O documento descreve os tipos de sujeito na língua portuguesa: sujeito simples, composto, indeterminado e orações sem sujeito. Exemplifica cada tipo e fornece dicas para identificá-los.
1. T I P O S D E S U J E I T O
_________________________________
Sujeito é o ser de quem se diz alguma coisa, e com
quem o verbo concorda. Tem por núcleo um substantivo
(ou o equivalente a um substantivo = palavra
substantivada), um pronome ou numeral:
• O casarão todo dormia. (substantivo)
• O cantar / sempre traz alegria. (cantar foi
substantivado pelo artigo)
• Seis deles andavam devagar. (numeral)
A determinação do sujeito está condicionada à
existência de um verbo na estrutura da frase. Se uma
frase não possui um verbo, ela também não possui um
sujeito, nem um predicado, nem nada.
Há um artifício muito simples e prático para
determinarmos o sujeito: perguntar antes do verbo "o
quê?" (para coisas) ou "quem?" (para pessoas).
Aconselho fazer as duas perguntas, porque antes de
encontrarmos o sujeito não sabemos se é pessoa ou
coisa: As aulas começaram. (o que ou quem
começaram?) => As aulas (sujeito).
Observação: Normalmente o sujeito está no início da
oração, mas pode também estar no meio e no fim:
Asprovas/constam nos autos. => Nos autos, constam /
as provas.
O Sujeito Será Simples Determinado quando
apresenta um só núcleo que será sempre
umsubstantivo, pronome ou numeral:
• As estrelas / brilham no firmamento. (o que brilha no
firmamento?)
• Os jogadores / manifestaram sua insatisfação. (quem
manifestou?)
• Os nossos guarda-chuvas / foram roubados. (o que
foram roubados?)
No primeiro exemplo, o sujeito é as estrelas, mas
apenas [estrela = núcleo] se relaciona diretamente com
o verbo [estrelas brilham]. O artigo [as] relaciona-se
com estrelas, portanto, é um acessório do sujeito.
Considera-se também simples o sujeito constituído de
substantivos sinônimos, que coordenados deixam o
verbo no singular: Fonologia, fonêmica ou fonemática
estuda os sons na sua funcionalidade. (Celso Luft,
Moderna Gramática Brasileira, 2002, p.46.)
O Sujeito será Oculto ou Elíptico quando suprimindo
por elipse, subentendido, recuperável na desinência
verbal ou no contexto:
• Não farei nenhuma bobagem. (quem não fará: eu =
sujeito)
Quando construímos: Fomos roubados, o sujeito está
claro na desinência verbal; fomos é 1ª. pessoa do plural,
portanto: Nós fomos roubados.
Atenção: A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira)
reconhece apenas três tipos de sujeito: simples,
composto e indeterminado. Reconhece tambéma
existência de orações sem sujeito.
O Sujeito Será CompostoDeterminado quando
apresenta mais deum núcleo: Pedro e Paulo / viajaram.
(quem viajou?)
• Eu e ela / seremos felizes para sempre. (quem será
feliz...?)
• Vozes, risos e palmas vieram lá de baixo. ( o que
vieram...?)
O Sujeito Será Indeterminado quando existe um
elemento ao qual o predicado se refere, mas não se
pode identificar quem é esse elemento:
• Dizem maravilhas sobre o Rio de Janeiro. => Nesse
caso, existe um elemento ao qual se atribui o ato de
dizer, mas não se pode precisar quem é esse elemento.
• Os turistas sempre dizem maravilhas sobre o Rio de
Janeiro. => Nesse caso o sujeito é determinado por os
turistas.
Para indeterminar o sujeito a língua portuguesa vale-se
de um destes dois expedientes:
1º. Empregar o verbo na 3ª pessoa do plural:
• Roubaram meu lápis. (quem roubou o lápis?)
• Falam de novas demissões. (quem fala de...?)
Mas Atenção: quando o sujeito é um pronome
indefinido - por exemplo, alguém - não é indeterminado.
Sujeito indeterminado nunca apresenta pronome
indefinido na oração. Sujeito representado por esse
pronome será sempre simples: Alguém viu o livro?
Ninguém viu o livro.
2º. Usá-lo na 3ª pessoa do singular acompanhado da
partícula [se]:
• Precisa-se de datilógrafos (quem precisa?).
• Necessita-se de auxílio (quem necessita?).
Exceção: É preciso não confundir índice de
indeterminação do sujeito com partícula apassivadora.
A Oração Será Sem Sujeito quando traz um verbo
impessoal (sem sujeito). Na oração sem sujeito não há
agente humano, portanto, não existe sujeito. São verbos
impessoais:
a) Os que denotam fenômenos da natureza: choveu,
trovejou, nevou, anoiteceu etc.: Choveu e ventou muito
ontem. / Anoitecia.
Mas Atenção: Se os verbos que denotam fenômenos
da natureza forem empregados em sentido figurado,
terá, normalmente, o sujeito: Choveram pétalas de
rosas => o que choveu? Pétalas de rosas.
b) Os verbos ser, estar ou fazer que denotem
fenômenos meteorológicos: Era manhã. / Será muito
cedo? Como está o calor?
c) Com o verbo ser nas indicações de horas e datas e
tempo em geral: Seriam quatro horas da tarde? / Era
noite fechada.
d) Os verbos: haver (= existir), fazer (= tempo
decorrido): Havia quatro alunos presentes. / Faz dez
anos que cheguei.
Qual a finalidade da oração sem sujeito? Serve
para indicar fatos que acontecem independentemente
de nossa ação ou desejo.
2. Identifique e Classifique o Sujeito:
01. Haverá reunião todos os sábados.
02. Além do frio ventava demais.
03. São Paulo está ensolarado.
04. Febre alta e dor de cabeça são sintomas da
dengue.
05. Prenderam o ladrão.
06. Faz muito calor em minha cidade.
07. Vive-se bem no campo.
08. Perdi minha caneta.
09. Não é habitada a Lua.
10. De vez em quando Teresinha vira onça.
11. Bateram à porta.
12. A temperatura aumentou na região sul.
13. O álbum e as figurinhas estão aqui.
14. Come-se com fartura em sua casa.
15. As chuvas transformaram o deserto.
16. Eram doze horas.
17. Existirão seres vivos em outros mundos?
18. Anoiteceu.
19. Chegaram os filhos da vizinha.
20. Crê-se em Deus.
21. Todos ficaram quietos.
22. Apareceu um mágico por lá.
23. Da cartola do mágico saem pombos e vários
objetos.
24. Um dia lhe telefonarei.
25. Não encontraram o corpo do rapaz afogado.
26. Choveu garrafa vazia lá de cima.
27. Trovejou muito.
28. Meu chefe trovejou de raiva.
29. O velho dono do bar resolveu tomar um atitude.
30. Caíram ao chão uma árvore e um poste.
31. Saiu o ônibus para o Rio.
32. Nomearam meu primo diretor do clube.
33. Estão em vigor, as novas tarifas telefônicas.
34. Começa a ventar.
35. Aqui quando chove não se sai de casa.
36. Faz duas semanas que cheguei.
37. Havia muitos anos que não vinha ao Rio.
38. Hoje são vinte de março.
39 Após as enxurradas ficam cheias as sarjetas.
40. Aconteceram fatos importantes na reunião.
41. Ele trovejava impropérios sobre a turba.
42. Choviam flores do helicóptero.
43. À noite, eu e Rodrigo iremos ao cinema.
44. Vamos!
45. Esta comida não serve para consumo.
46. Subitamente, pararam todos.
47. Estavam com fome.
48. Aproximou-se então uma menina.
49. Soou na escuridão uma pancada seca.
50. Choveu fininho ontem à noite.
51. Na dúvida, velhos e moços calaram-se.
52. Um vento triste assobia lá fora.
53. Isto não é nada.
54. Ninguém o viu sair.
55. O Viver é perigoso.
56. Quebraram a lanterna do meu carro.
57. Havia pessoas descontentes na assembleia.
58. Assistiu-se a uma cena desagradável.
59. Era noite fechada.
60. Escureceu cedo hoje.