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PROTOCOLO DE CONDUTAS
   EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS




            Antonio Souto
         acasouto@bol.com.br
          Médico coordenador
Unidade de Medicina Intensiva Pediátrica
 Unidade de Medicina Intensiva Neonatal
         Hospital Padre Albino

     Professor de Pediatria nível II
  Faculdades Integradas Padre Albino
            Catanduva / SP




                 2011
Protocolos de Pediatria:
Parada cardiorrespiratória (PCR)

Avaliando o “A B C” na criança

Choque

Arritmias na criança (PALS)

Disfunção respiratória

Hipóxia na criança

Intubação traqueal da criança 1

Intubação traqueal da criança 2

Oxigenioterapia na criança

Asma / Broncoespasmo (BCE) na criança

Laringite

Reação alérgica / Anafilaxia

Diarréia/ Desidratação

Suporte hidroeletrolítico na criança

Cetoacidose diabética

Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças 1

Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças 2

Estado de Mal Convulsivo na criança

Intoxicação na criança

Hipertensão arterial na criança

A criança com febre sem foco
Parada cardiorrespiratória (PCR)
Emissão: abril/2008           validade: 1 ano            revisão:

Descrição do procedimento:

Diagnosticar parada cardiorrespiratória (PCR) de acordo com o exame clínico (ABC) e o traçado
eletrocardiográfico

Parada em assistolia ou atividade elétrica sem pulso

ABCD primário
       A: abrir e estabilizar vias aéreas
       B: Ventilação por AMBU
       C: compressões torácicas
       •   Paciente ped ( 2 reanimadores) 15:2
       •   Paciente neonatal ( 2 reanimadores) 3:1
       •   Paciente entubado = massagem contínua sem interrupção


Drogas Assistolia / Atividade elétrica sem pulso:

       Ped Adrenalina 1:10000 - 0,1 ml/Kg (0,01 mg/Kg) de 3/3 min
       Neo Adrenalina 1:10000 - 0,1 a 0,3 ml/Kg (0,01 a 0,03 mg/Kg) de 3/3 min
       Endo traq Adrenalina 1:1000 - 0,1 ml/Kg (0,1 mg/Kg)


Se fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso

       ABCD primário
       Desfibrilar 2 J/kg e 4 J/Kg á partir do 2º procedimento
       Considerar antiarrítmicos: amiodarona, lidocaína, magnésio
       Corrigir causas reversíveis: hipóxia, hipovolemia, hipotermia, metabólico/eletrolítico
       pneumotórax, tamponamento cardíaco, intoxicação

Obs. Segue abaixo organograma do atendimento




Autor: Dr. Antonio Souto              Revisor:
Parada Cardiorespiratória Pediátrica



                                  Suporte de vida avançado

                           Compressão ventilação ped 15:2/ neo 3:1

                   Paciente entubado = massagem contínua, sem interrupção



                                    Monitor ECG / Ritmo



  Arritmia c/ BD                                                      S/ Pulso - Assistolia

       FV/ TSV                                                       Manobras de reanimação




Desfibrilaçao /                                                     Adrenalina (1:10000)

Cardioversão                                                             0,1 ml/Kg

   2 J/Kg




 Comp/ventil                                                            Comp/ventil

    2 min                                                                 3 min




Desfibrilaçao /                                                       Adrenalina (1:10000)

Cardioversão                                                             0,1 ml/Kg

   4 J/Kg
Avaliando o “A B C” na criança
Emissão: abril/2008            validade:1 ano        revisão:

Descrição do Procedimento:

•       Todo o paciente em condição considerada de risco deve ser submetido a uma avaliação organizada
de suas funções vitais (ABC)
•       A avaliação inicial é direcionada a achados clínicos (inspeção, palpação e ausculta) devendo ser
feita imediatamente após a solicitação de avaliação ou entrada da criança nas unidades
•       Durante avaliação inicial uma breve história deve ser coletada do acompanhante ou solicitante da
avaliação



Procedimento (ver imagens ilustrativas a seguir)

A-      Via aérea: Definir a estabilidade e permeabilidade da via aérea, retificar e desobstruir VA se
necessário
B-      Respiração: Definir o padrão respiratório, se este é efetivo, se necessita de suporte
        Oferecer O2 inalatório na forma mais adequada ao caso até a definição

Sinais de falência respiratória:
•    FR :Diminuída /apnéia/ gaspingInspeção
•    Esforço Respiratório -gemência
•    Coloração da pele: cianose central / marmórea
•    Expansibilidade: Diminuída /assimétrica
•    Ausculta: MV diminuído globalmente



(Ventilar inicialmente com ambu, se necessário)

C-      Circulação: Definir a situação hemodinâmica
        (Frequência cardíaca, ritmo, perfusão periférica, PA)
O reconhecimento da criança com disfunção cardiocirculatória
Freqüência cardíaca
Recém-nascido         < 80bpm ou > 200bpm
0 –1 ano              < 80bpm ou > 180bpm
1 –8 anos             < 80bpm ou > 180bpm
> 8 anos              < 60bpm ou > 160bpm


Se não localizar pulso (braquial, carotídeo) após 10 s iniciar manobras de reanimação

D-     Neurológico: Definir nível de consciência e sinais de neuropatia
       Glasgow adaptado para crianças que não verbalizam

•      Após avaliação definir o suporte necessário e a seqüência do atendimento.
•      Pacientes em situações de risco ou críticas devem permanecer sob vigilância constante até
definição do quadro (estabilização ou transferência para outra unidade)



Sinais de alerta ATENÇÃO, identificar:
angústia respiratória e/ou choque compensado




       Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Frequência respiratória normal

Rescém-nascido    40 -60
Lactente          25 -35
Pré-escolar       20 -24
Escolar           18 -24
Adolescente       16 -20


Frequência cardíaca normal

Rescém-nascido    120 -160
Lactente          100 -130
Pré-escolar       90 -120
Escolar           80 -100
Adolescente       60 -100

Pressão arterial normal

Idade             Sistólica      Diastólica
RN (96h)          60-90          20-60
Lactente          87-105         53-66
Crianças (2a)     95-105         53-66
Idade Escolar     97-112         57-71
Adl               112-128        66-80
Posicionamento de VAS




Pulsos centrais (Braquial/carotídeo)




Enchimento capilar
Choque
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Diagnostico do Choque (Clínico, exame físico):

Perfusão periférica:, extremidades frias, enchimento capilar > 2 seg, pulsos periféricos finos, palidez
cutânea / livedo, taquipnéia, rebaixamento do nível de consciência, taquicardia


A Pressão arterial (PA) pode ser normal no choque compensado


     Diagnosticado o Choque iniciar reposição volêmica (Fluidos) imediatamente


               Soro Fisológico 0,9% 20 ml/kg IV em 5 minutos
               (60 ml/Kg em 15 minutos)
               Choque persistente após reposição fluídica:
               Choque refratário à fluidoterapia, seguir orientação abaixo

Não atrasar a reposição fluídica aguardando o diagnóstico: perdas de líquidos (diarréia, vômitos,
desidratação), disfunção cardíaca ( cardiopata, miocardite), mecanismos mistos (choque séptico),
vasodilatação (anafilaxia, neurogênico)


Observações importantes:

   1. O tratamento deve ser de início precoce e agressivo
   2. Monitorar clinicamente (perfusão periférica)
   3. Avaliar freqüentemente a resposta, estabelecer objetivos:
       avaliação clinica e laboratorial ( SvO2, Ph, BE, Lactato)

   4. Na criança é mais freqüente a disfunção cardíaca no choque séptico
   5. No choque refratário sempre questionar: diagnóstico (miocardite?), erro na avaliação
       hemodinâmica ( droga inadequada), disfunção adrenal
   6. “Desafiar” volume: sempre testar a aceitação de mais fluido
       (PVC, Taquicardia, SvO2)




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Diagnóstico clínico de Choque

                                         (perfusão periférica)




                                      Iniciar reposição fluídica

                                    S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg

                                Repetir a cada 5´ = 60 ml/kg/ 15 min



                                 Manutenção do quadro de Choque

                                  Choque refratário à fluidoterapia

                           Iniciar catecolaminas + cateter venoso central

                           Dopamina 5 a 10 mcg/Kg/min por veia central

                   Dobutamina 5 a 20 mcg/Kg/min por veia periférica ou central



                                 Manutenção do quadro de Choque

                             Choque refratário à dopamina/dobutamina

                       Avaliar estado hemodinâmico + cateter venoso central



Choque frio                Choque frio                  Choque quente           Disfunçãoadrenal ?

PA normal                    PA baixa                     PA baixa              (comum no neonato)




Inibidor da                 Epinefrina                     Noradrenalina            Hidrocortisona

fosfodiesterase          0,05 a 1 mcg/kg/min              0,05 a 1 mcg/kg/min         2 mg/Kg

Milrinona                > Dobutamina ?                   (+ Dobutamina ?)         + 2 mg/Kg/24 h

0,3 a 0,6 mcg/Kg/min
Arritmias na criança (PALS)
Emissão: maio/2008            validade: 1 ano                revisão: fevereiro/2008

Descrição do procedimento:

Na criança as arritmias são divididas em 3 grandes grupos baseadas na freqüência cardíaca(FC):
bradicardia, taquicardia e ausência de pulso

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

   • Os pacientes estáveis clinicamente devem receber oxigênio inalatório, serem monitorados
     continuamente, receber acesso venoso e serem avaliados pela cardiologia

   • Os pacientes instáveis (comprometimento hemodinâmico) devem ser atendidos imediatamente e
     agressivamente até controle da arritmia

Arritmia c/ instabilidade hemodinâmica
Checar pulso central

Na ausência de pulso iniciar manobras de reanimação (Ver parada cardiorespiratória)

Presença de pulso, com instabilidade hemodinâmica:
       A B (Via aérea + respiração + O2)
       Monitorar ECG e definir ritmo (Bradi/taquicardia – regular/irregular)
       Avaliar complexo QRS (estreito <0,08s / largo >0,08s)


   • Bradicardia

FC < 60 bpm

Frequentemente associada a hipoxemia ou estágios avançados de choque (hipóxia)

Instabilidade hemodinâmica

Iniciar atendimento com oxigenação e ventilação adequadas

Na bradicardia mantida apesar do suporte ventilatório, com instabilidade hemodinâmica, deve-se tratar
com suporte de vida avançado ( manobras de reanimação cardio-respiratório) e medicamentos

       Epinefrina (1:10.000) 0,1 ml/kg - 0.01 mg/kg EV repetir x 1em 5 min.

       Atropina 0,02 mg/ EV repetir x 1em 3 a 5 min.
       Dose mínima = 0,1 mg      Dose máxima na criança 0,5 mg (x 2 = 1 mg)


Considerar a necessidade de marcapasso

Idenitifcar e tratar causas possíveis: hipotermia, hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos, intoxicações
• Taquicardia (definir complexo QRS < > 0,08s)

   • Complexo QRS estreito < 0,08 s

Taquicardia supraventricular (TSV)
      Manobra vagal (massagem de seio carotídeo, manobra de Valsalva, reflexo do mergulho, máscara
      fria) pode ser tentada nos pacientes estáveis e não pode atrasar o tratamento nos pacientes
      instáveis

       Instabilidade hemodinâmica = cardioversão
       Cardioversão Elétrica sincronizada 2 - 4 J/kg
       Cardioversão Química
       Adenosina 0,1 mg/kg (max 6 mg) Repetir: 0,2 mg/kg (maxi 12 mg)
       Amiodarona 5 - 15 mg/kg (max: 300 mg), diluído em Glicose 5%


   • Complexo QRS largo > 0,08 s

Taquicardia supraventricular com condução aberrante ?
Taquicardia ventricular

       Instabilidade hemodinâmica = cardioversão
       Cardioversão Elétrica sincronizada 2 – 4 J/kg
       Cardioversão Química
       Amiodarona 5 mg/kg, diluído em Glicose 5%

  • Taquiarritmia sem pulso
Manobras de reanimação cardiopulmonar

Taquicardia ventricular sem pulso ( ver TSV)

Fibrilação ventricular
       Desfibrilação não sincronizada 4 J/kg

Dissociação eletromecânica
       Correção da doença de base: hipovolemia, hipóxia/hipoxemia, acidose metabólica,
hipo/hiperpotassemia, hipoglicemia, hipotermia, intoxicação, tamponamento cardíaco, barotrauma,
trombose, trauma




Autor: Antonio Souto         Revisor:
Disfunção respiratória
Emissão: abril/2008            validade: 1 ano                revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Definição: incapacidade do sistema respiratório em proporcionar parcialmente, ou totalmente, trocas gasosas (O2
e/ou CO2) de acordo com as demandas metabólicas

Classificação: Hipoxêmica, Hipercapnica, Mista

Quadro clinico: taquidispnéia, retrações intercostais, infra e supradiafragmática, batimento de asa de nariz,
ausculta relativa à doença de base

Sinais de gravidade: rebaixamento do nível de consciência, cianose, diminuição/ausência de MV, palidez com má
perfusão periférica, bradicardia

Conduta: avaliar quadro clinico com valorização dos sinais de gravidade e a doença de base, se esta é reversível
rapidamente (Asma) ou não (Pneumonia)

   •   Quadro clinico aceitável, apesar do desconforto, com manutenção das trocas gasosas adequadas =
       monitorar clinicamente e tratar a doença de base
   •   Quadro clinico importante, com hipoxemia em ar ambiente, porem sem sinais de fadiga, com
       trabalho respiratório adequado = Oxigenioterapia e tratamento da doença de base
   •   Quadro clinico importante, com hipoxemia em ar ambiente, porem com sinais importantes de
       comprometimento funcional respiratório:
   Doença rapidamente reversível (Asma) = Oxigenioterapia e tratamento da doença de base, monitorização

   Doença não reversível (Pneumonia extensa) ou sem melhora com o tratamento inicial = Oxigenioterapia,
   tratamento da doença de base, monitorização clinica e lab, gasometria arterial

   Sinais de fadiga (sinais de gravidade) e/ou hipoxemia e hipercapnia com acidose respiratória (Ph < 7,2) =
   indicar suporte ventilatório a ser iniciado rapidamente ( suporte não invasivo, BIPAP, CPAP ou invasivo)




Autor: Dr. Antonio Souto              Revisor:
Hipóxia na criança
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Definição: Transporte de oxigênio (TO2) inadequado aos tecidos, incapaz de suprir as demandas
metabólicas. O modelo matemático abaixo mostra as variáveis envolvidas no TO2

TO2 = DC x CaO2

   • DC = VS x FC

   • CaO2 = {(1,36 x Sat X Hb) + ( 0,003 x PaO2)}

Variáveis envolvidas no TO2: VS = volume sistólico (Miocardite); FC = freqüência cardíaca
(Taquiarritmias com baixo débito); Sat de Hb = saturação de hemoglobina (Pneumonia, SARA); Hb =
hemoglobina (hemorragia)

Relação entre variável e a hipóxia:

   • Choque

VS / FC: Hipóxia estagnate (Disfunção cardíaca)

Hb: Hipóxia anêmica

   • Insuficiência respiratória

Sat de Hb: Hipóxia hipoxêmica

Conduta terapêutica:

O tratamento de qualquer paciente com hipóxia deve ser feito em cima dos conceitos acima, ou seja,
tratar a variável comprometida e otimizar as variáveis não comprometidas pela doença de base

   • VS    /    FC     = adequar           pré-carga,   inotrópicos,    vasodilatadores,   antiarrítmicos,
     cardioversão/desfibrilação

   • Hb = transfusão de sangue

   •   Sat de Hb = suporte ventilatório

Em algumas situações clínicas o mecanismo de hipóxia é misto (Choque séptico) devendo-se então
intervir em vários fatores de forma organizada e monitorada




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Intubação traqueal da criança
Emissão: abril/2008         validade: 1 ano              revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Indicação:

   • Estabilização de VAS para suporte ventilatório (insuficiência respiratória)

   • Proteção das VAS (depressão neurológica)

   • Diminuir o trabalho respiratório (fadiga)

   • Anestesia / uso de relaxante muscular

   • Disfunção neurológica (TCE, mal convulsivo)

   • Instabilidade hemodinâmica grave (choque)

Intubação:
      Estabelecer acesso venoso e monitorização
      Pré-oxigenar ( O2 inalatório / Ambu- máscara) até estar pronto para entubar

      Drogas:

          • Lidocaina (TCE, Asma) 1,5 mg/Kg EV 3’antes da entubação

          • Atropina (prevenção de bradicardia) 0,02 mg/Kg 3’antes da entubação

          • Cetamina 1 a 2 mg/Kg EV (indicada em instabilidade hemodinâmica e Asma)

          • Midazolam 0,1 a 0,3 mg/Kg EV (criança normotensa)

          • Tiopenteal 3 a 5 mg/Kg EV

          • Succinilcolina (Quelicin) 1,5 a 2 mg/Kg EV

      Técnica:

          • Confira todo material necessário antes de iniciar o procedimento

          • COT maior e menor do que a COT provável (ex.: 3,5; 4; 4,5)

          • Profissional na cabeceira da criança

          • Posicionar a criança para retificar VAS (Não hiperextender o pescoço)

          • Sempre entrar pelo lado direito da boca progredindo em direção à epiglote

          • O controle da língua (rebater para esquerda) é muito importante

          • Em RN e lactentes pinçar a epiglote
• Em pré-escolares pinçar a epiglote ou locar na valécula

          • Visualizar corda vocais

          • Progredir a COT entre as cordas vocais

          • Monitore e evite hipoxemia
      Confirmação da intubação:

          • Ausculta pulmonar e epigástrica

          • Expansibilidade torácica

          • Raio X tórax (Sempre)

          • Capnógrafo (ETCO2)

      Hipoxemia aguda após entubação (D.O.P.E.):

          • Deslocamento da COT (extubação ou entubação seletiva)

          • Obstrução da COT (Rolha de secreção)

          • Barotrauma (Pneumotórax)

          • Equipamento com falha (Ventilador mecânico)


Observações importantes
   1. Inicie a avaliação com o “ABC”, se o A e o B estiverem adequados, provavelmente,não é
      necessário entubar com urgência
   2. A entubação deve ser feita na presença do profissional mais experiente da equipe
   3. A entubação deve ser realizada com calma lembrando-se das referências anatômicas
   4. Pode-se utilizar COT c/ cuff em qualquer idade, manter pressão do balão < 20 cmH2O
   5. Se existe o risco de vômito ou para facilitar a visualização das cordas vocais comprima a região
      cricóide (Manobra de Sellick)
   6. Deve-se evitar a hipoxemia durante a entubação
   7. Sempre evitar a hiperventilação após a entubação (PaCO2 = 35 a 45 mmHg)
   8. Qualquer paciente pode ser ventilado adequadamente com ambu/máscara durante o procedimento
   9. A maioria das crianças entubadas devido a TCE não necessitam de entubação




Autor: Dr. Antonio Souto            Revisor:
Anexos:




Idade        kg          COT          Fixação

Neonato      3,5         3,5          9

3 meses      6           3,5          10

1 ano        10          4,0          11

2 anos       12          4,5          1



     Criança > 2 anos:

COT:               (Idade /4) + 4

Fixação:           COT x 3      (Idade/2) + 12
Posicionamento da criança




Lâmina reta/ RN e lactentes   Lâmina curva / pré-escolar
Intubação traqueal da criança 2
Emissão: maio/2008          validade: 1 ano              revisão:

Descrição do procedimento:

Técnica de intubação orotraqueal

Visualização em 3 eixos separados :




Boca - Faringe/esôfago - Traquéia

Posicionamento

Retificação da VA

Não hiperextender




Observação direta da traquéia

3 passos

1o passo

Posicionamento da cabeça e pescoço rotação leve da cabeça para trás.

2o passo

Posicionamento da mandíbula

Projetar a mandíbula anteriormente

3o passo

Visualização da glote

Lâmina do laringoscópio penetrando pelo lado direito da boca. Lâmina curva (valécula), lâmina reta
levanta epiglote.

Rechaçar a língua para a esquerda e para cima no campo do operador.

Tracionamento ântero-superior do laringoscópio
Erro freqüente

Inserção da lâmina na linha sagital cefálica da língua, como um depressor de língua, proporcionando uma
falência na visualização da glote.

Pressão cricóide : utilizada em emergência, particularmente sob anestesia. Melhora a visualização e o
posicionamento da glote.

Tubo traqueal

O tubo deve ser seguro do plano sagital para o direito com a ponta fazendo uma angulação em direção a
linha média com a aproximação da glote.

Erro comum

segurar o tubo no plano sagital com o lado côncavo do tubo para cima (obscurece a visualização em
função do corpo do tubo permanecer entre o operador e a glote).

Escolha do tubo traqueal e fixação no lábio superior




.
Seqüência

                       Oxigenação com ambu com O2 100% + monitorar FC



                                 Tentar por 30 seg. + Verificação da FC



                   Não foi possível ou queda da FC (80 lactente ou 60 em criança)



           Interromper a intubação + ventilar com ambu e O2 100% antes de nova tentativa




Três procedimentos após a intubação:

verificação da posição do tubo (sempre realizar Raio X)

      •   Visualização do tórax

      •   Ausculta do tórax

      •   Ausculta epigástrica
Boa intubação

   • movimento simétrico do tórax

   • ausculta simétrica do murmúrio vesicular

   • ausência de murmúrio a nível de estômago

   • condensação de gás no tubo durante expiração

   • observação direta do tubo passando pelas cordas vocais do paciente

   • uma elevação da saturação de O2 em 30 segundos

Erro universal dos inexperientes

Após correta passagem do tubo pelas cordas vocais, em situação de emergência, uma introdução
excessiva acontece – intubação seletiva brônquica ( geralmente é o brônquio fonte direito).

Fixação do tubo

   • Geralmente duas pessoas estão envolvidas no procedimento.

   • Enquanto uma segura o tubo em sua posição correta (operador gera uma fixação do tubo contra o
     palato duro, com o indicador, da criança, fazendo com que a boca permaneça aberta; o polegar
     fixa o tubo na posição labial, enquanto os outros dedos recaem sobre a mandíbula) e ventila a
     criança, o outro providencia a fixação.

   • Os passos abaixo devem ser seguidos, sempre lembrando que a ausculta pulmonar e de região
     epigástrica deve ser contínua para verificação do bom posicionamento do tubo (evita fixação em
     esôfago ou seletividade).




Autor: Dr. Antonio Souto           Revisor:
Oxigenioterapia na criança
Emissão: abril/2008           validade: 1 ano                revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Indicação: crianças com hipoxemia (Sat arterial < 92% em ar abiente), crianças com doença de base que
leve à hipóxia (choque)

Vias de oferta do oxigênio:

   • Inalatório através de cateter nasal (Crianças acima de 6 anos)

   • Inalatório através de máscara (Crianças acima de 6 anos)

   • Inalatório através de tenda (Crianças de qualquer idade)

   • Inalatório através de halo (Neonatos)

   • Ventilação não invasiva com BIPAP (Crianças acima de 6 anos)

   • Ventilação não invasiva com CPAP nasal (neonatos e lactentes < 5 Kg)

   • Ventilação invasiva (Crianças de todas as idades)

Monitorização:

   • Oximetria de pulso

   • Gasometria arterial

   • Saturação venosa central de O2 (Cateter venoso central) no choque

Objetivo:

   • Saturação arterial entre 88 e 92%

   • Saturação venosa central > 70%



O oxigênio, como qualquer droga, usado de forma terapêutica, deve ser prescrito com critério,
determinado-se a via, a dose (FiO2), o tempo necessário e deve ser monitorado devido aos efeitos
colaterais associados ao seu uso indiscriminado




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Asma / Broncoespasmo (BCE) na criança
Emissão: abril/2008           validade: 1 ano                revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Diagnosticar o BCE de acordo com o exame clínico: dispnéia, sibilos expiratórios com expiração
prolongada

Estabelecer a Gravidade: Escore de Wood-Downes

Tratamento:

   • B2 agonista inalatório:
   repetir 3 vezes c/ intervalo de 20 minutos se BCE mantido
   Fenoterol 0,1 mg/Kg = 1 a 2 gota/3 Kg (Máx 10 gotas)
   Brometo de Ipratrópio 6 a 12µg/kg
   • Corticosteróide (CE): se BCE mantido após B2 inalatório
   Hidrocortisona 10 mg/Kg IV + manter CE
   • Aminofilina 5 mg/kg/dose + 4 mg/Kg/dose se BCE mantido após CE
   • Outras opções terapêuticas (UTI ped): B2 agonista inalatório           contínuo, B2 agonista IV
       contínuo, Cetamina

OBS: Em uso de de drogas broncodilatadoras, corticóide, aminofilina e/ou β2 EV

Saturação O2 < 90%; PaCO2 > 55 mmHg ou aumentar 5-10 mmHg/h; Acidose - pH < 7,2;
Pulso paradoxal > 30 mm Hg; dispnéia com sinais de fadiga respiratória e rebaixamento do nível de
consciência = Indicar VPM / transferir p/ UTI


Pontos-chaves

•Avaliar e reavaliar adequadamente a crise (definir gravidade)

•Não prescrever antibióticos rotineiramente

•Manter a ordem de introdução e dosagem protocolar das medicações

•Aguardar efeito das medicações

•Avaliar a alta criteriosamente



Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Diagnóstico diferencial:




Definindo a gravidade

Fatores de risco para mortalidade:

   1. História de grave exacerbação súbita

   2. Necessidade anterior de intubação e VPM em UTI

   3. Duas ou mais internações devidas a Asma no último ano

   4. Três ou mais consultas na emergência no último ano

   5. Consulta na emergência ou internação no último mês

   6. Uso de corticóide recentemente

   7. Outras doenças de base (cardiovascular, doença pulmonar crônica)

   8. Distúrbios pscicológico
Laringite
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Exame físico: ESTRIDOR inspiratório, febre baixa (história de IVAS)

Sinais de gravidade: Rebaixamento do nível de consciência, cianose, má perfusão periférica, sinais de
fadiga respiratória (MV diminuído, retrações, batimento de asa de nariz)

Tratamento:

   •   Oxigênio inalatório se Sat em ar ambiente < 90%
   •   Dexametasona 0,6 mg/Kg EV/IM dose única


Terapia inalatória:

Epinefrina (1:1000) 3 ml + S F 0,9% 3 ml
Epinefrina racêmica 2,25% inalatória
<2a     0,25 ml + S F 0,9% 3 ml

>2a     0,5 ml + SF 0,9% 3 ml

Diagnóstico diferencial: Aspiração de corpo estranho, Epiglotite, Broncoespasmo (Sibilo)

Pontos importantes:

Toda criança com risco de obstrução de VAS

       deve ser avaliado pelo docente
       não deve ser submetida à laringoscopia
       deve ser monitorada por 2 h após melhora do quadro


A criança com má evolução, que necessite de entubação (EOT), 1% dos casos, deve ser atendida
pelo profissional mais experiente da equipe e pode ser ventilada adequadamente com ambu na
maioria dos casos, enquanto aguarda o procedimento.

O procedimento deve ser realizado com a presença de um cirurgião e material para traqueostomia
pronto para ser usado no caso de impossibilidade de EOT




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Reação alérgica / Anafilaxia
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Reações alérgicas mais comuns: Urticária e angioedema

Reações alérgicas mais graves: Obstrução de VAS, Broncoespasmo,e Anafilaxia (choque)

Diagnóstico: História de contato com desencadeantes (substâncias químicas, alimentos, picadas de
inseto, etc)

Exame físico: Sinais de obstrução de VAS e/ou broncoespasmo (Estridor, dispnéia, sibilos), instabilidade
hemodinâmica (perfusão periférica), sinais cutâneos (rash, prurido)

Reação aguda

Urticária/angioedema e outras reações leves ou moderadas
       Epinefrina (1:1000) 0,01 ml/kg (Máx =0,3 ml) IM, repetir a cada 15’

       Difenidramina 1 a 2 mg/kg IM/VO 6/6 h

       Cloridrato de hidroxizina 2 a 4 mg/Kg/dia VO 6/6 h ou 0,5 a 1 mg/Kg/ dose IM

Anafilaxia / Obstrução de VAS/ Choque
Iniciar atendimento imediato e solicitar transferência p/ UTI
   • Acesso venoso
   • Epinefrina (1:1000) 0,01 ml/kg (Máx =0,3 ml) IV + 0,1 a 1,5 mcg/Kg/min IV cont

   • Metilpredinisolona 2 mg/Kg IV + 1 mg/Kg/dose 6/6 h

   • Suporte respiratório = Oxigênio, broncodilatadores, entubação/VPM

   • Suporte hemodinâmico (Choque)

       S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg a cada 5’(60 ml/kg em 15’)
       drogas inotrópicas e vasoativas

   • Monitorização contínua




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Diarréia/ Desidratação
Emissão: abril/2008           validade: 1 ano                revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Definir grau de desidratação e estabilidade hemodinâmica (perfusão periférica), reavaliar após
intervenção

Diarréia aguda = autolimitada (Não é necessário antibioticoterapia)

Rehidratação:

   • Desidratção leve a moderada = rehidratação oral

   • Sem desidratação = Tratamento domiciliar

A cada evacuação líquida

        < 2 anos 50 a 100 ml de líquido

        > 2 anos 100 a 200 ml de líquido

   • Desidratada = rehidratação oral em 4 h

Soro rehidratante oral

< 6Kg                       6 a 9 Kg              10 a 11 kg            12 a 19 Kg

200 a 400 ml               400 a 700 ml           700 a 900 ml          900 a 1400 ml

Vômitos = parar por 10’e reiniciar de forma mais lenta (5 ml/5’)

   • Desidratação grave sem instabilidade hemodinâmica

Reposição parenteral

S Fisiológico 0,9% 100 ml/Kg EV

               < 1 ano            1 a 12 anos

30 ml/kg     em 1 hora          em 30 minutos

70 ml/kg     em 5 hora          em 2,5 horas

   • Com instabilidade hemodinâmica (Choque hipovolêmico/Séptico)

Soro Fisológico 0,9% 20 ml/kg IV em 5 minutos (60 ml/Kg em 15 minutos)
( Ir para o protocolo de Choque)

Autor: Dr. Antonio Souto               Revisor:
Suporte hidroeletrolítico na criança
Emissão: abril/2008            validade: 1 ano               revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Toda criança atendida e considerada em situação de risco deve ser avaliada do ponto de vista
hidroeletrolítico (HE)

A avaliação deve estabelecer: Perdas a serem repostas, manutenção (necessidades basais) e as perdas
que podem ocorrer em função da doença de base

Necessidades basais(volume, glicose, osmolaridade, eletrólitos, via):

Crianças em jejum devem receber suporte HE pleno

Volume
     < 10 Kg = 100 ml/Kg/dia

       10 a 20 Kg= 1000 ml + 50 ml/Kg/dia

       20 Kg = 1500 ml + 20 ml/Kg/dia



Glicose: 3 a 4 g/100 ml/dia
Sódio: 3 a 5 mEq/100 ml/dia
Potássio: 2 mEq/100 ml/dia


Crianças recebendo soro apenas para manutenção de acesso venoso com exceção de neonatos:

S Fisiológico 0,9% ou S Glicosado 5% 100 ml, 4 ml/h EV

Para neonato recebendo dieta:

S Glicosado 5% 50 ml, 2ml/h EV



Toda criança com doença/distúrbio de base com risco de instabilidade
hidroeletrolítica deve ser submetida a dosagem sérica de eletrólitos (Na, K, Ca, Mg)




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Cetoacidose diabética
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Diagnóstico:

   •   Hiperglicemia (glicose > 300 mg/dl)

   •   Evidencia de significante cetose (acetoacetato na urina, beta-hidroxibutirato no sangue)

   •   Acidose (pH < 7.30 e/ou HCO3 < 15), pacientes graves pH < 7.1

   •   Poliúria apesar da desidratação, polidpsia, taquipnéia c/ ausculta normal, vômitos, dor
       abdominal e hálito cetônico

Fatores de risco: atraso no diagnóstico, edema cerebral, hipocalemia/hipercalemia, hipoglicemia,
hipovolemia

Laboratório: hemograma, eletrólitos (Na, K, Ca, Mg, P, Cl), glicemia, gasometria arterial, uréia,
creatinina, urina (glicosúria/cetonúria)

Sempre questionar a presença de infecção
Perfil clínico: desidratação hipertônica (10% a 15% de perdas), acidose metabólica (anion-gap
aumentado com lactato normal), hiperglicemia

Anion-gap = (Na + K) – (Cl + HCO3)

Osmolaridade sérica = 2[Na+K]+ (glucose/18) + BUN/2.8

Tratamento

Rehidratação (reavaliar freqüentemente)

   • S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg até estabilização hemodinâmica

   • Repor as perdas com S Fisiológico 0,9% em 24 a 48 h (desidratação hipertônica)

   • Reduzir a osmolaridade sérica < 2 mOsm/l/h

   • Introduzir glicose quando a glicemia atingir entre 250 e 300 mg/dl

Insulinoterapia

   • Insulina regular EV 0,05 a 0,1 U/Kg/h

   • Reduzir glicemia < 100 mg/dL/h

Monitorar glicemia de h/h, cuidado com a hipoglicemia
Potássio

Monitorar o Potássio, inicialmente alto tende a cair rapidamente
   • Introduzir K 20 mEq/l no soro quando o K sérico < 5 e diurese presente

Acidose metabólica

   • pH > 7,1 seguir a orientação acima e reavaliar após 1 hora

   • pH < 7,1 seguir a orientação acima e reavaliar após 1 hora, se persistir < 7,1 fazer reposição de
     Bicarbonato de sódio 1 mEq/Kg (NaHCO3 0,84% 10 ml/Kg em 1 hora)



Objetivo do tratamento: rehidratação, controle da glicemia (200 mg/dl), reversão dos distúrbios
metabólicos (acidose e potássio) e prevenção ou controle das complicações (edema cerebral)

Seguimento:

Avaliação e seguimento pela endocrinologia

Pacientes com distúrbios metabólicos importantes (pH < 7.1, hiper/hipopotassemia, instabilidade
hemodinâmica, rebaixamento do nível de consciência) devem ser mantidos sob vigilância, e caso
mantenham o quadro, apesar da reposição fluídica inicial, solicitar encaminhamento à UTI




Autor: Dr. Antonio Souto           Revisor:
Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano              revisão:

Descrição do procedimento:

Gravidade: é baseada na escala de coma de Glasgow (ECG), pode ser leve (ECG 14 e 15), moderada
(ECG 9 a 13) ou grave (ECG 3 a 8)

A prevenção e a correção dos fatores causadores de lesão cerebral (hipoxemia, hipercapnia ou
hipocapnia, hipotensão arterial, hipertensão intracraniana, crises convulsivas, hipertermia e
distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos) secundária são as medidas mais eficazes no tratamento
da criança com TCE

O atendimento inicial compõe-se de ABCD

Suporte ventilatório

   •   A criança que apresenta via aérea pérvia e padrão respiratório adequado, com saturação adequada,
       mesmo que com oxigênio inalatório, não necessita ser entubada de forma agressiva.
   •   ECG menor ou igual a oito deve-se assegurar via aérea definitiva, a fim de se evitar a hipóxia, a
       hipercarbia e a aspiração.
   •   Para indicação do procedimento a criança deve ser avaliada pelo profissional mais experiente da
       equipe.


A seqüência rápida de intubação é recomendada para evitar aumento da pressão intracraniana

NÃO HIPERVENTILAR SEM INDICAÇÃO ESPECÍFICA (abaixo)

Suporte Hidroeletrolítico:

Soro de manutenção: S Fisiológico 0,9% 100 ml/kg/24 h c/ controle rigoroso da glicemia
(normoglicemia) e sódo sérico (150)

   •   A hipotensão deve ser identificada e corrigida imediatamente e agressivamente
   •   A hipertermia deve ser evitada e corrigida agressivamente (se a criança estiver hipotérmica não
       aqueça )
   •   Tratar agressivamente hipo e hiperglicemia
   •   Manter Na sérico 150 mEq/l, tratar hiponatremia agressivamente


Profilaxia de crises convulsivas: está indicado o uso de fenitoína durante sete dias em traumas graves.

Hipertensão intracraniana (algoritmo abaixo)

   •   Manitol 0,5 a 1 g/kg, em bolus
   •   Solução salina hipertônica a 3% em infusão contínua a 0,1 a 1 mL/kg/hora
   •   A tomografia computadorizada de crânio e encéfalo deverá ser realizada o mais rapidamente
       possível.
É apropriada a monitorização da PIC em TCE grave com ECG ≤ 8

Tratamento da hipertensão intracraniana deve ser iniciado quando a PIC for maior ou igual a 20 mmHg

Pressão de perfusão encefálica deve ser mantida em valores acima de 40 mmHg em crianças com TCE
grave. Provavelmente uma PPE entre 40 e 65 mmHg, dependendo da idade, pode representar o melhor
tratamento

Hiperventilação:

Hiperventilação profilática (PaCO2 menor que 35 mmHg) deve ser evitada.

Hiperventilação moderada (PaCO2 de 30 a 35 mmHg) pode ser utilizada para controle da HIC que não
respondeu ao uso de sedação, analgesia, bloqueio neuromuscular, drenagem liqüórica e terapia
hiperosmolar.

Hiperventilação agressiva (PaCO2 menor que 30 mmHg) somente deve ser utilizada, como tratamento
de segunda linha, nos casos de HIC refratária ou por curtos períodos de tempo, nos casos de herniação
cerebral ou piora neurológica aguda



Coma barbitúrico: sua utilização pode ser considerada nos pacientes hemodinamicamente estáveis com
HIC refratária.

Tiopental, em dose de ataque 10 mg/kg e em dose de manutenção 1 a 5 mg/kg/hora

Craniectomia descompressiva: pode ser realizada em crianças com TCE grave e HIC refratária, que
preencham alguns ou todos os critérios a seguir:

1. Tomografia com edema e ingurgitamento cerebral difusos;

2. Primeiras 48 horas de trauma;

3. Ausência de episódios de PIC maior que 40 mmHg, por período prolongado;

4. Pontuação maior que três na ECG, em alguma avaliação durante a internação;

5. Piora clínica secundária;

6. Síndrome de herniação cerebral.




Autor: Dr Antonio Souto              revisor:
Abordagem inicial do TCE
Opção: pode-se usar solução salina a 3% para pacientes hemodinamicamente instáveis
1



ECG – Escala de coma de Glasgow FR – Freqüência respiratória

HIC – Hipertensão Intracraniana PAS – Pressão arterial sistólica

PCR – Parada cardiorrespiratória PIC – Pressão Intracraniana

TC - Tomografi a Computadorizada


Tratamento da hipertensão intracraniana
Estado de Mal Convulsivo na criança
Emissão: abril/2008          validade: 1 ano                 revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Diagnóstico: História clínica; exame físico geral e neurológico; triagem bioquímica, hematológico,
toxicológico e para infecção (incluindo exame e cultura líquor); eletroencefalograma; exame de neuro
imagem

Tratamento farmacológico:

   • Diazepam 0,3 a 0,5 mg/Kg IV repetir até 3 vezes a cada 5 minutos se as crises não cederem
   • Fenitoína 20 mg/kg IV lento se as crises não cederem
   • Fenobarbital 20 mg/kg IV + 10 mg/Kg se as crises não cederem
   • Midazolam 0,1 a 0,3 mg/Kg IV se as crises não cederem
   • Tiopental 2 a 5 mg/Kg IV se as crises não cederem
Obs: Manter material para suporte respiratório avançado pelo risco de depressão

Manutenção: Manter todas as drogas necessárias para o controle da crise

   •   Fenobarbital sódico 5 mg/Kg/dia IV 12/12 h
   •   Fenitoína 5 mg/Kg/dia IV 12/12 h


Sempre afastar uma causa primária para a crise: investigar infecção, distúrbio metabólico,
intoxicações, etc.

Crise convulsiva c/ febre = questionar meningite/encefalite

O diagnóstico de crise convulsiva febril é feito após afastar-se todas as outras causas
possíveis
Discutir o caso com o neurologista de plantão




Autor: Dr. Antonio Souto             Revisor:
Sequência terapêutica:

                                        Crise convulsiva



                                       Diazepam EV/VR



                              Repetir diazepam até 3 doses iguais

                                    se a crise persistir (15’)



                                         Hidantal (20’)



                                   Fenobarbital sódico (40’)

             Risco de depressão respiratória          Transferir p/ UTI

                                      Midazolam (1 hora)



                                     Tiopental (1:10) hora
Intoxicação na criança
Emissão: Junho/2007          validade: 1 ano              revisão: fevereiro/2008

Descrição do procedimento:

Principais grupos de agentes envolvidos: os medicamentos e os produtos de uso domiciliar

Quanto à letalidade, pesticidas agrícolas (organofosforados), medicamentos e raticidas de uso não
autorizado (aldicarb, chumbinho) são os principais agentes envolvidos

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) tratamento com antagonistas (algumas vezes
empírico baseado em sinais clínicos) e descontaminação (diminuição da exposição ao tóxico)

Na abordagem inicial tentar estabelecer: produto envolvido, a via de exposição, a dose estimada,
exposição foi acidental ou intencional, há quanto tempo ocorreu a exposição, o que foi feito

Freqüentemente a substância tóxica envolvida não é identificada à admissão do
paciente
Tentar definir uma das síndromes tóxicas ou toxídromes (ver abaixo)

Não deve ser esquecido que todo paciente admitido por exposição tóxica intencional deverá, após
controle do quadro, ser encaminhado para avaliação psiquiátrica

Descontaminação gastrintestinal
Inúmeras vezes, esses procedimentos são desnecessários e aplicados de forma iatrogênica

1. Lavagem gástrica

A lavagem gástrica deve ser considerada somente se o paciente ingeriu uma dose potencialmente
letal e o procedimento for realizado até 60 minutos da ingestão

Somente deve ser utilizada com as vias aéreas intactas

Se depressão neurológica ou respiratória, as vias aéreas devem ser protegidas (intubação) antes do início
do procedimento

Está contraindicada nos pacientes que ingeriram substâncias cáusticas ou hidrocarbonetos

As doses indicadas

   •   10 ml/kg de solução salina a 0,9%, aquecida a 38º C

   •   Em adolescentes, podem ser usados 200-300 ml por instilação,tanto de solução salina a 0,9%
       quanto de água

   •   O volume de retorno deve ser o mesmo do instilado

   •   A lavagem deve ser continuada até se obter um retorno claro do volume instilado
2. Carvão ativado em dose única

É mais eficaz quando administrado dentro de 1 hora da ingestão

A administração de carvão ativado em dose única pode ser considerada quando da ingestão de doses
potencialmente tóxicas, intoxicações graves, e de substâncias comprovadamente adsorvidas pelo carvão
ativado

Somente deve ser utilizado com as vias aéreas intactas

Na depressão neurológica ou respiratória, as vias aéreas devem ser protegidas (intubação) antes da
administração do carvão ativado

O carvão ativado é ineficaz nas exposições a álcoois, sais de ferro e lítio e contra-indicado nas exposições
a hidrocarbonetos, óleos essenciais, hipoclorito de sódio e cáusticos

As doses tradicionalmente recomendadas, de acordo com a idade, são:

   •   < 1 ano, 1 g/kg

   •   1-12 anos, 25-50 g

   •   adolescentes e adultos, 25-100 g

   •   Recomenda-se a diluição em água na concentração de 10-20%

   •   Em crianças freqüentemente é indicada a administração por instilação através de uma sonda
       nasogástrica

Doses múltiplas de carvão ativado deve ser considerado nas ingestões de altas doses de dapsona,
carbamazepina, fenobarbital, teofilina ou quinina, que podem implicar em risco de vida

Estudos sugerem que doses múltiplas de carvão ativado podem aumentar a eliminação de amitriptilina,
dextropropoxifeno, fenitoína, digoxina, digitoxina, piroxicam, nadolol, sotalol e fenilbutazona

As doses recomendadas:

   •   0,25-1 g/kg/dose

   •   25-50 g para adolescentes e adultos

   •   intervalos de administração em geral, a cada 2-4 horas

   •   instilação através de tubagem nasogástrica



3. Catárticos

Os principais catárticos empregados são os salinos (citrato ou sulfato de magnésio) e os à base de sorbitol

Não há evidências que os catárticos diminuam a biodisponibilidade dos agentes tóxicos ou melhorem a
evolução de pacientes intoxicados, sendo que o seu uso não é endossado
Deve-se restringir a uma única dose

As doses isoladas para crianças que têm sido utilizadas são:

   •   250 mg/kg de sulfato de magnésio (máximo de 30 g)

   •   4,3 ml/kg de sorbitol a 35% (ou 0,5-2 g/kg, no máximo de 50 g)

   •   4 ml/kg de citrato de magnésio a 10% (máximo de 250 ml)

Uso muito cauteloso nos lactentes com menos de 1 ano

Seu uso é contra-indicado em pacientes com: Íleo paralítico; semi-oclusão ou obstrução intestinal;
hipovolemia ou distúrbios eletrolíticos; insuficiência renal (catárticos contendo magnésio); ou após
ingestão de cáusticos

4. Xarope de ipeca (Emetina e cefalina)

Não há evidências de que melhore a evolução de pacientes intoxicados, não devendo ser rotineiramente
empregada em unidades de emergência

Pode retardar a administração ou diminuir a eficácia do carvão ativado, de antídotos orais como a N-
acetilcisteína ou da irrigação intestinal

É absolutamente contra-indicada em pacientes com diminuição do nível de consciência ou que
ingeriram substâncias cáusticas ou hidrocarbonetos, pelo maior risco de lesão da mucosa digestiva
e aspiração, respectivamente

5. Irrigação intestinal

Tal procedimento deve ser considerado na ingestão de doses potencialmente tóxicas de substâncias de
liberação lenta, sustentada ou entérica (principalmente se admitidos mais de 2 horas após a ingestão); sais
de ferro; envelopes de drogas ilícitas (body packers)

Devem ser oferecidos grandes volumes de solução de polietilenoglicol, preferencialmente por tubagem
nasogástrica

Deve-se continuar a infusão até a eliminação de um efluente claro pelo reto, o que pode levar horas

As doses recomendadas para crianças são:

   •   9 meses-6 anos, 500 ml/hora

   •   6-12 anos, 1.000 ml/hora

   •   Adolescentes e adultos, 1.500-2.000 ml/hora

A irrigação intestinal é contra-indicada em pacientes com obstrução e/ou perfuração intestinal, íleo
paralítico, hemorragia gastrintestinal, emese protraída ou instabilidade hemodinâmica

Somente deve ser utilizada com as vias aéreas intactas; caso haja depressão neurológica ou respiratória, as
viasa éreas devem ser protegidas (intubação) antes do início do procedimento
Diurese alcalina

Como a ionização de um ácido fraco aumenta em pH alcalino, a manipulação do pH urinário poderia,
potencialmente, favorecer um aumento de excreção renal de uma droga com essas características:
salicilatos, fenobarbital, clorpropamida e metrotrexate

Diálise, hemoperfusão e hemofiltração

Para que os procedimentos dialíticos sejam eficientes, o agente tóxico deve ter um baixo peso molecular,
ser altamente hidrossolúvel, ter baixo volume de distribuição (< 2 l/kg) e baixa ligação protéica:
salicilatos, metanol e etilenoglicol, vancomicina e lítio

A hemoperfusão teria melhor indicação, hipoteticamente, nas situações em que o agente tóxico é pouco
hidrossolúvel e com alta afinidade pelos adsorventes empregados, bem como quando a hemofiltração
possa remover agentes tóxicos com alto peso molecular

Antídotos




Naloxone

Naloxone é um antagonista competitivo dos opióides pelo seu receptor e vem sendo usado como arma
diagnóstica e terapêutica no coma induzido por opióides

Opióides: naturais (morfina, codeína), semi-sintéticas (heroína, hidromorfina, oximorfina) e sintéticas
(meperidina, metadona, paregórico, difenoxilato, fentanil, propoxifeno)
Diagnóstico diferencial do coma

   •   dose inicial de 0,1 mg/kg por EV para crianças até 5 anos

   •   em crianças maiores, uma dose mínima de 2 mg

   •   podendo ser repetida após 3 minutos, até o máximo de 10 mg

Flumazenil

Flumazenil é um antagonista dos receptores benzodiazepínicos

Flumazenil é formalmente contraindicado em pacientes em uso crônico de benzodiazepínico, que
apresentem história de convulsões (mesmo febris) ou mioclonias e naqueles em que há suspeita ou
confirmação da ingestão de outras drogas que possam baixar o limiar para convulsão (antidepressivos
tricíclicos, lítio, cocaína, metilxantinas, isoniazida, propoxifeno, inibidores da monoamino-oxidase)

   •   A dose inicial de flumazenil é de 0,02 mg/kg (máximo de 0,2 mg/dose)

   •   podendo ser repetida a cada minuto

   •   doses subseqüentes de 0,02 mg/kg (máximo de 0,3-0,5 mg/dose)

   •   dose total máxima de 3 mg

A duração da ação da droga é fugaz, variando de 20 a 40 minutos




Autor: Dr. Antonio Souto            Revisor:
Quadro clínico

Pulse

Bradycardia

Digoxin, narcotics, organophosphates, plants (lily of the valley, foxglove, oleander), clonidine, β-
blockers, calcium channel blockers

Tachycardia

Alcohol, amphetamines and sympathomimetics, atropinics, tricyclic antidepressants, theophylline,
salicylates, phencyclidine, cocaine

Respirations

Slow, depressed

Alcohol, barbiturates (late), narcotics, clonidine, sedative-hypnotics

Tachypnea

Amphetamines, barbiturates (early), methanol, salicylates, carbon monoxide

Blood Pressure

Hypotension

Cellular asphyxiants (methemoglobinemia, cyanide, carbon monoxide), phenothiazines, tricyclic
antidepressants, barbiturates, iron, theophylline, clonidine, narcotics, β-blockers, calcium channel
blockers

Hypertension

Amphetamines/sympathomimetics [especially phenylpropanolamine in over-the-counter (OTC) cold
remedies, diet pills], tricyclic antidepressants, phencyclidine, monoamine oxidase inhibitors (MAOIs),
antihistamines, atropinics, clonidine, cocaine

Temperature

Hypothermia

Ethanol, barbiturates,    sedative-hypnotics,    narcotics,   phenothiazines,   antidepressants,   clonidine,
cabamazepine

Hyperpyrexia

Atropinics, quinine, salicylates, amphetamines, phenothiazines, tricyclics, MAOIs, theophylline, cocaine

Neurológico

Coma
Narcotic depressants, sedative-hypnotics, anticholinergics (antihistamines, antidepressants,
phenothiazines, atropinics, OTC sleep preparations), alcohols, anticonvulsants, carbon monoxide,
salicylates, organophosphate insecticides, clonidine, gamma hydroxybutyrate

Delirium/Psychosis

Alcohol, phenothiazines, drugs of abuse (phencyclidine, LSD, peyote, mescaline, marijuana, cocaine,
heroin, methaqualone), sympathomimetics and anticholinergics (including prescription and OTC cold
remedies), steroids, heavy metals, dextromethorphan

Convulsions

Alcohol, amphetamines, cocaine, phenothiazines, antidepressants, antihistamines, camphor, boric acid,
lead, organophosphates, isoniazid, salicylates, plants (water hemlock), lindane, lidocaine, phencyclidine,
carbamazepine

Ataxia

Alcohol, barbiturates, carbon monoxide, anticonvulsants, heavy metals, organic solvents, sedative-
hypnotics, hydrocarbons

Paralysis

Botulism, heavy metals, plants (poison hemlock), ticks, paralytic shellfish

Pupils

Miosis

Narcotics, organophosphates, plants (mushrooms of the muscarinic type), ethanol, barbiturates,
phenothiazines, phencyclidine, clonidine

Mydriasis

Amphetamines, atropinics, barbiturates (if comatose), botulism, cocaine, methanol, glutethimide, LSD,
marijuana, phencyclidine, antihistamines, antidepressants

Nystagmus

Diphenylhydantoin, sedative-hypnotics, carbamazepine, glutethimide, phencyclidine (both vertical and
horizontal), barbiturates, ethanol, MAOIs, ketamine, phencyclidine, dextromethorphan

Pele

Jaundice

Carbon tetrachloride, acetaminophen, naphthalene, phenothiazines, plants (mushrooms, Fava beans),
heavy metals (iron, phosphorus, arsenic)

Cyanosis (unresponsive to oxygen, as a result of methemoglobinemia)

Aniline dyes, nitrites, benzocaine, phenacetin, nitrobenzene, phenazopyridine, dapsone
Pinkness to Redness

Atropinics and antihistamines, alcohol, carbon monoxide, cyanide, boric acid

Odors

Acetone: acetone, isopropyl alcohol, phenol, salicylates

Alcohol: ethanol (alcoholic beverages)

Bitter almond: cyanide

Garlic: heavy metal (arsenic, phosphorus, thallium), organophosphates

Oil of wintergreen: methylsalicylates

Hydrocarbons: hydrocarbons (gasoline, turpentine)
Hipertensão arterial na criança
Emissão: abril/2008 validade:1 ano                           revisão:

Autor: Dr. Antonio Souto                 Revisor:

Descrição do Procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Toda criança acima dos 3 anos deve ter a PA medida na consulta médica;
O método recomendado é o ascultatório;
Elevação da PA tem que ser confirmada com medidas repetidas antes de caracterizar a hipertensão na
criança.

Diagnóstico correto: avaliação da pressão arterial (PA) de forma adequada (técnica correta) e
classificação do grau de hipertensão

Mensuração da PA: criança em repouso por 5’, ambiente calmo, sentada, recostada, braço totalmente
exposto e apoiado em suporte ao nível do coração

Instrumento adequado: a largura do manguito (parte insuflável) deve ser pelo menos 40% da
circunferência do braço medida no ponto médio entre o acrômio e olecrânio. Parte insuflável do manguito
deve cobrir 80-100% a circunferência do braço. Estetoscópio na fossa antecubital.

Diagnóstico (percentil para altura, para idade e sexo):

     • Hipertensão = PA acima do percentil 95
     • Pré-hipertensão = PA entre percentil 90 e 95
4º National High Blood Pressure Education Program (NHBPEP) Pediatrics 11; (2): 555-576,2004


     • Hipertensão estágio 1
     PA > percentil 95%, até 5 mmHg acima do percentil 99%
     • Hipertensão estágio 2
     PA > percentil 99% mais 5 mmHg;

Pressão arterial normal

Idade                         Sistólica            Diastólica
RN (96h)                      60-90                20-60
Lactente                      87-105               53-66
Crianças (2a)                 95-105               53-66
Idade Escolar                 97-112               57-71
Adl                           112-128              66-80

Apartir dos 12 anos de idade = hipertensão elevação da PA > 120/80 mmHg

Diagnóstico diferencial : Hipertensão primária, doença renal, outras causas
Hipertensão Acelerada: sintomas visuais; paralisia facial; convulsões; retinopatia hipertensiva;
encefalopatia hipertensiva; PA > p99 com lesão de órgão alvo.
Investigação Diagnostica inicial: hemograma completo, uroanálise, urocultura, uréia, creatinina,
eletrólitos, cálcio e ácido úrico, glicemia de jejum, perfil lipídico, USG renal, Ecocardiograma

Crianças que precisam de tratamento imediato:
   • Hipertensão estágio 2 (>P 99 + 5mmHg);
   • Estágio 1 com sintomatologia;
   • Hipertensão secundária;
   • Presença de envolvimento de orgãos alvo;
   • Diabetes tipo I e II;

Objetivo do Tratamento: reduzir a Pressão Arterial para < percentil 90, prevenir complicações tardias
da Hipertensão Arterial. Recomenda-se que se reduza não mais do que 25% da PA nas 1as 2 horas e então
se atinja valores normais em 3 a 4 dias.
Clin Pediatr. 2005;44:289-296
A criança com febre sem foco


Emissão: abril/2008          validade: 1 ano               revisão:

Descrição do procedimento:

Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC)

Esclarecer o sinal febre: início, intensidade, duração (em horas), resposta a antitérmicos

Sinais e sintomas acompanhando a febre: estado geral c/ e s/ febre, disposição para brincar, aceitação
da alimentação, sinais de toxemia, sinais e sintomas associados (tosse, coriza, etc)

Fatores de risco:

   • Lactente “jovem” com idade menor de 3 meses

   • Febre alta (> 39,5º C) c/ sinais de toxemia (abatimento, inapetência, tremor)

   • Febre por mais 72 horas

                               Sinais de alerta em qualquer idade:

                      febre alta > 39º C, toxemia, febre prolongada > 72 h
Crianças com fator de risco:
   •   Lactentes menores de 3 meses valorizar o fator de risco
   •   O exame clínico não permite a identificação do neonato (< 28 dias) de risco
   •   Para o neonato febril sempre internar para investigação e questionar antibioticoterapia empírica
       após coleta de hemocultura e coleta de LCR

   •   Lactentes entre 29 e 90 dias de vida com sinais clínicos e/ou laboratoriais importantes devem
       seguir as orientações dos neonatos

   •   Lactentes entre 29 e 90 dias de vida sem sinais clínicos e/ou laboratoriais importantes podem ser
       avaliados ambulatorialmente desde que em um intervalo entre 12 e 24 h com responsáveis
       orientados e com facilidade de acesso a sistema de saúde
   •   Crianças acima de 3 meses valorizar avaliação clínica
Investigar laboratorialmente: Hemograma, urina I (sem achados clínicos), raio X tórax (clínica
respiratória), LCR

As crianças sem fator de risco devem ser orientadas e encaminhadas para
acompanhamento ambulatorial até o diagnóstico definitivo

A prescrição indiscriminada de antibióticos não deve substituir o juízo clínico
Tratamento da febre:

   •   Hidratação adequada
   •   Temperatura ambiente e roupas adequadas
   •   Dipirona 20 mg/Kg
   •   Acetominofeno 15 mg/Kg
   •   Ibuprofeno 10 mg/Kg
   •   Medidas mecânicas : banho fresco (27º C, não usar gelo ou álcool), ventilador at;e reduzir a
       temperatura p/ 37,5º C




Autor: Dr. Antonio Souto          Revisor:

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Protocolos de Emergência Pediátrica

  • 1. PROTOCOLO DE CONDUTAS EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS Antonio Souto acasouto@bol.com.br Médico coordenador Unidade de Medicina Intensiva Pediátrica Unidade de Medicina Intensiva Neonatal Hospital Padre Albino Professor de Pediatria nível II Faculdades Integradas Padre Albino Catanduva / SP 2011
  • 2. Protocolos de Pediatria: Parada cardiorrespiratória (PCR) Avaliando o “A B C” na criança Choque Arritmias na criança (PALS) Disfunção respiratória Hipóxia na criança Intubação traqueal da criança 1 Intubação traqueal da criança 2 Oxigenioterapia na criança Asma / Broncoespasmo (BCE) na criança Laringite Reação alérgica / Anafilaxia Diarréia/ Desidratação Suporte hidroeletrolítico na criança Cetoacidose diabética Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças 1 Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças 2 Estado de Mal Convulsivo na criança Intoxicação na criança Hipertensão arterial na criança A criança com febre sem foco
  • 3. Parada cardiorrespiratória (PCR) Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Diagnosticar parada cardiorrespiratória (PCR) de acordo com o exame clínico (ABC) e o traçado eletrocardiográfico Parada em assistolia ou atividade elétrica sem pulso ABCD primário A: abrir e estabilizar vias aéreas B: Ventilação por AMBU C: compressões torácicas • Paciente ped ( 2 reanimadores) 15:2 • Paciente neonatal ( 2 reanimadores) 3:1 • Paciente entubado = massagem contínua sem interrupção Drogas Assistolia / Atividade elétrica sem pulso: Ped Adrenalina 1:10000 - 0,1 ml/Kg (0,01 mg/Kg) de 3/3 min Neo Adrenalina 1:10000 - 0,1 a 0,3 ml/Kg (0,01 a 0,03 mg/Kg) de 3/3 min Endo traq Adrenalina 1:1000 - 0,1 ml/Kg (0,1 mg/Kg) Se fibrilação ventricular (FV) ou taquicardia ventricular sem pulso ABCD primário Desfibrilar 2 J/kg e 4 J/Kg á partir do 2º procedimento Considerar antiarrítmicos: amiodarona, lidocaína, magnésio Corrigir causas reversíveis: hipóxia, hipovolemia, hipotermia, metabólico/eletrolítico pneumotórax, tamponamento cardíaco, intoxicação Obs. Segue abaixo organograma do atendimento Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 4. Parada Cardiorespiratória Pediátrica Suporte de vida avançado Compressão ventilação ped 15:2/ neo 3:1 Paciente entubado = massagem contínua, sem interrupção Monitor ECG / Ritmo Arritmia c/ BD S/ Pulso - Assistolia FV/ TSV Manobras de reanimação Desfibrilaçao / Adrenalina (1:10000) Cardioversão 0,1 ml/Kg 2 J/Kg Comp/ventil Comp/ventil 2 min 3 min Desfibrilaçao / Adrenalina (1:10000) Cardioversão 0,1 ml/Kg 4 J/Kg
  • 5.
  • 6. Avaliando o “A B C” na criança Emissão: abril/2008 validade:1 ano revisão: Descrição do Procedimento: • Todo o paciente em condição considerada de risco deve ser submetido a uma avaliação organizada de suas funções vitais (ABC) • A avaliação inicial é direcionada a achados clínicos (inspeção, palpação e ausculta) devendo ser feita imediatamente após a solicitação de avaliação ou entrada da criança nas unidades • Durante avaliação inicial uma breve história deve ser coletada do acompanhante ou solicitante da avaliação Procedimento (ver imagens ilustrativas a seguir) A- Via aérea: Definir a estabilidade e permeabilidade da via aérea, retificar e desobstruir VA se necessário B- Respiração: Definir o padrão respiratório, se este é efetivo, se necessita de suporte Oferecer O2 inalatório na forma mais adequada ao caso até a definição Sinais de falência respiratória: • FR :Diminuída /apnéia/ gaspingInspeção • Esforço Respiratório -gemência • Coloração da pele: cianose central / marmórea • Expansibilidade: Diminuída /assimétrica • Ausculta: MV diminuído globalmente (Ventilar inicialmente com ambu, se necessário) C- Circulação: Definir a situação hemodinâmica (Frequência cardíaca, ritmo, perfusão periférica, PA)
  • 7. O reconhecimento da criança com disfunção cardiocirculatória Freqüência cardíaca Recém-nascido < 80bpm ou > 200bpm 0 –1 ano < 80bpm ou > 180bpm 1 –8 anos < 80bpm ou > 180bpm > 8 anos < 60bpm ou > 160bpm Se não localizar pulso (braquial, carotídeo) após 10 s iniciar manobras de reanimação D- Neurológico: Definir nível de consciência e sinais de neuropatia Glasgow adaptado para crianças que não verbalizam • Após avaliação definir o suporte necessário e a seqüência do atendimento. • Pacientes em situações de risco ou críticas devem permanecer sob vigilância constante até definição do quadro (estabilização ou transferência para outra unidade) Sinais de alerta ATENÇÃO, identificar: angústia respiratória e/ou choque compensado Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 8. Frequência respiratória normal Rescém-nascido 40 -60 Lactente 25 -35 Pré-escolar 20 -24 Escolar 18 -24 Adolescente 16 -20 Frequência cardíaca normal Rescém-nascido 120 -160 Lactente 100 -130 Pré-escolar 90 -120 Escolar 80 -100 Adolescente 60 -100 Pressão arterial normal Idade Sistólica Diastólica RN (96h) 60-90 20-60 Lactente 87-105 53-66 Crianças (2a) 95-105 53-66 Idade Escolar 97-112 57-71 Adl 112-128 66-80
  • 9. Posicionamento de VAS Pulsos centrais (Braquial/carotídeo) Enchimento capilar
  • 10. Choque Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Diagnostico do Choque (Clínico, exame físico): Perfusão periférica:, extremidades frias, enchimento capilar > 2 seg, pulsos periféricos finos, palidez cutânea / livedo, taquipnéia, rebaixamento do nível de consciência, taquicardia A Pressão arterial (PA) pode ser normal no choque compensado Diagnosticado o Choque iniciar reposição volêmica (Fluidos) imediatamente Soro Fisológico 0,9% 20 ml/kg IV em 5 minutos (60 ml/Kg em 15 minutos) Choque persistente após reposição fluídica: Choque refratário à fluidoterapia, seguir orientação abaixo Não atrasar a reposição fluídica aguardando o diagnóstico: perdas de líquidos (diarréia, vômitos, desidratação), disfunção cardíaca ( cardiopata, miocardite), mecanismos mistos (choque séptico), vasodilatação (anafilaxia, neurogênico) Observações importantes: 1. O tratamento deve ser de início precoce e agressivo 2. Monitorar clinicamente (perfusão periférica) 3. Avaliar freqüentemente a resposta, estabelecer objetivos: avaliação clinica e laboratorial ( SvO2, Ph, BE, Lactato) 4. Na criança é mais freqüente a disfunção cardíaca no choque séptico 5. No choque refratário sempre questionar: diagnóstico (miocardite?), erro na avaliação hemodinâmica ( droga inadequada), disfunção adrenal 6. “Desafiar” volume: sempre testar a aceitação de mais fluido (PVC, Taquicardia, SvO2) Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 11. Diagnóstico clínico de Choque (perfusão periférica) Iniciar reposição fluídica S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg Repetir a cada 5´ = 60 ml/kg/ 15 min Manutenção do quadro de Choque Choque refratário à fluidoterapia Iniciar catecolaminas + cateter venoso central Dopamina 5 a 10 mcg/Kg/min por veia central Dobutamina 5 a 20 mcg/Kg/min por veia periférica ou central Manutenção do quadro de Choque Choque refratário à dopamina/dobutamina Avaliar estado hemodinâmico + cateter venoso central Choque frio Choque frio Choque quente Disfunçãoadrenal ? PA normal PA baixa PA baixa (comum no neonato) Inibidor da Epinefrina Noradrenalina Hidrocortisona fosfodiesterase 0,05 a 1 mcg/kg/min 0,05 a 1 mcg/kg/min 2 mg/Kg Milrinona > Dobutamina ? (+ Dobutamina ?) + 2 mg/Kg/24 h 0,3 a 0,6 mcg/Kg/min
  • 12. Arritmias na criança (PALS) Emissão: maio/2008 validade: 1 ano revisão: fevereiro/2008 Descrição do procedimento: Na criança as arritmias são divididas em 3 grandes grupos baseadas na freqüência cardíaca(FC): bradicardia, taquicardia e ausência de pulso Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) • Os pacientes estáveis clinicamente devem receber oxigênio inalatório, serem monitorados continuamente, receber acesso venoso e serem avaliados pela cardiologia • Os pacientes instáveis (comprometimento hemodinâmico) devem ser atendidos imediatamente e agressivamente até controle da arritmia Arritmia c/ instabilidade hemodinâmica Checar pulso central Na ausência de pulso iniciar manobras de reanimação (Ver parada cardiorespiratória) Presença de pulso, com instabilidade hemodinâmica: A B (Via aérea + respiração + O2) Monitorar ECG e definir ritmo (Bradi/taquicardia – regular/irregular) Avaliar complexo QRS (estreito <0,08s / largo >0,08s) • Bradicardia FC < 60 bpm Frequentemente associada a hipoxemia ou estágios avançados de choque (hipóxia) Instabilidade hemodinâmica Iniciar atendimento com oxigenação e ventilação adequadas Na bradicardia mantida apesar do suporte ventilatório, com instabilidade hemodinâmica, deve-se tratar com suporte de vida avançado ( manobras de reanimação cardio-respiratório) e medicamentos Epinefrina (1:10.000) 0,1 ml/kg - 0.01 mg/kg EV repetir x 1em 5 min. Atropina 0,02 mg/ EV repetir x 1em 3 a 5 min. Dose mínima = 0,1 mg Dose máxima na criança 0,5 mg (x 2 = 1 mg) Considerar a necessidade de marcapasso Idenitifcar e tratar causas possíveis: hipotermia, hipoglicemia, distúrbios eletrolíticos, intoxicações
  • 13. • Taquicardia (definir complexo QRS < > 0,08s) • Complexo QRS estreito < 0,08 s Taquicardia supraventricular (TSV) Manobra vagal (massagem de seio carotídeo, manobra de Valsalva, reflexo do mergulho, máscara fria) pode ser tentada nos pacientes estáveis e não pode atrasar o tratamento nos pacientes instáveis Instabilidade hemodinâmica = cardioversão Cardioversão Elétrica sincronizada 2 - 4 J/kg Cardioversão Química Adenosina 0,1 mg/kg (max 6 mg) Repetir: 0,2 mg/kg (maxi 12 mg) Amiodarona 5 - 15 mg/kg (max: 300 mg), diluído em Glicose 5% • Complexo QRS largo > 0,08 s Taquicardia supraventricular com condução aberrante ? Taquicardia ventricular Instabilidade hemodinâmica = cardioversão Cardioversão Elétrica sincronizada 2 – 4 J/kg Cardioversão Química Amiodarona 5 mg/kg, diluído em Glicose 5% • Taquiarritmia sem pulso Manobras de reanimação cardiopulmonar Taquicardia ventricular sem pulso ( ver TSV) Fibrilação ventricular Desfibrilação não sincronizada 4 J/kg Dissociação eletromecânica Correção da doença de base: hipovolemia, hipóxia/hipoxemia, acidose metabólica, hipo/hiperpotassemia, hipoglicemia, hipotermia, intoxicação, tamponamento cardíaco, barotrauma, trombose, trauma Autor: Antonio Souto Revisor:
  • 14.
  • 15.
  • 16.
  • 17.
  • 18. Disfunção respiratória Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Definição: incapacidade do sistema respiratório em proporcionar parcialmente, ou totalmente, trocas gasosas (O2 e/ou CO2) de acordo com as demandas metabólicas Classificação: Hipoxêmica, Hipercapnica, Mista Quadro clinico: taquidispnéia, retrações intercostais, infra e supradiafragmática, batimento de asa de nariz, ausculta relativa à doença de base Sinais de gravidade: rebaixamento do nível de consciência, cianose, diminuição/ausência de MV, palidez com má perfusão periférica, bradicardia Conduta: avaliar quadro clinico com valorização dos sinais de gravidade e a doença de base, se esta é reversível rapidamente (Asma) ou não (Pneumonia) • Quadro clinico aceitável, apesar do desconforto, com manutenção das trocas gasosas adequadas = monitorar clinicamente e tratar a doença de base • Quadro clinico importante, com hipoxemia em ar ambiente, porem sem sinais de fadiga, com trabalho respiratório adequado = Oxigenioterapia e tratamento da doença de base • Quadro clinico importante, com hipoxemia em ar ambiente, porem com sinais importantes de comprometimento funcional respiratório: Doença rapidamente reversível (Asma) = Oxigenioterapia e tratamento da doença de base, monitorização Doença não reversível (Pneumonia extensa) ou sem melhora com o tratamento inicial = Oxigenioterapia, tratamento da doença de base, monitorização clinica e lab, gasometria arterial Sinais de fadiga (sinais de gravidade) e/ou hipoxemia e hipercapnia com acidose respiratória (Ph < 7,2) = indicar suporte ventilatório a ser iniciado rapidamente ( suporte não invasivo, BIPAP, CPAP ou invasivo) Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 19. Hipóxia na criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Definição: Transporte de oxigênio (TO2) inadequado aos tecidos, incapaz de suprir as demandas metabólicas. O modelo matemático abaixo mostra as variáveis envolvidas no TO2 TO2 = DC x CaO2 • DC = VS x FC • CaO2 = {(1,36 x Sat X Hb) + ( 0,003 x PaO2)} Variáveis envolvidas no TO2: VS = volume sistólico (Miocardite); FC = freqüência cardíaca (Taquiarritmias com baixo débito); Sat de Hb = saturação de hemoglobina (Pneumonia, SARA); Hb = hemoglobina (hemorragia) Relação entre variável e a hipóxia: • Choque VS / FC: Hipóxia estagnate (Disfunção cardíaca) Hb: Hipóxia anêmica • Insuficiência respiratória Sat de Hb: Hipóxia hipoxêmica Conduta terapêutica: O tratamento de qualquer paciente com hipóxia deve ser feito em cima dos conceitos acima, ou seja, tratar a variável comprometida e otimizar as variáveis não comprometidas pela doença de base • VS / FC = adequar pré-carga, inotrópicos, vasodilatadores, antiarrítmicos, cardioversão/desfibrilação • Hb = transfusão de sangue • Sat de Hb = suporte ventilatório Em algumas situações clínicas o mecanismo de hipóxia é misto (Choque séptico) devendo-se então intervir em vários fatores de forma organizada e monitorada Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 20. Intubação traqueal da criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Indicação: • Estabilização de VAS para suporte ventilatório (insuficiência respiratória) • Proteção das VAS (depressão neurológica) • Diminuir o trabalho respiratório (fadiga) • Anestesia / uso de relaxante muscular • Disfunção neurológica (TCE, mal convulsivo) • Instabilidade hemodinâmica grave (choque) Intubação: Estabelecer acesso venoso e monitorização Pré-oxigenar ( O2 inalatório / Ambu- máscara) até estar pronto para entubar Drogas: • Lidocaina (TCE, Asma) 1,5 mg/Kg EV 3’antes da entubação • Atropina (prevenção de bradicardia) 0,02 mg/Kg 3’antes da entubação • Cetamina 1 a 2 mg/Kg EV (indicada em instabilidade hemodinâmica e Asma) • Midazolam 0,1 a 0,3 mg/Kg EV (criança normotensa) • Tiopenteal 3 a 5 mg/Kg EV • Succinilcolina (Quelicin) 1,5 a 2 mg/Kg EV Técnica: • Confira todo material necessário antes de iniciar o procedimento • COT maior e menor do que a COT provável (ex.: 3,5; 4; 4,5) • Profissional na cabeceira da criança • Posicionar a criança para retificar VAS (Não hiperextender o pescoço) • Sempre entrar pelo lado direito da boca progredindo em direção à epiglote • O controle da língua (rebater para esquerda) é muito importante • Em RN e lactentes pinçar a epiglote
  • 21. • Em pré-escolares pinçar a epiglote ou locar na valécula • Visualizar corda vocais • Progredir a COT entre as cordas vocais • Monitore e evite hipoxemia Confirmação da intubação: • Ausculta pulmonar e epigástrica • Expansibilidade torácica • Raio X tórax (Sempre) • Capnógrafo (ETCO2) Hipoxemia aguda após entubação (D.O.P.E.): • Deslocamento da COT (extubação ou entubação seletiva) • Obstrução da COT (Rolha de secreção) • Barotrauma (Pneumotórax) • Equipamento com falha (Ventilador mecânico) Observações importantes 1. Inicie a avaliação com o “ABC”, se o A e o B estiverem adequados, provavelmente,não é necessário entubar com urgência 2. A entubação deve ser feita na presença do profissional mais experiente da equipe 3. A entubação deve ser realizada com calma lembrando-se das referências anatômicas 4. Pode-se utilizar COT c/ cuff em qualquer idade, manter pressão do balão < 20 cmH2O 5. Se existe o risco de vômito ou para facilitar a visualização das cordas vocais comprima a região cricóide (Manobra de Sellick) 6. Deve-se evitar a hipoxemia durante a entubação 7. Sempre evitar a hiperventilação após a entubação (PaCO2 = 35 a 45 mmHg) 8. Qualquer paciente pode ser ventilado adequadamente com ambu/máscara durante o procedimento 9. A maioria das crianças entubadas devido a TCE não necessitam de entubação Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 22. Anexos: Idade kg COT Fixação Neonato 3,5 3,5 9 3 meses 6 3,5 10 1 ano 10 4,0 11 2 anos 12 4,5 1 Criança > 2 anos: COT: (Idade /4) + 4 Fixação: COT x 3 (Idade/2) + 12
  • 23. Posicionamento da criança Lâmina reta/ RN e lactentes Lâmina curva / pré-escolar
  • 24.
  • 25. Intubação traqueal da criança 2 Emissão: maio/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Técnica de intubação orotraqueal Visualização em 3 eixos separados : Boca - Faringe/esôfago - Traquéia Posicionamento Retificação da VA Não hiperextender Observação direta da traquéia 3 passos 1o passo Posicionamento da cabeça e pescoço rotação leve da cabeça para trás. 2o passo Posicionamento da mandíbula Projetar a mandíbula anteriormente 3o passo Visualização da glote Lâmina do laringoscópio penetrando pelo lado direito da boca. Lâmina curva (valécula), lâmina reta levanta epiglote. Rechaçar a língua para a esquerda e para cima no campo do operador. Tracionamento ântero-superior do laringoscópio
  • 26. Erro freqüente Inserção da lâmina na linha sagital cefálica da língua, como um depressor de língua, proporcionando uma falência na visualização da glote. Pressão cricóide : utilizada em emergência, particularmente sob anestesia. Melhora a visualização e o posicionamento da glote. Tubo traqueal O tubo deve ser seguro do plano sagital para o direito com a ponta fazendo uma angulação em direção a linha média com a aproximação da glote. Erro comum segurar o tubo no plano sagital com o lado côncavo do tubo para cima (obscurece a visualização em função do corpo do tubo permanecer entre o operador e a glote). Escolha do tubo traqueal e fixação no lábio superior .
  • 27. Seqüência Oxigenação com ambu com O2 100% + monitorar FC Tentar por 30 seg. + Verificação da FC Não foi possível ou queda da FC (80 lactente ou 60 em criança) Interromper a intubação + ventilar com ambu e O2 100% antes de nova tentativa Três procedimentos após a intubação: verificação da posição do tubo (sempre realizar Raio X) • Visualização do tórax • Ausculta do tórax • Ausculta epigástrica
  • 28. Boa intubação • movimento simétrico do tórax • ausculta simétrica do murmúrio vesicular • ausência de murmúrio a nível de estômago • condensação de gás no tubo durante expiração • observação direta do tubo passando pelas cordas vocais do paciente • uma elevação da saturação de O2 em 30 segundos Erro universal dos inexperientes Após correta passagem do tubo pelas cordas vocais, em situação de emergência, uma introdução excessiva acontece – intubação seletiva brônquica ( geralmente é o brônquio fonte direito). Fixação do tubo • Geralmente duas pessoas estão envolvidas no procedimento. • Enquanto uma segura o tubo em sua posição correta (operador gera uma fixação do tubo contra o palato duro, com o indicador, da criança, fazendo com que a boca permaneça aberta; o polegar fixa o tubo na posição labial, enquanto os outros dedos recaem sobre a mandíbula) e ventila a criança, o outro providencia a fixação. • Os passos abaixo devem ser seguidos, sempre lembrando que a ausculta pulmonar e de região epigástrica deve ser contínua para verificação do bom posicionamento do tubo (evita fixação em esôfago ou seletividade). Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 29. Oxigenioterapia na criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Indicação: crianças com hipoxemia (Sat arterial < 92% em ar abiente), crianças com doença de base que leve à hipóxia (choque) Vias de oferta do oxigênio: • Inalatório através de cateter nasal (Crianças acima de 6 anos) • Inalatório através de máscara (Crianças acima de 6 anos) • Inalatório através de tenda (Crianças de qualquer idade) • Inalatório através de halo (Neonatos) • Ventilação não invasiva com BIPAP (Crianças acima de 6 anos) • Ventilação não invasiva com CPAP nasal (neonatos e lactentes < 5 Kg) • Ventilação invasiva (Crianças de todas as idades) Monitorização: • Oximetria de pulso • Gasometria arterial • Saturação venosa central de O2 (Cateter venoso central) no choque Objetivo: • Saturação arterial entre 88 e 92% • Saturação venosa central > 70% O oxigênio, como qualquer droga, usado de forma terapêutica, deve ser prescrito com critério, determinado-se a via, a dose (FiO2), o tempo necessário e deve ser monitorado devido aos efeitos colaterais associados ao seu uso indiscriminado Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 30. Asma / Broncoespasmo (BCE) na criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Diagnosticar o BCE de acordo com o exame clínico: dispnéia, sibilos expiratórios com expiração prolongada Estabelecer a Gravidade: Escore de Wood-Downes Tratamento: • B2 agonista inalatório: repetir 3 vezes c/ intervalo de 20 minutos se BCE mantido Fenoterol 0,1 mg/Kg = 1 a 2 gota/3 Kg (Máx 10 gotas) Brometo de Ipratrópio 6 a 12µg/kg • Corticosteróide (CE): se BCE mantido após B2 inalatório Hidrocortisona 10 mg/Kg IV + manter CE • Aminofilina 5 mg/kg/dose + 4 mg/Kg/dose se BCE mantido após CE • Outras opções terapêuticas (UTI ped): B2 agonista inalatório contínuo, B2 agonista IV contínuo, Cetamina OBS: Em uso de de drogas broncodilatadoras, corticóide, aminofilina e/ou β2 EV Saturação O2 < 90%; PaCO2 > 55 mmHg ou aumentar 5-10 mmHg/h; Acidose - pH < 7,2; Pulso paradoxal > 30 mm Hg; dispnéia com sinais de fadiga respiratória e rebaixamento do nível de consciência = Indicar VPM / transferir p/ UTI Pontos-chaves •Avaliar e reavaliar adequadamente a crise (definir gravidade) •Não prescrever antibióticos rotineiramente •Manter a ordem de introdução e dosagem protocolar das medicações •Aguardar efeito das medicações •Avaliar a alta criteriosamente Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 31. Diagnóstico diferencial: Definindo a gravidade Fatores de risco para mortalidade: 1. História de grave exacerbação súbita 2. Necessidade anterior de intubação e VPM em UTI 3. Duas ou mais internações devidas a Asma no último ano 4. Três ou mais consultas na emergência no último ano 5. Consulta na emergência ou internação no último mês 6. Uso de corticóide recentemente 7. Outras doenças de base (cardiovascular, doença pulmonar crônica) 8. Distúrbios pscicológico
  • 32. Laringite Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Exame físico: ESTRIDOR inspiratório, febre baixa (história de IVAS) Sinais de gravidade: Rebaixamento do nível de consciência, cianose, má perfusão periférica, sinais de fadiga respiratória (MV diminuído, retrações, batimento de asa de nariz) Tratamento: • Oxigênio inalatório se Sat em ar ambiente < 90% • Dexametasona 0,6 mg/Kg EV/IM dose única Terapia inalatória: Epinefrina (1:1000) 3 ml + S F 0,9% 3 ml Epinefrina racêmica 2,25% inalatória <2a 0,25 ml + S F 0,9% 3 ml >2a 0,5 ml + SF 0,9% 3 ml Diagnóstico diferencial: Aspiração de corpo estranho, Epiglotite, Broncoespasmo (Sibilo) Pontos importantes: Toda criança com risco de obstrução de VAS deve ser avaliado pelo docente não deve ser submetida à laringoscopia deve ser monitorada por 2 h após melhora do quadro A criança com má evolução, que necessite de entubação (EOT), 1% dos casos, deve ser atendida pelo profissional mais experiente da equipe e pode ser ventilada adequadamente com ambu na maioria dos casos, enquanto aguarda o procedimento. O procedimento deve ser realizado com a presença de um cirurgião e material para traqueostomia pronto para ser usado no caso de impossibilidade de EOT Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 33. Reação alérgica / Anafilaxia Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Reações alérgicas mais comuns: Urticária e angioedema Reações alérgicas mais graves: Obstrução de VAS, Broncoespasmo,e Anafilaxia (choque) Diagnóstico: História de contato com desencadeantes (substâncias químicas, alimentos, picadas de inseto, etc) Exame físico: Sinais de obstrução de VAS e/ou broncoespasmo (Estridor, dispnéia, sibilos), instabilidade hemodinâmica (perfusão periférica), sinais cutâneos (rash, prurido) Reação aguda Urticária/angioedema e outras reações leves ou moderadas Epinefrina (1:1000) 0,01 ml/kg (Máx =0,3 ml) IM, repetir a cada 15’ Difenidramina 1 a 2 mg/kg IM/VO 6/6 h Cloridrato de hidroxizina 2 a 4 mg/Kg/dia VO 6/6 h ou 0,5 a 1 mg/Kg/ dose IM Anafilaxia / Obstrução de VAS/ Choque Iniciar atendimento imediato e solicitar transferência p/ UTI • Acesso venoso • Epinefrina (1:1000) 0,01 ml/kg (Máx =0,3 ml) IV + 0,1 a 1,5 mcg/Kg/min IV cont • Metilpredinisolona 2 mg/Kg IV + 1 mg/Kg/dose 6/6 h • Suporte respiratório = Oxigênio, broncodilatadores, entubação/VPM • Suporte hemodinâmico (Choque) S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg a cada 5’(60 ml/kg em 15’) drogas inotrópicas e vasoativas • Monitorização contínua Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 34. Diarréia/ Desidratação Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Definir grau de desidratação e estabilidade hemodinâmica (perfusão periférica), reavaliar após intervenção Diarréia aguda = autolimitada (Não é necessário antibioticoterapia) Rehidratação: • Desidratção leve a moderada = rehidratação oral • Sem desidratação = Tratamento domiciliar A cada evacuação líquida < 2 anos 50 a 100 ml de líquido > 2 anos 100 a 200 ml de líquido • Desidratada = rehidratação oral em 4 h Soro rehidratante oral < 6Kg 6 a 9 Kg 10 a 11 kg 12 a 19 Kg 200 a 400 ml 400 a 700 ml 700 a 900 ml 900 a 1400 ml Vômitos = parar por 10’e reiniciar de forma mais lenta (5 ml/5’) • Desidratação grave sem instabilidade hemodinâmica Reposição parenteral S Fisiológico 0,9% 100 ml/Kg EV < 1 ano 1 a 12 anos 30 ml/kg em 1 hora em 30 minutos 70 ml/kg em 5 hora em 2,5 horas • Com instabilidade hemodinâmica (Choque hipovolêmico/Séptico) Soro Fisológico 0,9% 20 ml/kg IV em 5 minutos (60 ml/Kg em 15 minutos) ( Ir para o protocolo de Choque) Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 35. Suporte hidroeletrolítico na criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Toda criança atendida e considerada em situação de risco deve ser avaliada do ponto de vista hidroeletrolítico (HE) A avaliação deve estabelecer: Perdas a serem repostas, manutenção (necessidades basais) e as perdas que podem ocorrer em função da doença de base Necessidades basais(volume, glicose, osmolaridade, eletrólitos, via): Crianças em jejum devem receber suporte HE pleno Volume < 10 Kg = 100 ml/Kg/dia 10 a 20 Kg= 1000 ml + 50 ml/Kg/dia 20 Kg = 1500 ml + 20 ml/Kg/dia Glicose: 3 a 4 g/100 ml/dia Sódio: 3 a 5 mEq/100 ml/dia Potássio: 2 mEq/100 ml/dia Crianças recebendo soro apenas para manutenção de acesso venoso com exceção de neonatos: S Fisiológico 0,9% ou S Glicosado 5% 100 ml, 4 ml/h EV Para neonato recebendo dieta: S Glicosado 5% 50 ml, 2ml/h EV Toda criança com doença/distúrbio de base com risco de instabilidade hidroeletrolítica deve ser submetida a dosagem sérica de eletrólitos (Na, K, Ca, Mg) Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 36. Cetoacidose diabética Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Diagnóstico: • Hiperglicemia (glicose > 300 mg/dl) • Evidencia de significante cetose (acetoacetato na urina, beta-hidroxibutirato no sangue) • Acidose (pH < 7.30 e/ou HCO3 < 15), pacientes graves pH < 7.1 • Poliúria apesar da desidratação, polidpsia, taquipnéia c/ ausculta normal, vômitos, dor abdominal e hálito cetônico Fatores de risco: atraso no diagnóstico, edema cerebral, hipocalemia/hipercalemia, hipoglicemia, hipovolemia Laboratório: hemograma, eletrólitos (Na, K, Ca, Mg, P, Cl), glicemia, gasometria arterial, uréia, creatinina, urina (glicosúria/cetonúria) Sempre questionar a presença de infecção Perfil clínico: desidratação hipertônica (10% a 15% de perdas), acidose metabólica (anion-gap aumentado com lactato normal), hiperglicemia Anion-gap = (Na + K) – (Cl + HCO3) Osmolaridade sérica = 2[Na+K]+ (glucose/18) + BUN/2.8 Tratamento Rehidratação (reavaliar freqüentemente) • S Fisiológico 0,9% 20 ml/Kg até estabilização hemodinâmica • Repor as perdas com S Fisiológico 0,9% em 24 a 48 h (desidratação hipertônica) • Reduzir a osmolaridade sérica < 2 mOsm/l/h • Introduzir glicose quando a glicemia atingir entre 250 e 300 mg/dl Insulinoterapia • Insulina regular EV 0,05 a 0,1 U/Kg/h • Reduzir glicemia < 100 mg/dL/h Monitorar glicemia de h/h, cuidado com a hipoglicemia
  • 37. Potássio Monitorar o Potássio, inicialmente alto tende a cair rapidamente • Introduzir K 20 mEq/l no soro quando o K sérico < 5 e diurese presente Acidose metabólica • pH > 7,1 seguir a orientação acima e reavaliar após 1 hora • pH < 7,1 seguir a orientação acima e reavaliar após 1 hora, se persistir < 7,1 fazer reposição de Bicarbonato de sódio 1 mEq/Kg (NaHCO3 0,84% 10 ml/Kg em 1 hora) Objetivo do tratamento: rehidratação, controle da glicemia (200 mg/dl), reversão dos distúrbios metabólicos (acidose e potássio) e prevenção ou controle das complicações (edema cerebral) Seguimento: Avaliação e seguimento pela endocrinologia Pacientes com distúrbios metabólicos importantes (pH < 7.1, hiper/hipopotassemia, instabilidade hemodinâmica, rebaixamento do nível de consciência) devem ser mantidos sob vigilância, e caso mantenham o quadro, apesar da reposição fluídica inicial, solicitar encaminhamento à UTI Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 38. Traumatismo Cranioencefálico Grave em Crianças Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Gravidade: é baseada na escala de coma de Glasgow (ECG), pode ser leve (ECG 14 e 15), moderada (ECG 9 a 13) ou grave (ECG 3 a 8) A prevenção e a correção dos fatores causadores de lesão cerebral (hipoxemia, hipercapnia ou hipocapnia, hipotensão arterial, hipertensão intracraniana, crises convulsivas, hipertermia e distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos) secundária são as medidas mais eficazes no tratamento da criança com TCE O atendimento inicial compõe-se de ABCD Suporte ventilatório • A criança que apresenta via aérea pérvia e padrão respiratório adequado, com saturação adequada, mesmo que com oxigênio inalatório, não necessita ser entubada de forma agressiva. • ECG menor ou igual a oito deve-se assegurar via aérea definitiva, a fim de se evitar a hipóxia, a hipercarbia e a aspiração. • Para indicação do procedimento a criança deve ser avaliada pelo profissional mais experiente da equipe. A seqüência rápida de intubação é recomendada para evitar aumento da pressão intracraniana NÃO HIPERVENTILAR SEM INDICAÇÃO ESPECÍFICA (abaixo) Suporte Hidroeletrolítico: Soro de manutenção: S Fisiológico 0,9% 100 ml/kg/24 h c/ controle rigoroso da glicemia (normoglicemia) e sódo sérico (150) • A hipotensão deve ser identificada e corrigida imediatamente e agressivamente • A hipertermia deve ser evitada e corrigida agressivamente (se a criança estiver hipotérmica não aqueça ) • Tratar agressivamente hipo e hiperglicemia • Manter Na sérico 150 mEq/l, tratar hiponatremia agressivamente Profilaxia de crises convulsivas: está indicado o uso de fenitoína durante sete dias em traumas graves. Hipertensão intracraniana (algoritmo abaixo) • Manitol 0,5 a 1 g/kg, em bolus • Solução salina hipertônica a 3% em infusão contínua a 0,1 a 1 mL/kg/hora • A tomografia computadorizada de crânio e encéfalo deverá ser realizada o mais rapidamente possível.
  • 39. É apropriada a monitorização da PIC em TCE grave com ECG ≤ 8 Tratamento da hipertensão intracraniana deve ser iniciado quando a PIC for maior ou igual a 20 mmHg Pressão de perfusão encefálica deve ser mantida em valores acima de 40 mmHg em crianças com TCE grave. Provavelmente uma PPE entre 40 e 65 mmHg, dependendo da idade, pode representar o melhor tratamento Hiperventilação: Hiperventilação profilática (PaCO2 menor que 35 mmHg) deve ser evitada. Hiperventilação moderada (PaCO2 de 30 a 35 mmHg) pode ser utilizada para controle da HIC que não respondeu ao uso de sedação, analgesia, bloqueio neuromuscular, drenagem liqüórica e terapia hiperosmolar. Hiperventilação agressiva (PaCO2 menor que 30 mmHg) somente deve ser utilizada, como tratamento de segunda linha, nos casos de HIC refratária ou por curtos períodos de tempo, nos casos de herniação cerebral ou piora neurológica aguda Coma barbitúrico: sua utilização pode ser considerada nos pacientes hemodinamicamente estáveis com HIC refratária. Tiopental, em dose de ataque 10 mg/kg e em dose de manutenção 1 a 5 mg/kg/hora Craniectomia descompressiva: pode ser realizada em crianças com TCE grave e HIC refratária, que preencham alguns ou todos os critérios a seguir: 1. Tomografia com edema e ingurgitamento cerebral difusos; 2. Primeiras 48 horas de trauma; 3. Ausência de episódios de PIC maior que 40 mmHg, por período prolongado; 4. Pontuação maior que três na ECG, em alguma avaliação durante a internação; 5. Piora clínica secundária; 6. Síndrome de herniação cerebral. Autor: Dr Antonio Souto revisor:
  • 41. Opção: pode-se usar solução salina a 3% para pacientes hemodinamicamente instáveis 1 ECG – Escala de coma de Glasgow FR – Freqüência respiratória HIC – Hipertensão Intracraniana PAS – Pressão arterial sistólica PCR – Parada cardiorrespiratória PIC – Pressão Intracraniana TC - Tomografi a Computadorizada Tratamento da hipertensão intracraniana
  • 42. Estado de Mal Convulsivo na criança Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Diagnóstico: História clínica; exame físico geral e neurológico; triagem bioquímica, hematológico, toxicológico e para infecção (incluindo exame e cultura líquor); eletroencefalograma; exame de neuro imagem Tratamento farmacológico: • Diazepam 0,3 a 0,5 mg/Kg IV repetir até 3 vezes a cada 5 minutos se as crises não cederem • Fenitoína 20 mg/kg IV lento se as crises não cederem • Fenobarbital 20 mg/kg IV + 10 mg/Kg se as crises não cederem • Midazolam 0,1 a 0,3 mg/Kg IV se as crises não cederem • Tiopental 2 a 5 mg/Kg IV se as crises não cederem Obs: Manter material para suporte respiratório avançado pelo risco de depressão Manutenção: Manter todas as drogas necessárias para o controle da crise • Fenobarbital sódico 5 mg/Kg/dia IV 12/12 h • Fenitoína 5 mg/Kg/dia IV 12/12 h Sempre afastar uma causa primária para a crise: investigar infecção, distúrbio metabólico, intoxicações, etc. Crise convulsiva c/ febre = questionar meningite/encefalite O diagnóstico de crise convulsiva febril é feito após afastar-se todas as outras causas possíveis Discutir o caso com o neurologista de plantão Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 43. Sequência terapêutica: Crise convulsiva Diazepam EV/VR Repetir diazepam até 3 doses iguais se a crise persistir (15’) Hidantal (20’) Fenobarbital sódico (40’) Risco de depressão respiratória Transferir p/ UTI Midazolam (1 hora) Tiopental (1:10) hora
  • 44. Intoxicação na criança Emissão: Junho/2007 validade: 1 ano revisão: fevereiro/2008 Descrição do procedimento: Principais grupos de agentes envolvidos: os medicamentos e os produtos de uso domiciliar Quanto à letalidade, pesticidas agrícolas (organofosforados), medicamentos e raticidas de uso não autorizado (aldicarb, chumbinho) são os principais agentes envolvidos Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) tratamento com antagonistas (algumas vezes empírico baseado em sinais clínicos) e descontaminação (diminuição da exposição ao tóxico) Na abordagem inicial tentar estabelecer: produto envolvido, a via de exposição, a dose estimada, exposição foi acidental ou intencional, há quanto tempo ocorreu a exposição, o que foi feito Freqüentemente a substância tóxica envolvida não é identificada à admissão do paciente Tentar definir uma das síndromes tóxicas ou toxídromes (ver abaixo) Não deve ser esquecido que todo paciente admitido por exposição tóxica intencional deverá, após controle do quadro, ser encaminhado para avaliação psiquiátrica Descontaminação gastrintestinal Inúmeras vezes, esses procedimentos são desnecessários e aplicados de forma iatrogênica 1. Lavagem gástrica A lavagem gástrica deve ser considerada somente se o paciente ingeriu uma dose potencialmente letal e o procedimento for realizado até 60 minutos da ingestão Somente deve ser utilizada com as vias aéreas intactas Se depressão neurológica ou respiratória, as vias aéreas devem ser protegidas (intubação) antes do início do procedimento Está contraindicada nos pacientes que ingeriram substâncias cáusticas ou hidrocarbonetos As doses indicadas • 10 ml/kg de solução salina a 0,9%, aquecida a 38º C • Em adolescentes, podem ser usados 200-300 ml por instilação,tanto de solução salina a 0,9% quanto de água • O volume de retorno deve ser o mesmo do instilado • A lavagem deve ser continuada até se obter um retorno claro do volume instilado
  • 45. 2. Carvão ativado em dose única É mais eficaz quando administrado dentro de 1 hora da ingestão A administração de carvão ativado em dose única pode ser considerada quando da ingestão de doses potencialmente tóxicas, intoxicações graves, e de substâncias comprovadamente adsorvidas pelo carvão ativado Somente deve ser utilizado com as vias aéreas intactas Na depressão neurológica ou respiratória, as vias aéreas devem ser protegidas (intubação) antes da administração do carvão ativado O carvão ativado é ineficaz nas exposições a álcoois, sais de ferro e lítio e contra-indicado nas exposições a hidrocarbonetos, óleos essenciais, hipoclorito de sódio e cáusticos As doses tradicionalmente recomendadas, de acordo com a idade, são: • < 1 ano, 1 g/kg • 1-12 anos, 25-50 g • adolescentes e adultos, 25-100 g • Recomenda-se a diluição em água na concentração de 10-20% • Em crianças freqüentemente é indicada a administração por instilação através de uma sonda nasogástrica Doses múltiplas de carvão ativado deve ser considerado nas ingestões de altas doses de dapsona, carbamazepina, fenobarbital, teofilina ou quinina, que podem implicar em risco de vida Estudos sugerem que doses múltiplas de carvão ativado podem aumentar a eliminação de amitriptilina, dextropropoxifeno, fenitoína, digoxina, digitoxina, piroxicam, nadolol, sotalol e fenilbutazona As doses recomendadas: • 0,25-1 g/kg/dose • 25-50 g para adolescentes e adultos • intervalos de administração em geral, a cada 2-4 horas • instilação através de tubagem nasogástrica 3. Catárticos Os principais catárticos empregados são os salinos (citrato ou sulfato de magnésio) e os à base de sorbitol Não há evidências que os catárticos diminuam a biodisponibilidade dos agentes tóxicos ou melhorem a evolução de pacientes intoxicados, sendo que o seu uso não é endossado
  • 46. Deve-se restringir a uma única dose As doses isoladas para crianças que têm sido utilizadas são: • 250 mg/kg de sulfato de magnésio (máximo de 30 g) • 4,3 ml/kg de sorbitol a 35% (ou 0,5-2 g/kg, no máximo de 50 g) • 4 ml/kg de citrato de magnésio a 10% (máximo de 250 ml) Uso muito cauteloso nos lactentes com menos de 1 ano Seu uso é contra-indicado em pacientes com: Íleo paralítico; semi-oclusão ou obstrução intestinal; hipovolemia ou distúrbios eletrolíticos; insuficiência renal (catárticos contendo magnésio); ou após ingestão de cáusticos 4. Xarope de ipeca (Emetina e cefalina) Não há evidências de que melhore a evolução de pacientes intoxicados, não devendo ser rotineiramente empregada em unidades de emergência Pode retardar a administração ou diminuir a eficácia do carvão ativado, de antídotos orais como a N- acetilcisteína ou da irrigação intestinal É absolutamente contra-indicada em pacientes com diminuição do nível de consciência ou que ingeriram substâncias cáusticas ou hidrocarbonetos, pelo maior risco de lesão da mucosa digestiva e aspiração, respectivamente 5. Irrigação intestinal Tal procedimento deve ser considerado na ingestão de doses potencialmente tóxicas de substâncias de liberação lenta, sustentada ou entérica (principalmente se admitidos mais de 2 horas após a ingestão); sais de ferro; envelopes de drogas ilícitas (body packers) Devem ser oferecidos grandes volumes de solução de polietilenoglicol, preferencialmente por tubagem nasogástrica Deve-se continuar a infusão até a eliminação de um efluente claro pelo reto, o que pode levar horas As doses recomendadas para crianças são: • 9 meses-6 anos, 500 ml/hora • 6-12 anos, 1.000 ml/hora • Adolescentes e adultos, 1.500-2.000 ml/hora A irrigação intestinal é contra-indicada em pacientes com obstrução e/ou perfuração intestinal, íleo paralítico, hemorragia gastrintestinal, emese protraída ou instabilidade hemodinâmica Somente deve ser utilizada com as vias aéreas intactas; caso haja depressão neurológica ou respiratória, as viasa éreas devem ser protegidas (intubação) antes do início do procedimento
  • 47. Diurese alcalina Como a ionização de um ácido fraco aumenta em pH alcalino, a manipulação do pH urinário poderia, potencialmente, favorecer um aumento de excreção renal de uma droga com essas características: salicilatos, fenobarbital, clorpropamida e metrotrexate Diálise, hemoperfusão e hemofiltração Para que os procedimentos dialíticos sejam eficientes, o agente tóxico deve ter um baixo peso molecular, ser altamente hidrossolúvel, ter baixo volume de distribuição (< 2 l/kg) e baixa ligação protéica: salicilatos, metanol e etilenoglicol, vancomicina e lítio A hemoperfusão teria melhor indicação, hipoteticamente, nas situações em que o agente tóxico é pouco hidrossolúvel e com alta afinidade pelos adsorventes empregados, bem como quando a hemofiltração possa remover agentes tóxicos com alto peso molecular Antídotos Naloxone Naloxone é um antagonista competitivo dos opióides pelo seu receptor e vem sendo usado como arma diagnóstica e terapêutica no coma induzido por opióides Opióides: naturais (morfina, codeína), semi-sintéticas (heroína, hidromorfina, oximorfina) e sintéticas (meperidina, metadona, paregórico, difenoxilato, fentanil, propoxifeno)
  • 48. Diagnóstico diferencial do coma • dose inicial de 0,1 mg/kg por EV para crianças até 5 anos • em crianças maiores, uma dose mínima de 2 mg • podendo ser repetida após 3 minutos, até o máximo de 10 mg Flumazenil Flumazenil é um antagonista dos receptores benzodiazepínicos Flumazenil é formalmente contraindicado em pacientes em uso crônico de benzodiazepínico, que apresentem história de convulsões (mesmo febris) ou mioclonias e naqueles em que há suspeita ou confirmação da ingestão de outras drogas que possam baixar o limiar para convulsão (antidepressivos tricíclicos, lítio, cocaína, metilxantinas, isoniazida, propoxifeno, inibidores da monoamino-oxidase) • A dose inicial de flumazenil é de 0,02 mg/kg (máximo de 0,2 mg/dose) • podendo ser repetida a cada minuto • doses subseqüentes de 0,02 mg/kg (máximo de 0,3-0,5 mg/dose) • dose total máxima de 3 mg A duração da ação da droga é fugaz, variando de 20 a 40 minutos Autor: Dr. Antonio Souto Revisor:
  • 49. Quadro clínico Pulse Bradycardia Digoxin, narcotics, organophosphates, plants (lily of the valley, foxglove, oleander), clonidine, β- blockers, calcium channel blockers Tachycardia Alcohol, amphetamines and sympathomimetics, atropinics, tricyclic antidepressants, theophylline, salicylates, phencyclidine, cocaine Respirations Slow, depressed Alcohol, barbiturates (late), narcotics, clonidine, sedative-hypnotics Tachypnea Amphetamines, barbiturates (early), methanol, salicylates, carbon monoxide Blood Pressure Hypotension Cellular asphyxiants (methemoglobinemia, cyanide, carbon monoxide), phenothiazines, tricyclic antidepressants, barbiturates, iron, theophylline, clonidine, narcotics, β-blockers, calcium channel blockers Hypertension Amphetamines/sympathomimetics [especially phenylpropanolamine in over-the-counter (OTC) cold remedies, diet pills], tricyclic antidepressants, phencyclidine, monoamine oxidase inhibitors (MAOIs), antihistamines, atropinics, clonidine, cocaine Temperature Hypothermia Ethanol, barbiturates, sedative-hypnotics, narcotics, phenothiazines, antidepressants, clonidine, cabamazepine Hyperpyrexia Atropinics, quinine, salicylates, amphetamines, phenothiazines, tricyclics, MAOIs, theophylline, cocaine Neurológico Coma
  • 50. Narcotic depressants, sedative-hypnotics, anticholinergics (antihistamines, antidepressants, phenothiazines, atropinics, OTC sleep preparations), alcohols, anticonvulsants, carbon monoxide, salicylates, organophosphate insecticides, clonidine, gamma hydroxybutyrate Delirium/Psychosis Alcohol, phenothiazines, drugs of abuse (phencyclidine, LSD, peyote, mescaline, marijuana, cocaine, heroin, methaqualone), sympathomimetics and anticholinergics (including prescription and OTC cold remedies), steroids, heavy metals, dextromethorphan Convulsions Alcohol, amphetamines, cocaine, phenothiazines, antidepressants, antihistamines, camphor, boric acid, lead, organophosphates, isoniazid, salicylates, plants (water hemlock), lindane, lidocaine, phencyclidine, carbamazepine Ataxia Alcohol, barbiturates, carbon monoxide, anticonvulsants, heavy metals, organic solvents, sedative- hypnotics, hydrocarbons Paralysis Botulism, heavy metals, plants (poison hemlock), ticks, paralytic shellfish Pupils Miosis Narcotics, organophosphates, plants (mushrooms of the muscarinic type), ethanol, barbiturates, phenothiazines, phencyclidine, clonidine Mydriasis Amphetamines, atropinics, barbiturates (if comatose), botulism, cocaine, methanol, glutethimide, LSD, marijuana, phencyclidine, antihistamines, antidepressants Nystagmus Diphenylhydantoin, sedative-hypnotics, carbamazepine, glutethimide, phencyclidine (both vertical and horizontal), barbiturates, ethanol, MAOIs, ketamine, phencyclidine, dextromethorphan Pele Jaundice Carbon tetrachloride, acetaminophen, naphthalene, phenothiazines, plants (mushrooms, Fava beans), heavy metals (iron, phosphorus, arsenic) Cyanosis (unresponsive to oxygen, as a result of methemoglobinemia) Aniline dyes, nitrites, benzocaine, phenacetin, nitrobenzene, phenazopyridine, dapsone
  • 51. Pinkness to Redness Atropinics and antihistamines, alcohol, carbon monoxide, cyanide, boric acid Odors Acetone: acetone, isopropyl alcohol, phenol, salicylates Alcohol: ethanol (alcoholic beverages) Bitter almond: cyanide Garlic: heavy metal (arsenic, phosphorus, thallium), organophosphates Oil of wintergreen: methylsalicylates Hydrocarbons: hydrocarbons (gasoline, turpentine)
  • 52.
  • 53.
  • 54. Hipertensão arterial na criança Emissão: abril/2008 validade:1 ano revisão: Autor: Dr. Antonio Souto Revisor: Descrição do Procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Toda criança acima dos 3 anos deve ter a PA medida na consulta médica; O método recomendado é o ascultatório; Elevação da PA tem que ser confirmada com medidas repetidas antes de caracterizar a hipertensão na criança. Diagnóstico correto: avaliação da pressão arterial (PA) de forma adequada (técnica correta) e classificação do grau de hipertensão Mensuração da PA: criança em repouso por 5’, ambiente calmo, sentada, recostada, braço totalmente exposto e apoiado em suporte ao nível do coração Instrumento adequado: a largura do manguito (parte insuflável) deve ser pelo menos 40% da circunferência do braço medida no ponto médio entre o acrômio e olecrânio. Parte insuflável do manguito deve cobrir 80-100% a circunferência do braço. Estetoscópio na fossa antecubital. Diagnóstico (percentil para altura, para idade e sexo): • Hipertensão = PA acima do percentil 95 • Pré-hipertensão = PA entre percentil 90 e 95 4º National High Blood Pressure Education Program (NHBPEP) Pediatrics 11; (2): 555-576,2004 • Hipertensão estágio 1 PA > percentil 95%, até 5 mmHg acima do percentil 99% • Hipertensão estágio 2 PA > percentil 99% mais 5 mmHg; Pressão arterial normal Idade Sistólica Diastólica RN (96h) 60-90 20-60 Lactente 87-105 53-66 Crianças (2a) 95-105 53-66 Idade Escolar 97-112 57-71 Adl 112-128 66-80 Apartir dos 12 anos de idade = hipertensão elevação da PA > 120/80 mmHg Diagnóstico diferencial : Hipertensão primária, doença renal, outras causas Hipertensão Acelerada: sintomas visuais; paralisia facial; convulsões; retinopatia hipertensiva; encefalopatia hipertensiva; PA > p99 com lesão de órgão alvo.
  • 55. Investigação Diagnostica inicial: hemograma completo, uroanálise, urocultura, uréia, creatinina, eletrólitos, cálcio e ácido úrico, glicemia de jejum, perfil lipídico, USG renal, Ecocardiograma Crianças que precisam de tratamento imediato: • Hipertensão estágio 2 (>P 99 + 5mmHg); • Estágio 1 com sintomatologia; • Hipertensão secundária; • Presença de envolvimento de orgãos alvo; • Diabetes tipo I e II; Objetivo do Tratamento: reduzir a Pressão Arterial para < percentil 90, prevenir complicações tardias da Hipertensão Arterial. Recomenda-se que se reduza não mais do que 25% da PA nas 1as 2 horas e então se atinja valores normais em 3 a 4 dias.
  • 56.
  • 58.
  • 59. A criança com febre sem foco Emissão: abril/2008 validade: 1 ano revisão: Descrição do procedimento: Iniciar atendimento estabelecendo a situação clínica (ABC) Esclarecer o sinal febre: início, intensidade, duração (em horas), resposta a antitérmicos Sinais e sintomas acompanhando a febre: estado geral c/ e s/ febre, disposição para brincar, aceitação da alimentação, sinais de toxemia, sinais e sintomas associados (tosse, coriza, etc) Fatores de risco: • Lactente “jovem” com idade menor de 3 meses • Febre alta (> 39,5º C) c/ sinais de toxemia (abatimento, inapetência, tremor) • Febre por mais 72 horas Sinais de alerta em qualquer idade: febre alta > 39º C, toxemia, febre prolongada > 72 h Crianças com fator de risco: • Lactentes menores de 3 meses valorizar o fator de risco • O exame clínico não permite a identificação do neonato (< 28 dias) de risco • Para o neonato febril sempre internar para investigação e questionar antibioticoterapia empírica após coleta de hemocultura e coleta de LCR • Lactentes entre 29 e 90 dias de vida com sinais clínicos e/ou laboratoriais importantes devem seguir as orientações dos neonatos • Lactentes entre 29 e 90 dias de vida sem sinais clínicos e/ou laboratoriais importantes podem ser avaliados ambulatorialmente desde que em um intervalo entre 12 e 24 h com responsáveis orientados e com facilidade de acesso a sistema de saúde • Crianças acima de 3 meses valorizar avaliação clínica Investigar laboratorialmente: Hemograma, urina I (sem achados clínicos), raio X tórax (clínica respiratória), LCR As crianças sem fator de risco devem ser orientadas e encaminhadas para acompanhamento ambulatorial até o diagnóstico definitivo A prescrição indiscriminada de antibióticos não deve substituir o juízo clínico
  • 60. Tratamento da febre: • Hidratação adequada • Temperatura ambiente e roupas adequadas • Dipirona 20 mg/Kg • Acetominofeno 15 mg/Kg • Ibuprofeno 10 mg/Kg • Medidas mecânicas : banho fresco (27º C, não usar gelo ou álcool), ventilador at;e reduzir a temperatura p/ 37,5º C Autor: Dr. Antonio Souto Revisor: