SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 5
M A TE RI A L DI DÁ C TI C O – FOL HA DE ROSTO




                        Ficha de Trabalho




(cont.)
A agricultura portuguesa continua a evidenciar uma fraca capacidade para atrair recursos, devido a múltiplos
problemas que urge resolver.

(…) A agricultura portuguesa continua a apresentar dificuldades específicas. Os problemas que a agricultura
portuguesa enfrenta não podem ser atribuídos apenas a dificuldades de ajustamento estrutural, fortemente
enraizadas, mas também à forma como a PAC se aplica actualmente a Portugal. Assim, as questões críticas
para a agricultura portuguesa nos próximos anos parecem consistir na necessidade de:
– Relançar e acelerar o ajustamento estrutural;
– Apoiar o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, centrada na qualidade e orientada para o
mercado;
– Melhorar a sustentabilidade e a competitividade das áreas rurais. (…)
Fonte: Comissão das Comunidades Europeias. 2003. Comunicação da Comissão ao Conselho e Parlamento Europeu – Relatório
sobre a Situação da Agricultura Portuguesa. Bruxelas: CCE (adaptado)


1. Refira dois obstáculos estruturais que se colocam ao desenvolvimento da agricultura portuguesa.

2. Apresente dois exemplos de medidas da PAC que condicionaram negativamente o desenvolvimento da
agricultura portuguesa.

3. Mencione duas medidas complementares à actividade agrícola que podem permitir o desenvolvimento das
áreas rurais.

4. Exponha dois exemplos de práticas agrícolas desadequadas, justificativos da necessidade de desenvolver
uma agricultura sustentável, centrada na qualidade.


Texto – 1
Retrato da agricultura em Portugal
A maioria dos agricultores portugueses tem 50 a 60 anos, mais de 20% não sabe ler ou escrever, 90% das explorações
tem dimensão económica pequena e 80% usa mão-de-obra familiar, noticia a Lusa.
Com base em dados recolhidos pela agência Lusa junto da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e da
Confederação Nacional da Agricultura (CNA), é possível concluir que a agricultura portuguesa se baseia em explorações
de pequena ou muito pequena dimensão económica, mas também em termos de área, com a média do país a rondar
11,5 hectares.
No entanto, as características da agricultura e dos agricultores não são as mesmas no sul, no Alentejo ou no
Centro e Norte do país, reflexo das áreas médias por exploração de 61 hectares no primeiro caso, ou de 2,6 hectares na
Beira Litoral que vão influenciar o tipo de cultura presente.
Cerca de 3% das explorações detêm 63% da área cultivada, assim como 93% dos agricultores possuem 26% daquela
área. Quanto ao agricultor, 71% tem mais de 55 anos, 47% mais de 65 anos e somente 2% tem menos de 35 anos.
No nível de instrução, a maioria (81%) frequentou o ensino básico, enquanto a «formação» específica em agricultura se
resume em 89% dos casos à prática do dia-a-dia.
Um ponto relevante, principalmente realçado para a CNA, é a estrutura familiar da mão-de-obra, factor que torna mais
graves as consequências da crise que o sector actualmente enfrenta.
É a floresta que é responsável pela maior área da agricultura, seguida do olival e da vinha, sendo estas duas das mais
rentáveis, segundo a CNA. É também a vinha que ocupa maior parte dos agricultores, segundo a CAP.
Fonte: IOL Portugal Diário, 2008-07-05 (http://diario.iol.pt/)
Lógica de fileira para a agricultura
Desde há 20 anos, precisamente na altura em que se iniciaram os apoios comunitários da UE, que a agricultura
portuguesa vem sofrendo alguma transformação, quer na reconversão da sua estrutura produtiva, quer mesmo
na sua débil organização.

Apesar dos volumosos fluxos financeiros a fundo perdido e duma modernização sem precedentes nalguns sectores
agrícolas, a realidade económica demonstra porém que o Produto Agrícola se tem mantido praticamente estagnado,
precisamente desde há duas décadas. Ou seja, parte da agricultura modernizou-se e ganhou competitividade, mas outra
parte vem mantendo níveis de produtividade muito baixos, conferindo uma média global baixa, sem evolução,
naturalmente resultante dos sectores que entretanto regrediram, mas também daqueles que, embora tendo sido objecto
de modernização, não se organizaram adequadamente de forma a enfrentar o embate competitivo dos mercados
globais. O desafio com que está confrontada a agricultura portuguesa é de uma enorme dimensão. Por um lado, a
conjuntura dos mercados e a competição com produtos provenientes dos quatro cantos do Mundo, com um perfil de
relação qualidade-preço vantajosa, produzidos em países com muito melhor organização, ou então em países com
custos de produção muito mais baixos. Por outro, os factores endógenos do nosso país. Falta de organização, métodos
de trabalho caros e pouco produtivos, desadaptação às novas formas de comercialização, micropropriedade, baixo nível
académico dos agricultores, deficiente formação técnico-profissional.
Estudos recentes independentes produzidos por uma consultadoria internacional indicam que apenas 20% da nossa
agricultura é competitiva, sendo essa mesma referenciada como a única capaz se nada for feito entretanto aos restantes
80%, de sobreviver na competitividade global.
O que surpreende muitos observadores e analistas é o facto do valor acrescentado bruto da agricultura portuguesa não
crescer desde há tanto tempo, apesar dos vultuosos investimentos registados. Algo tem de ser feito que rompa com a
situação actual.
Não podemos de uma penada alterar a dimensão das explorações e as competências académicas e técnicas dos
nossos agricultores, mas podemos contribuir decididamente para que os investimentos provenientes dos fundos
estruturais do Programa de Desenvolvimento Rural, ou seja, o novo quadro comunitário de apoio agrícola para os
próximos sete anos sejam bem aplicados em projectos realmente reprodutíveis em criação de valor.
Este programa assenta numa visão estratégica para a agricultura portuguesa, e nele poderemos definir como grandes
apostas dominantes: as fileiras estratégicas, como o vinho, o azeite, as hortofrutículas e a floresta. O apoio a estas
fileiras terá prioridade. Porquê? Porque o país tem boas condições edafoclimáticas para estas culturas, porque há um
saber-fazer já bem consolidado e porque nestes sectores, com melhor organização e investimentos, mais imateriais do
que materiais, poderemos atingir patamares de competitividade excelentes.
O conceito de fileira. Um tipo de organização capaz de promover as melhores sinergias, desde a produção agrícola,
transformação do produto, até ao consumidor final. Este processo de produção, transformação e comercialização, em
lógica de fileira, reduz custos de contexto, custos de produção e torna o produto final mais competitivo.
A comercialização agregada. É impensável continuarmos a ter nalgumas destas fileiras agentes económicos relevantes,
como as cooperativas, por exemplo, a trabalhar individualmente.
Com a concentração da oferta, não só se comercializa por melhores preços e se tem mais garantias de colocação dos
produtos, como se defende o próprio sector, dado que, muitas vezes, o que desencadeia baixos preços e perdas de
rendimento a todos os agentes é um negócio de ruína feito entre um mega-agente comprador e um vendedor pequeno
ou médio, fragilizado por falta de liquidez.
Lógica de fileira, modernização de processos, concentração da oferta para fazer negócio com os megacomerciantes
europeus. Não podemos perder mais tempo. O que adianta andar a repetir ideias sobre modelos de trabalho e
organização já passados? O que adianta tentar recuperar métodos e práticas que já não voltam, por muito agrado que
sintamos por elas?
O nosso lugar é no futuro. E ele não espera por nós. Só uma nova visão, decorrente do PDR e dos novos conceitos de
economia, adaptados às nossas especificidades regionais, nos pode ajudar a desenvolver uma agricultura criadora de
valor.
                                                                 Fonte: Jorge Almeida – Notícias de Vila Real, 2007-10-09

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
200166754
 
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
Idalina Leite
 
Teste 3 dez 07
Teste 3 dez 07Teste 3 dez 07
Teste 3 dez 07
manjosp
 
Liberalismo em portugal
Liberalismo em portugalLiberalismo em portugal
Liberalismo em portugal
cattonia
 
Correção teste5 fev
Correção teste5 fevCorreção teste5 fev
Correção teste5 fev
manjosp
 
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesaEfeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
Idalina Leite
 
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
Idalina Leite
 

La actualidad más candente (20)

A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
A crise comercial de 1670, a política mercantilista do conde da Ericeira e o ...
 
Características da população agrícola
Características da população agrícolaCaracterísticas da população agrícola
Características da população agrícola
 
A Politica AgríCola Comum
A Politica AgríCola ComumA Politica AgríCola Comum
A Politica AgríCola Comum
 
Região agrária do Ribatejo e Oeste.
Região agrária do Ribatejo e Oeste.Região agrária do Ribatejo e Oeste.
Região agrária do Ribatejo e Oeste.
 
As novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas ruraisAs novas oportunidades para as áreas rurais
As novas oportunidades para as áreas rurais
 
Características da agricultura portuguesa
Características da agricultura portuguesaCaracterísticas da agricultura portuguesa
Características da agricultura portuguesa
 
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
11º ano_Novas oportunidades para as áreas rurais
 
Agricultura 11º ano (exceto PAC)
Agricultura 11º ano (exceto PAC)Agricultura 11º ano (exceto PAC)
Agricultura 11º ano (exceto PAC)
 
Teste 3 dez 07
Teste 3 dez 07Teste 3 dez 07
Teste 3 dez 07
 
2 Áreas Funcionais
2 Áreas Funcionais2 Áreas Funcionais
2 Áreas Funcionais
 
Pac resumo final
Pac  resumo finalPac  resumo final
Pac resumo final
 
Liberalismo em portugal
Liberalismo em portugalLiberalismo em portugal
Liberalismo em portugal
 
Algarve - Região Agrária
Algarve - Região Agrária Algarve - Região Agrária
Algarve - Região Agrária
 
Correção teste5 fev
Correção teste5 fevCorreção teste5 fev
Correção teste5 fev
 
Aquicultura
AquiculturaAquicultura
Aquicultura
 
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesaEfeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
Efeitos da aplicação da PAC na agricultura portuguesa
 
A Agricultura
A AgriculturaA Agricultura
A Agricultura
 
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal5 04 a implantação do liberalismo em portugal
5 04 a implantação do liberalismo em portugal
 
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
PAC_Política Agrícola Comum 2013.14
 
As regiões agrárias: Entre Douro e Minho
As regiões agrárias: Entre Douro e MinhoAs regiões agrárias: Entre Douro e Minho
As regiões agrárias: Entre Douro e Minho
 

Destacado

Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano fev. 13
Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano    fev. 13Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano    fev. 13
Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano fev. 13
Gina Espenica
 

Destacado (13)

Clima frio polar
Clima frio polar   Clima frio polar
Clima frio polar
 
Clima tropical seco
Clima tropical secoClima tropical seco
Clima tropical seco
 
Clima temperado continental
Clima temperado continentalClima temperado continental
Clima temperado continental
 
Clima frio subpolar
Clima frio subpolarClima frio subpolar
Clima frio subpolar
 
Clima desértico quente
Clima desértico quenteClima desértico quente
Clima desértico quente
 
Clima equatorial
Clima equatorialClima equatorial
Clima equatorial
 
Clima tropical húmido
Clima tropical húmidoClima tropical húmido
Clima tropical húmido
 
Clima frio de altitude
Clima frio de altitudeClima frio de altitude
Clima frio de altitude
 
Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano fev. 13
Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano    fev. 13Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano    fev. 13
Proposta de correção do teste 3 v. a 8º ano fev. 13
 
Clima temperado marítimo
Clima temperado marítimoClima temperado marítimo
Clima temperado marítimo
 
7 a pac 1_e a agricultura portuguesa
7 a pac 1_e a agricultura portuguesa7 a pac 1_e a agricultura portuguesa
7 a pac 1_e a agricultura portuguesa
 
Clima temperado mediterrâneo
Clima temperado mediterrâneo Clima temperado mediterrâneo
Clima temperado mediterrâneo
 
11ºano ficha1
11ºano ficha111ºano ficha1
11ºano ficha1
 

Similar a Ficha de Trabalho - Agricultura

Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
Vasco Casimiro
 
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não tran...
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não  tran...Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não  tran...
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não tran...
Cláudio Carneiro
 
Entrev Teixeira dos Santos
Entrev Teixeira dos SantosEntrev Teixeira dos Santos
Entrev Teixeira dos Santos
Marta Rangel
 
Agricultura em Portugal
Agricultura em PortugalAgricultura em Portugal
Agricultura em Portugal
kyzinha
 

Similar a Ficha de Trabalho - Agricultura (20)

796574837d39a7977428325f3fae0d381
796574837d39a7977428325f3fae0d381796574837d39a7977428325f3fae0d381
796574837d39a7977428325f3fae0d381
 
Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
Moção sectorial vinho congresso nacional js 2010
 
Ano internacional da agricultura familiar
Ano internacional da agricultura familiarAno internacional da agricultura familiar
Ano internacional da agricultura familiar
 
Ed48junho10
Ed48junho10Ed48junho10
Ed48junho10
 
Política Agrícola Comum 2014 2020
Política Agrícola Comum 2014 2020Política Agrícola Comum 2014 2020
Política Agrícola Comum 2014 2020
 
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não tran...
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não  tran...Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não  tran...
Orientação das políticas públicas e do investimento para os setores não tran...
 
O impacto do PRODER na idade média dos agricultores portugueses
O impacto do PRODER na idade média dos agricultores portuguesesO impacto do PRODER na idade média dos agricultores portugueses
O impacto do PRODER na idade média dos agricultores portugueses
 
Youblisher.com 1243861-terra cia-edi_o_200
Youblisher.com 1243861-terra cia-edi_o_200Youblisher.com 1243861-terra cia-edi_o_200
Youblisher.com 1243861-terra cia-edi_o_200
 
Gop 2016 2019
Gop 2016 2019Gop 2016 2019
Gop 2016 2019
 
Youblisher.com 1224451-terra cia-edi_o_199
Youblisher.com 1224451-terra cia-edi_o_199Youblisher.com 1224451-terra cia-edi_o_199
Youblisher.com 1224451-terra cia-edi_o_199
 
Fenasucro & Acrocana
Fenasucro & AcrocanaFenasucro & Acrocana
Fenasucro & Acrocana
 
Moção Sectorial - Pela Importância do Sector Agrícola
Moção Sectorial - Pela Importância do Sector AgrícolaMoção Sectorial - Pela Importância do Sector Agrícola
Moção Sectorial - Pela Importância do Sector Agrícola
 
Revista Caixa Empresas | julho 2015
Revista Caixa Empresas |  julho 2015Revista Caixa Empresas |  julho 2015
Revista Caixa Empresas | julho 2015
 
Novo rural vol i
Novo rural vol iNovo rural vol i
Novo rural vol i
 
Ed61julho11
Ed61julho11Ed61julho11
Ed61julho11
 
Entrev Teixeira dos Santos
Entrev Teixeira dos SantosEntrev Teixeira dos Santos
Entrev Teixeira dos Santos
 
O que esperamos do próximo presidente 2015-2018
O que esperamos do próximo presidente 2015-2018O que esperamos do próximo presidente 2015-2018
O que esperamos do próximo presidente 2015-2018
 
Youblisher.com 1127496-cana mix-edi_o_82
Youblisher.com 1127496-cana mix-edi_o_82Youblisher.com 1127496-cana mix-edi_o_82
Youblisher.com 1127496-cana mix-edi_o_82
 
Agricultura em Portugal
Agricultura em PortugalAgricultura em Portugal
Agricultura em Portugal
 
Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal. Evolução da agricultura em Portugal.
Evolução da agricultura em Portugal.
 

Más de abarros

Tipos de turismo - Geografia
Tipos de turismo - Geografia Tipos de turismo - Geografia
Tipos de turismo - Geografia
abarros
 
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTEÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
abarros
 
Relatório do idh 2011
Relatório do idh   2011Relatório do idh   2011
Relatório do idh 2011
abarros
 
Ficha Informativa - Climas do Mundo
Ficha Informativa - Climas do MundoFicha Informativa - Climas do Mundo
Ficha Informativa - Climas do Mundo
abarros
 
Evolução da população mundial
Evolução da população mundialEvolução da população mundial
Evolução da população mundial
abarros
 
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURALELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
abarros
 
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAISRISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
abarros
 
União Europeia
União EuropeiaUnião Europeia
União Europeia
abarros
 
Localização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º DLocalização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º D
abarros
 
Rede bacia hidrográfica - acidentes do litoral
Rede   bacia hidrográfica - acidentes do litoralRede   bacia hidrográfica - acidentes do litoral
Rede bacia hidrográfica - acidentes do litoral
abarros
 
Mobilidade e Acessibilidade Cp4
Mobilidade e Acessibilidade   Cp4Mobilidade e Acessibilidade   Cp4
Mobilidade e Acessibilidade Cp4
abarros
 
Áreas Rurais - Parte II
Áreas Rurais - Parte IIÁreas Rurais - Parte II
Áreas Rurais - Parte II
abarros
 

Más de abarros (20)

Ficha de trabalho Indústria portuguesa 9º ano
Ficha de trabalho   Indústria portuguesa 9º anoFicha de trabalho   Indústria portuguesa 9º ano
Ficha de trabalho Indústria portuguesa 9º ano
 
Tipos de turismo - Geografia
Tipos de turismo - Geografia Tipos de turismo - Geografia
Tipos de turismo - Geografia
 
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTEÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
ÁREAS RURAIS E ÁREAS URBANAS 1ª PARTE
 
Diversidade Cultural
Diversidade CulturalDiversidade Cultural
Diversidade Cultural
 
Relatório do idh 2011
Relatório do idh   2011Relatório do idh   2011
Relatório do idh 2011
 
Ficha Informativa - Climas do Mundo
Ficha Informativa - Climas do MundoFicha Informativa - Climas do Mundo
Ficha Informativa - Climas do Mundo
 
Evolução da população mundial
Evolução da população mundialEvolução da população mundial
Evolução da população mundial
 
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURALELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
ELEMENTOS DO ESTADO DE TEMPO - MEIO NATURAL
 
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAISRISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
RISCOS E CATÁSTROFES NATURAIS
 
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
 
União Europeia
União EuropeiaUnião Europeia
União Europeia
 
Localização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º DLocalização Absoluta - 7º D
Localização Absoluta - 7º D
 
Rede bacia hidrográfica - acidentes do litoral
Rede   bacia hidrográfica - acidentes do litoralRede   bacia hidrográfica - acidentes do litoral
Rede bacia hidrográfica - acidentes do litoral
 
FICHA DE LEITURA - TURISMO
FICHA DE LEITURA - TURISMOFICHA DE LEITURA - TURISMO
FICHA DE LEITURA - TURISMO
 
Ces
CesCes
Ces
 
Mobilidade e Acessibilidade Cp4
Mobilidade e Acessibilidade   Cp4Mobilidade e Acessibilidade   Cp4
Mobilidade e Acessibilidade Cp4
 
Recomendações Programacao Qren
Recomendações Programacao QrenRecomendações Programacao Qren
Recomendações Programacao Qren
 
O Sistema de Reabilitação e as Trajectórias de Vida das Pessoas com Deficiênc...
O Sistema de Reabilitação e as Trajectórias de Vida das Pessoas com Deficiênc...O Sistema de Reabilitação e as Trajectórias de Vida das Pessoas com Deficiênc...
O Sistema de Reabilitação e as Trajectórias de Vida das Pessoas com Deficiênc...
 
Caracterização da população com deficiências e incapacidades
Caracterização da população com deficiências e incapacidadesCaracterização da população com deficiências e incapacidades
Caracterização da população com deficiências e incapacidades
 
Áreas Rurais - Parte II
Áreas Rurais - Parte IIÁreas Rurais - Parte II
Áreas Rurais - Parte II
 

Último

Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
edelon1
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
LeloIurk1
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
rosenilrucks
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
TailsonSantos1
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
LeloIurk1
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
LeloIurk1
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
WagnerCamposCEA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 

Último (20)

Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptxSlide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
Slide - EBD ADEB 2024 Licao 02 2Trim.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptxSeminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
Seminário Biologia e desenvolvimento da matrinxa.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - SERVIÇOS JURÍDICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS.pdf
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médioapostila projeto de vida 2 ano ensino médio
apostila projeto de vida 2 ano ensino médio
 
praticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médiopraticas experimentais 1 ano ensino médio
praticas experimentais 1 ano ensino médio
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
5 bloco 7 ano - Ensino Relogioso- Lideres Religiosos _ Passei Direto.pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
Nós Propomos! Autocarros Elétricos - Trabalho desenvolvido no âmbito de Cidad...
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 

Ficha de Trabalho - Agricultura

  • 1. M A TE RI A L DI DÁ C TI C O – FOL HA DE ROSTO Ficha de Trabalho (cont.)
  • 2.
  • 3. A agricultura portuguesa continua a evidenciar uma fraca capacidade para atrair recursos, devido a múltiplos problemas que urge resolver. (…) A agricultura portuguesa continua a apresentar dificuldades específicas. Os problemas que a agricultura portuguesa enfrenta não podem ser atribuídos apenas a dificuldades de ajustamento estrutural, fortemente enraizadas, mas também à forma como a PAC se aplica actualmente a Portugal. Assim, as questões críticas para a agricultura portuguesa nos próximos anos parecem consistir na necessidade de: – Relançar e acelerar o ajustamento estrutural; – Apoiar o desenvolvimento de uma agricultura sustentável, centrada na qualidade e orientada para o mercado; – Melhorar a sustentabilidade e a competitividade das áreas rurais. (…) Fonte: Comissão das Comunidades Europeias. 2003. Comunicação da Comissão ao Conselho e Parlamento Europeu – Relatório sobre a Situação da Agricultura Portuguesa. Bruxelas: CCE (adaptado) 1. Refira dois obstáculos estruturais que se colocam ao desenvolvimento da agricultura portuguesa. 2. Apresente dois exemplos de medidas da PAC que condicionaram negativamente o desenvolvimento da agricultura portuguesa. 3. Mencione duas medidas complementares à actividade agrícola que podem permitir o desenvolvimento das áreas rurais. 4. Exponha dois exemplos de práticas agrícolas desadequadas, justificativos da necessidade de desenvolver uma agricultura sustentável, centrada na qualidade. Texto – 1 Retrato da agricultura em Portugal A maioria dos agricultores portugueses tem 50 a 60 anos, mais de 20% não sabe ler ou escrever, 90% das explorações tem dimensão económica pequena e 80% usa mão-de-obra familiar, noticia a Lusa. Com base em dados recolhidos pela agência Lusa junto da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) e da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), é possível concluir que a agricultura portuguesa se baseia em explorações de pequena ou muito pequena dimensão económica, mas também em termos de área, com a média do país a rondar 11,5 hectares. No entanto, as características da agricultura e dos agricultores não são as mesmas no sul, no Alentejo ou no Centro e Norte do país, reflexo das áreas médias por exploração de 61 hectares no primeiro caso, ou de 2,6 hectares na Beira Litoral que vão influenciar o tipo de cultura presente. Cerca de 3% das explorações detêm 63% da área cultivada, assim como 93% dos agricultores possuem 26% daquela área. Quanto ao agricultor, 71% tem mais de 55 anos, 47% mais de 65 anos e somente 2% tem menos de 35 anos. No nível de instrução, a maioria (81%) frequentou o ensino básico, enquanto a «formação» específica em agricultura se resume em 89% dos casos à prática do dia-a-dia. Um ponto relevante, principalmente realçado para a CNA, é a estrutura familiar da mão-de-obra, factor que torna mais graves as consequências da crise que o sector actualmente enfrenta. É a floresta que é responsável pela maior área da agricultura, seguida do olival e da vinha, sendo estas duas das mais rentáveis, segundo a CNA. É também a vinha que ocupa maior parte dos agricultores, segundo a CAP. Fonte: IOL Portugal Diário, 2008-07-05 (http://diario.iol.pt/)
  • 4. Lógica de fileira para a agricultura
  • 5. Desde há 20 anos, precisamente na altura em que se iniciaram os apoios comunitários da UE, que a agricultura portuguesa vem sofrendo alguma transformação, quer na reconversão da sua estrutura produtiva, quer mesmo na sua débil organização. Apesar dos volumosos fluxos financeiros a fundo perdido e duma modernização sem precedentes nalguns sectores agrícolas, a realidade económica demonstra porém que o Produto Agrícola se tem mantido praticamente estagnado, precisamente desde há duas décadas. Ou seja, parte da agricultura modernizou-se e ganhou competitividade, mas outra parte vem mantendo níveis de produtividade muito baixos, conferindo uma média global baixa, sem evolução, naturalmente resultante dos sectores que entretanto regrediram, mas também daqueles que, embora tendo sido objecto de modernização, não se organizaram adequadamente de forma a enfrentar o embate competitivo dos mercados globais. O desafio com que está confrontada a agricultura portuguesa é de uma enorme dimensão. Por um lado, a conjuntura dos mercados e a competição com produtos provenientes dos quatro cantos do Mundo, com um perfil de relação qualidade-preço vantajosa, produzidos em países com muito melhor organização, ou então em países com custos de produção muito mais baixos. Por outro, os factores endógenos do nosso país. Falta de organização, métodos de trabalho caros e pouco produtivos, desadaptação às novas formas de comercialização, micropropriedade, baixo nível académico dos agricultores, deficiente formação técnico-profissional. Estudos recentes independentes produzidos por uma consultadoria internacional indicam que apenas 20% da nossa agricultura é competitiva, sendo essa mesma referenciada como a única capaz se nada for feito entretanto aos restantes 80%, de sobreviver na competitividade global. O que surpreende muitos observadores e analistas é o facto do valor acrescentado bruto da agricultura portuguesa não crescer desde há tanto tempo, apesar dos vultuosos investimentos registados. Algo tem de ser feito que rompa com a situação actual. Não podemos de uma penada alterar a dimensão das explorações e as competências académicas e técnicas dos nossos agricultores, mas podemos contribuir decididamente para que os investimentos provenientes dos fundos estruturais do Programa de Desenvolvimento Rural, ou seja, o novo quadro comunitário de apoio agrícola para os próximos sete anos sejam bem aplicados em projectos realmente reprodutíveis em criação de valor. Este programa assenta numa visão estratégica para a agricultura portuguesa, e nele poderemos definir como grandes apostas dominantes: as fileiras estratégicas, como o vinho, o azeite, as hortofrutículas e a floresta. O apoio a estas fileiras terá prioridade. Porquê? Porque o país tem boas condições edafoclimáticas para estas culturas, porque há um saber-fazer já bem consolidado e porque nestes sectores, com melhor organização e investimentos, mais imateriais do que materiais, poderemos atingir patamares de competitividade excelentes. O conceito de fileira. Um tipo de organização capaz de promover as melhores sinergias, desde a produção agrícola, transformação do produto, até ao consumidor final. Este processo de produção, transformação e comercialização, em lógica de fileira, reduz custos de contexto, custos de produção e torna o produto final mais competitivo. A comercialização agregada. É impensável continuarmos a ter nalgumas destas fileiras agentes económicos relevantes, como as cooperativas, por exemplo, a trabalhar individualmente. Com a concentração da oferta, não só se comercializa por melhores preços e se tem mais garantias de colocação dos produtos, como se defende o próprio sector, dado que, muitas vezes, o que desencadeia baixos preços e perdas de rendimento a todos os agentes é um negócio de ruína feito entre um mega-agente comprador e um vendedor pequeno ou médio, fragilizado por falta de liquidez. Lógica de fileira, modernização de processos, concentração da oferta para fazer negócio com os megacomerciantes europeus. Não podemos perder mais tempo. O que adianta andar a repetir ideias sobre modelos de trabalho e organização já passados? O que adianta tentar recuperar métodos e práticas que já não voltam, por muito agrado que sintamos por elas? O nosso lugar é no futuro. E ele não espera por nós. Só uma nova visão, decorrente do PDR e dos novos conceitos de economia, adaptados às nossas especificidades regionais, nos pode ajudar a desenvolver uma agricultura criadora de valor. Fonte: Jorge Almeida – Notícias de Vila Real, 2007-10-09