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Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Campus Praia Vermelha
Relações Internacionais - 1° Período (Noturno)
Disciplina: Introdução à Economia
Gabriel Resende Miranda
Gabriela Coelho Pastura
Jean Luiz Mesquita De Farias
Matheus Barcellos Soares Brandão
Michelle Cortes Batista Barra Mansa
Mônica Fernanda Pacheco Mendonça
Quezia De Souza Silva
Rangel Rodrigues De Amorim
Samuel Vieira Campos
Thayna Rodrigues Aguiar De Almeida
Professora: Karla Inez Leitão Lundgren
Rio de Janeiro (RJ)
Novembro - 2015
Keynes e a Nova Economia
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...............................................................................................................3
1. MACROECONOMIA E MICROECONOMIA .......................................................3
2. PROBLEMAS DA ECONOMIA AGREGADA .......................................................4
3. EMPREGO E DESEMPREGO .................................................................................6
4. INFLAÇÃO .................................................................................................................8
5. PERSPECTIVAS ANTIGAS ...................................................................................11
6. LEI DE SAY................................................................................................................12
7. BIOGRAFIA DE JOHN KEYNES ..........................................................................13
8. ANÁLISE KENESIANA ..........................................................................................14
9. CONTROVÉRSIAS ..................................................................................................18
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................19
REFERÊNCIAS ............................................................................................................19
3
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica sobre o capítulo 6 “Keynes
e a nova economia” do livro “Introdução à Macroeconomia” de Richard T. Gill, que reúne
questões sobre macroeconomia e microeconomia, a nova economia e o enfoque nos
problemas de forma agregada, de acordo com as teorias de John Maynard Keynes. Nele
estão contidas informações sobre as questões da inflação nos Estados Unidos, emprego e
desemprego, Lei de Say, biografia de Keynes e por fim, a análise Keynesiana, que é o
conjunto de ideias que propõem a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo
de a conduzir a um regime de pleno emprego.
1. MACROECONOMIA E MICROECONOMIA
Até o começo de 1930, o que existia era a análise Econômica, ou teoria econômica. A
partir desse período é que se fez a divisão entre macroeconomia e microeconomia.
A macroeconomia estuda a economia em geral analisando a determinação e o
comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, níveis de preços, emprego
e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio.
Possui algumas metas, como: aumentar o nível de empregos, estabilizar os preços,
distribuir renda, crescimento da economia e solucionar conflitos de objetivos. A estrutura
macroeconômica se compõe de cinco mercados:
 Mercado de Bens e Serviços: Determina o nível de produção agregada bem como o
nível de preços.
 Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente
de características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego.
 Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco
Central que determina a taxa de juros.
 Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um
nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu
nível de renda.
4
 Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de capitais financeiros
determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro.
A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto
é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um
produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na
formação do preço e se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de
produção. Divide-se em:
 Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu
comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado.
 Teoria de Empresa: Estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de
produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta dos consumidores
dispostos a consumi-los.
 Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação da matéria-prima adquirida
pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção
se refere os serviços como transportes, atividades financeiras, comércio e outros.
Podemos concluir então que a microeconomia apresenta uma visão microscópica dos
fenômenos econômicos, e a macroeconomia uma óptica telescópica desses fenômenos.
Fazendo analogia com o estudo de uma floresta, pode-se afirmar que a microeconomia
estudaria as espécies vegetais que a compõem, até chegar ao todo, enquanto a
macroeconomia partiria da floresta como um todo, não se preocupando em distinguir seus
elementos. Por isso, a microeconomia se preocupa com o preço e a quantidade ofertada e
demandada de cada produto, como arroz, feijão, amendoim etc. (que corresponderia, em
nossa analogia, a cada uma das árvores da floresta), enquanto a macroeconomia se
preocupa com o nível do produto e com o índice geral dos preços de toda a economia.
2. PROBLEMAS DA ECONOMIA AGREGADA
A economia agregada é a moderna análise macroeconômica, já apresentada como uma
visão geral da economia.
5
Afirma-se que é uma análise moderna pois, antes do século XX, os economistas não
direcionavam sua atenção aos aspectos gerais da economia, alegando que se a economia
de mercado encontrasse algum problema, ele seria resolvido a curto prazo. Por
conseguinte, também pode-se chamar a Economia Agregada de "nova Economia".
Esse termo atingiu uma ampla utilização na década de sessenta, quando o governo dos
Estados Unidos realizou diversas políticas fiscais e monetárias devido à guerra do Vietnã.
Porém, a fonte dessa frase é ainda mais antiga para os economistas. Em 1947, Seymour
Harris, de Harvard, editou um livro chamado "Nova Economia". No entanto, esse ainda
não seria o princípio do termo, já que o livro de Harris foi dedicado à análise e estudo da
teoria de um dos mais famosos economistas do século XX: John Maynard Keynes.
Portanto, finalmente, pode-se dizer que a expressão "Nova Economia" tem por origem o
livro "Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda", uma das principais obras de
Keynes.
Devido a sua inovação ao enxergar os problemas macroeconômicos, bem como Adam
Smith e Karl Marx, Keynes participou do pequeno grupo de economista que, com suas
obras e estudos, influenciaram não só diversos outros economistas, mas também atos de
estadistas e vida de nações.
Essa nova visão dos problemas da macroeconomia que motivou o nascimento da "nova
Economia", consiste no ato de desvincular o olhar das questões econômicas como algo
individual, isolado. Macroeconomistas ignoram as distinções entre os diferentes tipos de
bens, firmas e mercados que existem na economia. Ao invés disso, focam nos totais que
causam grande impacto na economia nacional. Principalmente no PIB, a taxa de
desemprego e a taxa de inflação, que são variáveis que permitem medir o desempenho na
economia em geral.
Dessa forma, os problemas macroeconômicos dizem respeito a questões como: É
possível uma nação, algumas vezes, defrontar-se com condições que os negócios em geral
estão fracassando e que o povo em geral está sem trabalho? Ou então, em um ângulo mais
positivo: Há ocasiões em que todo mundo tem trabalho, com uma grande procura de mão-
de-obra, em que os preços, lucros e salários estão todos altos?
Esse enfoque nos problemas de forma agregada ganham uma grande importância na
nova abordagem macroeconômica, principalmente porque não acredita-se mais que essas
6
situações sempre resolvam-se automaticamente. Desse modo, é evidente a relevância do
estudo da economia como um todo.
3. EMPREGO E DESEMPREGO
O funcionamento efetivo da economia depende do casamento de configurações da
política econômica, que estão sujeitas a modificações, ao longo da história, como John
Maynard Keynes mostrou ao trazer à luz a Teoria Geral (criada pelo mesmo), que não
refuta totalmente os preceitos da Teoria Clássica da economia, mas, com base neles,
apresenta uma perspectiva diferente sobre problemas inerentes ao capitalismo e sobre
como lidar com os mesmos.
Entre os problemas da Macroeconomia está o desemprego, que é provocado pela falta
de uma procura efetiva, num período de incerteza, em que se conjugam a obstinação a
elevadas taxas de juros e a desconfiança do mundo dos negócios, juntamente com a
ineficácia da política monetária. No decorrer da história, alguns países enfrentaram esse
problema, que apareceu como consequência de grandes e duras crises, e alguns se
7
basearam na política de laissez faire, acreditando na regulação automática do mercado, o
que foi contestado pelo economista Keynes. A existência de um princípio válido que
garantisse a regulação automática do sistema econômico – gerando, desse modo,
coordenação dos mecanismos econômicos – tem a sua irrelevância constatada quando um
desmedido desemprego afetou a Inglaterra na década de 1920 (o que se pode perceber
pelo gráfico apresentado na página anterior).
Frente à Europa emergente da Primeira Guerra Mundial – que estava econômica e
socialmente desorganizada –, o laissez faire, segundo Keynes, aparece como resultado do
processo de involução da civilização contemporânea, já que, ao contrário do que uma
política econômica liberal admite, a utilização de medidas de intervenção seria inevitável,
tendo em vista o lento processo de ajuste de equilíbrio do mercado, que acarretaria o
crescimento do desemprego.
No mundo capitalista, as decisões dos agentes econômicos são inevitavelmente
tomadas na base de expectativas sobre o futuro econômico em condições de incerteza;
logo, a instabilidade do capitalismo reside na variabilidade da taxa de investimento, o que
provoca, em última instância, a variabilidade do nível de emprego. Isso, porque, com a
queda ou ausência de investimentos, não há aumento da produção e, consequentemente,
não há geração de empregos. Esse era o cenário econômico da Europa e dos EUA, por
exemplo, no período da Grande Depressão, o de instabilidade e desconfiança, que ilustrou
o colapso de uma velha ordem econômica que se baseava em concorrência desenfreada,
mercados desimpedidos, especulação, direitos de propriedade e uma excessiva busca pelo
lucro. Tais relações podem ser observadas através do gráfico localizado na próxima
página sobre o desemprego nos EUA.
Ao confrontar a ideia clássica de que o volume de emprego era determinado pelo
salário monetário, Keynes defende que existem forças superiores a este salário capazes
de incidirem influência sobre a oferta de emprego, assim como também há forças que
atuam sobre o salário monetário de forma a definir qualquer variação do mesmo. Essas
forças são contratos e negociações feitos entre empresários e trabalhadores acerca dos
seus salários reais, que asseguram que não haja queda de empregos em decorrência de
alterações salariais. Tais agentes, atrelados aos incentivos a investimentos, manutenção
da estabilidade econômica e da taxa de juros inferior à eficiência marginal do capital,
aumento da produtividade marginal do trabalho, diminuição da desutilidade do trabalho
8
e aumento dos bens não-salariais em relação aos bem salariais, elevam as taxas de
emprego.
4. INFLAÇÃO
Assim como ocorre em questões referentes ao emprego e ao desemprego de um modo
geral, a inflação também se caracteriza por ser um dos objetos de estudo da
Macroeconomia. Ao se analisar muitos países em desenvolvimento, a inflação pode ser
observada como um fenômeno frequente na economia nacional, provocando variações
absurdas nos preços do mercado interno de forma mensal, semanal e até mesmo diária.
Por outro lado, quando se tem em mãos dados econômicos de países já desenvolvidos,
observa-se que a inflação não é um fenômeno tão alarmante, com consequências sendo
notadas apenas quando se compara o desempenho dessa economia com sua própria
performance nos anos subsequentes.
A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e generalizado do nível dos
preços. É contínuo pois os problemas inflacionários necessitam atuar por um período
significativo para que suas consequências sejam notadas na economia como um todo. É
9
generalizado pois tal aumento não atinge apenas um setor específico, já que se remete a
todos de modo geral. E seus reflexos são sentidos no nível dos preços pois, apesar de
alguns produtos permutarem seus valores de modo mais expressivo que outros, todos eles
seguem a essa tendência global de aumento.
Para compreender melhor tal conceito, basta se imaginar dentro da seguinte situação-
problema: uma pessoa se encaminha para uma loja de departamentos às vésperas do Dia
das Crianças com o intuito de comprar algo para seu filho; ao chegar, dirige-se ao setor
de artigos infantis e nota que todos os preços ali aumentaram; decepcionada, a pessoa
desiste do presente e passa em outros setores a fim de ver se algo se encaixaria em seu
orçamento corrente; durante essa breve olhada, ela nota que nenhum dos outros setores
da loja estavam com preços tão modificados quanto os que ela usualmente está
acostumada a ver. Analisando esse exemplo, conclui-se que o que ocorrera com os
produtos infantis não se classifica como inflação, já que não se trata nem de uma situação
generalizada (os outros produtos da loja não sofreram aumentos em seus preços) nem de
uma situação contínua (visto que esses artigos para crianças encareceram devido ao
aumento da procura provocado pela data comemorativa próxima).
Uma outra forma de analisar a inflação é partindo do princípio de que, como os preços
dos produtos afetados por esse problema aumentam, a mesma quantidade de dinheiro não
é capaz de comprar a mesma quantidade de produtos em todos os momentos da história
econômica de um determinado país. Assim, definir-se a inflação como a perda do valor
do dinheiro com o decorrer do tempo também se apresenta como uma proposta válida.
A causa da inflação (se é que há a possibilidade de se apontar apenas uma) é justamente
o que motiva boa parte dos teóricos dedicados ao estudo da Macroeconomia. Todavia,
apesar de tal subjetividade, é possível apontar algumas delas como sendo as mais comuns
dentro de quaisquer perspectivas, como: a influência do aumento da quantidade de moeda
em circulação, o aumento expressivo da demanda de produtos em um nível geral e o
aumento nos custos dos produtos e serviços de característica fornecedora (onde os
empresários se veriam pressionados pelo encarecimento em se produzir tal coisa e
“transfeririam” essa dívida para o consumidor).
A inflação pode ser medida e sentida de diversas formas. A maneira mais comum de
se “enxergar” a inflação de um determinado país é através do Índice de Inflação
(Inflation Rate), que exibe apenas a média percentual do aumento geral dos preços dentro
10
de uma economia por um determinado período. Porém, o ICP - Índice de Preços do
Consumidor (CPI - Consumer Price Index) também é um modelo de gráfico bastante
utilizado. Ele mostra como o preço de uma determinada cesta básica com uma quantidade
X de produtos ou o valor de uma quantidade Y de alguma moeda varia ao longo do tempo,
fixando um momento do gráfico como um ponto de comparação. Abaixo, tem-se como
exemplo o ICP dos Estados Unidos¹ durante o período de 1800 a 2005, tendo como fixo
o valor de U$ 100,00 durante os anos de 1982 a 1984:
Nota-se pelo gráfico que antes da Segunda Guerra Mundial o índice de incidência da
inflação na economia dos EUA ocorria de maneira contínua e quase não mutável (exceto
em períodos de guerra). Após, o país vive em um aumento constante de preços de seus
bens e serviços.
A instabilidade nos preços de uma determinada economia é capaz de provocar sérios
impactos no desenvolvimento de um país (claro que ambos fatores estão correlacionados).
Um exemplo muito claro disso foi o que ocorreu na Alemanha na década de 1920. Após
a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) e a assinatura do Tratado de Versalhes (em
1919), a Alemanha sofreu com a perda de territórios, poderio bélico e colônias de
exploração, além de estar arrasada pelas consequências da guerra. Tudo isso se refletiu
diretamente na economia local que passou a atingir o status de hiperinflação, com a perda
descomunal do valor que a moeda corrente na época tinha. Abaixo, o gráfico explicita o
11
total descompasso entre o valor de uma determinada quantidade de ouro com sua
representatividade em Marcos:
5. PERSPECTIVAS ANTIGAS
A nova economia abrange a teoria de Keynes. Para compreensão de tal, precisamos
realizar um retrocesso histórico e conhecer a escola clássica, que propulsionou esses
novos estudos. Com Smith, Mill, Stuart, Ricardo e Malthus como principais expoentes
esta vertente buscava a divisão da produtividade do trabalho, as inovações técnicas e a
crescente acumulação do excedente econômico.
Na economia clássica se analisava o problema do desemprego como algo que seria
resolvido por uma economia de mercado a curto prazo. Para os economistas desta visão,
existiam razões sistemáticas para a solução desse problema e caberia a Jean Baptiste Say
(1767-1832), economista francês explicita-las.
Com forte base em David Ricardo, cujos estudos eram baseados na noção de valor e
na noção de riqueza e Thomas Robert Malthus, que dizia que o crescimento populacional
poderia superar a produção alimentícia o que tornaria necessário o controle da natalidade,
Say acreditava que enquanto o mercado continuasse produzindo e o consumidor
comprando, não haveria desemprego.
12
6. LEIS DE SAY
John Maynard Say e David Ricardo, assim como muitos economistas do século XIX,
achavam que tinham bons argumentos em defesa da Lei de Say. São eles:
1. A moeda detém um papel secundário na economia: De acordo com Say, dentro da
complexidade econômica, a moeda é neutra. Ele diz que a moeda existe apenas para
viabilizar trocas entre agentes econômicos e que não influencia na economia real. Ele
achava que é preciso olhar não para a moeda, mas para os produtos – batatas, ferro,
madeira, trigo, etc – e que assim não nos decepcionaríamos com mudanças monetárias.
Na verdade, ele queria dizer que produtos são trocados por produtos: os indivíduos
oferecem no mercado o seus produtos e serviços com o fim de adquirir outros produtos.
2. Oferta adicional cria procura adicional: Segundo eles, na economia real (que não é
a monetária), quando um emprego é dado para produzir um bem, não apenas a oferta
desse bem aumenta, como também a demanda de bens distintos cresce. Dessa forma,
não pode existir nenhum fenômeno parecido com a superprodução geral ou com o
desemprego geral. Em outras palavras, Say diz que para produzir, as firmas oferecem
uma remuneração (monetária) aos fatores de produção (trabalho, terra, etc), e que essa
renda será gasta integralmente na obtenção do conjunto de todas as mercadorias
oferecidas pela economia. Portanto, demanda equivale ao consumo somado ao
investimento.
Por mais de um século esses argumentos convenceram a maioria dos economistas de
que não era necessário se preocupar com os problemas macroeconômicos do emprego.
Porém, alguns economistas não se convenceram dessas ideias e tentaram modificar essa
dinâmica, introduzindo novas ideias.
Thomas Robert Malthus viu a possibilidade de haver um “excesso universal” de bens
introduzidos na economia e que isso poderia resultar num desemprego generalizado. Ele
tentou debater seus argumentos com o seu amigo David Ricardo, mas os seus argumentos
eram fracos e foram superados por Ricardo. Marx também não se convenceu. Ele disse
que o desemprego se dava por conta da substituição da mão-de-obra por máquinas. Marx
13
falou ainda que o sistema capitalista iria produzir uma quantidade tão grande de bens que
a própria estrutura econômica não conseguiria absorver tudo, contribuindo para crises e
depressões.
Entretanto, todos esses pensadores apenas arranharam essa parte da análise econômica.
Um economista sueco chamado Knut Wicksell teve uma participação importante nessa
análise, assim como outros economistas suecos. Mas foi Keynes o verdadeiro responsável
pela abertura desse caminho e pelo golpe último no pensamento Clássico.
7. BIOGRAFIA DE JOHN KEYNES
John Maynard Keynes, filho de intelectuais britânicos, o economista e empresário John
Maynard Keynes, nasceu em 5 de junho de 1883, na cidade de Cambridge, Inglaterra.
Estudou no Colégio Eton, tradicionalmente frequentado pelos aristocratas, onde se
destacou em matemática. Aos 19 anos, Keynes passou a estudar na Universidade de
Cambridge, onde teve aula com o respeitado economista Alfred Marshall.
Em 1906, tendo concluído seus estudos em Cambridge, Keynes tornou-se funcionário
público do Ministério dos Negócios das Índias, função que exerceu na Ásia por dois anos.
Insatisfeito com o cargo retornou logo para a academia, onde se dedicou a estudar as
teorias econômicas ortodoxas, tornando-se especialista nos princípios econômicos de
Marshall, sendo este o tema da sua Dissertação a Teoria da Probabilidade.
Ainda em 1908, tornou-se professor da Universidade de Cambridge, cargo que ocupou
até 1915.
A partir de 1916, época da Primeira Guerra Mundial, exerceu diversos cargos no
Tesouro Britânico. Em 1919, foi encarregado de chefiar a delegação britânica na
Conferência de Paz, em Paris. Descontente com as condições econômicas impostas à
Alemanha nessa ocasião pediu seu afastamento do cargo.
Para justificar seu posicionamento, publicou ainda em 1919, seu primeiro livro: The
Economic Consequeces of the Peace (As Consequências Econômicas da Paz), obra com
a qual ganhou notoriedade nas nações capitalistas.
Na década de 1920 permaneceu afastado dos cargos oficiais, período no qual acentuou
sua insatisfação com a política de deflação adotada pelo governo e com os
encaminhamentos propostos pela econômica clássica.
14
Diante do desemprego em massa que assolava as economias capitalistas, Keynes
afastou-se da economia ortodoxa, representada pela “Lei de Say”. Passou então a analisar
a necessidade de intervenção do Estado no mercado, gerando dessa forma “demanda para
garantir os níveis elevados de emprego”.
Em 1925, casou-se com Lydia Lopokova, famosa bailarina russa. Em 1930, publica A
Treatise on Money (O Tratado Sobre a Moeda).
Sua obra mais importante, “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, foi
publicada em 1936.
Em 1937, Keynes sofreu um enfarte. Mesmo sem se restabelecer por completo,
retornou ao trabalho no Tesouro Britânico, sendo que em 1944 representou a Inglaterra
na Conferência de Bretton Woods, conferência na qual se originou o Fundo Monetário
Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Pouco antes de adoecer e falecer, Keynes entrou
em conflito com os membros do organismo que ajudou a criar, o então nascente FMI.
A teoria de John Maynard Keynes, que se baseia na intervenção do Estado foi colocada
em prática após o fim da II Guerra Mundial, como uma opção para a recuperação dos
países devastados pela guerra. Essa corrente é conhecida como Welfare State (Estado de
Bem-Estar Social) ou ainda como Keynesianismo.
O Estado de Bem-Estar Social, ou o Estado Keynesiano, reinou até o fim dos anos 60,
quando, em meio à instabilidade econômica e inflação, passou a ser substituída por um
modelo diferente de liberalismo, ou neoliberalismo, que prega o mínimo de intervenção
do Estado no mercado, ou seja, o Estado mínimo.
John Maynard Keynes faleceu em 21 de abril de 1946, vítima de um ataque cardíaco.
8. ANÁLISE KEYNESIANA
Keynes foi um pensador notável de sua época, tendo sido professor, homem de
negócios, administrador de faculdades, alto funcionário do governo e um dos maiores
economistas de sua geração. Esse autor é o pai da macroeconomia, com suas teorias
inicialmente abstratas e profundamente teóricas, ele ofereceria uma nova versão de
parâmetros sobre a relação oferta e demanda, assim como, se aprofundaria em questões
universais como a diplomacia e até a relação da guerra na economia. Keynes conseguiu
interligar todos os fatores microeconômicos em uma grande sistema, a qual seria
15
responsável pela riqueza ou pobreza, assim como também pela igualdade e desigualdade
social, portanto esse autor será um dos grandes visionários do século XX, sendo o
primeiro a detectar problemas acerca da política estadunidense, como também falhas no
pensamento de Misses e de outros economistas, assim como ofereceu uma explicação de
como um Estado em meio ao caos poderia criar medidas para solucionar uma grave crise
financeira, dessa forma, os pensamentos de Keynes são refutados até os dias atuais, bem
como os que discordam também usam sua teoria para explicar problemas econômicos.
Keynes iniciará sua explicação afirmando que a demanda não é infinita, assim como
pensavam a maioria dos economistas, como também, que o aumento da oferta não irá
gerar um mercado consumidor capaz de absorver esses produtos, portanto um aumento
sem precedentes da oferta sem a existência de uma demanda capaz de suprir, ocasionaria
uma queda de preços na tentativa de vender esses produtos, consequentemente se esses
produtos não fossem absorvidos, eles não seriam mais comprado das fábricas, diminuindo
assim o lucro dos grandes empresários, que por sua vez iriam cortar gastos afim de não
terem prejuízos ocasionando desemprego, esses desempregados só consumiriam o
essencial, gerando esse grande ciclo que culminaria com a falência da fábrica e
desemprego em massa.
O exemplo demonstrado, visa oferecer as eventuais consequências de uma política
econômica voltada para a oferta sem preocupação com a demanda, fato pela qual Keynes
criticará duramente, assim como, defenderia um equilíbrio da taxa de juros pelo governo,
o que impediria vultuosos empréstimos para a iniciativa privada, que investiria no
aumento de sua produtividade sem ter um mercado consumidor capaz de absorver esses
produtos.
O autor mencionaria cinco grandes características sobre seu trabalho, tendo como base
o seu livro mais famoso: “ A teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, ele deixaria
exposto suas ideias desde a importância do lastro da moeda, explicando vantagens e
desvantagens acerca da valorização e desvalorização monetária até como o governo
poderia regular o mercado afins de gerar desenvolvimento setores, além de conciliar
questões como emprego e renda, controlando problemas como a inflação e a deflação,
impedindo grandes variações no mercado e possíveis crises financeiras ocasionadas pelo
desequilíbrio entre os diversos fatores que constituem a macroeconomia.
16
1. Keynes daria ênfase em problemas globais como foi o caso da I e II Guerra Mundial e
seus possíveis efeito na economia mundial. Questões como o Produto Interno Bruto
(PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), renda per capita, nível de emprego e renda,
nível de preço bem como outras abrangências. Desse modo, através de uma
Microanálise poderíamos sintetizar as razões de determinados dados, bem como os
porquês da diferença econômica de alguns países para outros, assim como cada Nação
poderia adotar um estilo próprio que suprisse as suas carências macroeconômicas e
pudesse se reformular para se desenvolver e concomitantemente viesse a se integrar
na macroeconomia mundial.
2. Keynes destacava a impossibilidade da teoria resultante das Leis de Say, a qual sugeria
criar uma oferta invariavelmente a demanda, ou seja, quanto mais se produzisse mais
se venderia, a teoria de demanda de infinita, portanto existiria uma política voltada
somente a produção e não ao consumo, e quando essa política se esgotasse, poderia
encontrar sub refúgio exportando para outros mercados consumidores, um dos fatores
pela qual o Imperialismo invadiu tantos países. Dessa forma, Keynes falaria sobre
oferta e procura agregada, e como a procura global, em cada economia poderia ser
variável em relação a oferta agregada.
3. Keynes também discursará acerca sobre a relação emprego e economia, de como seria
possível o país ter uma boa produção tendo um alto nível de desemprego. O nível de
emprego está diretamente ligado a quantidade da demanda, caso seja baixa, as
empresas diminuirão sua produção, assim como o número de empregados,
condicionando sua produção ao nível da demanda ela poderá regular os preços.
Contudo, caso haja um aumento da demanda global, isso pode interferir diretamente
no aumento da oferta, a qual só seria possível com o aumento da produtividade, o que
geraria ao aumento no número de postos de trabalho. Portanto, nem sempre seria
possível conciliar crescimento econômico com o pleno emprego, e também uma
poderia subsistir sem a outra, desse modo, Keynes reafirma a sua crítica as
consequências das leis de Say, a qual o aumento da oferta geraria um aumento da
demanda, consequentemente necessitaria de um aumento na produtividade, o que
17
ocasionaria o aumento da taxa de emprego, levando a alcançar as taxas de pleno
emprego.
4. O autor buscou restituir à moeda o papel fundamental, refutando que a moeda não era
um simples instrumento de câmbio. Uma característica é sua Liquidez, ela é usada
como meio de troca, desse modo, todo elemento tem uma liquidez, seja ele maior ou
menor, entretanto é completamente inseguro o valor de uma moeda na hora de uma
troca, não é possível afirmar exatamente quanto será o câmbio entre moedas, só é
possível ter alguns indicadores.
Por causa disso, ela possuía certos valores especiais, podendo variar de valor, afetando
sua liquidez, pois com uma determinada moeda e em determinada quantidade é
possível comprar mais ou menos, assim como sua respectiva desvalorização ou
valorização seria possível frear ou incentivar o consumo, resumindo o intercâmbio
entre determinadas moedas pode gerar benefícios comerciais, isso é o que torna mais
atraente comprar de países com moeda de valor mais baixo, pois o dinheiro renderia
mais, assim como concorrer no mercado internacional contra um país possuidor de
uma moeda desvalorizada em relação a sua, isso incentivaria o comprador a se
interessar pela oferta que valorizasse mais o seu dinheiro (Explicando assim a política
cambial chinesa de desvalorização de sua moeda).
Essa diferença entre de valores se chama Lastro, fator pela qual faz uma mesma moeda
ter mais valor em determinadas épocas e lugares, obviamente possuindo influência
direta de questões como inflação, deflação, situação econômica e política adotada pelo
Estado.
5. Keynes também afirmava em sua teoria a necessidade de uma participação do Estado
na reformulação da economia, pois segundo ele, nem sempre a economia de mercado
seria capaz de manter os índices de emprego aos níveis desejados, principalmente o
pleno emprego, já que o Laissez Faire tinha como objetivo a busca pelo lucro, e isso
poderia significar visar a exportação ao invés do mercado interno, consequentemente
a despreocupação com o valor do produto em seu território, mas sim em outros lugares.
Logo, é necessário a intervenção Estatal afim de inovar ou gerar emprego com o intuito
de manter o equilíbrio econômico. Um exemplo da aplicação do conceito Keynesiano
18
de regulação estatal na economia seria a nação da Coréia do Sul, que privatizou todas
as empresas de logística ao mesmo tempo que estatizou todos os bancos do seu país,
assim a inovação seria da iniciativa privada, entretanto o capital seria do Estado Sul
Coreano, com essa medida, essa nação visava regular a economia e tornar as empresas
parceiras e não inimigas dos interesses nacionais, após cinco grandes planos
quinquenais a Coréia do Sul deixou de ser um exportador de manufaturas e se tornou
uma exportadora de produtos de alto valor agregado, configurando-se como uma das
economias mais seguras do mundo.
Dessa forma, é possível perceber que a intervenção tem como objetivo fazer prevalecer
os interesses do povo de uma determinada nação, inviabilizando políticas empresariais
que visem o lucro desenfreado com o consequente empobrecimento nacional ou com
possíveis prejuízos ao Estado, buscando assim conciliar os níveis de emprego e de
renda.
9. CONTROVÉRSIAS
Existem dois ângulos opostos em torno da controvérsia sobre o trabalho de John
Maynard Keynes. O primeiro, que acabou se tornando uma forma muito extremada de
crítica sobre seu trabalho é a acusação de Keynes ter atacado o sistema capitalista, assim
como Karl Marx o tinha feito 75 anos antes. Na verdade, as abordagens desses dois
economistas sobre o capitalismo foram bem diferentes, podendo se dizer que Keynes está
mais próximo de ter criado uma alternativa para o marxismo. Marx argumentava que o
capitalismo tinha doenças inevitáveis e fatais que só poderiam ser eliminadas com a
demolição de todo o sistema, já Keynes argumentava que os traços básicos do sistema
poderiam ser mantidos e o que os problemas seriam eliminados com as modificações do
próprio sistema. A economia mista surgiu naturalmente da análise keynesiana, onde a
economia pode funcionar através das modificações dos problemas, mas é um anátema
para os marxistas, que acreditam que as coisas precisam andar erradas e que o único
remédio é a revolução.
Dada a importância de pesquisa feita em torno do trabalho de Keynes, existem largos
campos de discussão com vários argumentos de suas conclusões. Mas, podemos enumerar
algumas das principais críticas:
19
1. A teoria de Keynes se interessa pelos problemas a curto prazo e se localiza num mundo
de concorrência pura, onde não aparecem as estruturas de mercado, apresentadas na
vida real pelas modernas sociedades anônimas.
2. A teoria baseia-se em generalizações “psicológicas” um tanto toscas, inadequadas às
complexidades do comportamento econômico.
3. A teoria não reconhece algumas das dificuldades inerentes à aplicação das despesas
do governo, dos tributos e das políticas monetárias na solução do desemprego.
Dito isso, chegamos a uma conclusão que não oferece dúvidas: a teoria de Keynes teve
um enorme impacto sobre o desenvolvimento do estudo da Economia nos últimos trinta
anos e influenciou a chamada “economia mista” atual da maioria dos países ocidentais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
De acordo com as informações colocadas acima, podemos concluir que Keynes
propunha uma nova organização político-econômica que defendia o Estado como agente
indispensável na economia. Assim, Keynes colocava em cheque as ideias do livre
mercado, argumentando que a economia não é autorregulada. Não dizia, no entanto, que
o Estado deveria controlar plena e amplamente a economia, mas que o Estado tinha o
dever de conceder benefícios sociais para que a população tivesse um padrão mínimo de
vida.
REFERÊNCIAS
GILL, Richard T. Introdução a Macroeconomia. 1° ed. São Paulo: Atlas, 1975. Capítulo
6 - Keynes e a nova Economia.
KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do emprego, do Juro e da Moeda. 2° ed.
São Paulo: Nova Cultura, 1985.
20
ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S. Macroeconomics. 5th
ed. Boston: Pearson -
Addison Wesley, 2005. Chapter 1 - Introduction to Macroeconomics, 23 p.
FISCHER, Wolfgang Chr. German Hyperinflation: A Law and Economics Approach.
1st
ed. Lohmar: EUL Verlag, 2010. Chapter 6 - A Mark is worth a Mark, 88 p.
DENMAN, James; MC DONALD, Paul. Unemployment Statistics from 1881 to the
Present Day. Special Feature - Office for National Statistics, London, v. 1, n. 1, p. 10,
January 1996.
BACHA, Carlos José Caetano. Macroeconomia aplicada à análise brasileira. 1° ed.
São Paulo: Editora USP, 2004.
INSTITUTO MISES BRASIL. O experimento keynesiano da Coréia do Sul se torna
global. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2035>. Acesso em: 27
nov. 2015.
BRASIL ESCOLA. Macroeconomia.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/economia/macroeconomia.htm>. Acesso
em: 28 nov. 2015.
BRASIL ESCOLA. Microeconomia.
Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/economia/microeconomia.htm>. Acesso
em: 28 nov. 2015.
SLIDESHARE. A Macroeconomia Keynesiana.
Disponível em: <http://pt.slideshare.net/xleosx/economia-aula-7-a-macroeconomia-
keynesiana>. Acesso em: 29 nov. 2015.
ECONOMIA.NET. Introdução à Macroeconomia.
Disponível em: <http://www.economiabr.net/economia/1_macroeconomia.html>.
Acesso em: 29 nov. 2015.

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Keynes e a Nova Economia

  • 1. Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ Campus Praia Vermelha Relações Internacionais - 1° Período (Noturno) Disciplina: Introdução à Economia Gabriel Resende Miranda Gabriela Coelho Pastura Jean Luiz Mesquita De Farias Matheus Barcellos Soares Brandão Michelle Cortes Batista Barra Mansa Mônica Fernanda Pacheco Mendonça Quezia De Souza Silva Rangel Rodrigues De Amorim Samuel Vieira Campos Thayna Rodrigues Aguiar De Almeida Professora: Karla Inez Leitão Lundgren Rio de Janeiro (RJ) Novembro - 2015 Keynes e a Nova Economia
  • 2. 2 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ...............................................................................................................3 1. MACROECONOMIA E MICROECONOMIA .......................................................3 2. PROBLEMAS DA ECONOMIA AGREGADA .......................................................4 3. EMPREGO E DESEMPREGO .................................................................................6 4. INFLAÇÃO .................................................................................................................8 5. PERSPECTIVAS ANTIGAS ...................................................................................11 6. LEI DE SAY................................................................................................................12 7. BIOGRAFIA DE JOHN KEYNES ..........................................................................13 8. ANÁLISE KENESIANA ..........................................................................................14 9. CONTROVÉRSIAS ..................................................................................................18 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................19 REFERÊNCIAS ............................................................................................................19
  • 3. 3 INTRODUÇÃO O seguinte trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica sobre o capítulo 6 “Keynes e a nova economia” do livro “Introdução à Macroeconomia” de Richard T. Gill, que reúne questões sobre macroeconomia e microeconomia, a nova economia e o enfoque nos problemas de forma agregada, de acordo com as teorias de John Maynard Keynes. Nele estão contidas informações sobre as questões da inflação nos Estados Unidos, emprego e desemprego, Lei de Say, biografia de Keynes e por fim, a análise Keynesiana, que é o conjunto de ideias que propõem a intervenção estatal na vida econômica com o objetivo de a conduzir a um regime de pleno emprego. 1. MACROECONOMIA E MICROECONOMIA Até o começo de 1930, o que existia era a análise Econômica, ou teoria econômica. A partir desse período é que se fez a divisão entre macroeconomia e microeconomia. A macroeconomia estuda a economia em geral analisando a determinação e o comportamento dos grandes agregados como renda e produtos, níveis de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda, taxa de juros, balança de pagamentos e taxa de câmbio. Possui algumas metas, como: aumentar o nível de empregos, estabilizar os preços, distribuir renda, crescimento da economia e solucionar conflitos de objetivos. A estrutura macroeconômica se compõe de cinco mercados:  Mercado de Bens e Serviços: Determina o nível de produção agregada bem como o nível de preços.  Mercado de Trabalho: Admite a existência de um tipo de mão-de-obra independente de características, determinando a taxa de salários e o nível de emprego.  Mercado Monetário: Analisa a demanda da moeda e a oferta da mesma pelo Banco Central que determina a taxa de juros.  Mercado de Títulos: Analisa os agentes econômicos superavitários que possuem um nível de gastos inferior a sua renda e deficitários que possuem gastos superiores ao seu nível de renda.
  • 4. 4  Mercado de Divisas: Depende das exportações e de entradas de capitais financeiros determinada pelo volume de importações e saída de capital financeiro. A microeconomia ou teoria dos preços analisa a formação de preços no mercado, isto é, como a empresa e o consumidor se interagem e decidem o preço e a quantidade de um produto ou serviço. Estuda o funcionamento da oferta e da demanda (procura) na formação do preço e se preocupa em explicar como é fixado o preço e seus fatores de produção. Divide-se em:  Teoria do Consumidor: Estuda a preferência do consumidor analisando seu comportamento, suas escolhas, as restrições quanto a valores e a demanda de mercado.  Teoria de Empresa: Estuda a reunião do capital e do trabalho de uma empresa a fim de produzir produtos conforme a demanda do mercado e a oferta dos consumidores dispostos a consumi-los.  Teoria da Produção: Estuda o processo de transformação da matéria-prima adquirida pela empresa em produtos específicos para a venda no mercado. A teoria da produção se refere os serviços como transportes, atividades financeiras, comércio e outros. Podemos concluir então que a microeconomia apresenta uma visão microscópica dos fenômenos econômicos, e a macroeconomia uma óptica telescópica desses fenômenos. Fazendo analogia com o estudo de uma floresta, pode-se afirmar que a microeconomia estudaria as espécies vegetais que a compõem, até chegar ao todo, enquanto a macroeconomia partiria da floresta como um todo, não se preocupando em distinguir seus elementos. Por isso, a microeconomia se preocupa com o preço e a quantidade ofertada e demandada de cada produto, como arroz, feijão, amendoim etc. (que corresponderia, em nossa analogia, a cada uma das árvores da floresta), enquanto a macroeconomia se preocupa com o nível do produto e com o índice geral dos preços de toda a economia. 2. PROBLEMAS DA ECONOMIA AGREGADA A economia agregada é a moderna análise macroeconômica, já apresentada como uma visão geral da economia.
  • 5. 5 Afirma-se que é uma análise moderna pois, antes do século XX, os economistas não direcionavam sua atenção aos aspectos gerais da economia, alegando que se a economia de mercado encontrasse algum problema, ele seria resolvido a curto prazo. Por conseguinte, também pode-se chamar a Economia Agregada de "nova Economia". Esse termo atingiu uma ampla utilização na década de sessenta, quando o governo dos Estados Unidos realizou diversas políticas fiscais e monetárias devido à guerra do Vietnã. Porém, a fonte dessa frase é ainda mais antiga para os economistas. Em 1947, Seymour Harris, de Harvard, editou um livro chamado "Nova Economia". No entanto, esse ainda não seria o princípio do termo, já que o livro de Harris foi dedicado à análise e estudo da teoria de um dos mais famosos economistas do século XX: John Maynard Keynes. Portanto, finalmente, pode-se dizer que a expressão "Nova Economia" tem por origem o livro "Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda", uma das principais obras de Keynes. Devido a sua inovação ao enxergar os problemas macroeconômicos, bem como Adam Smith e Karl Marx, Keynes participou do pequeno grupo de economista que, com suas obras e estudos, influenciaram não só diversos outros economistas, mas também atos de estadistas e vida de nações. Essa nova visão dos problemas da macroeconomia que motivou o nascimento da "nova Economia", consiste no ato de desvincular o olhar das questões econômicas como algo individual, isolado. Macroeconomistas ignoram as distinções entre os diferentes tipos de bens, firmas e mercados que existem na economia. Ao invés disso, focam nos totais que causam grande impacto na economia nacional. Principalmente no PIB, a taxa de desemprego e a taxa de inflação, que são variáveis que permitem medir o desempenho na economia em geral. Dessa forma, os problemas macroeconômicos dizem respeito a questões como: É possível uma nação, algumas vezes, defrontar-se com condições que os negócios em geral estão fracassando e que o povo em geral está sem trabalho? Ou então, em um ângulo mais positivo: Há ocasiões em que todo mundo tem trabalho, com uma grande procura de mão- de-obra, em que os preços, lucros e salários estão todos altos? Esse enfoque nos problemas de forma agregada ganham uma grande importância na nova abordagem macroeconômica, principalmente porque não acredita-se mais que essas
  • 6. 6 situações sempre resolvam-se automaticamente. Desse modo, é evidente a relevância do estudo da economia como um todo. 3. EMPREGO E DESEMPREGO O funcionamento efetivo da economia depende do casamento de configurações da política econômica, que estão sujeitas a modificações, ao longo da história, como John Maynard Keynes mostrou ao trazer à luz a Teoria Geral (criada pelo mesmo), que não refuta totalmente os preceitos da Teoria Clássica da economia, mas, com base neles, apresenta uma perspectiva diferente sobre problemas inerentes ao capitalismo e sobre como lidar com os mesmos. Entre os problemas da Macroeconomia está o desemprego, que é provocado pela falta de uma procura efetiva, num período de incerteza, em que se conjugam a obstinação a elevadas taxas de juros e a desconfiança do mundo dos negócios, juntamente com a ineficácia da política monetária. No decorrer da história, alguns países enfrentaram esse problema, que apareceu como consequência de grandes e duras crises, e alguns se
  • 7. 7 basearam na política de laissez faire, acreditando na regulação automática do mercado, o que foi contestado pelo economista Keynes. A existência de um princípio válido que garantisse a regulação automática do sistema econômico – gerando, desse modo, coordenação dos mecanismos econômicos – tem a sua irrelevância constatada quando um desmedido desemprego afetou a Inglaterra na década de 1920 (o que se pode perceber pelo gráfico apresentado na página anterior). Frente à Europa emergente da Primeira Guerra Mundial – que estava econômica e socialmente desorganizada –, o laissez faire, segundo Keynes, aparece como resultado do processo de involução da civilização contemporânea, já que, ao contrário do que uma política econômica liberal admite, a utilização de medidas de intervenção seria inevitável, tendo em vista o lento processo de ajuste de equilíbrio do mercado, que acarretaria o crescimento do desemprego. No mundo capitalista, as decisões dos agentes econômicos são inevitavelmente tomadas na base de expectativas sobre o futuro econômico em condições de incerteza; logo, a instabilidade do capitalismo reside na variabilidade da taxa de investimento, o que provoca, em última instância, a variabilidade do nível de emprego. Isso, porque, com a queda ou ausência de investimentos, não há aumento da produção e, consequentemente, não há geração de empregos. Esse era o cenário econômico da Europa e dos EUA, por exemplo, no período da Grande Depressão, o de instabilidade e desconfiança, que ilustrou o colapso de uma velha ordem econômica que se baseava em concorrência desenfreada, mercados desimpedidos, especulação, direitos de propriedade e uma excessiva busca pelo lucro. Tais relações podem ser observadas através do gráfico localizado na próxima página sobre o desemprego nos EUA. Ao confrontar a ideia clássica de que o volume de emprego era determinado pelo salário monetário, Keynes defende que existem forças superiores a este salário capazes de incidirem influência sobre a oferta de emprego, assim como também há forças que atuam sobre o salário monetário de forma a definir qualquer variação do mesmo. Essas forças são contratos e negociações feitos entre empresários e trabalhadores acerca dos seus salários reais, que asseguram que não haja queda de empregos em decorrência de alterações salariais. Tais agentes, atrelados aos incentivos a investimentos, manutenção da estabilidade econômica e da taxa de juros inferior à eficiência marginal do capital, aumento da produtividade marginal do trabalho, diminuição da desutilidade do trabalho
  • 8. 8 e aumento dos bens não-salariais em relação aos bem salariais, elevam as taxas de emprego. 4. INFLAÇÃO Assim como ocorre em questões referentes ao emprego e ao desemprego de um modo geral, a inflação também se caracteriza por ser um dos objetos de estudo da Macroeconomia. Ao se analisar muitos países em desenvolvimento, a inflação pode ser observada como um fenômeno frequente na economia nacional, provocando variações absurdas nos preços do mercado interno de forma mensal, semanal e até mesmo diária. Por outro lado, quando se tem em mãos dados econômicos de países já desenvolvidos, observa-se que a inflação não é um fenômeno tão alarmante, com consequências sendo notadas apenas quando se compara o desempenho dessa economia com sua própria performance nos anos subsequentes. A inflação pode ser definida como o aumento contínuo e generalizado do nível dos preços. É contínuo pois os problemas inflacionários necessitam atuar por um período significativo para que suas consequências sejam notadas na economia como um todo. É
  • 9. 9 generalizado pois tal aumento não atinge apenas um setor específico, já que se remete a todos de modo geral. E seus reflexos são sentidos no nível dos preços pois, apesar de alguns produtos permutarem seus valores de modo mais expressivo que outros, todos eles seguem a essa tendência global de aumento. Para compreender melhor tal conceito, basta se imaginar dentro da seguinte situação- problema: uma pessoa se encaminha para uma loja de departamentos às vésperas do Dia das Crianças com o intuito de comprar algo para seu filho; ao chegar, dirige-se ao setor de artigos infantis e nota que todos os preços ali aumentaram; decepcionada, a pessoa desiste do presente e passa em outros setores a fim de ver se algo se encaixaria em seu orçamento corrente; durante essa breve olhada, ela nota que nenhum dos outros setores da loja estavam com preços tão modificados quanto os que ela usualmente está acostumada a ver. Analisando esse exemplo, conclui-se que o que ocorrera com os produtos infantis não se classifica como inflação, já que não se trata nem de uma situação generalizada (os outros produtos da loja não sofreram aumentos em seus preços) nem de uma situação contínua (visto que esses artigos para crianças encareceram devido ao aumento da procura provocado pela data comemorativa próxima). Uma outra forma de analisar a inflação é partindo do princípio de que, como os preços dos produtos afetados por esse problema aumentam, a mesma quantidade de dinheiro não é capaz de comprar a mesma quantidade de produtos em todos os momentos da história econômica de um determinado país. Assim, definir-se a inflação como a perda do valor do dinheiro com o decorrer do tempo também se apresenta como uma proposta válida. A causa da inflação (se é que há a possibilidade de se apontar apenas uma) é justamente o que motiva boa parte dos teóricos dedicados ao estudo da Macroeconomia. Todavia, apesar de tal subjetividade, é possível apontar algumas delas como sendo as mais comuns dentro de quaisquer perspectivas, como: a influência do aumento da quantidade de moeda em circulação, o aumento expressivo da demanda de produtos em um nível geral e o aumento nos custos dos produtos e serviços de característica fornecedora (onde os empresários se veriam pressionados pelo encarecimento em se produzir tal coisa e “transfeririam” essa dívida para o consumidor). A inflação pode ser medida e sentida de diversas formas. A maneira mais comum de se “enxergar” a inflação de um determinado país é através do Índice de Inflação (Inflation Rate), que exibe apenas a média percentual do aumento geral dos preços dentro
  • 10. 10 de uma economia por um determinado período. Porém, o ICP - Índice de Preços do Consumidor (CPI - Consumer Price Index) também é um modelo de gráfico bastante utilizado. Ele mostra como o preço de uma determinada cesta básica com uma quantidade X de produtos ou o valor de uma quantidade Y de alguma moeda varia ao longo do tempo, fixando um momento do gráfico como um ponto de comparação. Abaixo, tem-se como exemplo o ICP dos Estados Unidos¹ durante o período de 1800 a 2005, tendo como fixo o valor de U$ 100,00 durante os anos de 1982 a 1984: Nota-se pelo gráfico que antes da Segunda Guerra Mundial o índice de incidência da inflação na economia dos EUA ocorria de maneira contínua e quase não mutável (exceto em períodos de guerra). Após, o país vive em um aumento constante de preços de seus bens e serviços. A instabilidade nos preços de uma determinada economia é capaz de provocar sérios impactos no desenvolvimento de um país (claro que ambos fatores estão correlacionados). Um exemplo muito claro disso foi o que ocorreu na Alemanha na década de 1920. Após a Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918) e a assinatura do Tratado de Versalhes (em 1919), a Alemanha sofreu com a perda de territórios, poderio bélico e colônias de exploração, além de estar arrasada pelas consequências da guerra. Tudo isso se refletiu diretamente na economia local que passou a atingir o status de hiperinflação, com a perda descomunal do valor que a moeda corrente na época tinha. Abaixo, o gráfico explicita o
  • 11. 11 total descompasso entre o valor de uma determinada quantidade de ouro com sua representatividade em Marcos: 5. PERSPECTIVAS ANTIGAS A nova economia abrange a teoria de Keynes. Para compreensão de tal, precisamos realizar um retrocesso histórico e conhecer a escola clássica, que propulsionou esses novos estudos. Com Smith, Mill, Stuart, Ricardo e Malthus como principais expoentes esta vertente buscava a divisão da produtividade do trabalho, as inovações técnicas e a crescente acumulação do excedente econômico. Na economia clássica se analisava o problema do desemprego como algo que seria resolvido por uma economia de mercado a curto prazo. Para os economistas desta visão, existiam razões sistemáticas para a solução desse problema e caberia a Jean Baptiste Say (1767-1832), economista francês explicita-las. Com forte base em David Ricardo, cujos estudos eram baseados na noção de valor e na noção de riqueza e Thomas Robert Malthus, que dizia que o crescimento populacional poderia superar a produção alimentícia o que tornaria necessário o controle da natalidade, Say acreditava que enquanto o mercado continuasse produzindo e o consumidor comprando, não haveria desemprego.
  • 12. 12 6. LEIS DE SAY John Maynard Say e David Ricardo, assim como muitos economistas do século XIX, achavam que tinham bons argumentos em defesa da Lei de Say. São eles: 1. A moeda detém um papel secundário na economia: De acordo com Say, dentro da complexidade econômica, a moeda é neutra. Ele diz que a moeda existe apenas para viabilizar trocas entre agentes econômicos e que não influencia na economia real. Ele achava que é preciso olhar não para a moeda, mas para os produtos – batatas, ferro, madeira, trigo, etc – e que assim não nos decepcionaríamos com mudanças monetárias. Na verdade, ele queria dizer que produtos são trocados por produtos: os indivíduos oferecem no mercado o seus produtos e serviços com o fim de adquirir outros produtos. 2. Oferta adicional cria procura adicional: Segundo eles, na economia real (que não é a monetária), quando um emprego é dado para produzir um bem, não apenas a oferta desse bem aumenta, como também a demanda de bens distintos cresce. Dessa forma, não pode existir nenhum fenômeno parecido com a superprodução geral ou com o desemprego geral. Em outras palavras, Say diz que para produzir, as firmas oferecem uma remuneração (monetária) aos fatores de produção (trabalho, terra, etc), e que essa renda será gasta integralmente na obtenção do conjunto de todas as mercadorias oferecidas pela economia. Portanto, demanda equivale ao consumo somado ao investimento. Por mais de um século esses argumentos convenceram a maioria dos economistas de que não era necessário se preocupar com os problemas macroeconômicos do emprego. Porém, alguns economistas não se convenceram dessas ideias e tentaram modificar essa dinâmica, introduzindo novas ideias. Thomas Robert Malthus viu a possibilidade de haver um “excesso universal” de bens introduzidos na economia e que isso poderia resultar num desemprego generalizado. Ele tentou debater seus argumentos com o seu amigo David Ricardo, mas os seus argumentos eram fracos e foram superados por Ricardo. Marx também não se convenceu. Ele disse que o desemprego se dava por conta da substituição da mão-de-obra por máquinas. Marx
  • 13. 13 falou ainda que o sistema capitalista iria produzir uma quantidade tão grande de bens que a própria estrutura econômica não conseguiria absorver tudo, contribuindo para crises e depressões. Entretanto, todos esses pensadores apenas arranharam essa parte da análise econômica. Um economista sueco chamado Knut Wicksell teve uma participação importante nessa análise, assim como outros economistas suecos. Mas foi Keynes o verdadeiro responsável pela abertura desse caminho e pelo golpe último no pensamento Clássico. 7. BIOGRAFIA DE JOHN KEYNES John Maynard Keynes, filho de intelectuais britânicos, o economista e empresário John Maynard Keynes, nasceu em 5 de junho de 1883, na cidade de Cambridge, Inglaterra. Estudou no Colégio Eton, tradicionalmente frequentado pelos aristocratas, onde se destacou em matemática. Aos 19 anos, Keynes passou a estudar na Universidade de Cambridge, onde teve aula com o respeitado economista Alfred Marshall. Em 1906, tendo concluído seus estudos em Cambridge, Keynes tornou-se funcionário público do Ministério dos Negócios das Índias, função que exerceu na Ásia por dois anos. Insatisfeito com o cargo retornou logo para a academia, onde se dedicou a estudar as teorias econômicas ortodoxas, tornando-se especialista nos princípios econômicos de Marshall, sendo este o tema da sua Dissertação a Teoria da Probabilidade. Ainda em 1908, tornou-se professor da Universidade de Cambridge, cargo que ocupou até 1915. A partir de 1916, época da Primeira Guerra Mundial, exerceu diversos cargos no Tesouro Britânico. Em 1919, foi encarregado de chefiar a delegação britânica na Conferência de Paz, em Paris. Descontente com as condições econômicas impostas à Alemanha nessa ocasião pediu seu afastamento do cargo. Para justificar seu posicionamento, publicou ainda em 1919, seu primeiro livro: The Economic Consequeces of the Peace (As Consequências Econômicas da Paz), obra com a qual ganhou notoriedade nas nações capitalistas. Na década de 1920 permaneceu afastado dos cargos oficiais, período no qual acentuou sua insatisfação com a política de deflação adotada pelo governo e com os encaminhamentos propostos pela econômica clássica.
  • 14. 14 Diante do desemprego em massa que assolava as economias capitalistas, Keynes afastou-se da economia ortodoxa, representada pela “Lei de Say”. Passou então a analisar a necessidade de intervenção do Estado no mercado, gerando dessa forma “demanda para garantir os níveis elevados de emprego”. Em 1925, casou-se com Lydia Lopokova, famosa bailarina russa. Em 1930, publica A Treatise on Money (O Tratado Sobre a Moeda). Sua obra mais importante, “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, foi publicada em 1936. Em 1937, Keynes sofreu um enfarte. Mesmo sem se restabelecer por completo, retornou ao trabalho no Tesouro Britânico, sendo que em 1944 representou a Inglaterra na Conferência de Bretton Woods, conferência na qual se originou o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial. Pouco antes de adoecer e falecer, Keynes entrou em conflito com os membros do organismo que ajudou a criar, o então nascente FMI. A teoria de John Maynard Keynes, que se baseia na intervenção do Estado foi colocada em prática após o fim da II Guerra Mundial, como uma opção para a recuperação dos países devastados pela guerra. Essa corrente é conhecida como Welfare State (Estado de Bem-Estar Social) ou ainda como Keynesianismo. O Estado de Bem-Estar Social, ou o Estado Keynesiano, reinou até o fim dos anos 60, quando, em meio à instabilidade econômica e inflação, passou a ser substituída por um modelo diferente de liberalismo, ou neoliberalismo, que prega o mínimo de intervenção do Estado no mercado, ou seja, o Estado mínimo. John Maynard Keynes faleceu em 21 de abril de 1946, vítima de um ataque cardíaco. 8. ANÁLISE KEYNESIANA Keynes foi um pensador notável de sua época, tendo sido professor, homem de negócios, administrador de faculdades, alto funcionário do governo e um dos maiores economistas de sua geração. Esse autor é o pai da macroeconomia, com suas teorias inicialmente abstratas e profundamente teóricas, ele ofereceria uma nova versão de parâmetros sobre a relação oferta e demanda, assim como, se aprofundaria em questões universais como a diplomacia e até a relação da guerra na economia. Keynes conseguiu interligar todos os fatores microeconômicos em uma grande sistema, a qual seria
  • 15. 15 responsável pela riqueza ou pobreza, assim como também pela igualdade e desigualdade social, portanto esse autor será um dos grandes visionários do século XX, sendo o primeiro a detectar problemas acerca da política estadunidense, como também falhas no pensamento de Misses e de outros economistas, assim como ofereceu uma explicação de como um Estado em meio ao caos poderia criar medidas para solucionar uma grave crise financeira, dessa forma, os pensamentos de Keynes são refutados até os dias atuais, bem como os que discordam também usam sua teoria para explicar problemas econômicos. Keynes iniciará sua explicação afirmando que a demanda não é infinita, assim como pensavam a maioria dos economistas, como também, que o aumento da oferta não irá gerar um mercado consumidor capaz de absorver esses produtos, portanto um aumento sem precedentes da oferta sem a existência de uma demanda capaz de suprir, ocasionaria uma queda de preços na tentativa de vender esses produtos, consequentemente se esses produtos não fossem absorvidos, eles não seriam mais comprado das fábricas, diminuindo assim o lucro dos grandes empresários, que por sua vez iriam cortar gastos afim de não terem prejuízos ocasionando desemprego, esses desempregados só consumiriam o essencial, gerando esse grande ciclo que culminaria com a falência da fábrica e desemprego em massa. O exemplo demonstrado, visa oferecer as eventuais consequências de uma política econômica voltada para a oferta sem preocupação com a demanda, fato pela qual Keynes criticará duramente, assim como, defenderia um equilíbrio da taxa de juros pelo governo, o que impediria vultuosos empréstimos para a iniciativa privada, que investiria no aumento de sua produtividade sem ter um mercado consumidor capaz de absorver esses produtos. O autor mencionaria cinco grandes características sobre seu trabalho, tendo como base o seu livro mais famoso: “ A teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, ele deixaria exposto suas ideias desde a importância do lastro da moeda, explicando vantagens e desvantagens acerca da valorização e desvalorização monetária até como o governo poderia regular o mercado afins de gerar desenvolvimento setores, além de conciliar questões como emprego e renda, controlando problemas como a inflação e a deflação, impedindo grandes variações no mercado e possíveis crises financeiras ocasionadas pelo desequilíbrio entre os diversos fatores que constituem a macroeconomia.
  • 16. 16 1. Keynes daria ênfase em problemas globais como foi o caso da I e II Guerra Mundial e seus possíveis efeito na economia mundial. Questões como o Produto Interno Bruto (PIB), Produto Nacional Bruto (PNB), renda per capita, nível de emprego e renda, nível de preço bem como outras abrangências. Desse modo, através de uma Microanálise poderíamos sintetizar as razões de determinados dados, bem como os porquês da diferença econômica de alguns países para outros, assim como cada Nação poderia adotar um estilo próprio que suprisse as suas carências macroeconômicas e pudesse se reformular para se desenvolver e concomitantemente viesse a se integrar na macroeconomia mundial. 2. Keynes destacava a impossibilidade da teoria resultante das Leis de Say, a qual sugeria criar uma oferta invariavelmente a demanda, ou seja, quanto mais se produzisse mais se venderia, a teoria de demanda de infinita, portanto existiria uma política voltada somente a produção e não ao consumo, e quando essa política se esgotasse, poderia encontrar sub refúgio exportando para outros mercados consumidores, um dos fatores pela qual o Imperialismo invadiu tantos países. Dessa forma, Keynes falaria sobre oferta e procura agregada, e como a procura global, em cada economia poderia ser variável em relação a oferta agregada. 3. Keynes também discursará acerca sobre a relação emprego e economia, de como seria possível o país ter uma boa produção tendo um alto nível de desemprego. O nível de emprego está diretamente ligado a quantidade da demanda, caso seja baixa, as empresas diminuirão sua produção, assim como o número de empregados, condicionando sua produção ao nível da demanda ela poderá regular os preços. Contudo, caso haja um aumento da demanda global, isso pode interferir diretamente no aumento da oferta, a qual só seria possível com o aumento da produtividade, o que geraria ao aumento no número de postos de trabalho. Portanto, nem sempre seria possível conciliar crescimento econômico com o pleno emprego, e também uma poderia subsistir sem a outra, desse modo, Keynes reafirma a sua crítica as consequências das leis de Say, a qual o aumento da oferta geraria um aumento da demanda, consequentemente necessitaria de um aumento na produtividade, o que
  • 17. 17 ocasionaria o aumento da taxa de emprego, levando a alcançar as taxas de pleno emprego. 4. O autor buscou restituir à moeda o papel fundamental, refutando que a moeda não era um simples instrumento de câmbio. Uma característica é sua Liquidez, ela é usada como meio de troca, desse modo, todo elemento tem uma liquidez, seja ele maior ou menor, entretanto é completamente inseguro o valor de uma moeda na hora de uma troca, não é possível afirmar exatamente quanto será o câmbio entre moedas, só é possível ter alguns indicadores. Por causa disso, ela possuía certos valores especiais, podendo variar de valor, afetando sua liquidez, pois com uma determinada moeda e em determinada quantidade é possível comprar mais ou menos, assim como sua respectiva desvalorização ou valorização seria possível frear ou incentivar o consumo, resumindo o intercâmbio entre determinadas moedas pode gerar benefícios comerciais, isso é o que torna mais atraente comprar de países com moeda de valor mais baixo, pois o dinheiro renderia mais, assim como concorrer no mercado internacional contra um país possuidor de uma moeda desvalorizada em relação a sua, isso incentivaria o comprador a se interessar pela oferta que valorizasse mais o seu dinheiro (Explicando assim a política cambial chinesa de desvalorização de sua moeda). Essa diferença entre de valores se chama Lastro, fator pela qual faz uma mesma moeda ter mais valor em determinadas épocas e lugares, obviamente possuindo influência direta de questões como inflação, deflação, situação econômica e política adotada pelo Estado. 5. Keynes também afirmava em sua teoria a necessidade de uma participação do Estado na reformulação da economia, pois segundo ele, nem sempre a economia de mercado seria capaz de manter os índices de emprego aos níveis desejados, principalmente o pleno emprego, já que o Laissez Faire tinha como objetivo a busca pelo lucro, e isso poderia significar visar a exportação ao invés do mercado interno, consequentemente a despreocupação com o valor do produto em seu território, mas sim em outros lugares. Logo, é necessário a intervenção Estatal afim de inovar ou gerar emprego com o intuito de manter o equilíbrio econômico. Um exemplo da aplicação do conceito Keynesiano
  • 18. 18 de regulação estatal na economia seria a nação da Coréia do Sul, que privatizou todas as empresas de logística ao mesmo tempo que estatizou todos os bancos do seu país, assim a inovação seria da iniciativa privada, entretanto o capital seria do Estado Sul Coreano, com essa medida, essa nação visava regular a economia e tornar as empresas parceiras e não inimigas dos interesses nacionais, após cinco grandes planos quinquenais a Coréia do Sul deixou de ser um exportador de manufaturas e se tornou uma exportadora de produtos de alto valor agregado, configurando-se como uma das economias mais seguras do mundo. Dessa forma, é possível perceber que a intervenção tem como objetivo fazer prevalecer os interesses do povo de uma determinada nação, inviabilizando políticas empresariais que visem o lucro desenfreado com o consequente empobrecimento nacional ou com possíveis prejuízos ao Estado, buscando assim conciliar os níveis de emprego e de renda. 9. CONTROVÉRSIAS Existem dois ângulos opostos em torno da controvérsia sobre o trabalho de John Maynard Keynes. O primeiro, que acabou se tornando uma forma muito extremada de crítica sobre seu trabalho é a acusação de Keynes ter atacado o sistema capitalista, assim como Karl Marx o tinha feito 75 anos antes. Na verdade, as abordagens desses dois economistas sobre o capitalismo foram bem diferentes, podendo se dizer que Keynes está mais próximo de ter criado uma alternativa para o marxismo. Marx argumentava que o capitalismo tinha doenças inevitáveis e fatais que só poderiam ser eliminadas com a demolição de todo o sistema, já Keynes argumentava que os traços básicos do sistema poderiam ser mantidos e o que os problemas seriam eliminados com as modificações do próprio sistema. A economia mista surgiu naturalmente da análise keynesiana, onde a economia pode funcionar através das modificações dos problemas, mas é um anátema para os marxistas, que acreditam que as coisas precisam andar erradas e que o único remédio é a revolução. Dada a importância de pesquisa feita em torno do trabalho de Keynes, existem largos campos de discussão com vários argumentos de suas conclusões. Mas, podemos enumerar algumas das principais críticas:
  • 19. 19 1. A teoria de Keynes se interessa pelos problemas a curto prazo e se localiza num mundo de concorrência pura, onde não aparecem as estruturas de mercado, apresentadas na vida real pelas modernas sociedades anônimas. 2. A teoria baseia-se em generalizações “psicológicas” um tanto toscas, inadequadas às complexidades do comportamento econômico. 3. A teoria não reconhece algumas das dificuldades inerentes à aplicação das despesas do governo, dos tributos e das políticas monetárias na solução do desemprego. Dito isso, chegamos a uma conclusão que não oferece dúvidas: a teoria de Keynes teve um enorme impacto sobre o desenvolvimento do estudo da Economia nos últimos trinta anos e influenciou a chamada “economia mista” atual da maioria dos países ocidentais. CONSIDERAÇÕES FINAIS De acordo com as informações colocadas acima, podemos concluir que Keynes propunha uma nova organização político-econômica que defendia o Estado como agente indispensável na economia. Assim, Keynes colocava em cheque as ideias do livre mercado, argumentando que a economia não é autorregulada. Não dizia, no entanto, que o Estado deveria controlar plena e amplamente a economia, mas que o Estado tinha o dever de conceder benefícios sociais para que a população tivesse um padrão mínimo de vida. REFERÊNCIAS GILL, Richard T. Introdução a Macroeconomia. 1° ed. São Paulo: Atlas, 1975. Capítulo 6 - Keynes e a nova Economia. KEYNES, John Maynard. A Teoria Geral do emprego, do Juro e da Moeda. 2° ed. São Paulo: Nova Cultura, 1985.
  • 20. 20 ABEL, Andrew B.; BERNANKE, Ben S. Macroeconomics. 5th ed. Boston: Pearson - Addison Wesley, 2005. Chapter 1 - Introduction to Macroeconomics, 23 p. FISCHER, Wolfgang Chr. German Hyperinflation: A Law and Economics Approach. 1st ed. Lohmar: EUL Verlag, 2010. Chapter 6 - A Mark is worth a Mark, 88 p. DENMAN, James; MC DONALD, Paul. Unemployment Statistics from 1881 to the Present Day. Special Feature - Office for National Statistics, London, v. 1, n. 1, p. 10, January 1996. BACHA, Carlos José Caetano. Macroeconomia aplicada à análise brasileira. 1° ed. São Paulo: Editora USP, 2004. INSTITUTO MISES BRASIL. O experimento keynesiano da Coréia do Sul se torna global. Disponível em: <http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2035>. Acesso em: 27 nov. 2015. BRASIL ESCOLA. Macroeconomia. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/economia/macroeconomia.htm>. Acesso em: 28 nov. 2015. BRASIL ESCOLA. Microeconomia. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/economia/microeconomia.htm>. Acesso em: 28 nov. 2015. SLIDESHARE. A Macroeconomia Keynesiana. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/xleosx/economia-aula-7-a-macroeconomia- keynesiana>. Acesso em: 29 nov. 2015. ECONOMIA.NET. Introdução à Macroeconomia. Disponível em: <http://www.economiabr.net/economia/1_macroeconomia.html>. Acesso em: 29 nov. 2015.