, faz mal. Muitos produtos já possuem versões
livres delas. Prefira-os.
AçúcarFaz bem O açúcar, que é um carboidrato, contribui
com o fornecimento de energia para o organismo. Por isso, os médicos
incentivamoconsumopositivodoaçúcar,ouseja,daquelesquejáestão
presentesnosalimentos,comofrutas,milho,arroz,eaconselhamadiar
a entrada dos doces, pelo menos até o primeiro ano de vida.
Quando se torna vilão Como as crianças têm preferência inata
pelos doces, a adição de açúcar nas refeições deve ser contida para
que elas não tenham uma predileção precoce, o que pode gerar
uma tendência à rejeição aos salgados e, por fim, o aumento de
peso. A consultoria Datagro, especializada em açúcar e álcool,
anunciou que o consumo de açúcar no Brasil deve ser o maior em
mais de dez anos. Segundo os médicos, não há consenso sobre a
quantidade ideal a ser consumida por dia. Outra preocupação é o
aparecimento de cáries dentárias.
Dica esperta Açúcar é um hábito. Se você acostumar a criança a
comer frutas na sobremesa e sucos sem adoçar ela não sentirá tanta
necessidade de doces. E só use adoçantes no caso de diabetes, já que
os médicos ainda não têm certeza sobre os males que podem causar ao
organismo. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, o que se sabe
é que o adoçante pode provocar cáries e, se o número de doses diárias for
alto, desencadear diarréia ou alergia.
O sal, o açúcar e a gordura são
essenciais ao desenvolvimento de
seu filho, mas, na medida errada,
podem trazer problemas de saúde
>>
CF171_p70a71.indd 71 24/1/2008 21:10:47
Onde encontrar:
Proteína:Em cereais, leguminosas e frutas
oleaginosas (nozes e amêndoas, após seu filho
completar 1 ano)
Ferro:Em melado de cana, gergelim, grão-
de-bico, feijões, açaí e frutas secas. Evite chá,
principalmente o preto, durante as refeições,
pois dificulta a absorção do mineral
Cálcio:Em couve e brócolis
Vitamina D:Durante a exposição ao sol
por 20 minutos, três vezes por semana, nos
horários permitidos. Assim, o corpo sintetiza
a vitamina. Caso contrário, são necessários
suplementos
Zinco:Em castanha-de-caju, leguminosas
(como feijão azuqui) e soja
Ômega 3:Em linhaça, alimentos à base de
soja e óleos vegetais
Vitamina B12:Em suplementos, se estiver
grávida, amamentando ou tiver filhos veganos
Cuidar da alimentação dos filhos dá trabalho, os pais bem sabem. Quando a fa-
mília é vegetariana, então, a atenção precisa ser redobrada. Não basta tirar a carne das
refeições da família e se dizer adepto do vegetarianismo imaginando, assim, uma vida
mais saudável. É necessário saber substitui-la corretamente para que as crianças não
cresçam com carência de nutrientes e ter paciência para explicar inúmeras vezes para
avós, tios e amigos os motivos da sua escolha.
O“verdadeiro”vegetarianoéaquelequenãocomenenhumtipodecarne,nemmesmopei-
xe.Omaiscomum,noentanto,éoovolactovegetariano,quenãocomecarne,masconsome
ovos e laticínios (leite e derivados), e o semivegetariano, que eventualmente inclui peixe ou
avenocardápio.Osveganossãovegetarianosaoextremo:nãoingeremnemusamprodutos
de origem animal, como gelatina ou couro, por exemplo.
Qualquer uma dessas dietas pode ser seguida pelos pequenos, desde que os pais façam as
substituições necessárias (veja exemplos no quadro). Afinal, a carne é, indiscutivelmente,
o alimento proteico mais completo, pois tem aminoácidos essenciais em maiores
proporções que a maioria dos vegetais. Quando bem planejada, de preferência
comaorientaçãodeumnutricionista,aalimentaçãovegetarianaéadequada
a todos os estágios da vida – da infância à gravidez. Estudos comparativos
entreascriançasvegetarianaseasquecomemcarne,daAssociaçãoDie-
tética Americana e do grupo Nutricionistas do Canadá, mostram que
ambos os grupos têm desenvolvimento semelhante.
Mas acreditar que excluir apenas a carne da dieta vai tornar sua
família mais saudável é um erro. Uma pessoa que não come carne,
mas se alimenta à base de batata frita e refrigerante todos os dias,
por exemplo, é uma forte candidata à carência nutricional e à
obesidade. Não dá para eliminar um grupo alimentar inteiro,
sem trocá-lo por opções variadas e de qualidade. “Vegetarianos
comem de tudo”, afirma o nutricionista George Guimarães,
diretor da NutriVeg, consultoria de nutrição vegetariana. Se-
gundo ele, a combinação de tipos variados de alimentos – le-
guminosas,cereais,oleaginosas,tubérculos,frutas,verdurase
legumes – garante uma boa nutrição.
Alongoprazo,ovegetarianismoestrito(queexcluiqualquer
tipo de derivados animais, como ovos e leite) pode causar de-
ficiências nutricionais. A principal delas é a vitamina B12,
encontrada somente em alimentos de origem animal. A
reposiçãoéobrigatóriaparagrávidas,mulheresqueama-
mentamecrianças.“AB12estárelacionadaaodesen-
Muito mais
que alface
CF171_p72a73.indd 72 24/1/2008 21:12:26
volvimento do sistema neurológico e sangüíneo, então é melhor não arriscar”,
afirma o médico nutrólogo Eric Slywitch, coordenador do Departamento de
Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Já os demais
têm de fazer exames regularmente para acompanhar o nível da vitamina no or-
ganismo e, quando necessário, suplementá-la.
Outro nutriente que merece atenção na dieta vegetariana é o ferro. Segundo
a pediatra Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da
SociedadeBrasileiradePediatria,aanemiaferropriva(faltadeferro)atinge40%dascrianças
menoresde2anosnoBrasil.Comoacarnevermelhaéricaemferro-heme(formadomineral
melhor absorvida pelo organismo), os vegetarianos têm de ficar atentos. Uma das formas de
driblaroproblemaéaumentaroconsumodealimentoscomvitaminaCduranteasrefeições,
pois a substância facilita a absorção do nutriente.
Obstáculos
Há cinco anos a produtora de eventos Roberta Von Doelinger baniu a carne do
cardápio por causa de seu amor pelos animais. Aos poucos, transmitiu o hábito
paraasfilhasJéssyca,de14anos,eAmanda,11.Amaisnova,Marina,de3anos,
nunca experimentou carne. A opção de Roberta vez ou outra é questionada.
“Volta e meia familiares oferecem alimentos com carne para meus filhos e
tenho de explicar tudo de novo”, diz.
Além de ficar atenta ao cardápio dos almoços em família, pais vegetaria-
nospodemencontrardificuldadesforadecasa.Nemtodososrestaurantes
ehotéis,porexemplo,oferecemopçõesvariadasdepratossemcarnee,na
escola,devemavisarcomantecedênciaqueofilhonãocomecarne.Apesar
dosobstáculos,osbenefíciosdaalimentaçãovegetarianapodemcompen-
sar. Além do consumo menor de gordura saturada, aqueles que seguem
umaalimentaçãobalanceadatendemasermaismagros.“Provavelmente
porque comem mais fibras, que prolongam a saciedade, e menos proteí-
nasegorduras,resultandoemmenoscalorias”,afirmaaendocrinologista
Ellen Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen).
Bebês e crianças pequenas seguem a dieta dos pais sem questionar.
Mas, por volta dos 7 anos, os filhos de vegetarianos podem manifestar a
curiosidade de experimentar os alimentos “diferentes”. Proibir as crianças
de prová-los ou restringir sua vida social não é recomendável. Desde sempre,
é importante deixar claro os motivos que levaram a família a seguir essa
alimentação. Aos poucos, a criança irá entendê-los e, mais tarde, decidir
se quer ou não adotá-la. (Cristiane Senna)
Não basta se dizer vegetariano,
deixar de comer carne e se
empanturrar de batatas fritas.
É preciso saber substituir
>>
CF171_p72a73.indd 73 24/1/2008 21:12:35
...mesmo assim, a tendência dos pais é não enxergar quando a obesidade toma
forma. Até porque não faltam parentes e amigos elogiando as dobrinhas do bebê e
oferecendo comida. No consultório do nutrologista pediátrico Carlos Alberto
Nogueira, autor de Fofinho a Gordinho (Ed. Funcep), que atende meio pe-
ríodo em um hospital-escola, cerca de 80% dos casos são relacionados
à obesidade. E pouquíssimos são os casais que levaram o filho sem um
encaminhamento prévio da escola ou do pediatra, por exemplo. A maior
parte dos pacientes faz a primeira consulta aos 4 anos, mas o problema
do sobrepeso já pode aparecer no quarto mês de vida. O alarme contra
a obesidade nunca soa em casa. “A tendência é a família não ver. Eles
não enxergam a obesidade com a gravidade que deveriam”, diz.
Alguns casais levam até três anos para reconhecer o sobrepeso
do filho e mudar a educação alimentar da casa. “Não tem
como você dizer que uma criança de 1 ano e meio gosta
de batata frita ou de chocolate. Ela só gosta porque
vê alguém comendo sempre e fez disso um hábito
alimentar”, diz Durval Damiani, chefe da Uni-
dade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto
da Criança do Hospital das Clínicas (SP). A
criança, em geral, responde bem ao trata-
mento, que pode incluir medicamentos e,
em casos de obesidade extrema, a indica-
ção para uma cirurgia bariátrica.
Quando os hábitos alimentares da ca-
sa são investigados, muitas vezes vê-se
que o resultado só poderia ser a obesida-
de infantil. Faltam verduras e legumes na
mesa e horários fixos para as refeições. Sobra
espaço para frituras e doces, dizem os médicos.
Levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de
São Paulo constatou que, das 35.173 crianças avaliadas, com
idades entre 6 e 10 meses, 54,6% apresentaram alimentação
inadequada. No lugar da papinha salgada e das frutas, as
crianças recebiam complementos lácteos.
Você já sabe, mas não custa alertar novamente: a obesidade
infantil cresce ano a ano e precisa ser combatida cada vez mais
cedo para se evitarem doenças como diabetes ou enfarte. Estudos
Bebê-
bolinha
CF171_p74a75.indd 74 24/1/2008 21:14:22
Sedentarismo
Incentive a atividade física.
Nos fins de semana, leve
as crianças ao parque,
andem juntos de bicicleta,
apostem corrida
Produtos
industrializados
Não estimule o consumo
desses produtos e coloque
limites para guloseimas
que os pequenos adoram,
como salgadinhos
BalinhasElas não têm
valor nutritivo e engordam.
Ofereça de vez em quando
FriturasFaça os alimentos
na chapa ou em grill, assim
você evita frituras. O que
dá sabor aos alimentos
são os temperos
mostram um “boom” de pequenos obesos no Brasil (15% das crianças têm excesso de
peso e 5% já sofrem de obesidade) associado às mudanças nos padrões de consumo.
Ou seja, é o que você compra e coloca na mesa que determinará se seu filho terá de
brigar com a balança ou não.
Uma análise de 24 pesquisas envolvendo 400 mil crianças sugere que, até 2020, 50%
das crianças inglesas vão ser obesas. Nos Estados Unidos, o índice de obesidade infantil
já chega a 25%. Lá, a mania é fazer “baby fitness”: programa que antigamente dirigia
exercícios apenas para as mães, mas que incluiu recentemente um “treinamento” para
os bebês ficarem mais saudáveis, com brincadeiras entre mãe e filho. Paralelamente,
pesquisadores do Instituto de Psicologia Neurofisiológica de Chester, na Inglaterra,
afirmam que bebês passam cada vez mais tempo sentados e ficam menos no chão.
Falta de exercícios e hábitos alimentares nada saudáveis formam a dupla que desen-
cadeia mais facilmente o problema, mas não são os únicos responsáveis. “Os fatores
genéticos influenciam e têm grande importância, são facilitadores. Nos casos em que
ambos pais são obesos, a criança tem 80% de chances de seguir o mesmo caminho”, diz
Zuleika Halpern, endocrinologista responsável pelo Departamento de Obesidade Infan-
til da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.
Centenas de genes
Em casos raros, como o do bebê Mateus Araújo, baiano que comoveu o Brasil em
2006 por pesar 24 quilos com 1 ano e 3 meses, uma síndrome genética está associada.
Na maioria dos pacientes, porém, não se sabe o que os leva à obesidade. Este é o quadro
exposto por Durval, do HC-SP. “Somos amadores. Ainda estamos descobrindo como
nosso organismo controla o peso.”
Um estudo da nutricionista Rafaela Ricco, em parceria com a Universidade de São
Paulo e a Universidade de Ribeirão Preto, mostrou que o sobrepeso tem o mesmo
impacto que a obesidade na saúde da criança. Ela pode sofrer problemas ortopédicos,
hipertensão, diabetes, aumento de triglicérides etc. Assim como diversos fatores am-
bientais estão relacionados à obesidade, como desmame precoce e prematuridade,
vários também são os genes envolvidos na doença. Para se ter uma idéia, mais de cem
deles ajudam a engordar.
Uma das descobertas recentes dos cientistas é a incapacidade dos obesos de produzir
leptina, que nos dá a sensação de estarmos satisfeitos. Quando lhes é dado o hormônio,
eles emagrecem. Neste caso, há saída para o problema. Mas soluções, nesse campo,
são raríssimas. Para cada obeso seria necessário um tratamento específico, e não
generalizado, como é feito hoje em dia. Por enquanto, a melhor forma de se evitar a
obesidade é manter bons hábitos alimentares.
Seu filho pode ser fofo,
e não gordinho. Esta
frase parece óbvia, mas...
>>
Obesidade:
corra dela!
752 0 0 8 F E V E R E I R O C r e S C e r
CF171_p74a75.indd 75 24/1/2008 21:14:27
Falar mastigando a comida não pode. Comer de boca aberta, nem pensar. Levantar no
meiodarefeiçãosempedirlicençaestáforadecogitação.Ensinarseufilhocomosecomportar
àmesapodeexigirpaciência–emuitainsistência–masvaleapena.Quandocrescer,eleterá
desenvolturaparalidarcomtodotipodesituação:dejantarromânticoatéalmoçodenegócios.
Mas é preciso bom senso. A idade da criança é o que vai determinar quando ensinar certas
regras de etiqueta. O exemplo dos pais, mais uma vez, é o melhor caminho para esse aprendi-
zado. “Com a minha filha vale aquele ditado: casa de ferreiro, espeto de pau”, conta Claudia
Matarazzo,consultoraemetiquetaecomportamento,chefedocerimonialdogovernodeSão
Paulo e mãe de Valentina, 10 anos. “Por mais que eu fale e mostre como se faz, ela insiste em
apresentarumnovopassodesapateadonomeiodarefeição.Tudoporquemeumaridoéassim,
ele canta, levanta da mesa e dança durante o jantar. Ele dá o mau exemplo.”
Albertina Costa Ruiz, professora de etiqueta e co-autora do livro Não Fale de Boca Cheia
(Ed.MundoCristão),tambémafirmaqueexemploétudoedizqueafamílianãodevedeixaras
boasmaneirasparadepois.“Cadacriançatemseutempo,masospaisdevemmostrarcomose
faz,insistirparaqueadquirabonshábitos”,diz.“Nãoéquestãodefrescura,masdeeducação.”
Mas não transforme a hora da refeição em um momento tenso. As regras precisam ser intro-
duzidas aos poucos e de acordo com a idade da criança. “Se ela é pequena, deve ser a primeira
a comer e, de preferência, seu prato vem pronto da cozinha”, diz Albertina. “Quando cresce,
tem de aprender a esperar todos serem servidos para começar a refeição.” Ao lado, dicas das
especialistas para que seu filho se comporte bem à mesa sem você perder a calma.
Etiqueta para
os pequenos
CF171_p76a77.indd 76 24/1/2008 21:15:43
Até os 2 anos
• Nesta idade, a criança
ainda se dispersa com muita
facilidade e seu prato já deve
ser levado pronto à mesa
• Mesmo sendo pequena, ela
deve aprender que nem tudo
pode ser comido com as mãos
Aos 3 anos
• Os pais podem
começar a oferecer o
garfo no lugar da colher
• Troque o prato infantil
por um fundo
• Aproveite para ensiná-lo
que não se deve ficar batendo
os talheres na mesa
Aos 6 anos
• Troque o copo de
plástico pelo de vidro,
mas supervisione tudo
para que não ocorra
nenhum acidente
• Encha o copo apenas
até a metade
A partir
dos 7 anos
• Você já pode ensinar
seu filho a colocar a mesa
corretamente: facas do lado
direito do prato, garfos
do esquerdo, e assim vai...
• Ele também já estará apto
a usar os talheres de peixe
Aos 5 anos
• Quando a criança estiver
usando o garfo com mais
habilidade, deve-se substituir
o prato fundo pelo raso
• Com esta idade, ela
já consegue ver a mesa
de cima e não precisa
mais de cadeirão
No restaurante
• A criança sempre
deve ser servida primeiro
• Leve algum brinquedinho
para que ela se distraia
enquanto a comida não chega,
até quando tiver 5 ou 6 anos.
Depois, ela precisa aprender
a esperar um pouco
• Não deixe para comer
muito tarde, para que ela
não fique irritada
• Se a criança se comportar
mal no restaurante, não
faça escândalo. Diga que,
em casa, terão uma conversa
séria – ou vá embora
• Não coloque roupas
cheias de babados e fitinhas
na manga, porque ela poderá
se sujar facilmente. Se isso
ocorrer, dobre as mangas
• Prefira as mesas que ficam
nos cantos, para evitar confusão
em torno da criança
Aos 4 anos
• A faca, sem ponta, já
pode ser oferecida. Comece
estimulando seu filho a cortar
alimentos moles, como batata
• Ensine-o a usar a faca, e não
o dedinho, para empurrar a
comida até o garfo
Ensinar seu filho a se portar na hora da
refeição não é frescura. Quando crescer,
ele terá desenvoltura em almoços
de negócios e jantares românticos!
CF171_p76a77.indd 77 24/1/2008 21:15:46

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021
Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021
Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITAL
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITALCOLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITAL
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITALFIELDS_360
 
Receitas culinária infantil
Receitas culinária infantilReceitas culinária infantil
Receitas culinária infantilmucamaba
 
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...Danilo Figueiredo
 
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Casas Lares Humberto de campos
Casas Lares Humberto de camposCasas Lares Humberto de campos
Casas Lares Humberto de camposcristianesbroggio
 
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece?
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece? Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece?
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece? Prof. Marcus Renato de Carvalho
 
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantil
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantilContribuição do aleitamento materno para a educação infantil
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantilSilvia Marina Anaruma
 
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. GladsonGuia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. GladsonProf. Marcus Renato de Carvalho
 

La actualidad más candente (20)

Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021
Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021
Guia Alimentar para menores de 2 anos - versão resumida 2021
 
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITAL
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITALCOLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITAL
COLUNISTAS - POST DOACAO DE LEITE - PECAS MIDIA DIGITAL
 
Receitas culinária infantil
Receitas culinária infantilReceitas culinária infantil
Receitas culinária infantil
 
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017
Aleitamento Materno continuado X Desmame: SBP - Departamento Científico 2017
 
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância
Alimento de Primeira - Capítulo do Caderno 17 - Primeira Infância
 
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...
30 Papinhas Para Bebê | DICAS DE SAÚDE: Fuja das papinhas industrializadas, n...
 
Receitas Bela
Receitas BelaReceitas Bela
Receitas Bela
 
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...
PATERNIDADE e PRIMEIRA INFÂNCIA - Relatório Técnico do Seminário Nacional da ...
 
Casas Lares Humberto de campos
Casas Lares Humberto de camposCasas Lares Humberto de campos
Casas Lares Humberto de campos
 
Sintonia da saúde 11-10-17
Sintonia da saúde 11-10-17Sintonia da saúde 11-10-17
Sintonia da saúde 11-10-17
 
Guia gestante e bebê
Guia gestante e bebêGuia gestante e bebê
Guia gestante e bebê
 
Manual ALEITAMENTO MATERNO da FEBRASGO 2015
Manual ALEITAMENTO MATERNO da FEBRASGO 2015Manual ALEITAMENTO MATERNO da FEBRASGO 2015
Manual ALEITAMENTO MATERNO da FEBRASGO 2015
 
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019
Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos / 2019
 
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece?
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece? Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece?
Iniciativa Consultório Amigo da Amamentação: você conhece?
 
Guia Gestante Bebê
Guia Gestante BebêGuia Gestante Bebê
Guia Gestante Bebê
 
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantil
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantilContribuição do aleitamento materno para a educação infantil
Contribuição do aleitamento materno para a educação infantil
 
Amamentação e sustentabilidade
Amamentação e sustentabilidadeAmamentação e sustentabilidade
Amamentação e sustentabilidade
 
Semana do bebê como fazer
Semana do bebê   como fazerSemana do bebê   como fazer
Semana do bebê como fazer
 
Doenças infecciosas maternas & Amamentação / SBP
Doenças infecciosas maternas & Amamentação / SBP Doenças infecciosas maternas & Amamentação / SBP
Doenças infecciosas maternas & Amamentação / SBP
 
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. GladsonGuia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson
Guia Básico para uma Alimentação de Sucesso - livro by Dr. Gladson
 

Similar a capa operação prato limpo

Truques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremTruques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremfigueiredo5
 
Truques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremTruques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremeuu3
 
Material aleitamento
Material aleitamentoMaterial aleitamento
Material aleitamentogikapp88
 
A criança que não quer comer
A criança que não quer comerA criança que não quer comer
A criança que não quer comergisa_legal
 
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdf
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdfcartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdf
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdfFranciscoHeitor
 
4ª edição folder power point
4ª edição folder power point4ª edição folder power point
4ª edição folder power pointalinnegabpaixao
 
Como lidar com crianças seletivas
Como lidar com crianças seletivasComo lidar com crianças seletivas
Como lidar com crianças seletivasMaria Cristina Lopes
 
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]Sandbox
 
Oficinas adolescentes ufmg
Oficinas adolescentes ufmgOficinas adolescentes ufmg
Oficinas adolescentes ufmgCarolina Vaz
 
"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento
"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento
"Muito Além do Peso" Síntese e PosicionamentoJoão Victor
 
A criança que não quer comer
A criança que não quer comerA criança que não quer comer
A criança que não quer comergisa_legal
 
Terapia de família na cozinha - batatas e Carne de sol
Terapia de família na cozinha  - batatas e Carne de solTerapia de família na cozinha  - batatas e Carne de sol
Terapia de família na cozinha - batatas e Carne de solLiliam Da Paixão
 
Gente Miúda Na Cozinha
Gente  Miúda Na  CozinhaGente  Miúda Na  Cozinha
Gente Miúda Na Cozinhapenacozinha
 
Sinta saúde emagreça em 8 semanas ou menos e para sempre
Sinta saúde  emagreça em  8 semanas ou menos e para sempreSinta saúde  emagreça em  8 semanas ou menos e para sempre
Sinta saúde emagreça em 8 semanas ou menos e para sempreAlexandre Cury
 

Similar a capa operação prato limpo (20)

capaalimentacao2011
capaalimentacao2011capaalimentacao2011
capaalimentacao2011
 
Crianças na cozinha
Crianças na cozinhaCrianças na cozinha
Crianças na cozinha
 
Truques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremTruques para as crianças comerem
Truques para as crianças comerem
 
Truques para as crianças comerem
Truques para as crianças comeremTruques para as crianças comerem
Truques para as crianças comerem
 
Meu filho não come nada!
Meu filho não come nada!Meu filho não come nada!
Meu filho não come nada!
 
E-book Seletividade Alimentar.pdf
E-book Seletividade Alimentar.pdfE-book Seletividade Alimentar.pdf
E-book Seletividade Alimentar.pdf
 
Material aleitamento
Material aleitamentoMaterial aleitamento
Material aleitamento
 
A criança que não quer comer
A criança que não quer comerA criança que não quer comer
A criança que não quer comer
 
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdf
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdfcartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdf
cartilha_-_alimentacao_e_nutricao_no_ambito_do_pse_0.pdf
 
4ª edição folder power point
4ª edição folder power point4ª edição folder power point
4ª edição folder power point
 
Como lidar com crianças seletivas
Como lidar com crianças seletivasComo lidar com crianças seletivas
Como lidar com crianças seletivas
 
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]
Obesidade Infantil - Renata Millena [Planning Academy]
 
Oficinas adolescentes ufmg
Oficinas adolescentes ufmgOficinas adolescentes ufmg
Oficinas adolescentes ufmg
 
premaio
premaiopremaio
premaio
 
"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento
"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento
"Muito Além do Peso" Síntese e Posicionamento
 
Lanchinho saudável_parte 2
Lanchinho saudável_parte 2Lanchinho saudável_parte 2
Lanchinho saudável_parte 2
 
A criança que não quer comer
A criança que não quer comerA criança que não quer comer
A criança que não quer comer
 
Terapia de família na cozinha - batatas e Carne de sol
Terapia de família na cozinha  - batatas e Carne de solTerapia de família na cozinha  - batatas e Carne de sol
Terapia de família na cozinha - batatas e Carne de sol
 
Gente Miúda Na Cozinha
Gente  Miúda Na  CozinhaGente  Miúda Na  Cozinha
Gente Miúda Na Cozinha
 
Sinta saúde emagreça em 8 semanas ou menos e para sempre
Sinta saúde  emagreça em  8 semanas ou menos e para sempreSinta saúde  emagreça em  8 semanas ou menos e para sempre
Sinta saúde emagreça em 8 semanas ou menos e para sempre
 

Más de Thais Lazzeri (12)

capa sono
capa sonocapa sono
capa sono
 
clicksaesperadeumbebe
clicksaesperadeumbebeclicksaesperadeumbebe
clicksaesperadeumbebe
 
papinhasdobrasil
papinhasdobrasilpapinhasdobrasil
papinhasdobrasil
 
criancaemedicacao
criancaemedicacaocriancaemedicacao
criancaemedicacao
 
preoutubro2010
preoutubro2010preoutubro2010
preoutubro2010
 
pre22010
pre22010pre22010
pre22010
 
CF179_p70a73
CF179_p70a73CF179_p70a73
CF179_p70a73
 
O contador de histórias
O contador de históriasO contador de histórias
O contador de histórias
 
adoção
adoçãoadoção
adoção
 
inclusão
inclusãoinclusão
inclusão
 
minha cela minha vida
minha cela minha vidaminha cela minha vida
minha cela minha vida
 
CHUVA,
CHUVA,CHUVA,
CHUVA,
 

capa operação prato limpo

  • 1. Informação e inspiração para mães e pais www.revistacrescer.com.br ESPECIALALIMENTAÇÃOTVECOMPUTADORCRIANÇATÍMIDABELEZANAGRAVIDEZCrescer171Fevereiro2008 15 IDÉIAS para você sobreviver à adaptação na escola Só os extrovertidos são felizes? Aprenda a respeitar a criança tímida OPERAÇÃO PRATO LIMPO Tire suas dúvidas sobre beleza na gravidez +Martha Stewart mostra como aproveitar fotos das férias + Como customizar os tênis deles PRATO LIMPO Sem drama pra comerAs melhores dicas para você alimentar bem seu filho (sem perder a cabeça!) pra comerpra comer Exclusivo:pesquisa deCRESCER comos leitores mostra o que acontece na hora de ir paraa mesa TV e computador são sim aliados na educação 9770104398006 00171 FEVEREIRO 2008 N0 171 R$ 8,90 CAPAbca.indd 1 24/1/2008 20:48:47
  • 2. 62 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8 Por DANIELA TÓFoLI E THAIS LAZZErI FoToS ANDré SPINoLA E cASTro ProDução ISAbELA cAmPoS Este é o desejo de boa parte dos pais. Tanto que, aqui na redação, recebemos inúmeras cartas e e-mails todososmesescomdúvidassobrealimentação. Para saber um pouco mais acerca do assunto e ajudar você, CRESCERrealizou uma pesquisaexclusiva com os leitoressobre o seu comportamento na hora das refeições. Foram 22 perguntas na internet, respondidas por 764 pais (70% deles com filhos entre 0 e 4 anos) em apenas uma semana – o que confirma como o assunto faz parte das inquietações familiares. Muitos resultados são animadores: cerca de 57%dosleitoresdizemliberarrefrigerante só aos fins de semana e 34% deles fazem as três refeições com a família todos os dias, por exemplo. O problema aparece quando se trata de comer verduras e legumes – tanto os pais quanto as crianças não levam esse hábito muito a sério. Lógico que as respostas nem sempre refletem o que acontece em casa todo dia (quem nunca teve uma semana corrida e deixou a fruteira vazia?), mas o fato de os pais terem consciência de como as refeições precisam ser feitas já é meio caminho andado. Nas próximas páginas, fizemos um “dossiê da alimentação” com dicas para você realizar seu sonho. Sirva-se das informações! alimentação CF171_p62-67.indd 62 24/1/2008 20:46:41
  • 3. 632 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r >> prato limpo Operação Agradecimentos:EmpórioBaby&Kids(11)3022-9616; Pepper(11)30730333;PresentesMickey(11)3088-0577; Suxxar(11)3842-3200;TecelagemLorena(11)5543-0202; Utilplast(11)3088-0862 CF171_p62-67.indd 63 24/1/2008 20:46:44
  • 4. Nada melhor que ver as crianças comendo bem. A sensação de dever cumprido é ins- tantânea e faz com que vocês tenham certeza, pelo menos por alguns minutos, de que são os melhores pais do mundo. Quando elas se alimentam direito é sinal de que estão saudáveis, felizes e crescendo! E é por isso que tantas famílias, como a sua, vira e mexe se questionam se estãofazendoacoisacerta.éumaquestãodeinstinto.Talvezporissoospaisseesforcempara criar hábitos saudáveis e fazer da alimentação um momento prazeroso. Ainda que de vez em quandooexemplonãosejaodesejado,principalmentequandooassuntosãoverduras,legumes e frutas, eles sabem o que deve ser feito. Paracomeçartudodireitinho,amaioriaconcordaqueéprecisocomeràmesa–e62,1%dos pais que participaram da pesquisa de crEScEr dizem fazer isso. mais de um terço (38%), porém, faz a refeição em lugares não muito recomendados. uma parte sai andando pela casa atrás do filho ou dá a comida enquanto ele brinca. Por sorte, é pouca gente (5,5% e 5,2%, res- pectivamente). os outros 27,2% seguem um hábito condenado pelos especialistas – deixam a criança comer na frente da TV. resultado: ela não se concentra na refeição, não distingue os saboresdosalimentose,comonempercebeaquantidadedoqueestáingerindo,podecomeçar a comer compulsivamente e se tornar obesa. NacasadeLeilabrígidaLucindo,coordenadorapedagógica,éassimtodososdias.Enquanto elaeomaridoJorgeLuizGomesalmoçamàmesa,escondidosdofilho–porqueseeleficacom ocasalnãocomedireito–,opequenovêTVealmoçacomababá.Asituaçãodasecretáriaro- sângelaSerraéinversa.ospaiscomemnosofáeofilho,sentadoàmesa.“Seiqueestáerrado, masnocorre-correesquecemoscertosdetalhesimportantes”,diz.Sãoessesdetalhesabaseda formação dos hábitos alimentares. Sevocêacompanhaseufilhonahoradarefeição,porexemplo,alémdevercomoeleestáse comportandoequaisalimentosingere,aindapoderáensiná-loacomerbem,mostrandocomo sefaz.éissomesmo:nãoadiantadizerquebrócolisfazbemparaasaúdeeégostososevocênão colocá-lonaboca.Apenas25%dospaisouvidosnapesquisacomemvegetais,legumesoufrutas três vezes por dia. cerca de 32% os consomem só uma vez. o número cai para 18% quando “A hora da refeição em casa parece uma novela. Minha filha mais velha foge e serra os dentespra não comer. A mais nova chora entre uma colherada e outra.E, no meio desse fogo cruzado, tento acalmar os ânimos para conseguir ter refeições em paz, como deveria ser sempre”Ana Schulli, mãe de Louise, 3 anos, e Camille, 6 meses 64 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8 CF171_p62-67.indd 64 24/1/2008 20:46:49
  • 5. falamos das crianças. E, como uma forma de aliviar a culpa e manter as crianças “saudáveis”, as famílias partem para o uso de suplementos alimentares, como as vitaminas. o levantamento de crEScEr mostra um dado alarmante: 47,5% dos pais contam já ter dado suplementos (que precisam de recomendação médica) aos filhos. A dona de casa Gracineide maria Silveira nos contou uma história que seria engraçada, mas quenãoservecomoexemplo.Elanãogostadeverduras.Então,nãocompra.Quandofoialmoçar nacasadasogra,suafilhasesurpreendeuaoveraavócomendoalimentos“verdes”.Amãeconta queameninadisse:“Vó,nãocomeissonão,égrama.Issoécomidadecoelho.Vocêvaificarcom dor de barriga.” A postura da filha reflete os hábitos alimentares da família. Àsvezes,opadrãodeconsumomudacomonascimentodacriança.AfilhadeElisângelaNeres Vieira, fiscal tributária, só almoça depois que a mãe coloca salada para todos. marcelo batista passou a se alimentar melhor com o nascimento do filho. Já Joe Horner fez uma horta em casa. A filha começou a ajudá-lo. “Ela tira os alimentos da horta e os vem comendo crus”, diz. outra formadeestimularascriançasélevá-lasàfeiraouaomercado.AoperáriacristianneYoshidavai com a filha às compras. A menina pede por pepinos, brócolis e comida japonesa. Professor de nutrologia do Departamento de Pediatria da universidade Federal de São Paulo (unifesp), José Augusto Taddei confirma que é importante manter rituais, como preparar os alimentos juntos ou colocar a mesa direito, para estimular os bons hábitos alimentares. “Se a criança participa dessas atividades, fica mais predisposta a comer o que é oferecido.” Assim, se seu filho não aceita verduras de jeito nenhum, tente fazer uma horta em casa, ainda que seja em vasos. Ele vai ver os alimentos crescendo, poderá colhê-los, irá acompanhar o preparo da salada e, muito provavelmente, não reclamará de comer aquilo que ele mesmo fez. Legumes disfarçados Quando nada disso dá certo, alguns pais recorrem ao esconde-esconde, disfarçando ver- duras e legumes. o prato ganha cor e graça em formatos de palhaços, jardins, bichos etc. cristina cicolo, funcionária pública, comprou uma centrífuga para resolver o déficit na alimentação do filho. Agora o arroz é colorido, com caldo de beterraba, espinafre e cenoura. A façanha deu tão certo que o menino convida os amigos da escola para comer comida co- lorida. Essa fórmula é polêmica entre os nutricionistas. maria Luiza de brito ctenas, autora de Crescendo com Saúde (c2 Editora), por exemplo, acha que não se deve enganar a criança. “o dia em que ela descobrir, não vai comer mais nem acreditar nos pais.” Para resolver a questão, a massoterapeuta Fernanda Pena decidiu “maquiar” os alimentos com o aval da filha. “Ela diz assim: ‘mamãe, esconde os legumes. Eu como, mas não quero ver.’” Trato é Letícia de Castro Cavalcante, mãe de Lais, 5 anos “Minha filha coloca dez bonecas sentadas à mesa e pede para eu dar comida para elas também. Ela come tudo. É um almoço demorado, mas funciona” >> 652 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r CF171_p62-67.indd 65 24/1/2008 20:46:52
  • 6. trato. Disfarçar verduras e legumes é fórmula usada por 28% dos pais. cerca de 64%, porém, colocam os vegetais no prato dos filhos, mas não forçam a barra para que comam. é claro que a hora da refeição não pode se tornar um momento de briga constante, mas per- sistência é fundamental. Fazer com que seu filho se acostume a novos sabores é uma tarefa que levasemanas.“Quandofordarumnovoalimento,apresente-oempequenasquantidadeserepe- tidamente, para a criança poder se acostumar com o gosto”, diz José Augusto, da unifesp. “boa parte dos adultos, por exemplo, não gosta de comida japonesa logo de cara. Eles se acostumam aospoucos,eéassimqueacontececomospequenos.”ouseja,seseufilhoreclamardaabobrinha naprimeiravez,esperealgunsdiaseofereçadenovo.Tentetambémnovasformasdepreparodo alimento. Na quinta vez, ele reclamará menos. outra dica que ajuda: quando seu filho começar a comer, ainda nas papinhas, é importante não bater tudo no liqüidificador. Se fizer isso, os alimentos ficarão com cor e sabor misturados e acriançanãosaberáoqueestácomendo.“émelhoramassarnafrentedelaeoferecer,assimserá possível associar um gosto a uma comida”, afirma maria Luiza. ospaistambémprecisamlembrarqueascriançasnãovãogostardetodososalimentos.Seseu filho não come cenoura, mas aceita a abóbora, não há problema. um substitui o outro. “Se os nutrientes chegam à criança, ela não precisa comer de tudo”, diz Fábio Ancona Lopez, pediatra especialista em nutrição e vice-presidente da Sociedade brasileira de Pediatria. Quando seu filho foge da comida comer bem, aliás, nem sempre significa comer tudo. Até completar 3 anos, é natural que a criançasealimentemelhor.Apartirdaí,alémdelacresceremritmomaislento,outrosinteresses dividemsuaatenção,comoasbrincadeiras.Nestafase,começamorelatosdepaisque,literalmen- te, correm atrás dos filhos com o prato nas mãos. “Se a criança não presta atenção à comida, não vai formar o hábito de comer na hora e no lugar certos”, afirma Fábio. Atenção, porém, à quantidade que você coloca no prato do seu filho. Se ele come bem e está compesoealturanormais,nãohámotivosparapreocupaçãoquandoopequenodizquenãoquer mais. “Todo mundo tem o direito de não comer tanto quanto o pai e a mãe esperam”, diz José Augusto. “Algumas crianças são glutonas, outras estão ‘estragadas’: sabem que os pais vão dar na boca. o que não pode é o pai se desesperar e oferecer qualquer alimento.” Lembre-se também de que o importante é avaliar o que a criança comeu durante a semana, e não apenas basear seu desespero em uma refeição que não ocorreu do modo como você esperava. Quando a criança não quer comer – e não está doente nem querendo chamar a atenção – a soluçãoérespeitarsuavontadesemabrirexceções,afirmaomédico.“Elanãovaimorrersedeixar Tânia Dias Gomes, mãe de Arthur, 5 anos “Àsvezes meufilhousa ahorada refeição para chamar atenção. Quandoisso ocorre,insisto eelecome. Parece quesó quermedir força” 66 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8 CF171_p62-67.indd 66 24/1/2008 20:46:56
  • 7. dealmoçar,mastambémnãovaitersobremesa.Sugiroqueospaisguardemacomidae,quando ela tiver fome, esquentem a refeição. é melhor que substitui-la por lanches.” Seufilhotambémnãovaisealimentarnahoracertasevocêoferecerlanchinhosodiatodo, principalmentesedeixarfrutasdeladoeprivilegiarprodutosindustrializados.Nossapesquisa mostrouque55%dascriançasfazemdoislanchespordiae25%,três.“ébomcomernomeioda manhãedatarde,desdequeesseslanchessejamsaudáveis”,dizFábio.“Hambúrguercomfritas temdeserumalmoçoeventual,nuncaumlancheintermediário.”Atéporqueconsumirjunk foodpodeserumhábitodifícildereverter.Tãodifícilque,àsvezes,nemospaisconseguem largá-los.maséprecisocuidadoenãosóemdaroexemplo.Pesquisasmostramquemu- lheresqueconsomemjunkfoodnagestaçãopodemestimularapreferênciadascrianças poressetipodecomidaantesmesmodelasnascerem.EstudodoroyalVeterinarycol- lege,naInglaterra,mostraqueratazanasquecomerammuitabolacha,doceebatata nagravidez“programaram”ocomportamentodosfilhotes.Apósonascimento,eles buscaram alimentos desse tipo e tiveram peso acima do normal. os médicos ainda não conhecem bem o mecanismo de escolha dos alimen- tos.“massabemosque,sevocêoferecevariedade,atéporquestãodesobrevi- vência a criança não vai querer só doce. A não ser que já esteja viciada”, diz José Augusto. é importante lembrar que os doces não estão proibidos, eles sóprecisamseroferecidoscombomsenso.Antesdasrefeições,atrapalha- rão o apetite do seu filho. o que também não quer dizer que, se você não oferecê-los, a criança comerá bem. Senadaparecedarcerto,oquenãoadiantaépartirparaachantagem– táticacomumemmomentosdedesesperodeambososlados.“Seacrian- çavêqueafamíliaprestaatençãonoqueelanãocome,acabausando os alimentos para fazer chantagem”, diz maria Luiza. “E os pais fazem o mesmo. Se comer a papinha, vai ganhar salgadinho. A questão é não obrigá-la a comer. Se não está com fome para o almoço, não vai ter fome para o doce. é uma questão de combinar as normas.” A alimentação, como tudo na vida, também precisa de regras claras e, para que seu filho não precise passar por uma reeducação alimentar mais tarde, nada melhor que educá-lo agora. Só o fato de você ter lido esta matéria mostra sua preocupação com isso – o que já é meio caminho andado. Agora só falta colocar em prática o que você já sabe na teoria. dicas para seu filho comer bem51Tente oferecer as refeições sempre nos mesmos local e horário. De preferência com a TV desligada 2Dê o exemplo e também coma saladas e frutas 3Combine regras antes: se ele comer verduras, vai ganhar sobremesa, por exemplo 4Caso seu filho queira “pular” a refeição, deixe claro que ele não poderá comer bolachas e salgadinhos dali a uma hora. No máximo, terá seu prato esquentado 5Introduza novos alimentos aos poucos e persista até que ele se acostume ao gosto. se a criança participar do processo de preparo da comida, como a escolha dos legumes na feira ou a ajuda no tempero, estará mais disposta a experimentar novidades >> 672 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r NO site: Acesse o arquivo CRESCER de papinha e o blog Comer É um Barato CF171_p62-67.indd 67 24/1/2008 20:46:59
  • 8. 68 C r e s C e r F E V E R E I R O 2 0 0 8 É só olhar para as prateleiras dos supermercados lotadas de caixinhas de leite para as dúvidas começarem: qual o melhor tipo? As opções são tantas que comprar o produto mais indicado para seu filho torna-se um desafio. Leite de vaca, cabra, búfala, ovelha ou camela? Além da origem, há variações nos tipos (veja abaixo) e no teor de gordura. O in- tegral tem pelo menos 3%; o desnatado, no máximo 0,5%; e o semi-desnatado, um valor intermediário. A decisão de qual é melhor deve ser tomada com o pediatra. Segundo Cid Pinheiro, pediatra do Hospital São Luiz, a maioria das crianças consome leite de vaca in- tegral. “O desnatado e o semi são recomendados para tratamentos de doenças específicas, como a obesidade.” O acréscimo de farinha láctea também deve ser feito com orientação médica. Ao lado, damos uma referência da quantidade que as crianças devem consumir, mas ela pode variar. “É preciso levar em conta a idade e informações como prematuridade ou não.” Abaixo, os tipos de leite mais comuns nos mercados: AromatizadosComo melhoram o aroma, podem ser uma alternativa quando as crianças rejeitam o leite. O produto, com cheiro de morango ou chocolate, por exemplo, parece um pouco escurecido. Novas marcas estão chegando ao mercado brasileiro. É necessário ter atenção para casos de alergia aos aditivos, especialmente corantes, se houver. HidrolisadosSão especialmente recomendados para crianças com intolerância à lactose. Nelas, as enzimas digestivas não estão completas. Assim, aquela que falta para digerir a lactose já age no leite antes da ingestão. Os hidrolisados são tratados com enzimas para a quebra do açúcar do leite, facilitando a digestão. enriquecidosEles têm o objetivo de complementar a alimentação da criança com nutrientes importantes não encontrados no leite original ou para repor vitaminas. Podem ser com cálcio, ferro, fibras, ácidos graxos tipo ômega 3 ou 6 etc. O enriquecido com ferro, por exemplo, pode ser usado em qualquer faixa etária, mas até 2 anos é mais Conheça as principais diferenças e decida qual o mais adequado para o seu filho recomendado pelos pediatras por causa da necessidade maior deste mineral. Já os que apresentam ômega 3 ou 6 ajudam no metabolismo e são recomendáveis por conterem gordura de boa qualidade. em póÉ muito prático para passeios e viagens, já que é fácil de carregar e pode ser preparado na hora, sem necessidade de refrigeração. O produto é obtido por meio da secagem, preservando seus demais constituintes. Costuma ser mais consumido por crianças menores, justamente por ter uma fórmula mais balanceada e completa. De sojaÉ indicado principalmente para quem tem algum tipo de intolerância a proteínas de origem animal. Sua fonte de proteína é vegetal, e não animal, como os demais leites, e acaba sendo uma opção de complemento alimentar. AchocolatadosNão são necessários. Mas, se ainda assim você quiser dar, faça-o após o segundo ano de vida. Antes, podem aumentar o risco de alergia. Fonte:DanielleBragaCheliniPereira,coordenadoradeensinodoCentroTecnológico/Institutode LaticíniosCândidoTostes,daEmpresadePesquisaAgropecuáriadeMinasGerais Consumo por idade: 7 meses a 2 anos: 3 a 4 porções de 120 ml; 2 a 3 anos: 5 porções de 120 ml; 4 a 6 anos: 4 porções de 180 ml >> Tantos leites CF171_p68a69.indd 68 24/1/2008 21:09:21
  • 9. 692 0 0 8 F E V E R E I R O C r e s C e r CF171_p68a69.indd 69 24/1/2008 21:09:23
  • 10. SalFaz bem Osódioéoprincipalcomponentedosaldecozinha.Eletemumafunção importantenonossoorganismo:regularaatividadedeáguaesais,participandodacontração muscular. O sal também é importante para a transmissão de impulsos nervosos. QuandosetornavilãoOpaladardobrasileiroseacostumouaoconsumoexcessivo. A recomendação para adultos é de 6 gramas de sal por dia, ou uma colher de chá. Hoje, beira 12 gramas. Crianças devem ingerir ainda menos. “Em ca- sos raros em crianças, o organismo libera hormônios que podem causar edemas. Essa sobrecarga de sal pode acelerar ou causar mais cedo um problema de disfunção renal na vida adulta”, afirma Lílian Gonçal- ves Zapoto, pediatra do Hospital Israelita Albert Einstein (SP). Ou- tro quadro que vem se tornando habitual é a hipertensão infantil. E não é só o sal de cozinha o responsável. O sódio é ingrediente de vários produtos industrializados, como salgadinhos, e serve como conservante. Dica esperta Não é só o sal que dá gosto à comida. Usar temperos como tomilho, alho, pimenta, salsinha, orégano e manjericão dá um charme especial ao prato e dispensa o uso excessivo de sal. GordurasFazem bem No caso de bebês, a gor- dura encontrada no leite materno é usada na formação do siste- ma nervoso central. Já os maiores utilizam-na de outra maneira. Cerca de 30% da energia gasta pelo organismo provêm da queima de gorduras. A recomendação é que seja consumida a gordura in- saturada, que não aumenta o LDL, o colesterol ruim. Ela pode ser encontrada em alimentos de origem vegetal, como óleo e azeite, que são usados na preparação de refeições. As vitaminas lipossolúveis, como A, B, D, E e K, precisam se dissolver na gordura para serem ab- sorvidas pelo organismo. O ideal é que uma família de quatro pessoas utilize duas latas de óleo por mês. Mocinhos ou vilões? CF171_p70a71.indd 70 24/1/2008 21:10:44
  • 11. Quando se tornam vilãs As gorduras saturadas aumentam o LDL e elevam as calorias dos alimentos. Na lista, os produtos favoritos de muitas crianças: bolacha recheada, sorvete, batata frita. O óleo reutilizado também se torna gordura saturada. Em alta temperatura, ele libera radicais livres prejudiciais à saúde. Dica esperta A gordura transgênica, ou trans, utilizada para melhorar o sabor e a aparência dos alimentos, faz mal. Muitos produtos já possuem versões livres delas. Prefira-os. AçúcarFaz bem O açúcar, que é um carboidrato, contribui com o fornecimento de energia para o organismo. Por isso, os médicos incentivamoconsumopositivodoaçúcar,ouseja,daquelesquejáestão presentesnosalimentos,comofrutas,milho,arroz,eaconselhamadiar a entrada dos doces, pelo menos até o primeiro ano de vida. Quando se torna vilão Como as crianças têm preferência inata pelos doces, a adição de açúcar nas refeições deve ser contida para que elas não tenham uma predileção precoce, o que pode gerar uma tendência à rejeição aos salgados e, por fim, o aumento de peso. A consultoria Datagro, especializada em açúcar e álcool, anunciou que o consumo de açúcar no Brasil deve ser o maior em mais de dez anos. Segundo os médicos, não há consenso sobre a quantidade ideal a ser consumida por dia. Outra preocupação é o aparecimento de cáries dentárias. Dica esperta Açúcar é um hábito. Se você acostumar a criança a comer frutas na sobremesa e sucos sem adoçar ela não sentirá tanta necessidade de doces. E só use adoçantes no caso de diabetes, já que os médicos ainda não têm certeza sobre os males que podem causar ao organismo. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor, o que se sabe é que o adoçante pode provocar cáries e, se o número de doses diárias for alto, desencadear diarréia ou alergia. O sal, o açúcar e a gordura são essenciais ao desenvolvimento de seu filho, mas, na medida errada, podem trazer problemas de saúde >> CF171_p70a71.indd 71 24/1/2008 21:10:47
  • 12. Onde encontrar: Proteína:Em cereais, leguminosas e frutas oleaginosas (nozes e amêndoas, após seu filho completar 1 ano) Ferro:Em melado de cana, gergelim, grão- de-bico, feijões, açaí e frutas secas. Evite chá, principalmente o preto, durante as refeições, pois dificulta a absorção do mineral Cálcio:Em couve e brócolis Vitamina D:Durante a exposição ao sol por 20 minutos, três vezes por semana, nos horários permitidos. Assim, o corpo sintetiza a vitamina. Caso contrário, são necessários suplementos Zinco:Em castanha-de-caju, leguminosas (como feijão azuqui) e soja Ômega 3:Em linhaça, alimentos à base de soja e óleos vegetais Vitamina B12:Em suplementos, se estiver grávida, amamentando ou tiver filhos veganos Cuidar da alimentação dos filhos dá trabalho, os pais bem sabem. Quando a fa- mília é vegetariana, então, a atenção precisa ser redobrada. Não basta tirar a carne das refeições da família e se dizer adepto do vegetarianismo imaginando, assim, uma vida mais saudável. É necessário saber substitui-la corretamente para que as crianças não cresçam com carência de nutrientes e ter paciência para explicar inúmeras vezes para avós, tios e amigos os motivos da sua escolha. O“verdadeiro”vegetarianoéaquelequenãocomenenhumtipodecarne,nemmesmopei- xe.Omaiscomum,noentanto,éoovolactovegetariano,quenãocomecarne,masconsome ovos e laticínios (leite e derivados), e o semivegetariano, que eventualmente inclui peixe ou avenocardápio.Osveganossãovegetarianosaoextremo:nãoingeremnemusamprodutos de origem animal, como gelatina ou couro, por exemplo. Qualquer uma dessas dietas pode ser seguida pelos pequenos, desde que os pais façam as substituições necessárias (veja exemplos no quadro). Afinal, a carne é, indiscutivelmente, o alimento proteico mais completo, pois tem aminoácidos essenciais em maiores proporções que a maioria dos vegetais. Quando bem planejada, de preferência comaorientaçãodeumnutricionista,aalimentaçãovegetarianaéadequada a todos os estágios da vida – da infância à gravidez. Estudos comparativos entreascriançasvegetarianaseasquecomemcarne,daAssociaçãoDie- tética Americana e do grupo Nutricionistas do Canadá, mostram que ambos os grupos têm desenvolvimento semelhante. Mas acreditar que excluir apenas a carne da dieta vai tornar sua família mais saudável é um erro. Uma pessoa que não come carne, mas se alimenta à base de batata frita e refrigerante todos os dias, por exemplo, é uma forte candidata à carência nutricional e à obesidade. Não dá para eliminar um grupo alimentar inteiro, sem trocá-lo por opções variadas e de qualidade. “Vegetarianos comem de tudo”, afirma o nutricionista George Guimarães, diretor da NutriVeg, consultoria de nutrição vegetariana. Se- gundo ele, a combinação de tipos variados de alimentos – le- guminosas,cereais,oleaginosas,tubérculos,frutas,verdurase legumes – garante uma boa nutrição. Alongoprazo,ovegetarianismoestrito(queexcluiqualquer tipo de derivados animais, como ovos e leite) pode causar de- ficiências nutricionais. A principal delas é a vitamina B12, encontrada somente em alimentos de origem animal. A reposiçãoéobrigatóriaparagrávidas,mulheresqueama- mentamecrianças.“AB12estárelacionadaaodesen- Muito mais que alface CF171_p72a73.indd 72 24/1/2008 21:12:26
  • 13. volvimento do sistema neurológico e sangüíneo, então é melhor não arriscar”, afirma o médico nutrólogo Eric Slywitch, coordenador do Departamento de Medicina e Nutrição da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). Já os demais têm de fazer exames regularmente para acompanhar o nível da vitamina no or- ganismo e, quando necessário, suplementá-la. Outro nutriente que merece atenção na dieta vegetariana é o ferro. Segundo a pediatra Roseli Sarni, presidente do Departamento Científico de Nutrologia da SociedadeBrasileiradePediatria,aanemiaferropriva(faltadeferro)atinge40%dascrianças menoresde2anosnoBrasil.Comoacarnevermelhaéricaemferro-heme(formadomineral melhor absorvida pelo organismo), os vegetarianos têm de ficar atentos. Uma das formas de driblaroproblemaéaumentaroconsumodealimentoscomvitaminaCduranteasrefeições, pois a substância facilita a absorção do nutriente. Obstáculos Há cinco anos a produtora de eventos Roberta Von Doelinger baniu a carne do cardápio por causa de seu amor pelos animais. Aos poucos, transmitiu o hábito paraasfilhasJéssyca,de14anos,eAmanda,11.Amaisnova,Marina,de3anos, nunca experimentou carne. A opção de Roberta vez ou outra é questionada. “Volta e meia familiares oferecem alimentos com carne para meus filhos e tenho de explicar tudo de novo”, diz. Além de ficar atenta ao cardápio dos almoços em família, pais vegetaria- nospodemencontrardificuldadesforadecasa.Nemtodososrestaurantes ehotéis,porexemplo,oferecemopçõesvariadasdepratossemcarnee,na escola,devemavisarcomantecedênciaqueofilhonãocomecarne.Apesar dosobstáculos,osbenefíciosdaalimentaçãovegetarianapodemcompen- sar. Além do consumo menor de gordura saturada, aqueles que seguem umaalimentaçãobalanceadatendemasermaismagros.“Provavelmente porque comem mais fibras, que prolongam a saciedade, e menos proteí- nasegorduras,resultandoemmenoscalorias”,afirmaaendocrinologista Ellen Paiva, do Centro Integrado de Terapia Nutricional (Citen). Bebês e crianças pequenas seguem a dieta dos pais sem questionar. Mas, por volta dos 7 anos, os filhos de vegetarianos podem manifestar a curiosidade de experimentar os alimentos “diferentes”. Proibir as crianças de prová-los ou restringir sua vida social não é recomendável. Desde sempre, é importante deixar claro os motivos que levaram a família a seguir essa alimentação. Aos poucos, a criança irá entendê-los e, mais tarde, decidir se quer ou não adotá-la. (Cristiane Senna) Não basta se dizer vegetariano, deixar de comer carne e se empanturrar de batatas fritas. É preciso saber substituir >> CF171_p72a73.indd 73 24/1/2008 21:12:35
  • 14. ...mesmo assim, a tendência dos pais é não enxergar quando a obesidade toma forma. Até porque não faltam parentes e amigos elogiando as dobrinhas do bebê e oferecendo comida. No consultório do nutrologista pediátrico Carlos Alberto Nogueira, autor de Fofinho a Gordinho (Ed. Funcep), que atende meio pe- ríodo em um hospital-escola, cerca de 80% dos casos são relacionados à obesidade. E pouquíssimos são os casais que levaram o filho sem um encaminhamento prévio da escola ou do pediatra, por exemplo. A maior parte dos pacientes faz a primeira consulta aos 4 anos, mas o problema do sobrepeso já pode aparecer no quarto mês de vida. O alarme contra a obesidade nunca soa em casa. “A tendência é a família não ver. Eles não enxergam a obesidade com a gravidade que deveriam”, diz. Alguns casais levam até três anos para reconhecer o sobrepeso do filho e mudar a educação alimentar da casa. “Não tem como você dizer que uma criança de 1 ano e meio gosta de batata frita ou de chocolate. Ela só gosta porque vê alguém comendo sempre e fez disso um hábito alimentar”, diz Durval Damiani, chefe da Uni- dade de Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas (SP). A criança, em geral, responde bem ao trata- mento, que pode incluir medicamentos e, em casos de obesidade extrema, a indica- ção para uma cirurgia bariátrica. Quando os hábitos alimentares da ca- sa são investigados, muitas vezes vê-se que o resultado só poderia ser a obesida- de infantil. Faltam verduras e legumes na mesa e horários fixos para as refeições. Sobra espaço para frituras e doces, dizem os médicos. Levantamento da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo constatou que, das 35.173 crianças avaliadas, com idades entre 6 e 10 meses, 54,6% apresentaram alimentação inadequada. No lugar da papinha salgada e das frutas, as crianças recebiam complementos lácteos. Você já sabe, mas não custa alertar novamente: a obesidade infantil cresce ano a ano e precisa ser combatida cada vez mais cedo para se evitarem doenças como diabetes ou enfarte. Estudos Bebê- bolinha CF171_p74a75.indd 74 24/1/2008 21:14:22
  • 15. Sedentarismo Incentive a atividade física. Nos fins de semana, leve as crianças ao parque, andem juntos de bicicleta, apostem corrida Produtos industrializados Não estimule o consumo desses produtos e coloque limites para guloseimas que os pequenos adoram, como salgadinhos BalinhasElas não têm valor nutritivo e engordam. Ofereça de vez em quando FriturasFaça os alimentos na chapa ou em grill, assim você evita frituras. O que dá sabor aos alimentos são os temperos mostram um “boom” de pequenos obesos no Brasil (15% das crianças têm excesso de peso e 5% já sofrem de obesidade) associado às mudanças nos padrões de consumo. Ou seja, é o que você compra e coloca na mesa que determinará se seu filho terá de brigar com a balança ou não. Uma análise de 24 pesquisas envolvendo 400 mil crianças sugere que, até 2020, 50% das crianças inglesas vão ser obesas. Nos Estados Unidos, o índice de obesidade infantil já chega a 25%. Lá, a mania é fazer “baby fitness”: programa que antigamente dirigia exercícios apenas para as mães, mas que incluiu recentemente um “treinamento” para os bebês ficarem mais saudáveis, com brincadeiras entre mãe e filho. Paralelamente, pesquisadores do Instituto de Psicologia Neurofisiológica de Chester, na Inglaterra, afirmam que bebês passam cada vez mais tempo sentados e ficam menos no chão. Falta de exercícios e hábitos alimentares nada saudáveis formam a dupla que desen- cadeia mais facilmente o problema, mas não são os únicos responsáveis. “Os fatores genéticos influenciam e têm grande importância, são facilitadores. Nos casos em que ambos pais são obesos, a criança tem 80% de chances de seguir o mesmo caminho”, diz Zuleika Halpern, endocrinologista responsável pelo Departamento de Obesidade Infan- til da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica. Centenas de genes Em casos raros, como o do bebê Mateus Araújo, baiano que comoveu o Brasil em 2006 por pesar 24 quilos com 1 ano e 3 meses, uma síndrome genética está associada. Na maioria dos pacientes, porém, não se sabe o que os leva à obesidade. Este é o quadro exposto por Durval, do HC-SP. “Somos amadores. Ainda estamos descobrindo como nosso organismo controla o peso.” Um estudo da nutricionista Rafaela Ricco, em parceria com a Universidade de São Paulo e a Universidade de Ribeirão Preto, mostrou que o sobrepeso tem o mesmo impacto que a obesidade na saúde da criança. Ela pode sofrer problemas ortopédicos, hipertensão, diabetes, aumento de triglicérides etc. Assim como diversos fatores am- bientais estão relacionados à obesidade, como desmame precoce e prematuridade, vários também são os genes envolvidos na doença. Para se ter uma idéia, mais de cem deles ajudam a engordar. Uma das descobertas recentes dos cientistas é a incapacidade dos obesos de produzir leptina, que nos dá a sensação de estarmos satisfeitos. Quando lhes é dado o hormônio, eles emagrecem. Neste caso, há saída para o problema. Mas soluções, nesse campo, são raríssimas. Para cada obeso seria necessário um tratamento específico, e não generalizado, como é feito hoje em dia. Por enquanto, a melhor forma de se evitar a obesidade é manter bons hábitos alimentares. Seu filho pode ser fofo, e não gordinho. Esta frase parece óbvia, mas... >> Obesidade: corra dela! 752 0 0 8 F E V E R E I R O C r e S C e r CF171_p74a75.indd 75 24/1/2008 21:14:27
  • 16. Falar mastigando a comida não pode. Comer de boca aberta, nem pensar. Levantar no meiodarefeiçãosempedirlicençaestáforadecogitação.Ensinarseufilhocomosecomportar àmesapodeexigirpaciência–emuitainsistência–masvaleapena.Quandocrescer,eleterá desenvolturaparalidarcomtodotipodesituação:dejantarromânticoatéalmoçodenegócios. Mas é preciso bom senso. A idade da criança é o que vai determinar quando ensinar certas regras de etiqueta. O exemplo dos pais, mais uma vez, é o melhor caminho para esse aprendi- zado. “Com a minha filha vale aquele ditado: casa de ferreiro, espeto de pau”, conta Claudia Matarazzo,consultoraemetiquetaecomportamento,chefedocerimonialdogovernodeSão Paulo e mãe de Valentina, 10 anos. “Por mais que eu fale e mostre como se faz, ela insiste em apresentarumnovopassodesapateadonomeiodarefeição.Tudoporquemeumaridoéassim, ele canta, levanta da mesa e dança durante o jantar. Ele dá o mau exemplo.” Albertina Costa Ruiz, professora de etiqueta e co-autora do livro Não Fale de Boca Cheia (Ed.MundoCristão),tambémafirmaqueexemploétudoedizqueafamílianãodevedeixaras boasmaneirasparadepois.“Cadacriançatemseutempo,masospaisdevemmostrarcomose faz,insistirparaqueadquirabonshábitos”,diz.“Nãoéquestãodefrescura,masdeeducação.” Mas não transforme a hora da refeição em um momento tenso. As regras precisam ser intro- duzidas aos poucos e de acordo com a idade da criança. “Se ela é pequena, deve ser a primeira a comer e, de preferência, seu prato vem pronto da cozinha”, diz Albertina. “Quando cresce, tem de aprender a esperar todos serem servidos para começar a refeição.” Ao lado, dicas das especialistas para que seu filho se comporte bem à mesa sem você perder a calma. Etiqueta para os pequenos CF171_p76a77.indd 76 24/1/2008 21:15:43
  • 17. Até os 2 anos • Nesta idade, a criança ainda se dispersa com muita facilidade e seu prato já deve ser levado pronto à mesa • Mesmo sendo pequena, ela deve aprender que nem tudo pode ser comido com as mãos Aos 3 anos • Os pais podem começar a oferecer o garfo no lugar da colher • Troque o prato infantil por um fundo • Aproveite para ensiná-lo que não se deve ficar batendo os talheres na mesa Aos 6 anos • Troque o copo de plástico pelo de vidro, mas supervisione tudo para que não ocorra nenhum acidente • Encha o copo apenas até a metade A partir dos 7 anos • Você já pode ensinar seu filho a colocar a mesa corretamente: facas do lado direito do prato, garfos do esquerdo, e assim vai... • Ele também já estará apto a usar os talheres de peixe Aos 5 anos • Quando a criança estiver usando o garfo com mais habilidade, deve-se substituir o prato fundo pelo raso • Com esta idade, ela já consegue ver a mesa de cima e não precisa mais de cadeirão No restaurante • A criança sempre deve ser servida primeiro • Leve algum brinquedinho para que ela se distraia enquanto a comida não chega, até quando tiver 5 ou 6 anos. Depois, ela precisa aprender a esperar um pouco • Não deixe para comer muito tarde, para que ela não fique irritada • Se a criança se comportar mal no restaurante, não faça escândalo. Diga que, em casa, terão uma conversa séria – ou vá embora • Não coloque roupas cheias de babados e fitinhas na manga, porque ela poderá se sujar facilmente. Se isso ocorrer, dobre as mangas • Prefira as mesas que ficam nos cantos, para evitar confusão em torno da criança Aos 4 anos • A faca, sem ponta, já pode ser oferecida. Comece estimulando seu filho a cortar alimentos moles, como batata • Ensine-o a usar a faca, e não o dedinho, para empurrar a comida até o garfo Ensinar seu filho a se portar na hora da refeição não é frescura. Quando crescer, ele terá desenvoltura em almoços de negócios e jantares românticos! CF171_p76a77.indd 77 24/1/2008 21:15:46