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A título de melhor compreendermos as características
inerentes a esta figura, observemos as palavras de Mattoso
Câmara, assim expressas:
“Não há, aparentemente, uma relação real entre as duas
palavras, isto é, não se fundamenta numa relação
objetiva, mas sim, numa relação toda subjetiva [...]”.
O referido autor apenas confirma o que antes dissemos, ou
seja, a metáfora se define pelo emprego de uma palavra por
outra, em virtude de haver entre elas (mesmo não sendo
real) certa semelhança. Assim, podemos perfeitamente
aproveitar as palavras de Quintana para exemplificá-la, ou
seja:
“Os poemas são pássaros que chegam”...
Podemos afirmar que a comparação apenas se
distingue da metáfora pelo fato de nela haver
conectivos comparativos de forma explícita,
retratados por “assim como, tal qual, tal
como, que nem, feito”, bem como por alguns
verbos, como é o caso de “parecer,
assemelhar-se”, entre outros. Vejamos:
“Cabelos tão escuros como a asa da
graúna”.
(José de Alencar)
Figura que se caracteriza pela substituição de uma palavra por outra, em
virtude de haver entre elas algum grau de semelhança, proximidade de
sentido ou implicação mútua. Assim, tal substituição fundamenta-se numa
relação objetiva, podendo se manifestar de distintos modos, entre eles:
a) a causa pelo efeito:
Vivemos do nosso trabalho. (do produto do trabalho, fazendo referência ao
alimento)
b) o efeito pela causa:
O poeta bebeu a morte. (referindo-se ao veneno)
c) o instrumento pela pessoa que o utiliza:
Aquele garoto é um bom garfo (comilão, guloso)
d) o autor pela obra:
Minha paixão é ler Castro Alves. (a obra de Castro Alves)
e) o continente pelo conteúdo:
Tomamos dois copos de suco. (o conteúdo que
continha no recipiente)
f) o concreto pelo abstrato:
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g) o inventor pelo invento:
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invenção de Einstein)
h) a parte pelo todo:
O bonde passa cheio de pernas...(Drummond)
i) a marca pelo produto:
Só tomamos Bohemia (a cerveja da marca Bohemia)
j) singular pelo plural:
Os direitos da mulher devem ser respeitados. (os
direitos de todas as mulheres)
l) o material pelo objeto
O soar dos bronzes anuncia a procissão. (os sinos)
m) o nome próprio pelo nome comum (o indivíduo
pela espécie):
Ele se revelou como um judas. (traidor)
Trata-se de uma figura que em virtude de seu contínuo se tornou cristalizada,
perdendo assim seu caráter estilístico. É como afirma Othon M. Garcia "é uma espécie
de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de
criação individual e pitoresca. Dessa forma, afirmamos que o uso da catacrese se dá
pela falta de não haver um termo específico para designar um conceito, tomando-se
outro emprestado”. Para exemplificar, eis alguns fragmentos do poema de José Paulo
Paes:
Inutilidades
“Ninguém coça as costas da cadeira.
Ninguém chupa a manga da camisa.
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Tem asa, porém não voa, a xícara.
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E a boca da calça, se não fala nunca?
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O dente de alho não morde coisa alguma.
Ah! Se trotassem os cavalos do motor…
Ah! Se fosse de circo o macaco do carro…
Então a menina dos olhos comeria
Até bolo esportivo e bala de revólver”.
Caracteriza-se por mesclar em uma mesma expressão as
sensações percebidas pelos diferentes órgãos do
sentido. Exemplificando, observemos alguns fragmentos
extraídos de uma criação simbolista:
Cristais
[...]
Como um perfume a tudo perfumava.
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Em lânguida espiral que iluminava,
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[...] (grifos nossos)
Cruz e Souza
Define-se pela expressão que designa um ser por
meio de uma qualidade ou atributo, e até mesmo
por meio de um fato que o tornou célebre. Assim,
constatemos alguns casos:
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Fonte: Vânia Duarte
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  • 1.
  • 2. A título de melhor compreendermos as características inerentes a esta figura, observemos as palavras de Mattoso Câmara, assim expressas: “Não há, aparentemente, uma relação real entre as duas palavras, isto é, não se fundamenta numa relação objetiva, mas sim, numa relação toda subjetiva [...]”. O referido autor apenas confirma o que antes dissemos, ou seja, a metáfora se define pelo emprego de uma palavra por outra, em virtude de haver entre elas (mesmo não sendo real) certa semelhança. Assim, podemos perfeitamente aproveitar as palavras de Quintana para exemplificá-la, ou seja: “Os poemas são pássaros que chegam”...
  • 3. Podemos afirmar que a comparação apenas se distingue da metáfora pelo fato de nela haver conectivos comparativos de forma explícita, retratados por “assim como, tal qual, tal como, que nem, feito”, bem como por alguns verbos, como é o caso de “parecer, assemelhar-se”, entre outros. Vejamos: “Cabelos tão escuros como a asa da graúna”. (José de Alencar)
  • 4. Figura que se caracteriza pela substituição de uma palavra por outra, em virtude de haver entre elas algum grau de semelhança, proximidade de sentido ou implicação mútua. Assim, tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, podendo se manifestar de distintos modos, entre eles: a) a causa pelo efeito: Vivemos do nosso trabalho. (do produto do trabalho, fazendo referência ao alimento) b) o efeito pela causa: O poeta bebeu a morte. (referindo-se ao veneno) c) o instrumento pela pessoa que o utiliza: Aquele garoto é um bom garfo (comilão, guloso) d) o autor pela obra: Minha paixão é ler Castro Alves. (a obra de Castro Alves)
  • 5. e) o continente pelo conteúdo: Tomamos dois copos de suco. (o conteúdo que continha no recipiente) f) o concreto pelo abstrato: A verdade sempre vencerá. (os que dizem a verdade) g) o inventor pelo invento: Einstein possibilitou a teoria da relatividade. (a invenção de Einstein) h) a parte pelo todo: O bonde passa cheio de pernas...(Drummond)
  • 6. i) a marca pelo produto: Só tomamos Bohemia (a cerveja da marca Bohemia) j) singular pelo plural: Os direitos da mulher devem ser respeitados. (os direitos de todas as mulheres) l) o material pelo objeto O soar dos bronzes anuncia a procissão. (os sinos) m) o nome próprio pelo nome comum (o indivíduo pela espécie): Ele se revelou como um judas. (traidor)
  • 7. Trata-se de uma figura que em virtude de seu contínuo se tornou cristalizada, perdendo assim seu caráter estilístico. É como afirma Othon M. Garcia "é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. Dessa forma, afirmamos que o uso da catacrese se dá pela falta de não haver um termo específico para designar um conceito, tomando-se outro emprestado”. Para exemplificar, eis alguns fragmentos do poema de José Paulo Paes: Inutilidades “Ninguém coça as costas da cadeira. Ninguém chupa a manga da camisa. O piano jamais abandona a cauda. Tem asa, porém não voa, a xícara. De que serve o pé da mesa se não anda? E a boca da calça, se não fala nunca? Nem sempre o botão está na sua casa. O dente de alho não morde coisa alguma. Ah! Se trotassem os cavalos do motor… Ah! Se fosse de circo o macaco do carro… Então a menina dos olhos comeria Até bolo esportivo e bala de revólver”.
  • 8. Caracteriza-se por mesclar em uma mesma expressão as sensações percebidas pelos diferentes órgãos do sentido. Exemplificando, observemos alguns fragmentos extraídos de uma criação simbolista: Cristais [...] Como um perfume a tudo perfumava. Era um som feito luz, eram volatas Em lânguida espiral que iluminava, Brancas sonoridades de cascatas... Tanta harmonia melancolizava. [...] (grifos nossos) Cruz e Souza
  • 9. Define-se pela expressão que designa um ser por meio de uma qualidade ou atributo, e até mesmo por meio de um fato que o tornou célebre. Assim, constatemos alguns casos: O Rei do futebol. (Pelé) O Mestre dos Mestres. (Jesus) O Poeta da Vila. (Noel Rosa) Fonte: Vânia Duarte Graduada em Letras