ATIVIDADE 1 - ESTRUTURA DE DADOS II - 52_2024.docx
Inner speech and first and third person data
1. Amanda da Costa da Silveira
Orientação: prof. William B. Gomes
Bolsista de IC: Manoela Ziebell de Oliveira
Laboratório de Fenomenologia Experimental e Cognição.
11. O Self Semiótico:
Se a cognição de qualquer objeto é mediada por signos,
então o mesmo processo ocorre quando pensamos em nós
mesmos ou nos outros.
Self: resultado das
comunicações sociais e
sua unidade está nos
signos
O self não é fisiológico nem
psicológico, ele compreende a
consistência lógica de seus
sentimentos, ações e
pensamentos, os quais também
são uma consistência da
simbolização: “Minha linguagem é
a soma total do meu self.”
(C. S. Peirce, 1997, p. 192)
sai
12. SelfSelf
3. Conversa3. Conversa InternaInterna
1. Objetos1. Objetos
2. Relaç2. Relaç ão com outrosão com outros
Morin, 1990, 1993.
• Não é fisiológico nem psicológico, mas, sim, a consistência
existente nos sentimentos, ações e pensamentos, ou seja, a
consistência da simbolização: “Minha linguagem é a soma
total do meu self” (Peirce, 1997, p. 162)
• Resultado das comunicações sociais e sua unidade está
nos signos
13. SelfSelf
3. Conversa3. Conversa InternaInterna
1. Objetos1. Objetos
2. Relaç2. Relaç ão com outrosão com outros
Morin, 1990, 1993.
• Consistência existente entre sentimentos, ações e
pensamentos, ou seja, a consistência do processo de produção
de sentido:
“Minha linguagem é a soma total do meu self” (Peirce, 1997, p. 162)
• Resultado das comunicações sociais e sua unidade está nos
signos
15. Reflexividade
Uma atenção que está em nós. (Leibniz, 1988)
Para Wiley (1994), conversação interna é
reflexividade.
Paradoxo da auto-absorção:
Altos escores de autoconsciência privada correlacionaram
positivamente com distúrbios psicológicos (ex.: Depressão)
- fator neuroticismo
Trapnell & Campbell, 1999,
19. * Wiley (1994) apresenta apenas dados ilustrativos
da conversação interna observada, ex.: fala durante
o sono, ou conversa de uma secretária consigo
mesma durante o trabalho.
20. Estudos quantitativos
Self Observation Auto-Verbalization Inventory (Morin, 1993)
Scale of Inner Speech (Siegrist, 1995)
Estudos qualitativos
Bertau, 1999: Método da CI Verbalizada na resolução de
problemas com o Teste Matrizes Progressivas de Raven.
DeSouza, 2005: Estudo das Relações Dialógicas na CI.
Análise fenomenológico-semiótica nos dados da CI
verbalizada na resolução de problemas.
Descrição visual Raciocínio lógico Diálogos
informacional comunicacional
21. Registrar e propor formas de análise
para a manifestação audível da
conversação interna, comparando-a com
medidas de reflexividade.
Até realizei estudo como a Bertau
para ver medidas de verbalização..
Objetivo:
22. A externalização da conversa interna deverá
corresponder ao modelo semiótico de Wiley;
A qualidade e não a quantidade de verbalização
estará associada a maior resolução de problemas;
Os perfis ruminativos deverão se associar com
neuroticismo;
A predominância de reflexividade e ruminação
não afetará o desempenho na resolução de
problemas.
Expectativas:
23. Instrumentos Participantes
1. Questionário de Ruminação e
Reflexão (QRR)
(Trapnell & Cambpell, 1999 / Zanon & Teixeira, 2006)
2. Escala Fatorial de Ajustamento
Emocional/Neuroticismo (EFN)
(Hutz & Nunes, 2001)
3. Teste Matrizes Progressivas de
Raven - Escala Avançada (TMPR)
(Segundo o Método de Conversação Interna
Verbalizada de Bertau, 1999)
4. Entrevista de Complementação
(Investiga a perspectiva experiencial dos participantes
quanto à CI )
39
participantes
Idade = 19,33
DP = 6,8
23
participantes
15 mulheres
8 homens
Método:
24. Análise dos dados
Combinação de critérios qualitativos e quantitativos.
1. Levantamento das medidas
delimitadoras da CI
Tempo
Nº de palavras
Acertos
Perfis ruminativos e
reflexivos Neuroticismo
QRR EFN
2. Correlação
3. Correlação
4. Análise qualitativa
dos dados
TMPR
5. Estudo de casos
extremos
Critério de seleção
dos casos
Critério de avaliação
dos casos
6. Análise qualitativa fenomenológica
Entrevista de complementação
3ª pessoa
1ª pessoa
5. Estudo de casos
extremos
25. Tempo
Duração média: 40’41”
15’63” - 121’08”
Diretamente
proporcional à
dificuldade da tarefa
Nº de palavras
Média: 2649,61
palavras
687 - 9157 palavras
Diretamente
proporcional à
dificuldade da tarefa
Desempenho
Desempenho médio:
77,1%
22% - 97%
Inversamente
proporcional à
dificuldade da tarefa
Resultados:
1. Levantamento das medidas delimitadoras da CI
26. 2. Classificação dos perfis:
Reflexão, ruminação e neuroticismo
n = 39
Ruminação: m = 42.72 (DP = 9.31)
Reflexão: m = 47.97 (DP = 6.23)
Nove diferentes perfis baixo/médio/alto - ruminação/reflexão
Neuroticismo:
Correlação positiva moderada com Ruminação (r
= .514, p < .001)
27. 3. TMPR x QRR
n = 23
Correlação positiva alta (r = .760, p < .001) entre
tempo de realização do TMPR e número de palavras
verbalizadas
Não se encontrou correlação significativa entre perfis
ruminativos, reflexivos e tempo, número de palavras
verbalizadas e desempenho dos participantes no
TMPR.
Variações entre os participantes reforçaram
necessidade de se estudar os casos individualmente.
28. 4. Análise qualitativa das
manifestações audíveis da CI
Aplicação da classificação de enunciados
desenvolvida no estudo fenomenoloógico de
DeSouza (2005).
Acrescentou-se distinção entre o objeto da CI
centrado na tarefa ou no próprio sujeito
(self).
29. Tem um tezinho, uma cruzinha, e um negocinho com
um negocinho embaixo. Nesse aqui é um tezinho
com um outro aqui. (P 23)
Bah, eu tô ouvindo uns pensamentos, tô
tentando bani-los pra não precisar dizer… (P 13)
Ocorre um desmonte. De cima pra baixo ocorre um
desmonte. O círculo sai pra fora, o círculo desliza pra
fora (P 15)
Quanto mais eu falo menos eu me concentro! (P 02)
30. Cara, se concentra! (P 13)
Então talvez os dois embaixo a direita e o branquinho, sei lá, em cima, à esquerda.
Não! Não tem nenhum. (P 23)
Estou no caminho… não, não vou chegar a lugar nenhum assim, é… (P 15)
Que que tem a ver uma coisa com a outra? Depois uma riscada… (P 23)
Será que tem alguma profissão que seja só fazer isso? (P 13)
Só que então como é que vai ser? Vai ser do outro lado. (P 23)
E daí o que que eu vou fazer? Não sei! Que droga! (P 23)
Teria que ser o 1 ou teria que ser o 7? Teria que ser o 1, porque eu to vendo pela
primeira linha que ele não está deitado, está apenas curvo. (P 17)
Como é que eu poderia descrever isso? Bom pra mIm é difícil descrever, mas eu
vejo que de cima pra baixo ocorre a soma dos padrões d'água... (P 15)
Será que vai ser um x? Não. (P23)
Tô demorando muito? Não, tô bem… (P 17)
Ai, que bizarro isso aqui, meu Deus! (P 03)
Ah, entendi! (P 03)
31. 5. Estudo de casos extremos
Justificativa:Justificativa:Observação de regularidades intra e
interparticipantes
RavenRaven
QRRQRR
32. CritCritério classificatório para os sete casos:ério classificatório para os sete casos:
Conteúdo Forma
DiálogosDiálogos
DiálogosDiálogos
DescriçãoDescrição //
RaciocínioRaciocínio
36. 6. A experiência de conversar internamente
Como os participantes percebem sua própria conversa interna.
Funções da CI
(Mundo externo x
interno)
CI descrita como capaz de:
Organizar o pensamento lógico em resolução de tarefas específicas
Nomear sentimentos e aspectos emocionais para si mesmo
Contexto em que a
CI é usada
Ferramenta para reavaliar o dia-a-dia (reflexão de ações doFerramenta para reavaliar o dia-a-dia (reflexão de ações do passadopassado););
Auxilio na organização do pensamento para resolver problemas (reflexão noAuxilio na organização do pensamento para resolver problemas (reflexão no
presentepresente););
Ensaio para situações em que ocorrerá um diálogo externo (reflexão sobre algoEnsaio para situações em que ocorrerá um diálogo externo (reflexão sobre algo
futurofuturo););
Pensamento indesejado que os participantes procuram evitar, por aparecerPensamento indesejado que os participantes procuram evitar, por aparecer
como obstáculo na resolução de problemascomo obstáculo na resolução de problemas
Verbalizar a CI? Preferência dos participantes em verbalizar a conversa interna em contextosPreferência dos participantes em verbalizar a conversa interna em contextos
privados e evitprivados e evitáá-la em público.-la em público.
CI na pesquisa A conversa interna é percebida como diferente da conversa pensada e nãoA conversa interna é percebida como diferente da conversa pensada e não
verbalizada.verbalizada.
A conversa interna verbalizada passa por uma espécie de “filtro”: nem sempre seA conversa interna verbalizada passa por uma espécie de “filtro”: nem sempre se
fala o que se pensou.fala o que se pensou.
A conversa interna é um fenômeno em que os participantes nunca haviamA conversa interna é um fenômeno em que os participantes nunca haviam
prestado atenção.prestado atenção.
exemplos
37. Funções da CI
(Mundo
externo x
interno)
CI descrita como capaz de:
Organizar o pensamento lógico em resolução de tarefas
específicas
Nomear sentimentos e aspectos emocionais para si
mesmo
ÉÉ que sempre que eu resolvo matemática, exercícios, euque sempre que eu resolvo matemática, exercícios, eu
falo comigo, senão eu não consigo fazer.falo comigo, senão eu não consigo fazer.
Às vezes algum problema, tipo, sei lá. Digamos que euÀs vezes algum problema, tipo, sei lá. Digamos que eu
tenha discutido com alguém, assim, e isso me deixatenha discutido com alguém, assim, e isso me deixa
preocupada, né? Aí eu acabo pensando (...) E às vezespreocupada, né? Aí eu acabo pensando (...) E às vezes
eu acabo falando, acabo exteriorizando, assimeu acabo falando, acabo exteriorizando, assim
Contexto em
que a CI é
usada
Ferramenta para reavaliar o dia-a-dia (reflexão deFerramenta para reavaliar o dia-a-dia (reflexão de
ações doações do passadopassado););
Auxilio na organização do pensamento para resolverAuxilio na organização do pensamento para resolver
problemas (reflexão noproblemas (reflexão no presentepresente););
Ensaio para situações em que ocorrerá um diálogoEnsaio para situações em que ocorrerá um diálogo
externo (reflexão sobre algoexterno (reflexão sobre algo futurofuturo););
Pensamento indesejado que os participantes procuramPensamento indesejado que os participantes procuram
evitar, por aparecer como obstáculo na resolução deevitar, por aparecer como obstáculo na resolução de
problemasproblemas
Eu digo assim, ai, ‘por que que eu fiz isso. Por que queEu digo assim, ai, ‘por que que eu fiz isso. Por que que
eu não fiz diferente?’ e aí ‘eu devia ter ficado quieta’,eu não fiz diferente?’ e aí ‘eu devia ter ficado quieta’,
sabe? Aquelas assim, ‘não devia ter gaguejado tanto’,sabe? Aquelas assim, ‘não devia ter gaguejado tanto’,
sabe?sabe?
É mais fácil. Se eu conseguir externar o que tem dentroÉ mais fácil. Se eu conseguir externar o que tem dentro
prá organizar. Porque às vezes fica uma bagunça, aí euprá organizar. Porque às vezes fica uma bagunça, aí eu
não consigo me organizarnão consigo me organizar
Quando eu tenho alguma coisa prá fazer, tipo algumQuando eu tenho alguma coisa prá fazer, tipo algum
trabalho prá apresentar, eu repasso todo ele em voz altatrabalho prá apresentar, eu repasso todo ele em voz alta
(...) eu uso a voz interna prá me sentir mais segura(...) eu uso a voz interna prá me sentir mais segura
Sabe que esses dias eu não consegui dormir de tantoSabe que esses dias eu não consegui dormir de tanto
pensar? Às vezes eu me sinto rápida, assim, sabepensar? Às vezes eu me sinto rápida, assim, sabe
Verbalizar a
CI?
Preferência dos participantes em verbalizar a conversaPreferência dos participantes em verbalizar a conversa
interna em contextos privados e evitinterna em contextos privados e evitáá-la em público.-la em público.
Daí eu, nossa, na hora que eu acabei de falar, que euDaí eu, nossa, na hora que eu acabei de falar, que eu
ouvi, sabe? Eu acho que foi quase tudo ao mesmoouvi, sabe? Eu acho que foi quase tudo ao mesmo
tempo:eu percebi que eu falei alto e ela me perguntou. Etempo:eu percebi que eu falei alto e ela me perguntou. E
aquilo me causou uma vergonha, sabe ‘Nossa, meu deusaquilo me causou uma vergonha, sabe ‘Nossa, meu deus
do Céu, se ela soubesse, assim, ela ia me achar louca,do Céu, se ela soubesse, assim, ela ia me achar louca,
falar comigo mesma, assim.falar comigo mesma, assim.
CI na pesquisa A conversa interna é percebida como diferente daA conversa interna é percebida como diferente da
conversa pensada e não verbalizada.conversa pensada e não verbalizada.
A conversa interna verbalizada passa por uma espécieA conversa interna verbalizada passa por uma espécie
de “filtro”: nem sempre se fala o que se pensou.de “filtro”: nem sempre se fala o que se pensou.
A conversa interna é um fenômeno em que osA conversa interna é um fenômeno em que os
participantes nunca haviam prestado atenção.participantes nunca haviam prestado atenção.
Ah não, mas aí se a pessoa falar sobre o que ela acha,Ah não, mas aí se a pessoa falar sobre o que ela acha,
não é bem o que ela pensa.não é bem o que ela pensa.
Tipo naquelas folhinhas que tu entregou, aí às vezes temTipo naquelas folhinhas que tu entregou, aí às vezes tem
várias coisas que tu fica tipo ‘não vou responder isso,várias coisas que tu fica tipo ‘não vou responder isso,
porque vão achar ah, não, sabe, que eu faço errado’,porque vão achar ah, não, sabe, que eu faço errado’,
tipo. Mas aí tu acaba pensando ‘não, vamos sertipo. Mas aí tu acaba pensando ‘não, vamos ser
sinceras’, né? (...) Acaba pensando um pouco sobre assinceras’, né? (...) Acaba pensando um pouco sobre as
coisas de como é que tu age em determinadascoisas de como é que tu age em determinadas
situações, assim, é legal.situações, assim, é legal.
39. Quantidade de CI foi diretamente proporcional à
dificuldade do problema (Bertau, 1999), mas não esteve
associada ao sucesso na resolução do problema nem à
ruminação. Isso indicou que a evidência pode estar no
conteúdo, e não na forma dos enunciados verbalizados.
Conteúo x forma da Conversa Interna
40. Sugestão de diferenciar ruminaçãoruminação de ruminaçãoruminação
sobre o selfsobre o self e reflexãoreflexão de reflexãoreflexão sobre o selfsobre o self.
Estudo indicou que reflex es sõ obre traços de
personalidade e traços físicos dos próprios participantes e
de uma personalidade (a rainha da Dinamarca) ativam
diferentes regiões cerebrais. (Kjaer, Nowak & Lou, 2002)
Enunciados cujo foco está no self e não na tarefa podem
influenciar o comportamento adaptativo e melhorar o
desempenho na tarefa (Rohrkemper, 1986)
Conteúdo: falar sobre si ou sobre o problema?
41. O tema da CI:
Realidade conhecida mas nem sempre é objeto de
atenção ou interesse (Archer, 2003)
Temporalidade como dinâmica marcante do self
(DeSouza, 2005): CI reconhecida no planejamento
de ações futuras, na solução de tarefas no presente
e na reconsideração de ações do passado
Conversar consigo mesmo: negativo e positivo:
ruminação x reflexão (Trapnell & Campbell, 1999)
Atenção do self sobre si mesmo
42. Modelo de Wiley fica evidente nas perguntas pessoais:
fazer uma pergunta a si mesmo subentende que você
sabe a resposta.
Modelo de Wiley