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ChAMADO CARMO
DE VIANA DO CASTELO
06 Domingo V da Quaresma.
17:15 | Via Sacra.
07 Dia de oração pelos Defuntos da Ordem.
07 21:00 | Encontro com a Bíblia.
09 Quarta-feira penitencial
19:00 | Oração de vésperas.
19:30 | Sopa penitencial.
20:00 | Oração de Completas.
12 10:00 | Retiro da Quaresma para leigos.
13 Domingo Ramos na Paixão do Senhor:
Bênção dos ramos em todas as Missas.
17:15 | Via Sacra.
A Palavra
DOMINGO DE RAMOS (13 DE ABRIL)
• Isaías 16:1.6-7.10-13.
• Salmo 22: 1-6.
• Efésios 5:8-14.
• João 9:1-41.
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana V do Saltério.
Avi sos

DOMINGO V DA QUARESMA
ABRIL 06 2014
NS 223
PARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANO
[CARTA DESDE SALAMANCA, FINS DE 1570]
À mui magnífica senhora dona Isabel de Jimena:
1. Jesus.
O Espírito Santo esteja com V. Mercê sempre e lhe dê
graça para entender o muito que deve ao Senhor, pois
entre perigos tão perigosos como são a pouca idade,
bens e liberdade, lhe dá luz para querer sair deles, e o
que a outras almas costuma espantar, que é penitência e
clausura e pobreza, tem sido ocasião para que V. Mercê
entenda o valor de um e o engano e perda que de
seguir o primeiro lhe podia vir.
2. Ocasião tem sido esta com que facilmente me
pudesse V. Mercê persuadir de que é muito boa e capaz
para ser filha de nossa Senhora, entrando nesta sagrada
Ordem sua. Agrada a Deus que V. Mercê vá tão adiante
nos seus santos desejos e obras, que não tenha eu de
me queixar do padre J. de León, de cuja informação
estou tão satisfeita que não quero outra, e tão
consolada de pensar que há-de ser V. Mercê uma grande
santa, que com só a sua pessoa ficaria muito satisfeita.
3. Pague o Senhor a V. Mercê a esmola que tem
determinado fazer aonde entrar, que é muita, e pode ter
V. Mercê muito consolo, pois faz o que o Senhor
aconselha de se dar a si e o que tem aos pobres por seu
amor. E para o que V. Mercê tem recebido, não me
parece cumpriria com menos do que o que faz; e, uma
vez que faz tudo o que pode, não faz pouco, nem será
pago com pouco preço.
4. Pois V. Mercê viu as nossas constituições e regra, não
tenho de dizer senão que, se V. Mercê vai adiante com
esta determinação, venha quando mandar e aonde quiser
das nossas casas, que nisto quero servir ao meu padre
Juan de León, em que sua mercê escolha. Verdade é que
quereria tomar hábito aonde eu estivesse, porque certo
é que quero conhecer vossa mercê. Tudo o guie nosso
Senhor, como mais lhe há-de servir e há-de ser para sua
glória, ámen.
Indigna serva de V. Mercê,
Teresa de Jesus, Carmelita.
c h a m a d o c a r m o . b l o g s p o t . c o m
Telefone 258 822 264 viana@carmelitas.pt
JESUS CHOROU!
Morte. Pelo terceiro domingo consecutivo escutamos uma narração do evangelista João. E ouvimo-las uma a uma
porque o objectivo de João não é ensinar-nos o que Jesus disse, mas dizer-nos quem é Jesus.
Jesus é a água viva como ouvimos na narrativa da Samaritana.
Jesus é a luz do mundo como ouvimos na do cego de nascença.
Jesus é a ressurreição e a vida, como ouvimos na da ressurreição de Lázaro. Quem crê em Jesus é certo que morre, e
certo é também que viverá, porque todo aquele que vive e crê em Jesus não morrerá para sempre.
Jesus é amigo de Lázaro, que morre, e de Marta e Maria. E como amigo que é Jesus chorou a morte do amigo e a dor
das amigas. também se contam três contos breves que ajudam a nossa meditação deste domingo.
Jesus chorou!
Como é difícil morrer!
Com os olhos em Jesus e em Lázaro, pergunto-me:
Poder-se-á enfrentar a morte sem chorar, mesmo
que seja a alheia?
Seguem os três pequenos contos:
1. No fim da consulta o paciente surpreendeu o
médico com esta pergunta:
– Doutor, tenho muito medo de morrer. Por favor,
diga-me o que existe do outro lado!
O médico, de pé, respondeu que não sabia. E
virando-se para o homem acrescentou:
– Então, o senhor é católico e não sabe o que existe
do outro lado?
O médico tinha a mão no puxador da porta. Do
outro lado ouviam-se latidos e patadas de
cachorro. Quando o médico finalmente abriu a
porta um cachorro saltou cheio de alegria para o
meio do consultório e lambeu as mãos do médico.
Então o médico falou novamente:
– Viu o meu cachorro? Nunca o deixo entrar no
consultório. Mas ele sabia que eu estava aqui. A
única coisa que ele sabia era que o dono estava
aqui. E quando a porta se abriu ele entrou sem
medo. Eu não sei o que está do outro lado da
morte. Apenas sei uma coisa. Sei que o meu dono
está do outro lado da porta. Desde lá Ele aguarda-
-me. Isso me basta.
2. Contam que pouco depois da Revolução
Francesa uma alta personalidade, Reveillere
Lépaux, protagonista do saque de tantas igrejas e
da morte de tantos sacerdotes, pensou que havia
chegado a hora de ocupar o lugar de Cristo e que
lhe tocaria fundar uma nova religião baseada no
progresso e na modernidade.
Conta-se que os meses passaram, mas que a ideia
não progredia: enfim, R. Lépaux não tinha
clientes. E por essa razão pediu audiência a
Napoleão manifestando-lhe a sua decepção.
Bonaparte respondeu-lhe:
– Cidadão, só existe uma solução se de verdade
quereis competir com Jesus. Tereis de fazer o que
Ele fez. Depois sereis crucificado num sexta-feira e
tereis de ressuscitar no domingo seguinte!
3. Um homem foi visitar o seu pároco para lhe
falar do funeral de seu pai. Disse ele ao sacerdote:
– O meu pai pediu que nos despedíssemos dele na
igreja. Mas nós, os filhos, somos todos agnósticos.
Pedia-lhe apenas um favor: poderá poupar-nos a
todas as lamechices piedosas?
E começaram as exéquias.
O pároco leu como evangelho daquela missa o da
ressurreição de Lázaro, por todos escutado com
emoção. Ao terminar a missa o filho aproximou-
-se em lágrimas do sacerdote e disse-lhe:
– Obrigado.
Quão misteriosa é a morte! O evangelho de hoje
introduz-nos no umbral do mistério e ajuda a
abrirmo-nos a mistério tão vizinho e tão
desconhecido de cada um de nós.
Estamos na recta final da viagem de Jesus para
Jerusalém. Agora já sabemos a notícia: existe uma
Água para além de todas as águas – a da
Samaritana!
Existe um outro olhar para além de tantos e
tantos do mundo – o do cego de nascença!
E, por fim: existe a Vida para além da vida!
Porém, sabemo-lo também a tragédia abateu-se
sobre o lar de Betânia: Lázaro morreu! E as irmãs
choram-no.
E Jesus chora com elas.
Sim, há tragédia nas famílias. Qual é a família que
tem tudo na boa? Porque, na verdade, ou há um
pai ou um filho ou algum familiar doente. E ou há
este ou aquele rasgão, ou então é um filho que se
nega a acreditar e se afasta da Igreja.
E Jesus visita-nos e chora connosco.
Sim, há tragédia no mundo: são muitos os
desastres, revoluções, guerras. Tantas são as
injustiças e avarezas que poluem nossas vidas.
E Jesus chora pelo mundo.
Sim, há tragédia em nossas vidas, porque para
novos não vamos e tarde ou cedo seremos
doentes terminais e acabaremos morrendo.
E Jesus já chora connosco e chora por nós.
Sim, a vida de Jesus foi tragédia. A crueza e a
injustiça da sua morte na cruz abalam até os
mais rijos fundamentos da terra.
E Jesus que chora abre-nos os olhos para o
mistério da vida nova. Não nos poupa ao frio
nem à dor das tragédias, mas abre-nos para o
(im)poder de Deus que se fez humano e pequenino
como nós.
E Jesus chora porque ama.
Neste domingo Jesus chora, chora porque nos ama como
amou o seu amigo Lázaro.

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  • 1. ChAMADO CARMO DE VIANA DO CASTELO 06 Domingo V da Quaresma. 17:15 | Via Sacra. 07 Dia de oração pelos Defuntos da Ordem. 07 21:00 | Encontro com a Bíblia. 09 Quarta-feira penitencial 19:00 | Oração de vésperas. 19:30 | Sopa penitencial. 20:00 | Oração de Completas. 12 10:00 | Retiro da Quaresma para leigos. 13 Domingo Ramos na Paixão do Senhor: Bênção dos ramos em todas as Missas. 17:15 | Via Sacra. A Palavra DOMINGO DE RAMOS (13 DE ABRIL) • Isaías 16:1.6-7.10-13. • Salmo 22: 1-6. • Efésios 5:8-14. • João 9:1-41. Oração LITURGIA DAS HORAS • Semana V do Saltério. Avi sos  DOMINGO V DA QUARESMA ABRIL 06 2014 NS 223 PARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANOPARÁGRAFOTERESIANO [CARTA DESDE SALAMANCA, FINS DE 1570] À mui magnífica senhora dona Isabel de Jimena: 1. Jesus. O Espírito Santo esteja com V. Mercê sempre e lhe dê graça para entender o muito que deve ao Senhor, pois entre perigos tão perigosos como são a pouca idade, bens e liberdade, lhe dá luz para querer sair deles, e o que a outras almas costuma espantar, que é penitência e clausura e pobreza, tem sido ocasião para que V. Mercê entenda o valor de um e o engano e perda que de seguir o primeiro lhe podia vir. 2. Ocasião tem sido esta com que facilmente me pudesse V. Mercê persuadir de que é muito boa e capaz para ser filha de nossa Senhora, entrando nesta sagrada Ordem sua. Agrada a Deus que V. Mercê vá tão adiante nos seus santos desejos e obras, que não tenha eu de me queixar do padre J. de León, de cuja informação estou tão satisfeita que não quero outra, e tão consolada de pensar que há-de ser V. Mercê uma grande santa, que com só a sua pessoa ficaria muito satisfeita. 3. Pague o Senhor a V. Mercê a esmola que tem determinado fazer aonde entrar, que é muita, e pode ter V. Mercê muito consolo, pois faz o que o Senhor aconselha de se dar a si e o que tem aos pobres por seu amor. E para o que V. Mercê tem recebido, não me parece cumpriria com menos do que o que faz; e, uma vez que faz tudo o que pode, não faz pouco, nem será pago com pouco preço. 4. Pois V. Mercê viu as nossas constituições e regra, não tenho de dizer senão que, se V. Mercê vai adiante com esta determinação, venha quando mandar e aonde quiser das nossas casas, que nisto quero servir ao meu padre Juan de León, em que sua mercê escolha. Verdade é que quereria tomar hábito aonde eu estivesse, porque certo é que quero conhecer vossa mercê. Tudo o guie nosso Senhor, como mais lhe há-de servir e há-de ser para sua glória, ámen. Indigna serva de V. Mercê, Teresa de Jesus, Carmelita. c h a m a d o c a r m o . b l o g s p o t . c o m Telefone 258 822 264 viana@carmelitas.pt JESUS CHOROU!
  • 2. Morte. Pelo terceiro domingo consecutivo escutamos uma narração do evangelista João. E ouvimo-las uma a uma porque o objectivo de João não é ensinar-nos o que Jesus disse, mas dizer-nos quem é Jesus. Jesus é a água viva como ouvimos na narrativa da Samaritana. Jesus é a luz do mundo como ouvimos na do cego de nascença. Jesus é a ressurreição e a vida, como ouvimos na da ressurreição de Lázaro. Quem crê em Jesus é certo que morre, e certo é também que viverá, porque todo aquele que vive e crê em Jesus não morrerá para sempre. Jesus é amigo de Lázaro, que morre, e de Marta e Maria. E como amigo que é Jesus chorou a morte do amigo e a dor das amigas. também se contam três contos breves que ajudam a nossa meditação deste domingo. Jesus chorou! Como é difícil morrer! Com os olhos em Jesus e em Lázaro, pergunto-me: Poder-se-á enfrentar a morte sem chorar, mesmo que seja a alheia? Seguem os três pequenos contos: 1. No fim da consulta o paciente surpreendeu o médico com esta pergunta: – Doutor, tenho muito medo de morrer. Por favor, diga-me o que existe do outro lado! O médico, de pé, respondeu que não sabia. E virando-se para o homem acrescentou: – Então, o senhor é católico e não sabe o que existe do outro lado? O médico tinha a mão no puxador da porta. Do outro lado ouviam-se latidos e patadas de cachorro. Quando o médico finalmente abriu a porta um cachorro saltou cheio de alegria para o meio do consultório e lambeu as mãos do médico. Então o médico falou novamente: – Viu o meu cachorro? Nunca o deixo entrar no consultório. Mas ele sabia que eu estava aqui. A única coisa que ele sabia era que o dono estava aqui. E quando a porta se abriu ele entrou sem medo. Eu não sei o que está do outro lado da morte. Apenas sei uma coisa. Sei que o meu dono está do outro lado da porta. Desde lá Ele aguarda- -me. Isso me basta. 2. Contam que pouco depois da Revolução Francesa uma alta personalidade, Reveillere Lépaux, protagonista do saque de tantas igrejas e da morte de tantos sacerdotes, pensou que havia chegado a hora de ocupar o lugar de Cristo e que lhe tocaria fundar uma nova religião baseada no progresso e na modernidade. Conta-se que os meses passaram, mas que a ideia não progredia: enfim, R. Lépaux não tinha clientes. E por essa razão pediu audiência a Napoleão manifestando-lhe a sua decepção. Bonaparte respondeu-lhe: – Cidadão, só existe uma solução se de verdade quereis competir com Jesus. Tereis de fazer o que Ele fez. Depois sereis crucificado num sexta-feira e tereis de ressuscitar no domingo seguinte! 3. Um homem foi visitar o seu pároco para lhe falar do funeral de seu pai. Disse ele ao sacerdote: – O meu pai pediu que nos despedíssemos dele na igreja. Mas nós, os filhos, somos todos agnósticos. Pedia-lhe apenas um favor: poderá poupar-nos a todas as lamechices piedosas? E começaram as exéquias. O pároco leu como evangelho daquela missa o da ressurreição de Lázaro, por todos escutado com emoção. Ao terminar a missa o filho aproximou- -se em lágrimas do sacerdote e disse-lhe: – Obrigado. Quão misteriosa é a morte! O evangelho de hoje introduz-nos no umbral do mistério e ajuda a abrirmo-nos a mistério tão vizinho e tão desconhecido de cada um de nós. Estamos na recta final da viagem de Jesus para Jerusalém. Agora já sabemos a notícia: existe uma Água para além de todas as águas – a da Samaritana! Existe um outro olhar para além de tantos e tantos do mundo – o do cego de nascença! E, por fim: existe a Vida para além da vida! Porém, sabemo-lo também a tragédia abateu-se sobre o lar de Betânia: Lázaro morreu! E as irmãs choram-no. E Jesus chora com elas. Sim, há tragédia nas famílias. Qual é a família que tem tudo na boa? Porque, na verdade, ou há um pai ou um filho ou algum familiar doente. E ou há este ou aquele rasgão, ou então é um filho que se nega a acreditar e se afasta da Igreja. E Jesus visita-nos e chora connosco. Sim, há tragédia no mundo: são muitos os desastres, revoluções, guerras. Tantas são as injustiças e avarezas que poluem nossas vidas. E Jesus chora pelo mundo. Sim, há tragédia em nossas vidas, porque para novos não vamos e tarde ou cedo seremos doentes terminais e acabaremos morrendo. E Jesus já chora connosco e chora por nós. Sim, a vida de Jesus foi tragédia. A crueza e a injustiça da sua morte na cruz abalam até os mais rijos fundamentos da terra. E Jesus que chora abre-nos os olhos para o mistério da vida nova. Não nos poupa ao frio nem à dor das tragédias, mas abre-nos para o (im)poder de Deus que se fez humano e pequenino como nós. E Jesus chora porque ama. Neste domingo Jesus chora, chora porque nos ama como amou o seu amigo Lázaro.