1) O documento discute a relação entre ofensa e reconciliação, afirmando que a solução evangélica de perdoar as ofensas é mais profunda do que a solução mundana de revidar o mal com o mal.
2) Para se reconciliar com os adversários, deve-se renunciar à vingança, perdoar as ofensas e esquecer de exigir justiça, deixando que a justiça pertença à Lei de Deus.
3) A renúncia à personalidade, o auto-exame antes de culpar os outros
2. O que se entende por ofensa?
E por reconciliação?
Qual a relação entre ofensa e
reconciliação?
A purificação de uma alma está
atrelada ao esquecimento da
ofensa?
3. PERDÃO
Concessão, indefinida, de oportunidades para
que o ofensor se arrependa, o pecador se
recomponha, o criminoso se libere do mal e se
erga, redimido, para a ascensão luminosa.
RECONCILIAÇÃO
Restabelecimento de relações ou de acordo
entre duas pessoas que se haviam
desentendido.
4. Item 1
Na Antiguidade clássica grega, os filósofos
estavam mais preocupados com a questão do
conhecimento racional e da prática de conduta.
Item 2
No Velho Testamento, Deus perdoa ao
pecador que se acusa.
Item 3
Jesus não só anuncia esse perdão como
reivindicava e exercia o poder de perdoar pecados.
Item 4
Na época moderna, Pietro Ubaldi faz um
relacionamento lógico entre o perdão e a Lei
de Deus.
5. Ofensa depende do grau evolutivo, tanto do
ofendido quanto do ofensor.
Considerar-se injuriado depende também de
nosso estado emotivo, de nossa situação
financeira, da nossa sensibilidade.
Uma pessoa desempregada pode se sentir
ofendida simplesmente porque a outra lhe
manda trabalhar.
6. Já no Antigo Testamento, a Lei não só estabelece um
limite à vingança pela lei de talião, mas ainda proíbe o
ódio ao irmão, a vingança e rancor contra o próximo.
No Novo Testamento Jesus completa esse pensamento
dizendo que Deus não pode perdoar a quem não perdoa.
Por isso reitera que deveríamos perdoar não sete, mas
setenta vezes sete vezes, ou seja, indefinidamente.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo vamos encontrar
diversos pensamentos acerca do perdão das ofensas.
O principal de tudo isso é não guardar rancor no
coração, de espécie alguma.
7. O Texto Evangélico
“Reconciliai-vos, o mais depressa, com vosso
adversário, enquanto estais com ele a
caminho, a fim de que vosso adversário não vos
entregue ao juiz, e que o juiz não vos entregue
ao ministro da justiça, e que não sejais
aprisionado.
Eu vos digo, em verdade, que não saireis de
lá, enquanto não houverdes pago até o último
ceitil”. (Mateus, cap. V., 25,26)
8.
9. A Morte não nos Liberta dos Inimigos
De acordo com os pressupostos
espíritas, a morte não nos livra dos
nossos inimigos, pois eles continuam
vivos além-túmulos.
Acontece que a ausência da vestimenta
física é um elemento de maior
facilidade para o ataque mental.
As obsessões surgem deste funesto
sentimento de vingança e de ódio de
quem se foi para outra vida.
Descuidando-nos da oração e da
vigilância, seremos vítimas fáceis
do assédio deles.
10. LEI DE DEUS
Allan Kardec, na questão 621 de O Livro dos
Espíritos, diz-nos que a Lei de Deus está escrita na
consciência do ser.
Disto resulta que tudo o que fizermos devemos
prestar contas à Lei.
Na questão 617 A: “Entre as leis divinas, umas
regulam o movimento e as relações da matéria bruta:
são as leis físicas; seu estudo pertence ao domínio da
Ciência. As outras concernem especialmente ao
homem e às suas relações com Deus e com os seus
semelhantes. Compreendem as regras da vida do
corpo e as da vida da alma: são as leis morais”.
Victor Passos
11. Recebida uma
ofensa temos duas
soluções:
A do Mundo e a
do Evangelho.
A solução do Mundo
A solução Evangélica
Prende-se à superfície
do problema, pois induznos a cometer um mal
para reparar o mal que
nos tenha sido feito.
É mais profunda, porque vai
à essência do problema, da
questão, porque estimulanos a não revidar o mal com
o mal, mas com o bem, ou
seja, o perdão das ofensas.
12. 1) A reação é um direito que não
pertence ao homem, mas só à Lei de
Deus.
2) Se desejamos justiça, estejamos
certos: a reação da Lei é muito mais
poderosa que as nossas.
3) Com nossa reação humana não
afastamos e nem apagamos o mal, a
não ser na aparência e
provisoriamente, porque não
eliminada a sua causa ele voltará para
nós.
.
Victor Passos
O correto seria agir da seguinte
forma:
1) Renunciar à vingança;
2) Perdoar a ofensa;
3) Esquecer de exigir justiça.
Se esquecermos de exigir justiça
para o nosso caso particular, ele
acabará pertencendo à Lei e
ficaremos livres de qualquer
dívida.
13. Humilhemo-nos, renunciemos à
nossa personalidade, culpemo-nos
antes de culparmos o próximo e
suportemos as injunções do
destino, sem reclamações.
Estes
são
os
verdadeiros
exercícios
do
perdão
incondicional, os que realmente
fortalecem a nossa alma para a
subida pedregosa nos horizontes
da perfeição do ser.
Victor Passos
14. BIBLIOGRAFIA
KARDEC, A.. O Evangelho Segundo o
Espiritismo. 39. ed., São Paulo: IDE, 1984.
KARDEC, A.. O Livro dos Espíritos. 8.
ed., São Paulo: FEESP, 1995.
LEON-DUFOUR, X. e OUTROS.
Vocabulário de Teologia Bíblica. Rio de
Janeiro: Vozes, 1972.
ROHDEN, H. Mahatma Gandhi - Idéias e
Ideais de um Político Místico. 6. ed., São
Paulo: Alvorada, 1982.
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de Filosofia
e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo:
Matese, 1965.
UBALDI, P. A Lei de Deus. 2. ed., Rio de
Janeiro: Fundação Pietro Ubaldi, 1982.
Victor Passos