SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
Descargar para leer sin conexión
591
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical
35(6):591-595, nov-dez, 2002.
ARTIGO
Cativeiro de aves como fonte de Cryptococcus neoformans na cidade
de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil
Avian habitats as sources of Cryptococcus neoformans in the city
of Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil
Wander Fernando de Oliveira Filiú1,2
, Bodo Wanke3
, Sandra Maura Agüena1,2
,
Valter Oshiro Vilela1,2
, Regina Célia Lima Macedo3
e Márcia Lazéra3
Resumo Cryptococcus neoformans é a levedura capsulada causadora de criptococose em humanos e animais.
A variedade neoformans, encontrada em diversas fontes ambientais, inclusive habitats de aves, é importante
causa de mortalidade em indivíduos com AIDS em todo o Mundo. Contudo, ainda não há estudos sobre a sua
ecologia na região Centro Oeste brasileira, onde há registro da ocorrência de casos humanos da micose.Para
estudar fontes saprofíticas de C. neoformans, na cidade de Campo Grande, foram coletadas 20 amostras de
excretas de aves em distintos ambientes. Suspensão das amostras em salina estéril foram semeadas em
placas com meio ágar níger. Após 5 dias, colônias mucóides marrom-escuro foram subcultivadas para
identificação através de provas morfofisiológicas, determinação da variedade e sorotipagem. C. neoformans
var. neoformans sorotipo A foi isolado de 10 (50%) das amostras, comprovando a ocorrência saprofítica de
C. neoformans na cidade de Campo Grande, relacionada a habitat de aves em cativeiro.
Palavras-chaves: Cryptococcus neoformans. Aves cativas. Fontes saprofíticas. Criptococose.
Abstract Cryptococcus neoformans is an encapsulated yeast agent of human and animal cryptococcosis.The
variety neoformans is an important cause of mortality in AIDS-patients throughout the world. It has already
been isolated worldwide from different environmental sources, including avian habitats. However, in spite of the
occurrence of human cases of cryptococcosis, there are no studies on the ecology of this agent in the Brazilian
Central-Western region.To study saprophytic sources of C.neoformans in the city of Campo Grande, 20 samples
of avian droppings from distinct environments within the city were collected. The samples were suspended in
sterile saline and then smeared on niger seed agar medium. Five days later smooth dark-brown colonies were
subcultivated for identification by morphophysiologic tests. The variety and serotype was determined.
C.neoformans var. neoformans serotype A was isolated from 10 (50%) of the samples collected.Consequently,
the saprophytic presence of C. neoformans is related to avian habitats.
Key-words: Cryptococcus neoformans. Captive birds. Saprophytic sources. Cryptococcosis.
1. Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS. 2. Laboratório de
Análises Clínicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Campo Grande, MS. 3. Serviço de Micologia da Fundação
Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ.
Endereço para correspondência: Dr. Wander Fernando de Oliveira Filiú. Rua Pernambuco, 946/802, Monte Castelo, 79010-900 Campo Grande, MS.
e-mail: filiu@zaz.com.br
Recebido para publicação em 27/9/2001.
Cryptococcus neoformans, forma assexuada do
basidiomiceto Filobasidiella neoformans, é levedura
encapsulada uni ou bibrotante de grande importância
em micologia médica por ser agente da criptococose.
C. neoformans apresenta os sorotipos A, B, C, D e AD
distribuídos em duas variedades que diferem em
aspectos bioquímicos, ecológicos, antigênicos e
genéticos8 9
. A variedade neoformans, com os sorotipos
A, AD e D8 9
, tem distribuição cosmopolita relacionada
a solos contaminados naturalmente com excretas de
aves5 6 7 25 26 27
. Esta variedade tem a capacidade de
colonizar a mucosa do papo de pombos, sem causar
doença, comportando-se como endosaprófita natural
destas aves. A universalidade e a peculiar adaptação de
pombos a centros urbanos relacionam-se com a
ubiqüidade deste agente fúngico, sendo facilmente isolado
de fontes ambientais, inclusive de poeira domiciliar17 18
.
Mais recentemente, foi demonstrada no Brasil a
associação saprofítica de C.neoformans var.neoformans
com madeira em decomposição em ocos de árvores
vivas10 11 12 13
, constituindo um novo habitat natural e
indicando um possível nicho ecológico primário para o
fungo10
. Sem dúvida, há necessidade de desenvolver
estudos similares em outras partes do mundo2 21 24
.
592
Fillú WFO et al
C. neoformans var neoformans predomina como
agente oportunista28
, atingindo hospedeiros com
deficiência da imunidade celular, ganhando grande
importância nos dias atuais, não só pelo aumento
populacional mas sobretudo pelo crescente número de
hospedeiros suscetíveis: (síndrome da imunodeficiência
adquirida) SIDA, leucêmicos, transplantados,
portadores de tumores sólidos e pacientes em uso
prolongados de corticóides e antibióticos16 22
.
A infecção por C. neoformans var. neoformans é
adquirida através da inalação de propágulos de origem
ambiental15
, representados por leveduras desidratadas,
menores que 2mm de diâmetro, facilmente aerossolizadas.
Sugeriu-se que basidiósporos da forma sexuada do fungo,
medindo 1,8 x 2,5mm, mais resistentes à dessecação,
mais facilmente aerossolizados e comprovadamente
patogênicos para animais de laboratório, também possam
ser inalados31
.
A variedade gattii, com sorotipos B e C, ocorre em
regiões tropicais e subtropicais e comporta-se como
patógeno primário, acometendo hospedeiros
imunocompetentes9 23
. Foi inicialmente associada a
Eucalyptus camaldulensis na Austrália3 4 19
, seguindo-
se seu isolamento de restos vegetais de diversas
espécies de eucaliptos em diferentes países4 14
. No
entanto, C. neoformans var. gattii foi isolado de oco de
árvores tropicais no Brasil, como oiti (Moquilea
tomentosa), cássia rosa (Cássia grandis), fícus (Fícus
microcarpa) e outros, evidenciando outros habitats
naturais para esta variedade1 10
.
A criptococose deve ser considerada no diagnóstico
diferencial das infecções oportunistas nos indivíduos
imunodeprimidos, sendo fundamental o diagnóstico
precoce, para reduzir a morbidade e letalidade desta
micose, que na maioria dos casos se apresenta na
forma de meningoencefalite.
A ocorrência da criptococose na Região Centro-
Oeste, inclusive em moradores da cidade de Campo
Grande, MS, justifica o interesse pelo estudo das fontes
de infecção, iniciando pela investigação de C.
neoformans em excretas de aves em cativeiro, bastante
comuns nesta cidade.
MATERIAL E MÉTODOS
Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso
do Sul, faz parte da macro-região do Centro-Oeste
brasileiro, basicamente constituído por cerrado, um rico
complexo silvestre com exuberante flora, rica fauna,
principalmente de espécies de aves, tendo catalogado
714 espécies na região. Neste ambiente urbanizado,
com marcada atividade antrópica, escolhemos a área
central da cidade, onde foram colhidas 20 amostras de
excretas de aves, assim distribuídas: 16 obtidas em 6
lojas de aves, uma obtida em uma escola, uma obtida
em um domicílio, e 2 corresponderam a raspados de
excretas encontradas em solo de ambiente aberto.Teve-
se o cuidado de colher material envelhecido e seco,
nos poleiros e nas grades das gaiolas e viveiros.
Cada amostra corresponde a uma gaiola ou viveiro,
contendo de 4 a 27 aves, agrupadas segundo sua espécie,
sem divisão entre machos e fêmeas, representadas por
canário belga (Serinus canaria), canário do reino
(Corduelis cocullatos), canário da terra (Sicalis flaveola
brasiliensis), periquito australiano (Melopsittacus
unolulatus), colopsita (Psittacidae), agapore (Psittacidae),
mandarim (Psittacidae), pombo rabo de leque (Columba
sp), pombo africano (Columba sp), papagaio (Psittacidae).
Em duas ocasiões foram observadas espécies diferentes
em um mesmo viveiro, agapore com colopsita (amostra
P-05) e canário com mandarim (amostra P-20), todas
essas aves bem adaptadas ao cativeiro.
As amostras foram colhidas em frascos plásticos
estéreis e acondicionadas sob refrigeração entre 8 e
12°C por 24 horas.O material foi processado em câmara
de fluxo laminar (classe 2-B1), homogeneizado em gral
com pistilo de porcelana previamente esterilizados.
Cerca de 1g do material homogeneizado foi suspenso
em 50ml de salina fisiológica estéril contendo 0,4g/l de
cloranfenicol. Após agitação em vórtex por 3 minutos, e
repouso por 30 minutos à temperatura ambiente, o
sobrenadante foi aspirado e 0,1ml foi semeado em cada
placa de petri com meio de sementes de níger (Guizotia
abyssinica), contendo 0,2g/l de cloranfenicol e 0,2g/l de
amicacina (meio NSA). Foram semeadas 10 placas por
amostra, incubadas à temperatura ambiente, entre 26 e
27,5°C e observadas diariamente até 7 dias.
Colôniaslisas,úmidas,brilhantesedecoloraçãomarrom-
escura foram repicadas na forma de estrias em placa com
meio NSA para purificação e obtenção de subcultivos em
meio de ágar-Sabouraud 2% à temperatura ambiente, para
realização das provas de identificação. A microscopia foi
feita em montagens com NaOH a 4%, tinta da china
(nanquim) e lactofenol azul de algodão. A observação de
leveduras de tamanho regulares, globosas, arredondadas,
encapsuladas, unibrotantes ou multibrotantes e sem hifas
oupseudo-hifas,conduziaàrealizaçãodetestesfisiológicos
como a produção de urease, termotolerância a 35°C,
sensibilidade à cicloheximida e testes de assimilação de
carbono e nitrogênio, realizados em equipamento
automatizado, VITEK® (BioMerreux - France).
Para a identificação da variedade foi utilizado o meio
canavanina-glicina-azul de bromotimol (CGB) conforme
descrito por Kwon-Chung (1984) e a sorotipagem foi
realizada pelo kit Crypto Check Iatron RM 304-K (Iatron
Labs, Tokio, Japão). Este último consiste em teste de
aglutinação em lâmina, utilizando anticorpos policlonais,
monoespecíficos, correspondentes a fatores séricos.
Foi estimada numericamente a quantidade de
propágulos de C.neoformans existentes em cada amostra
positiva, expressa em unidades formadoras de colônias do
fungo por grama de matéria orgânica processada (UFC/g).
593
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35:591-595, nov-dez, 2002
RESULTADOS
Das 20 amostras analisadas, 10 foram positivas para
Cryptococus neoformans var neoformans sorotipo A,
correspondentes a 3 locais positivos dentre os 10
ambientes estudados (Tabela 1).A contagem das unidades
formadoras de colônias (UFC) de C. neoformans foi
realizada em todas as amostras positivas (Tabela 1).
DISCUSSÃO
Tabela 1 - Cryptococcus neoformans em excretas de aves, relacionando local de coleta, gaiolas
estudadas, espécie e número de aves nas gaiolas e densidade de colônias nas amostras positivas.
Campo Grande - MS, 1999.
Aves Isolamento de
Local Gaiola espécie número C. neoformans UFC/g
Loja 1 1 periquito australiano 18 negativo
Loja 2 2 pombo rabo de leque 3 negativo
Loja 3 3 periquito australiano 9 negativo
4 canário belga 12 negativo
Loja 4 5 agapore + colopsita 12+15 7.000
6 canário 23 negativo
7 periquito australiano 27 1.000
8 periquito australiano 27 9.000
Loja 5 9 periquito australiano 18 negativo
Domicílio 10 papagaio 1 negativo
Escola 11 colopsita + 2+4 25.000
periquito australiano
Pátio 12 pardal 2 negativo
Pátio 13 sabiá 2 negativo
Loja 6 14 periquito australiano 8 negativo
15 periquito australiano 15 46.200
16 periquito australiano 30 8.100
17 pombo burguesinho 6 11.100
18 pombo burguesinho 5 900
19 pombo rabo de leque 2 1.500
20 canário belga + mandarim 3+2 6.600
Total 20 246 10
UFC/g Unidades formadoras de colônias por grama de material
Trabalhos pioneiros de Emmons, no início da década
de 50, já faziam referência ao acúmulo de excretas
secas e envelhecidas de pombos (Columba livia) bem
como os solos contaminados com estes excrementos
como fontes saprofíticas de C. neoformans em
ambientes urbanos5 6 7
. Staib (1984) concluiu que a
exposição dos homens e animais a excretas dessas
aves explica pelo menos em parte a epidemiologia da
criptococose27
. Entretanto, certos aspectos não estão
esclarecidos, como a origem de C. neoformans nestes
excrementos, uma vez que o fungo não é isolado do
trato intestinal de aves, onde tem dificuldade de
sobreviver à competição microbiana. Por outro lado, há
poucos relatos de criptococose em aves9 16
, animais
resistentes à invasão pelo fungo devido a sua elevada
temperatura corporal. Além disso, já foi relatado o
isolamento do fungo de excretas de uma grande
variedade de psitacídeos. Essas aves têm o hábito de
raspar e fragmentar pedaços de madeira, galhos, e
parecem oferecer condições favoráveis de sobrevivência
e multiplicação de C. neoformans em seus habitats9 17
.
Nossos resultados comprovam, pela primeira vez, a
contaminação de excretas de aves de cativeiro por
C. neoformans var neoformans sorotipo A na cidade
de Campo Grande. Foram observadas elevadas
concentrações do fungo, até 46.000 propágulos viáveis
por grama de material seco, refletindo a existência de
fontes ambientais na forma de microfocos deste fungo.
Nestes locais o fungo pode ser disperso no ar e,
subseqüentemente, inalado.A contaminação observada
pode estar relacionada ao grande turn-over de aves nas
gaiolas, a forma de limpeza das gaiolas ou viveiros com
a mesma ferramenta, e a grande disponibilidade de
sementes de níger, painço, alpiste e girassol nos locais,
que podem servir de substrato para o crescimento do
fungo. Estudos conduzidos por Mitchel & Perfect
relataram que é grande o número de pessoas com
anticorpos circulantes após exposição e manejo de aves
e habitats contaminados. Não desenvolvem, porém, a
doença, reafirmando a idéia de que a variedade
neoformans é de baixa patogenicidade e comporta-se
essencialmente como oportunista16
.
594
Swinne et al isolaram C. neoformans var neoformans
da poeira doméstica das amostras oriundas das
residências dos pacientes com criptococose associada a
AIDS e em contato com aves em 35% das residências
analisadas no Bujumbura, Burundi (África Central)29 30
.
Passoni et al. encontraram em torno de 15% de
positividade de isolamento de C. neoformans var
neoformans da poeira doméstica no Rio de Janeiro,
valorizando o achado do fungo em excretas de aves em
cativeiro, como canários, periquitos e outros psitacídeos.
Foi demonstrada uma correlação significativa entre a
existência de aves cativas no ambiente domiciliar e a
probabilidade de contaminação destas residências por
C.neoformans.Conseqüentemente, pacientes com AIDS
apresentavam risco aumentado em adquirir a doença
quando residentes em domicilio positivo para o fungo17 18
.
Entre outubro de 1994 e fevereiro de 1998 foram
registrados 23 casos de meningoencefalite criptococócica
no Hospital Universitário da UFMS, na cidade de Campo
Grande, centro de referência do estado para
meningites. Destes, 18 pacientes estavam com AIDS
e 5 não tinham condição predisponente evidente.Vinte
residiam em Mato Grosso do Sul, sendo 14 naturais
deste estado e 12 procedentes de Campo Grande. A
absoluta maioria era de área urbana. C. neoformans
var gattii ocorreu em dois casos e os demais
21 pacientes apresentavam doença causada
por C. neoformans var neoformans sorotipo A20
. O
encontro deste mesmo agente e sorotipo em excretas
de fezes de aves de cativeiro correlacionam com os
dados da casuística local da micose humana.
Estes achados trazem à luz a questão de minimizar
o risco de exposição a microfocos de C. neoformans
var neoformans em locais de circulação pública e em
domicílios de pacientes imunodeprimidos através da
vigilância das condições de higiene e limpeza de
excretas, aeração, iluminação e ventilação adequadas,
bem como monitorização de locais de risco.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Cavalcanti MAS. Criptococose e seu agente no Meio Norte,
Estados de Piauí e Maranhão, Brasil. Tese de Doutorado,
Universidade Federal do Piaui, Instituto Oswaldo Cruz –
Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 1997.
2. Collins HL, Bancroft GJ. Encapsulation of Cryptococcus
neoformans impairs antigen-specific T-cell responses. Infection
and Immunity 59: 3883-3888, 1991.
3. Ellis DH, Pfeiffer TJ. Ecology, life and infectious propagule of
Cryptococcus neoformans. Lancet 336: 923-925, 1990.
4. Ellis DH, Pfeiffer TJ. Natural habitat of Cryptococcus neoformans
var. gattii. Journal of Clinical Microbiology 28: 1642-1644, 1990.
5. Emmons CW. Saprophytic sources of Cryptococcus neoformans
associated with the pigeon (Columba livia). American Journal of
Hygiene 62: 227-232, 1955.
6. Emmons CW. Prevalence of Cryptococcus neoformans in pigeon
habitats. Public Health Reports 75: 362-364, 1960.
7. Emmons CW. Natural occurrence of opportunistic fungi.
Laboratory Investigation Baltimore 11: 1026-1032, 1962.
8. Kwon-Chung KJ, Bennett JE. Epidemiologic differences between
the varieties of Cryptococcus neoformans. American Journal of
Epidemiology 120:123-130, 1984.
9. Kwon-Chung KJ, Bennett JE. Cryptococcosis In: Camilo-Coura L,
Febiger (eds) Medical Mycology. Philadelphia, p. 397-446, 1992.
10. Lazéra MS, Cavalcanti MAS, Londero AT, Trilles L, Nishikawa
MM Wanke B. Possible primary ecological niche of
Cryptococcus neoformans. Medical Mycology 38: 379-383, 2000.
11. Lazéra MS, Cavalcanti MAS, Trilles L, Nishikawa MM, Wanke B.
Cryptococcus neoformans var. gattii - evidence for a natural
habitat related to decaying wood in a pottery tree hollow. Medical
Mycology 36: 119-122, 1998.
12. Lazéra MS, Pires FDA, Camillo-Coura L, Nishikawa MM, Bezerra
CCF, Trilles L, Wanke B. Natural habitat of Cryptococcus
neoformans var. neoformans in decaying wood forming hollows
in living trees. Journal of Medical and Veterinary Mycology
34:127-131, 1996.
13. Lazéra MS, Wanke B, Nishikawa MM. Isolation of both varieties
of Cryptococcus neoformans from saprophytic sources in the
city of Rio de Janeiro, Brazil. Journal of Medical and Veterinary
Mycology 31:449-454, 1993.
14. Laurenson IF, Lalloo DG, Naraqi S, Seaton RA, Trevett AJ, Matura
A, Kevau IH. Cryptococcus neoformans in Papua New Guinea: a
common pathogen but an elusive source. Journal of Medical and
Veterinary Mycology 35: 437-440, 1997.
15. Levitz SM. The ecology of Cryptococcus neoformans and the
epidemiology of cryptococcosis. Review of Infectious Diseases
13:1163-1169, 1991.
16. Mitchel TG, Perfect Jr. Cryptococcosis in the era of AIDS-100
years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clinical
Microbiology Reviews 8: 515-548, 1995.
17. Passoni LFC. Wood, animals and human beings as reservoir
for human Cryptococcus neoformans infection. Revista
Iberoamericana de Micologia 16: 77-81, 1999.
18. Passoni LFC, Wanke B, Nishikawa MM, Lazéra MS. Cryptococcus
neoformans isolated from human dwellings in Rio de Janeiro,
Brazil: An analysis of domestic environment of AIDS patients
with and without cryptococcosis. Medical Mycology 36: 305-311,
1998.
19. Pfeiffer TJ, Ellis D. Environmental isolation of Cryptococcus
neoformans var. gattii from Eucalyptus tireticornis. Journal of
Medical and Veterinary Mycology 30: 407-408, 1992.
20. Reis MAC. Estudo clínico-epidemiológico de 23 casos de
meningoencefalite criptocócica internados no Hospital da
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no período de
outubro de 1994 a fevereiro de 1998. Dissertação de conclusão
do curso de Medicina. Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul, Campo Grande, MS, 1998.
21. Restrepo A, Baumgardner DJ, Bagagli E, Cooper Jr CR, McGinnis
MR, Lazéra MS, Barbosa FH, Bosco SMG, Camargo ZP, Coelho
KIR, Fortes ST, Franco M, Montenegro MR, Sano A, Wanke B.
Clues to the presence of pathogenic fungi in certain environments.
Medical Mycology 38 (supl. 1): 67-77, 2000.
Fillú WFO et al
595
22. Rippon JW. Medical Mycology. In: The pathogenic fungi and
pathogenic actinomycetes.W.B. Saunders, New York, p. 582-609,
1988.
23. Rosenbaum R, Gonçalves AJR. Clinical epidemiological study
of 171 cases cryptococcosis. Clinical Infectious Diseases 18:369-
380, 1994
24. Sorrell TC, Ellis DH. Ecology of Cryptococcus neoformans.
Revista Iberoamericana de Micologia 14: 42-43, 1997.
25. Staib F. Saprophytic life of Cryptococcus neoformans. Annales
de la Société Belge de Médicine Tropicale 44: 611-618, 1964.
26. Staib F. Cryptococcus neoformans and cryptococcosis.
Peculiarities and challenge: opening lecture of second International
Conference on Cryptococcus and cryptococcosis. Milan (Italy),
September 19-23, 1993. Journal Mycology Medical 4:56-60, 1994.
27. Staib F, Schuultz-Dieterjch J. Cryptococcus neoformans in
fecal matter of bird’s kept in cages - control of Cryptococcus
neoformans habitats. Zentralblatt für Bakteriologie und
Parsitenkunde 174: 79-186, 1984.
28. Swinne D, Bauverns L, Desmet P. More information about the
natural habitat of Cryptococcus neoformans. Newsletter
International Society for Human and Animal Micology 60:4, 1992.
29. Swinne D, Deppner M, Laroche R, Floch JJ, Kadende P. Isolation
of Cryptococcus neoformans from houses of AIDS-associated
cryptococcosis patients in Bujumbura (Burundi). AIDS 3: 389-
390, 1989.
30. Swinne D, Taelman H, Batungwanayo J, Bigirankana A, Bogaerts
J. Contribuition a l’etude de l’ecologie de Cryptococcus neoformans
em Afrique centrale. Médicine Tropicale 54: 53-55, 1994.
31. Wicles BL, Mayorga ME, Edman U, Edman JC. Dimorphism and
haploid fruiting in Cryptococcus neoformans: Association with
the a-mating type. Proceeding of the National Academy of Science
93: 7327-7331, 1996.
Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35:591-595, nov-dez, 2002

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016
Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016
Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016Juliana Queiroz
 
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...mauriciocoelhomicrobio
 
2 s exercicios_monera protista e fungi
2 s   exercicios_monera protista e fungi2 s   exercicios_monera protista e fungi
2 s exercicios_monera protista e fungiIonara Urrutia Moura
 
Exercicios biologia parasitologia
Exercicios biologia parasitologiaExercicios biologia parasitologia
Exercicios biologia parasitologiaAlice MLK
 
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópiacristiana Leal
 
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo dia
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo diaProva seriado 3º ano caderno ii segundo dia
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo diaJornal do Commercio
 
Doenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasDoenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasFabio Dias
 
Exércicios de ciências.
Exércicios de ciências.Exércicios de ciências.
Exércicios de ciências.Roner Naves
 
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistas
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistasESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistas
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistasRonaldo Santana
 
1° simulado 2014 / Curso Popular / UEPA Salvaterra
1° simulado 2014 / Curso Popular  / UEPA Salvaterra1° simulado 2014 / Curso Popular  / UEPA Salvaterra
1° simulado 2014 / Curso Popular / UEPA SalvaterraWender Gomes
 
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...Samira Mantilla
 
QUESTIONÁRIO VÍRUS
QUESTIONÁRIO VÍRUSQUESTIONÁRIO VÍRUS
QUESTIONÁRIO VÍRUS45123
 
Questões objetivas ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistas
Questões objetivas   ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistasQuestões objetivas   ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistas
Questões objetivas ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistasJames Martins
 
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungi
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungiLista de exercícios vii reinos monera, protista e fungi
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungiCarlos Priante
 

La actualidad más candente (20)

Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016
Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016
Entomologia aplicada controle microbiano de pragas 2016
 
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...
Isolamento ambiental, identificação bioquímica e drogas antifúngicas suscetí...
 
2 s exercicios_monera protista e fungi
2 s   exercicios_monera protista e fungi2 s   exercicios_monera protista e fungi
2 s exercicios_monera protista e fungi
 
Exercicios biologia parasitologia
Exercicios biologia parasitologiaExercicios biologia parasitologia
Exercicios biologia parasitologia
 
Artigo 5
Artigo 5Artigo 5
Artigo 5
 
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia
96513559 7-ano-bacterias-protistas-fungos-virus-com-gabarito cópia
 
Ssa 3 2º dia
Ssa 3 2º diaSsa 3 2º dia
Ssa 3 2º dia
 
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo dia
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo diaProva seriado 3º ano caderno ii segundo dia
Prova seriado 3º ano caderno ii segundo dia
 
Doenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitáriasDoenças infecto-parasitárias
Doenças infecto-parasitárias
 
Exércicios de ciências.
Exércicios de ciências.Exércicios de ciências.
Exércicios de ciências.
 
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 4 Diagnóstico Laboratorial [Profa.Zilka]
 
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistas
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistasESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistas
ESTUDO DIRIGIDO classificação, virus, fungos,protoctistas
 
Aval bio 4bi_2012
Aval bio 4bi_2012Aval bio 4bi_2012
Aval bio 4bi_2012
 
1° simulado 2014 / Curso Popular / UEPA Salvaterra
1° simulado 2014 / Curso Popular  / UEPA Salvaterra1° simulado 2014 / Curso Popular  / UEPA Salvaterra
1° simulado 2014 / Curso Popular / UEPA Salvaterra
 
SSA_2_dia
SSA_2_diaSSA_2_dia
SSA_2_dia
 
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
EnumeraçãO De Enterococcus Spp. A Partir De LinguiçAs Frescais SuíNas Pela Té...
 
Virologia Clínica Parte 3 Viroses Humanas [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 3  Viroses Humanas [Profa.Zilka]Virologia Clínica Parte 3  Viroses Humanas [Profa.Zilka]
Virologia Clínica Parte 3 Viroses Humanas [Profa.Zilka]
 
QUESTIONÁRIO VÍRUS
QUESTIONÁRIO VÍRUSQUESTIONÁRIO VÍRUS
QUESTIONÁRIO VÍRUS
 
Questões objetivas ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistas
Questões objetivas   ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistasQuestões objetivas   ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistas
Questões objetivas ciências 7º ano - reinos monera, fungi e protistas
 
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungi
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungiLista de exercícios vii reinos monera, protista e fungi
Lista de exercícios vii reinos monera, protista e fungi
 

Destacado

Lilian andrea monroy blanco
Lilian andrea monroy blancoLilian andrea monroy blanco
Lilian andrea monroy blancoLilian Monroy
 
Proyecto flipped ilovepdf-compressed
Proyecto flipped ilovepdf-compressedProyecto flipped ilovepdf-compressed
Proyecto flipped ilovepdf-compressedCristina Huertas
 
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1Eleftherios Darousis
 
Grillin, chillin, and reelin copy 2
Grillin, chillin, and reelin  copy 2Grillin, chillin, and reelin  copy 2
Grillin, chillin, and reelin copy 2Luke Miles
 
Symbian OS - Multimedia Framework
Symbian OS - Multimedia FrameworkSymbian OS - Multimedia Framework
Symbian OS - Multimedia FrameworkAndreas Jakl
 
Data Visualizing with R
Data Visualizing with RData Visualizing with R
Data Visualizing with RBaan Bapat
 
Team building - S.Babu
Team building - S.BabuTeam building - S.Babu
Team building - S.BabuS Babu
 
Traffic Problems in Cities.
Traffic Problems in Cities. Traffic Problems in Cities.
Traffic Problems in Cities. Farooq Mian
 
Presentation
PresentationPresentation
Presentationshekhaman
 
ასო ბგერა ბ
ასო ბგერა ბასო ბგერა ბ
ასო ბგერა ბLela Goginashvili
 
Tripwant.com, social media network, tourism
Tripwant.com, social media network, tourismTripwant.com, social media network, tourism
Tripwant.com, social media network, tourismWong Hoi Kuen
 
Biotecnología en el Siglo XXI
Biotecnología en el Siglo XXIBiotecnología en el Siglo XXI
Biotecnología en el Siglo XXIZenaida Adrovet
 

Destacado (17)

Lilian andrea monroy blanco
Lilian andrea monroy blancoLilian andrea monroy blanco
Lilian andrea monroy blanco
 
Proyecto flipped ilovepdf-compressed
Proyecto flipped ilovepdf-compressedProyecto flipped ilovepdf-compressed
Proyecto flipped ilovepdf-compressed
 
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1
Ασφαλεία_ΗΥ_Διαδικτύου_Ομάδα1
 
Grillin, chillin, and reelin copy 2
Grillin, chillin, and reelin  copy 2Grillin, chillin, and reelin  copy 2
Grillin, chillin, and reelin copy 2
 
TW Trend and Analysis
TW Trend and AnalysisTW Trend and Analysis
TW Trend and Analysis
 
Health Spending Account CRA Guide
Health Spending Account CRA GuideHealth Spending Account CRA Guide
Health Spending Account CRA Guide
 
Eula
EulaEula
Eula
 
Symbian OS - Multimedia Framework
Symbian OS - Multimedia FrameworkSymbian OS - Multimedia Framework
Symbian OS - Multimedia Framework
 
Data Visualizing with R
Data Visualizing with RData Visualizing with R
Data Visualizing with R
 
Islam paranoid
Islam paranoidIslam paranoid
Islam paranoid
 
Team building - S.Babu
Team building - S.BabuTeam building - S.Babu
Team building - S.Babu
 
Traffic Problems in Cities.
Traffic Problems in Cities. Traffic Problems in Cities.
Traffic Problems in Cities.
 
Presentation
PresentationPresentation
Presentation
 
Hiren Boot CD.
Hiren Boot CD.Hiren Boot CD.
Hiren Boot CD.
 
ასო ბგერა ბ
ასო ბგერა ბასო ბგერა ბ
ასო ბგერა ბ
 
Tripwant.com, social media network, tourism
Tripwant.com, social media network, tourismTripwant.com, social media network, tourism
Tripwant.com, social media network, tourism
 
Biotecnología en el Siglo XXI
Biotecnología en el Siglo XXIBiotecnología en el Siglo XXI
Biotecnología en el Siglo XXI
 

Similar a Artigo 4

Parasitologia Fungos
Parasitologia FungosParasitologia Fungos
Parasitologia FungosLudmila Alem
 
Av2 de biologia,química e física
Av2 de biologia,química e físicaAv2 de biologia,química e física
Av2 de biologia,química e físicaemanuel
 
Criptococose pulmonar sbpt 2009
Criptococose pulmonar sbpt 2009Criptococose pulmonar sbpt 2009
Criptococose pulmonar sbpt 2009Flávia Salame
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologiabjsjd
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologiabjsjd
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologiabjsjd
 
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof james
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof jamesAula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof james
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof jamesJames Martins
 
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013Juarez Silva
 
Febre aftosa slide de jardson rocha
Febre aftosa slide de jardson rochaFebre aftosa slide de jardson rocha
Febre aftosa slide de jardson rochaJARDSON ROCHA
 
Treinamento para AV2 - Biologia
Treinamento para AV2 - BiologiaTreinamento para AV2 - Biologia
Treinamento para AV2 - Biologiaemanuel
 
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02Martha Alicia Lara
 
Atlas definitivo chloro e cyano
Atlas definitivo chloro e cyanoAtlas definitivo chloro e cyano
Atlas definitivo chloro e cyanoAndreia Gomes
 
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertação
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertaçãoItapua bromelias microbiologia_landell_dissertação
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertaçãoavisaassociacao
 
2S_Monera Protoctista e Fungi_ lista com respostas
2S_Monera Protoctista  e Fungi_ lista com respostas2S_Monera Protoctista  e Fungi_ lista com respostas
2S_Monera Protoctista e Fungi_ lista com respostasIonara Urrutia Moura
 

Similar a Artigo 4 (20)

Nyre boone
Nyre booneNyre boone
Nyre boone
 
Nyre boone
Nyre booneNyre boone
Nyre boone
 
Parasitologia Fungos
Parasitologia FungosParasitologia Fungos
Parasitologia Fungos
 
Av2 de biologia,química e física
Av2 de biologia,química e físicaAv2 de biologia,química e física
Av2 de biologia,química e física
 
Criptococose pulmonar sbpt 2009
Criptococose pulmonar sbpt 2009Criptococose pulmonar sbpt 2009
Criptococose pulmonar sbpt 2009
 
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
 
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
Quarentenário reunião com o mapa agosto de 2012
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologia
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologia
 
Biologia
BiologiaBiologia
Biologia
 
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof james
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof jamesAula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof james
Aula complementar COM RESPOSTAS - bio reino protista - prof james
 
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013
Exerc. protozoarios-e-algas2010-a-2013
 
Febre aftosa slide de jardson rocha
Febre aftosa slide de jardson rochaFebre aftosa slide de jardson rocha
Febre aftosa slide de jardson rocha
 
Treinamento para AV2 - Biologia
Treinamento para AV2 - BiologiaTreinamento para AV2 - Biologia
Treinamento para AV2 - Biologia
 
Artigo bioterra v14_n2_01
Artigo bioterra v14_n2_01Artigo bioterra v14_n2_01
Artigo bioterra v14_n2_01
 
Publication e-book
Publication e-bookPublication e-book
Publication e-book
 
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02
Atlasdefinitivochloroecyano 140322173731-phpapp02
 
Atlas definitivo chloro e cyano
Atlas definitivo chloro e cyanoAtlas definitivo chloro e cyano
Atlas definitivo chloro e cyano
 
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertação
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertaçãoItapua bromelias microbiologia_landell_dissertação
Itapua bromelias microbiologia_landell_dissertação
 
2S_Monera Protoctista e Fungi_ lista com respostas
2S_Monera Protoctista  e Fungi_ lista com respostas2S_Monera Protoctista  e Fungi_ lista com respostas
2S_Monera Protoctista e Fungi_ lista com respostas
 

Último

Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxrafaelacushman21
 
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdf
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdfDevaneio Excessivo - O grande Desafio.pdf
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdfPastor Robson Colaço
 
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaAloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaJoyceDamasio2
 
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxTreinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxAlexsandroRocha22
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxRayaneArruda2
 
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIACATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIATensai Indústria, SA
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiaGabrieliCapeline
 
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentaçãopreparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentaçãopedrohiginofariasroc
 

Último (8)

Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptxDengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
Dengue no Brasil 2024 treinamento DDS pptx
 
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdf
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdfDevaneio Excessivo - O grande Desafio.pdf
Devaneio Excessivo - O grande Desafio.pdf
 
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em ObstetríciaAloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
Aloimunizaçǎo ao Fator RH em Obstetrícia
 
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptxTreinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
Treinamento rápido de NR 06 USO CORRETO DE EPI.pptx
 
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptxNR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
NR32---Treinamento-Perfurocortantes.pptx
 
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIACATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
CATALOGO_LOTI_LORD_OF_THE_ICE-RUI-UNAS_TENSAI INDÚSTRIA
 
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontiamedicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
medicamentos+periodonti medicamentos+periodontia
 
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentaçãopreparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
preparo quimico mecanico passo a passo instrumentação
 

Artigo 4

  • 1. 591 Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35(6):591-595, nov-dez, 2002. ARTIGO Cativeiro de aves como fonte de Cryptococcus neoformans na cidade de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brasil Avian habitats as sources of Cryptococcus neoformans in the city of Campo Grande, Mato Grosso do Sul, Brazil Wander Fernando de Oliveira Filiú1,2 , Bodo Wanke3 , Sandra Maura Agüena1,2 , Valter Oshiro Vilela1,2 , Regina Célia Lima Macedo3 e Márcia Lazéra3 Resumo Cryptococcus neoformans é a levedura capsulada causadora de criptococose em humanos e animais. A variedade neoformans, encontrada em diversas fontes ambientais, inclusive habitats de aves, é importante causa de mortalidade em indivíduos com AIDS em todo o Mundo. Contudo, ainda não há estudos sobre a sua ecologia na região Centro Oeste brasileira, onde há registro da ocorrência de casos humanos da micose.Para estudar fontes saprofíticas de C. neoformans, na cidade de Campo Grande, foram coletadas 20 amostras de excretas de aves em distintos ambientes. Suspensão das amostras em salina estéril foram semeadas em placas com meio ágar níger. Após 5 dias, colônias mucóides marrom-escuro foram subcultivadas para identificação através de provas morfofisiológicas, determinação da variedade e sorotipagem. C. neoformans var. neoformans sorotipo A foi isolado de 10 (50%) das amostras, comprovando a ocorrência saprofítica de C. neoformans na cidade de Campo Grande, relacionada a habitat de aves em cativeiro. Palavras-chaves: Cryptococcus neoformans. Aves cativas. Fontes saprofíticas. Criptococose. Abstract Cryptococcus neoformans is an encapsulated yeast agent of human and animal cryptococcosis.The variety neoformans is an important cause of mortality in AIDS-patients throughout the world. It has already been isolated worldwide from different environmental sources, including avian habitats. However, in spite of the occurrence of human cases of cryptococcosis, there are no studies on the ecology of this agent in the Brazilian Central-Western region.To study saprophytic sources of C.neoformans in the city of Campo Grande, 20 samples of avian droppings from distinct environments within the city were collected. The samples were suspended in sterile saline and then smeared on niger seed agar medium. Five days later smooth dark-brown colonies were subcultivated for identification by morphophysiologic tests. The variety and serotype was determined. C.neoformans var. neoformans serotype A was isolated from 10 (50%) of the samples collected.Consequently, the saprophytic presence of C. neoformans is related to avian habitats. Key-words: Cryptococcus neoformans. Captive birds. Saprophytic sources. Cryptococcosis. 1. Laboratório de Análises Clínicas do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS. 2. Laboratório de Análises Clínicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal, Campo Grande, MS. 3. Serviço de Micologia da Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ. Endereço para correspondência: Dr. Wander Fernando de Oliveira Filiú. Rua Pernambuco, 946/802, Monte Castelo, 79010-900 Campo Grande, MS. e-mail: filiu@zaz.com.br Recebido para publicação em 27/9/2001. Cryptococcus neoformans, forma assexuada do basidiomiceto Filobasidiella neoformans, é levedura encapsulada uni ou bibrotante de grande importância em micologia médica por ser agente da criptococose. C. neoformans apresenta os sorotipos A, B, C, D e AD distribuídos em duas variedades que diferem em aspectos bioquímicos, ecológicos, antigênicos e genéticos8 9 . A variedade neoformans, com os sorotipos A, AD e D8 9 , tem distribuição cosmopolita relacionada a solos contaminados naturalmente com excretas de aves5 6 7 25 26 27 . Esta variedade tem a capacidade de colonizar a mucosa do papo de pombos, sem causar doença, comportando-se como endosaprófita natural destas aves. A universalidade e a peculiar adaptação de pombos a centros urbanos relacionam-se com a ubiqüidade deste agente fúngico, sendo facilmente isolado de fontes ambientais, inclusive de poeira domiciliar17 18 . Mais recentemente, foi demonstrada no Brasil a associação saprofítica de C.neoformans var.neoformans com madeira em decomposição em ocos de árvores vivas10 11 12 13 , constituindo um novo habitat natural e indicando um possível nicho ecológico primário para o fungo10 . Sem dúvida, há necessidade de desenvolver estudos similares em outras partes do mundo2 21 24 .
  • 2. 592 Fillú WFO et al C. neoformans var neoformans predomina como agente oportunista28 , atingindo hospedeiros com deficiência da imunidade celular, ganhando grande importância nos dias atuais, não só pelo aumento populacional mas sobretudo pelo crescente número de hospedeiros suscetíveis: (síndrome da imunodeficiência adquirida) SIDA, leucêmicos, transplantados, portadores de tumores sólidos e pacientes em uso prolongados de corticóides e antibióticos16 22 . A infecção por C. neoformans var. neoformans é adquirida através da inalação de propágulos de origem ambiental15 , representados por leveduras desidratadas, menores que 2mm de diâmetro, facilmente aerossolizadas. Sugeriu-se que basidiósporos da forma sexuada do fungo, medindo 1,8 x 2,5mm, mais resistentes à dessecação, mais facilmente aerossolizados e comprovadamente patogênicos para animais de laboratório, também possam ser inalados31 . A variedade gattii, com sorotipos B e C, ocorre em regiões tropicais e subtropicais e comporta-se como patógeno primário, acometendo hospedeiros imunocompetentes9 23 . Foi inicialmente associada a Eucalyptus camaldulensis na Austrália3 4 19 , seguindo- se seu isolamento de restos vegetais de diversas espécies de eucaliptos em diferentes países4 14 . No entanto, C. neoformans var. gattii foi isolado de oco de árvores tropicais no Brasil, como oiti (Moquilea tomentosa), cássia rosa (Cássia grandis), fícus (Fícus microcarpa) e outros, evidenciando outros habitats naturais para esta variedade1 10 . A criptococose deve ser considerada no diagnóstico diferencial das infecções oportunistas nos indivíduos imunodeprimidos, sendo fundamental o diagnóstico precoce, para reduzir a morbidade e letalidade desta micose, que na maioria dos casos se apresenta na forma de meningoencefalite. A ocorrência da criptococose na Região Centro- Oeste, inclusive em moradores da cidade de Campo Grande, MS, justifica o interesse pelo estudo das fontes de infecção, iniciando pela investigação de C. neoformans em excretas de aves em cativeiro, bastante comuns nesta cidade. MATERIAL E MÉTODOS Campo Grande, capital do Estado de Mato Grosso do Sul, faz parte da macro-região do Centro-Oeste brasileiro, basicamente constituído por cerrado, um rico complexo silvestre com exuberante flora, rica fauna, principalmente de espécies de aves, tendo catalogado 714 espécies na região. Neste ambiente urbanizado, com marcada atividade antrópica, escolhemos a área central da cidade, onde foram colhidas 20 amostras de excretas de aves, assim distribuídas: 16 obtidas em 6 lojas de aves, uma obtida em uma escola, uma obtida em um domicílio, e 2 corresponderam a raspados de excretas encontradas em solo de ambiente aberto.Teve- se o cuidado de colher material envelhecido e seco, nos poleiros e nas grades das gaiolas e viveiros. Cada amostra corresponde a uma gaiola ou viveiro, contendo de 4 a 27 aves, agrupadas segundo sua espécie, sem divisão entre machos e fêmeas, representadas por canário belga (Serinus canaria), canário do reino (Corduelis cocullatos), canário da terra (Sicalis flaveola brasiliensis), periquito australiano (Melopsittacus unolulatus), colopsita (Psittacidae), agapore (Psittacidae), mandarim (Psittacidae), pombo rabo de leque (Columba sp), pombo africano (Columba sp), papagaio (Psittacidae). Em duas ocasiões foram observadas espécies diferentes em um mesmo viveiro, agapore com colopsita (amostra P-05) e canário com mandarim (amostra P-20), todas essas aves bem adaptadas ao cativeiro. As amostras foram colhidas em frascos plásticos estéreis e acondicionadas sob refrigeração entre 8 e 12°C por 24 horas.O material foi processado em câmara de fluxo laminar (classe 2-B1), homogeneizado em gral com pistilo de porcelana previamente esterilizados. Cerca de 1g do material homogeneizado foi suspenso em 50ml de salina fisiológica estéril contendo 0,4g/l de cloranfenicol. Após agitação em vórtex por 3 minutos, e repouso por 30 minutos à temperatura ambiente, o sobrenadante foi aspirado e 0,1ml foi semeado em cada placa de petri com meio de sementes de níger (Guizotia abyssinica), contendo 0,2g/l de cloranfenicol e 0,2g/l de amicacina (meio NSA). Foram semeadas 10 placas por amostra, incubadas à temperatura ambiente, entre 26 e 27,5°C e observadas diariamente até 7 dias. Colôniaslisas,úmidas,brilhantesedecoloraçãomarrom- escura foram repicadas na forma de estrias em placa com meio NSA para purificação e obtenção de subcultivos em meio de ágar-Sabouraud 2% à temperatura ambiente, para realização das provas de identificação. A microscopia foi feita em montagens com NaOH a 4%, tinta da china (nanquim) e lactofenol azul de algodão. A observação de leveduras de tamanho regulares, globosas, arredondadas, encapsuladas, unibrotantes ou multibrotantes e sem hifas oupseudo-hifas,conduziaàrealizaçãodetestesfisiológicos como a produção de urease, termotolerância a 35°C, sensibilidade à cicloheximida e testes de assimilação de carbono e nitrogênio, realizados em equipamento automatizado, VITEK® (BioMerreux - France). Para a identificação da variedade foi utilizado o meio canavanina-glicina-azul de bromotimol (CGB) conforme descrito por Kwon-Chung (1984) e a sorotipagem foi realizada pelo kit Crypto Check Iatron RM 304-K (Iatron Labs, Tokio, Japão). Este último consiste em teste de aglutinação em lâmina, utilizando anticorpos policlonais, monoespecíficos, correspondentes a fatores séricos. Foi estimada numericamente a quantidade de propágulos de C.neoformans existentes em cada amostra positiva, expressa em unidades formadoras de colônias do fungo por grama de matéria orgânica processada (UFC/g).
  • 3. 593 Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35:591-595, nov-dez, 2002 RESULTADOS Das 20 amostras analisadas, 10 foram positivas para Cryptococus neoformans var neoformans sorotipo A, correspondentes a 3 locais positivos dentre os 10 ambientes estudados (Tabela 1).A contagem das unidades formadoras de colônias (UFC) de C. neoformans foi realizada em todas as amostras positivas (Tabela 1). DISCUSSÃO Tabela 1 - Cryptococcus neoformans em excretas de aves, relacionando local de coleta, gaiolas estudadas, espécie e número de aves nas gaiolas e densidade de colônias nas amostras positivas. Campo Grande - MS, 1999. Aves Isolamento de Local Gaiola espécie número C. neoformans UFC/g Loja 1 1 periquito australiano 18 negativo Loja 2 2 pombo rabo de leque 3 negativo Loja 3 3 periquito australiano 9 negativo 4 canário belga 12 negativo Loja 4 5 agapore + colopsita 12+15 7.000 6 canário 23 negativo 7 periquito australiano 27 1.000 8 periquito australiano 27 9.000 Loja 5 9 periquito australiano 18 negativo Domicílio 10 papagaio 1 negativo Escola 11 colopsita + 2+4 25.000 periquito australiano Pátio 12 pardal 2 negativo Pátio 13 sabiá 2 negativo Loja 6 14 periquito australiano 8 negativo 15 periquito australiano 15 46.200 16 periquito australiano 30 8.100 17 pombo burguesinho 6 11.100 18 pombo burguesinho 5 900 19 pombo rabo de leque 2 1.500 20 canário belga + mandarim 3+2 6.600 Total 20 246 10 UFC/g Unidades formadoras de colônias por grama de material Trabalhos pioneiros de Emmons, no início da década de 50, já faziam referência ao acúmulo de excretas secas e envelhecidas de pombos (Columba livia) bem como os solos contaminados com estes excrementos como fontes saprofíticas de C. neoformans em ambientes urbanos5 6 7 . Staib (1984) concluiu que a exposição dos homens e animais a excretas dessas aves explica pelo menos em parte a epidemiologia da criptococose27 . Entretanto, certos aspectos não estão esclarecidos, como a origem de C. neoformans nestes excrementos, uma vez que o fungo não é isolado do trato intestinal de aves, onde tem dificuldade de sobreviver à competição microbiana. Por outro lado, há poucos relatos de criptococose em aves9 16 , animais resistentes à invasão pelo fungo devido a sua elevada temperatura corporal. Além disso, já foi relatado o isolamento do fungo de excretas de uma grande variedade de psitacídeos. Essas aves têm o hábito de raspar e fragmentar pedaços de madeira, galhos, e parecem oferecer condições favoráveis de sobrevivência e multiplicação de C. neoformans em seus habitats9 17 . Nossos resultados comprovam, pela primeira vez, a contaminação de excretas de aves de cativeiro por C. neoformans var neoformans sorotipo A na cidade de Campo Grande. Foram observadas elevadas concentrações do fungo, até 46.000 propágulos viáveis por grama de material seco, refletindo a existência de fontes ambientais na forma de microfocos deste fungo. Nestes locais o fungo pode ser disperso no ar e, subseqüentemente, inalado.A contaminação observada pode estar relacionada ao grande turn-over de aves nas gaiolas, a forma de limpeza das gaiolas ou viveiros com a mesma ferramenta, e a grande disponibilidade de sementes de níger, painço, alpiste e girassol nos locais, que podem servir de substrato para o crescimento do fungo. Estudos conduzidos por Mitchel & Perfect relataram que é grande o número de pessoas com anticorpos circulantes após exposição e manejo de aves e habitats contaminados. Não desenvolvem, porém, a doença, reafirmando a idéia de que a variedade neoformans é de baixa patogenicidade e comporta-se essencialmente como oportunista16 .
  • 4. 594 Swinne et al isolaram C. neoformans var neoformans da poeira doméstica das amostras oriundas das residências dos pacientes com criptococose associada a AIDS e em contato com aves em 35% das residências analisadas no Bujumbura, Burundi (África Central)29 30 . Passoni et al. encontraram em torno de 15% de positividade de isolamento de C. neoformans var neoformans da poeira doméstica no Rio de Janeiro, valorizando o achado do fungo em excretas de aves em cativeiro, como canários, periquitos e outros psitacídeos. Foi demonstrada uma correlação significativa entre a existência de aves cativas no ambiente domiciliar e a probabilidade de contaminação destas residências por C.neoformans.Conseqüentemente, pacientes com AIDS apresentavam risco aumentado em adquirir a doença quando residentes em domicilio positivo para o fungo17 18 . Entre outubro de 1994 e fevereiro de 1998 foram registrados 23 casos de meningoencefalite criptococócica no Hospital Universitário da UFMS, na cidade de Campo Grande, centro de referência do estado para meningites. Destes, 18 pacientes estavam com AIDS e 5 não tinham condição predisponente evidente.Vinte residiam em Mato Grosso do Sul, sendo 14 naturais deste estado e 12 procedentes de Campo Grande. A absoluta maioria era de área urbana. C. neoformans var gattii ocorreu em dois casos e os demais 21 pacientes apresentavam doença causada por C. neoformans var neoformans sorotipo A20 . O encontro deste mesmo agente e sorotipo em excretas de fezes de aves de cativeiro correlacionam com os dados da casuística local da micose humana. Estes achados trazem à luz a questão de minimizar o risco de exposição a microfocos de C. neoformans var neoformans em locais de circulação pública e em domicílios de pacientes imunodeprimidos através da vigilância das condições de higiene e limpeza de excretas, aeração, iluminação e ventilação adequadas, bem como monitorização de locais de risco. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Cavalcanti MAS. Criptococose e seu agente no Meio Norte, Estados de Piauí e Maranhão, Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Federal do Piaui, Instituto Oswaldo Cruz – Fundação Instituto Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, RJ, 1997. 2. Collins HL, Bancroft GJ. Encapsulation of Cryptococcus neoformans impairs antigen-specific T-cell responses. Infection and Immunity 59: 3883-3888, 1991. 3. Ellis DH, Pfeiffer TJ. Ecology, life and infectious propagule of Cryptococcus neoformans. Lancet 336: 923-925, 1990. 4. Ellis DH, Pfeiffer TJ. Natural habitat of Cryptococcus neoformans var. gattii. Journal of Clinical Microbiology 28: 1642-1644, 1990. 5. Emmons CW. Saprophytic sources of Cryptococcus neoformans associated with the pigeon (Columba livia). American Journal of Hygiene 62: 227-232, 1955. 6. Emmons CW. Prevalence of Cryptococcus neoformans in pigeon habitats. Public Health Reports 75: 362-364, 1960. 7. Emmons CW. Natural occurrence of opportunistic fungi. Laboratory Investigation Baltimore 11: 1026-1032, 1962. 8. Kwon-Chung KJ, Bennett JE. Epidemiologic differences between the varieties of Cryptococcus neoformans. American Journal of Epidemiology 120:123-130, 1984. 9. Kwon-Chung KJ, Bennett JE. Cryptococcosis In: Camilo-Coura L, Febiger (eds) Medical Mycology. Philadelphia, p. 397-446, 1992. 10. Lazéra MS, Cavalcanti MAS, Londero AT, Trilles L, Nishikawa MM Wanke B. Possible primary ecological niche of Cryptococcus neoformans. Medical Mycology 38: 379-383, 2000. 11. Lazéra MS, Cavalcanti MAS, Trilles L, Nishikawa MM, Wanke B. Cryptococcus neoformans var. gattii - evidence for a natural habitat related to decaying wood in a pottery tree hollow. Medical Mycology 36: 119-122, 1998. 12. Lazéra MS, Pires FDA, Camillo-Coura L, Nishikawa MM, Bezerra CCF, Trilles L, Wanke B. Natural habitat of Cryptococcus neoformans var. neoformans in decaying wood forming hollows in living trees. Journal of Medical and Veterinary Mycology 34:127-131, 1996. 13. Lazéra MS, Wanke B, Nishikawa MM. Isolation of both varieties of Cryptococcus neoformans from saprophytic sources in the city of Rio de Janeiro, Brazil. Journal of Medical and Veterinary Mycology 31:449-454, 1993. 14. Laurenson IF, Lalloo DG, Naraqi S, Seaton RA, Trevett AJ, Matura A, Kevau IH. Cryptococcus neoformans in Papua New Guinea: a common pathogen but an elusive source. Journal of Medical and Veterinary Mycology 35: 437-440, 1997. 15. Levitz SM. The ecology of Cryptococcus neoformans and the epidemiology of cryptococcosis. Review of Infectious Diseases 13:1163-1169, 1991. 16. Mitchel TG, Perfect Jr. Cryptococcosis in the era of AIDS-100 years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clinical Microbiology Reviews 8: 515-548, 1995. 17. Passoni LFC. Wood, animals and human beings as reservoir for human Cryptococcus neoformans infection. Revista Iberoamericana de Micologia 16: 77-81, 1999. 18. Passoni LFC, Wanke B, Nishikawa MM, Lazéra MS. Cryptococcus neoformans isolated from human dwellings in Rio de Janeiro, Brazil: An analysis of domestic environment of AIDS patients with and without cryptococcosis. Medical Mycology 36: 305-311, 1998. 19. Pfeiffer TJ, Ellis D. Environmental isolation of Cryptococcus neoformans var. gattii from Eucalyptus tireticornis. Journal of Medical and Veterinary Mycology 30: 407-408, 1992. 20. Reis MAC. Estudo clínico-epidemiológico de 23 casos de meningoencefalite criptocócica internados no Hospital da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul no período de outubro de 1994 a fevereiro de 1998. Dissertação de conclusão do curso de Medicina. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, MS, 1998. 21. Restrepo A, Baumgardner DJ, Bagagli E, Cooper Jr CR, McGinnis MR, Lazéra MS, Barbosa FH, Bosco SMG, Camargo ZP, Coelho KIR, Fortes ST, Franco M, Montenegro MR, Sano A, Wanke B. Clues to the presence of pathogenic fungi in certain environments. Medical Mycology 38 (supl. 1): 67-77, 2000. Fillú WFO et al
  • 5. 595 22. Rippon JW. Medical Mycology. In: The pathogenic fungi and pathogenic actinomycetes.W.B. Saunders, New York, p. 582-609, 1988. 23. Rosenbaum R, Gonçalves AJR. Clinical epidemiological study of 171 cases cryptococcosis. Clinical Infectious Diseases 18:369- 380, 1994 24. Sorrell TC, Ellis DH. Ecology of Cryptococcus neoformans. Revista Iberoamericana de Micologia 14: 42-43, 1997. 25. Staib F. Saprophytic life of Cryptococcus neoformans. Annales de la Société Belge de Médicine Tropicale 44: 611-618, 1964. 26. Staib F. Cryptococcus neoformans and cryptococcosis. Peculiarities and challenge: opening lecture of second International Conference on Cryptococcus and cryptococcosis. Milan (Italy), September 19-23, 1993. Journal Mycology Medical 4:56-60, 1994. 27. Staib F, Schuultz-Dieterjch J. Cryptococcus neoformans in fecal matter of bird’s kept in cages - control of Cryptococcus neoformans habitats. Zentralblatt für Bakteriologie und Parsitenkunde 174: 79-186, 1984. 28. Swinne D, Bauverns L, Desmet P. More information about the natural habitat of Cryptococcus neoformans. Newsletter International Society for Human and Animal Micology 60:4, 1992. 29. Swinne D, Deppner M, Laroche R, Floch JJ, Kadende P. Isolation of Cryptococcus neoformans from houses of AIDS-associated cryptococcosis patients in Bujumbura (Burundi). AIDS 3: 389- 390, 1989. 30. Swinne D, Taelman H, Batungwanayo J, Bigirankana A, Bogaerts J. Contribuition a l’etude de l’ecologie de Cryptococcus neoformans em Afrique centrale. Médicine Tropicale 54: 53-55, 1994. 31. Wicles BL, Mayorga ME, Edman U, Edman JC. Dimorphism and haploid fruiting in Cryptococcus neoformans: Association with the a-mating type. Proceeding of the National Academy of Science 93: 7327-7331, 1996. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 35:591-595, nov-dez, 2002