O documento discute a reconfiguração do mercado de rock independente no Rio Grande do Sul analisando as estratégias de divulgação de bandas nas redes sociais e o fluxo de shows entre a capital e o interior. Estuda como duas bandas de happy rock usam as redes para se relacionar com os fãs de forma afetiva e solidária, divulgando shows e músicas. Também analisa a história do rock gaúcho e como o gênero emergiu no contexto digital apesar de estar presente em grandes eventos.
3. Discutira reconfiguração do mercado de rock
independente no Rio Grande do Sul a partir
de duas matrizes:
1. Estratégias de divulgação e a utilização dos
fãs como curadores a partir do uso das
plataformas de redes sociais on-line pelas
bandas;
2. Fluxo do mercado de shows entre a capital e
o interior como formato central do modelo
de negócios independente.
4. Estudode caso: a atual cena “happy rock”
ou rock colorido pós-emo no estado a partir
das estratégias utilizadas por 2 bandas nas
redes sociais: Doyoulike? e Tópaz.
5. Tradicionalmente, o RS é um estado com um
mercado interno de rock bastante
movimentado, a partir de um circuito de
shows em bares e locais voltados para a
cultura jovem, principalmente no eixo entre
o interior do estado – em especial em cidades
universitárias como Santa Maria - e a
capital.
Covers e repertório próprio: rock clássico,
punk, indie, metal, entre outros.
6. Desdeos anos 80, a chamada “cena
underground” caracterizou-se por um
despojamento no tipo de produção tanto em
termos de fonogramas, como na produção de
shows, apoiada na caracterização do
improviso ou no que muitas bandas e artistas
definiam como a grande característica do
rock independente gaúcho: a “chinelagem”.
Termoutilizado por artistas como Edu K,
Graforréia Xilarmônica, Comunidade Ninjitsu,
entre outros
9. Embora seja voltado a uma audiência pré-
adolescente e tenha emergido a partir da
intensa divulgação nos sites de redes sociais,
esse estilo ao mesmo tempo se faz presente
em programas de televisão aberta e festivais
patrocinados e organizados por
conglomerados midiáticos massivos (como
por exemplo o Festival Atlântida;
Novo modelo? Independente mas massivo?
10. Características e breve história do rock
gaúcho;
Observação, documentação e descrição e
análise qualitativa das principais estratégias
de apropriação das plataformas online de
duas bandas gaúchas representativas do
gênero happy rock: Doyoulike? e Tópaz
11. Teoria Fundamentada (Grounded Theory)
aplicada à observação online do
relacionamento das bandas com os fãs nas
plataformas;
Categorização do material coletado online e
análise a partir de 3 elementos centrais:
1) a expressão de sentimentos afetivos; 2) a
linguagem adotada, calcada essencialmente
nas gírias e nos virais da internet; 3) o
intenso trabalho de divulgação online e
relacionamento com os fãs,
12. 1967 – Banda precursora: Liverpool Sounds
Peculiaridades do gênero
Anos 70 – Dificuldades
Anos 80 – Boom das bandas, LPs
Anos 90 – Popularização e apropriação de
outras mídias
Anos 00 – DVD MTV consolidando
nacionalmente e veteranos na ativa
Década 10 – segmentação – Happy Rock
13.
14.
15. Comparativo:
Site oficial, My Space, Fotolog,
Facebook, Twitter, Orkut, Tumblr e You Tube
16.
17. Utilizamos as descrições encontradas nos
perfis e nos press-releases para entender o
tipo de posicionamento valorativo que a
banda se atribui e como essa identidade está
relacionada ao subgênero happy rock,
constituindo assim o que chamamos de
performance identitária (relativa ao grupo e
ao gênero).
21. “Tudo o que somos e o que temos a dizer
está nesse LINK acima”
22. Performance de Demonstração Afetiva/
Sentimental – Consideramos tanto os rastros
de conversações, como tweets, comentários,
scraps enviadas pelos fãs, quanto suas
respostas por parte da banda. É um tipo de
performance mediada que contribui para e
tenta amplificar o relacionamento entre
banda e audiência.
24. “hojequando eu estava voltando do Pocket show
de vocês na FNAC, eu simplesmente chorei o
caminho todo, pelo simples fato de ter um
orgulho infinito de vocês, sério ! eu acho que
vocês não tem noção do quanto são relevantes
em minha vida e de tantos outros, quero que
vocês saibam que o bem que fazem é algo
djowtro mundo, é algo, que me faz sair de mim
mesma, ou quando teu dia ta numa vibe ruim ,
escutar vcs me deixa de um modo tão nostalgico,
que velho, eu não consigo nem explicar com
palavras, eu só quero agradecer de verdade por
cada um de vcs estarem fazendo parte de minha
vida, obg por serem a trilha sonora de cada
momento relevante pra mim z, gugu , érico e
neko eu não tenho como agradecer vocês por
serem sempre tão atenciosos e tudo mais cmg !
que 2011 venha mais perfeito pra vcs ainda,
muito sucesso sempre ! ah eu a-mo vocês e não é
de onte heen”. Fã 3
27. Rastrosde conversação e comentários que
demonstram uma tentativa e/ou pedido de
auxílio para divulgação da banda, seus
produtos (camisetas, CDs, DVDs, etc) e
shows. É uma categoria que pode ser
informacional de conteúdo, porque pode
apresentar informações concretas, como
datas de shows e lançamentos de músicas,
por exemplo; e, ao mesmo tempo funciona
como recomendação e convocação de
participação. Ela pode ser produzida tanto
pela banda quanto pelo próprio público.
28. Postagem da banda do dia 13/03/2011 sobre
uma “Ação” proposta para o envio de tweets
para usuários que desconhecem a banda
(FIGURA 1) em outras cidades ou estados do
país.
Fã5 - Vaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaamo!!!
Fã 7 - Quem conseguir mais downloads vindos
do Acre ganha um brinde depois
31. Fã6 – Me surpreendi com a @bandatopaz, fui
pro show nos trilhos, não sabendo nada sobre
eles, achando que eles eram uns emos
escrotos, mas curti as músicas.
Resposta da banda:
@fã6 Ó cara... DAh uma conferida aqui pra
conhecer melhor:
http://www.bandatopaz.com | Rola de
baixar o CD completo. Abraz
32. Baym (2011):
1. Mantenha o seu domínio próprio: a
recomendação da autora insere-se na
categoria relativa à performance de
identidade, e, como indicado anteriormente,
ambas as bandas possuem domínios (URLs)
próprios na internet. No entanto, a banda
Doyoulike? redireciona esse domínio para o
My Space, centralizando esse site de rede
social como seu agregador oficial.
33. Observamosque, na medida do possível, as
bandas fazem isso, não utilizando serviços
mais recentes, como SoundCloud, por
exemplo, ou no caso da Tópaz, que não
possui Tumblr.
34. esseponto refere-se diretamente a duas
categorias. A primeira delas é a de
performance de identidade, no qual
constatamos que ambas as bandas possuem
uma agenciamento relativo às mídias sociais
(através da assessoria Olele Music). A
segunda é categoria de performance
solidária, já que os dois conjuntos tentam
envolver os fãs nessa construção .
35. Esseponto perpassa as categorias de
afetividade e de solidariedade através da
atualização constante das plataformas e
disponibilização de informações aos fãs.
37. Esseaspecto, estreitamente relacionado à
fruição musical, aparece sobretudo na
categoria Performance de Demonstração
Afetiva, bem como pode ser observado na
Performance de Crítica Musical. As
demonstrações de afeto e as interpretações
das ações e letras de músicas e imagens
postadas pelas bandas demonstram a forte
ligação com a questão emocional.
38. Relação entre o gênero happy rock e as
mídias sociais;
Subgênero nascido no contexto das TICs;
Conversação com os fãs;
Temáticas, presença online e linguagem;
Discurso de independência, mas ligado aos
conglemerados midiáticos
39. “Por favor, não se rendam às gravadoras, a
contratos, à indústria musical. Se rendam
somente à_alma de vocês”
Comentário do fã no canal da banda doyoulike?
no YouTube